Você está na página 1de 50

Apostila de Cálculo 1

Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga

LIMITES ...................................................................................................................................... 1
1. INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................1
Definição 1. Definição de Limite .............................................................................................................. 7
TEOREMA 1 (TEOREMA DA UNICIDADE):............................................................................................... 7
2. PROPRIEDADES OPERATORIAS DOS LIMITES .............................................................. 9
3. PROPRIEDADES OPERATÓRIAS DOS LIMITES (Quadro Resumo)............................. 12
4. PROPRIEDADE DE SUBSTITUIÇÃO DIRETA .................................................................. 13
5. CÁLCULO DE LIMITES E EXPRESSÕES INDETERMINADAS ....................................15
6. LIMITES INFINITOS .............................................................................................................. 17
Definição 2. Limite Infinito (+∞) ........................................................................................................... 17
Definição 3. Limite Infinito (−∞) ........................................................................................................... 18
TEOREMA 2 (limites infinitos):..................................................................................................................... 18
TEOREMA 3 (limites infinitos):..................................................................................................................... 19
Definição 4. Assíntota Vertical. .............................................................................................................. 23
7. LIMITES NO INFINITO ......................................................................................................... 24
Definição 5. Limite no infinito (+∞) ...................................................................................................... 24
Definição 6. Limite no infinito (−∞) ...................................................................................................... 25
TEOREMA 4 (limites no infinito): ................................................................................................................. 25
Definição 7. Assíntota Horizontal. .......................................................................................................... 26
8. LIMITES INFINITOS NO INFINITO.................................................................................... 29
Limites de 𝒙𝒏 quando 𝒙 → ±∞ ...................................................................................................................... 29
TEOREMA 5: (TEOREMA DO CONFRONTO): ......................................................................................... 31
9. LIMITES FUNDAMENTAIS .................................................................................................. 32
10. RESUMO SOBRE LIMITES ............................................................................................... 38
CONTINUIDADE ...................................................................................................................... 40
Definição 8. Função Contínua - Continuidade em um ponto: ................................................................. 41
Definição 9. Continuidade: ..................................................................................................................... 41
Definição 10. Continuidade em um conjunto: ........................................................................................ 43
11. PROPRIEDADES ................................................................................................................. 43
12. PROPOSIÇÃO ...................................................................................................................... 43
TEOREMA 6: Limite na função composta ..................................................................................................... 46
TEOREMA 7: Continuidade na Função Composta ........................................................................................ 46
13. TIPOS DE DESCONTINUIDADES ....................................................................................47
Definição 11. Descontinuidade evitável ou removível ........................................................................... 47
Definição 12. Descontinuidade essencial ................................................................................................ 47
TEOREMA 8: Teorema do valor intermediário (TVI) ................................................................................... 48
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga

LIMITES

1. INTRODUÇÃO

Para cada uma das funções abaixo, fazer o gráfico e responder:


1) 𝐷(𝑓)
2) 𝑓(𝑎)
3) o que ocorre com os valores de 𝑓(𝑥) quando:
3.a) 𝑥 assume valores maiores que 𝑎 mas muito próximos de 𝑎?
3.b) 𝑥 assume valores menores que 𝑎 mas muito próximos de 𝑎?
3.c) 𝑥 assume valores diferentes de 𝑎 mas muito próximos de 𝑎?
3.d) 𝑥 cresce ilimitadamente?
3.e) 𝑥 decresce ilimitadamente?

 𝑓(𝑥) = 𝑠𝑒 𝑥 ≠ 1, 𝑎 = 1
−1 𝑠𝑒 𝑥 = 1

O gráfico de f é a reta 𝑦 = 𝑥 + 2 com o


ponto (1,3) removido. Esse ponto
removido é mostrado como uma “bola
aberta”. Além disso, o ponto (1, −1)
também pertence ao gráfico dessa
função, representado por uma “bola
fechada”.
1) 𝐷(𝑓) = ℝ

2) 𝑎 = 1 ⟶ 𝑓(1) = −1

3) a)
x 𝒚 = 𝒇(𝒙)
Através da tabela podemos verificar que para
1,2 3,2
1,1 3,1 valores de x maiores, mas muito próximos de
1,01 3,01
1, a função 𝑓(𝑥) se aproxima de 3. Isso
1,001 3,001
1,0001 3,0001 sugere que que quando 𝑥 tende a 1 pela
1,00001 3,00001
direita, 𝑦 tende a 3.
⋮ ⋮
1,0000...01 3,0000...01

Página: 1
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga

3.b)
x 𝒚 = 𝒇(𝒙) Para valores de x menores, mas muito
0,9 2,9
próximos de 1, podemos verificar que 𝑓(𝑥)
0,99 2,99
0,999 2,999 se aproxima de 3. Isso sugere que, quando x
0,9999 2,9999
tende a 1 pela esquerda, y tende a 3.
0,99999 2,99999
0,999999 2,999999
⋮ ⋮
3.c) Através do gráfico de f (e das tabelas dos itens a e b), podemos verificar que quando x se
aproxima de 1, tanto por valores maiores (direita) quanto por valores menores (esquerda) do
que 1, temos que y tende a 3.
Observe que 𝑓(1) ≠ 3, porém podemos tornar o valor de 𝑓(𝑥) tão próximo quanto quisermos
de 3 ao escolhermos x próximo o suficiente de 1. Simbolicamente:
𝑙𝑖𝑚 𝑓(𝑥) = 𝑙𝑖𝑚 𝑓(𝑥) = 𝑙𝑖𝑚𝑓(𝑥) = 3
→ → →

3.d) Quando os valores de x cresce ilimitadamente


x 𝒚 = 𝒇(𝒙)
podemos observar que o mesmo acontece
10 12
100 102 para os valores de y. Neste caso, para indicar
1000 1002
que os valores de 𝑥 (ou 𝑦) crescem sem cota
10000 10002
100000 100002 dizemos que 𝑥 (ou 𝑦) tende a mais infinito.
1000000 1000002
Sendo assim, podemos dizer que quando x
⋮ ⋮
tende a mais infinito (+∞), y também tende
a mais infinito (+∞). É importante ressaltar
que o símbolo +∞ é apenas uma
representação e não tem valor numérico.
3.e)
x 𝒚 = 𝒇(𝒙) Quando x decresce ilimitadamente (ou seja,
-10 -8 quando x tende a menos infinito), podemos
-100 -88
-1000 -998 observar que y também decresce
-10000 -9998 ilimitadamente. Sendo assim, podemos dizer
-100000 -99998
-1000000 -999998 que quando x tende a menos infinito (−∞), y
⋮ ⋮ tende a menos infinito (−∞).

Página: 2
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga
 𝑓(𝑥) = 𝑥 − 2𝑥 − 3, 𝑎 = 2

1) 𝐷(𝑓) = ℝ
2) 𝑎 = 2 ⟶ 𝑓(2) =?
𝑓(2) = 2 − 2(2) − 3
= 4−4−3
= −3

3) a)
x 𝒚 = 𝒇(𝒙) Através da tabela podemos verificar que para
2,1 -2,79 valores de x maiores, mas muito próximos de
2,01 -2,9799
2,001 -2,997999 2, 𝑓(𝑥) se aproxima de −3. Ou seja, quando
2,0001 -2,99979999 x tende a 2 pela direita, y tende a −3.
2,00001 -2,999979999
2,000001 -2,9999979999
⋮ ⋮
3.b) Para valores menores, mas muito próximos
x 𝒚 = 𝒇(𝒙)
1,9 -3,19 de 2 podemos verificar que 𝑓(𝑥) se aproxima
1,99 -3,0199 de −3, mas nunca é igual a −3. Ou seja,
1,999 -3,001999
1,9999 -3,00019999 quando x tende a 1 pela esquerda, y tende a
1,99999 -3,0000199999 −3.
1,999999 -3,000001999999
⋮ ⋮
3.c) Através do gráfico da f (e das tabelas dos itens a e b), podemos verificar que quando x se
aproxima de 2 por valores maiores (direita) e por valores menores (esquerda) do que 2, y tende
a −3.
Simbolicamente:
𝑙𝑖𝑚 𝑓(𝑥) = 𝑙𝑖𝑚 𝑓(𝑥) = 𝑙𝑖𝑚𝑓(𝑥) = −3
→ → →

Página: 3
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga
3.d) Quando x cresce ilimitadamente (ou seja,
x 𝒚 = 𝒇(𝒙)
quando x tende a mais infinito), podemos
10 77
100 9797 observar que y também cresce
1000 997997
ilimitadamente. Sendo assim, podemos dizer
10000 99979997
100000 9999799997 que quando x tende a mais infinito (+∞), y
⋮ ⋮
tende a mais infinito (+∞).
3.e) Quando x decresce ilimitadamente (ou seja,
x 𝒚 = 𝒇(𝒙)
quando x tende a menos infinito), podemos
-10 117
-100 10197 observar que y cresce ilimitadamente. Sendo
-1000 1001997
assim, podemos dizer que quando x tende a
-10000 100019997
-100000 10000199997 menos infinito (−∞), y tende a mais infinito
-1000000 1000001999997
(+∞), ou seja, quando
⋮ ⋮
𝑥 ⟶ −∞, 𝑦 ⟶ +∞.

