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ESCOLA TÉCNICA DE EDUCAÇÃO E SAÚDE GÊNESIS

Abordagem de Enfermagem no Cuidado aos Idosos com Doença de


Alzheimer: Desafios e Estratégias

Niterói

2023
Barbara Guedes Evangelista

Abordagem de Enfermagem no Cuidado aos Idosos com Doença de


Alzheimer: Desafios e Estratégias

Abordagem de Enfermagem no Cuidado


aos Idosos com Doença de Alzheimer:
Desafios e Estratégias apresentado
como parte dos requisitos necessários
para conclusão do curso.

Niterói

2023
RESUMO

Este trabalho acadêmico aborda o desafio crescente do cuidado aos idosos


com a Doença de Alzheimer na área da enfermagem. Com o aumento da
expectativa de vida, as condições de saúde relacionadas à idade, como a
doença de Alzheimer, tornaram-se uma preocupação significativa para os
sistemas de saúde. O Alzheimer é uma doença progressiva que afeta a
cognição, comportamento e habilidades funcionais dos idosos, exigindo uma
abordagem de cuidado especializada.

A revisão da literatura explora os sintomas e características, os métodos de


diagnóstico, a progressão da doença e seu impacto nas atividades diárias dos
pacientes e cuidadores. Além disso, são discutidas as implicações físicas,
emocionais e sociais do Alzheimer. São revisadas as melhores práticas e
diretrizes clínicas no cuidado aos idosos, bem como as estratégias de
enfermagem existentes para lidar com os desafios específicos dessa doença.

A seção de métodos detalha a metodologia utilizada para conduzir a análise da


literatura, incluindo fontes de informação selecionadas e justificativas para os
métodos de pesquisa escolhidos.

Os resultados e discussões destacam as estratégias de enfermagem aplicadas


no cuidado aos idosos com DA, considerando a eficácia e a adaptação dessas
estratégias para diferentes estágios da doença. São apresentadas intervenções
de enfermagem para melhorar a qualidade de vida dos pacientes, incluindo
estratégias de comunicação, manejo de comportamentos agitados e promoção
da autonomia. Além disso, discute-se o apoio aos familiares e cuidadores,
reconhecendo o impacto emocional e a sobrecarga associados ao cuidado de
pacientes com DA.
A conclusão destaca a importância fundamental da abordagem de enfermagem
no cuidado de idosos com DA. Enfatiza-se a necessidade de formação
contínua dos profissionais de enfermagem para enfrentar os desafios
específicos da DA e melhorar a qualidade de vida dos pacientes e familiares
por meio de intervenções de enfermagem adequadas.

Este trabalho visa contribuir para o conhecimento e sensibilização sobre o


cuidado aos idosos com DA na área da enfermagem, enfocando a importância
de uma abordagem de cuidado holística e centrada no paciente.
ABSTRACT

This academic work addresses the growing challenge of caring for elderly
people with Alzheimer's Disease in the area of nursing. With increasing life
expectancy, age-related health conditions such as Alzheimer's disease have
become a significant concern for healthcare systems. Alzheimer's is a
progressive disease that affects the cognition, behavior and functional abilities
of older adults, requiring a specialized care approach.

The literature review explores symptoms and characteristics, diagnostic


methods, disease progression and its impact on the daily activities of patients
and caregivers. In addition, the physical, emotional and social implications of
Alzheimer's are discussed. Best practices and clinical guidelines in the care of
the elderly are reviewed, as well as existing nursing strategies to deal with the
specific challenges of this disease.

The methods section details the methodology used to conduct the literature
analysis, including selected sources of information and justifications for the
chosen research methods.

The results and discussions highlight the nursing strategies applied in the care
of elderly people with AD, considering the effectiveness and adaptation of these
strategies for different stages of the disease. Nursing interventions are
presented to improve patients' quality of life, including communication
strategies, management of agitated behaviors and promotion of autonomy.
Furthermore, support for family members and caregivers is discussed,
recognizing the emotional impact and burden associated with caring for patients
with AD.
The conclusion highlights the fundamental importance of the nursing approach
in the care of elderly people with AD. The need for continuous training of
nursing professionals to face the specific challenges of AD and improve the
quality of life of patients and families through appropriate nursing interventions
is emphasized.

