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Qualidade de Vida
Qualidade de Vida
MESTRADO EM HEBIATRIA
CAMARAGIBE
2013
VIRGÍNIA MENEZES COUTINHO
CAMARAGIBE
2013
VIRGÍNIA MENEZES COUTINHO
Defesa em : ____09___/_________abril____________/_____2013___
_____________________________
BANCA EXAMINADORA:
______________________________
______________________________
A meu pai José Augusto Coutinho (in memorian), por ser meu maior exemplo de força,
persistência, otimismo e fé e que mesmo ausente fisicamente, se faz presente em todos os
momentos de minha vida, pois sempre vibrou com minhas conquistas e jamais mediu esforços
para tornar meus sonhos realidade;
À minha mãe Maria Vanete Menezes Coutinho, que mesmo distante sempre me incentivou
com seu amor incondicional, confiança e carinho e me ensinou a lutar por aquilo que sonho e
acredito;
Ao meu namorado Vicente Vieira, pelo seu carinho, amor, apoio constante e estímulo para
percorrer as etapas desta jornada. Pela tolerância e paciência inesgotável nos momentos de
maior ansiedade e inquietação, suportando da melhor forma possível minha ausência.
Aos meus irmãos Carlos Augusto e Vannessa Menezes, pelo carinho, torcida e apoio.
À minha orientadora Dr. Mônica Heimer, por me tomar como sua orientanda, dando a
oportunidade de estudar e vivenciar um tema novo e até então diferente de nossa vivência, por
ser um exemplo de dedicação e competência na docência e na pesquisa, pela compreensão e
escuta quando não me foi permitido trabalhar melhor, pela sua disponibilidade e palavras de
incentivo, tornando cada reunião um momento de troca e conhecimento mútuo, fazendo
dessas poucas horas sempre um momento de construção. Enfim, pelo que muito aprendi
nesses dois anos de convivência e que hoje é um exemplo que procurarei seguir;
Às Dras. Rosana Ximenez, Maria José Rodrigues e Cintia Katz que se disponibilizaram a
participarem da banca examinadora e que darão importantes contribuições para o
aprimoramento deste trabalho;
À todas as minhas amigas de Recife e de Natal, que abriram mão de momentos de convívio
quando o dever e o estudo me chamavam e sempre me deram força e incentivo à minha busca
pela concretização de mais uma etapa da minha vida, me ouvindo em momentos de angústia e
sempre se fazendo presentes na minha vida;
Ao acadêmico de enfermagem Michel Melo pelo engajamento na coleta de dados sempre com
responsabilidade e compromisso;
Às amigas do mestrado, Larissa Cunha e Daniela Salvador, pelos momentos de troca e apoio,
pela amizade construída durante essa trajetória e convivência sempre pautada na amizade e
união.
Aos adolescentes e seus responsáveis que nos receberam e permitiram que entrássemos em
suas vidas, fazendo-os recordar muitas vezes de sua condição e de seus conflitos.
Agradecemos a participação e paciência dos mesmos, pois sem esta contribuição este trabalho
não seria realizado;
À Deus, presente em todos os dias da minha vida me colocando sempre a frente dos
problemas difíceis, me tornando uma pessoa mais forte;
ABSTRACT
This dissertation is presented as a set of articles where the former two ones are a systematic
literature review of the research area and the latter two ones present the research results. Since
most health behaviours are formed in childhood and adolescence, this age group becomes an
important group from the point of view of health. Studies show that adolescents with
restrictions due to a chronic illness, such as heart disease, present several physical and
psychological problems. The use of Sense of Coherence (SOC), the core concept of
Antonovsky's salutogenic theory, in clinical practice will enable the identification of young
people who needs more attention in the planning of health actions. The first article of this
dissertation results presents the application of the SOC-13 questionnaire, validated by
Bonanato et al. in 2009, in a sample of adolescents’ students in order to test its
reproducibility. The findinds of this research shows that the instrument presented a
satisfactory reproducibility and reliability with Cronbach's alpha of 0.76 and weighted kappa
ranging from 0.61 to 1.00. The second article aims to evaluate the association between sense
of coherence and quality of life (QOL) in adolescents with heart diseases as well as the
association between SOC, QOL, and sociodemographic and clinical variables. A study was
conducted with 164 adolescents with congenital or valvular heart disease aged between 10
and 18 years old and enrolled in a Reference Center. The collected information contains
census data, type of heart disease, economic status identified by the Brazilian Criteria for
Economic Classification (ABEP), evaluation of the Sense of Coherence and also the Quality
of Life. Both SOC (50.09) and QOL (72.23) exhibited high average values. The social and
scholar dimensions of the QOL were, respectively, the highest and lowest scores. Through the
bivariate analysis, the SOC and QOL were associated with the dyspnea and tachycardia
symptoms (p<0.05). And through the Spearman Correlation, the SOC was positively
correlated with all QOL dimensions (p<0.001), having the highest correlation with the scholar
dimension and the smallest correlation with the physical and social dimensions. The linear
regression revealed that SOC has influenced the scholar and emotional dimensions, but it has
no influence in the physical dimension. This study points to the importance of the salutogenic
theory, as a new approach, in both research and health practices. The results confirm a
positive relationship with QOL and it also demonstrates that the SOC is a positive predictor of
the QOL. The SOC is, therefore, capable of support the activities of health promotion aimed
at the adolescent, besides being a protective factor for people who face a stressful situation,
like a chronic disease for instance.
2. REVISÃO DE LITERATURA.................................................................... 18
2.1.1. Resumo.................................................................................... 20
2.1.2. Abstract.................................................................................... 20
2.1.3. Introdução...................................................................................22
2.1.4. Métodos.................................................................................... 24
2.1.5. Resultados....................................................................................25
2.1.6. Discussão....................................................................................26
2.1.7. Conclusão....................................................................................33
2.1.8. Tabelas.................................................................................... 34
2.1.9. Referências....................................................................................
36
2.2.1. Resumo..................................................................................... 41
2.2.2. Abstract.................................................................................... 41
2.2.3. Resumen.................................................................................... 42
2.2.4. Introdução................................................................................. 43
2.2.5. Métodos..................................................................................... 44
2.2.6. Resultados.................................................................................. 45
2.2.7. Discussão................................................................................... 46
2.2.8. Conclusão.................................................................................. 51
2.2.9. Tabela........................................................................................ 53
2.2.10. Referências............................................................................. 54
3. PROPOSIÇÕES............................................................................................ 59
4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS.............................................. 61
5. RESULTADOS.............................................................................................. 70
5.1.1. Resumo............................................................................... 72
5.1.2. Abstract.............................................................................. 72
5.1.3. Introdução........................................................................... 74
5.1.4. Métodos............................................................................. 77
5.1.5. Resultados.......................................................................... 79
5.1.6. Discussão........................................................................... 80
5.1.7. Conclusão........................................................................... 83
5.1.8. Tabelas............................................................................... 84
5.1.9. Referências......................................................................... 86
5.2.1. Resumo..................................................................................... 92
5.2.2. Abstract..................................................................................... 92
5.2.3. Introdução.....................................................................................94
5.2.4. Métodos..................................................................................... 96
5.2.5. Resultados.....................................................................................99
5.2.6. Discussão.....................................................................................100
5.2.7. Conclusão.....................................................................................108
5.2.8. Tabelas..................................................................................... 110
5.2.9. Referências.....................................................................................
114
REFERÊNCIAS.................................................................................................. 125
APÊNDICES............................................................................................................. 129
Questionário Socio-demográfico e Clínico 130
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) 131
QV Qualidade de Vida
FR Febre Reumática
LISTA DE QUADROS
LISTA DE TABELAS
ARTIGO I
Tabela 01 Distribuição dos artigos quanto ao autor e ano, origem, faixa etária,
instrumento para avaliação da QV, delineamento do estudo e tipo de
cardiopatia.
ARTIGO III
ARTIGO IV
INTRODUÇÃO
15
1. INTRODUÇÃO1
1
'Texto elaborando segundo as normas da ABNT NBR 14724/2011
16
Revisão de Literatura
19
ARTIGO I
22
Artigo adequado segundo as normas da Revista Ciência e Saúde Coletiva (Anexo G). Aceito para publicação
(Anexo F).
20
RESUMO
adaptar a uma adversidade. Foram consultadas as bases Pubmed, Scielo, Lilacs e Medline,
com intervalo de 10 anos, nos idiomas inglês, português e espanhol, no formato de artigo
original e com resumos disponíveis. Após análise foram selecionados 21 artigos os quais
foram separados em categorias temáticas. Verificou-se que adolescentes com um baixo valor
os com SOC alto apresentaram melhor qualidade de vida. Diversos estudos mostraram que
higiene oral, uso consciente de medicamentos, não adesão ao tabagismo, menor consumo de
álcool e práticas de atividades físicas mais frequentes. Outros estudos apontam para o papel
protetor do SOC por reduzir o impacto causado por situações adversas, como uma doença ou
até guerra. Assim, investigar o SOC é importante por ser um recurso individual de
enfrentamento como também por servir de subsídio no planejamento de ações que visam à
promoção de saúde.
ABSTRACT
Authors conducted an integrative review whose aim was to investigate the role of the Sense of
Coherence (SOC) in adolescent health in different contexts, as well as the factors that
influence it. SOC is a construct used to evaluate the ability to cope and adapt to a situation of
adversity. The biomedical databases PubMed, Scielo, Lilacs, and Medline were consulted
with an interval of 10 years to search original articles in English, Portuguese and Spanish with
available abstracts. After a analysis there were selected 21 articles, which were separated into
21
thematic categories. It was observed that adolescents with a low SOC are more prone to
depression, anxiety and psychosomatic problems. On the other hand adolescents with high
SOC showed better quality of life. Several studies have shown that a strong SOC was
associated with different health behaviors, such as improved oral hygiene, conscious use of
activities more frequently. Other studies point to the protective role of SOC by reducing the
impact of adverse situations, such as illness or even war. Thus, to investigate the SOC is
important as an individual resource coping but will also benefit in planning actions for the
promotion of health.
INTRODUÇÃO
Antonovsky, o SOC apresenta-se como um atributo individual que protege o indivíduo contra
habilidade de lidar e exercer um impacto positivo na vida através dos recursos disponíveis.
