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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO


DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS
LABORATÓRIO DE QUÍMICA APLICADA À ENGENHARIA
DOCENTE: SANDERLIR SILVA DIAS

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
CORROSÃO II - CORROSÃO EM LATAS DE AÇO

Maria Francilene de Souza Silva


Maria Lucinara da Silva Paiva
José David de Araújo
Francisco Luan Barbosa

PAU DOS FERROS – RN


SETEMBRO DE 2023
1. OBJETIVOS
O experimento tem por objetivo ilustrar ou desenvolver alguns conceitos
básicos de corrosão: efeito do sal na velocidade de corrosão; uso de metais de
sacrifício; influência de um pequeno ânodo frente a uma grande superfície de
cátodo nas edificações e equipamentos.

2. INTRODUÇÃO
Atualmente a maioria das empresas dependem da utilização de materiais
metálicos, aproveitando as excelentes propriedades físicas e químicas dos
metais. Por outro lado, quase todas as ligas metálicas se deterioram pelo
ataque que sofrem do meio ambiente onde são utilizadas. Os problemas de
corrosão são frequentes e ocorrem nas mais variadas atividades (indústria
química, automotiva, naval, de construção civil, etc). A corrosão preocupa o
mundo, que gasta bilhões de dólares ao ano para repor as perdas causadas
por ela.
Corrosão pode ser definida como deterioração de um material, geralmente
metálico, por ação química ou eletroquímica, provocada pelo meio ambiente. O
ferro, por exemplo, é atacado por água e gás oxigênio do ar formando
ferrugem.
CORROSÃO DO AÇO
A corrosão do aço é um processo de deterioração muito comum, sobretudo em
materiais metálicos que entram em contato com o oxigênio ou água. Em
detrimento dessa exposição, o objeto confeccionado com o metal tende a
perder suas propriedades mecânicas.
Em embalagens metálicas para alimentos, o processo de corrosão geralmente
se dá através do fenômeno eletroquímico, característico da corrosão de metais
em contato com meios agressivos, onde se observa a formação de uma pilha
galvânica espontânea. Nesse processo observa-se a ocorrência de oxidação
anódica - com dissolução do material metálico se dissociando no meio aquoso,
bem como com a liberação de elétrons provenientes desse metal também para
𝑚+
o meio aquoso (𝑀𝑒 → 𝑀𝑒 + 𝑚𝑒). Simultaneamente, observa-se que também
ocorre nesse meio uma reação de redução catódica, na qual um elemento do
meio recebe elétrons doados do metal mais eletronegativo (anodo) para o
metal menos eletronegativo (catodo).
Em latas de aço, o sistema eletroquímico é formado entre os metais que
constituem a estrutura (ferro, estanho/cromo) e os constituintes dos alimentos.
Quando a corrosão ocorre de forma sub pelicular, observa-se o destacamento
do verniz sobre o substrato metálico, resultando numa aparência semelhante a
bolhas. Esse processo é iniciado em áreas onde há descontinuidade do verniz
sobre o metal, ou em regiões onde o contato do metal com o eletrólito é bem
pequeno, ocorrendo uma lenta dissolução do estanho sob o verniz. A
consequência desse processo é a perda de aderência do verniz, bem como o
surgimento de uma coloração escura na embalagem.

3. MATERIAIS E MÉTODOS
3.1. Material:
- 4 latas (leite em pó, creme de leite, etc.);
- Placa de zinco;
3.2. Reagente:
- Solução aquosa de cloreto de sódio (NaCl).

4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
Usamos 4 latas semelhantes e limpas. Enumeramos de 1 a 4. Fizemos um
risco no fundo das latas 2, 3 e 4, até que a camada de estanho seja removida.
Preparamos a solução aquosa de cloreto de sódio, aproximadamente 800ml
para um conjunto de latas pequenas. As latas foram usadas como indicado a
seguir:
1) Lata sem arranhão, com água até 2 ou 3 cm da boca.
2) Lata com arranhão, com água até 2 ou 3 cm da boca.
3) Lata com arranhão, com água salgada (solução aquosa de NaCl a 4,5%).
4) Lata com arranhão, com água salgada e colocada uma placa de zinco
próximo ao arranhão. Fizemos as devidas observações de 24 em 24 horas e
anotamos numa tabela.
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram utilizadas latas de Nescau no experimento, enumeradas de 1 até 4 e


então submetemos a meios diferentes e observadas a cada 24h durante 4 dias.
Na lata número 4 foi adicionada uma placa de zinco próxima ao arranhão.