𝑥 + 2, 𝑥 ≤ 3
 𝑓(𝑥) = , 𝒂=𝟑
2𝑥 − 4, 𝑥 > 3

1) 𝐷(𝑓) = ℝ
2) 𝑎 = 3 ⟶ 𝑓(3) =?
𝑓(3) = 3 + 2 = 5

3) a)
x 𝒚 = 𝒇(𝒙)
Através da tabela podemos verificar que para
3,1 2,2
3,01 2,02 valores de x maiores, mas muito próximos de
3,001 2,002 3, 𝑓(𝑥) se aproxima de 2. Ou seja, quando x
3,0001 2,0002
3,00001 2,00002 tende a 3 pela direita, y tende a 2.
3,000001 2,000002
⋮ ⋮

Página: 4
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga

3.b)
x 𝒚 = 𝒇(𝒙)
Para valores menores, mas muito próximos
2,9 4,9
2,99 4,99 de 3 podemos verificar que 𝑓(𝑥) se aproxima
2,999 4,999
de 5, mas nunca é igual a 5. Ou seja, quando
2,9999 4,9999
2,99999 4,99999 x tende a 3 pela esquerda, y tende a 5.
2,999999 4,999999
⋮ ⋮

3.c) Através do gráfico da f (e das tabelas dos itens a e b), podemos verificar que quando x se
aproxima de 3 por valores maiores (direita) do que 3, y tende a 2, e quando x se aproxima de
3 por valores menores (esquerda) do que 3, y tende a 5. Ou seja, quando x tende a 3 não
podemos afirmar para qual valor y está tendendo.
Dessa forma, o limite da 𝑓(𝑥) não existe quando 𝑥 → 3. Simbolicamente:
𝑙𝑖𝑚 𝑓(𝑥) ≠ 𝑙𝑖𝑚 𝑓(𝑥) ⟹ 𝑙𝑖𝑚𝑓(𝑥) não existe (∄)
→ → →

3.d)
Quando x cresce ilimitadamente, podemos
x 𝒚 = 𝒇(𝒙)
10 16 observar que y também cresce
100 196
ilimitadamente. Sendo assim, podemos dizer
1000 1996
10000 19996 que quando x tende a mais infinito (+∞), y
100000 199996
tende a mais infinito (+∞).
1000000 1999996
⋮ ⋮ Ou seja, 𝑥 ⟶ +∞, 𝑦 ⟶ +∞.

3.e)
Quando x decresce ilimitadamente, podemos
x 𝒚 = 𝒇(𝒙)
-10 -8 observar que y decresce ilimitadamente.
-100 -98
Sendo assim, podemos dizer que quando x
-1000 -998
-10000 -9998 tende a menos infinito (−∞), y tende a
-100000 -99998
menos infinito (−∞), ou seja, quando
-1000000 -999998
⋮ ⋮ 𝑥 ⟶ −∞, 𝑦 ⟶ −∞.

Intuitivamente, dada uma função 𝑓(𝑥) e um ponto 𝑎, dizemos que o limite a direita desta
função é 𝐿 quando 𝑥 tende à 𝑎 pela direita (𝑥 → 𝑎 ) se a medida que 𝑥 se aproxima de 𝑎 pela
direita (isto é, valores maiores que 𝑎), os valores de 𝑓(𝑥) se aproximam de 𝐿. Simbolicamente:
𝑙𝑖𝑚 𝑓(𝑥) = 𝐿

Página: 5
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga
Da mesma forma, dizemos que o limite a esquerda da função é 𝑀 quando 𝑥 tende à 𝑎
pela esquerda (𝑥 → 𝑎 ) se, a medida que 𝑥 se aproxima de 𝑎 pela esquerda (isto é, valores
menores que 𝑎), os valores de 𝑓(𝑥) se aproximam de 𝑀. Simbolicamente:
𝑙𝑖𝑚 𝑓(𝑥) = 𝑀

No caso em que 𝐿 = 𝑀, ou seja, os limites laterais são iguais, dizemos que existe o limite
de 𝑓(𝑥) quando 𝑥 tende a 𝑎 e escrevemos:
𝑙𝑖𝑚𝑓(𝑥) = 𝐿 = 𝑀

Quando os limites laterais são distintos, dizemos que não existe o limite de 𝑓(𝑥)
quando 𝑥 tende a 𝑎.

Exemplo:
Dada a função: 𝑓(𝑥) = , com 𝐷(𝑓) = ℝ − {𝟏}, calcular lim 𝑓(𝑥) e lim 𝑓(𝑥).
→ →

Página: 6
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga

lim 𝑓(𝑥) = 5

lim 𝑓(𝑥) = 5

Observamos que à medida que 𝑥 fica cada vez mais próximo de 1, 𝑓(𝑥) torna-se cada vez
mais próximo de 5. Isto é, |𝑓(𝑥) − 5| pode-se tornar tão pequeno quanto desejarmos, quando
|𝑥 − 1| é suficientemente pequeno.
Para essas pequenas diferenças usamos dois símbolos: 𝜀 (epsilon) e 𝛿 (delta).
Assim, definimos:

Definição 1. Definição de Limite


Dizemos que o limite da 𝑓(𝑥) quando 𝑥 tende a 𝑎 é 𝐿, se dado 𝜀 > 0, existe 𝛿 > 0 tal
que se 0 < |𝑥 − 𝑎| < 𝛿 então |𝑓(𝑥) − 𝐿| < 𝜀. Neste caso, escrevemos:
𝑙𝑖𝑚𝑓(𝑥) = 𝐿.

TEOREMA 1 (TEOREMA DA UNICIDADE):

Se 𝑙𝑖𝑚𝑓(𝑥) = 𝐿 e 𝑙𝑖𝑚𝑓(𝑥) = 𝐿 , então 𝐿 = 𝐿 .


→ →

Ou seja, se o limite da função 𝑓(𝑥) existe, então ele é único.

Prova: Dado 𝜀 > 0, como 𝑙𝑖𝑚𝑓(𝑥) = 𝐿 , existe 𝛿 > 0 tal que:


se 0 < |𝑥 − 𝑎| < 𝛿 , então |𝑓(𝑥) − 𝐿 | < .

Analogamente, como 𝑙𝑖𝑚𝑓(𝑥) = 𝐿 , existe 𝛿 > 0 tal que:


se 0 < |𝑥 − 𝑎| < 𝛿 , então |𝑓(𝑥) − 𝐿 | < .

Considere 𝛿 = 𝑚𝑖𝑛{𝛿 , 𝛿 }. Temos que se 0 < |𝑥 − 𝑎| < 𝛿, então


|𝐿 − 𝐿 | = |𝐿 − 𝑓(𝑥) + 𝑓(𝑥) − 𝐿 | ≤ |𝑓(𝑥) − 𝐿 | + |𝑓(𝑥) − 𝐿 | < + = 𝜀,

Página: 7
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga
uma vez que |𝐿 − 𝑓(𝑥)| = |𝑓(𝑥) − 𝐿 |.
Logo, |𝐿 − 𝐿 | < 𝜀, ∀𝜀 > 0 e, portanto, 𝐿 = 𝐿 .