Muitos estudos mostram que o SOC apresenta uma importante relação positiva com
um baixo nível de estresse e uma melhor capacidade para lidar com o mesmo. Tem-se
evidenciado que pessoas com um forte SOC apresentam uma boa percepção de sua saúde e
melhor qualidade de vida, como também apresentam menos fadiga, depressão, solidão e
O SOC é um conceito universal que pode ser encontrado no ser humano independente
da cultura, sexo, classe social e da religião a qual pertence. É considerado hoje na área da
saúde como uma nova abordagem para a avaliação de indivíduos em condições crônicas de
por volta dos 30 anos de idade. No entanto, alguns estudos têm indicado que SOC é estável a
partir de meados da adolescência e que durante esta fase ele pode contribuir para moderar as
esta faixa etária torna-se um grupo importante do ponto de vista da saúde. Assim, entender os
Segundo Moknes et al6, a transição para adolescência parece ser o ponto de partida
que o fraco desempenho e controle em diversas situações entre os jovens está associado com
importante por ele ser um recurso individual de enfrentamento de eventos estressantes da vida
diária e de promoção à saúde, como também para a criação de estratégias preventivas neste
grupo etário. Além disso, tem havido um interesse crescente em fatores que promovem e
Diante do exposto, este estudo tem como objetivo investigar o papel do SOC na saúde
tanto optou-se por realizar um estudo de revisão integrativa como estratégia de pesquisa para
adolescente.
MÉTODOS
foi: ”De que forma o Senso de Coerência influencia a vida dos adolescentes e como ele tem
sido estudado nesse grupo etário?”. Esta revisão foi construída mediante a análise de
pesquisas de impacto para a saúde. O estudo incluiu os artigos sobre a temática Senso de
(Lilacs), Scientific Electronic Library Online (Scielo) e na Medical Literature Analysis and
os artigos nos idiomas inglês, português e espanhol, com os resumos disponíveis nas bases de
dados supracitadas, no período de janeiro de 2002 a outubro de 2012, que abordassem o tema
estudos que se encontravam repetidos nas bases de dados, os estudos que se classificassem
como artigo de revisão de literatura e os que não se apresentavam em formato de artigo, como
Foi realizada também a revisão por pares como forma de assegurar mais rigor e
credibilidade na seleção dos artigos. A peer review, como também chamada, garante mais
RESULTADOS
As estratégias utilizadas para o levantamento dos artigos foram adaptadas para cada
uma das bases de dados, de acordo com suas especificidades de acesso. Na Pubmed foram
encontrados 251 artigos, no Lilacs foram encontrados 3, na Scielo 9 e na Medline 21. Após a
análise, 150 pesquisas foram excluídas por não contemplarem o tema, 67 por estarem fora da
faixa etária delimitada, 33 por não se encontrarem no período definido, 01 por se apresentar
em formato de tese e 21 por estarem repetidas nas bases de dados. Após refinamento, foram
selecionados 21 artigos.
Quanto à distribuição temporal, 9,56% dos estudos foram realizados em 2005; 4,76%
foram realizados em 2006 e 2007; 14,28% em 2008, 2009 e 2010 e 19,04% dos estudos foram
eventos estressantes. Os títulos dos artigos, separados por categorias, encontram-se dispostos
na tabela 1.
DISCUSSÃO
recentes, visto que a Salutogênese foi apresentada em 1979 por Aaron Antonovsky. Observa-
aspecto curativo8.
Embora a origem do autor da Teoria que gerou o SOC seja norte-americana, percebe-se que
sua distribuição neste continente foi baixa (9,52%). Tal fato pode ser justificado pelo fato de
que Antonovsky atuou como professor de sociologia em uma universidade de Israel durante
19 anos de sua vida, o que confere um quantitativo importante de estudos neste continente
É possível verificar que dentro dos critérios de inclusão estabelecidos não houve
presença de estudos realizados no Brasil evidenciando esta temática. O único estudo que foi
realizado no referido país foi o de Freire et al9 que abordava a relação de saúde bucal e SOC,
porém apresenta-se fora do período exigido nesta revisão. Isto aponta para a necessidade de
27
produção científica nesta área como mais um recurso para o planejamento de ações que visem
a promoção da saúde.
Foi identificado que a maioria dos estudos apresenta um desenho transversal (76,2%),
revelando apenas as associações entre as variáveis e não a sua relação causal. Dessa forma, as
conclusões sobre causa e efeito devem ser consideradas com cautela. Foi evidenciada, em um
número significativo de artigos selecionados, que esta é uma importante limitação dos
individual que se correlaciona com a saúde física e sintomas psicológicos vivenciados por
cada um1. Assim, um SOC instável dentro de um indivíduo pode resultar em incerteza e
tensão e piorar o seu estado de saúde. Por outro lado, a existência de problemas de saúde pode
criar uma maior variação no SOC e, como consequência, levar o indivíduo a apresentar
estar geral.
emoções negativas, como ansiedade e depressão, levanta a questão de que SOC é uma
expressão paralela à saúde mental. Ele reflete os recursos e capacidade que uma pessoa
apresenta para gerir uma tensão, refletir sobre os recursos internos e externos, identificar e
mobilizar recursos para promover o enfrentamento efetivo e encontrar soluções que apoiem a
promoção da saúde1.
Ao longo do tempo, os indivíduos com um SOC forte irão experimentar períodos mais
àqueles com SOC fraco 11. Essa afirmação corrobora com os achados de Moksnes et al6 e de
Henje-Bloom et al13 em que foi encontrada uma relação inversamente proporcional entre
depressão e ansiedade e valores de SOC. Tais resultados sugerem que a escala de SOC pode
Durante a última década, estudos em diversos países têm mostrado que a proporção de
entre 5-10% dos adolescentes possuem graves problemas que afetam suas vidas diárias14.
Simonsson et al11 em seu estudo abordando PSC e SOC comprovou que um baixo
SOC estava associado a uma maior prevalência de PSC, em que aqueles jovens com escores
baixo SOC e insatisfação com a vida e sentimentos como depressão. Nesta pesquisa um baixo
SOC representou uma baixa auto-estima. Moksnes et al15 também reforçam o papel positivo
29
do SOC no bem estar dos adolescentes através da associação positiva entre um forte SOC e
Existem vários fatores sociais e estruturais que contribuem para a percepção da saúde
Os resultados sugerem que o ambiente familiar, bem como o apoio social, têm um
Um dado comum nas pesquisas que se enquadram nesta categoria diz respeito ao
gênero. Escores totais de SOC são normalmente mais baixos para o gênero feminino do que o
Tal evidência ainda não é clara mas pode estar relacionada ao desenvolvimento puberal,
artigos que abordavam o SOC relacionado à cardiopatia congênita, saúde bucal, tabagismo,
revelou que os adolescentes cardiopatas apresentaram um maior SOC que aqueles sem a
patologia. Também foi apontado que os que foram hospitalizados mais vezes apresentaram
também um maior SOC do que aqueles com pouco número de hospitalizações em decorrência
da doença.
Apers et al20 e Neuner et al21 , em pesquisas cujo objetivo foi o de avaliar a associação
entre SOC e qualidade de vida em adolescentes com cardiopatia congênita, concluíram que
SOC tem uma associação positiva com bem-estar geral e qualidade de vida nestes
adolescentes.
esses adolescentes adquiriram habilidades de enfrentamento mais cedo do que o habitual, pois
têm mais tempo para desenvolvê-las e refiná-las até tornarem-se adultos. O SOC parece ser
Outro tema encontrado nesta categoria foi a relação entre o SOC e a escovação
dentária e a higiene oral nos adolescentes. Alguns estudos têm mostrado uma associação entre
em adolescentes Sul Africanos e Iranianos e concluíram que aqueles com maior SOC, como
também os que moram com as suas mães, além de realizarem com mais frequência visitas
Eriksson e Lindstron1, através de uma revisão sistemática sobre SOC e a relação com a
saúde, propuseram que o SOC seja um recurso de promoção da saúde, onde fatores
31
adolescentes com um maior SOC são mais capazes de compreender o benefício de boas
práticas de saúde como também um maior valor em prosseguir com esses hábitos 22.
altos de SOC em adolescentes podem predizer um risco significativamente menor de fumar 24.
Sendo assim, um maior SOC poderá estar associado a uma baixa adesão ao tabagismo. Da
mesma forma, Koushede e Holstein25 apresentam uma relação entre SOC e a utilização de
medicamentos para dores de cabeça entre adolescentes, em que quanto maior o SOC menor o
uso do medicamentos.
em adolescentes mostrou que um forte SOC estava associado significativamente com o leve
uso de álcool, à não adesão ao tabagismo, melhor atendimento de saúde bucal e melhor
competência social.
experiências passadas de educação física e atividades físicas de lazer podem contribuir para o
O SOC pode ser considerado como um recurso útil para adolescentes na sua adaptação
às necessidades específicas da idade. No entanto, isso significa que eles devem ser capazes de
com adolescentes que foram expostos a situações de guerra e violência política, o que
podemos definir como uma situação de estresse. Muitos destes jovens após um evento
adverso adquirem problemas de ordem psicológica que irão acompanhá-los pelo resto da vida,
entretanto, outros podem desenvolver uma maior capacidade de enfrentamento e lidar bem
com a situação28.
como objetivo explorar o efeito do SOC sobre a exposição a ataques de mísseis e sua relação
como resultados que um forte SOC estava relacionado a níveis mais baixos de estresse, apesar
cujo objetivo foi descrever o contexto social de um forte e fraco SOC de adolescentes que
moravam nas regiões afetadas pela guerra na Croácia de 1991. Os autores observaram que o
contexto familiar estável, aceitação da identidade étnica e o manejo das incertezas surgiram
como recursos que podem influenciar o SOC de forma positiva. Logo, estratégias de
promoção à saúde podem trabalhar com as habilidades pessoais de que os adolescentes fazem
Percebe-se que uma situação conflituosa de guerra atua como um'' laboratório'' natural
SOC influencia em como os indivíduos percebem o mundo e os eventos que acontecem com
eles, tendo assim implicações para as respostas individuais em várias situações adversas1.
CONCLUSÃO
populacional.
Colaboradores
Tabela 2-Apresentação dos artigos segundo autores, ano, país de origem, faixa etária, amostra, delineamento
do estudo.
REFERÊNCIAS
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Antonovsky em uma amostra de pacientes cardíacos brasileiros [tese]. Ribeirão Preto (SP):
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between sense of coherence and stress reactions: Israeli adolescents under missile attacks.
30- Ebina R, Yamazaki Y. Sense of coherence and coping in adolescents directly affected by
ARTIGO II
Quality of life and Adolescents with Heart Disease: An Integrative Review of Literature
3
Artigo adequado segundo as normas as normas da revista Cadernos de Saúde Pública (Anexo H).
