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TEMA - Página de JAVIER ROMERO MUNUERA GUARDA CIVIL

ITEM 1. A CONSTITUIÇÃO ESPANHOLA DE 1978, CARACTERÍSTICAS GERAIS E PRINCÍPIOS


INSPIRADORES, ESTRUTURA. TÍTULO PRELIMINAR.

1. A CONSTITUIÇÃO ESPANHOLA DE 1978.


FOI:
 APROVADO: pelas CORTES em sessões plenárias do CONGRESSO dos Deputados e do
SENADO realizado em 31 de outubro de 1978.
 RATIFICADO: pelo POVO ESPANHOL em referendo em 6 de dezembro de 1978.
 ENACTED: por S.M. o Rei perante as Cortes em 27 de dezembro de 1978.
 PUBLICADO: no B.O.E., entrando em vigor no mesmo dia, de acordo com o disposto na
Disposição Final em 29 de dezembro de 1978.

Os seus artigos foram discutidos e aprovados com o apoio dos partidos políticos representados no
Parlamento por consenso (ampla maioria) ou acordo básico das forças políticas sobre questões fundamentais
dos mesmos.
Uma vez acordado um texto comum, este é submetido à aprovação das respectivas sessões plenárias
do Congresso e do Senado em 31 de outubro de 1978, resultando em:

VOTAR CONGRESSO SENADO


SIM 226 325
NÃO 5 6
ABSTENÇÕES 8 14

No Referendo Popular de 6 de dezembro de 1978:

SIM 87,87 %
NÃO 07,83 %
EM BRANCO 03,55 %
ZERO 0,75 %
ABSTENÇÕES 32,89 %

NOTAS COMUNS COM OUTRAS CONSTITUIÇÕES:

- Documento escrito (salvo exceções, como inglês).


- Está no topo do sistema jurídico.
- Ele contém os sistemas para sua reforma, já que nenhum outro pode modificá-lo.
- Duas grandes partes: uma dogmática, que estabelece os direitos e deveres dos cidadãos e outra
orgânica, que se refere aos poderes e instituições do Estado, e sua organização.

CARACTERÍSTICAS GERAIS:

- CONSENSUAL: através da obtenção de um acordo entre os partidos políticos.


- Desenvolve-se sob o princípio da consolidação de um ESTADO DE DIREITO.
- REFRENDADA, ratificada pelo povo espanhol por referendo.
- MONÁRQUICA, uma vez que estabelece como forma política a Monarquia Parlamentar.
- AUTONOMISTA, reconhece o direito à autonomia de diferentes nacionalidades e regiões, sob o
princípio da solidariedade.
- LIBERAL E SOCIAL, reconhecendo a liberdade de empresa no contexto de uma economia de
mercado, o direito à propriedade privada e à herança, que deve cumprir uma função social.
PRINCÍPIOS INSPIRADORES. (Consta do preâmbulo)
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"A nação espanhola, desejando estabelecer justiça, liberdade e segurança e promover o bem de
todos os seus membros, no exercício de sua soberania, proclama sua vontade de:
- Garantir a convivência democrática, uma ordem econômica e social justa.
- Consolidar o Estado de Direito.
- Proteger todos os espanhóis e povos da Espanha.
- Promover o progresso da cultura e da economia.
- Estabelecer uma sociedade democrática avançada.
- Colaborar no fortalecimento de relações pacíficas e na cooperação efetiva entre todos os povos da
Terra.

ESTRUTURA CONTEÚDO LOCALIZAÇÃO


PREÂMBULO MOTIVOS E OBJETIVOS PREÂMBULO
PARTE DOGMÁTICA 169 artigos PRINCÍPIOS GERAIS TÍTULO PRELIMINAR, TÍTULO I
DIREITOS E DEVERES DOS CAPÍTULO III, TÍTULO VII, TÍTULO
(entre os dois) CIDADÃOS I CAPÍTULOS I E II
PARTE ORGÂNICA 169 itens CHEFE DE ESTADO, CORTES TÍTULO II, TÍTULO III, TÍTULO IV,
GERAIS, ETC, ETC. TÍTULO V, TÍTULO VI, TÍTULO VIII,
TÍTULO IX
PROCESSO DE REFORMA TÍTULO X
4 DISPOSIÇÕES INDIRETAS.
9 DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS.
1 REVOGAÇÃO DA DISPOSIÇÃO
1 DISPOSIÇÃO FINAL

Dentro da parte orgânica existem três poderes:


- Poder Legislativo: Congresso dos Deputados e Senado
- Poder Executivo: Governo.
- Poder Judiciário: Justiça, Juízes e Magistrados.

Os artigos estão divididos em 10 títulos mais o título preliminar:

- Título I. Dos direitos e deveres fundamentais.


- Título II. Da Coroa.
- Título III. Das Cortes Gerais.
- Título IV. Do governo e da Administração.
- Título V. Relações entre o Governo e a Administração.
- Título VI. do Poder Judiciário.
- Título VII. Economia e Finanças.
- Título VIII. Da organização territorial do Estado.
- Título IX. Do Tribunal Constitucional.
- Título X. Da reforma constitucional.

O TÍTULO PRELIMINAR (ARTS. 1-9)

A reforma do Título Preliminar requer a aprovação por maioria de 2/3 de ambas as câmaras e posterior
dissolução das Cortes, a realização de eleições, a ratificação das novas Cortes Gerais por maioria de 2/3 e a
convocação de um referendo.

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- Classes de Estado e Valores Superiores do sistema jurídico. A Espanha está constituída em um Estado de
Direito social e democrático, que defende como valores superiores de seu sistema jurídico a liberdade, a
justiça, a igualdade e o pluralismo político.

- Detentor da Soberania Nacional. A soberania nacional reside no POVO ESPANHOL, de quem emanam os
poderes do Estado.

- Forma de Estado. A forma política do Estado espanhol é a Monarquia Parlamentar. A soberania está no
povo que é o Poder Constituinte. O monarca arbitra e modera o funcionamento regular das instituições e
exerce as funções que lhe são atribuídas pelas leis e pela Constituição (artigo 1.2)

- Estado autônomo unitário. Reconhecimento e garantia do direito de autonomia das nacionalidades e


regiões, respeitando a unidade indissolúvel de Espanha. (art. 2).

- Valor normativo da Constituição e princípio da legalidade. Sujeição dos cidadãos e dos poderes públicos à
Constituição e ao resto do ordenamento jurídico. (art. 9.1).

- Liberdade e igualdade. Que sejam reais e eficazes é tarefa do poder público. (9.2)

- Garantia constitucional dos princípios gerais. (princípio da legalidade, hierarquia normativa, publicidade
das normas....) (art. 9.3)

- Língua Oficial do Estado. Liga Castelhana Oficial da Espanha. Outras línguas também oficiais em seu
C.C.A.A. e de acordo com os estatutos. (art. 3).

- Bandeira da Espanha. Formado por três listras horizontais: vermelho, amarelo e vermelho. O amarelo
central tem o dobro da largura de cada um dos vermelhos. Cada A.C. Tem a sua própria bandeira. Os
espanhóis devem acenar com preferência sobre qualquer outro. Preferência: colocação central, por ocupar
o lado direito ou por seu tamanho maior. (art. 4.1.2)

- Capital do estado: Villa de Madrid. (art. 5)

- Partidos Políticos: expressam o pluralismo político e a manifestação popular. Sua criação e o exercício de
sua atividade são livres, respeitada a Constituição e demais leis. (art. 6).

- Sindicatos e associações patronais. Contribuem para a defesa e promoção dos interesses do trabalhador.
Livre criação e exercício, desde que respeitem a Constituição e outras leis. (art. 7)

- Forças Armadas: garantir a soberania e independência da Espanha e defender sua integridade territorial e
ordem constitucional (art. 8.1)

ERROS MAIS FREQUENTES NO TESTE DO TÓPICO 1.

 Garantir a soberania de Espanha é missão das Forças Armadas e não de todos os espanhóis.
 A forma política do Estado espanhol é a monarquia parlamentar onde o monarca: arbitra e modera
o funcionamento regular das instituições.
 Poder constituinte significa que a soberania nacional reside no povo espanhol.
 Reconhecer o estado das Autonomias não é um princípio do preâmbulo da Constituição.

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ITEM 2. DIREITOS E DEVERES FUNDAMENTAIS DOS ESPANHÓIS. (TÍTULO I) (art. 10-


55).

A doutrina científica classifica os direitos ou liberdades em três categorias:

- Direitos ou liberdades civis: direito à vida, à integridade física, à autoimagem, à inviolabilidade do


domicílio, ao sigilo da correspondência e de outros meios de comunicação (telefone, telegrama, etc.), à
liberdade de residência e de circulação no território nacional; proteção contra detenções ilegais, etc.

- Direitos económicos ou socioeconómicos: direito ao trabalho, remuneração digna, segurança social,


liberdade de escolha profissional; propriedade privada e herança; liberdade contratual; o direito à
educação; o direito de constituir família, a proteção das crianças, a moradia digna, etc.

- Direitos políticos: direito de voto, direito de ocupar cargos públicos; Direito de petição. Inclui
também os direitos de greve, reunião, associação, etc.; Estes últimos direitos estão incluídos por alguns
tratados dentro do chamado sócio-econômico.

Arte. 10 – Declaração geral que é considerada o fundamento da ordem política e da paz social,
afirmando que a dignidade da pessoa, os direitos invioláveis que lhe são inerentes, o livre
desenvolvimento da personalidade, o respeito pela lei e pelos direitos dos outros são o fundamento da
ordem política e da paz social.

As normas relativas aos direitos e liberdades fundamentais reconhecidos pela Constituição serão
interpretadas de acordo com a Declaração Universal dos Direitos Humanos e os tratados e acordos
internacionais sobre as mesmas matérias ratificados pela Espanha.

ESPANHÓIS E ESTRANGEIROS (Capítulo Um) (11 a 13)

Declara que a nacionalidade espanhola é adquirida, retida e perdida de acordo com as disposições da
lei e que nenhum espanhol de origem pode ser privado, trata também da possibilidade de o Estado
celebrar tratados de dupla nacionalidade com outros países e dos direitos dos estrangeiros em Espanha,
Estes incluem o direito de asilo, extradição e o direito de voto nas eleições municipais, desde que
estabelecido por tratado ou lei.
A maioridade é fixada em 18 anos, de acordo com o art. 12.

DIREITOS E LIBERDADES

Arte. 14 tem um conteúdo especial, e um critério interpretativo de todos os outros arts. Igualdade
perante a lei. Todos os espanhóis são iguais perante a lei e não pode haver discriminação em razão do
nascimento, raça, sexo, religião, opinião ou qualquer circunstância pessoal ou social.

DIREITOS FUNDAMENTAIS E LIBERDADES PÚBLICAS. (15 a 29). Estarão sujeitos a especial


proteção constitucional, uma vez que só poderão ser desenvolvidos, respeitando o seu conteúdo
essencial, através de leis orgânicas (exigem maioria absoluta do Congresso) e a sua violação será
protegida pelo Tribunal Constitucional, com os recursos de inconstitucionalidade determinados (se for a
lei de desenvolvimento que os viola, ou amparo, se for algum poder público ou qualquer outra pessoa.
Para além de um processo preferencial e sumário perante os Tribunais de Justiça:

 (15) Direito à vida. Está ligado ao direito à integridade física da pessoa. A tortura, os
tratamentos ou penas desumanos ou degradantes são proibidos e a pena de morte é abolida.

