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Nome: Shakil Massingarela, Shamila Nakala, Chaneila Da Gloria, Taynara Sitoe, Yuran

Malhope, Leslie dos Santos, Délcia Muhacha, Cármen Nunes, Denise Langa, Misleyde Prince,
Cleide Lassine, Emília Abreu.

Classe: 1ºano

Turma:A

Curso: Direito

DISCIPLINA: SOCIOLOGIA JURÍDICA

Docente: Joaquim Fumo

Tema: A prespectiva sociologica ( A sociedade no homem).

MAPUTO, MARÇO 2023.

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A perspectiva sociológica sobre o Homem na sociedade e a sociedade no Homem é um tema
fundamental para entendermos como as relações humanas se estabelecem e se
Introdução
desenvolvem em diferentes contextos sociais. A Sociologia tem como objetivo
estudar as formas como os indivíduos interagem, bem como os valores, normas e instituições que
moldam suas experiências em sociedade.

Nessa perspectiva, a sociedade é vista como uma construção humana, resultado de uma longa
história de interações e processos sociais. O Homem, por sua vez, é visto como um ser social,
que só pode ser compreendido em relação às suas relações e interações com os outros indivíduos
e com o ambiente social em que vive.

Assim, a perspectiva sociológica sobre o Homem na sociedade nos ajuda a entender como as
sociedades se estruturam, quais são as suas características fundamentais, e como os indivíduos se
relacionam e se adaptam a essas estruturas. Também nos permite analisar as mudanças sociais e
as transformações que ocorrem ao longo do tempo, bem como as consequências dessas
mudanças para os indivíduos e para a sociedade como um todo.

Nesse sentido, a perspectiva sociológica sobre o Homem na sociedade e a sociedade no Homem


é de extrema importância para a compreensão dos desafios e problemas sociais que enfrentamos
hoje em dia, bem como para a busca de soluções que permitam a construção de sociedades mais
justas, igualitárias e democráticas. É, portanto, um tema de grande relevância para a Sociologia e
para a compreensão das dinâmicas sociais em nosso mundo contemporâneo.

O Homem na Sociedade

A perspectiva sociológica 3
Chega uma certa idade em que as crianças ficam muito admiradas com a capacidade ou melhor
possibilidade de se localizarem num mapa. Seria estranho que a vida familiar das pessoas tem
decorrido de maneira deliberada por um sistema de coordenadas impessoais e até então
desconhecidas na superfície de um mapa.

As exclamações das crianças- ``Epstive aqui´´, ``Agora estou aqui´´, revelam o espanto e
assombro porque passaram ou estavam naquele lugar antes ou no passado, um lugar marcado na
memória, por factos pessoais enfim. Como a propriedade do primeiro telemóvel, choro, etc...

Essa localização do "Eu ́ ́ em configuração concebidas por estranhos constitui um aspecto


importante. "Crescer ́ ́ uma pessoa participa do mundo real dos adultos por possuir um individou.

A medida que a criança continua a aceitar a realidade ou a conhece-lá continua a colecionar


endereços.

EX:

● Sou americano, meus pais são divorciados

● Os horizontes do mundo da maneira como os adultos o definem, são determinados pelas

convicções remotas.

A criança pode exibir identificações alternadas como por exemplo se apresentar como Pai ao
brincar de casinha.

Aquilo que se chama consumo geral é na verdade o mundo dos adultos como é óbvio.

A personalidade passa a ser a maneira como a pessoa está localizada com precisão no mapa
social.

A maneira como o indivíduo de classe mais baixa usa o pronome ``eles´´ exprimem com bastante
exatidão.

EX: ``Eles dão o tom´´, fazem as regras.

No nível ocupado pela maioria dos homens inclusive o autor e (supormos) quase todos os
leitores destas linhas a localização na sociedade constitui uma definição de regras que tem de ser
obedecidas.

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o sociólogo não contradiz esse entendimento. Ele o aguça, analisa suas raízes às vezes o
modifica ou amplia.

Controle social é um dos conceitos mais utilizados em sociologia. Refere-se aos vários meios
usados por uma sociedade para ``enquadrar´´ seus membros recalcitrantes.

O meio supremo- o mais antigo controle social é a violência física. Na sociedade selvagem das
crianças ainda é o mais importante.

A violência é o alicerce supremo de qualquer ordem política. Nos países de ideologia menos
democráticos e humanitários os instrumentos de violência são exibidos-empregados com muito
menos discrição.