41
RESUMO
O objetivo desta revisão foi investigar a qualidade de vida (QV) dos adolescentes com
doenças cardiacas, como também os fatores que a influenciam. Foram consultadas as bases
Pubmed, Scielo, Lilacs e Medline, no período de janeiro de 2006 a janeiro de 2013, nos
idiomas inglês, português e espanhol, no formato de artigo original. Após análise foram
selecionados 21 artigos. A limitação física foi umas das dimensões mais identificadas em
alterar a QV desses adolescentes por ocasionar a exclusão de atividades que requerem a
interação social. O desempenho escolar também pode ser comprometido em decorrência das
hospitalizações, consultas médicas e a fadiga ocasionada pela doença. Alguns estudos
apresentaram níveis mais elevados de depressão, solidão, estresse e baixa autoestima nos
adolescentes cardiopatas, comparado a um grupo saudável. O suporte social, o senso de
coerência e o nível de conhecimento a cerca da patologia mostraram ser um fator de proteção,
melhorando a QV. Assim, investigar a QV é importante por ser um recurso individual de
enfrentamento como também por servir de subsídio no planejamento de ações que visam à
promoção de saúde.
ABSTRACT
The goal of this review is to investigate the quality of life (QOL) of adolescents with heart
disease as well as the factors that influence it. The articles in original format belonging to the
Pubmed, Sciele, Lilacs and Medline databases were consulted from January 206 to January
2013 in the English, Portuguese and Spanish idioms. We have selected 21 articles after the
preliminary analysis. The physical limitation was one of the dimensions with most influence
in the QOL of these adolescents because it excludes the adolescents from activities that
demands social interaction. The adolescents’ school performance can also be compromised as
a result of hospitalizations, physician visits, and fatigue caused by the heart disease. Some
studies have reported higher levels of depression, loneliness, stress and low self-esteem in
adolescents with heart disease, compared to a healthy group. The higher levels of social
support, sense of coherence and knowledge about the disease shown to be a protective factor
improving QOL. Thus, the investigation of QOL as an individual resource for coping with
adverse situations is an important research area to help in planning actions aimed at health
promotion.
Keywords: Quality of Life, Adolescent, Heart Disease.
42
RESUMEN
El objetivo de esta revisión fue investigar la calidad de vida (QOL) de los adolescentes con
enfermedades del corazón, así como los factores que influyen en ella. Bases de datos Pubmed
fueron consultados, Scielo, Lilacs y Medline, desde enero 2006 hasta enero de 2013, en
Inglés, Portugués y Español en el formato del artículo original. Tras el análisis de 21 artículos
fueron seleccionados. La limitación física era uno de los más dimensiones identificadas en la
calidad de vida de estos adolescentes cambio haciendo que la exclusión de las actividades que
requieren la interacción social. El rendimiento escolar también puede verse comprometida
como consecuencia de las hospitalizaciones, visitas al médico, y la fatiga causada por la
enfermedad. Algunos estudios han informado de niveles más altos de depresión, la soledad, el
estrés y la baja autoestima en los adolescentes con enfermedades del corazón, en comparación
con un grupo sano. El apoyo social, el sentido de la coherencia y el nivel de conocimiento
sobre la enfermedad demostró ser un factor de protección, la mejora de la calidad de vida. Por
lo tanto, la investigación de la calidad de vida es importante como un recurso individual para
hacer frente, así como servir de ayuda para la planificación de acciones dirigidas a promover
la salud.
INTRODUÇÃO
Definir de maneira precisa o que vem a ser adolescência não tem sido uma tarefa fácil
para os inúmeros estudiosos interessados no assunto. No entanto, a determinação deste
período do desenvolvimento humano não deve estar circunscrita meramente ao critério de
idade cronológica, uma vez que envolve uma série de diversificadas transformações
biológicas, psicológicas, sociais e econômicas, as quais terão um forte impacto na definição
de comportamentos1.
complexidade, com aplicação e relevância para as pessoas, de todas as faixas etárias, de todas
as culturas, estatus socio-econômico ou localização geográfica 10 .
Diante do exposto, este estudo tem como objetivo investigar a qualidade de vida dos
adolescentes com doenças cardiacas, como também os fatores que a influenciam. Para tanto
optou-se por realizar um estudo de revisão integrativa como estratégia de pesquisa para
identificar as evidências existentes na literatura nacional e internacional a respeito deste tema.
Esta pesquisa fundamentará o planejamento das práticas de ações direcionadas à saúde do
adolescente.
METODOLOGIA
Foi realizada também a revisão por pares como forma de assegurar mais rigor e
credibilidade na seleção dos artigos. A peer review, como também chamada, garante mais
qualidade na avaliação das pesquisas.
RESULTADOS
Quanto à distribuição temporal, 4,76% dos estudos foram realizados em 2006; 4,76%
foram realizados em 2007; 14,28% em 2008; 9,52% em 2009; 9,52% em 2010; 9,52% em
2011; 38,09% em 2012 e 9,52% dos estudos foram realizados em 2013.
46
Quanto ao tipo de cardiopatia do grupo amostral dos estudos, observou-se que 71,42%
da amostra tinha doença cardiaca congênita; 14,28% de doença cardíaca adquirida; 14,28%
de tetralogia de Fallot; 4,76% de doença de Kawasaki; 4,76% de febre reumática e 4,76%
submeteram-se a um transplante cardíaco.
DISCUSSÃO
Foi identificado que a maioria dos estudos apresenta um desenho transversal revelando
apenas as associações entre as variáveis e não a sua relação causal. Dessa forma, as
conclusões sobre causa e efeito devem ser consideradas com cautela. Além disso, como a
adolescência é uma época de enormes mudanças e instabilidade, um desenho longitudinal
poderia melhorar a informação sobre as variáveis do estudo e identificar os momentos críticos
no que diz respeito à passagem da infância para a adolescência.
É possível verificar que dentro dos critérios de inclusão estabelecidos foi encontrado
apenas um estudo realizado no Brasil direcionado a esta temática, em contraste com os
continentes norte americano e europeu. Dentre as cardiopatias avaliadas nos estudos
selecionados, a doença cardíaca congênita (DCC) foi a mais prevalente, em contraste com a
Doença Cardíaca Adquirida (DCA) que obteve uma baixa investigação. Considerando o fato
de que as DCA, como a Febre Reumáica (FR), encontram-se mais associadas às condições
socioeconômicas e de moradia, este pode ser o fator determinante da baixa quantidade de
investigação dessas patologias em países de primeiro mundo observada nesta pesquisa.
Na presente revisão, pode-se constatar que a grande maioria dos estudos utilizaram
instrumentos genéricos, como o Medical Outcome Study Short Form (SF36), WHOQOL-
BREF e a Linear Analogue Scale (LAS). Estes apresentam a limitação de não ser específicos
para a faixa etária de adolescentes, como também apresentar sensibilidade diminuída para os
problemas específicos decorrentes da doença cardíaca, por não permitir uma distinção clara
entre os sintomas.
não ser facilmente visíveis para os observadores externos como os pais e profissionais de
saúde.
O desempenho escolar pode ser afetado pela doença cardíaca em decorrência das
hospitalizações, consultas médicas e a fadiga ocasionada pela patologia 23. Spijkerboer et al27
acrescenta ainda que alguns indivíduos com DCC apresentam dificuldades de compreensão
na aritmética, leitura, escrita e integração visual-motora. Segundo Landolt et al6, o by-pass
cardiopulmonar, muitas vezes inerente às cirurgias cardíacas, está associado a um baixo fluxo
sanguíneo que pode gerar lesão neurológica e consequentemente uma deficiência no
desenvolvimento neurocognitivo, ocasionando uma QV mais pobre neste domínio.
Por último, outro fator apontado nos estudos foi a baixa compreensão acerca da
doença por parte dos adolescentes13. Um bom conhecimento da cardiopatia pode ser
associado com menos ansiedade, complicações e um melhor funcionamento psicológico,
atuando desta forma na melhoria da QV, visto que desta forma são adotados comportamentos
32
saudáveis no manejo de sua patologia. Simon et al em seu estudo com adolescentes
transplantados cardíacos, reforçam a necessidade do diálogo entre os transplantados e os
profissionais de saúde sobre a medicação imunossupressora, efeitos colaterais e sobre os
possíveis planos para amenizar o impacto do transplante sobre o funcionamento físico e
psicológico destes pacientes.
CONCLUSÃO
Colaboradores
Tabela 1. Distribuição dos artigos quanto ao autor e ano, origem, faixa etária, instrumento para avaliação
da QV, delineamento do estudo e tipo de cardiopatia.
Autor, Ano Origem Faixa Instrumento Delineamento Cardiopatia
etária QV do estudo
22. Apers et al31 Bélgica 14-18 LAS Transversal DCC
(2013)
23. Wang et Austrália 12-20 PedsQL 4.0 Transversal DCC; DCA
al13(2013)
24. Rassart et al28 Belgica 15-20 LAS; Transversal DCC
(2012) PedsQL 4.0
25. Luyckx et al8 Bélgica 14-18 LAS Longitudinal DCC
(2012a)
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58
Proposição
60
3. PREPOSIÇÃO
Procedimentos
Metodológicos
62
4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Este estudo foi realizado no Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira
(IMIP). O IMIP é uma entidade de natureza pública, não estadual, sem fins lucrativos, que
atua nas áreas de assistência médico-social, ensino, pesquisa e extensão comunitária. É
considerado centro de referência para adolescentes cardiopatas e atende rotineiramente
adolescentes de todo o Estado e de Estados vizinhos, com demanda espontânea e referenciada.
É credenciado pelo Ministério da Saúde como Centro Nacional de referência para Programas
de Assistência Integral a Saúde da Mulher e da Criança e é certificado como Hospital de
Ensino, conjuntamente pelo Ministério da Saúde e da Educação.
Pacientes que apresentaram outro tipo de cardiopatia que não fossem a congênita ou
valvular, síndromes genéticas associadas, os portadores de transtornos mentais, os portadores
de comprometimento motor e/ou cognitivo que impossibilitassem a aplicação dos
instrumentos.
A coleta dos dados foi realizada pela pesquisadora e por bolsistas de iniciação
científica, previamente treinados, de segunda a sexta em horário de atendimento ambulatorial.
Inicialmente foi aplicado, em forma de entrevista, um questionário sociodemográfico e
através do prontuário do adolescente foram coletadas as informações sobre a doença cardíaca.