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 (16) Direito à liberdade ideológica, religiosa e religiosa dos indivíduos e das comunidades.
Ninguém pode ser obrigado a declarar sua ideologia, religião ou crença. Não haverá religião oficial
do Estado, embora coopere com a Igreja Católica e outras confissões e leve em conta as crenças
religiosas da sociedade espanhola.
 (17) Direito à liberdade e à segurança. Proteção do direito à liberdade e à segurança jurídica.
Os casos de privação de liberdade são regulamentados. A detenção governamental durará no
máximo 72 horas, após as quais o detido será libertado ou enviado ao juiz. Tem o direito de ser
informado imediatamente e de forma compreensível dos seus direitos e das razões da sua detenção,
na presença do seu advogado. É regulado pela L.O. 6/1984 O procedimento de habeas corpus para
pessoas ilegalmente detidas deve ser levado imediatamente à Justiça.
 (18.1,.2.3) Direito à honra, à privacidade e à autoimagem. Garante o direito à inviolabilidade
do domicílio, ao sigilo das comunicações (postais, telefônicas, telegráficas e de qualquer outro tipo)
que só podem ser intervencionadas por resolução judicial.
 (19) Direito à liberdade de residência e de livre circulação no território espanhol, bem como
à saída e entrada de Espanha.
 (20) Direito à livre expressão e divulgação de pensamentos, ideias e opiniões por palavra, por
escrito ou por qualquer meio; o direito à criação e produção literária, artística, científica e técnica;
liberdade acadêmica e o direito de se comunicar ou receber informações livremente. As apreensões
de publicações só serão feitas após decisão judicial. Não haverá censura prévia.
 (21) Direito de reunião e manifestação. (x L.O.) A reunião pacífica e desarmada não requer
autorização prévia. Se as reuniões forem realizadas em locais de trânsito ou se tratar de
manifestação, será previamente comunicada à autoridade, que só poderá interditá-la se houver perigo
para pessoas ou bens e perturbação da ordem pública.
 (22) Direito de associação. As associações serão inscritas num registo para efeitos de
conhecimento e publicidade. Associações paramilitares, secretas ou criminosas são proibidas. Só
podem ser dissolvidos pelos juízes.
 (23) O direito de participar nos assuntos públicos, directamente, sendo eleito para cargos de
representação ou exercendo cargos públicos e, indirectamente, estabelecendo o direito de voto, ou o
direito de eleger livremente representantes em eleições periódicas por sufrágio universal.
 (24) Direito ao acesso efetivo aos tribunais e às garantias processuais, sem em caso algum
ficar indefeso. Isso traz consigo os direitos:
- Um juiz ordinário determinado por lei.
- Defesa e assistência jurídica.
- Para ser informado da acusação.
- A um processo público, com garantias e sem demora.
- Utilizar todos os meios de prova em sua defesa.
- Não testemunhar contra si mesmo, não se declarar culpado e à presunção de inocência. A lei
estabelecerá quando, por parentesco ou sigilo profissional, não será obrigado a depor sobre
supostos atos criminosos.
 (25) Desenvolve o princípio da irretroatividade das regras relativas às penas e os princípios
orientadores das penas privativas de liberdade: reeducação e reinserção social do agente, que
continuará a gozar dos seus direitos fundamentais, salvo disposição em contrário do acórdão, bem
como a proibição de a administração pública impor penas privativas de liberdade.
 (26) Os tribunais de honra são proibidos no domínio da administração civil e das
organizações profissionais.
 (27) Direito à educação e liberdade de educação. Os poderes constituídos têm o direito de dar
aos seus filhos uma educação religiosa que esteja de acordo com as suas crenças. A liberdade das
instituições de ensino e a autonomia das universidades são reconhecidas. A educação básica é
obrigatória e gratuita.
 (28) O direito de se organizar livremente, o que inclui a liberdade de constituir sindicatos, a
liberdade de filiação (ninguém pode ser obrigado a fazê-lo) e o direito dos sindicatos de constituírem
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confederações nacionais ou de se filiarem a confederações internacionais. A lei poderá limitar ou


isentar o exercício desse direito às Forças Armadas e institutos armados, aos órgãos sujeitos à
disciplina militar e às peculiaridades da sindicalização dos oficiais. O direito de greve é reconhecido
para os trabalhadores defenderem seus interesses.
 (29) Direito de petição, individual ou colectiva, para todos os espanhóis, por escrito. Os
membros do corpo sujeito à disciplina militar só podem exercer este direito numa base individual.

DOS DIREITOS E DEVERES DOS CIDADÃOS (Seção II Capítulo II. (30 a 38 anos)

Sua violação acarreta apenas o remédio de inconstitucionalidade, mas não mais o de amparo ou o
procedimento preferencial e sumário perante os Tribunais.

 (30) Direito e dever de defesa da Espanha, estabelece objeção de consciência.


 (31) Dever de contribuir para a manutenção da despesa pública, de acordo com a sua
capacidade económica, através de um sistema fiscal equitativo estabelecido nos termos da lei.
 (32) Direito ao casamento, com plena igualdade jurídica entre homens e mulheres. As formas
de casamento, os direitos e deveres dos cônjuges e as causas de separação e dissolução são
estabelecidos por lei.
 (33) Direito à propriedade privada e à herança, que devem cumprir uma função social.
Ninguém pode ser privado dos seus bens e direitos, salvo por motivo justificado de utilidade pública
ou interesse geral, nos termos da lei e com a correspondente indemnização.
 (34) Direito de fundação para fins de interesse geral que, tal como o direito de associação,
proíbe os que têm fins penais.
 Direito e dever ao trabalho, núcleo fundamental dos direitos sociais, contemplado no artigo
35 que o amplia da seguinte forma:
- Direito à livre escolha de profissão ou ofício.
- À promoção através do trabalho.
- A uma remuneração suficiente para satisfazer as necessidades familiares.
- Negociação colectiva entre empregadores e representantes dos trabalhadores (37),
declarando a força vinculativa dos acordos.
- Adotar medidas de conflito coletivo por parte de trabalhadores e empregadores.
 (38) O direito à liberdade de empresa, ligado ao direito de propriedade no contexto da
economia de mercado, embora o planeamento económico seja permitido.

DOS PRINCÍPIOS ORIENTADORES DA POLÍTICA SOCIAL E ECONÓMICA. (39 A 52 ANOS)


(Capítulo III)

Não constituem mais direitos subjetivos dos cidadãos, mas princípios que informam a legislação,
a prática judicial e a atuação do poder público, concebidos como garantia de outros direitos de natureza
econômica e social. A consequência é que elas não podem ser exigidas diretamente perante os Tribunais,
mas apenas por meio das leis que as desenvolvem. E tais princípios de ação são os seguintes:

 (39) Protecção económica, social e jurídica da família, sem distinção quanto à filiação dos
filhos ou ao estado civil das mães. As crianças e os seus direitos devem ser protegidos.
 (40 e 42) Protecção do progresso social e económico, distribuição equitativa do rendimento e
política para o pleno emprego. Será promovida uma política de formação e reabilitação profissional,
segurança e saúde no trabalho, descanso, limitação do horário de trabalho e férias pagas. O Estado
garantirá os direitos dos trabalhadores espanhóis no exterior.
 (41 e 43) As autoridades públicas devem manter um regime público de segurança social. O
direito à proteção da saúde é reconhecido.

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 (44) Protecção e protecção do acesso à cultura, a que todos têm direito, e à investigação de
interesse geral.
 (45 e 46) Protecção do ambiente e do património artístico, histórico e cultural dos povos de
Espanha.
 (47) Protecção do direito a uma habitação adequada; O poder público estabelecerá regras
para efetivar esse direito, evitando a especulação fundiária.
 (48) Promoção da participação livre e efectiva dos jovens no desenvolvimento político,
socioeconómico e cultural.
 (49 e 50) Protecção dos deficientes e dos idosos através de pensões regularmente
actualizadas e de um sistema de serviços de assistência social.
 (51) Protecção dos consumidores. As autoridades públicas devem garantir a protecção dos
consumidores e utilizadores, protegendo, através de procedimentos eficazes, a sua segurança, saúde
e interesses económicos legítimos. Devem também promover a informação e a educação dos
consumidores e utilizadores, incentivar as suas organizações e ouvi-las sobre questões que possam
afetá-los, nos termos estabelecidos na lei.

GARANTIAS DOS DIREITOS E LIBERDADES FUNDAMENTAIS. (Capítulo IV do Título I).


Dedica especial atenção às garantias de liberdades e direitos.

 Declarando que as liberdades e os direitos dos espanhóis reconhecidos no segundo capítulo


da Constituição vinculam todos os poderes públicos e que o seu exercício só pode ser regulado por
uma lei que respeite o seu conteúdo, a sua adaptação às disposições da Constituição será também
controlada pelo Tribunal Constitucional, pelo remédio da inconstitucionalidade. (53.1)
 Os direitos e liberdades reconhecidos no artigo 14.º e no n.º 1 do capítulo II (direitos
fundamentais e liberdades públicas) são oponíveis perante os tribunais comuns através de um
processo especial, preferencial e sumário e perante o Tribunal Constitucional através do recurso de
amparo. Este último recurso também se aplica ao direito à objeção de consciência previsto nos arts.
30 (art. 53.2)
 Os princípios reconhecidos no Capítulo III (princípios orientadores da política social e
econômica) inspiram a legislação e a atuação dos juízes e das autoridades públicas e só podem ser
invocados perante os tribunais de acordo com as disposições das leis que os desenvolvem (53.3).
 Além disso, está prevista a existência do Provedor de Justiça, para defender os direitos dos
espanhóis e com poderes para supervisionar as actividades da administração. (Artigo 54).

SUSPENSÃO DE DIREITOS E LIBERDADES (Capítulo V, Título I, Art. 55)

Alguns direitos podem ser suspensos quando forem declarados estados de emergência ou de sítio, que
serão regulados por uma L.O. (4/1981). Estas situações são declaradas:
- O estado de emergência, pelo Governo por decreto acordado em Conselho de Ministros, com
autorização prévia do Congresso dos Deputados.
- O estado de sítio, pela maioria absoluta do Congresso dos Deputados, por proposta exclusiva do
governo.
Em ambos os casos, os seguintes direitos e liberdades podem ser temporariamente suspensos:
- O período de setenta e duas horas para detenção governamental e garantias de privação de liberdade
(17).
- Inviolabilidade do domicílio e sigilo das comunicações.
- Liberdade de residência e de circulação.
- O direito de expressar livremente ideias, o direito de comunicar ou receber informações livremente e
a apreensão de comunicações.
- Direito de reunião e manifestação

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- O direito de greve dos trabalhadores e o direito de acção colectiva dos trabalhadores e dos
empregadores.
Apenas em caso de estado de emergência, o direito do detido a ser informado imediatamente e de
forma compreensível dos seus direitos e das razões da sua detenção perante a polícia e o juiz mantém-se
em vigor sem ser suspenso.

Também prevê a possibilidade de que uma lei orgânica estabeleça os casos em que, individualmente e
com a intervenção do juiz e controle parlamentar, alguns direitos podem ser suspensos para pessoas
específicas, em relação a ações de gangues armadas ou terrorismo (48 horas + das 72 por decisão de um
juiz), mas como mais uma garantia desses direitos contra um eventual abuso por parte da Administração,
a Constituição afirma que abusos dos poderes reconhecidos por esta lei podem dar ensejo à
responsabilidade penal, como violação de direitos e liberdades reconhecidos por lei.

EXIGIBILIDADE DE DIREITOS.

Os direitos fundamentais clássicos contidos no núcleo da Constituição (principalmente na seção 1 do


capítulo 2 do Título I) e os chamados direitos de segunda geração (deduzidos pelos "princípios
orientadores da política social e econômica" do mesmo título) não podem ser validamente equiparados.
porque tal equivalência é enganosa.

Os direitos incondicionalmente exigíveis (à vida, à liberdade, à segurança, à privacidade) diferem pela


sua natureza jurídico-constitucional dos direitos sociais e económicos de prestação (à saúde, à habitação,
ao emprego), enquanto a proteção jurídica dos primeiros corresponde aos tribunais, a satisfação material
destes últimos depende da disponibilidade de recursos suficientes por parte da sociedade e do Estado.

ERROS MAIS FREQUENTES NO TESTE DO TÓPICO 2.

 O direito à moradia depende das regras estabelecidas pelo poder público.


 A sindicalização dos militares é proibida pela L.O. da Liberdade de Associação e das
Ordenanças Reais.
 A Constituição reconhece o direito de fundação para fins de interesse geral.
 Nos estados de emergência e de sítio, o direito à liberdade de associação e de adesão não
pode ser suspenso.
 O estado de emergência não pode exceder 30 dias no decreto que o proclama.