O motivo mais importante é o facto de que, mesmo em estados ditatoriais ou terroristas, um


regime tende a simples passagem de tempo.

Nas sociedades democráticas há no mínimo a tendência de a maioria das pessoas aceitar os


valores em nome dos quais os meios de violência são empregados, pode ser, por exemplo,
favorável ao uso da violência, por parte dos serviços policiais, a fim de manter a segregação em
qualquer sociedade normal a violência é utilizada com parcimônia e como último recurso, o fato
mais importante a salientar é que quase todos os homens vivem em situações sociais nas quais, s
e todos os outros meios de coerção falharem, à violência pode ser oficial e legalmente usada
contra eles, meios de coerção são quase sempre mais importantes para a maioria das pessoas.

Onde quer que seres humanos vivam ou trabalhem em grupos compactos, mecanismos de
controle a um só tempo muito potentes e muito sutis são constantemente aplicados ao
transgressor real ou potencial, Tratam-se dos mecanismos de persuasão, ridículo, difamação e
opróbrio.

Já se descobriu que em discussões grupais que se-estendem durante um certo período, os


indivíduos modificam suas opiniões originais, ajustando-as à norma grupal, Por exemplo, se
tivermos um grupo de vinte canibais discutindo o canibalismo com um não-canibal, as
probabilidades maiores são de que ao fim este último saia convencido e que, com apenas
algumas reservas para manter as aparências, cederá completamente ao ponto de vista da maioria,

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Assim se processa a dinâmica grupal. O que jaz no fundo dessa pressão aparentemente inevitável
no sentido de um consenso será provavelmente um

profundo desejo humano de ser aceito, talvez por qualquer grupo que estiver à mão.

O ridículo e a difamação são instrumentos potentes de controle social em grupos primários de


todas as espécies. Muitas sociedades usam o ridículo como um dos principais controles sobre
crianças, a criança obedece à norma não por receio de castigo, mas para não ser alvo de
zombaria, em nossa própria cultura, isto tem constituído importante medida disciplinar entre os
negros do Sul. A difamação ou o mexerico em algumas comunidades, o disse-me-disse é um dos
principais canais de comunicação, pode ser manipulado deliberadamente por qualquer pessoa
inteligente que tenha acesso às suas linhas de transmissão.

Finalmente, uma das punições mais devastadoras o opróbrio e ostracismo sistemáticos entre
outras palavras chama-se rejeição, por exemplo: um indivíduo que quebra um dos principais
tabus do grupo (por exemplo, envolver-se sexualmente com um estranho) é "rejeitado", Isto
significa que, conquanto possa continuar a trabalhar e viver na comunidade, ninguém jamais lhe
dirigirá a palavra.Um dos aspectos do controle social que deve ser salientado é o fato de se
basear freqüentemente em afirmações fraudulentas, aqui frisamos apenas que uma concepção de
controle social é incompleta, e portanto tendenciosa, se esse elemento não for levado em
consideração.

Um garotinho pode exercer considerável controle sobre seu círculo de colegas se tiver um irmão
maior que se necessário possa ser convocado para sovar algum adversário. Contudo, na falta de
tal irmão. Contudo, na falta de tal irmão é possível inventar um, nesse caso só dependerá do
talento e relações públicas do garotinho. As mesmas possibilidades de fraude existem em todas
as formas de controle social discutidas.

Podemos considerar que estejamos no centro de um conjunto de círculos concêntricos, cada um


dos quais representa um sistema de controle social. O círculo exterior bem poderá representar o
sistema legal e político sob o qual somos obrigados a viver esse é o sistema que lhe cobrará
impostos, a convocará para as forças armadas, a fará obedecer às suas inúmeras leis e a seus
regulamentos, se necessário a meterá na prisão, e em último recurso a matará.

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Não é necessário que uma pessoa seja um Republicano direitista, nos Estados Unidos, para se
perturbar com a contínua expansão do poder desse sistema.

Outro sistema de controle social que exerce pressão contra a figura solitária no centro dos
círculos é o da moralidade, costumes e convenções. Só os aspectos mais urgentes (para as
autoridades) desse sistema acarretam sanções legais. Isto não significa, entretanto, que se possa
sem risco ser imoral, excêntrico ou anticonvencional.