Página: 8
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga

2. PROPRIEDADES OPERATORIAS DOS LIMITES

1. lim (𝑚𝑥 + 𝑏) = 𝑚𝑎 + 𝑏

Exemplo:

lim (2𝑥 + 5) = 2 ⋅ 2 + 5 = 9

2. lim 𝑐 = 𝑐, 𝑐∈ℝ

Exemplo:

lim 2 = 2

3. lim 𝑥 = 𝑎

Exemplo:

lim 𝑥 = 2

Página: 9
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga
4. lim 𝑐 ⋅ 𝑓(𝑥) = 𝑐 ⋅ lim 𝑓(𝑥)
→ →

Exemplo:

lim5x  5 lim x  5  2  10
x2 x 2

5. lim (𝑓 + 𝑔)(𝑥) = lim 𝑓(𝑥) + lim 𝑔(𝑥) (Se lim 𝑓(𝑥) e lim 𝑔(𝑥) existirem.)
→ → → ⟶ ⟶

Ou seja, o limite da soma é a soma dos limites.

Exemplo:

lim(2𝑥 + 1) = lim2𝑥 + lim 1 = 6 + 1 = 7


→ → →

6. lim (𝑓 − 𝑔)(𝑥) = lim 𝑓(𝑥) − lim 𝑔(𝑥) (Se lim 𝑓(𝑥) e lim 𝑔(𝑥) existirem.)
→ → → ⟶ ⟶

Ou seja, o limite da diferença é a diferença dos limites.

7. lim (𝑓 ⋅ 𝑔)(𝑥) = lim 𝑓(𝑥) ⋅ lim 𝑔(𝑥) (Se lim 𝑓(𝑥) e lim 𝑔(𝑥) existirem.)
→ → → ⟶ ⟶

Ou seja, o limite do produto é o produto dos limites.


Exemplo:
lim (𝑥 ⋅ 𝑐𝑜𝑠( 𝑥)) = lim (𝑥) ⋅ lim (𝑐𝑜𝑠( 𝑥)) = 𝜋 ⋅ 𝑐𝑜𝑠 𝜋 = 𝜋
→ → →

Página: 10
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga
( ) ( )
8. Se lim 𝑔(𝑥) ≠ 0 então lim ( )
= →
( )
com lim 𝑔(𝑥) ≠ 0 (Se lim 𝑓(𝑥) e
→ → →
→ ⟶

lim 𝑔(𝑥) existirem.)


Exemplo:
𝑥 − 4 lim

𝑥 −4 2 −4 0
lim = = = =0
→ 𝑥−3 lim𝑥 − 3 2−3 −1

9. lim 𝑥 = 𝑎

Exemplo:
lim𝑥 = 2 = 8

10. lim √𝑥 = √𝑎

Exemplo:

lim √𝑥 = √8 = 2

11. lim 𝑓(𝑥) = lim 𝑓(𝑥)


→ →

Exemplo:
lim 2𝑥 + 4 = lim(2𝑥 + 4) = (2 ⋅ 4 + 4) = √36 = 6
→ →

Página: 11
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga

3. PROPRIEDADES OPERATÓRIAS DOS LIMITES


(Quadro Resumo)

1. lim (𝑚𝑥 + 𝑏) = 𝑚𝑎 + 𝑏

2. lim 𝑐 = 𝑐, 𝑐∈ℝ

3. lim 𝑥 = 𝑎

4. lim 𝑐 ⋅ 𝑓(𝑥) = 𝑐 ⋅ lim 𝑓(𝑥)


→ →

 Se 𝐥𝐢𝐦 𝒇(𝒙) e 𝐥𝐢𝐦 𝒈(𝒙) existirem.


𝒙⟶𝒂 𝒙⟶𝒂

5. lim (𝑓 + 𝑔)(𝑥) = lim 𝑓(𝑥) + lim 𝑔(𝑥)


→ → →

6. lim (𝑓 − 𝑔)(𝑥) = lim 𝑓(𝑥) − lim 𝑔(𝑥)


→ → →

7. lim (𝑓 ⋅ 𝑔)(𝑥) = lim 𝑓(𝑥) ⋅ lim 𝑔(𝑥)


→ → →

( ) ( )
8. lim ( )
= →
( )
se lim 𝑔(𝑥) ≠ 0
→ →

9. lim 𝑥 = 𝑎

10. lim √𝑥 = √𝑎

11. lim 𝑓(𝑥) = lim 𝑓(𝑥)


→ →

Página: 12
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga

4. PROPRIEDADE DE SUBSTITUIÇÃO DIRETA


Se 𝑓 for uma função polinomial ou racional e 𝑎 estiver no domínio de 𝑓, então
lim 𝑓(𝑥) = 𝑓(𝑎).

Observemos que o resultado anterior é uma decorrência direta das propriedades operatórias dos
limites. Se 𝑓(𝑥) = 𝑎 𝑥 + ⋯ + 𝑎 𝑥 + 𝑎 é uma função polinomial e 𝑎 é um número real
então:
lim 𝑓(𝑥) =lim 𝑎 𝑥 + ⋯ + 𝑎 𝑥 + 𝑎 = 𝑎 (lim 𝑥) + ⋯ + 𝑎 (lim 𝑥) + 𝑎 = 𝑎 𝑎 + ⋯ +
→ → → →
𝑎 𝑎+𝑎 .
( )
Consequentemente, se 𝑓(𝑥) = ( )
é uma função racional e 𝑎 é um ponto no domínio de 𝑓,
temos que 𝑞(𝑎) é diferente de zero e:
𝑝(𝑥) lim →
𝑝(𝑥) 𝑝(𝑎)
lim 𝑓(𝑥) = lim = =
→ → 𝑞(𝑥) lim 𝑞(𝑥) 𝑞(𝑎)

Decorre também da propriedade da substituição direta que se 𝑓 for uma função polinomial ou
racional e 𝑎 estiver no domínio de 𝑓, então:
lim 𝑓(𝑥) = 𝑓(𝑎)

Exemplo: Determine:

1) lim 𝑥 + 𝑥 − 6

2) lim √−𝑥 + 4𝑥

3) lim 3𝑥 + 2𝑥 − 𝑥 + 1

4) lim

Resolvendo:
1) lim 𝑥 + 𝑥 − 6 = 2 + 2 − 6 = 0

2) lim √−𝑥 + 4𝑥 = √−2 + 4 ⋅ 2 = √−4 + 8 = √4 = 2


Página: 13
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga
3) lim 3𝑥 + 2𝑥 − 𝑥 + 1 = 3 ⋅ (−2) + 2 ⋅ (−2) − (−2) + 1

= 3 ⋅ 16 + 2 ⋅ 4 + 2 + 1
= 48 + 8 + 3 = 59
−3(−2)2 +6 −12+6 −6 2
4) lim = (−2)3 +1
= −8−1
= −9 = 3

Página: 14
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga

5. CÁLCULO DE LIMITES E EXPRESSÕES INDETERMINADAS

A substituição direta para calcular limites é aplicável apenas no caso em que a função em
questão é contínua no ponto o qual queremos determinar o limite (definiremos funções continuas
na próxima sessão). Muitas vezes desejamos calcular lim 𝑓(𝑥) mas 𝑓(𝑎) não está definida, ou,

a 𝑓(𝑥) tem uma indeterminação em 𝑥 = 𝑎, isto é, se calculamos 𝑓(𝑥) em 𝑥 = 𝑎 obtemos uma



expressão do tipo: , ∞, ∞ ⋅ 0, ∞ − ∞, 0 , ∞ , 1∞ , e, portanto, não podemos utilizar diretamente

a substituição. Para calcular estes limites a estratégia é transformar 𝑓(𝑥) algebricamente de modo
que na nova expressão de sua lei possamos aplicar o método da substituição direta.

Exemplos:
a) Calcule lim .