This work aims to contribute to knowledge and awareness about the care of
elderly people with AD in the area of nursing, focusing on the importance of a
holistic and patient-centered care approach.
SUMÁRIO

1. Introdução
2. Sintomas e características da Doença de Alzheimer.
3. Processo de diagnóstico da DA e critérios utilizados.
4. Progressão da DA ao longo do tempo e impacto nas atividades
diárias dos idosos.
5. Implicações físicas, emocionais e sociais da DA nos pacientes e
cuidadores.
6. Revisão das melhores práticas e diretrizes clínicas no cuidado aos
idosos com DA.
7. Estratégias de enfermagem existentes para lidar com os desafios
específicos da DA
8. Conclusão
9. Referência
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1. Introdução

O envelhecimento da população é uma realidade global, impulsionando um


aumento na prevalência de condições médicas relacionadas à idade. Entre
essas condições, a Doença de Alzheimer (DA) emerge como um desafio
significativo para os sistemas de saúde em todo o mundo. A DA é uma doença
neurodegenerativa progressiva e irreversível que afeta principalmente os idosos,
comprometendo a cognição, o comportamento e as habilidades funcionais. Com
o passar do tempo, os sintomas da DA tornam-se mais debilitantes, impactando
profundamente a qualidade de vida dos pacientes e gerando uma crescente
demanda por cuidados especializados.

A área da enfermagem desempenha um papel crucial no cuidado aos idosos com


DA, enfrentando o desafio de fornecer assistência de alta qualidade que atenda
às necessidades complexas desses pacientes. Isso inclui a compreensão dos
sintomas e da progressão da doença, a implementação de estratégias de
cuidado centradas no paciente e o apoio aos familiares e cuidadores que
desempenham um papel vital no dia a dia dos pacientes com DA.

Este trabalho acadêmico busca explorar em detalhes o papel da enfermagem no


cuidado aos idosos com DA. Pretende-se analisar os sintomas e características
da DA, os métodos de diagnóstico, a progressão da doença e seu impacto nas
atividades diárias dos pacientes e cuidadores. Além disso, serão revisadas as
implicações físicas, emocionais e sociais da DA, destacando os desafios
enfrentados por aqueles que lidam com essa condição.

Ao longo deste trabalho, serão examinadas as melhores práticas e diretrizes


clínicas no cuidado aos idosos com DA, bem como as estratégias de
enfermagem existentes para enfrentar os desafios específicos dessa doença. O
objetivo é fornecer uma visão abrangente do cuidado de enfermagem para
pacientes com DA, considerando os aspectos clínicos e emocionais, além de
reconhecer o importante papel dos cuidadores familiares.
Este trabalho não apenas busca contribuir para o conhecimento sobre o cuidado
à população idosa com DA na área da enfermagem, mas também enfatiza a
necessidade de uma abordagem de cuidado holística, centrada no paciente e
que esteja em constante evolução para enfrentar os desafios dessa condição em
constante crescimento.

2. Sintomas e características do Alzheimer

A Doença de Alzheimer (DA) é uma condição neurodegenerativa que afeta


principalmente os idosos e é caracterizada por uma série de sintomas e
características distintas. Esses sintomas podem variar em gravidade e podem se
desenvolver gradualmente ao longo do tempo. Aqui estão os principais sintomas
e características da Doença de Alzheimer:

Perda de Memória de Curto Prazo: A perda de memória é muitas vezes o sintoma


mais evidente da DA. Os indivíduos podem esquecer informações recentes,
como nomes, datas, compromissos e eventos recentes. Eles também podem
repetir perguntas frequentemente.