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ITEM 3. A COROA. (TÍTULO II) (arts. 56-65)

FUNÇÕES CONSTITUCIONAIS DO REI

É o Chefe de Estado, símbolo da sua unidade e permanência, arbitra e modera o regular


funcionamento das instituições, assume a mais alta representação do Estado espanhol nas relações
internacionais. Seu título é Rei da Espanha. O rei não participa do exercício da ação governamental,
alheio ao debate entre as diferentes formações políticas e neutro em relação ao conteúdo dos diferentes
programas de governo.

FUNÇÕES DO REI.
Eles podem ser agrupados em:
- Funções simbólicas e representativas.
- Funções efetivas em relação aos demais poderes do Estado:
 Poderes reais que afetam o Legislativo.
 Poderes reais que afetam o Executivo.
 Poderes reais que afetam o Poder Judiciário.
- Comando Supremo das Forças Armadas.

A pessoa do Rei é inviolável e não está sujeita a responsabilidade. Seus atos serão sempre
referendados (56.3) pelo Presidente do Governo, pelos ministros competentes e, em certos casos, pelo
Presidente do Congresso, a quem caberá responder por tais atos (art. 64), que é inválido sem tal aval,
salvo na nomeação dos membros civis e militares de sua casa, o que o faz livremente.

CORRESPONDE AO REI (62)


A. Promulgar e promulgar leis
B. Convocar e dissolver as Cortes Gerais e convocar eleições nos termos previstos na Constituição.
C. Convocar um referendo nos casos previstos na Constituição.
D. Propor o candidato a Presidente do Governo e, se for caso disso, nomeá-lo, bem como cessar as
suas funções nos termos previstos na Constituição.
E. Nomear e exonerar os membros do Governo sob proposta do seu presidente.
F. Expedir decretos acordados em Conselho de Ministros, conferir cargos civis e militares e
conceder honrarias e distinções de acordo com as leis.
G. Ser informado dos assuntos de Estado e presidir, para o efeito, às sessões do Conselho de
Ministros, quando o considere conveniente, a pedido do Presidente do Governo.
H. Assumir o comando supremo das Forças Armadas.
I. Exercer o direito de indulto nos termos da lei, que não pode autorizar indultos gerais.
J. Realizar o alto patrocínio das Academias Reais.

Além disso, o Rei:


a. Credencia embaixadores e representantes diplomáticos.
b. Expressa a anuência do Estado aos tratados internacionais.
c. Assina as declarações de guerra e paz, com autorização prévia das Cortes Gerais.
d. Nomeia os membros do Conselho Geral da Magistratura.
e. Nomeia o Procurador-Geral do Estado.
f. Nomeia os membros do Tribunal Constitucional.
g. Nomeia o presidente do Supremo Tribunal e do Tribunal Constitucional.

SUCESSÃO

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A Coroa da Espanha é hereditária nos sucessores de Sua Majestade Don Juan Carlos I de Bourbon,
herdeiro legítimo da dinastia histórica (57.1). Uma ordem regular de primogenitura e representação é
seguida, que envolve:

- Que a linha anterior é preferida às posteriores, ou seja, os filhos e netos são preferidos aos
irmãos e sobrinhos.
- O grau mais próximo do mais remoto é o preferido: filhos em detrimento de netos.
- Os machos são preferidos às fêmeas.
- No mesmo sexo, da pessoa mais velha à mais nova.
Nesta linhagem, o herdeiro seria o filho masculino mais velho do monarca reinante.
O príncipe herdeiro, desde o nascimento ou a partir da ocorrência do evento que dá origem ao
chamado, terá a dignidade de príncipe das Astúrias. (57.2)
Uma vez extintas todas as linhas, as Cortes Gerais providenciarão a sucessão à Coroa da maneira que
melhor se adequar aos interesses da Espanha. (57.3)
Aqueles que se casarem contra a proibição expressa do Rei e das Cortes Gerais, serão excluídos na
sucessão à Coroa por si mesmos e seus descendentes. (57.4)
Abdicações e renúncias e qualquer dúvida de fato ou de direito serão resolvidas por Lei Orgânica
(57.5)

A REGÊNCIA

É a instituição provisória que substitui o rei em suas funções constitucionais durante a menoridade, a
incapacidade temporária ou a ausência de seu legítimo titular.

Pode exercer a regência, nomeadamente:


1. Quando o Rei for menor, o pai ou a mãe do Rei e, na sua ausência, o parente maior de idade mais
próximo de suceder à coroa, de acordo com a ordem estabelecida na Constituição, entrarão
imediatamente em exercício da Regência e a exercerão durante o tempo da menoridade do Rei.
2. Se o rei for impedido de exercer sua autoridade e a impossibilidade for reconhecida pelas Cortes
Gerais, o príncipe herdeiro da coroa entrará imediatamente na regência, se for maior de idade. Caso
contrário, procederá na forma prevista no parágrafo anterior, até que o príncipe herdeiro atinja a
maioridade.
3. Se não houver pessoa a quem a Regência corresponda, esta será nomeada pelas Cortes Gerais e
será composta por uma, três ou cinco pessoas.

Para exercer a Regência é necessário ser espanhol e maior de idade (59,4) e será exercido por mandato
constitucional e sempre em nome do Rei (59,5)

A RAINHA

A rainha consorte ou o consorte da rainha não podem assumir funções constitucionais, exceto quando
previsto para a Regência. (58)

O TUTOR DO REI

O guardião do rei menor será a pessoa nomeada em seu testamento pelo rei falecido, desde que seja
maior de idade e espanhol de nascimento; Se ele não a nomeou, o pai ou a mãe serão tutores, enquanto
permanecerem viúvos. Na falta deste, será nomeado pelas Cortes Gerais, mas os cargos de regente e
guardião não poderão ser combinados, exceto no pai, na mãe ou nos ascendentes diretos do rei (art. 60)
O exercício da tutela também é incompatível com o de qualquer cargo ou representação política.

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JURAMENTO DE FIDELIDADE À CONSTITUIÇÃO PELO REI E PRÍNCIPE HERDEIRO. (61)

O Rei, quando proclamado perante as Cortes Gerais, prestará juramento de desempenhar fielmente as
suas funções, de guardar e assegurar a observância da Constituição e das leis e de respeitar os direitos
dos cidadãos e das Comunidades Autónomas.

O príncipe herdeiro, ao atingir a maioridade, e o regente ou regentes, ao assumirem suas funções, farão
o mesmo juramento, bem como o de fidelidade ao rei.

O APOIO DA CASA DO REI.

O rei recebe do orçamento do Estado uma quantia fixa para o sustento de sua família e da casa, e a
distribui livremente (65).

ERROS MAIS FREQUENTES NO TESTE DO TÓPICO 3.

 Na coroa da Espanha, a sucessão ao trono segue a ordem da primogenitura e representação, e


não da primogenitura e hereditária.

ITEM 4. AS CORTES GERAIS. (TÍTULO III) (arts. 66-96)

- Capítulo I: Das câmeras. (66-80)


- Capítulo II: Da Elaboração de Leis (81-92)

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- Capítulo III: Tratados Internacionais (93-96)

As Cortes Gerais representam o povo espanhol e são compostas por duas câmaras (66,1): o Congresso
dos Deputados e o Senado.

Nossa estrutura é bicameral, o Congresso é chamado de Câmara Baixa e o Senado de Câmara Baixa;
Isso não implica uma preeminência hierárquica, mas entre outras razões esse sistema bicameral
representa:

1ª. O equilíbrio institucional, já que o Senado é responsável por uma segunda leitura e aprovação dos
projetos de lei.
2º A complementaridade da representação. O Congresso dos Deputados é a representação popular direta,
enquanto o Senado é a representação territorial do Estado.

As Cortes Gerais: (66.2)


- Exercem o poder legislativo.
- Aprovar o Orçamento do Estado.
- Eles controlam a ação do governo.
- Eles têm outros poderes reconhecidos pela constituição (prestam juramento ao rei, autorizam
a declaração de guerra antecipadamente, aprovam a reforma da constituição, etc.).

O mandato do representante de parlamentares, senadores e deputados é de quatro anos, salvo se as


câmaras forem dissolvidas antes.

COMPOSIÇÃO. ATRIBUIÇÕES E FUNCIONAMENTO DAS CÂMARAS.

O CONGRESSO DOS DEPUTADOS.

Atualmente é composto por 350 deputados, mas a Constituição permite até 400. Estes deputados são
eleitos:

- Por sufrágio universal (todos os adultos votam), livre, igual, directo e secreto, nos 52 círculos eleitorais
em que Espanha está dividida (as 50 províncias mais Ceuta e Melilha). Cada província tem um
mínimo de 2 deputados, exceto Ceuta e Melilla que elegem um; o restante dos assentos é atribuído a
cada província de acordo com sua população; no momento da eleição.

A eleição é realizada em cada circunscrição por representação proporcional, ou seja, os assentos são
distribuídos proporcionalmente ao número de votos obtidos por cada partido nas eleições, e todos os
espanhóis são eleitores em pleno uso de seus direitos políticos.
Atribuições ou competências do Congresso:
a. Conceder a investidura ao candidato a Presidente do Governo.
b. Exigir do governo a responsabilidade solidária de sua gestão pública.
c. Votar a chamada questão da confiança quando for levantada pelo Presidente do Governo, após
deliberação do Conselho de Ministros. Esta questão pode estar relacionada com o programa
presidencial ou com uma declaração de política geral.
d. Apresentar uma moção de censura ao Governo.
e. Autoriza o estado de emergência e declara oestado de sítio por proposta do Governo.
f. Autorizar a realização de referendo sobre a proposta do Governo.

O SENADO

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Câmara de representação territorial do Estado (províncias e Comunidades Autónomas e cidades de


Ceuta e Melilha) e é composta por:
- Quatro senadores eleitos por sufrágio universal, livre, igual, directo e secreto, pelos eleitores
de cada província (Ceuta e Melilla correspondem apenas a dois e as Ilhas Canárias onze e as Ilhas
Baleares cinco).
- Os senadores são eleitos pelo sistema majoritário, ou seja, são eleitos os candidatos mais
votados.
- Haverá senadores nomeados pelas Comunidades Autónomas, através das suas assembleias
legislativas ou dos seus órgãos colegiais máximos, à razão de um para cada Comunidade, mais outro
para cada milhão de habitantes do território autónomo.

Praticamente lhe são atribuídas as mesmas funções legislativas que o Congresso dos Deputados. Por
meio da segunda leitura, reconsidera os textos aprovados na Câmara dos Deputados. Suas funções de
controle político são inferiores às do Congresso, ele também pode questionar o governo, dirigir
perguntas a seus membros e nomear comissões de inquérito e investigação.

REGRAS GERAIS COMUNS ÀS DUAS CÂMARAS

Não pode ser senador e deputado ao mesmo tempo, nem deputado e membro de uma Assembleia
Autónoma. (67)

A própria Constituição estabelece as razões da inelegibilidade e incompatibilidade dos parlamentares


com determinados cargos administrativos, políticos, militares e outros.70

Deputados e Senadores são invioláveis pelas opiniões que expressam no exercício do cargo e gozam
de imunidade parlamentar; não podem ser presos, salvo em flagrante delito, nem acusados, nem julgados
sem prévia autorização de sua câmara, e se esta conceder, o foro competente é a Segunda Câmara
Criminal do Supremo Tribunal Federal (71).

As câmaras regulam-se a si próprias, ou seja, estabelecem os seus próprios regulamentos internos de


funcionamento, aprovam os seus orçamentos (incluindo as dotações parlamentares) e elegem as suas
próprias mesas (compostas pelo presidente, vice-presidentes e secretários) (72).