Em seguida foram utilizados, também em forma de entrevista, os seguintes instrumentos:
Instrumento para a avaliação do Senso de Coerência (SOC 13 adaptado por Bonanato et al.,
2009b); Instrumento para a avaliação da qualidade de vida (PedsQL InventoryTM 4.0), e o
Questionário de classificação Econômica do Brasil/2011 (ABEP).
O Questionário sociodemográfico era composto por dados como idade, gênero, cidade
de residência, escolaridade e renda familiar aproximada. A caracterização clínica dos
adolescentes foi obtida por meio do prontuário e da entrevista e continha dados quanto ao tipo
de cardiopatia e sintomas associados.
64
Além do questionário SOC original composto por 29 itens e a versão mais curta de 13
itens existe uma variedade de instrumentos alternativos. Uma explicação para a existência de
versões modificadas é que a versão do SOC-29 parece ser muito longa. Outro argumento para
a alteração do instrumento é a sua adequação à população a ser estudada. (ANTONOVISKY,
1993; ERIKSSON; LINDSTRÖM, 2005).
A versão original da escala (SOC-29) foi validada para a língua portuguesa por Dantas
(2007) em uma amostra de pacientes cardíacos, obtendo uma adequada consistência interna
(alfa de Cronbach de 0,79). A versão curta da escala original (SOC-13) foi validada por Freire
em 1999 e testada em uma amostra de adolescentes e adultos, apresentando um alfa de
Cronbach de 0,81 (FREIRE; SHEIHAM.; HARDY, 2001; DANTAS, 2007).
Com o objetivo de utilizar esta escala, foi realizada a sua aplicação em uma amostra de
adolescentes escolares onde foi obtida uma consistência interna de 0,74 e um Kappa
Ponderado que variou entre 0,61 e 1,00, demonstrando satisfatória confiabilidade e
reprodutibilidade.
3= frequentemente tem dificuldades com isso; 4=quase sempre tem dificuldades com isso).
Os itens foram pontuados inversamente e transpostos linearmente para uma escala de 0-100 (0
= 100, 1 = 75, 2 = 50, 3 = 25, 4 = 0), assim, quanto maior o escore, melhor a QV. Os escores
da escala foram computados como a soma dos itens dividida pelo numero de itens.
O questionário também foi desenvolvido em sua versão específica com abordagens
modulares para determinados tipos de doenças, tais como asma, artrite, câncer, entre outras.
Atualmente existem aproximadamente 31 versões modulares. A versão do PedsQL para
doenças cardíacas já encontra-se disponível porém não traduzida para o Brasil.
(KLATCHOIAN et al., 2008).
A escolha do PedsQL deveu-se às suas características, visto que utiliza os domínios
considerados essenciais para analisar a QV dos adolescentes, é de fácil aplicação e já foi
usado em doenças crônicas e em diversos países, demonstrando bom desempenho
psicométrico. No entanto, similar à escala de SOC e como a maioria dos instrumentos que
avaliam a QV, o PedsQL não tem pontos de corte determinados que categorizem a qualidade
de vida de um indivíduo, ou de uma população (OLIVEIRA, 2011).
Resultados
71
ARTIGO III
4
Artigo adequado segundo as normas da Revista Ciência e Saúde Coletiva (Anexo G).
72
RESUMO
ações direcionadas para esse grupo etário. Assim, o objetivo desta pesquisa foi realizar a
Coerência modificada por Bonanato et al16 em um grupo de adolescentes escolares, visto que
a mesma apenas foi validada para um grupo de mães. A amostra foi constituída por 168
Spearman para avaliar as correlações existentes entre cada questão da escala, como também
entre cada questão e o SOC total. A consistência interna foi 0,74, o Kappa variou entre 0,61 e
1,00 e com uma concordância entre respostas de 70,8 a 100%. O coeficiente de correlação de
Spearman para cada questão foi de 0,68 a 1,00 (p <0,000) e todos os itens se correlacionaram
com o escore total do SOC, com escore variando entre 0,28 a 0,77 (p <0,001). A média do
SOC entre os adolescentes foi 44,54. Os resultados indicam que a escala adaptada de
ABSTRACT
The evaluation of the SOC in adolescents can be considered as a useful resource in adapting
to the specific needs of this age and as a consequence in planning of actions directed to this
age group. Therefore this research goal is to apply and test the reproducibility, through
psychometric tests, of the Sense of Coherence Scale modified by Bonanato et a116 for a group
of adolescent students, since it has already been validated for a group of mothers. This
research sample consisted of 168 adolescents aged between 11 and 18 years of both sexes.
The reliability between the analyzed scales was assessed by the Cronbach's alpha, test-retest
73
through Weighted Kappa and Spearman correlation. The latter one was used to assess not
only the correlations between each issue of scale but also between each question and the
overall SOC. The internal consistency was 0.74 in the adapted scale of Bonanato et al16. The
kappa ranged from 0.61 to 1.00 and presented a correlation between answers from 70.8% to
100%. The Spearman’s correlation coefficient for each question was 0.68 to 1.00 (p <0.000)
and all items are correlated with the total score of the SOC, with scores ranging from 0.28 to
0.77 (p <0.001). Besides the average SOC was 44.54. The results indicate that the adapted
INTRODUÇÃO
de Salutogênese (saluto = saúde; gênese = origem) foi proposto em 1979 por Aaron
Antonovsky, um sociólogo de origem norte-americana, que buscou explicar por que algumas
dos fatores que impedem que a tensão se transforme em estresse. De acordo com essa teoria, o
(compreensão), ter a percepção de que os recursos estão disponíveis para que ele possa
satisfazer as demandas impostas por esses estímulos que o perturbam (manejo), e que essas
Compreensão, manejo e significado são os três componentes que formam o SOC e juntos
Os indivíduos com um forte SOC exibem um maior controle sobre a sua situação,
vida e bem-estar3,5 .
Estudos mostram que um forte SOC está associado com uma redução da mortalidade
associada a doença cardíaca e ao câncer 6, que o SOC apresenta correlação inversa com
75
O SOC é um conceito universal que pode ser encontrado no ser humano independente
da cultura, sexo, faixa etária, classe social e da religião a qual pertence, sendo atualmente
escrito em hebraico e inglês. Foi publicado pela primeira vez em 1983. Já foi traduzido e
validado em pelo menos 33 línguas diferentes e tem sido usado em 32 países 2. A escala
original, do tipo Likert, é composta por 29 questões com sete itens cada. O valor do SOC se
da pela soma dos itens e o intervalo possível para o total da medida varia de 29 a 203 no qual,
formuladas, incluindo uma versão mais curta com 13 questões (SOC-13), apresentada por
Além do questionário SOC original composto por 29 itens e da versão mais curta de
13 itens, existe uma variedade de instrumentos alternativos. Existem pelo menos 15 diferentes
modificadas encontra-se no fato da versão do SOC-29 ser muito longa. Outro argumento para
a modificação do questionário SOC é chegar a uma melhor coerência quanto à população que
se quer estudar3,11 .
76
Rivera et al13 em sua pesquisa de revisão sistemática de estudos que abordaram o SOC
A versão original da escala (SOC-29) foi validada para a língua portuguesa por
Dantas14 em uma amostra de pacientes cardíacos, obtendo uma adequada consistência interna
(alfa de Cronbach de 0,79). A versão curta da escala (SOC-13) foi validada por Freire em
Cronbach de 0,81.
Bonanato et al16 apresentaram uma nova versão para a escala de SOC-13 em que
intermediárias, em vez de números. Essa versão foi utilizada para um estudo de mães de
alfa de Cronbach de 0,80. A escala SOC-13 validada por Freire15, quando aplicada nesta
respostas extremas (1 ou 7), em contraste com a adaptada por Bonanato et al16 que apresentou
próprio Antonovisky em uma publicação em 1993 e como solução ele sugeriu a inserção de
possam atender as exigências referentes à cada faixa etária. A determinação dos níveis de
importância, tendo em vista que estes aspectos estão estreitamente associados à qualidade dos
dados levantados.
ações direcionadas para esse grupo etário. Assim, entender os mecanismos envolvidos nos
mesmos podem, ou não, desenvolver reações de estresse diante de algumas situações 17.
adolescentes.
METODOLOGIA
Este estudo foi realizado em uma amostra de 168 adolescentes, com idades entre 11 e
do mesmo. Para tanto, o universo de escolares matriculados nas 6ª, 7ª e 8ª séries do ensino
Para a coleta de dados foi utilizado o questionário de Bonanato et al16 para mensurar o
SOC, previamente validado no Brasil para língua portuguesa apenas para um grupo de mães.
primeira, realizou-se a aplicação da escala do SOC adaptada por Bonanato et al16 e com o
preenchimento do questionário.
escola. Para todas as fases de aplicação dos instrumentos os adolescentes foram abordados
durante o intervalo da aula. O questionário foi aplicado em forma de entrevista em uma sala
de aula, apenas com a presença das pesquisadoras e do aluno. Aqueles adolescentes que
Cronbach.
teste leva em consideração a discordância parcial, ao atribuir pesos diferentes aos graus
desvios da concordância simples. O Kappa simples por considerar apenas respostas exatas,
não avaliaria as diferenças na diversidade das respostas e a distância entre as concordâncias 19.
Para avaliarmos as correlações existentes entre cada questão da escala, como também
entre cada questão e o SOC total foram calculados os coeficientes de correlação de Spearman.
Package for the Social Science (SPSS) – versão 17.0, adotando-se uma margem de erro de
RESULTADOS
reteste foi encontrado um coeficiente Kappa Ponderado variando entre 0,61 e 1,00 e com uma
correlação de Spearman para cada questão foi de 0,68 a 1,00 (p <0,000) (Tabela 3). O teste
de Spearman também mostrou que todos os itens se correlacionaram com o escore total do
SOC, apresentando valores de entre 0,28 a 0,77 (p <0,001) (Tabela 4). A média do SOC entre
DISCUSSÃO
das respostas no teste e reteste. A consistência interna do instrumento foi satisfatória, com o
valor de Alfa de 0,74 (superior a 0,70), considerado assim apropriado para uso em população
brasileira de adolescentes.
destes estudos utilizando o SOC-29 variou de 0,70 a 0,95 e o SOC-13 variou de 0,70 a 0,92.
estudos utilizando o SOC-29 variou de 0.81 a 0,94, em relação ao SOC-13 variou de 0,55 a
0,87 e ainda no que diz respeito à versões modificados do SOC-13, o Alfa de Cronbach variou
entre 0,72 e 0,85. O resultado encontrado na presente pesquisa em relação a este aspecto
revela que o mesmo está de acordo com estudos internacionais. O fato de uma adequada
consistência interna (α > 0,70) ter sido obtida em uma considerável variedade de populações,
confiabilidade do instrumento.