A imoralidade é punida com a perda do emprego, a excentricidade pela perda das possibilidades
de se conseguir outro, o anticonvencionalismo pela rejeição dos grupos que respeitam aquilo que
consideram ser as maneiras. O desemprego e a solidão talvez sejam castigos menores que ser
levado arrastado pelos policiais, mas talvez a pessoa punida não pense assim.

A burocracia esclarecida a qual fazem parte, as autoridades eclesiásticas de algumas


denominações protestantes, já não atira seus empregados discordantes no olho da rua, mas ao
invés disso os submete a tratamento psiquiátrico. Dessa forma, o indivíduo que não satisfaz os
critérios de normalidade estabelecidos pela administração ou por seu bispo, é ameaçado com
desemprego e com perda de ligações sociais, além disso é estigmatizado como uma pessoa que
com toda a justiça poderá ser afastada inteiramente da categoria de homem responsável, a menos
que dê amostras de remorso e resignação Assim, os inúmeros programas de "assistência"
"orientação" e "terapia" levados a efeito em muitos setores da vida institucional contemporânea,
fortalecem o mecanismo de controle da sociedade como um todo, e principalmente daqueles seus
argumentos onde as sanções do sistema político-legal não podem ser invocadas.

A ocupação escolhida por um indivíduo, o leva a vários controles, muitas vezes bastante rígidos.
Existem os controles formais de junta de licenciamento, organizações profissionais e sindicatos,
assim como os informais, impostos por colegas de profissão e companheiros de trabalho. Temos
como exemplos, o burocrata do governo que regularmente gasta menos que a verba consignada,
o operário da linha de montagem que excede as normas tida como aceitáveis por seus colegas,
etc.

As sanções econômicas são mais comuns e eficientes nos casos de falta de ética. As sanções de
exclusão social, desprezo e ridículo também podem ser intoleráveis.

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Todo cidadão tem de trazer consigo um código de conduta que não pode ser violado. E é
essencial para a carreira profissional. O emprego geralmente decide o futuro de alguém, ou seja,
com quem anda, onde anda, onde mora, etc. Alguns costumam ser mais rígidos e outros nem
tanto. É normal que haja alterações no que diz respeito à maneira de vestir, linguagem, gosto
estético, saber estar, valores políticos e religiosos. Por fim, a vida privada da pessoa, que inclui
família, amigos, pessoas, que também é um sistema de controle. Normalmente os laços mais
importantes de um indivíduo.

Um homem preparado psicologicamente para oferecer combate no seu escritório, está preparado
para preservar a harmonia de sua família. O homem normalmente escolhe amigos e mulheres que
ele se espelha, ou seja, que de alguma forma contribuem para sua imagem. Portanto, arriscar
perder estes relacionamentos é arriscar perder-se a si mesmo também.

Outra área importante na sociologia que talvez ajude-nos a compreender o significado da


localização na sociedade é a da estratificação social, que significa que toda sociedade possui um
sistema de hierarquia. Algumas camadas sociais são superiores e outras inferiores.

As sociedades diferem-se nos diferentes níveis sociais. E as três principais recompensas da


posição social são: poder, privilégio e prestígio.

O prestígio pode estar ligado a actividades sem nenhuma relação econômica ou política. Estas
observações indicam que devemos ter cuidado ao investigar a maneira como a localização na
sociedade envolve o sistema de estratificação. O tipo de estratificação mais importante na
sociedade ocidental contemporânea é o sistema de classes.

Classe é um tipo de estratificação no qual a posição geral de uma pessoa na sociedade é


determinada basicamente por critérios econômicos. As posições sociais não são fixas , muitas
pessoas mudam suas posições para melhor ou para pior ao decorrer da sua vida. Os sociólogos
chamam se símbolos de status a aquele que usa vários símbolos tais como, objectos materiais,
gosto e linguagem, e opiniões apropriadas.

Max Weber definiu a classe como termos das expectativas razoáveis que um indivíduo pode ter.
Ou seja, a classe de uma pessoa determina certas possibilidades, oportunidades, quanto ao
destino que se pode esperar ter na sociedade. Isto não significa que este último não tenha

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nenhuma possibilidade de obter essas coisas, mas simplesmente que se encontram em
desvantagem esta estatística.

A classe determina as possibilidades na vida em muitos outros sentidos além do puramente


econômico. As classes superiores de nossa sociedade alimentam-se melhor, moram melhor, são
mais bem educadas e vivem mais do que seus concidadãos menos afortunados. As diferentes
classes de nossa sociedade não só vivem de maneira diferente quantitativamente.