As Câmaras realizam duas sessões ordinárias por ano, de setembro a dezembro, e de fevereiro a junho,
embora possam realizar sessões extraordinárias. (73.1)

As duas Câmaras funcionam em plenário e por comissões e têm o poder de nomear comissões especiais
de inquérito sobre assuntos de interesse público. Os cidadãos são obrigados a comparecer perante essas
comissões quando são chamados a depor e também têm o direito de dirigir petições individuais ou
coletivas por escrito aos Tribunais. (75-77)

Os deputados e senadores de um mesmo partido ou partidos relacionados formam os Grupos


Parlamentares, que designam os parlamentares que devem intervir nas comissões e sessões plenárias, a
fim de acelerar os debates legislativos.

Durante os períodos em que não há sessões, ou quando o Parlamento é dissolvido e enquanto novas
eleições são realizadas, uma Delegação Permanente opera em cada Câmara, que assume certos poderes
da Câmara e supervisiona seus poderes (78). Cada um deles é composto por , no mínimo, 21 membros,
com representação proporcional dos Grupos Parlamentares.

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As sessões de ambas as câmaras são abertas ao público, podendo haver sessões secretas. Para aprovar
acordos válidos é preciso que haja quórum, a maioria de seus membros deve estar presente (Congresso
que tem 350 pelo menos 176).

A FUNÇÃO LEGISLATIVA: ELABORAÇÃO DE LEIAS.

A Constituição não fala de "função legislativa", mas de "poder legislativo", que é exercido pelas
Cortes Gerais (66.2) e que o fazem fundamentalmente através da elaboração de Leis. (81 a 92)

A iniciativa legislativa ou a possibilidade de propor leis corresponde indistintamente:


- Ao governo (projetos de lei)
- Ao Congresso (projetos de lei)
- Ao Senado (projetos de lei)
As assembleias da C.C.A.A. Poder:
1. Pedir ao governo que envie um projeto de lei à Justiça,
2. Envie um projeto de lei para a mesa do Congresso.

Os cidadãos podem submeter às Cortes Gerais propostas de leis sobre determinadas matérias, através
da instância popular, recolhendo assinaturas em número superior a meio milhão.

LEIS E PROPOSIÇÕES COM FORÇA DE LEI (81)

As leis orgânicas exigem para a sua aprovação, modificação e revogação a maioria absoluta do
Congresso (176 deputados) e são as relativas ao desenvolvimento dos direitos fundamentais e das
liberdades públicas, que aprovam os Estatutos de Autonomia, o regime geral eleitoral e as demais
matérias previstas na Constituição.

As leis ordinárias, portanto, regulamentarão as demais matérias e exigirão para sua aprovação a
maioria simples das Câmaras. As leis, sejam orgânicas ou ordinárias, começam a ser elaboradas por
meio dos chamados projetos de lei ou propostas de lei. É chamado de projeto de lei enviado pelo
governo aos Tribunais, e projeto de lei quando a iniciativa foi realizada por uma das câmaras, por uma
assembleia da Comunidade Autônoma ou por iniciativa popular.

Os projetos são debatidos e aprovados primeiro no Congresso e depois no Senado. As propostas são
discutidas e votadas primeiro na Câmara, para depois seguirem para a aprovação das demais.

Uma vez aprovada a lei por ambas as câmaras, o rei a sancionará e promulgará, ordenando sua
publicação no BOE (91).

As decisões políticas de particular importância podem ser submetidas a referendo por parte dos
cidadãos (92).

As Cortes podem delegar no Governo o poder legislativo de legislar sobre determinadas matérias,
através de lei que fixe os limites dessa delegação (82); o produto normativo resultante dessa delegação é
denominado Decreto Legislativo, e tem força de lei. Em caso de necessidade urgente, o Governo pode
legislar através de Decretos-Leis que serão depois submetidos ao Congresso Nacional para validação ou
revogação. (86).
NORMA INICIATIVA
CONTA O GOVERNO
CONTA UMA DAS CÂMERAS
UMA COMUNIDADE AUTÓNOMA

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INICIATIVA POPULAR (+500.000 PESSOAS)


DECRETO-LEI O GOVERNO (Necessidade urgente)

ERROS MAIS FREQUENTES NO TESTE DO TÓPICO 4

* A reunião das câmaras em sessão extraordinária não pode ser requerida por maioria simples de
qualquer das câmaras.

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ITEM 5. O GOVERNO E A ADMINISTRAÇÃO. (TÍTULO IV) RELAÇÕES ENTRE O GOVERNO
E AS CORTES GERAIS. (TÍTULO V). O PODER JUDICIÁRIO (TÍTULO VI).

O GOVERNO (97)
Direciona:
- Política interna e externa.
- Administração civil e militar e defesa do Estado.
Exercícios:
- Função executiva.
- Poder regulatório.
Consiste em:
- Presidente do Governo.
- Vice-presidentes do governo, se houver.
- Os ministros.

Os membros do Governo reúnem-se, por sua vez, em Conselho de Ministros e em comissões


delegadas do Governo (dos primeiros são todos os membros do Governo de arte. 98 e do segundo os
membros do Governo mais os secretários de Estado instituídos por decreto real). Através do Conselho
de Ministros, o Governo exerce as suas decisões políticas e administrativas mais importantes.

É politicamente responsável por sua gestão perante os Tribunais e a responsabilidade penal dos
ministros será executória perante a Segunda Câmara Criminal do Supremo Tribunal Federal.

O Rei nomeia os Ministros sob proposta do Presidente do Governo (100). Os secretários de Estado
podem comparecer para informar os Conselhos de Ministros e as Comissões Delegadas do Governo
(desde que não façam parte deles) quando forem convocados.

Ao Conselho de Ministros compete:

- Aprovar projetos de lei e submetê-los ao Congresso ou, se for o caso, ao Senado.


- Aprovar a lei Orçamento Geral do Estado.
- Aprove a realeza Decretos-Leis e Decretos Legislativos Reais.
- Acordar na negociação e assinatura de tratados internacionais e enviá-los, se for caso disso,
às Cortes Gerais.
- Declarar estados de alarme e exceção e propor ao Congresso a declaração de estado de sítio.
- Adotar as medidas exigidas pela situação econômica, mediante prévia autorização da lei.
- Aprovar os regulamentos para o desenvolvimento e execução das leis e outras disposições
regulamentares aplicáveis.
- Criar, modificar e extinguir os órgãos sociais dos departamentos ministeriais.
- Adotar programas, planos e diretrizes vinculantes para a Administração Geral do Estado, e
exercer todas as demais competências que lhe forem conferidas pela Constituição, leis e qualquer
outra disposição.

O Presidente do Governo é nomeado pelo Rei, depois de propor um candidato ao Congresso e


posteriormente elegê-lo por maioria. As principais funções do Presidente do Governo são:

- Representar o Governo da Nação e, especialmente, nas suas relações com o Chefe de Estado
e os Tribunais.
- Convocar, presidir e fixar a ordem do dia das reuniões do Conselho de Ministros e dirigir as
suas deliberações, quando não presididas pelo Chefe de Estado.
- Estabelecer o programa político do Governo, determinar as diretrizes da política interna e
externa, e assegurar sua implementação.
- Propor ao Rei, após deliberação do Conselho de Ministros, a dissolução do Congresso, do
Senado ou das Cortes, bem como discutir ao Congresso, após deliberação do Conselho de Ministros,
a questão da confiança.
- Criar, modificar e extinguir, por Decreto Real, os Departamentos Ministeriais e as
Secretarias de Estado, bem como aprovar a estrutura orgânica da Presidência do Governo. Propor ao
Rei a nomeação e exoneração dos Vice-Presidentes e Ministros, e resolver conflitos de atribuições
que surjam entre os Ministérios.
- Contra-assinar, quando for o caso, os atos do Rei, e submeter-lhe, para sua sanção, as leis e
outras normas com o grau da lei.
- Propor ao Rei a convocação de referendo consultivo, com prévia autorização do Congresso,
e interpor recursos de inconstitucionalidade.
- Dirigir a política de defesa e exercer em relação às Forças Armadas as funções previstas na
legislação que regula a defesa nacional e a organização militar.

Os Ministros, que são membros do Governo, estão ao mesmo tempo à frente de cada um dos ramos em
que se divide a Administração Geral do Estado, com funções de especialização e integração da grande
variedade de órgãos a que conduz o princípio da divisão do trabalho. Ligam directamente o Governo à
Administração Geral do Estado.

Nomeados pelo Rei por proposta do Presidente do Governo, e devem ser espanhóis maiores de idade e
tomar, no ato da posse, o juramento ou promessa de cumprir fielmente as obrigações de seu cargo, com
lealdade ao Rei, cumprimento da Constituição como Norma Fundamental do Estado, respeito pelos
direitos dos indivíduos e estrita observância das leis, bem como manter secretas as deliberações do
Conselho de Ministros.

Os Ministros podem ser titulares de um Departamento, ou seja, ter uma pasta específica, ou ser um
Ministro sem pasta, ou seja, sem estar à frente de qualquer Departamento ou ramo da Administração.

Os ministros são considerados altos funcionários e são responsáveis por:

- Desenvolver a ação do Governo no âmbito de seu Departamento.


- Exercer autoridade reguladora nos assuntos de seu Departamento.
- Exerça tantos poderes quantos as leis lhe atribuem.
- Endossar, quando for o caso, os atos do Rei.
- Estabelecer os planos de ação da organização sob sua responsabilidade.
- Possuem capacidade decisória na definição, execução, controle e avaliação das políticas
setoriais de sua competência (funções indelegáveis).
- Gestão de mídia (Funções que podem ser desconcentradas ou delegadas a outros órgãos
superiores ou gerenciais).

Atualmente, os ministérios são 15, Relações Exteriores; Justiça; Defesa; Economia; Fazenda; Interior;
Promoção; Educação, Cultura e Esporte; Trabalho e Assuntos Sociais; Agricultura, pesca e alimentação;
da Presidência; Administrações Públicas; Saúde e Consumo; Ambiente; Ciência e Tecnologia.

A organização interna dos Ministérios é a seguinte:

- Nos Ministérios podem existir Secretarias de Estado e, excepcionalmente, Secretarias-


Gerais, para a gestão de um setor de atividade administrativa.
- Os Ministérios terão, em qualquer caso, uma Subsecretaria e, dependendo dela, uma
Secretaria-Geral Técnica.
- As direcções-gerais são os órgãos de gestão de uma ou mais zonas funcionalmente
homogéneas.
- As Direcções-Gerais estão organizadas em Subdirecções-Gerais.

A ADMINISTRAÇÃO

(103) A administração pública, como figura separada do Governo: "serve objectivamente os interesses
gerais e actua de acordo com os princípios da eficiência, hierarquia, descentralização, desconcentração e
coordenação com submissão à lei e à lei". A administração pública pode ser definida como o conjunto de
órgãos responsáveis pelo desempenho da função administrativa pública do Estado.

A norma básica que regula a atividade da Administração Pública é a Lei n.º 30/1992, de 26 de
novembro, sobre o Regime Jurídico das Administrações Públicas e do Procedimento Administrativo
Comum, que distingue as seguintes Administrações:

 A Administração Geral do Estado (regulada pela LOFAGE)


 As Administrações das Comunidades Autónomas (reguladas pelos seus regulamentos
autónomos)
 As Entidades que compõem a Administração Local (Províncias e Municípios,
regulamentadas, basicamente, pela Lei 7/1985, de 2 de abril).
 A Administração Institucional (Órgãos Autônomos e algumas Empresas Públicas).

Tanto o Governo como a Administração Geral do Estado têm um órgão consultivo supremo, o
Conselho de Estado (107).
No exercício da sua função consultiva, o Conselho de Estado assegurará a observância da Constituição
e do resto do sistema jurídico. A consulta ao Conselho será obrigatória (ou obrigatória ), quando esta Lei
ou outras assim o estabelecerem, e facultativa (ou voluntária), nos demais casos. Os pareceres do
Conselho não são vinculativos, salvo disposição legal em contrário.

O Conselho de Estado atua em plenário ou em comissão permanente.

O Plenário é composto por:


 O Presidente do Conselho de Estado.
 Os Conselheiros Permanentes.
 Os Conselheiros natos.
 Os vereadores eleitos.
 O Secretário-Geral.