Dificuldade de Compreensão e Expressão: Pessoas com DA podem ter


dificuldade em entender conversas ou seguir tópicos de discussão. Eles também
podem ter problemas para encontrar palavras e expressar seus pensamentos de
forma clara.

Desorientação Temporal e Espacial: Os pacientes de Alzheimer podem perder a


noção do tempo, data e local. Eles podem se esquecer de datas importantes,
como aniversários e feriados, e se perder em lugares familiares.

Mudanças de Personalidade e Comportamento: À medida que a doença


progride, os pacientes podem experimentar mudanças de personalidade, como
ansiedade, depressão, agitação, irritabilidade ou agressão. Eles também podem
se tornar mais retraídos socialmente.
Dificuldade em Realizar Atividades Diárias: Tarefas cotidianas, como se vestir,
tomar banho, cozinhar e manusear dinheiro, tornam-se desafiadoras à medida
que a doença avança.

Dificuldade de Raciocínio e Tomada de Decisão: Os pacientes podem ter


dificuldade em tomar decisões simples, resolver problemas ou realizar tarefas
que envolvam raciocínio.

Perda de Habilidades Motoras: Em estágios avançados da DA, a coordenação


motora pode ser afetada, tornando as atividades motoras finas, como amarrar
sapatos, extremamente difíceis.

Perda de Reconhecimento de Rostos e Pessoas: Os pacientes podem não


reconhecer mais rostos familiares, incluindo membros da família e amigos
próximos.

Declínio Cognitivo Progressivo: A DA é uma doença progressiva, o que significa


que os sintomas pioram ao longo do tempo. A capacidade cognitiva e funcional
dos pacientes diminui à medida que a doença avança.

Dependência de Cuidadores: Conforme a DA progride, os pacientes


frequentemente se tornam dependentes de cuidadores para realizar tarefas
diárias e garantir sua segurança.

Perda de Independência: A DA pode resultar na perda gradual da independência,


levando a uma necessidade crescente de cuidados e supervisão.

É importante lembrar que os sintomas da DA podem variar de pessoa para


pessoa, e a progressão da doença também pode ser diferente para cada
indivíduo. O diagnóstico precoce e o acompanhamento médico regular são
cruciais para ajudar a gerenciar os sintomas e melhorar a qualidade de vida dos
pacientes e de suas famílias. Além disso, pesquisas continuam em busca de
tratamentos e intervenções que possam retardar ou interromper a progressão da
doença
3. Processo de diagnóstico do Alzheimer e critérios utilizados

de diagnóstico da Doença de Alzheimer (DA) é complexo e envolve uma


avaliação abrangente, incluindo histórico médico, exames clínicos,
neuropsicológicos e, em alguns casos, exames de imagem. Os critérios
utilizados para diagnosticar a DA são definidos por organizações médicas e
são fundamentais para determinar a presença da doença. A seguir, serão
discutidos os principais aspectos do processo de diagnóstico e os critérios
utilizados:

1. Avaliação Clínica e História Médica:

O processo de diagnóstico geralmente começa com uma avaliação clínica


minuciosa realizada por um médico, neurologista ou geriatra especializado
em doenças neurológicas.

Durante essa avaliação, o paciente e os familiares são entrevistados para


coletar informações detalhadas sobre o histórico médico, sintomas atuais,
progressão dos sintomas e qualquer história familiar de doenças
neurodegenerativas.

2. Exame Físico:

Um exame físico completo é realizado para avaliar a saúde geral do


paciente, incluindo a pressão arterial, a frequência cardíaca e a função
neurológica.

O médico pode realizar testes de função cognitiva e avaliar a função


neuromuscular.

3. Exames Neuropsicológicos:
Testes neuropsicológicos são frequentemente usados para avaliar o
desempenho cognitivo do paciente. Eles incluem testes de memória,
linguagem, raciocínio e habilidades visuoespaciais.

Esses testes ajudam a identificar déficits cognitivos específicos associados


à DA.