Por substituição direta temos: Se aplicarmos diretamente a substituição direta temos


uma indeterminação do tipo 0/0
lim 𝑥 − 1 = 1 − 1 = 0

𝑥 −1 indeterminação do tipo:
lim
→ 𝑥−1 lim 𝑥 − 1 = 1 − 1 = 0

Cálculo Algébrico: Iniciando pela transformação algébrica de sua lei e após


aplicando substituição direta temos:
𝑥 −1 (𝑥 − 1)(𝑥 + 1)
lim = lim = lim (𝑥 + 1) = 2
→ 𝑥−1 → (𝑥 − 1) →

b) Calcule lim .

Por substituição direta temos: Se aplicarmos diretamente a substituição direta


temos uma indeterminação do tipo 0/0

lim 𝑥 + 4 = −4 + 4 = 0

𝑥+4 indeterminação
lim
→ 𝑥 + 𝑥 − 12 lim 𝑥 + 𝑥 − 12 = do tipo:

= (−4) − 4 − 12 = 16 − 4 − 12 = 0
Cálculo Algébrico: Iniciando pela transformação algébrica de sua lei e após
aplicando substituição direta temos:
𝑥+4 𝑥+4 1 1
lim = lim = lim =−
→ 𝑥 + 𝑥 − 12 → (𝑥 − 3)(𝑥 + 4) → 𝑥−3 7

Página: 15
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga

c) Calcule lim .

Por substituição direta temos: Se aplicarmos diretamente a substituição direta temos uma
indeterminação do tipo 0/0

lim √𝑥 − 3 = √9 − 3 = 3 − 3 = 0
√𝑥 − 3 →
lim indeterminação do tipo:
→ 𝑥−9
lim 𝑥 − 9 = 9 − 9 = 0

Cálculo Algébrico: Iniciando pela transformação algébrica de sua lei e após aplicando
substituição direta temos:
√𝑥 − 3 √𝑥 − 3 √𝑥 + 3 𝑥−9 1 1
lim = lim ⋅ = lim = lim =
→ 𝑥−9 → 𝑥 − 9 √𝑥 + 3 → (𝑥 − 9)(√𝑥 + 3) → √𝑥 + 3 6

Observação: Ao calcularmos o limite de uma função 𝑓(𝑥) quando 𝑥 tende ao número real 𝑎,
estamos estudando o comportamento da função 𝑓(𝑥) para valores de 𝑥 próximos mas não iguais
ao ponto 𝑎. Sendo assim, as simplificações feitas no transformismo algébrico das leis das funções
estão corretas uma vez que “dentro” do cálculo do limite dividimos expressões diferentes de zero.

Página: 16
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga

6. LIMITES INFINITOS

Observe o gráfico das seguintes funções:

Exemplo 1:

lim 𝑓(𝑥) = +∞

lim 𝑓(𝑥) = +∞


 𝑓(𝑥) = ( lim 𝑓(𝑥) = +∞

)

Quando escrevemos: lim 𝑓(𝑥) = +∞ significa que os valores de 𝑓(𝑥) crescem


indefinidamente quando x tende a 3. Essa reta pontilhada vertical é chamada assíntota vertical e
será definida posteriormente.
Neste caso o limite não existe (+∞ é apenas uma representação e não um número real),
mas +∞ indica o comportamento dos valores da função 𝑓(𝑥) quando x aproxima-se cada vez
mais de 3.

Definição 2. Limite Infinito (+∞)


Seja 𝑓(𝑥) uma função definida em um intervalo aberto contendo 𝑎, exceto, possivelmente,
em 𝑥 = 𝑎. Dizemos que
lim 𝑓(𝑥) = +∞

se para qualquer 𝑁 > 0, existe 𝛿 > 0 tal que 𝑓(𝑥) > 𝑁 sempre que 0 < |𝑥 − 𝑎| < 𝛿.

Página: 17
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga
Exemplo 2:

lim 𝑓(𝑥) = −∞

lim 𝑓(𝑥) = −∞


 𝑓(𝑥) = ( lim 𝑓(𝑥) = −∞

)

Quando escrevemos: lim 𝑓(𝑥) = −∞ significa que os valores de 𝑓(𝑥) decrescem


indefinidamente quando x tende a 3.


Neste caso o limite não existe (−∞ é apenas uma representação e não um número real),
mas −∞ indica o comportamento dos valores da função 𝑓(𝑥) quando x aproxima-se cada vez
mais de 3.

Definição 3. Limite Infinito (−∞)


Seja 𝑓(𝑥) uma função definida em um intervalo aberto contendo 𝑎, exceto,
possivelmente, em 𝑥 = 𝑎. Dizemos que
lim 𝑓(𝑥) = −∞

se para qualquer 𝑁 < 0, existe 𝛿 > 0 tal que 𝑓(𝑥) < 𝑁 sempre que 0 < |𝑥 − 𝑎| < 𝛿.

Antes de darmos alguns exemplos, precisamos de dois teoremas que tratam de limites
infinitos.

TEOREMA 2 (limites infinitos):

Se 𝑛 é um número inteiro positivo, então:


1
lim = +∞
→ 𝑥

1 −∞ se 𝑛 for ímpar
lim =
→ 𝑥 +∞ se 𝑛 for par

Página: 18
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga

TEOREMA 3 (limites infinitos):

Seja 𝑎 ∈ ℝ e 𝑐 ∈ ℕ∗ , se lim 𝑓(𝑥) = 𝑐 e lim 𝑔(𝑥) = 0:


→ →

1. Se 𝑐 > 0 e 𝑔(𝑥) → 0 através de valores positivos,

( )
lim ( )
= +∞

2. Se 𝑐 > 0 e 𝑔(𝑥) → 0 através de valores negativos,


( )
lim ( )
= −∞

3. Se 𝑐 < 0 e 𝑔(𝑥) → 0 através de valores positivos,


( )
lim ( )
= −∞

4. Se 𝑐 < 0 e 𝑔(𝑥) → 0 através de valores negativos,


( )
lim ( )
= +∞

Observe que o Teorema 3 ressalta que precisamos analisar o sinal do numerador e do


denominador para determinar a resposta do limite. A tabela a seguir resume o que acontece com
o limite das funções quocientes quando o numerador tende a uma constante e o denominador
tende a zero:

Calculando os Resultado do
Resumo: limites separado, limite do
temos: quociente:
lim 𝑓(𝑥) = 𝑐 > 0
1) O numerador tende a uma constante positiva e o → 𝑓(𝑥)
denominador tende a zero por valores positivos.
lim = +∞
lim 𝑔(𝑥) = 0 → 𝑔(𝑥)

lim 𝑓(𝑥) = 𝑐 > 0


2) O numerador tende a uma constante positiva e o → 𝑓(𝑥)
denominador tende a zero por valores negativos.
lim = −∞
lim 𝑔(𝑥) = 0 → 𝑔(𝑥)

lim 𝑓(𝑥) = 𝑐 < 0


3) O numerador tende a uma constante negativa e o → 𝑓(𝑥)
denominador tende a zero por valores positivos.
lim = −∞
lim 𝑔(𝑥) = 0 → 𝑔(𝑥)

lim 𝑓(𝑥) = 𝑐 < 0


4) O numerador tende a uma constante negativa e o → 𝑓(𝑥)
denominador tende a zero por valores negativos.
lim = +∞
lim 𝑔(𝑥) = 0 → 𝑔(𝑥)

Página: 19
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga

Exemplos:
Calculando os limites Resultado do limite do quociente:
separado, temos:
lim − 4 = −4 < 0 4
−4 → lim = −∞
1) lim → 𝑥−3
→ 𝑥−3 lim 𝑥 − 3 = 0

lim − 4 = −4 < 0 4
−4 → lim = +∞
2) lim → 𝑥−3
→ 𝑥−3 lim 𝑥 − 3 = 0

−4
Por 1) e 2) observamos que o lim não existe(∄), pois os limites laterais são diferentes.
→ 𝑥−3

Calculando os limites Resultado do limite do


separado, temos: quociente:
lim 𝑥 + 3𝑥 = 10 > 0 𝑥 + 3𝑥
𝑥 + 3𝑥 →
lim = −∞
3) lim → 𝑥 − 5𝑥 + 6
→ 𝑥 − 5𝑥 + 6 lim 𝑥 − 5𝑥 + 6 = 0

lim 𝑥 + 3𝑥 = 10 > 0 𝑥 + 3𝑥
𝑥 + 3𝑥 →
lim = +∞
4) lim → 𝑥 − 5𝑥 + 6
→ 𝑥 − 5𝑥 + 6 lim 𝑥 − 5𝑥 + 6 = 0