A Comissão Permanente é composta por:


 O presidente.
 Os Conselheiros Permanentes.
 O Secretário-Geral.

O Presidente do Conselho de Estado é livremente nomeado por Decreto Real acordado no Conselho de
Ministros de entre juristas de reconhecido prestígio e experiência em assuntos de Estado.
Os Conselheiros permanentes, em número igual ao das Seções do Congresso, são nomeados por
Decreto Real, sem limite de tempo.
O Conselho de Estado emite um parecer sobre todas as questões submetidas à consulta do Governo ou
dos seus membros, ou das Comunidades Autónomas , através dos seus Presidentes.
RELAÇÕES ENTRE O GOVERNO E AS CORTES GERAIS (TÍTULO V) (108-106)

É útil ter em mente os poderes e competências do Parlamento já enumerados, que poderiam ser
resumidos como:
- O poder de delimitação que estabelece o quadro dentro do qual o Governo deve agir através
da aprovação de leis e orçamentos.
- O poder de controlo do Governo, através de interpelações, perguntas, comissões de inquérito
e da moção de censura que, regulada nos arts. 113 pode levar à demissão do próprio governo. A
moção de censura deve ser proposta por pelo menos um décimo dos deputados e incluir um
candidato à presidência do Governo. Só poderá ser votada decorridos cinco dias desde a sua
apresentação e poderão ser apresentadas moções alternativas nos dois primeiros dias. Ela precisa ser
aprovada por maioria absoluta do Congresso.
- O poder de reivindicação e oposição, fazendo do parlamento o centro do debate permanente
entre o governo e os cidadãos, entre a oposição e a maioria.

O Governo pode suscitar, através do seu Presidente, e após deliberação do Conselho de Ministros,
uma questão de confiança no Congresso que se entenda ser concedida com a maioria simples dos
Deputados, nos termos do disposto nos arts. O artigo 115 poderá dissolver o Congresso, o Senado ou as
Cortes Gerais com as seguintes particularidades:
1 Pe. do Governo, após deliberação do Conselho de Ministros, e sob sua exclusiva responsabilidade,
poderá propor a dissolução do Congresso, do Senado ou das Cortes Gerais, que será decretada
pelo Rei. O decreto de dissolução fixará a data das eleições.
2 A proposta de dissolução não pode ser apresentada quando estiver pendente uma moção de
censura.
3 Nenhuma nova dissolução ocorrerá antes de decorrido um ano da anterior, salvo o disposto nos
arts. 99, parágrafo 5, que diz o seguinte: "Se, após um período de dois meses a partir do primeiro
voto de investidura, nenhum candidato tiver obtido a confiança do Congresso, o Rei dissolverá
ambas as Câmaras e convocará novas eleições com o aval do Presidente do Congresso".

OS ESTADOS DE ALARME, EXCEÇÃO E CERCO.

Em situações excepcionais, alguns direitos e liberdades podem ser temporariamente suspensos. (116.1)
"Uma lei orgânica regulará os estados de alarme, exceção e sítio, e os poderes e limitações
correspondentes." L.O. 4/1981, de 1 de Junho, todos eles quando circunstâncias ou situações
extraordinárias (graves) impossibilitassem a manutenção da normalidade através dos poderes ordinários
das Autoridades Competentes.

Dos 3 casos excecionais previstos na Constituição, apenas a exceção e o cerco permitem a suspensão
de alguns direitos constitucionais, nomeadamente:
1. A duração máxima da prisão preventiva.
2. O Segredo das Comunicações.
3. A inviolabilidade do lar.
4. Liberdade de residência e livre circulação no território nacional.
5. Liberdade de imprensa e de imprensa.
6. A proibição de apreensão prévia de publicações.
7. O direito de reunião.
8. O direito de greve ou disputa coletiva de trabalho.

A suspensão de direitos e liberdades deve ser realizada com os requisitos e controles que, de acordo
com sua excepcionalidade, são estabelecidos pela Constituição.
A declaração dos estados de alarme, de emergência e de sítio não modificará o princípio da
responsabilidade do Governo e dos seus agentes. Reconhecido na Constituição e nas leis.
O Congresso não pode ser dissolvido enquanto alguns desses estados forem declarados, deixando
automaticamente as câmaras convocadas se não estiverem em sessão. Seu funcionamento, assim como o
dos demais poderes constitucionais do Estado, não pode ser interrompido durante a vigência desses
Estados.
Dissolvido o Congresso ou expirado o seu mandato, se ocorrer alguma das situações que dão origem a
qualquer um desses estados, os poderes do Congresso serão assumidos por sua Delegação Permanente.

O ESTADO DE ALARME

Será declarado pelo Governo através de Decreto acordado em Conselho de Ministros pelo prazo
máximo de quinze dias, reportando-se ao Congresso dos Deputados, reunindo-se imediatamente para o
efeito, e sem cuja autorização o referido prazo não poderá ser prorrogado. O decreto determinará o
âmbito territorial a que se estendem os efeitos da declaração.

O estado de alarme pode ser declarado:


1 Catástrofes, calamidades ou infortúnios públicos como terremotos, inundações, incêndios
urbanos e florestais, ou acidentes de grande magnitude.
2 Crises sanitárias, como epidemias e situações graves de contaminação.
3 Não é garantida a paralisação dos serviços públicos essenciais para a comunidade e a
manutenção dos serviços mínimos essenciais.
4 Situações de carência de bens de primeira necessidade.

O ESTADO DE EMERGÊNCIA

Será declarado pelo Governo através de um decreto acordado em Conselho de Ministros, com
autorização prévia do Congresso dos Deputados. A autorização e decretação do estado de emergência
devem determinar expressamente os seus efeitos, o âmbito territorial a que se estende e a sua duração,
que não pode exceder 30 dias, prorrogáveis por igual período, com os mesmos requisitos.

O estado de emergência é declarado quando o livre exercício dos direitos e liberdades, o normal
funcionamento das instituições democráticas, o dos serviços públicos essenciais à comunidade ou
qualquer outro aspecto da ordem pública forem tão gravemente afetados que o exercício dos poderes
ordinários seja insuficiente para os restabelecer e manter.

O ESTADO DE SÍTIO

Será declarado pela maioria absoluta do Congresso dos Deputados, sob proposta exclusiva do
Governo. O Congresso determinará seu âmbito territorial, duração e condições.
A declaração do estado de sítio prosseguirá quando ocorrer ou ameaçar ocorrer uma insurreição ou um
acto de força contra a soberania ou a independência de Espanha, a sua integridade territorial ou a ordem
constitucional, e não puder ser resolvido por outros meios.
O Governo que dirige a política interna e externa, a administração civil e militar e a defesa do Estado
(97), assume todas as competências extraordinárias previstas e designa Autoridade Militar e sob a sua
direção deve executar as medidas adequadas. Também é chamado de Estado de Guerra.

O JUDICIÁRIO

Composto por juízes e magistrados, administra a justiça, que emana do povo, em nome do Rei.
Princípios Básicos de Justiça:

- O princípio da unidade jurisdicional (a mesma justiça e os mesmos tribunais para todos) é a


base da organização e funcionamento dos Tribunais, com exceção da jurisdição militar na esfera
estritamente militar.
- Tribunais de emergência são proibidos. (117).
- As decisões e sentenças de juízes e tribunais são obrigadas a cumprir e todos devem
colaborar quando necessário nos processos e na execução do que neles se resolve. (118)
- A justiça será gratuita para quem não tem recursos econômicos. (119)
- Os erros judiciais ou o funcionamento anormal da justiça que causem danos darão direito a
indemnização às partes lesadas. (121)

São Juízes e Magistrados:


- Independente.
- Imóvel.
- Responsável.
- Sujeito ao Estado de Direito.

O CONSELHO GERAL DA MAGISTRATURA

É o corpo diretivo dos Juízes e Magistrados. Será composto pelo Chefe de Justiça, que o presidirá, e
por 20 membros nomeados pelo Rei para um mandato de 5 anos. Destes, 12 entre juízes e magistrados
de todas as categorias judiciárias, nos termos estabelecidos pela L.O.; 4 por proposta do Congresso;4 por
proposta do Senado, eleitos em ambos os casos pela maioria de 3 /5 de seus membros, entre advogados,
e demais juristas, todos de reconhecida competência e com mais de 15 anos de exercício da profissão
(122.3)

O L.O. 6/85, de 1 de Julho, do Poder Judiciário, estabelece os seus estatutos e o regime das
incompatibilidades dos seus membros e das suas funções, nomeadamente em matéria de nomeações,
promoções, inspecção e regime disciplinar.

O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

Jurisdição sobre todo o território espanhol, é o mais alto tribunal em todas as ordens, exceto para o
Tribunal Constitucional (123)
O Presidente do Supremo Tribunal é nomeado pelo Rei, sob proposta do Conselho Geral da
Magistratural (123.2)

O MINISTÉRIO PÚBLICO

É um órgão auxiliar do Poder Judiciário, mas não faz parte dele, suas atribuições são:
1 Promover a defesa da legalidade.
2- Promover a defesa dos direitos dos cidadãos e do interesse público.
3 Assegurar a independência dos tribunais e assegurar que estes satisfaçam o interesse geral (124)

O Procurador-Geral do Estado é nomeado pelo Rei, sob proposta do Governo, ouvido o Conselho
Geral da Magistratura (124.4)
O Poder Judiciário, como todos os poderes públicos, é obrigado a respeitar os direitos e liberdades
reconhecidos na Constituição dos cidadãos. (53)
O JÚRI

Os cidadãos podem exercer a ação popular e participar da Administração da Justiça por meio da
instituição do Júri, na forma e com relação aos processos criminais que a lei determinar.

A POLÍCIA JUDICIÁRIA

Depende dos Juízes, dos Tribunais e do Ministério Público, suas funções são:

 Investigação do crime
 A descoberta e apreensão do infrator. (126)

ERROS MAIS FREQUENTES NO TESTE DO TÓPICO 5

 Os projetos de lei são aprovados em Conselho de Ministros.


 Atualmente, existem 15 ministérios (14 em livro)
 O Estado de Alarme é declarado pelo Conselho de Ministros.
 O estado de sítio é declarado pelo Congresso dos Deputados.
 O Procurador-Geral do Estado é nomeado pelo Rei sob proposta exclusiva do Governo.
 O Rei proporá um candidato à Presidência do Governo.
TEMA 6: ORGANIZAÇÃO TERRITORIAL DO ESTADO. (TÍTULO VIII)

1. A ORGANIZAÇÃO TERRITORIAL DO ESTADO NA CONSTITUIÇÃO.

A. CAPÍTULO UM: Princípios Gerais (137-139)


B. CAPÍTULO DOIS: Administração Local. (140-142)
C. CAPÍTULO III: Das Comunidades Autónomas (143-158)

O Estado pode ser definido como "agrupamento humano fixado em um determinado território e dotado
de um poder soberano". Há três elementos constituintes dela:

- População ou agrupamento humano: nação.


- Território: delimitado exatamente.
- Poder: soberano.

Na arte. O art. 2º da Constituição consagra três princípios do Estado:

- Princípio autonômico da distribuição territorial.


- Princípio da solidariedade ou equilíbrio territorial
- Princípio da unidade ou igualdade de tratamento.

O PRINCÍPIO DA DISTRIBUIÇÃO TERRITORIAL

Arte. 137: O Estado organiza-se territorialmente em municípios e províncias e nas Comunidades


Autônomas que se constituem.
A maior novidade deste artigo é a configuração de um novo ente territorial, dotado de autonomia
política e administrativa: as Comunidades Autônomas.
No que tange à norma jurídica territorial do Estado configurada por nossa Constituição, poderíamos
considerá-la como intermediária entre o Estado Regional e o Estado Federal: o Estado Unitário,
fortemente descentralizado.

O PRINCÍPIO DA SOLIDARIEDADE

Arte. 138: duas modalidades.


1. O estabelecimento de um equilíbrio económico adequado e justo para as várias partes do
território, para o qual é constituído um "fundo de compensação", destinado a despesas de
investimento cujos recursos serão distribuídos pelas Cortes Gerais entre as Comunidades Autónomas
e as províncias.
2. A segunda modalidade consiste no estabelecimento do princípio da inexistência de
privilégios entre as Comunidades Autónomas pela via estatutária.

