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Universidade Estadual de Maringá - UEM

Centro de Ciência Humanas Letras e Artes - CCH


Campus Regional de Cianorte - CRC
Departamento de Pedagogia – DPD

AS BORBOLETAS DE ZAGORSKI

Síntese apresentado pelo/a acadêmico/a

FRANCIELE ALINE DA SILVA SOUZA BOLIM R.A:123983

BRUNA DE BRITO R.A 123972

JOÃO VITOR AMARO R.A.125185

EDNA DA SILVA R.A. 12889

NATÁLIA DOS REIS CARDOSO R.A.126892

PROFESSOR: EDUARDO OLIVEIRA SANCHES


As borboletas de Zagorski

A partir do documentário As Borboletas de Zagorski, elaborado pela


BBC de Londres em 1992, traremos uma análise com o objetivo de refletir a
respeito da psicologia histórico cultural desenvolvida por Vygotsky.

Em uma escola na cidade de Zagorski, aproximadamente à 80 km de


Moscou, funcionava como um centro de aprendizagem para crianças de várias
idades com deficiências basicamente surdos, mudos e cegos.

O método principal da escola era a psicologia histórico cultural


desenvolvida por Vygotsky. A psicologia histórico cultural afirma que o
psiquismo humano é desenvolvido através da história e de acordo com cada
cultura. Neste sentido, mesmo crianças com as mais severas deficiências
podem aprender a linguagem humana.

Para Vigotsky as deficiências são defectologias e a sua teoria defende


a aprendizagem de todas as crianças, mesmo as debilitadas pelas limitações
intelectual e físicas. O atendimento de cada criança na escola é individual e
tem dedicação total do professor. A escola tem a regra de " jamais fazer um
julgamento final, referente à deficiência de uma criança", e a cada atendimento
que ela recebe é como se fosse examinada pela primeira vez. Os professores
dessa instituição assumem o compromisso e a responsabilidade de socializar
as crianças e desenvolver a comunicação. As avaliações no lar Zargorski não
são desvinculadas do processo de ensino, ele se realiza em conjunto com ele.
Os profissionais da escola estão sempre de olho para corrigir os erros das
crianças, de forma a ajudar para que elas busquem a resposta certa.

A instituição disponibiliza às crianças com ausência visual uma


biblioteca em braile, para que os mesmos possam ter a oportunidade de
adquirir conhecimentos e capacitar-se das culturas disponibilizadas. A escola
dispõe de profissionais capacitados para desenvolver novos sentidos
recompensando-o os quais foram perdidos, os mesmos profissionais de ensino
tem uma especificação de corrigir o erro da criança conforme seu trajeto na
avaliação, deixando-a buscar respostas certas ao processo, justaposta oferece
aos alunos com deficiência visual a integração em estudos de campo de
pesquisas com distintas finalidades, em especial estudos voltados para facilitar
a metodologia de ensino, autonomia cotidiana e aperfeiçoamento de técnicas
de tratamentos para os deficientes visuais e auditivos. Segundo Vigotski “A
comunicação é poder”, é a forma de se envolver com o mundo e ter resposta
de tal, a escola adota diversas formas de comunicação conforme as
particularidades do indivíduo, para os deficientes visuais essa sociabilidade se
faz presente na rotinas dos alunos regularmente, indiferente das condições
apresentadas, para os que são afetados pela condição visual integral, a
comunicação é manual com uma única mão desencadeada pelo tato havendo
uma linguagem específica por movimentos de libras executados nos envolvidos
da comunicação para que sintam formas e assemelham palavras e leituras, em
contrapartida as crianças com resquícios de visão trabalham com sinalizações
por movimentos no ar com distância próxima para facilitar a compreensão. Ao
referir-se do significado social e pessoal da cegueira, Vigotski afirma que:

Cegueira não é meramente a ausência da visão; a cegueira causa


uma total reestruturação de todo o organismo e de toda a
personalidade. A cegueira, criando uma nova e única matriz da
personalidade, traz à vida nova força; criatividade muda
tendências normais das funções e organicamente refaz e forma a
mente do indivíduo. Portanto, a cegueira não é a manifestação das
habilidades. ( VIGOTSKI, 1993, p.93 apud DINIZ, p.187).

Podemos notar que um dos métodos da escola de Zagorsk é o da


mediação entre professor e aluno, pois através da imitação da fala do outro ela
aprende, com o mediador a criança pode aprender sem vivenciar fisicamente
aquela situação.

Segundo Vygotsky, as crianças que nascem sem a audição não


sentem tanto essa ausência, mas ao ser inserida numa sociedade que está
acostumada a nortear-se pelos sons, ela se sentirá deslocada. Desse modo é
necessário que elas tenham acesso ao aprendizado para que possa ser um ser
independente conforme suas necessidades.

A oralidade é um importante estímulo ao deficiente auditivo logo na


infância, outro mecanismo essencial em casos de deficiência vocal e auditiva é
a linguagem de sinais que permite que a criança tenha acesso ao mundo, que
consiga se comunicar com os outros. O deficiente auditivo aprende pelo visual,
pela leitura de lábios durante a fala, aprende também através das sensações e
dos movimentos, essas crianças também conseguem ouvir música através de
ruídos. Um dos métodos mostrados no vídeo é de surdos que leem as
vibrações por meio da caixa de voz, que ajudam a se comunicar com pessoas
que não conhecem a língua de sinais.