𝑥 + 3𝑥
Por 3) e 4) observamos que o lim não existe(∄), pois os limites laterais são diferentes
→ 𝑥 − 5𝑥 + 6

Calculando os limites Resultado do limite do


separado, temos: quociente:
lim 1 = 1 > 0 1
1 → lim = +∞
5) lim → 𝑥
→ 𝑥 lim 𝑥 = 0

lim 1 = 1 > 0 1
1 → lim = +∞
6) lim → 𝑥
→ 𝑥 lim 𝑥 = 0

1
Por 5 e 6 observamos que o lim = +∞ , pois os limites laterais são iguais.
→ 𝑥

Página: 20
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga
A tabela a seguir resume o que acontece com o limite das funções quocientes quando o
numerador tende a infinito e o denominador tende a uma constante:

Calculando os
Resultado do limite do
Resumo: limites separados
quociente:
temos:

1) O numerador tende a mais infinito e o lim 𝑓(𝑥) = +∞


→ 𝑓(𝑥)
denominador tende a uma constante positiva. lim = +∞
lim 𝑔(𝑥) = 𝑘 > 0 → 𝑔(𝑥)

2) O numerador tende a menos infinito e o lim 𝑓(𝑥) = −∞


→ 𝑓(𝑥)
denominador tende a uma constante positiva. lim = −∞
lim 𝑔(𝑥) = 𝑘 > 0 → 𝑔(𝑥)

3) O numerador tende a mais infinito e o lim 𝑓(𝑥) = +∞


→ 𝑓(𝑥)
denominador tende a uma constante negativa. lim = −∞
lim 𝑔(𝑥) = 𝑘 < 0 → 𝑔(𝑥)

4) O numerador tende a menos infinito e o lim 𝑓(𝑥) = −∞


→ 𝑓(𝑥)
denominador tende a uma constante negativa. lim = +∞
lim 𝑔(𝑥) = 𝑘 < 0 → 𝑔(𝑥)

Exemplos
Calculando os limites
Resultado do limite do quociente:
separado, temos:
lim ln 𝑥 = −∞ ln 𝑥
ln 𝑥 → lim = −∞
1) lim → 5+𝑥
→ 5+𝑥 lim 5 + 𝑥 = 5 > 0

Calculando os limites
Resultado do limite do quociente:
separado, temos:
lim tan 𝑥 = −∞
tan 𝑥 → tan 𝑥
lim = −∞
2) lim 6𝑥
→ 6𝑥 𝜋 →
lim 6𝑥 = 6 = 3𝜋 > 0
→ 2

Calculando os limites
Resultado do limite do quociente:
separado, temos:
lim ln 𝑥 = −∞
→ ln 𝑥
ln 𝑥 lim = +∞
3) lim → 𝑥−3
→ 𝑥−3 lim 𝑥 − 3 = −3 < 0

Página: 21
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga
Devemos ter muito cuidado quando combinamos funções com limites infinitos. Os casos
principais estão resumidos na tabela a seguir. A tabela indica, com um sinal de interrogação, os
casos para os quais não há regra; e então a “operação algébrica” com “∞” não está definida, e é
chamado de indeterminação.
𝐥𝐢𝐦 𝒇(𝒙) 𝐥𝐢𝐦 𝒈(𝒙) Função 𝐥𝐢𝐦 𝒉(𝒙)
N° abreviadamente
𝒙→𝒂 𝒙→𝒂 𝒉(𝒙) 𝒙→𝒂

1. +∞ +∞ 𝑓(𝑥) + 𝑔(𝑥) +∞ (+∞) + (+∞) = +∞


(+∞) − (+∞)
2. +∞ +∞ 𝑓(𝑥) − 𝑔(𝑥) ?
indeterminação
3. +∞ 𝑘 𝑓(𝑥) + 𝑔(𝑥) +∞ +∞+ k = +∞

4. −∞ 𝑘 𝑓(𝑥) + 𝑔(𝑥) −∞ −∞+ k = −∞

5. +∞ +∞ 𝑓(𝑥) ⋅ 𝑔(𝑥) +∞ (+∞) ⋅ (+∞)=+∞

6. +∞ −∞ 𝑓(𝑥) ⋅ 𝑔(𝑥) −∞ (+∞) ⋅ (−∞) = −∞

7. +∞ 𝑘>0 𝑓(𝑥) ⋅ 𝑔(𝑥) +∞ +∞ ⋅ k= +∞, 𝑘 > 0

8. +∞ 𝑘<0 𝑓(𝑥) ⋅ 𝑔(𝑥) −∞ +∞ ⋅ k= −∞, k < 0

9. +∞ 0 𝑓(𝑥) ⋅ 𝑔(𝑥) ? +∞ ⋅ 0 , 𝐢𝐧𝐝𝐞𝐭𝐞𝐫𝐦𝐢𝐧𝐚çã𝐨


𝑘
10. 𝑘 +∞ 𝑓(𝑥)/𝑔(𝑥) 0 =0
+∞
+∞
11. +∞ +∞ 𝑓(𝑥)/𝑔(𝑥) ? , 𝐢𝐧𝐝𝐞𝐭𝐞𝐫𝐦𝐢𝐧𝐚çã𝐨
+∞

+∞
12. +∞ −∞ 𝑓(𝑥)/𝑔(𝑥) ? , 𝐢𝐧𝐝𝐞𝐭𝐞𝐫𝐦𝐢𝐧𝐚çã𝐨
−∞
𝑘
13. 𝑘>0 0 𝑓(𝑥)/𝑔(𝑥) +∞ = +∞, 𝑘 > 0
0
+∞
14. +∞ 0 𝑓(𝑥)/𝑔(𝑥) +∞ = +∞
0
𝑘
15. 𝑘>0 0 𝑓(𝑥)/𝑔(𝑥) −∞ = −∞, k > 0
0
+∞
16. +∞ 0 𝑓(𝑥)/𝑔(𝑥) −∞ = −∞
0
0
17. 0 0 𝑓(𝑥)/𝑔(𝑥) ? , 𝐢𝐧𝐝𝐞𝐭𝐞𝐫𝐦𝐢𝐧𝐚çã𝐨
0

OBS: lim 𝑔(𝑥) = 0 , significa que g tem limite 0 e g(x)>0 para x suficientemente perto de a,

ou seja, o limite é zero e a função se aproxima de zero por valores positivos. O mesmo vale para
𝑙𝑖𝑚𝑔(𝑥) = 0 , sendo g(x)<0.

Página: 22
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga

Definição 4. Assíntota Vertical.

A reta 𝑥 = 𝑎 será uma assíntota vertical do gráfico da função 𝑓, se pelo menos


uma das afirmativas for verdadeira:
(i) lim 𝑓(𝑥) = +∞

(ii) lim 𝑓(𝑥) = −∞


(iii) lim 𝑓(𝑥) = +∞


(iv)lim 𝑓(𝑥) = −∞

Exemplos:

lim 𝑓(𝑥) = +∞ lim 𝑓(𝑥) = −∞ lim 𝑓(𝑥) = −∞ lim 𝑓(𝑥) = +∞


→ → → →

Assíntota Vertical em: Assíntota Vertical em: Assíntota Vertical em: Assíntota Vertical
𝑥=1 𝑥=1 𝑥=1 em: 𝑥 = 1

Uma função pode ter infinitas assíntotas verticais, como é o caso da função 𝑓(𝑥) = tan 𝑥.

𝑓(𝑥) = tan 𝑥

Assíntotas verticais:
𝑥 = (2𝑛 + 1) com 𝑛 ∈ ℤ.