4. Exames de Imagem:

A neuroimagem desempenha um papel importante no diagnóstico da DA. A


ressonância magnética (RM) e a tomografia por emissão de pósitrons (PET
scan) podem ajudar a identificar alterações cerebrais características da DA,
como atrofia cerebral e acúmulo de placas de proteína beta-amiloide.

Esses exames de imagem também ajudam a descartar outras condições


médicas que podem causar sintomas semelhantes.

5. Critérios de Diagnóstico:

Os critérios de diagnóstico para a DA foram estabelecidos por organizações


médicas, como a Associação Psiquiátrica Americana (APA) e o National
Institute on Aging (NIA). Os critérios mais amplamente reconhecidos são os
critérios do "Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais"
(DSM-5) e os critérios do "National Institute on Aging-Alzheimer's
Association" (NIA-AA).

Esses critérios incluem a presença de déficits cognitivos significativos que


interferem nas atividades diárias do paciente, bem como a exclusão de
outras causas possíveis dos sintomas.

6. Diagnóstico Diferencial:

É importante realizar um diagnóstico diferencial para descartar outras


condições médicas que podem causar sintomas semelhantes, como
depressão, deficiência de vitamina B12, distúrbios da tireoide e demência
vascular.

É fundamental destacar que o diagnóstico precoce da DA é crucial para


permitir intervenções precoces e planejamento adequado do cuidado. Além
disso, o diagnóstico da DA é muitas vezes desafiador devido à
sobreposição de sintomas com outras condições. Portanto, uma abordagem
multidisciplinar, envolvendo médicos, neurologistas, neuropsicólogos e
profissionais de enfermagem, é essencial para um diagnóstico preciso e
cuidados eficazes.

4. Progressão da DA ao longo do tempo e impacto nas atividades


diárias dos idosos

A Doença de Alzheimer (DA) é uma condição neurodegenerativa progressiva


que afeta significativamente a cognição e o funcionamento diário dos idosos.
Ao longo do tempo, a DA apresenta uma série de estágios, cada um com suas
próprias características e impacto nas atividades diárias. Aqui, discutiremos a
progressão da DA e seu impacto nas atividades diárias dos idosos:

Estágio Inicial (Leve):

No início da DA, os sintomas podem ser leves e muitas vezes passam


despercebidos ou são atribuídos ao envelhecimento normal. Os idosos podem
experimentar dificuldades sutis de memória, como esquecer nomes ou
compromissos, e ter dificuldade em encontrar palavras. As atividades diárias
podem ser mantidas em grande parte, mas os indivíduos podem começar a
precisar de mais lembretes ou anotações.

Estágio Intermediário (Moderado):


Conforme a DA progride, os sintomas se tornam mais pronunciados. Os idosos
podem ter dificuldade em lembrar eventos recentes e detalhes pessoais. As
habilidades de comunicação podem ser afetadas, levando a problemas de
linguagem e dificuldade em seguir ou participar de conversas. A capacidade de
realizar tarefas cotidianas, como cozinhar, vestir-se e gerenciar as finanças,
começa a declinar.

A supervisão e assistência em tempo integral podem ser necessárias para


garantir a segurança e o bem-estar.

Estágio Avançado (Grave):

No estágio avançado da DA, a perda de memória é grave, e os idosos podem


não reconhecer membros da família ou amigos próximos. A linguagem pode ser
quase inexistente, e a comunicação ocorre principalmente por meio de gestos
ou expressões faciais. As atividades diárias básicas, como alimentação, higiene
pessoal e locomoção, exigem assistência completa. Os idosos podem tornar-se
incapazes de reconhecer a si mesmos no espelho e podem experimentar
alterações comportamentais, como agitação ou agressão. O impacto da DA nas
atividades diárias dos idosos é profundo. À medida que a doença progride, eles
dependem cada vez mais de cuidadores para realizar tarefas básicas e manter
sua segurança. A qualidade de vida pode diminuir significativamente, e os
cuidadores enfrentam desafios emocionais e físicos significativos.