A validação da escala original SOC-13 para o português, realizada por Freire15 foi
realizada em uma amostra formada de estudantes de classe média com um alto nível de
educação, em contraste com a do presente estudo, aplicada em uma amostra formada por
nível de escolaridade e educação de uma amostra pode ser um fator limitante na compreensão
de uma escala.
por Landis e Koch20. Tal resultado é superior ao encontrado por Eriksson e Lindstrom3 em
uma revisão sistemática com 458 pesquisas científicas publicadas entre 1992 e 2003, todas
internacionais, que mostraram uma correlação variando de 0,65 a 0,92 para o SOC-29 e 0,60 a
sua validação, que foi variou entre 0,28 a 0,76 com média de 0,49, o que exibe uma variação
considerável de uma pergunta para outra. Segundo Bonanato et al16, isso pode ser justificado
população de adultos com doença cardíaca, não utilizaram como medida de confiabilidade o
Kappa, o que torna difícil a comparação dos resultados deste estudo com outros similares em
nível nacional.
entre as questões no teste e o reteste, variando de 0,68 a 1,00, como também entre cada
questão e o SOC total, variando de 0,28 a 0,77, superior ao da validação de Bonanato et al16 ,
que apresentou uma correlação entre as questões variando entre 0.086 e 0.619 e entre cada
questões com o SOC total entre 0.27 a 0.61. Esse resultado aponta uma coerência entre as
82
questões e a escala como um todo, como também uma melhor compreensão por parte dos
O SOC médio entre os adolescentes desta pesquisa foi 44,54. O único estudo
publicado realizado no Brasil com adolescentes e que pode servir como comparação foi o
realizado por Freire et al21 quando estudou a associação entre o SOC e a saúde oral de
adolescentes, obtendo um SOC médio de 57,5. Contudo, o seu escore pode variar de 13 a 91,
visto que sua escala original apresenta uma escala tipo likert variando de 1 a 7 e a utilizada no
presente estudo varia de 1 a 5, tornando desta forma essa comparação menos fidedigna. Os
estudos que utilizaram a escala adaptada de Bonanato et al16 foram realizados em grupos de
Evidências mostram que o SOC tende a aumentar com a idade através de todo o ciclo
de vida e que quanto maior a faixa etária da amostra maior a pontuação do SOC. O modelo
teórico da construção do SOC postula que o mesmo é estabilizado até o final da idade adulta
jovem, depois sofre apenas algumas flutuações11. Alguns estudos têm indicado que o SOC é
estável a partir de meados da adolescência e que durante esta fase ele pode contribuir para
Mesmo a adolescência sendo considerada uma das fases mais importantes quanto aos
com a saúde e bem estar durante essa fase, ainda são poucos estudos que abordam o SOC
nesta fase da vida, em contraste com aquelas direcionadas aos adultos 25,26.
promovem o SOC, pouco se sabe sobre o processo de seu desenvolvimento, como também os
pesquisas que abordem o SOC inserido no contexto da adolescência, e para tal, a existência de
instrumentos direcionados para esta faixa etária visando melhorar a qualidade dos
resultados13.
Coerência de uma forma mais ampla, como também direcionada ao adolescente dificulta
disseminação do conhecimento sobre o tema se poderá chegar a uma escala mais estável e
CONCLUSÕES
A partir dos resultados encontrados no presente estudo, pode-se inferir que a escala
Colaboradores
análise, na interpretação dos dados e na redação. MMD Cruz trabalhou na coleta, metodologia
Concordância Intervalo de
Questões de respostas Kappa P. Confiança (95%)
(%)
Aquilo que você faz diariamente (Q1) 79,2 0,81 0,67 a 0,95
Até hoje a sua vida tem sido (Q2) 100,0 1,00 1,00 a 1,00
Você tem interesse pelo que passa ao seu redor? (Q3) 87,5 0,85 0,67 a 1,00
Você acha que você é tratado (a) com injustiça? (Q4) 79,2 0,77 0,57 a 0,97
Você tem idéias e sentimentos confusos? (Q5) 92,0 0,89 0,74 a 1,00
Você acha que as coisas que você faz na sua vida têm pouco sentido? (Q6) 83,3 0,82 0,66 a 0,98
Já lhe aconteceu ter ficado desapontado(a) com pessoas em quem você 87,5 0,85 0,69 a 1,00
confiava? (Q7)
Você tem sentimentos que gostaria de não ter? (Q8) 87,5 0,80 0,11 a 1,00
Você tem dúvida se pode controlar seus sentimentos? (Q9) 87,5 0,80 0,59 a 1,00
Já lhe aconteceu de ficar surpreendido(a) com o comportamento de pessoas 958 0,96 0,88 a 1,00
que você achava que conhecia bem? (Q10)
Em algumas situações, as pessoas sentem-se fracassadas. Você já se sentiu 100,0 1,00 1,00 a 1,00
fracassado(a)? (Q11)
Você sente que está numa situação pouco comum, e sem saber o que fazer? 70,8 0,61 0,33 a 0,89
(Q12)
Às vezes acontecem coisas na vida da gente que depois achamos que não 83,3 0,76 0,55 a 0,98
demos a devida importância. Quando alguma coisa acontece na sua vida,
você acaba achando que a importância (Q13)
85
Tabela 3-Média, desvio padrão do SOC e Correlação de Spearman em relação à cada questão escala do
SOC
Tabela 4- Correlações de Spearman entre SOC com as respectivas questões que o compõem
SOC P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 P11 P12 P13
SOC X
P1 0,68* X
P2 0,77* 0,75* x
P10 0,56* -0,20 -0,42* -0,41* 0,17 -0,09 0,24 0,75* 0,37 0,06 x
P11 0,32 -0,14 -0,00 0,09 0,06 0,38 0,31 0,14 0,09 0,37 -0,04 x
P12 0,28 0,19 0,02 0,12 0,05 0,48* 0,23 0,09 -0,03 0,47* 0,17 0,52* x
P13 0,58* 0,49* 0,67* 0,27 -0,54* 0,17 -0,43* -0,30 -0,53* -0,28 -0,34 0,04 0,19 X
86
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ARTIGO IV
5
Artigo adequado segundo as normas da Revista Ciência e Saúde Coletiva (Anexo G).
92
RESUMO
Este estudo teve como objetivo avaliar a associação entre Senso de Coerência (SOC) e
exploratório e censitário com 164 adolescentes com cardiopatia congênita ou valvular, entre
Tanto o SOC (50,09) como a QV (72,73) apresentaram valores elevados quando consideradas
menor escore. Por meio da análise bivariada, o SOC e a QV foram associados a sintomas
escolar e menor a física e social. O modelo de regressão linear revelou que o SOC influenciou
estudo revelou que o SOC representa um fator de proteção na vida desses adolescentes
ABSTRACT
This research goal is to evaluate the association between Sense of Coherence (SOC) and
Quality of Life (QOL) in adolescents with heart disease. We conducted an exploratory cross-
sectional study with 164 adolescents with congenital or valvular heart disease, aged between
10 and 18 years, treated in a Referral Center located in the city of Recife - Brazil. The
collected information contains census data, type of heart disease, economic status identified
93
by the Brazilian Criteria for Economic Classification (ABEP), evaluation of the Sense of
Coherence and also the Quality of Life. Both SOC (50.09) and QOL (72.23) exhibited high
average values. The social and scholar dimensions of the QOL were, respectively, the highest
and lowest scores. Through the bivariate analysis, the SOC and QOL were associated with the
dyspnea and tachycardia symptoms (p<0.05). And through the Spearman Correlation, the
SOC was positively correlated with all QOL dimensions (p<0.001), having the highest
correlation with the scholar dimension and the smallest correlation with the physical and
social dimensions. The linear regression revealed that SOC has influenced the scholar and
emotional dimensions, but it has no influence in the physical dimension. This study
demonstrates that SOC is a protective factor in the life of the adolescent. It helps on the
improvement of perception of QOL and also on successfully dealing with daily adversities
INTRODUÇÃO
7% a 10% da população juvenil possui uma doença crônica importante, como por exemplo,
negativas por ocorrer em momentos da vida em que os indivíduos convivem com fatores
estressantes próprios da faixa etária e ao mesmo tempo, por lidar com aqueles efeitos
Senso de Coerência (SOC), que se apresenta como um atributo individual que protege o
orientação global, um modo de olhar o mundo e de lidar com os estressores presentes na vida
cotidiana5.
1979, considerada na área da saúde como uma nova abordagem para a avaliação de indivíduos
condição humana e quanto maior o SOC, melhor os indivíduos lidam com esses agentes,
95
apresentam uma boa percepção de sua saúde e melhor QV, como também mostram menos
fadiga, depressão, solidão e ansiedade comparado àquelas com um fraco SOC 7,8.
lo) e significância (significado que se dá a esse evento) e a escala que o investiga foi
publicada pela primeira vez em 1983 e formulada para ser aplicada em várias culturas,
Alguns estudos como o de Nio 10, Neuner et al11, Apers et al12 e Luyckx et al13
população significou um maior apoio social, melhor bem-estar psicológico e melhora na auto-
estima e QV.
cada ser humano. No contexto da saúde, é considerado um conceito bem mais abrangente,
Quality of Life Group (WHOQOL)15 definiu QV como “uma percepção individual da posição
do indivíduo na vida, no contexto de sua cultura e sistema de valores nos quais ele está
conceito de grande alcance influenciado de forma complexa pela saúde física, estado
faixa etária torna-se importante no ponto de vista da saúde. Assim, estudar o SOC do
adolescente cardiopata possibilitará uma melhor compreensão de como ele reage à doença e
situação.
Diante do exposto, este estudo foi realizado com o objetivo de avaliar a associação entre
Senso de Coerência e Qualidade de Vida em adolescentes com doenças cardíacas, bem como
METODOLOGIA
selecionados de acordo com os seguintes critérios: ter entre 10 a 18 anos de idade e apresentar
cardiopatia congênita e/ou valvular, segundo diagnóstico médico obtido pelo prontuário do
paciente. A escolha destas patologias se deu por serem as mais prevalentes dentre as doenças
pacientes que apresentaram outro tipo de cardiopatia que não fossem a congênita ou valvular,
ambulatorial, por meio de entrevistas individuais e consulta aos prontuários dos participantes.