Página: 23
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga

7. LIMITES NO INFINITO

Observe o gráfico das seguintes funções:

Exemplo 1:

lim 𝑓(𝑥) = 0
→ ∞

lim 𝑓(𝑥) = 0
 𝑓(𝑥) = → ∞

Assíntota vertical:
𝑥=1
Assíntota horizontal:
𝑦=0

Exemplo 2:

lim 𝑔(𝑥) = −2
→ ∞

lim 𝑔(𝑥) = −2
→ ∞
 𝑔(𝑥) = −2
Assíntota vertical:
𝑥=0
Assíntota horizontal:
𝑦 = −2

Quando calculamos os limites no infinito estamos procurando saber o comportamento


final de uma função 𝑓(𝑥), ou seja, o comportamento da função quando 𝑥 cresce ou decresce sem
cota.

Definição 5. Limite no infinito (+∞)


Seja 𝑓(𝑥) uma função definida em um intervalo (𝑎, +∞). O limite de 𝑓(𝑥) quando
x cresce indefinidamente é L, denotado:
lim 𝑓(𝑥) = 𝐿
→ ∞

se para qualquer 𝜀 > 0, existe um 𝑁 > 0 tal que se 𝑥 > 𝑁 então |𝑓(𝑥) − 𝐿| < 𝜀.

Página: 24
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga

Definição 6. Limite no infinito (−∞)


Seja 𝑓(𝑥) uma função definida em um intervalo (−∞, 𝑎). O limite de 𝑓(𝑥) quando x
decresce indefinidamente é L, denotado:
lim 𝑓(𝑥) = 𝐿
→ ∞

se para qualquer 𝜀 > 0, existe um 𝑁 < 0 tal que se 𝑥 < 𝑁 então |𝑓(𝑥) − 𝐿| < 𝜀.

Em relação aos limites no infinito temos o seguinte teorema:

TEOREMA 4 (limites no infinito):

Se 𝑛 é um número inteiro positivo, então:


1
lim =0
→ ∞ 𝑥

1
lim =0
→ ∞ 𝑥

Para usar o Teorema 4, precisamos dividir cada termo do numerador e do denominador


pela maior potência de 𝑥 que aparece no denominador.
Exemplos:

2𝑥 − 5
𝑎) lim
→ ∞ 𝑥+8

Para usar o Teorema 4, precisamos dividir o numerador e o denominador por 𝑥, assim:


0
2𝑥 − 5 5
2𝑥 − 5 𝑥 2−𝑥 2
lim ⇒ lim 𝑥 + 8
⇒ lim
8
= =2
→ ∞ 𝑥+8 → ∞ → ∞ 1
𝑥 1 + 𝑥
0

2𝑥 − 3𝑥 + 5
𝑏) lim
→ ∞ 4𝑥 − 2
Para usar o Teorema 4, precisamos dividir o numerador e o denominador por 𝑥 , assim:
0 0 0
2𝑥3 − 3𝑥 + 5 2 3 5
2𝑥 − 3𝑥 + 5 5 2 − 4+ 5 0
lim ⇒ lim 𝑥 ⇒ lim 𝑥 𝑥 𝑥 = =0
→ ∞ 4𝑥 − 2 𝑥→+∞ 4𝑥5 − 2 𝑥→+∞ 2 4
4− 5
𝑥5 𝑥
0

Página: 25
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga

3𝑥 + 2𝑥 − 1
c) lim
→ ∞ 5 − 4𝑥 + 2𝑥

Para usar o Teorema 4, precisamos dividir o numerador e o denominador por 𝑥 , assim:


0 0
3𝑥 + 2𝑥 − 1 2 1
3𝑥 + 2𝑥 − 1 3+ − 3
lim ⇒ lim 𝑥 ⇒ lim 5 𝑥4 𝑥 =
→ ∞ 5 − 4𝑥 + 2𝑥 → ∞ 5 − 4𝑥 + 2𝑥
−𝑥+2 2
→ ∞
𝑥 𝑥
0 0

4𝑥 + 3
d) lim
→ ∞ √5𝑥 − 2

Para usar o Teorema 4, precisamos dividir o numerador e o denominador por √𝑥 , lembrando


que √𝑥 = |𝑥|, assim:

4𝑥 + 3 4𝑥 + 3
4𝑥 + 3 √𝑥 |𝑥|
lim ⇒ lim ⇒ lim
→ ∞ √5𝑥 − 2 → ∞ √5𝑥 − 2 → ∞ 5𝑥 − 2
√𝑥 𝑥

𝑥, se 𝑥 ≥ 0
Lembrando a definição de módulo:|𝑥| = , e como neste caso temos 𝑥 → −∞
−𝑥, se 𝑥 < 0
então 𝑥 < 0, e podemos escrever |𝑥| = −𝑥. Assim:

4𝑥 + 3 4𝑥 + 3 4𝑥 3
|𝑥| −𝑥 +
lim ⇒ lim ⇒ lim −𝑥 −𝑥 ⇒
→ ∞ 5𝑥 − 2 → ∞ 5𝑥 2 → ∞ 2
− 5−
𝑥 𝑥 𝑥 𝑥
0
3
−4 − −4 − 0 −4
𝑥
⇒ lim ⇒ =
𝑥→−∞ 2 √5 − 0 √5
5−
𝑥2
0

Definição 7. Assíntota Horizontal.


A reta 𝑦 = 𝑏 será uma assíntota horizontal do gráfico da função 𝑓, se pelo menos
uma das afirmativas for verdadeira:
(i) 𝑙𝑖𝑚 𝑓(𝑥) = 𝑏
→ ∞

(ii) 𝑙𝑖𝑚 𝑓(𝑥) = 𝑏


→ ∞

Página: 26
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga

Exemplos:
Determine o domínio, encontre as assíntotas e faça um esboço do gráfico da função:
1−𝑥
𝑓(𝑥) =
𝑥 −4

i) Domínio da 𝑓: 𝑥 − 4 ≠ 0 ⇒ 𝑥 ≠ 4 ⇒ 𝑥 ≠ ±2
𝐷(𝑓) = ℝ − { −2, 2 }

𝑥 − 4 = 0 ⇒ 𝑥 = 4 ⇒ 𝑥 = ±2
Assíntotas Verticais: 𝑥 = 2 e 𝑥 = −2
ii) Assíntota
vertical: Calcular os Calcular os limites do numerador e Resultado do limite do
limites laterais denominador separados: quociente:
(calcular os
lim 1 − 𝑥 = 1 − 4 = −3 < 0 1−𝑥
limites para o →
lim = −∞
1−𝑥 → 𝑥 −4
valor de 𝑥 onde lim
𝒙→𝟐 𝑥 − 4
lim 𝑥 − 4 = 4 − 4 = 0 (𝑨𝟏 )
zera o →

denominador lim 1 − 𝑥 = 1 − 4 = −3 < 0


1−𝑥 → 1−𝑥
para saber o lim lim = +∞
𝒙→𝟐 𝑥 −4 → 𝑥 −4
comportamento lim 𝑥 − 4 = 4 − 4 = 0
→ (𝑨𝟐 )
da função para
lim 1 − 𝑥 = 1 − 4 = −3 < 0 1−𝑥
esboçar o 1−𝑥

lim = +∞
gráfico) lim → 𝑥 −4
𝒙→ 𝟐 𝑥 − 4 lim 𝑥 − 4 = 4 − 4 = 0
→ (𝑩𝟏 ).

lim 1 − 𝑥 = 1 − 4 = −3 < 0
→ 1−𝑥
1−𝑥 lim = −∞
lim 𝒙→ 𝟐 𝑥 −4
𝒙→ 𝟐 𝑥 − 4 lim 𝑥 − 4 = 4 − 4 = 0 (𝑩𝟐 )

0
iii) Assíntota 1−𝑥 1
1−𝑥 −1 0−1
𝑥 𝑥
horizontal: lim ⇒ lim ⇒ lim
4
⇒ = −1 (𝐂)
𝒙→ 𝑥 −4 → 𝑥 −4 → 1−0
1−
(calcular os 𝑥 𝑥
limites 0 0
1−𝑥 1
no infinito) 1−𝑥 −1 0−1
lim ⇒ lim 𝑥 ⇒ lim 𝑥 ⇒ = −1 (𝐃)
𝒙→ 𝑥 −4 → 𝑥 −4 → 4 1−0
1−
𝑥 𝑥
0
Assíntota Horizontal: 𝑦 = −1