É importante ressaltar que a progressão da DA varia de pessoa para pessoa.


Alguns idosos podem permanecer em estágios mais leves por um período
prolongado, enquanto outros podem progredir mais rapidamente para estágios
mais graves. O apoio médico, social e emocional é fundamental para os idosos
com DA e suas famílias, ajudando a enfrentar os desafios ao longo da jornada
da doença.
5. Implicações físicas, emocionais e sociais da DA nos pacientes e
cuidadores.

Implicações nos Pacientes:

1. Implicações Físicas:

Declínio Cognitivo: A DA é caracterizada por um declínio progressivo da função


cognitiva, incluindo perda de memória, dificuldade de concentração e confusão
mental.

Perda de Mobilidade: Conforme a doença avança, os pacientes podem


experimentar uma diminuição da mobilidade, resultando em dificuldade para
realizar tarefas simples, como vestir-se ou comer.

Problemas de Saúde Coexistentes: Os pacientes com DA têm maior


probabilidade de desenvolver problemas de saúde adicionais, como
desnutrição e infecções devido à dificuldade em cuidar de si mesmos.

2. Implicações Emocionais:

Depressão e Ansiedade: Muitos pacientes com DA experimentam depressão e


ansiedade devido à perda progressiva de suas habilidades cognitivas e à
conscientização sobre sua condição.

Confusão e Frustração: À medida que a doença avança, os pacientes podem


ficar confusos e frustrados com a dificuldade de realizar tarefas simples.
Isolamento Social: A perda de memória e as dificuldades de comunicação
podem levar ao isolamento social, à medida que os pacientes se afastam de
amigos e familiares.

3. Implicações Sociais:

Mudanças nos Relacionamentos: A DA pode afetar negativamente os


relacionamentos familiares e sociais, uma vez que os pacientes podem não
reconhecer mais entes queridos ou podem ter mudanças de personalidade.

Estigmatização: O estigma em relação à DA ainda é uma preocupação, com a


falta de compreensão levando a preconceitos e isolamento social adicional.

Implicações nos Cuidadores:

1. Implicações Físicas:

Exaustão Física: Cuidar de um paciente com DA pode ser fisicamente exigente,


especialmente à medida que a doença progride e as necessidades de cuidados
aumentam.

Problemas de Saúde: Cuidadores podem enfrentar problemas de saúde devido


ao estresse crônico e à falta de tempo para autocuidado.
2. Implicações Emocionais:

Estresse e Angústia: Cuidadores frequentemente experimentam altos níveis de


estresse, ansiedade e tristeza ao lidar com os sintomas da DA e com a tristeza
de ver um ente querido sofrer.

Sensação de Perda: Os cuidadores podem sentir uma sensação de perda,


mesmo antes da morte do paciente, devido às mudanças no comportamento e
na personalidade do ente querido.

3. Implicações Sociais:

Impacto nas Suas Próprias Vidas: Cuidar de um paciente com DA pode afetar
as carreiras, relacionamentos e qualidade de vida dos cuidadores.

Isolamento Social: Cuidadores podem se sentir isolados devido às demandas


de cuidar de alguém com DA, o que pode resultar na perda de interações
sociais.

É crucial fornecer apoio tanto aos pacientes quanto aos cuidadores para
enfrentar essas implicações físicas, emocionais e sociais. Isso pode incluir
serviços de apoio, grupos de apoio, treinamento em cuidados e educação
sobre a DA. Além disso, medidas de autocuidado são vitais para os cuidadores,
para que possam continuar fornecendo o melhor cuidado possível aos
pacientes.
6. Revisão das melhores práticas e diretrizes clínicas no cuidado aos
idosos com DA.

Uma revisão das melhores práticas e diretrizes clínicas no cuidado aos idosos
com Doença de Alzheimer (DA) é fundamental para assegurar a prestação de
cuidados de alta qualidade.

