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Laudo Técnico Processo 202374300366
Laudo Técnico Processo 202374300366
LIMITAÇÕES DE RESPONSABILIDADE
O presente relatório foi preparado por profissional qualificado de acordo com as normas
técnicas recomendáveis e com base nos termos da solicitação e/ou do contrato firmado com o
cliente;
O presente relatório não poderá ser alterado por qualquer pessoa ou entidade sem o prévio e
expresso consentimento da MINERAR- Geologia, Perícia e Soluções Ambientais;
LISTA DE SIGLAS
Fm Formação
PC Ponto de Controle
Sumário
I. VISITA TÉCNICA ........................................................................................................1
II. PERÍCIA PROPRIAMENTE DITA .............................................................................2
III. MEMORIAL DE CÁLCULO, ESTIMATIVA DE QUANTIDADE DE
COQUEIROS E GRAMÍNEAS ...................................................................................... 11
IV.VALOR DE MERCADO DO BEM EXTRAÍDO ......................................................12
V. VALOR DA INDENIZAÇÃO PARA A ÁREA 3, EM VERMELHO, DO PROCESSO
202374300366 .................................................................................................................13
PARECER TÉCNICO CÓDIGO MINERAR
PARECER 09.3-2023
Cliente: JANIO FERREIRA DOS SANTOS 7 Folhas
I. VISITA TÉCNICA
A visita foi realizada no sábado, dia 16.09.23, pelo geólogo Ângelo Diego de Góes
Silva e pelo biólogo Eduardo Costa Burle, no povoado Aldeias, s/n, zona rural, cep:
49.180-000. O horário de início da visita ocorreu as 10 h e 30 min e encerrou por volta
das 13 h.
Os contatos mantidos na visita foram através de Jânio Ferreira dos Santos e Edvani
Teles de Oliveira que mostraram o local de início da obra e o término da mesma dentro
do terreno dos réus nos processos 202374300369, 202374300367, 202374300366.
Os equipamentos utilizados foram:
1. Considerações iniciais
Será utilizado nesse relatório o termo “degradação ambiental” tendo em vista o
que rege o inciso II do artigo 3° da lei federal n° 6.938/81:
Para fins previstos nesta Lei, entende-se por:
II-Degradação da qualidade ambiental, a alteração adversa das
características do meio ambiente.
Nessa visita houve constatação de máquinas executando a remoção da camada
de solo e armazenando o material “top soil” na porção noroeste do mapa da imagem
abaixo.
Figura 1. A- Visão geral da área degrada com aproximadamente 2,1 hectares, durante a vistoria foram encontrados
onze veículo; B- um trator de esteira tipo D3, C- uma pá carregadeira; D- um ônibus, dois carros de passeio, três
caminhões basculantes, duas pás carregadeira e um trator de esteira tipo D3.
Tinham dois tratores de esteira tipo D3, três pás carregadeiras de esteira, três
caminhões basculantes de 12m³, dois carros de passeio e um ônibus no local. A maior
parte do maquinário estava próximo da porção norte do mapa na localização do
alojamento e/ou ponto de apoio.
Figura 3. Fotografia tirada com Drone com visão para sudeste, também não foi possível identificação da obra, da
licença da Adema ou de qualquer órgão, assim sendo, não é possível identificar qual a licença ambiental para
instalação da obra e os parâmetros a serem seguidos.
2. Proprietário da área
Logo na entrada da fazenda existe uma casa onde o senhor Jânio Ferreira dos
Santos reside e ao lado da casa um curral com pouco mais de 60 (sessenta) cabeças de
gado entre garrotes e animais com idade adulta. A permissão para entrada na fazenda
foi autorizada para verificação da a obra e realização das avaliações e estudos
pertinentes.
AR: Não foram constatados sinais de poluição, apenas sinais de poeira que estão
sendo carreados em direção a casa do Jânio Ferreira dos Santos, a direção do vento
predominante é Leste para Oeste/Sudoeste. Esse tipo de impacto pode ser mitigado
com aspersão e controle de particulados finos, portanto, considerado baixo impacto e
com mitigação possível.
ÁGUA: Não foram constatados dejetos decorrentes das máquinas e/ou
contaminação de lago, lençol freático ou corpos hídricos na região provenientes da
movimentação das máquinas.
SOLO: O solo que está sendo removido, está sendo acumulado e armazenado
em uma baixada topográfica. Foi constatado que em algumas áreas com maior
declividade topográfica, nos locais de retirada da camada superficial do solo, ficaram
morros e taludes com mais de 2 metros de altura o que prejudicará a pastagem e o
acesso do gado ao lado Nordeste/Leste da fazenda onde possui a Lagoa dos Mastros.