Página: 27
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga
Assíntotas:
iv) Gráfico:
Verticais: 𝑥 = 2 e 𝑥 = −2
Calcular os zeros da função:
Horizontal: 𝑦 = −1
𝑓(𝑥) = 0 ⇒ = 0 ⇒ 1 − 𝑥 = 0 ⇒ √𝑥 = 1 ⇒ |𝑥| = 1 ⇒ 𝑥 = ±1

𝐷(𝑓) = ℝ − { −2, 2 }

Página: 28
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga

8. LIMITES INFINITOS NO INFINITO

Se os valores de 𝑓(𝑥) crescem infinitamente, isto é, crescem sem cota, quando 𝑥 → +∞


ou 𝑥 → −∞, então escrevemos lim 𝑓(𝑥) = +∞ ou lim 𝑓(𝑥) = +∞ conforme o caso. Da
→ →

mesma forma, se os valores de 𝑓(𝑥) decrescem infinitamente, ou seja, decrescem sem cota,
quando 𝑥 → +∞ ou 𝑥 → −∞, então escrevemos lim 𝑓(𝑥) = −∞ ou lim 𝑓(𝑥) = −∞.
→ →

Limites de 𝒙𝒏 quando 𝒙 → ±∞

Se 𝑛 é um número inteiro positivo, então:


lim 𝑥 = +∞, 𝑛 = 1,2,3, …

−∞ se 𝑛 for ímpar
lim 𝑥 =
→ +∞ se 𝑛 for par

Exemplo 1:
 lim 2𝑥7 = +∞  lim 2𝑥7 = −∞
𝑥→+∞ 𝑥→−∞

 lim 3𝑥8 = +∞  lim 3𝑥8 = +∞


𝑥→+∞ 𝑥→−∞

Exemplo 2:

3𝑥8 +2𝑥7 3𝑥8 2𝑥7 2


 lim 3𝑥8 + 2𝑥7 = lim 𝑥 𝑥8
= lim 𝑥
𝑥8
+
𝑥8
= lim 𝑥 3+
𝑥
= +∞
𝑥→+∞ 𝑥→+∞ 𝑥→+∞ 𝑥→+∞
0
 lim 6𝑥 − 3𝑥 + 𝑥 − 8 = lim 𝑥 = lim 𝑥 6− + − = −∞
→ → →

0 0 0

Observemos que no caso mais geral, se 𝑓(𝑥) = 𝑎 𝑥 + 𝑎 𝑥 + ⋯+ 𝑎 𝑥 + 𝑎 é


um polinômio com coeficientes reais, então:

Página: 29
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga
lim 𝑓(𝑥) = lim 𝑎 𝑥 + 𝑎 𝑥 + ⋯+ 𝑎 𝑥 + 𝑎
→ →

𝑎 𝑥 +𝑎 𝑥 + ⋯+ 𝑎 𝑥 + 𝑎
= lim 𝑥
→ 𝑥
𝑎 𝑥 𝑎 𝑥 𝑎 𝑥 𝑎
= lim 𝑥 + + ⋯+ +
→ 𝑥 𝑥 𝑥 𝑥
𝑎 𝑥 𝑎 𝑥 𝑎
= lim 𝑥 𝑎 + + ⋯+ +
→ 𝑥 𝑥 𝑥
𝑎 𝑎 𝑎
= ( lim 𝑥 ) lim 𝑎 + +⋯+ + = lim 𝑎 𝑥
→ → 𝑥 𝑥 𝑥 →

Sendo assim, podemos notar que existe um princípio sobre limites de polinômios
quando 𝑥 → ±∞:

O comportamento final de um polinômio coincide com o comportamento final de seu


termo de maior grau.

Exemplo 3:

 lim 3𝑥8 + 2𝑥7 = lim 3𝑥 = +∞


𝑥→+∞ 𝑥→+∞

 lim 6𝑥 − 3𝑥 + 𝑥 − 8 = lim 6𝑥 = −∞
→ →

Página: 30
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga

TEOREMA 5: (TEOREMA DO CONFRONTO):

Sejam f, 𝑔 e h funções definidas em algum intervalo I contendo o ponto 𝑎, exceto


possivelmente no próprio 𝑎. Se:
 a desigualdade 𝑔(𝑥) ≤ 𝑓(𝑥) ≤ ℎ(𝑥) seja verdadeira para todo x em I tal que 𝑥 ≠ 𝑎 e
 os limites lim 𝑔(𝑥) e lim ℎ(𝑥) existem e são iguais, isto é,
→ →

lim 𝑔(𝑥) = lim ℎ(𝑥) = 𝐿,


→ →

então existe lim 𝑓(𝑥) e lim 𝑓(𝑥) = 𝐿.


→ →

Exemplo 4:

sen 𝑥
Calcule lim .
→ 𝑥

sen 𝑥
Seja 𝑓(𝑥) = 𝑥
. Considerando as funções 𝑔(𝑥) = cos 𝑥 e ℎ(𝑥) = 1, segue que:

𝜋 sen 𝑥
Para 0 < 𝑥 < , temos que: cos 𝑥 ≤ ≤ 1, e portanto 𝑔(𝑥) ≤ 𝑓(𝑥) ≤ ℎ(𝑥).
2 𝑥
𝜋 sen (−𝑥) sen (𝑥)
Para − < 𝑥 < 0, temos que: cos(−𝑥) ≤ ≤ 1 ⇔ cos(𝑥) ≤ ≤ 1, já que
2 −𝑥 𝑥

cos(−𝑥) = cos(𝑥) , pois é uma função par e 𝑠𝑒𝑛(−𝑥) = −𝑠𝑒𝑛(𝑥), pois é uma função ímpar.

Então, de qualquer forma, temos que 𝑔(𝑥) ≤ 𝑓(𝑥) ≤ ℎ(𝑥).

Observe que lim (𝑐𝑜𝑠 𝑥) = 1 e lim (1) = 1, logo, lim 𝑔(𝑥) = lim ℎ(𝑥) = 1.
𝑥→0 𝑥→0 𝑥→0 𝑥→0

sen 𝑥
Desta forma, pelo teorema do confronto, podemos concluir que: lim =1.
→ 𝑥

Página: 31
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga

9. LIMITES FUNDAMENTAIS

Existem alguns limites que são chamados de limites fundamentais. Veremos três limites
fundamentais que, por substituição direta resultam em indeterminações, mas possuem um
resultado conhecido. São eles:

 Primeiro Limite Fundamental:


Indeterminação do tipo
𝑠𝑒𝑛 𝑥
lim =1
→ 𝑥
 Segundo Limite Fundamental:
1 Indeterminação do tipo 1
lim 1+ =𝑒
→± 𝑥
 Terceiro Limite Fundamental:
𝑎 −1
lim = 𝑙𝑛 𝑎 Indeterminação do tipo
→ 𝑥
onde 𝑎 > 0.

Em geral, para calcular um limite fundamental, utilizamos uma substituição conveniente


na variável do limite. Veja alguns exemplos a seguir.