Foi composta por dados sociodemográficos (idade, cidade de residência, situação marital,
associados que foram obtidos por meio do prontuário e da entrevista; o SOC, obtido pela
versão curta, adaptada e validada por Bonanato et al17; a avaliação da QV, através do
respostas extremas. Sendo assim, optou-se pela versão adaptada de Bonanato et al17 que
maior capacidade de compreensão quanto as suas questões. No entanto, como esta versão
havia sido validada e adaptada para mães de pré-escolares, realizou-se um estudo com uma
significado), mas segundo Eriksson e Lindström18, sua análise correta não permite separá-los.
Os escores são somados para obter um valor absoluto correspondente ao SOC, podendo variar
de 13 a 65 pontos.
98
presente estudo foram utilizados apenas os questionários direcionados para as faixas etárias de
psicossocial é composta pela soma das dimensões emocional, social e escolar. Cada item
contem cinco opções de respostas numa escala Likert, cujos valores são operacionalizados
posteriormente numa escala de 0-100, onde a pontuação maior representa o melhor estado 19,20
família.
Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 17.0. As variáveis contínuas são
por domínio deste entre a amostra e suas variáveis de interesse, utilizou-se o teste t de
Student, Mann Whitney, f(ANOVA) e o Teste Kruskal Wallis, para amostras independentes.
QV e o SOC. Para verificar o grau de influência do escore do SOC em relação aos domínios
Integrada Professor Fernando Figueira (IMIP), sob protocolo n0 2830-12. Foram seguidos
RESULTADOS
No que diz respeito aos dados sociodemográficos, destaca-se que dos 164 adolescentes
(29,9%) nas faixas entre 10 a 11, 83(50,6%) pertenciam ao sexo masculino e 81(49,4%) ao
incompleto. Em relação à renda mensal familiar em salários mínimos, 130 (79,3%) famílias
(11,0%) e coactação de Aorta (1,2%). Dos sintomas mais presentes nos adolescentes destaca-
se a dispneia (51,2%), taquicardia (50,0%) seguida da dor precordial (24,4%). Vale ressaltar
A Tabela 1 apresenta o escore total do SOC e da QV, bem como para cada domínio
deste. Nesta tabela também foi apresentado a consistência interna dos instrumentos SOC e
QV, avaliada pelo Alfa de Cronbach, com valores de 0,76 e 0,91, respectivamente,
No que diz respeito às associações entre SOC e as variáveis de interesse, foi observada
uma diferença significativa (p<0,05) apenas quando o mesmo foi relacionado a sintomas
Essas duas últimas associaram-se com todas as dimensões da QV, com exceção da emocional
(Tabela 3). Os sintomas referidos pelos adolescentes como dispneia, taquicardia e taquipneia
estão associados de forma negativa com a QV dos mesmos, visto que os que possuem esses
Pode-se inferir a partir destes resultados que todas as dimensões apresentam correlação
0,02) (Tabela 05). Não foi possível inserir a dimensão psicossocial no modelo uma vez que a
DISCUSSÃO
uso em adolescentes brasileiros ainda é recente. O único estudo que abordou esta temática foi
realizado por Freire et al22 abordando a saúde oral e sua associação com o SOC em
adolescentes. Assim, não foi possível comparar os resultados obtidos no presente estudo, com
al11 utilizaram o instrumento na língua alemã, o SOC-L9 com 9 questões numa escala Likert
de 1 a 7, apresentando uma média de 48.9 com intervalo possível de 9 a 63. Appers et al23,
utilizando uma versão curta e adaptada do SOC-13, cujo SOC foi medido numa escala tipo
Considerando essas médias e os intervalos referidos, pode-se considerar que esta amostra
cardíaca foi mais elevado que no grupo dos saudáveis10,11,12,13,23,24 . Crescer com uma doença
significativa (p = 0,338). Porém pode-se observar que o SOC das meninas foi ligeiramente
geral, as adolescentes experimentam níveis mais elevados de estresse interpessoal e são mais
sensíveis que os rapazes, tendendo a expor mais respostas emocionais negativas como
adolescentes, também encontraram um SOC superior entre meninos. Outro argumento que
escolaridade dos participantes e a classificação econômica segundo a ABEP. Também não foi
observado associação entre renda e SOC, no entanto, pesquisas apontam que níveis
socioeconômicos mais altos estão associados com um melhor SOC. Bernabé et al25 e Freire et
dispneia e taquicardia, foram associados de forma significativa ao SOC (p<0,05), uma vez
consideração que o SOC nesta população apresentou-se elevado, sugere-se que ele atua como
fator de proteção nestes adolescentes, onde mesmo o SOC sendo influenciado por esses
sintomas, as restrições decorrentes da doença parecem não interferir com a habilidade dos
Reumática (FR).
103
crianças e adultos jovens nos países em desenvolvimento, cuja sequela mais relevante é a
baixas, o que corrobora com a população aqui estudada, e também está relacionada às
maior frequência pacientes na faixa etária de cinco a quinze anos. Dados obtidos do
incidência da FR é de 0,3 a 3,0% da população suscetível, e um terço destes casos evolui com
lesões crônicas das valvas cardíacas, correspondendo a aproximadamente seis mil novos casos
cardiopatas quando comparada a população geral, que pode ser, em parte, devido as
da doença31,32,33,34,35.
quando comparado a um grupo saudável 11,12, 24, 23, 36,37,38 . Tais resultados podem refletir na
adaptação à situação por parte destes jovens, reforçando a hipótese de que a QV desta
população não é proprorcional à gravidade da doença. Teixeira et al39 ainda adiciona a esse
resultado o fato de que estes indivíduos requerem uma quantidade significativa de cuidados
104
adicionais que pode estar promovendo um ambiente protetor e coeso, o que reduziria o
No presente estudo, o escore médio da QV foi similar ao encontrado por Apers et al23 ,
mesma forma que o instrumento que avalia o SOC, o PedsQL também não possui pontos de
consideração que seus escores vão de 0 a 100, pode-se inferir que a QV dos adolescentes
menor escore. Devido à períodos de internação, com idas e vindas aos médicos para
reavaliações, bem como as dores de possíveis recidivas e a própria fadiga ocasionada pela
Estudo realizado em São Paulo com 100 pacientes portadores de FR com idades de até
18 anos, revelou que 84 pacientes perderam, desde o início da doença, 1.812 dias de aulas na
realização de exames 40. Logo, o prejuízo no âmbito escolar leva a perdas individuas e sociais,
Alguns autores32,33,41 discordam dos achados quando revelam em seus estudos que os
QV. Porém, não se considera um resultado tão divergente, visto que essa dimensão foi a
105
segunda mais comprometida na presente pesquisa e que abrange a dimensão escolar em sua
composição.
Corroborando com o estudo de Apers et al12 e Landol et al33, as meninas desta pesquisa
no SOC, em que as adolescentes tendem a apresentar níveis de estresse mais elevado e menos
A idade mais avançada entre os adolescentes foi associada a um maior escore de QV,
invasivo de doença cardíaca congênita. Uma possível justificativa para este resultado
encontra-se no fato dos mais velhos apresentarem mais capacidade para lidar ou ajustar as
No que diz respeito ao tipo de cardiopatia e QV, os presentes achados corroboram com
vários estudos que revelaram não haver relação desta variável com a QV 11, 32,24, 33,42 .
proporcionar sequelas limitantes tanto físicas quanto psicológicas e sociais. Estas sequelas
podem restringir a realização de afazeres diários, bem como o convívio social destes
adolescentes acometidos pela doença, por não poderem participar de algumas das atividades
físicas realizadas por seus colegas de mesma faixa etária. Diante desta situação de limitação, o
ser vitimado pela doença, além do aspecto físico, vivencia um conflito psicológico, emocional
(p<0,001) entre SOC e todas as dimensões de QV, o que torna esses adolescentes mais
resistentes e capazes de buscar uma solução para lidar com a sua condição. Assim, o SOC
publicações, cujo objetivo foi o de avaliar a relação entre SOC e QV de amostras diversas,
tais como pacientes com HIV, câncer, doenças cardíacas e respiratórias, entre outras,
verificou que quanto mais forte o SOC, melhor a QV. A magnitude da correlação foi grande
(r> 0,50) em todos os estudos com instrumentos específicos para a medição, e um pouco mais
fraca em estudos utilizando instrumentos genéricos. Assim, o presente estudo, apesar de ter
utilizado um instrumento genérico, apresentou uma boa correlação que variou entre 0,48 e
<0,001), observou-se que a dimensão física apresentou uma baixa correlação, o que corrobora
com o estudo de Muller et al38 . Esse achado pode ser confirmado com o fato dos sintomas
comprometeram tanto o bem estar físico do adolescente, como sua capacidade de adaptação à
esta situação.
potenciais fatores de confusão, o teste de regressão linear múltipla revelou que o SOC não
encontrados por Erikssom e Linsdstrom5 e Muller et al38 sobre a associação entre SOC e
saúde, revelando uma influência mais forte do SOC na saúde mental do que na saúde física,
concluindo que o SOC parece ser uma ferramenta para promoção da saúde e de
Quando avaliado pelo modelo de regressão linear observou-se que o SOC apresentou
um papel central na vida cotidiana e considerando que a dimensão escolar foi a que obteve
menor escore quanto a percepção da QV na análise bivariada, o SOC pode ser considerado
um recurso potencial a ser trabalhado nesta população com o objetivo de capacitar o indivíduo
rendimento escolar por motivo de doença. As restrições funcionais que estes pacientes
algum esforço físico, gerando uma falta de aceitação e até exclusão social, influenciando
rejeição e isolamento social. Diante do exposto, pode-se afirmar que dimensão social também
é comprometida43.
percepção da QV, como também em qual âmbito o SOC exerce maior influência, não se pode
multidimensional interligado entre si, logo requer uma avaliação global e integral.