O PRINCÍPIO DA IGUALDADE DE TRATAMENTO.

Arte. 139: Todos os espanhóis têm os mesmos direitos e obrigações em qualquer parte do território
nacional.
Centrando-se no âmbito das Comunidades Autónomas, divide-se em duas manifestações:
- Uma geral, que afeta todos os direitos e obrigações dos espanhóis, tentando evitar que por
razões de vizinhança tenham mais direitos ou tenham que cumprir menos obrigações.
- Outra, mais específica, que diz respeito apenas a certos direitos, como a liberdade de
circulação e de estabelecimento de pessoas, bem como a livre circulação de mercadorias que possam
dar origem a um tratamento desigual.
AS COMUNIDADES AUTÓNOMAS

Possibilidade de se tornar uma Comunidade Autónoma e obter os seus estatutos nos seguintes
territórios:

- Às províncias limítrofes com características históricas, culturais e econômicas comuns.


- Para os territórios insulares.
- Em Províncias com entidade regional histórica.
- Aos territórioscujo âmbito não exceda o de uma Província e não tenham uma entidade
regional histórica ou não estejam integrados na organização provincial (Ceuta, Melilla, Gibraltar).

O direito de estabelecer uma Comunidade tem limites:

- A unidade indissolúvel da nação espanhola. (art. 2)


- Proibição de Federações entre Comunidades Autónomas (artigo 145.º, n.º 1)

A Constituição indica as diversas formas de acesso à autonomia. A iniciativa é tomada pelos


Conselhos Provinciais interessados ou pelo órgão inter-ilhas correspondente e/ou pela parte 2/3 dos
Municípios cuja população represente, pelo menos, a maioria do Recenseamento Eleitoral de cada
Província ou Ilha. (143.2) Dependendo de um maior ou menor número de municípios tomar a iniciativa
e esta ser ratificada por maioria absoluta ou, no caso de nacionalidades históricas, existem 3 formas de
acesso à autonomia na Constituição:

1. o da arte. 143.2
2. o da arte. 15.1
3. a da Segunda Disposição Transitória.

As "nacionalidades históricas" Catalunha, Galiza, País Basco, que seguem o caminho da Segunda
Provisão Transitória, têm as mesmas competências que as autonomias da arte. 151.1

As Comunidades Autónomas podem assumir competência nas seguintes matérias, nos termos do n.º 1
do artigo 148.º:

1. Organização de suas instituições de autogoverno.


2. Alterações dos Termos Municipais.
3. Ordenamento do território, urbanismo e habitação.
4. Obras públicas de interesse das Comunidades Autónomas, no seu próprio território.
5. Ferrovias e estradas.
6. Portos de refúgio e marinas.
7. Agricultura e Pecuária, de acordo com a organização geral da economia.
8. As montanhas e a exploração florestal.
9. Gestão em termos de proteção e meio ambiente.
10. Os projetos, construção e exploração de explorações hidráulicas.
11. Pesca interior, mariscagem, aquicultura, caça, pesca fluvial.
12. Feiras de interiores.
13. Promoção do desenvolvimento econômico.
14. Artesanato.
15. Museus.
16. Património Monumental de interesse do CCAA
17. A promoção da Cultura
18. Promoção e gestão do turismo no seu âmbito territorial.
19. Promoção do Esporte.
20. Assistência social.
21. Saúde e higiene.
22. Vigilância e proteção de seus edifícios e instalações.

O n.º 2 do artigo 148.º estabelece que, decorridos cinco anos e através da reforma dos seus estatutos,
as Comunidades Autónomas podem alargar sucessivamente as competências no quadro estabelecido no
artigo 149.º.
O n.º 3 do artigo 149.º estabelece uma cláusula para tentar determinar quais as matérias não
expressamente atribuídas ao Estado que podem corresponder às Comunidades Autónomas, por força dos
respectivos estatutos, passando para a competência do Estado se nelas não constarem.

Matérias que são exclusivas do Estado:

1º A regulamentação das condições básicas que garantem a igualdade de todos os espanhóis no exercício
dos direitos e no cumprimento dos deveres constitucionais.
2º Nacionalidade, imigração, emigração, estrangeiros e direito de asilo.
3º Relações Internacionais.
4º Defesa e Forças Armadas.
5º Administração da Justiça.
6º Legislação comercial, penal e penitenciária; legislação processual, sem prejuízo das especialidades
necessárias que, nesta ordem, decorrem das especificidades do direito material das Comunidades
Autónomas.
7º Legislação Trabalhista; sem prejuízo da sua execução pelos órgãos das Comunidades Autónomas.
8º Legislação civil; sem prejuízo da conservação, modificação e desenvolvimento pelas Comunidades
Autónomas dos direitos civis, provinciais ou especiais, quando existam.
9º Legislação sobre propriedade intelectual e industrial.
10º Regime aduaneiro e tarifário; comércio externo.
11º Sistema monetário: moeda, câmbio e conversibilidade; Bases da organização do crédito, banca e
seguros.
12º Legislação sobre pesos e medidas, determinação do horário oficial.
13º Bases e coordenação do planejamento geral da atividade econômica.
14º Tesouro Geral e Dívida do Estado.
15º Promoção e coordenação geral da investigação científica e técnica.
16º Saúde externa. Bases e coordenação geral de saúde. Legislação sobre produtos farmacêuticos.
17º Legislação de base e regime económico da Segurança Social, sem prejuízo da execução dos seus
serviços pelas Comunidades Autónomas.
18º As bases do regime jurídico das Administrações Públicas, e do regime estatutário dos seus
funcionários.
19º Pesca marítima.
20º Marinha Mercante e bandeira de navios, iluminação de costas e sinalização marítima; portos de
interesse geral; aeroportos de interesse geral; Controle do espaço aéreo, tráfego e transporte aéreo,
serviço meteorológico e registro de aeronaves.
21º Caminhos-de-ferro e transportes terrestres que passem pelo território de mais do que uma
Comunidade Autónoma; regime geral de comunicações; tráfego de veículos automotores; correios
e telecomunicações; cabos aéreos, submarinos e de radiocomunicação.
22º A legislação, gestão e concessão de recursos e usos hidráulicos quando as águas atravessam mais de
uma Comunidade Autônoma, e a autorização de instalações elétricas quando seu uso afete outra
Comunidade ou o transporte de energia deixa seu escopo territorial.
23º Legislação de base relativa à protecção do ambiente, sem prejuízo das competências das
Comunidades Autónomas para estabelecer normas complementares de protecção. Legislação de
base sobre florestas, exploração florestal e rotas pecuárias.
24º Obras Públicas de interesse geral ou cuja realização afete mais de uma Comunidade Autónoma.
25º Bases do regime mineiro e energético.
26º Regime de produção, comércio, posse e uso de armas e explosivos.
Artigo 27.º Regras básicas do regime de imprensa, rádio e televisão e, em geral, de todos os meios de
comunicação social, sem prejuízo das competências que no seu desenvolvimento e execução
correspondam às Comunidades Autónomas.
28º Defesa do patrimônio cultural, artístico e monumental espanhol contra exportação e saque; museus,
bibliotecas e arquivos propriedade do Estado, sem prejuízo da sua gestão pelas Comunidades
Autónomas.
29º Segurança pública, sem prejuízo da possibilidade de criação de forças policiais pelas Comunidades
Autónomas, na forma estabelecida nos respetivos Estatutos, no âmbito do disposto em lei orgânica.
30º Regulamento das condições de obtenção, emissão e homologação de graus académicos e
profissionais e normas básicas para o desenvolvimento do artigo 27.º da Constituição, de modo a
garantir o cumprimento das obrigações das autoridades públicas nesta matéria.
31º Estatística para fins estaduais.
32º Autorização para a convocação de consultas populares por meio de referendo.

O Estado possui competências intransferíveis como: Defesa e Forças Armadas, Relações


Internacionais, Alfândegas e Tarifas, etc.

Na arte. O artigo 150.º da Constituição estabelece três procedimentos normativos para a assunção e
transferência de competências entre o Estado e as Comunidades Autónomas. Are:

A. LEIS-ENQUADRAMENTO: É uma lei estadual em virtude da qual as competências que a


Constituição declarou como exclusivas do Estado podem ser transferidas para as Comunidades
Autônomas, sendo assim compartilhadas.

B. LEIS DE TRANSFERÊNCIA. Também chamados de delegação, eles são usados para a


transferência de poderes administrativos.

C. LEGISLAÇÃO HARMONIZAÇÃO. São o contraponto das Leis-Quadro, através delas o


Estado, por razões de interesse geral, pode regular matérias que são da competência das
Comunidades Autónomas.

OS ESTATUTOS DE AUTONOMIA

No sistema jurídico de cada Comunidade Autónoma, o Estatuto de Autonomia é a norma institucional


básica da Comunidade; dentro do ordenamento jurídico geral estatal, trata-se de uma Lei Orgânica
subordinada hierarquicamente apenas à Constituição e que só pode ser modificada por outra Lei
Orgânica especial aprovada pelo procedimento seguido para sua aprovação.

Os estatutos de autonomia devem conter (147.2):

a. Nome da Comunidade.
b. Delimitação de seu território.
c. Nome, organização e sede das próprias instituições.
d. Competências assumidas no quadro estabelecido na Constituição e as bases para a
transferência dos serviços que lhes correspondem.
O mapa regional espanhol está configurado da seguinte forma:

- PAÍS BASCO: Álava, Guipúzcoa e Vizcaya.


- CATALUNHA: Lleida, Tarragona, Girona e Barcelona.
- GALICIA: Corunha, Lugo, Orense e Pontevedra.
- ANDALUZIA: Almería, Granada, Málaga, Jaén, Córdoba, Sevilla, Cádiz e Huelva.
- ASTURIAS: Oviedo.
- CANTÁBRIA: Santander.
- LA RIOJA: Logroño.
- MÚRCIA: Múrcia.
- COMUNIDADE VALENCIANA: Valência, Castellón e Alicante.
- ARAGÓN: Zaragoza, Huesca e Teruel.
- CASTILLA-LA MANCHA: Albacete, Toledo, Ciudad Real, Cuenca e Guadalajara.
- ILHAS CANÁRIAS: Las Palmas e Santa Cruz de Tenerife.
- NAVARRE: Navarra.
- EXTREMADURA: Cáceres e Badajoz.
- ILHAS BALEARES: Ilhas Baleares (formadas por todas as ilhas do arquipélago).
- MADRI: Madrid.
- CASTILLA-LEÓN: Ávila, Burgos, León, Palencia, Salamanca, Segóvia, Soria, Valladolid e
Zamora.
- CEUTA: Cidade de Ceuta.
- MELILLA: Cidade de Melilla.

ÓRGÃOS DAS COMUNIDADES AUTÓNOMAS.

O artigo 152.° dispõe que a organização institucional das comunidades autónomas se baseia:

 uma Assembleia Legislativa; Eleita por sufrágio universal, de acordo com um sistema de
representação proporcional que assegura também a representação das várias áreas do território. A
Assembleia Legislativa discute e aprova as Leis da Comunidade e controla a ação do Governo.
 Um Conselho do BCE com funções executivas e administrativas, que organiza a vida política
da Comunidade; é composto pelo presidente e pelos diretores.
 Um presidente, eleito pela Assembleia de entre os seus membros, e nomeado pelo Rei, que é
responsável pela direção do Conselho de Governo, pela representação suprema da respectiva
comunidade e pela representação ordinária do Estado da primeira. O presidente e os vereadores são
politicamente responsáveis perante a Assembleia.
 Um Tribunal Superior de Justiça, sem prejuízo da competência do Supremo Tribunal,
completa a organização judiciária no âmbito territorial da Comunidade Autónoma.

CONTROLO DAS COMUNIDADES AUTÓNOMAS.