Os profissionais educadores almejam a independência desses alunos,


como pessoas livres por isso o termo “Borboletas”, que caminhem mesmo com
as suas dificuldades e conquistem seu espaço na sociedade, por isso é tão
importante que existam métodos que auxiliem essas crianças no aprendizado
para que elas sejam inseridas como pessoas capazes de realizarem qualquer
atividade mesmo de formas diferentes.

O preconceito a respeita a deficiência mental é algo que também


devemos acrescentar nesse texto, pois infelizmente ao longo da história do
desenvolvimento humano, vem dificultando a revelação de qualidades e
possibilidades pessoais.

Frequentemente pessoas nestas condições, são tratadas de forma


generalizada, por ser difícil compreender como sujeitos que podem pensar,
agir, se desenvolver e se tornar especificamente adultos sem ter que ficar em
uma posição secundária. A educação de adultos com deficiência intelectual
deve considerá-la como um objetivo básico, permitindo-lhes uma integração /
participação mais ativa na sociedade e maior autonomia. Vygotsky (1999)
resolveu os objetos com deficiência mental que não podiam ser lembrados por
mau comportamento, a saber, "pessoas desaparecidas". Eles devem ser vistos
em seu potencial e possibilidades. Isso é possível quando aprendem a se
reconhecer em seu grupo social ao invés de se subestimarem, orientando a
ideologia desde o desenvolvimento social inicial até o individual, internalizando
a aceitação social. Infelizmente, quando eles são "forçados" a frequentar uma
"escola especial (para)", a sociedade ainda distrai o desenvolvimento /
aprendizagem de pessoas diferentes e atrapalha o seu desenvolvimento. A
educação é necessariamente social, mas como educação social, não deve
refletir o preconceito contra os portadores de deficiência mental. O princípio da
educação inclusiva é que a educação não limita a escola, não apenas as
atividades realizadas na escola. Sua tolerância efetiva significa aceitar suas
limitações / deficiências, acreditando que são capazes de aprender. Dessa
forma, cada um deles estabelecerá possíveis relações com o saber para
desencadear diferentes estratégias de inserção, promover uma compreensão
crítica
Vigotski acreditava que o desenvolvimento infantil apresentava uma
enorme diversidade, variando de uma criança para outra. Desse
modo, o profissional, ao trabalhar com a criança com deficiência,
compreenderia que independentemente do defeito, essa criança se
desenvolveria como qualquer outra, porém, de um modo particular.
Em suas palavras,
[...] o estudo dinâmico da criança com defeito
não pode limitar-se a determinar o nível e a
gravidade da insuficiência, mas inclui
obrigatoriamente a consideração dos processos
compensatórios, ou seja, substitutivos,
sobrestruturados e niveladores, no
desenvolvimento e na conduta da criança. Assim
como para a medicina moderna o importante não
é a doença, mas o doente, para a defectologia o
objeto não constituí a insuficiência em si, mas a
criança acometida pela insuficiência. (VYGOTSKI,
1997, p. 14).

Quando a criança começa a entender os benefícios de todas as


técnicas aplicadas indiferente do grau de comprometimento a parte psicológica
sofre uma transformação que se conecta com todas as áreas a libertando para
se desenvolver, compreender, criar, participar, ocorrendo uma genuína
libertação de todos os paradigmas criados pela sociedade, o pedagogo dentro
deste cenário tem a responsabilidade e a oportunidade de participar de forma
ativa para que não seja apenas uma teoria mais uma realidade de
transformação e inserção daqueles que possuem outras maneiras de
comunicar-se com o meio. A maturação psicológica desenvolvida dentro da
escola de Zagorski beneficia e estimula as crianças e não somente o
desenvolvimento psicológico, mais o sistema biológico passa por mudanças de
adaptação criando esses caminhos antes não percorridos

Segundo Vygotsky, o homem possui natureza social, visto que nasce


em um ambiente carregado de valores culturais. ... A criança nasce apenas
com funções psicológicas elementares e, a partir do aprendizado da cultura,
estas funções transformam-se em funções psicológicas superiores
(VYGOTSKY, 1991).

Nosso papel como pedagogo é levar a essas crianças o prazer em


descobrir um mundo que para elas até o momento seria impossível,
direcionando, incentivando e indicando seus potenciais e assim, trazendo a
liberdade.

O relato de Natasha revela significativamente tal evolução:


Como meus professores eram capazes de enxergar e ouvir,
eles nem sempre eram capazes de compreender-me corretamente,
mas recordo, com gratidão, da paciência com que eles realizavam
seu trabalho

Referências:

BBC TV. As borboletas de Zagorski. (Documentário) Série Os


Transformadores. Direção: Ann Paul. Produção de Michael Dean. Narração:
Michael Dean. Roteiro: Michael Dean. Londres. 1992.

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