108
em que esta considera que quanto maior a capacidade de lidar com as dificuldades da vida,
mais favoráveis serão as consequências em termos de saúde, mais forte o senso de coerência e
melhor a qualidade de vida do indivíduo5. Alguns estudos relatam que um alto SOC é um dos
fatores responsáveis por uma boa QV em pacientes cardiopatas, mesmo diante de todas as
limitações por eles apresentadas23, 38. Assim, a melhoria do SOC por meio de intervenções e
CONCLUSÃO
Pode-se concluir que este estudo corrobora com descobertas anteriores de que o SOC
dos adolescentes cardiopatas foi encontrando como um preditor de qualidade de vida, sendo
Limitações
relações do tipo causa e efeito entre a medida de Senso de Coerência e as variáveis aqui
dessas relações. As sequências temporais identificadas nos estudos longitudinais podem guiar
Ressalta-se ainda o pequeno tamanho da amostra, justificado pela baixa demanda desta
população no Centro de Referência pesquisado, que pode ter influenciado na baixa associação
do SOC com as demais variáveis da pesquisa. Entretanto, os achados do presente estudo são
Colaboradores
Estatísticas
Instrumentos Média ± DP Mediana Mínimo Máximo Alfa de Cronbach
Senso de coerência 50,09 ± 6,24 50,00 35 62 0,76
Dimensões da QV 0,91
Físico 73,13 ± 18,33 75,00 34,38 100,00
Emocional 74,88 ± 17,64 75,00 35,00 100,00
Social 78,57 ± 19,31 80,00 15,00 100,00
Escolar 64,09 ± 16,24 62,50 25,00 100,00
Psicossocial 72,51 ± 14,69 75,00 36,67 98,33
Escore total 72,73 ± 14,96 73,91 36,96 98,91
Tabela 5 – Correlação e poder de impacto entre o Senso de Coerência e os domínios da Qualidade de Vida
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Considerações Finais
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APÊNDICES
130
DADOS DO ADOLESCENTE
Endereço: ___________________________________________________
Telefones: __________________
Grau de Instrução
( ) Analfabeto
( ) Fundamental incompleto
( ) Fundamental completo
( ) Médio incompleto
( ) Médio incompleto
( ) 3º Grau incompleto
Tempo de tratamento:__________________________________________________
Sinais e Sintomas:____________________________________________________
131
Responsável
Pesquisadores responsáveis: Prof. Mônica Heimer CRO-PE 4765-PE e Mestranda: Virgínia Menezes Coutinho
COREN-PE 157629
Endereço: Rua Amapá N 77 Apt.206, Recife- PE, CEP 52050-390; Telefone (81) 99588258; Email:
vi.menezes@hotmail.com.
Eu____________________________________________________________________, RG
___________________, responsável legal de ________________________________ dou o
consentimento para o menor participar da pesquisa intitulada: “Senso de Coerência e
Qualidade de Vida em adolescentes com doenças cardíacas”, que tem como objetivo avaliar a
relação entre Senso de Coerência e Qualidade de Vida em adolescentes de 10 a 18 anos de
idade, com doenças cardíacas atendidos no ambulatório do IMIP. Trata-se de uma pesquisa
do curso de Mestrado em Hebiatria da Faculdade de Odontologia de Pernambuco (UPE/FOP).
Declaro que tenho pleno conhecimento dos direitos e das condições que me foram garantidas,
assim como dos riscos e benefícios relacionados abaixo:
1. O pesquisado ou responsável tem garantido o poder de perguntar a qualquer momento
da pesquisa sobre qualquer dúvida e tem garantia de receber resposta ou
esclarecimento a respeito dos procedimentos, riscos, benefícios e outras situações
relacionadas a pesquisa.
2. Existe total liberdade para retirar o consetimento e não permitir a participação no
estudo em qualquer momento, sem gerar qualquer problema.
3. O pesquisado ou responsável não será identificado em nenhum momento da pesquisa;
todas as informações pessoais serão mantidas em sigilo.
4. Todas as despesas para o desenvolvimento da pesquisa são de responsabilidade
apenas da pesquisadora.
RISCOS: Os riscos estão ligados a algum tipo de constrangimento que o pesquisado possa ter
para responder ao questionário. BENEFÍCIOS: Após conclusão da pesquisa, os pesquisados
receberão material impresso informativo. Tendo ouvido todos os esclarecimentos acima,
declaro que concordo inteiramente com todas as condições e autorizo a análise dos dados
coletados e sua publicação, em qualquer meio de divulgação.
_______________________________ __________________________
Nome da Pesquisadora Assinatura
________________________________ __________________________
Adolescente
Pesquisadores responsáveis: Prof. Mônica Heimer CRO-PE 4765-PE e Mestranda: Virgínia Menezes Coutinho
COREN-PE 157629
Endereço: Rua Amapá N 77 Apt.206, Recife- PE, CEP 52050-390; Telefone (81) 99588258; Email:
vi.menezes@hotmail.com.
Eu_________________________________________________________________________
______, RG ___________________, aceito participar da pesquisa intitulada: “Senso de
Coerência e Qualidade de Vida em adolescentes com doenças cardíacas”, que tem como
objetivo avaliar a relação entre Senso de Coerência e Qualidade de Vida em adolescentes de
10 a 18anos de idade, com doenças cardíacas atendidos no ambulatório do IMIP. Trata-se de
uma pesquisa do curso de Mestrado em Hebiatria da Faculdade de Odontologia de
Pernambuco (UPE/FOP). Declaro que tenho pleno conhecimento dos direitos e das condições
que me foram garantidas, assim como dos riscos e benefícios relacionados abaixo:
5. O pesquisado tem garantido o poder de perguntar a qualquer momento da pesquisa
sobre qualquer dúvida e tem garantia de receber resposta ou esclarecimento a respeito
dos procedimentos, riscos, benefícios e outras situações relacionadas a pesquisa.
6. Existe total liberdade para retirar o consetimento e não permitir a participação no
estudo em qualquer momento, sem gerar qualquer problema.
7. O pesquisado não será identificado em nenhum momento da pesquisa; todas as
informações pessoais serão mantidas em sigilo.
8. Todas as despesas para o desenvolvimento da pesquisa são de responsabilidade
apenas da pesquisadora.
RISCOS: Os riscos estão ligados a algum tipo de constrangimento que o pesquisado possa ter
para responder ao questionário. BENEFÍCIOS: Após conclusão da pesquisa, os pesquisados
receberão material impresso informativo. Tendo ouvido todos os esclarecimentos acima,
declaro que concordo inteiramente com todas as condições e autorizo a análise dos dados
coletados e sua publicação, em qualquer meio de divulgação.
_______________________________ ___________________________
ANEXOS
134
Nome:
Idade: Sexo: □ Feminino □ Masculino
As perguntas a seguir são muito importantes, pois falam de você, suas idéias e sentimentos, o
que é muito importante neste estudo. Aqui estão 13 perguntas sobre vários aspectos da sua
vida. Cada pergunta tem cinco respostas possíveis. Marque com um X a opção que melhor
expresse a sua maneira de pensar e sentir em relação ao que está sendo falado. Dê apenas uma
única resposta em cada pergunta, por favor.
Um enorme Um Nem Um Um
sofrimento e sofrimento e aborrecimento prazer e enorme
aborrecimento aborrecimento nem satisfação satisfação prazer e
satisfação
01 Aquilo que
você faz
diariamente
é:
Sem nenhum Com poucos Com alguns Com Repleta
objetivo objetivos objetivos muitos de
objetivos objetivos
02 Até hoje a
sua vida
tem sido:
PedsQL™
Questionário pediátrico
sobre qualidade de vida
Versão 4.0 – Português (Brasil)
INSTRUÇÕES
A próxima página contém uma lista de coisas com as quais você pode ter
dificuldade.
Por favor, conte-nos se você tem tido dificuldade com cada uma dessas
coisas durante o ÚLTIMO MÊS, fazendo um “X” no número:
Durante o ÚLTIMO MÊS, você tem tido dificuldade com cada uma das coisas
abaixo?
Sobre minha saúde e minhas atividades Nunca Quase Algumas Muitas Quase
(dificuldade para…) nunca vezes vezes sempre
1. Para mim é difícil andar mais de um quarteirão 0 1 2 3 4
2. Para mim é difícil correr 0 1 2 3 4
3. Para mim é difícil praticar esportes ou fazer
0 1 2 3 4
exercícios físicos
4. Para mim é difícil levantar coisas pesadas 0 1 2 3 4
5. Para mim é difícil tomar banho de banheira ou
0 1 2 3 4
de chuveiro sozinho/a
6. Para mim é difícil ajudar nas tarefas
0 1 2 3 4
domésticas
7. Eu sinto dor 0 1 2 3 4
8. Eu tenho pouca energia ou disposição 0 1 2 3 4
Sobre meus sentimentos (dificuldade para…) Nunca Quase Algumas Muitas Quase
nunca vezes vezes sempre
1. Eu sinto medo 0 1 2 3 4
2. Eu me sinto triste 0 1 2 3 4
3. Eu sinto raiva 0 1 2 3 4
4. Eu durmo mal 0 1 2 3 4
5. Eu me preocupo com o que vai acontecer
0 1 2 3 4
comigo
Como eu convivo com outras pessoas Nunca Quase Algumas Muitas Quase
(dificuldades para…) nunca vezes vezes sempre
1. Eu tenho dificuldade para conviver com outros /
0 1 2 3 4
outras adolescentes
2. Os outros / as outras adolescentes não querem
0 1 2 3 4
ser meus amigos / minhas amigas
3. Os outros / as outras adolescentes implicam
0 1 2 3 4
comigo
4. Eu não consigo fazer coisas que outros / outras
0 1 2 3 4
adolescentes da minha idade fazem
5. Para mim é difícil acompanhar os / as
0 1 2 3 4
adolescentes da minha idade
Eu, Virginia Menezes coutinho, autor do artigo cujo título é Senso de Coerência e
Adolescência: Uma Revisão Integrativa de Literatura, recém-aprovado pela
Revista Ciência & Saúde Coletiva, dou meu consentimento para sua divulgação na página
web da referida revista. Igualmente consinto que, caso seja de interesse público, o
conteúdo deste artigo seja divulgado para a mídia, contribuindo para a construção de uma
ciência que sirva à sociedade.
Data e Local:.....................................................................
Cadernos de Saúde Pública/Reports in Public Health (CSP) publica artigos originais com
elevado mérito científico que contribuam ao estudo da saúde pública em geral e disciplinas
afins.
Recomendamos aos autores a leitura atenta das instruções abaixo antes de submeterem seus
artigos a CSP.