A autonomia no interior do Estado não pode ser plena e a Constituição estabelece controlos ordinários
(153): pelo Tribunal Constitucional, pelo Tribunal de Contas, pelo Tribunal Administrativo Contencioso
e pelo Governo, após parecer do Conselho de Estado; e controlo extraordinário (155): pelo Governo em
caso de incumprimento da Constituição, ou em caso de acções que envolvam atentados graves contra o
interesse geral.
A ADMINISTRAÇÃO LOCAL.

Arte. 137 afirma que "o Estado organiza-se territorialmente nos Municípios, nas Províncias e nas
Comunidades Autônomas que se constituem. Todas essas entidades gozam de autonomia na gestão de
seus respectivos interesses".

A Constituição garante a autonomia administrativa dos municípios. Gozam de plena personalidade


jurídica. Seu governo e administração correspondem às suas respectivas Câmaras Municipais,
compostas por Prefeitos e Vereadores. Os Vereadores serão eleitos pelos moradores do Município por
sufrágio universal, igualitário, livre, direto e secreto, na forma estabelecida em lei. Os Prefeitos serão
eleitos pelos Vereadores ou pelos vizinhos.

As Entidades Locais regem-se, em primeiro lugar, pela Lei Reguladora das Bases do Regime Local,
pela Lei 7/1985, de 2 de Abril e pelo Real Decreto Legislativo 781/1986, de 18 de Abril, que aprova o
Texto Consolidado das Disposições Legais sobre o Regime Local.

A Câmara Municipal é o órgão de governo e administração do Município, com caráter de Sociedade


de Direito Público. São órgãos necessários da Câmara Municipal:

 O Presidente da Câmara
 Os vice-prefeitos
 O Plenário
 A Comissão do Governo, e os órgãos de consulta e controlo, nos Municípios com população
superior a 5000 habitantes e, naqueles com menos, quando tal esteja previsto no seu
Regulamento Orgânico ou assim acordado pelo Plenário da sua Câmara Municipal.

O PREFEITO

É Presidente da Companhia e tem, em qualquer caso, como atribuições mais importantes:

a. Dirigir o governo e a administração municipal.


b. Representar a Câmara Municipal.
c. Convocar e presidir às sessões do Plenário, da Comissão de Governo e de quaisquer outros
órgãos municipais e decidir os vínculos com voto de qualidade.
d. Dirigir, fiscalizar e promover serviços e obras municipais.
e. Dite lados.
f. Exercer a chefia superior do pessoal e, especificamente, da Polícia Municipal.
g. Nomear os Vice-Prefeitos, como órgãos substitutos e auxiliares.

A eleição do Prefeito, que segundo os arts. O art. 138 da Constituição será executado pelos vereadores
ou pelos vizinhos, seguindo as seguintes regras:

- Todos os vereadores que encabeçam suas listas correspondentes podem ser candidatos.
- Se algum deles obtiver a maioria absoluta dos votos dos Vereadores, é proclamado eleito.
- Se nenhum deles obtiver essa maioria, o Vereador que encabeçar a lista que obteve o maior
número de votos populares no Município correspondente é proclamado Prefeito. Em caso de empate,
será resolvido por sorteio.
- Antes de iniciar o exercício de suas funções, o prefeito deve jurar ou prometer o cargo
perante a Câmara Municipal na íntegra.
No entanto, como novidade legislativa, há a possibilidade da moção de censura que pode ser aprovada
pela maioria absoluta do número legal de vereadores. Essa moção deve ser proposta pelo menos pela
maioria absoluta dos vereadores, incluindo o nome do candidato a prefeito, que será proclamado como
tal caso a moção seja bem-sucedida. Nenhum vereador poderá assinar mais de uma moção de censura
durante seu mandato.

O PLENÁRIO

Composto por todos os Vereadores, é presidido pelo Prefeito e tem as competências regulamentadas
em lei. Pode reunir-se em sessões ordinárias de periodicidade pré-estabelecida e em sessões
extraordinárias, que também podem ser urgentes.

O Plenário realizará uma sessão ordinária no mínimo trimestral e extraordinária, quando assim for
decidido pelo Presidente ou solicitado por, no mínimo, um quarto do número legal dos membros da
Companhia. Neste último caso, o Presidente é obrigado a convocá-lo no prazo de quatro dias a contar da
data do pedido.

A convocação do Plenário (ordinária e extraordinária) deve ser feita, com antecedência mínima de dois
dias, exceto em casos de urgência devidamente motivada .

O Plenário é validamente constituído com a presença de um terço do número legal de seus membros,
que nunca será inferior a três. Esse quórum será mantido durante toda a reunião. Em qualquer caso, é
necessária a assistência do Presidente e do Secretário da Corporação ou daqueles que o substituam
legalmente.

As deliberações das sociedades anônimas são adotadas, via de regra, por maioria simples dos membros
presentes. Há maioria simples quando os votos favoráveis são mais do que os negativos. As matérias de
maior importância jurídica e econômica expressamente previstas exigem o voto favorável de dois terços
do número fático e, em qualquer caso, da maioria absoluta do número legal de sócios da Companhia.

A COMISSÃO DO GOVERNO

É um órgão necessário nos municípios com mais de 5.000 habitantes e naqueles com menos, quando
assim acordado pelo Plenário da Câmara Municipal.

O Prefeito e um número de Vereadores não superior a um terço do número legal do mesmo, nomeados
e separados livremente por ele, reportando-se ao Plenário.

ELEMENTOS DO MUNICÍPIO

- O Território
- A População
- e a organização.

1º O TERRITÓRIO

O município é o território em que a Câmara Municipal exerce as suas competências. A criação ou


supressão de municípios, bem como a alteração de mandatos municipais serão regulados pela legislação
das Comunidades Autónomas sobre o regime local. Em qualquer caso, exigirão uma audição dos
municípios em causa e o parecer do Conselho de Estado ou do órgão consultivo superior dos Conselhos
de Administração das Comunidades Autónomas, se for caso disso. Simultaneamente ao pedido deste
parecer, a Administração Estadual será informada.

algarismo A POPULAÇÃO

O cadastro municipal é o cadastro administrativo onde são registrados os moradores e transeuntes de


um município. Seus dados constituem comprovante de residência no município e domicílio habitual no
mesmo. As certificações dos referidos dados emitidos terão o caráter de documento público e confiável
para todos os fins administrativos.

Os dados do cadastro municipal serão transferidos para outras administrações públicas que os
solicitem sem prévio consentimento do afetado somente quando forem necessários para o exercício de
suas respectivas competências, e exclusivamente para assuntos em que residência ou domicílio sejam
dados relevantes. Podem ainda ser utilizados para a produção de estatísticas oficiais sujeitas a sigilo
estatístico, nos termos previstos na Lei 12/1989, de 9 de Maio, sobre a Função Estatística Pública.

Fora destes casos, os dados do registo são confidenciais e o acesso aos mesmos rege-se pelo disposto
na Lei Orgânica 5/1992, de 29 de outubro, que regula o Tratamento Automatizado de Dados Pessoais e
na Lei 30/1992, de 26 de novembro, do Regime Jurídico das Administrações Públicas e do
Procedimento Administrativo Comum.

O registo municipal está sujeito ao exercício pelos residentes dos direitos de acesso e retificação e
cancelamento regulados nos artigos 14.º e 15.º da Lei Orgânica n.º 5/1992, de 29 de outubro.

Obrigação de registro.

Qualquer pessoa residente em Espanha é obrigada a inscrever-se no registo do município em que


reside habitualmente. Quem mora em vários municípios deve se cadastrar apenas naquele onde mora há
mais tempo por ano.

Os menores não emancipados e os adultos com deficiência terão a mesma vizinhança dos pais que
tenham a guarda ou, na sua falta, os seus representantes legais, salvo se tiverem autorização escrita para
residir noutro município. Em qualquer caso, com relação aos idosos com deficiência, serão aplicadas as
disposições da legislação civil.

A inscrição no cadastro municipal de pessoas residentes no município que não tenham domicílio nele
somente poderá ser realizada após ter levado o fato ao conhecimento dos serviços sociais competentes
da área geográfica onde reside.

Vizinhos do Município.

Os moradores de um município são classificados como vizinhos e domiciliados . São vizinhos do


município as pessoas que nele residem habitualmente, estão inscritas como tal no cadastro municipal.
Aqueles que, circunstancialmente, residirem em município diferente do de sua residência habitual,
poderão se inscrever como transeuntes. São domiciliados os espanhóis menores e os estrangeiros com
residência habitual no município, que constem como tal inscritos no cadastro.

A aquisição da condição de vizinho ocorre a partir do momento de sua inscrição no cadastro. Você só
pode ser vizinho de um município e o conjunto de vizinhos constitui a população do município .

A condição de vizinho confere os seguintes direitos e deveres:


a. Ser eleitor e elegível nos termos estabelecidos na legislação eleitoral.
b. Participar da gestão municipal de acordo com o disposto nas leis.
c. Utilizar os serviços públicos municipais de forma condizente com sua natureza e acessar usos
comunitários de acordo com a regulamentação aplicável.
d. Contribuir através dos benefícios econômicos e pessoais legalmente previstos para a realização dos
poderes municipais.
e. Ser informado, com prévia autorização fundamentada, e encaminhar solicitações à administração
municipal em relação a arquivos e documentação municipal, de acordo com o disposto no art. 105
da Constituição.
f. Solicitar consulta popular nos termos previstos na Lei.
g. Solicitar a prestação e, se for o caso, a criação do serviço público correspondente, bem como exigi-
los no caso de constituir competência municipal obrigatória.
h. Esses outros direitos e liberdades estabelecidos nas Leis.

Variações na norma.

Todos os munícipes devem comunicar à sua Câmara Municipal as variações sentidas pelas suas
circunstâncias pessoais, na medida em que impliquem uma modificação dos dados que devem constar
do registo municipal de forma obrigatória.

Quando a variação afeta menores ou pessoas com deficiência, essa obrigação corresponde aos seus
pais ou responsáveis. A formação, manutenção, revisão e guarda do Cadastro Municipal compete à
Câmara Municipal, de acordo com o disposto na legislação do Estado.

A gestão do Cadastro Municipal será realizada pelas Câmaras Municipais com meios informatizados,
que com as informações recebidas das demais Administrações Públicas, com as variações comunicadas
pelos vizinhos e com os resultados do trabalho realizado pelas próprias Câmaras Municipais, atualizarão
os dados do Cadastro Municipal.

Sempre que houver atualizações, a Câmara Municipal deve informar a cada vizinho afetado os dados
contidos em seu cadastro, para sua informação e para que possam comunicar à referida Câmara
Municipal as retificações ou variações que procederem.

As notificações aos vizinhos do conteúdo de seus dados cadastrais serão feitas pela Câmara Municipal
para que cada vizinho tenha a oportunidade de conhecer as informações que lhe dizem respeito pelo
menos uma vez a cada cinco anos.

Quando uma pessoa muda de residência, deve solicitar por escrito a sua inscrição no registo do
município de destino, que, nos primeiros dez dias do mês seguinte, a enviará para o município de
origem, onde o vizinho transferido será retirado do registo sem mais formalidades. Caso a pessoa não
tenha sido previamente cadastrada ou não conheça o município de sua inscrição cadastral anterior, ela
declarará isso.

Registros ex officio.

As Câmaras Municipais declararão ex officio a inscrição em seu cadastro como vizinhos das pessoas
que residam habitualmente em seu mandato municipal e nele não estejam inscritas.
Para decretar esse tipo de quitação, será necessário instruir um expediente em que o interessado seja
ouvido. Caso o interessado aceite expressamente o registro de ofício, sua declaração escrita implicará o
cancelamento automático no cadastro em que estava inscrito até então. Caso contrário, o registro de
ofício só poderá ser realizado com parecer favorável do Conselho de Registro.

Do registo de espanhóis residentes no estrangeiro.

O registo dos espanhóis residentes no estrangeiro, cuja formação será efectuada pela Administração
Geral do Estado, em colaboração com as Câmaras Municipais e Administrações das Comunidades
Autónomas, é o registo administrativo onde se encontram as pessoas que, gozando de nacionalidade
espanhola, vivem habitualmente fora de Espanha, quer esta seja ou não a sua única nacionalidade.