Latas de aço enumeradas:

Coloração nas primeiras 24h do experimento. Dia 1:


1º lata: Foi adicionada somente água doce (água da torneira) até alcançar a
marca de 3 cm antes da borda superior. Foi observado que durante todo o
processo do experimento a lara número 1 foi a que menos sofreu com o
processo de corrosão.
Experimento 2º dia - Lata 1:

Como observado, a coloração da água não foi alterada e o interior da lata


continua sem mudanças aparentes.

Experimento 3º dia - Lata 1:

Foi observado que ocorreu uma leve mudança de coloração na água, isso se
deve ao fato de que apenas as bordas inferiores da lata foram expostas, já que
o ferro não estava exposto à água e sim o estanho, ele tende a ser reduzido,
protegendo o ferro.
Experimento 4º dia - Lata 1:

Como foi dito, a lata número 1 foi a que menos sofreu o processo de corrosão.

Experimento 2º dia - Lata 2:

Na lata 2 foi realizada uma ranhura para deixar o material da latinha


exposto à água. O arranhão na lata 2 removeu a camada protetora que
normalmente reveste as latas de aço, expondo o metal subjacente ao
ambiente. O ferro presente na lata entrou em contato direto com o ar e a água
presente na lata, criando um ambiente propício para a oxidação.
Experimento 3º dia - Lata 2

Após 24 horas, como o arranhão na lata 2 criou uma área exposta maior
de metal, a oxidação ocorreu de maneira mais acelerada nesta região. Isso
explicaria o porquê, no terceiro dia já é bem mais visível a formação de
ferrugem no arranhão do que no 2º dia.
Experimento 4º dia - Lata 2
Ao longo do experimento, a corrosão continuou a progredir, causando
danos adicionais à superfície metálica. A ferrugem se espalhou, enfraquecendo
ainda mais o metal e causando mudanças visíveis na aparência da lata.
Com isso, a 2ª lata é uma das que mais sofrem com o processo de
corrosão tendo em vista que a camada protetora do aço foi removida,
deixando-o assim exposto a água, que contém oxigênio.

Experimento 2º dia - Lata 3:

Na 3ª lata foi realizada uma ranhura para deixar o material da latinha


exposto à água salgada. O arranhão na lata 3 removeu a camada protetora que
normalmente reveste as latas de aço, expondo o metal subjacente ao
ambiente. O ferro presente na lata entrou em contato direto com o ar e a água
salgada presente na lata, gerando uma reação química, e essa reação faz com
que a ferrugem desgaste o aço de maneira mais rápida e no segundo dia, já é
notável a formação da ferrugem na lata 3.
Experimento 3º dia - Lata 3

Após 24 horas, como o arranhão na lata 3 criou uma área exposta maior
de metal, a oxidação ocorreu de maneira mais acelerada nesta região. É
notório que no 3º dia observamos que danos adicionais estão pela superfície
metálica e que substância que foi adicionada aparenta estar um pouco
amarelada. E em comparação com a lata 2, a lata 3 está mais propícia a sofrer
corrosão de maneira ainda mais acelerada que ela, pois a água salgada
contém íons que ajudam na aceleração da corrosão do material.
Experimento 4º dia - Lata 3
Ao longo do experimento, a corrosão continuou a progredir, causando
ainda mais danos à superfície metálica. A ferrugem se espalhou,
enfraquecendo ainda mais o metal e causando mudanças ainda mais visíveis
na aparência da lata.
Com isso, a terceira lata é uma das que mais sofrem com o processo de
corrosão tendo em vista que a camada protetora do aço foi removida,
deixando-o assim exposto a água salgada, que contém oxigênio.

Experimento 2º dia - Lata 4:

Na 4ª lata foi realizada uma ranhura para deixar o material da latinha


exposto à água salgada e uma placa de zinco. O arranhão na lata 4 removeu a
camada protetora que normalmente reveste as latas de aço, expondo o metal
subjacente ao ambiente. O ferro presente na lata entrou em contato direto com
o ar e a água salgada e a placa de zinco presente na lata, sabendo que a água
salgada consegue acelerar o processo de corrosão por conter íons, e que a
plaquinha de zinco irá fazer o inverso da água salgada em relação a lata de
aço, pois o zinco é usado como um sacrificador, ou seja, ele vai ajudar com que
o arranhão causado na lata de aço, seja diminuindo.
Experimento 3º dia - Lata 4