1.1 - Revisão: revisão crítica da literatura sobre temas pertinentes à Saúde Coletiva (máximo
de 8.000 palavras e 5 ilustrações);
1.4 - Debate: artigo teórico que se faz acompanhar de cartas críticas assinadas por autores de
diferentes instituições, convidados pelas Editoras, seguidas de resposta do autor do artigo
principal (máximo de 6.000 palavras e 5 ilustrações);
1.5 - Fórum: seção destinada à publicação de 2 a 3 artigos coordenados entre si, de diferentes
autores, e versando sobre tema de interesse atual (máximo de 12.000 palavras no total). Os
interessados em submeter trabalhos para essa seção devem consultar o Conselho Editorial;
1.8 - Resenhas: resenha crítica de livro relacionado ao campo temático de CSP, publicado nos
últimos dois anos (máximo de 1.200 palavras);
1.9 - Cartas: crítica a artigo publicado em fascículo anterior de CSP (máximo de 1.200
palavras e 1 ilustração);
2.1 - CSP publica somente artigos inéditos e originais, e que não estejam em avaliação em
nenhum outro periódico simultaneamente. Os autores devem declarar essas condições no
processo de submissão. Caso seja identificada a publicação ou submissão simultânea em outro
149
3.1 - Artigos que apresentem resultados parciais ou integrais de ensaios clínicos devem
obrigatoriamente ser acompanhados do número e entidade de registro do ensaio clínico.
3.3- As entidades que registram ensaios clínicos segundo os critérios do ICMJE são:
- ClinicalTrials.gov
- FONTES DE FINANCIAMENTO
4.3 - No caso de estudos realizados sem recursos financeiros institucionais e/ou privados, os
autores devem declarar que a pesquisa não recebeu financiamento para a sua realização.
- CONFLITO DE INTERESSES
5.1 - Os autores devem informar qualquer potencial conflito de interesse, incluindo interesses
políticos e/ou financeiros associados a patentes ou propriedade, provisão de materiais e/ou
insumos e equipamentos utilizados no estudo pelos fabricantes.
150
- COLABORADORES
6.1 - Devem ser especificadas quais foram as contribuições individuais de cada autor na
elaboração do artigo.
6.2 - Lembramos que os critérios de autoria devem basear-se nas deliberações do ICMJE, que
determina o seguinte: o reconhecimento da autoria deve estar baseado em contribuição
substancial relacionada aos seguintes aspectos: 1. Concepção e projeto ou análise e
interpretação dos dados; 2. Redação do artigo ou revisão crítica relevante do conteúdo
intelectual; 3. Aprovação final da versão a ser publicada. Essas três condições devem ser
integralmente atendidas.
- AGRADECIMENTOS
- REFERÊNCIAS
8.1 - As referências devem ser numeradas de forma consecutiva de acordo com a ordem em
que forem sendo citadas no texto. Devem ser identificadas por números arábicos sobrescritos
(p. ex.: Silva 1 ). As referências citadas somente em tabelas e figuras devem ser numeradas a
partir do número da última referência citada no texto. As referências citadas deverão ser
listadas ao final do artigo, em ordem numérica, seguindo as normas gerais dos ( Requisitos
Uniformes para Manuscritos Apresentados a Periódicos Biomédicos ).
8.2 - Todas as referências devem ser apresentadas de modo correto e completo. A veracidade
das informações contidas na lista de referências é de responsabilidade do(s) autor(es).
8.3 - No caso de usar algum software de gerenciamento de referências bibliográficas (p. ex.:
EndNote), o(s) autor(es) deverá(ão) converter as referências para texto.
- NOMENCLATURA
9.1 - Devem ser observadas as regras de nomenclatura zoológica e botânica, assim como
abreviaturas e convenções adotadas em disciplinas especializadas.
10.1 - A publicação de artigos que trazem resultados de pesquisas envolvendo seres humanos
está condicionada ao cumprimento dos princípios éticos contidos na Declar ação de Helsinki
(1964, reformulada em 1975, 1983, 1989, 1996, 2000 e 2008), da Associação Médica
Mundial.
10.2 - Além disso, deve ser observado o atendimento a legislações específicas (quando
houver) do país no qual a pesquisa foi realizada.
151
10.3 - Artigos que apresentem resultados de pesquisas envolvendo seres humanos deverão
conter uma clara afirmação deste cumprimento (tal afirmação deverá constituir o último
parágrafo da seção Métodos do artigo).
10.4 - Após a aceitação do trabalho para publicação, todos os autores deverão assinar um
formulário, a ser fornecido pela Secretaria Editorial de CSP, indicando o cumprimento
integral de princípios éticos e legislações específicas.
11.1 - Os artigos devem ser submetidos eletronicamente por meio do sítio do Sistema de
Avaliação e Gerenciamento de Artigos (SAGAS), disponível em: http://cadernos.ensp
.fiocruz.br/csp/index.php .
11.2 - Outras formas de submissão não serão aceitas. As instruções completas para a
submissão são apresentadas a seguir. No caso de dúvidas, entre em contado com o suporte
sistema SAGAS pelo e-mail: csp-artigos@ensp.fiocruz.br .
11.3 - Inicialmente o autor deve entrar no sistema SAGAS . Em seguida, inserir o nome do
usuário e senha para ir à área restrita de gerenciamento de artigos. Novos usuários do sistema
SAGAS devem realizar o cadastro em “Cadastre-se” na página inicial. Em caso de
esquecimento de sua senha, solicite o envio automático da mesma em “Esqueceu sua senha?
Clique aqui”.
11.4 - Para novos usuários do sistema SAGAS. Após clicar em “Cadastre-se” você será
direcionado para o cadastro no sistema SAGAS. Digite seu nome, endereço, e-mail, telefone,
instituição.
- ENVIO DO ARTIGO
publicação de CSP. O artigo somente será avaliado pela Secretaria Editorial de CSP se
cumprir todas as normas de publicação.
12.3 - Na segunda etapa são inseridos os dados referentes ao artigo: título, título resumido,
área de concentração, palavras-chave, informações sobre financiamento e conflito de
interesses, resumos e agradecimentos, quando necessário. Se desejar, o autor pode sugerir
potenciais consultores (nome, e-mail e instituição) que ele julgue capaz de avaliar o artigo.
152
12.4 - O título completo (nos idiomas Português, Inglês e Espanhol) deve ser conciso e
informativo, com no máximo 150 caracteres com espaços.
12.7 - Resumo. Com exceção das contribuições enviadas às seções Resenha, Cartas ou
Perspectivas, todos os artigos submetidos deverão ter resumo em Português, Inglês e
Espanhol. Cada resumo pode ter no máximo 1.100 caracteres com espaço.
12.9 - Na terceira etapa são incluídos o(s) nome(s) do(s) autor(es) do artigo, respectiva(s)
instituição(ões) por extenso, com endereço completo, telefone e e-mail, bem como a
colaboração de cada um. O autor que cadastrar o artigo automaticamente será incluído como
autor de artigo. A ordem dos nomes dos autores deve ser a mesma da publicação.
12.11 - O arquivo com o texto do artigo deve estar nos formatos DOC (Microsoft Word), RTF
(Rich Text Format) ou ODT (Open Document Text) e não deve ultrapassar 1 MB.
12.12 - O texto deve ser apresentado em espaço 1,5cm, fonte Times New Roman, tamanho
12.
12.13 - O arquivo com o texto deve conter somente o corpo do artigo e as referências
bibliográficas. Os seguintes itens deverão ser inseridos em campos à parte durante o processo
de submissão: resumos; nome(s) do(s) autor(es), afiliação ou qualquer outra informação que
identifique o(s) autor(es); agradecimentos e colaborações; ilustrações (fotografias,
fluxogramas, mapas, gráficos e tabelas).
12.14 - Na quinta etapa são transferidos os arquivos das ilustrações do artigo (fotografias,
fluxogramas, mapas, gráficos e tabelas), quando necessário. Cada ilustração deve ser enviada
em arquivo separado clicando em “Transferir”.
12.16 - Os autores deverão arcar com os custos referentes ao material ilustrativo que
ultrapasse esse limite e também com os custos adicionais para publicação de figuras em cores.
12.17 - Os autores devem obter autorização, por escrito, dos detentores dos direitos de
reprodução de ilustrações que já tenham sido publicadas anteriormente.
153
12.18 - Tabelas. As tabelas podem ter até 17cm de largura, considerando fonte de tamanho 9.
Devem ser submetidas em arquivo de texto: DOC (Microsoft Word), RTF (Rich Text Format)
ou ODT (Open Document Text). As tabelas devem ser numeradas (números arábicos) de
acordo com a ordem em que aparecem no texto.
12.19 - Figuras. Os seguintes tipos de figuras serão aceitos por CSP: Mapas, Gráficos,
Imagens de Satélite, Fotografias e Organogramas, e Fluxogramas.
12.20 - Os mapas devem ser submetidos em formato vetorial e são aceitos nos seguintes tipos
de arquivo: WMF (Windows MetaFile), EPS (Encapsuled PostScript) ou SVG (Scalable
Vectorial Graphics). Nota: os mapas gerados originalmente em formato de imagem e depois
exportados para o formato vetorial não serão aceitos.
12.21 - Os gráficos devem ser submetidos em formato vetorial e serão aceitos nos seguintes
tipos de arquivo: XLS (Microsoft Excel), ODS (Open Document Spreadsheet), WMF
(Windows MetaFile), EPS (Encapsuled PostScript) ou SVG (Scalable Vectorial Graphics).
12.22 - As imagens de satélite e fotografias devem ser submetidas nos seguintes tipos de
arquivo: TIFF (Tagged Image File Format) ou BMP (Bitmap). A resolução mínima deve ser
de 300dpi (pontos por polegada), com tamanho mínimo de 17,5cm de largura.
12.24 - As figuras devem ser numeradas (números arábicos) de acordo com a ordem em que
aparecem no texto.
12.25 - Títulos e legendas de figuras devem ser apresentados em arquivo de texto eparado dos
arquivos das figuras.
13.1 - O autor poderá acompanhar o fluxo editorial do artigo pelo sistema SAGAS. As
decisões sobre o artigo serão comunicadas por e-mail e disponibilizadas no sistema SAGAS.
154
13.2 - O contato com a Secretaria Editorial de CSP deverá ser feito através do sistema
SAGAS.
14.1 - Novas versões do artigo devem ser encaminhadas usando-se a área restrita de
gerenciamento de artigos http://www.ensp.fiocruz.br/csp/ do sistema SAGAS, acessando o
artigo e utilizando o link "Submeter nova versão".
- PROVA DE PRELO
15.1 - Após a aprovação do artigo, a prova de prelo será enviada para o autor de
correspondência por e-mail. Para visualizar a prova do artigo será necessário o programa
Adobe Reader ou similar. Esse programa pode ser instalado gratuitamente pelo site:
http://www.adobe.com/products/acrobat/readstep2.html .