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Aula 2 - Proc. Comum - 09ago23
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OBSERVAÇÕES
a) O procedimento comum é a regra, somente sendo possível a
aplicação de procedimento especial se houver menção expressa da lei.
(art. 394, § 2°, do CPP).
§ 2º Aplica-se a todos os processos o procedimento comum,
salvo disposições em contrário deste Código ou de lei especial.
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Art. 61 da lei 9.099/95
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PROCESSO PENAL – PROCEDIMENTOS
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b) O procedimento comum ordinário, por ser mais completo, é o
procedimento regra (tem aplicação subsidiária aos procedimentos
especial, sumário e sumaríssimo - art. 394, § 5°, do CPP).
§ 5º Aplicam-se subsidiariamente aos procedimentos especial,
sumário e sumaríssimo as disposições do procedimento
ordinário.
c) Eventualmente, o rito sumário é aplicado para infrações de
menor potencial ofensivo.
Exemplos:
- Necessidade de citação por edital (JECrim não existe esta
possibilidade);
Art. 66 da lei 9099/95. A citação será pessoal e far-se-á no
próprio Juizado, sempre que possível, ou por mandado.
Parágrafo único. Não encontrado o acusado para ser citado, o
Juiz encaminhará as peças existentes ao Juízo comum para
adoção do procedimento previsto em lei.
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e) Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher – não se aplica
as disposições da Lei 9.099/95. Em face de expressa disposição legal.
(art. 41 da LMP 11.340/06)
Art. 41. Aos crimes praticados com violência doméstica e
familiar contra a mulher, independentemente da pena
prevista, não se aplica a Lei nº 9.099, de 26 de setembro de
1995.
ATENÇÃO
- O Estatuto do Idoso não alterou o conceito de infração de menor
potencial ofensivo.
- Crime contra o idoso com pena máxima de até dois anos também se
aplica o rito sumaríssimo e se aplica a Lei 9.099/95 (Estatuto não proibiu
a aplicação da lei dos juizados).
- Infração contra o idoso que tiver pena máxima superior a dois anos
e inferior a quatro anos, aplica-se apenas o rito sumaríssimo. (Nesse caso
não se aplica os institutos típicos das infrações de menor potencial
ofensivo).
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Estrutura do Procedimento Comum de Rito Ordinário
JUIZ
JUIZ
- Rejeita (art. ACUSADO
OFERECIDA 395) CITADO - Absolve
- DENUNCIA (MP) sumariament AIJ - 60 DIAS
ou - Apresenta e (Art. 397);
- QUEIXA (OFENDIDO) - Recebe - manda resposta a ART. 400
acusação ou
(art. 394) citar para
resposta 10 dias (Art. 396 A) - Marca AIJ
(art. 399)
(art. 396)
SEQUÊNCIA DA AIJ
ART.
400
• Declaração do ofendido;
• Oitiva testemunas (acusação e defesa) - Máx. 8 - art. 401;
• Esclarecimento dos peritos;
• Acareaçoes;
• Reconhecimento (pessoas e coisas);
• Interrogatorio do acusado;
Art. • Alegações finais orais (acusação e defesa - 20 + 10 min.)
403
Art. 403
• sentença juiz
Observações:
- Possibilidade de requerimento de diligências após produção das provas (art.
402)
- Memoriais (acusação x defesa) 5 dias sucessivos (Art. 403, § 3º e 404,
parágrafo único);
- Sentença 10 dias
FASE POSTULATÓRIA:
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Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato
criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação
do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa
identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário,
o rol das testemunhas.
ATENÇÃO
- Denuncia - peça inaugural quando tratar-se de crimes de Ação
Penal Publica Incondicionada ou crimes de Ação Penal Publica
Condicionada a Representação ou Requisição e for oferecida essa
representação ou requisição (Art. 24 do CPP).