1. Diagnóstico Precoce e Avaliação Regular:

Triagem Cognitiva: Recomenda-se que os profissionais de saúde realizem


triagem cognitiva regular em pacientes idosos, especialmente aqueles com
fatores de risco para DA.

Avaliação Multidisciplinar: Uma avaliação completa, incluindo avaliação


neuropsicológica, médica e social, pode ajudar a diagnosticar a DA
precocemente e determinar o plano de cuidados adequado.

2. Intervenção Farmacológica e Não Farmacológica:

Medicamentos: O uso de medicamentos específicos para DA, como inibidores


da colinesterase e memantina, pode ser considerado, dependendo do estágio e
da gravidade da doença.

Reabilitação Cognitiva: Terapias de reabilitação cognitiva podem ser benéficas


para ajudar os pacientes a manter ou melhorar suas funções cognitivas.

3. Cuidados Personalizados:

Plano de Cuidados Individualizado: Cada paciente com DA deve ter um plano


de cuidados personalizado que leve em consideração suas necessidades e
preferências específicas.
Envolvimento da Família: A participação da família no plano de cuidados é
essencial para oferecer um ambiente de apoio e compreensão.

4. Promoção da Qualidade de Vida:

Estimulação Mental e Social: Atividades que estimulem o cérebro, como


quebra-cabeças e socialização, podem ajudar a melhorar a qualidade de vida
dos pacientes com DA.

Estilo de Vida Saudável: Recomenda-se manter um estilo de vida saudável


com uma dieta balanceada, exercícios físicos regulares e controle de outras
condições de saúde, como diabetes e hipertensão.

5. Apoio ao Cuidador:

Educação e Treinamento: Oferecer educação e treinamento aos cuidadores


sobre a DA, estratégias de cuidados e como lidar com os desafios emocionais
é fundamental.

Grupos de Apoio: Cuidadores podem se beneficiar de participar de grupos de


apoio, onde podem compartilhar experiências e obter suporte emocional.

6. Segurança em Casa:

Ambiente Seguro: Modificações no ambiente doméstico, como a remoção de


obstáculos e o uso de dispositivos de segurança, podem ajudar a prevenir
quedas e lesões.
7. Planejamento Avançado:

Documentação Legal: É importante que os pacientes e suas famílias tenham


documentação legal em vigor, como procurações de cuidados de saúde e
testamentos.

8. Monitoramento Contínuo:

Avaliações Regulares: Os pacientes devem passar por avaliações periódicas


para monitorar a progressão da DA e ajustar o plano de cuidados conforme
necessário.

Essas diretrizes e melhores práticas podem servir como base para o cuidado a
idosos com DA. No entanto, é fundamental adaptar o cuidado a cada paciente,
levando em consideração sua situação única e estágio da doença. A
colaboração entre profissionais de saúde, pacientes, familiares e cuidadores
desempenha um papel crucial na promoção da qualidade de vida e bem-estar
dos idosos com DA.

7. Estratégias de enfermagem existentes para lidar com os desafios


específicos da DA

No contexto da enfermagem, o cuidado a pacientes com Doença de Alzheimer


(DA) requer estratégias específicas para enfrentar os desafios únicos
associados a essa condição. Aqui estão algumas estratégias de enfermagem
existentes para lidar com os desafios específicos da DA:

1. Comunicação Eficaz:

Compreensão e Paciência: Os enfermeiros devem adotar uma abordagem


paciente e compreensiva ao se comunicar com pacientes com DA, levando em
consideração que a comunicação pode ser difícil devido a problemas
cognitivos.
Linguagem Clara: Use linguagem simples e direta, evitando jargões médicos.
Faça perguntas de sim ou não quando apropriado.

Estabeleça uma Rotina: Mantenha uma rotina consistente de cuidados e


comunicação para ajudar o paciente a se sentir mais seguro.

2. Manejo de Comportamentos Desafiadores:

Redução de Estímulos: Em situações de agitação, enfermeiros podem reduzir


estímulos no ambiente, como luzes brilhantes ou ruídos altos.