Após 48h com o arranhão exposto na lata 4, temos uma área de


exposição do metal, e percebemos que o processo aconteceu de maneira mais
lenta na plaquinha de zinco, e em relação ao arranhão no fundo da lata,
continua protegido pela plaquinha. Em comparação às outras latas que
sofreram o arranhão, podemos destacar que as latas 2 e 3 sofrem com a
ferrugem no local exposto, enquanto a lata 4 é protegida.
Experimento 4º dia - Lata 4
Ao longo do experimento, pode-se afirmar que a corrosão foi contida no
arranhão, causando danos apenas à placa de zinco, esse processo é
conhecido como proteção catódica, onde o zinco atuaria como um “ânodo” se
sacrificando para proteger o cátodo que nesse caso, é o aço.
Com isso, a 4ª lata é uma das que menos sofrem com o processo de
corrosão tendo em vista que a camada protetora do aço foi removida, mas
mesmo assim conseguiu ser protegida pela proteção catódica. A seguir será
mostrada a parte de cima e de baixo da placa de zinco, respectivamente.
Como comentado anteriormente, a placa de zinco funcionou como a
proteção do aço, desta maneira, a corrosão aconteceu sobre ela, ao invés do
aço.

6. CONCLUSÕES
Este experimento demonstrou claramente os princípios fundamentais da
corrosão e como fatores como a presença de sal, arranhões na superfície e o
uso de metais de sacrifício podem influenciar significativamente a taxa de
corrosão em materiais metálicos, como as latas de aço utilizadas neste estudo.
Foi observado que a exposição a uma solução salgada acelera
consideravelmente o processo de corrosão, enquanto arranhões na superfície
expõem o metal subjacente, tornando-o mais suscetível à deterioração. Além
disso, a introdução de um metal de sacrifício, como o zinco, mostrou-se eficaz
na redução da taxa de corrosão, protegendo o metal principal.
Este experimento demonstrou claramente os princípios fundamentais da
corrosão e como fatores como a presença de sal, arranhões na superfície e o
uso de metais de sacrifício podem influenciar significativamente a taxa de
corrosão em materiais metálicos, como as latas de aço utilizadas neste estudo.
Foi observado que a exposição a uma solução salgada acelera
consideravelmente o processo de corrosão, enquanto arranhões na superfície
expõem o metal subjacente, tornando-o mais suscetível à deterioração. Além
disso, a introdução de um metal de sacrifício, como o zinco, mostrou-se eficaz
na redução da taxa de corrosão, protegendo o metal principal.

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. GENTIL, Vicente, Corrosão, 4° Edição, Editora LTC, 2008.
2. COLOMBO, Análise de Contaminantes Ambientais, Depart. de
Química e Biologia, Universidade Tecnológica Federal do Paraná -
Campus Curitiba, 2008.
1. Quais latas sofreram corrosão? (colocar em ordem crescente de corrosão):

A lata número 1 sofreu uma leve corrosão, a lata número 2 foi uma das que
mais sofreu corrosão, ficando atrás apenas da lata número 3, já que o NaCl
acelera o processo de corrosão.

2. Quais fatores que provocaram maior corrosão numa lata do que em outra?
4. Por que o arranhão favoreceu o desenvolvimento da corrosão na lata n°2?
5. Por que a presença de cloreto de sódio (NaCl) aumentou a corrosão na lata
n°3?

-Respondendo às três questões:


Um dos fatores que influenciam a corrosão mais acelerada são os arranhões
feitos no fundo da lata, pois ao remover a fina camada de estanho, deixa o aço
mais exposto, ocorrendo a corrosão do mesmo com mais facilidade. Outro fator
que acelera a corrosão, é a água salgada, pois o sal presente na substância
contém uma ação despolarizante, favorecendo e acelerando o processo de
corrosão.

3. As latas utilizadas pela indústria de alimentos são revestidas por uma fina
camada de estanho. Consulte uma tabela de potenciais de redução ou de
reatividade de metais, e justifique este procedimento.

A camada de estanho nas latas de alimentos é aplicada para proteger o aço da


lata contra a corrosão. O estanho é um revestimento que evita a oxidação do
metal da lata e, assim, mantém a qualidade e a segurança dos alimentos. Isso
é justificado com base nas propriedades do estanho em relação ao aço, pois o
estanho é menos reativo do que muitos outros metais, o que o torna um
excelente revestimento para evitar a corrosão do metal.

6. Procure justificar o que ocorreu na lata n°4:

Na lata 4 o processo de corrosão não tem a mesma intensidade em


comparação com as outras latas, visto que esta tinha uma placa de zinco
presente no fundo, próxima ao arranhão e de acordo com a tabela de
potenciais de redução, é possível perceber que o zinco tem menor potencial
em comparação com o ferro e o estanho, desta forma tem maior tendência a
ser oxidado, portanto, quem se corrói neste caso é o zinco, formando Zn(OH)2,
de coloração branca.

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