O registo dos espanhóis residentes no estrangeiro será constituído com os dados existentes no Registo
de Registo de cada Repartição Consular de Carreira ou Secção Consular das missões diplomáticas.

Para o efeito, o conteúdo dos registos de registo será adaptado de modo a incluir os dados enumerados
no artigo 94.º do presente regulamento.

Os espanhóis residentes no estrangeiro inscritos neste registo serão considerados vizinhos do município
espanhol que conste dos dados do seu registo apenas para efeitos do exercício do sufrágio, não
constituindo, em caso algum, população do município.

A determinação do município de inscrição em Espanha para efeitos eleitorais será realizada de acordo
com os critérios constantes da regulamentação em vigor para a atualização mensal do recenseamento
eleitoral.

Os espanhóis residentes no estrangeiro devem notificar o Posto Consular ou a Secção correspondente


das modificações sofridas pelas suas circunstâncias pessoais, na medida em que impliquem uma
variação dos dados que devem constar do registo de forma obrigatória.

Quando a variação atinge menores ou pessoas incapazes, essa obrigação corresponde aos seus
representantes legais.

Qualquer espanhol residente no estrangeiro que transfira a sua residência para território espanhol deve
requerer a inscrição no registo municipal do município onde vai fixar a sua residência.

Estrangeiros domiciliados na Espanha.

Os estrangeiros domiciliados e maiores de idade têm direitos e deveres de vizinhos, exceto os de


natureza política. No entanto, têm direito de voto e de elegibilidade nos termos previstos na legislação
eleitoral geral aplicável às eleições autárquicas.

A inscrição dos estrangeiros no registo municipal não constitui prova da sua residência legal em
Espanha nem lhes confere quaisquer direitos que não lhes sejam conferidos pela legislação em vigor,
especialmente no que diz respeito aos direitos e liberdades dos estrangeiros em Espanha.

ERROS MAIS FREQUENTES NO TESTE DO TÓPICO 6

 Os elementos do Estado são: população, território e poder.


 O estabelecimento de um equilíbrio ordenado e justo para as várias partes do território é o
princípio da solidariedade.
 São vizinhos de um Município: os moradores cadastrados no cadastro.
 O marisco e a aquicultura não são matérias de competência exclusiva do Estado.
 Alguma parte do território espanhol poderia ter permanecido sem fazer parte de uma
autonomia, uma vez que a constituição de entidades pré-autonômicas era voluntária.
 Arte. 137 do E.C. estabelece que o Estado se organiza territorialmente em municípios,
províncias e Comunidades Autônomas.
 O tesouro geral e a dívida pública são competência transferível do Estado.
 Todos os moradores constituem a população do município, classificada como vizinha e
domiciliada .
ITEM 7: TRIBUNAL CONSTITUCIONAL (TÍTULO IX). REFORMA CONSTITUCIONAL
(TÍTULO X). O PROVEDOR de JUSTIÇA.

O TRIBUNAL CONSTITUCIONAL.

A Constituição situa-se no topo do ordenamento jurídico, ocupando o mais alto posto na hierarquia
normativa, por isso exige um órgão que assegure o controle de constitucionalidade.

É composto por 12 membros nomeados pelo rei; destes, 4 por proposta do Congresso por maioria de
três quintos de seus membros; 4 por proposta do Senado, com idêntica maioria; 2 por proposta do
Governo e 2 por proposta do Conselho Geral da Magistratura.

Devem ser nomeados entre Magistrados e Promotores de Justiça, Professores Universitários,


Funcionários Públicos e Advogados, todos juristas de reconhecida competência com mais de 15 anos de
exercício profissional.

Os membros do Tribunal Constitucional são nomeados por um período de nove anos e renovados por
terços de três em três anos. A composição do Tribunal Constitucional é incompatível: com qualquer
mandato representativo; com cargos políticos e administrativos; com o exercício de funções de direcção
num partido político ou num sindicato e com emprego ao serviço dos mesmos; com o exercício das
carreiras judiciária e fiscal e com qualquer atividade profissional ou comercial. Os membros do Tribunal
Constitucional têm as incompatibilidades dos membros da magistratura.

O Presidente do Tribunal Constitucional é nomeado de entre os seus membros pelo Rei, sob proposta
do Tribunal Pleno do mesmo e por um período de três anos. O T.C., conhece os seguintes casos:

a) Recurso de inconstitucionalidade
b) Questões de inconstitucionalidade
c) Recurso constitucional
d) Dos conflitos de competência entre o Estado e as Comunidades Autónomas e destes entre
si.
e) Dos conflitos entre órgãos constitucionais do Estado.
f) Impugnação das disposições das Comunidades Autónomas
g) Da declaração de constitucionalidade dos Tratados Internacionais.

RECURSO DE INCONSTITUCIONALIDADE.

O recurso de inconstitucionalidade procede quando se entende que uma norma com a hierarquia de lei
viola qualquer preceito constitucional. Nem todos podem interpor este recurso, mas só têm direito a
fazê-lo:

- O Presidente do Governo.
- O Provedor de Justiça.
- Cinquenta deputados.
- Cinquenta senadores.

O recurso de inconstitucionalidade deve ser interposto no prazo de três meses a contar da publicação da
lei, mediante requerimento para o Tribunal Constitucional.

A QUESTÃO DA INCONSTITUCIONALIDADE.
A questão de inconstitucionalidade pode ser apresentada , de ofício ou a requerimento de uma das
partes, por juízes ou tribunais quando estes considerem que uma norma com o grau de lei aplicável ao
processo que julga e de cuja validade depende a decisão, pode ser contrária à Constituição.

As sentenças que se enquadram em qualquer dos processos anteriores de inconstitucionalidade, têm


valor de coisa julgada, vinculando todos os poderes públicos e produzindo efeitos gerais a partir da data
de sua publicação no Diário Oficial do Estado. Se o acórdão declarar a inconstitucionalidade de uma
norma, declarará também a nulidade dos preceitos impugnados, bem como dos seus conexos.

O REMÉDIO DE AMPARO.

Em caso de violação pelo poder político dos direitos e liberdades reconhecidos nos artigos 14 a 29 da
Constituição, bem como de objeção de consciência, os interessados podem interpor recurso de tutela de
constitucionalidade, embora, para isso, seja necessário esgotar os recursos judiciais cabíveis .

Da mesma forma , o recurso de constitucionalidade pode ser interposto quando a violação de direitos
ou liberdades tiver origem no próprio órgão judicial, desde que:

- Todos os recursos judiciais foram esgotados.


- A violação do direito não é imputável ao órgão judicial.
- O direito constitucional violado foi formalmente invocado nos autos.
A sentença proferida no pedido de amparo pode conceder amparo ou negá-lo. No primeiro
caso, deve conter uma das seguintes declarações:

a) Declaração de nulidade da decisão.


b) Reconhecimento do direito ou da liberdade pública.
c) Restabelecimento do recorrente na integridade de seu direito ou liberdade.

CONFLITOS CONSTITUCIONAIS.

O Tribunal Constitucional aprecia os conflitos de competência entre:

- O Estado e uma ou mais Comunidades Autónomas.


- Duas ou mais Comunidades Autónomas entre si.
- O Governo com o Congresso dos Deputados, o Senado ou o Conselho Geral da
Magistratura, ou qualquer um destes órgãos entre si.

Os conflitos podem ser de dois tipos:

1. Positivo: Quando o Governo ou uma Comunidade Autónoma entender que outra disposição ou
resolução de uma Comunidade Autónoma não respeita a ordem de competência estabelecida na
Constituição.
2. Negativa: Podem ser interpostos pelos interessados quando, perante um pedido específico, tanto
a Administração do Estado como a Comunidade Autónoma correspondente se declararem
incompetentes.

REFORMA CONSTITUCIONAL.
Uma vez que a Constituição está localizada no topo da ordem e nenhuma disposição pode mediá-la, o
próprio texto deve conter as disposições para reformá-la e é isso que a nossa Constituição faz em seu
Título X.

A iniciativa da reforma constitucional é de responsabilidade do Governo, do Congresso e do Senado,


de acordo com a Constituição e o Regimento Interno das Câmaras.

Os projetos de reforma constitucional precisam ser aprovados pela maioria de 3/5 das câmaras. Caso
não haja acordo entre os dois, tenta-se obtê-lo por meio da criação de uma Comissão de composição
paritária de deputados e senadores, que apresentará um texto que será votado pelo Congresso e pelo
Senado.

Se a aprovação não for alcançada pelo procedimento do parágrafo anterior, e desde que o texto tenha
obtido o voto favorável da maioria absoluta do Senado, o Congresso, por maioria de dois terços, poderá
aprovar a reforma.

Uma vez aprovada pelas Cortes Gerais, a reforma será submetida a referendo para ratificação, quando
solicitada, no prazo de quinze dias a contar da sua aprovação, por um décimo dos membros de cada
Câmara.

Quando assim for proposta a revisão total da Constituição ou uma revisão parcial que afecte o Título
Preliminar, o Capítulo II, a Secção I do Título I ou o Título II, o princípio será aprovado por maioria de
dois terços de cada Câmara. e a dissolução imediata das Cortes.

As Câmaras eleitas devem ratificar a decisão e proceder ao estudo do novo texto constitucional, que
deve ser aprovado por maioria de dois terços de ambas as Câmaras.

Uma vez aprovada pelas Cortes Gerais, a reforma será submetida a referendo para ratificação.

A reforma constitucional não pode ser iniciada em tempo de guerra ou em tempo de vigência de
qualquer dos estados de alarme, exceção e sítio.

Até o momento, houve apenas duas reformas no texto constitucional: uma direta, ao acrescentar o
termo " e passivo" ao artigo 13.2 ao direito de voto dos estrangeiros nas eleições municipais; e outra,
indireta, ao afastar a possibilidade de que as leis penais militares prevejam a pena de morte em tempo de
guerra, conforme o artigo 15.

O PROVEDOR de Justiça

É um órgão ou instituição incorporado pela primeira vez na vida pública espanhola pela Constituição
de 1978. O artigo 54.º do Título I (Direitos e deveres fundamentais) dispõe:

"Lei orgânica regulará a instituição do Provedor de Justiça, como Alto Comissário das Cortes
Gerais, por elas nomeado para a defesa dos direitos constantes deste Título, para o qual poderá
supervisionar a atividade da Administração, subordinando-se às Cortes Gerais".

O Provedor de Justiça (que pode ser qualquer espanhol maior de idade que goze plenamente dos seus
direitos civis e políticos), será eleito pelas Cortes Gerais, por maioria de 3/5 dos membros do Congresso
e ratificado por igual maioria do Senado, e o seu mandato é de cinco anos. Goza de inviolabilidade e
exerce as suas funções de forma independente, uma vez que é comissário do Parlamento e não do
Governo, sendo, por isso, delegado do poder legislativo, com poder de propor propostas, embora sem
capacidade de decisão.

O Provedor de Justiça tem o direito de interpor recursos de inconstitucionalidade e amparo nos termos
do disposto na Constituição e na Lei Orgânica do Tribunal Constitucional e, assim, proteger os cidadãos
contra violações dos seus direitos e liberdades reconhecidos na Constituição. Também é responsável por
examinar irregularidades administrativas e propor soluções adequadas.

As queixas podem ser dirigidas ao Provedor de Justiça por qualquer pessoa singular ou colectiva
(espanhola ou estrangeira), por escrito fundamentado, indicando o seu nome, apelido e endereço, e
assinadas pela parte interessada. Todos os procedimentos do Provedor de Justiça são gratuitos.

A Lei Orgânica 2/92 criou uma Comissão Mista Congresso-Senado que gerencia as relações das
Cortes com a Defensoria Pública.

ERROS MAIS COMUNS DO TÓPICO 7.

 Diante de qualquer violação dos direitos e liberdades reconhecidos nos arts. 14 a 29 do E.C.
Procede: O remédio do amparo.
 A iniciativa da reforma constitucional corresponde: ao governo, ao Congresso e ao Senado.

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