- Queixa - peça inaugural quando tratar-se de crime de Ação Penal
Privada (Art. 30 do CPP) ou Ação Penal Privada Subsidiaria da Pública
(Art. 29 do CPP).
- - Procedimento ordinário - podem ser arroladas até oito testemunhas
para cada crime imputado, sob pena de preclusão.
- O STJ (RHC 201.301.244.282) já considerou que se o MP não arrolou
as testemunhas na denúncia, mas apresentou o rol antes de formada
a relação processual, ou seja, antes da citação do imputado, não há
prejuízo para a defesa, portanto, o rol deve ser considerado.
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2º passo – realização do juízo de admissibilidade da inicial:
Esse juízo de admissibilidade pode ser negativo ou positivo.
1) juízo de admissibilidade NEGATIVO:
Ocorre quando o magistrado rejeita a inicial, uma vez que a
denúncia ou queixa, não preencheu os requisitos legais pertinentes.
As hipóteses de rejeição estão previstas no art. 395 do CPP.
Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando:
I - for manifestamente inepta;
II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício
da ação penal; ou
III - faltar justa causa para o exercício da ação penal.
Manifestamente inepta
REJEIÇÃO DA DENÚNCIA
Faltar pressuposto
processual
Pressupostos processuais
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Condições gerais da
ação
legitimidade de partes
interesse processual
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- Possibilidade jurídica do pedido:
Para que alguém seja processado por uma infração penal, o fato
descrito da ação penal deve ser típico, isto é, existir previsão legal.
No Processo Penal, a ação penal deve ser motivada para a
aplicação de uma pena ou medida de segurança, uma vez que essas
são as únicas possibilidades de execução penal.
2. Condições Especiais
As condições especiais da ação penal são aquelas que precisam
estar presentes por força de cada situação, ou seja, entende-se que a
ação penal específica exige tais requisitos.
Diferentemente das condições gerais da ação penal, aqui não
trabalhamos com um rol concentrado de requisitos, mas sim com
dispositivos esparsos no CP e no CPP que apontam a necessidade do
cumprimento de determinado pressuposto para o processamento da
ação em específico.
Exemplos: representação; requisição; extreterritorialidade
condicionada (indivíduo pratica crime no exterior, a continuidade do
processamento da sua conduta depende do seu ingresso em território
brasileiro).
ATENÇÃO
- Magistrado competente para o juízo de admissibilidade da inicial será o juiz
das garantias (Pacote Anticrime - art. 3º-B, CPP).
Atenção: essa previsão está suspensa pelo STF. (HC 195.807)
- Sistema recursal:
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A decisão de rejeição, como regra geral, é desafiada por recurso
em sentido estrito (art. 581, I, CPP);
Essa regra não se aplica no juizado especial, situação em que a
decisão é desafiada por apelação (Art. 82 da Lei 9099/95)
ATENÇÃO
- Na fase da investigação, fala-se em suspeito ou indiciado, conforme
o caso e posteriormente, trata-se do denunciado;
- No processo, após o juiz receber a denúncia, há o réu;
- Se condenado, há o sentenciado;
- Se transitado em julgado, há o executado.
ATENÇÃO
- O art. 3º-B, XIV do CPP (suspenso pelo STF), indica que o juízo de
admissibilidade da inicial será formulado pelo juiz das garantias;
Art. 3º-B, XIV do CPP
(…)
“XIV - decidir sobre o recebimento da denúncia ou queixa, nos termos do art. 399
deste Código”
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- Atualmente o juiz das garantias está suspenso pelo STF (o atual
sistema da prevenção deverá ser alterado);
- A doutrina majoritária entende que a decisão de recebimento da
inicial possui natureza de decisão interlocutória, por isso, precisa ser
motivada.
- O STF e o STJ possuem precedente no sentido de que o recebimento
da inicial tem natureza jurídica de mero despacho, razão pela qual a
motivação está dispensada, ou seja, não possui caráter decisório.
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