Técnicas de Redirecionamento: Em vez de confrontar comportamentos


desafiadores, redirecione a atenção do paciente para outra atividade ou tópico.

3. Promoção da Segurança:

Prevenção de Quedas: Mantenha áreas livres de obstáculos, utilize dispositivos


de auxílio à mobilidade e observe os pacientes para evitar quedas.

Identificação por Pulseiras: Pacientes com DA em estágios avançados podem


se beneficiar de pulseiras de identificação com informações importantes.

4. Administração de Medicamentos:

Monitoramento Rigoroso: Garanta que os medicamentos sejam administrados


conforme prescrito e monitore os efeitos colaterais.

Formas Alternativas: Em alguns casos, formas alternativas de administração de


medicamentos, como líquidos ou adesivos, podem ser mais adequadas.

5. Apoio à Família e Cuidadores:

Educação: Forneça informações e treinamento para familiares e cuidadores


sobre como lidar com os desafios da DA.
Encorajamento: Incentive a participação da família no cuidado e forneça
suporte emocional.

6. Documentação Cuidadosa:

Registros Precisos: Mantenha registros detalhados das observações e do plano


de cuidados, permitindo uma avaliação eficaz da progressão da doença.

7. Promoção da Qualidade de Vida:

Atividades Estimulantes: Planeje atividades que estimulem o cérebro e o


envolvimento social dos pacientes. Cuidado Individualizado: Adapte o cuidado
às preferências e necessidades individuais dos pacientes.

Essas estratégias de enfermagem são essenciais para proporcionar cuidados


de qualidade a pacientes com DA e melhorar sua qualidade de vida. A
enfermagem desempenha um papel crucial na promoção do bem-estar físico e
emocional de indivíduos com DA, bem como no apoio às suas famílias e
cuidadores.

8. Conclusão

A Doença de Alzheimer é uma condição complexa que afeta não apenas a


função cognitiva, mas também tem um impacto profundo nas vidas dos
pacientes e de seus cuidadores. Este trabalho explorou em detalhes os
sintomas e características da Doença de Alzheimer, os critérios e processos de
diagnóstico, a progressão da doença ao longo do tempo e seu impacto nas
atividades diárias dos idosos.

Além disso, examinou as implicações físicas, emocionais e sociais da Doença


de Alzheimer tanto nos pacientes quanto em seus cuidadores, destacando a
necessidade de abordagens de cuidados holísticas e de apoio às famílias.
Ficou claro ao longo deste trabalho que o diagnóstico precoce desempenha um
papel crucial na gestão da DA, permitindo intervenções oportunas e uma
melhor qualidade de vida para os pacientes. Além disso, as diretrizes clínicas e
melhores práticas no cuidado aos idosos com DA são ferramentas valiosas
para orientar os profissionais de enfermagem na prestação de cuidados de
qualidade.

Para enfrentar os desafios específicos da DA, as estratégias de enfermagem


examinadas fornecem diretrizes importantes. A comunicação eficaz, o manejo
de comportamentos desafiadores, a promoção da segurança, a administração
de medicamentos adequada e o apoio à família são elementos essenciais no
cuidado aos pacientes com DA.

Em última análise, o cuidado aos idosos com Doença de Alzheimer é uma


responsabilidade compartilhada entre os profissionais de saúde, as famílias e a
sociedade em geral. É fundamental continuar a pesquisa e o desenvolvimento
de novas abordagens de tratamento e apoio, com o objetivo de melhorar a
qualidade de vida das pessoas afetadas por essa doença devastadora.

À medida que enfrentamos os desafios do envelhecimento da população, a


compreensão da Doença de Alzheimer e o aprimoramento dos cuidados
relacionados a ela são cruciais. Somente por meio de esforços colaborativos e
dedicação contínua poderemos fornecer o suporte necessário aos idosos
afetados pela DA e às suas famílias, oferecendo dignidade, compaixão e uma
melhor qualidade de vida.
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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