O sociólogo, conhecendo dois índices básicos (renda e ocupação) é capaz de estimar tudo sobre a
vida da pessoa em questão. Cada ambiente de classe forma a personalidade de seus membros
através de inumeráveis influências que começam do nascimento que se estendem.

Na análise instrutiva feita por Daniel Lerner a localização social fixa as identidades e
expectativas da pessoa. No sistema racional as ideias e identidade psicológicas do Homem são
moldadas mais pela raça do que pela classe.

Para W.I. Thomas (Willam Thomas), a realidade é uma questão de definição. O sociólogo deve
analisar facetas da conduta humana absurdas ou ilusivas. No exemplo do sistema racial acima
mencionado, poderá olhar as convicções raciais dos brancos sulistas e declarar que tais
convicções são inteiramente falsas. Poderá então negá-las como apenas mais uma mitologia
produzida pela ignorância e má vontade humanas, arrumar suas coisas e ir embora.

A estrutura institucional da sociedade proporciona a tipologia para nossas vidas.Na maioria dos
casos Podemos escolher entre o tipo A ou B de uma certa actividade e em ambos os casos
poderíamos encontrar predefinições das mesmas por exemplo o ser artista e Homem de negócios.

Outro aspecto do conceito de Glhlem da instituição a salientar é o da aparente invevitabilidade


de Deus imperativos.O rapaz médio da nossa sociedade não só rejeita as opções de poliandria ou
poligamia,como,pelo menos para si julga-as literalmente inimaginaveis.Acredita que o rumo da
acção pré-definido seja o único que ele jamais poderia tomar. Entretanto, sabemos que ter muitas
mulheres ou ser uma entre vários maridos não representa uma traição da condição Humana,em
qualquer sentido biológico ou mesmo da virilidade( o ser masculino).

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O que pode significar que toda estrutura institucional tem que depender da fraude e que toda
existência em sociedade traz consigo um elemento de má fé. Passamos no contentamento infantil
de se possuir um endereço à percepção adulta de que a maior correspondência é desagradavel.

O pensamento sociológico que mais se aproxima dessa concepção da sociedade,é o associado à


Émilie Durkheim e a sua escola ressaltava que a sociedade é um fenômeno sui generis, isto é,ela
apresenta uma realidade compacta que não pode ser reduzida a outros termos ou para eles
traduzida. A seguirmos a concepção Durkheimiana,portanto,a sociedade se manifesta como um
facto objectivo.

Ela existe,é algo que não pode ser negado e que SE tem de levar em conta.A sociedade é externa
a nós. Estamos na sociedade,localizados em sectores específicos do Sistema social.Essa
localização pré-determina e pré-define quase tudo quanto fazemos,desde a linguagem até a
etiqueta,desde nossas convicções religiosas até a probabilidade de que venhamos a cometer
suícido.Nossos desejos não são levados em consideração nessa questão de localização social.A
sociedade como facto objectivo e externo, manifesta-se sobretudo na forma de coerção.

A lei e a moralidade da sociedade podem apresentar complexas justificativas para casa uma
dessas sanções e a maioria de nossos concidadãos aprovará que sejam usados contra nós como
castigo por nosso desvio.

A sociedade no Homem

O indivíduo e a sociedade foram considerados duas entidades antagônicas. A sociedade foi vista
como uma realidade externa que pressiona e coage o indivíduo. Queremos obedecer às regras,
os papéis que a sociedade nos atribui, sendo isto possível porque o poder da sociedade é maior,
ele determina não só o que fazemos, mas também o que somos.

Para esclarecer esse elemento essencial recorremos a mais 3 áreas de investigação: a teoria do
papel, a sociologia do conhecimento e a do grupo da referência.

● A teoria do papel foi uma criação intelectual quase inteiramente americana.

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William James afirma ``Não podemos pretender aqui uma introdução histórica e esse
fascinante sector da história intelectual. ´´

Thomas via a situação social como uma validação estabelecida por acordo ``ad hoc´´ entre
aqueles que dela participam.

Um papel pode ser definido como uma resposta tipificada a uma expectativa tipificada. Este
oferece o padrão segundo o qual o indivíduo deve agir na situação. Todo papel na sociedade
acarreta uma certa identidade.

O significado da teoria do papel poderia ser user sintetizada dizendo-se que, numa perspectiva
sociológica, a identidade é atribuída socialmente, sustentada socialmente e transformada
socialmente

As identidades são atribuídas pela sociedade. É preciso que a sociedade as sustente, e com
bastante regularidade.