O projeto dificultou o acesso do gado ao local com água. Ao se fazer a extração
de solo em área com topografia alta ou regiões de relevo/planalto, existe um
favorecimento e aceleramento de processos erosivos e intempéricos (químico e físico),
pois o solo desnude e/ou sem camada de proteção da vegetação nativa sofrerá perda
de nutrientes por lixiviação (remoção, dissolução de constituintes primários e
secundários do solo).
Será necessário a construção de canaletas de orientação pluviométrica e
diminuição da força da água, principalmente nos pontos com declividade maior que 3
metros de altura, e também como sugestão a construção de caixas concentradoras para
minimizar a força da água em períodos chuvosos ou de inverno.
Figura 4. Morro comprovando o desnível de mais de 2 metros após a retirada da camada superficial do solo
Flora: O local onde se insere a presente área objeto de perícia, com dimensões
já mencionadas anteriormente, pode ser caracterizada pelo bioma Mata Atlântica com
ecossistema associado a restinga. A fitofisionomia das áreas circunvizinhas é
categorizada como Floresta Mesófila Semidecidual, conforme classificação do
Inventário Florestal Nacional de Sergipe (IFN/SE, 2017), encontrando-se em estágio
secundário de sucessão ecológica. A dominância vegetal é evidenciada pela presença de
Cocus nucifera e Brachiaria decumbes. Durante a visita técnica, observou-se a ausência
dos espécimes supracitados devido à supressão vegetal já realizada. No entanto, ao
recorrer a análises de imagens de satélite históricas via Google Earth Pro, identificou-se
a presença de exemplares de Cocus nucifera com início em dezembro de 2004 até a data
mais recente registrada em fevereiro de 2022.
Figura 5 Registro histórico com imagem de satélite de 2004 demonstrando que são coqueiros com mais de 10 anos no
local de visita.
Tendo em vista que um coqueiro ocupe uma área de 25 m² por distar entre si
cerca de 5 metros de distância, a região possuindo cerca de 2.016 m² degradados com
supressão, a estimativa da quantidade de coqueiros suprimida é de 81 unidades de
porte adulto (5 metros de altura ou mais), pois os coqueiros ocupavam toda área, figura
9.
Ao aplicar os valores mencionados na equação e considerando um total de 262
espécimes de Cocus nucifera, a estimativa volumétrica de madeira extraída para o
referido bioma ascende a aproximadamente 21,61 m³.
Cada coqueiro coloca coco em média quatro vezes ao ano e um coqueiro adulto
consegue dar em média dez cocos por safra, em um espaço de 1 ano, teríamos 10 coco
x 4 safras/anos, 40 cocos por ano, portanto se a supressão retirou 81 unidades de
coqueiro que produziam 40 cocos, em média por ano, temos 81 x 40 = 3.240 cocos que
deixaram de ser comercializado pela família.
Em relação as gramíneas toda a área 3, possuía 2.016 m² plantada, através de
comparativos de imagens de satélite de anos anteriores no google Earth pro, toda a área
possuía coqueiros e gramíneas, figura 9.
Figura 9. Área degradada da área 3. Comparativo realizado através de imagens do google Earth pro de 2019 com
imagens atuais de 16.09.23 realizada com drone mavic pro em vistoria, em vermelho a área que possui coqueiros e
em amarelo toda a área com gramíneas.
são 3.240 cocos x R$ 2,00 (dois reais), prejuízo anual de R$ 6.480 (seis mil quatrocentos
e oitenta reais).
Desta forma, os responsáveis pela degradação ambiental causaram um prejuízo,
aproximadamente, nos valores de hoje: 81 coqueiros adultos x R$ 600,00 = R$ 48.600
(quarenta e oito mil e seiscentos reais).
Total R$ 55.150,00
________________________________________________
Ângelo Diego de Góes Silva
Geólogo Crea-SE n° 2711169626, Ibama/CTF n° 5828645
Conselheiro suplente do Crea-SE
Contato: (79) 98838-2226
________________________________________________
Eduardo Costa Burle
Geólogo CrBio: 105.670/08-D
Contato: (79) 99121-1232
Benassi, Antonio Carlos; Fanton, César José; Santana, Enilton Nascimento de. O cultivo
do coqueiro-anão-verde: tecnologias de produção. Vitória, ES: Incaper, 2013. (Incaper.
Documentos, 227). ISSN 1519-2059.
ANEXO