Os casos da retirada radical de conhecimento por parte da sociedade ensina-nos muita coisa a
respeito do carácter social de identidade.

As novas expectativas tipificam-se no papel de condenado que constitui resposta a elas, da


mesma forma quanto as velhas expectativas integraram-se num diferente padrão de conduta.

Os casos extremos em que o indivíduo é despejado de maneira radical da sua antiga identidade
simplesmente ilustram com mais vigor processos que ocorrem na vida cotidiana.

Essa perspectiva sociológica do carácter de identidade nos proporciona uma compreensão mais
profunda do significado humano do preconceito.

Surge, então, uma percepção deprimente: o pré-julgamento afecta não só o destino externo da
vítima/;ll, nas mãos de seu opressores, mas também usa própria consciência, na medida pelas
expectativas da sociedade

A coisa mais terrível que o preconceito pode fazer a um Ser Humano é fazer com que tenda a se
tornar aquilo que a imagem preconceituosa diz que ele é.

Em vista da dinâmica sócio-psicológica desse mortífero jogo do conhecimento, não surpreende


que o problema da ``Identidade Judaica´´ só tenha surgido entre os judeus ocidentais depois que

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a assimilação na sociedade judaica começar a debilitar o poder da própria comunidade judaica
para atribuir identidades alternativas a seus membros, em oposição às identidades a eles
atribuídas pelo anti-semitismo.

Os casos extremos em que o indivíduo é retirado de maneira radical da sua mais antiga
identidade mostra que as nossas vidas se desenvolvem dentro de um complicado trama de
reconhecimento e não-reconhecimento. É importante que os nossos superiores nos estimulem
pois ajuda numa melhor realização do nosso trabalho .

No capítulo anterior foi dito que o indivíduo localiza se na sociedade dentro de um sistema de
controle social , e cada um possui uma identidade . O indivíduo tentará manipular as suas
libações , de maneira a fortalecer as identidades que lhe proporcionaram satisfação do passado,
apesar muitas vezes a manipulação não é possível. Essa perspetiva sociológica do carácter
identidade nos permite ter uma visão mais profunda do significado humano de preconceito .

A pior coisa que o preconceito pode fazer ao ser humano é moldar a sua imagem em alguém
preconceituoso. Os judeus estavam em uma luta anti-semista para não ficarem parecidos com
eles, da mesma forma que um negro lida com uma situação racista. A luta só terá sucesso se o
indivíduo for protegido de sucumbir por contra-conhecimento. O mundo considera o homem
como mais um judeu desprezível mas o não reconhecimento do seu valor pode ser neutralizado
pelo contra-conhecimento na própria comunidade judaica.

O problema da identidade judaica só surgiu entre os modernos judeus ocidentais depois que a
assimilação começou a afetar o poder dos judeus para atribuir identidades alternativas e seus
membros, em oposição às identidades surge o anti-semitismo.

Quando um indivíduo é obrigado a ver se em um espelho deformado ele deve procurar


imediatamente outros homens para se espelhar, pois ele corre o risco de se esquecer do
verdadeiro rosto. A dignidade humana é uma questão de permissão social. A relação da
sociedade e a comunidade verifica-se na mudança drástica da identidade do indivíduo que
consiste em um processo social.

Para alteração de qualquer auto-imagem é necessária a presença de um grupo para que


metamorfose e isso envolve renunciar a mais antiga entidade para iniciar a nova. A
transformação de identidades altera na educação religiosa e psicanálise que envolve uma situação

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tensa em que o indivíduo é levado a repudiar a antiga identidade e a assumir uma nova
propaganda pelos psicanalistas, isso chama se transferência. Quanto mais dura a relação, mais
intensa se torna a sua nova identidade.

O tratamento terá mais eficácia de visitar o psicanalista com frequência. O alquímico é criado em
situação de trabalho de grupo, este possui uma base sociológica que visa fazer com que o
indivíduo se auto aceite .O mesmo processo tem lugar sempre que um grupo pretende ser
quebrado e auto a sua nova definição.

Podemos usar como definição da disciplina: a sociologia do conhecimento trata da localização


social das ideias. A sociologia do conhecimento rejeita a ideia de que o pensamento ocorra
isolado do contexto social.

A sociologia do conhecimento tenta unir o pensamento,seu autor e o mundo social deste.


Falamos que existe ideologia quando uma certa ideia atende o interesse da sociedade. Embora
nem áreas ideologias distorcem sistematicamente a realidade social com o intuito de sobressair
onde isto lhes interessa.

O pensamento ideológico,é capaz de abranger conectividade humanas muito maior exemplo a


ideologia da livre empresa,ideologia marxista. O esforço moral necessário para mentir está além
da maioria das pessoas. É muito fácil iludir a si próprio. As ideologias também podem funcionar
lentamente para usarmos a expressão de Monitor em outro contexto.a interpretação sociológica
em termos de funcionalidade ideológica daria um visão melhor do fenômeno ``o
fundamentalismo protestante´´, conquanto obcecado da ideia do pecado tem um conceito
limitado da sua extensão.

Os pregadores revivalistas que vociferam contra a perversidade do mundo dão tanta ênfase às
agressões morais que na linguagem comum do moralismo protestante o termo “pecado “ é quase
sinônimo do termo mais específico “ ofensa sexual “. Se um pregador revivalista chega a
mencionar questões públicas, geralmente em termo da corrupção privada dos detentores de
cargos públicos.

Ora a limitação do conceito de ética cristã a delitos pessoais tem funções óbvias numa sociedade
cujas organizações sociais fundamentais são dúbias para se dizer mínimo.

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O conceito privado da moralidade do fundo mentalismo protestante tem atenção nas áreas de
conduta que não são irrelevantes para o perfeito funcionamento do sistema. Essa disciplina não
trata exclusivamente das ideias que servem a determinados interesses ou deturpam a realidade
social.

A sociologia do conhecimento reivindica jurisdição sobre todo o reino do pensamento não é


claro, considerando-se como árbitro de validade mas sim na medida em que qualquer
pensamento está fundado na sociedade.

Não queremos dizer como diria o intérprete marxista que todo pensamento humano deveria ser
considerado como “ reflexo “ directo das estruturas sociais nem que as ideias devem ser vistas
como inteiramente impotentes para traçar o rumo dos acontecimentos.

Queremos dizer que as ideias são examinadas cuidadosamente para se determinar sua localização
na existência social das pessoas que as cogitaram. Aqui é correto afirmar que a sociologia do
conhecimento seja tendência anti idealista. Toda sociedade pode ser vista em termos de estrutura
social e de seus mecanismos sócio-psicológicos e um da cosmovisão que atua com o universo
comum habitado por seus membros.

As cosmovisões variam de sociedade para outra e dentro de diferentes sectores da mesma


sociedade. Marcel Granete sinólogo francês influenciado pela sociologia durkheimiana analisa o
pensamento chinês. A diferença naturalmente está em questões como filosofia política,religião
ou ética.

Segundo Marcel, também podem ser encontradas mais diferenças em categorias como
tempo ,espaço e número. A sociologia da religião constitui uma das áreas mais fecundas para
esse tipo de investigação talvez porque nela o paradoxo da localização social aparece de forma
particularmente incisiva

Além da questão de distribuição social de religiosidade, sociólogos contemporâneos como:


Helmut Schelsky e Thomas Luckmann,têm averiguado se os tipos de personalidade produzidos
pela moderna civilização industrial, permitem a continuação dos padrões religiosos tradicionais e
se,por vários motivos sociológicos e sócio-psicológicos, o mundo ocidental talvez já não esteja
em estágio pós- cristão.

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A análise dessas questões, entretanto,nos afastaria da nossa linha de raciocínio. Os exemplos
religiosos devem ter sido suficientes para indicar a maneira como a sociologia do conhecimento
localiza as ideias da sociedade.

O indivíduo por conseguinte, adquire socialmente sua cosmovisão quase da mesma maneira
como adquire sua identidade, em outras palavras, tanto quanto suas ações,suas emoções , e sua
auto- interpretação são pré definidas para ele pela sociedade,da mesma forma que sua atitude
cognitiva em relação ao universo que o rodeia.

Alfred Schutz, expressou o facto de que ( O sistema de pressupostos aparentemente óbvios e que
se auto-ratificam ) com relação ao mundo em que cada sociedade engendra no curso de sua
história, essa cosmovisão já está socialmente já está pelo menos em parte incorporadora na
linguagem usada pela sociedade. A sociedade pré-define para nós esse mecanismo simbólico
fundamental para o qual aprendemos o mundo, ordenamos nossa experiência,e interpretamos
nossa própria existência

Da mesma forma,a sociedade fornece nossos valores,nossa lógica,e o acervo de informação ( e


desinformação) que constitui nosso "conhecimento" Raríssimas pessoas,e mesmo essas apenas
em fragmentos dessa cosmovisão, estão em condições de reavaliar aquilo que lhes foi imposto.
Na verdade, não sentem nenhuma necessidade de reavaliação porque a cosmovisão em que
foram socializadas lhes parece óbvia.Uma vez que ela também será considerada assim por quase
todos os membros da sua própria sociedade,essa cosmovisão ratifica-se válida, com essa
formulação a sociologia do conhecimento ajuda a sintetizar a afirmativa de Thomas sobre o
poder da definição social e lança mais luz sobre a imagem sociológica da natureza precária da
realidade.

Na década de 40 Herbert Hyman utilizou pela primeira vez o conceito do grupo de referência
que foi desenvolvido por vários sociólogos americanos.( Entre os quais Robert Metroa &
Tamotsu Shibutani)já se fez a distinção entre os grupos de referência de que uma pessoa faz
parte e aqueles para os quais ela orienta suas ações. Um grupo de referência nesse sentido é a
colectividade cujas opiniões, convicções e rumos de ação são decisivos para a formação da
nossas próprias opiniões, convicções e rumos de ação, o grupo de referência nos proporciona um

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modelo nós podemos comparar continuamente, especificamente, ele nos oferece um determinado
ponto de vista sobre a realidade social, que poderá ou não ser ideológico no sentido supra
mencionado .

Só a sociologia do conhecimento nos oferece um panorama da construção social da realidade, a


teoria do "grupo de referência".Aponta-nos as muitas pequenas oficinas em "igrejinhas" de
construtores do universo que fabricam seus modelos do Cosmo. Algumas das experiências
realizadas por psicólogos sociais sobre a maneira como a opinião de um grupo afecta até a
percepção de objectos físicos dão-nos uma ideia da força irresistível desse impulso. Destacamos
neste capítulo alguns elementos do pensamento sociológico que nos proporcionam uma imagem
da sociedade atuando no Homem. O termo chave usado pelos sociólogos para se referir aos
fenômenos discutidos neste capítulo é 'internalização". Segundo Durkheim a sociedade partiu do
nosso ser mais íntimo.A sociedade não só controla nossos movimentos como ainda dá forma à
nossa identidade,nosso pensamento e nossas emoções.As estruturas da sociedade tornam-se as
estruturas da nossa própria consciência.

Ao finalizar este trabalho sobre a perspectiva sociológica do Homem na sociedade e a sociedade


no Homem, podemos perceber a importância do estudo das relações sociais para
Conclusão
compreendermos os processos que se desenvolvem nas sociedades humanas. A

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Sociologia, como ciência que se dedica ao estudo dos fenômenos sociais, nos ajuda a entender
como as relações entre os indivíduos se estabelecem, quais são as normas e valores que regem
essas relações e como a dinâmica social influencia o comportamento humano.

Nesse sentido, a perspectiva sociológica do Homem na sociedade nos permite entender como as
sociedades se constroem, quais são os principais fatores que influenciam essa construção e quais
são as consequências dessas interações para os indivíduos e para a sociedade como um todo.
Além disso, essa perspectiva também nos ajuda a analisar as mudanças sociais que ocorrem ao
longo do tempo e as consequências dessas mudanças para a sociedade.

Ao longo deste trabalho, foi possível observar que a perspectiva sociológica do Homem na
sociedade e a sociedade no Homem é um tema bastante amplo e complexo, que abrange diversas
áreas do conhecimento, tais como a psicologia, a economia, a política e a história. É necessário,
portanto, uma abordagem multidisciplinar para entendermos as dinâmicas sociais e seus efeitos
sobre os indivíduos e a sociedade.

Por fim, é importante destacar que a perspectiva sociológica do Homem na sociedade e a


sociedade no Homem é um tema de grande relevância para a compreensão dos desafios e
problemas sociais que enfrentamos atualmente, tais como as desigualdades sociais, a violência, o
preconceito e a exclusão social. Por isso, é fundamental que a Sociologia continue a se dedicar
ao estudo dessas questões, visando à construção de uma sociedade mais justa e igualitária para
todos.

Referencias Bibliográficas

BERGER, Peter, Perspectivas sociologicas- Uma Visao Humanistica,2001

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