Exemplo 1) Calcule os limites:


sen(3𝑥)
a) lim
→ 3𝑥
Sabemos que o primeiro limite fundamental é lim = 1. Como no exemplo temos

𝑠𝑒𝑛(3𝑥) vamos fazer a seguinte substituição: 𝑢 = 3𝑥. Observe que, quando 𝑥 → 0, então 𝑢 →
0. Assim, podemos reescrever o limite dado em termos de 𝑢 e resolver:
sen(3 𝑥) sen 𝑢
lim = 𝑙𝑖𝑚 =1
→ 3𝑥 → 𝑢
sen(6𝑥)
𝑏) lim
→ 3𝑥
Como neste exemplo temos o argumento do seno diferente do valor do denominador,
antes de fazer a substituição, vamos multiplicar a fração por já que temos 𝑠𝑒𝑛(6𝑥). Assim

ficamos com:
sen(6𝑥) sen(6𝑥) 6 sen(6𝑥) 6 6 sen(6𝑥) sen(6𝑥)
lim = lim ⋅ = lim ⋅ = ⋅ lim = 3 lim
→ 3𝑥 → 2𝑥 6 → 6𝑥 2 2 → 6𝑥 → 6𝑥
Agora, vamos fazer a seguinte substituição: 𝑢 = 6𝑥. Assim, podemos reescrever o limite
dado em termos de 𝑢, e resolver:

Página: 32
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga
sen(6𝑥) sen 𝑢
3 lim = 3 lim =3⋅1 =3
→ 6𝑥 → 𝑢

𝑠𝑒𝑛(4𝑥)
𝑐) 𝑙𝑖𝑚
→ 𝑠𝑒𝑛(7𝑥)
Neste caso, vamos multiplicar o numerador por e o denominador por assim

teremos:

4𝑥 sen(4𝑥)
𝑠𝑒𝑛(4𝑥) 𝑠𝑒𝑛(4𝑥) ⋅ 4𝑥 4𝑥 ⋅ 4𝑥
lim = lim = lim
→ 𝑠𝑒𝑛(7𝑥) → 7𝑥 → sen(7𝑥)
𝑠𝑒𝑛(7𝑥) ⋅ 7𝑥
7𝑥 ⋅ 7𝑥

sen(4𝑥) sen(4𝑥) sen(4𝑥)


= lim 4𝑥 ⋅ 4𝑥 = lim 4𝑥 ⋅ 4 = 4 lim 4𝑥 =
→ sen(7𝑥) 7𝑥 → sen(7𝑥) 7 7 → sen(7𝑥)
7𝑥 7𝑥 7𝑥

sen(4𝑥)
4 lim
→ 4𝑥 4 1 4
= = ⋅ =
7 sen(7𝑥) 7 1 7
lim 7𝑥

Exemplo 2) Calcule os limites:

a) lim 1+

O segundo limite fundamental é da forma 𝑙𝑖𝑚 1+ . Como o enunciado apresenta 7𝑥,


tanto no denominador da fração, quanto no expoente, realizamos a substituição 𝑢 = 7𝑥. Lembre


que, quando 𝑥 → +∞, realizamos a substituição, 𝑢 → +∞. Assim,

1 1
lim 1+ = lim 1+ =𝑒
→ 7𝑥 → 𝑢

b) lim

Observando a razão podemos fazer uma analogia com o que temos no 2∘ limite

fundamental. Observe que no 2∘ limite fundamental temos 1 + que pode ser reescrito por

, realizando apenas o m.m.c. Se prestarmos atenção, é o inverso do que temos no

enunciado do exercício. Assim, podemos inverter essa expressão, mas torna-se necessário trocar
o sinal do expoente, como segue abaixo:

Página: 33
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga
𝑥 𝑥+1
lim = lim
→ 𝑥+1 → 𝑥

Por qual motivo precisamos inverter o sinal do expoente? Esse passo é decorrente de uma

propriedade das potências: = .

Agora, como temos uma soma no numerador, podemos separar em duas frações, isto é,
𝑥+1 𝑥 1 1
= + = 1+
𝑥 𝑥 𝑥 𝑥

Logo, continuando com a resolução temos: lim = lim = lim 1+


→ → →

Perceba que lim 1+ é muito parecido com o 2∘ limite fundamental, com exceção

do expoente negativo. Para resolver essa questão, vamos recorrer a outra propriedade das
potências: 𝑎 = . Assim,

1 1
1+ =
𝑥 1
1+𝑥

Portanto, juntando todas as partes, segue a resolução completa do exemplo:


𝑥 𝑥+1
lim = lim
→ 𝑥+1 → 𝑥
1
= lim 1 +
→ 𝑥
1
= lim
→ 1
1+𝑥
lim 1

=
1
lim 1 + 𝑥

1
=
𝑒
c) lim 1+

Para resolver esse exemplo precisamos tornar/modificar o nosso enunciado para a forma
do segundo limite fundamental. Para isso, vamos observar a expressão 1 + que está dentro dos

parênteses. Veja que na fração do enunciado temos o número 3 no numerador e no limite


fundamental temos o número 1. É necessário encontrar algum artifício matemático que mude o
numerador para 1. Um método para realizar isso é fazendo a divisão do número 1 por uma fração

Página: 34
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga

de forma a não alterar o enunciado original, ou seja, =1× . Para descobrir quais os

valores de 𝑛𝑢𝑚 e 𝑑𝑒𝑛 usar, pegamos a fração do enunciado, mas permutando o 3 pelo 𝑥, como
segue abaixo:

1 1 3
𝑛𝑢𝑚 ⇒ 𝑥 = 1 × 𝑥
𝑑𝑒𝑛 3
Note que estamos mostrando que é a mesma coisa que . Portanto, o enunciado não é

alterado e podemos reescreve-lo por 𝑙𝑖𝑚 1+ gora, o enunciado reescrito está muito

parecido com a definição do 2∘ limite fundamental, com exceção do expoente, que é −𝑥. Com o
intuito de sanar esse ponto, e para podermos aplicar o 2∘ limite fundamental, é importante
lembrar: (i) que o denominador da fração entre parênteses deve ser o expoente, isto é, o expoente
deve ser ; (ii) precisamos multiplicar esse expoente por um determinado número para que o

resultado permaneça −𝑥. Resolvendo e aplicando os passos descritos, temos:

−𝑥
3
lim 1+ 1
→ 𝑥 = lim 1+ 𝑥
𝑥→+∞
3
⋅( ) (i), (ii) e o expoente é multiplicado por −3
1
= lim 1 + 𝑥
𝑥→+∞
3

Propriedade das potências: (𝑎 ) = 𝑎
⎡ 1 ⎤
= lim ⎢ 1 + 𝑥 ⎥
𝑥→+∞ ⎢ ⎥
⎣ 3 ⎦
⋅( )
𝑎 = (𝑎 )

1 Realizando a substituição: 𝑢 =
= lim 1+
𝑢→+∞ 𝑢
e aplicando do 2∘ limite fundamental
=𝑒 Resposta final
1
=
𝑒

Página: 35
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga

d) lim 1−

Para esse exemplo vamos usar como substituição 𝑢 = − . Logo, se 𝑢 = − e 𝑥 → +∞,

então 𝑢 → −∞ face ao sinal de menos que aparece em − .

Conforme o exemplo anterior, lembramos que

1 1 2 2
𝑛𝑢𝑚 ⇒ 𝑥 = 1 × − 𝑥 = − 𝑥
−2
𝑑𝑒𝑛
uma vez que o enunciado não é alterado. Observe que a escolha de 𝑢 = − como substituição

não vai ser ao acaso. Então, reescrevendo o limite temos:

2 1
lim 1− = lim 1+ 𝑥
→ 𝑥 → −2

Para aplicar o 2∘ limite fundamental, o expoente deve ser igual o denominador da fração,
ou seja, − . Logo, precisamos multiplicar − por algum valor cujo resultado volte a ser 3𝑥. Esse

valor é −6, pois − ⋅ (−6) = 3𝑥. Lembrando das propriedades e passos do exemplo anterior,

podemos utilizar a substituição e resolver o exemplo conforme abaixo:

2
lim 1− 1
→ 𝑥 = lim 1+ 𝑥
→ −2
⋅( )
1
= lim 1+ 𝑥
→ −2

⎡ ⎤
1
= lim ⎢ 1 + 𝑥 ⎥
→ ⎢ −2 ⎥
⎣ ⎦
1
= lim 1 +
→ 𝑢
=𝑒
1
=
𝑒

Página: 36
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga

Exemplo 3) Calcule os limites:

a) lim

Sabemos que o terceiro limite fundamental é 𝑙𝑖𝑚 = ln 𝑎. Como no exemplo temos


2𝑥 vamos fazer a seguinte substituição: 𝑢 = 2𝑥. Observe que quando 𝑥 → 0 então 𝑢 → 0.


Assim, podemos reescrever o limite dado em termos de 𝑢 e resolver:
3 −1 3 −1
lim = lim = ln 3
→ 2𝑥 → 𝑢

b) lim

Primeiro precisamos reescrever o limite, depois faremos mudança de variável então,

lim = lim , vamos dividir numerador e denominador por 2 , assim ficamos com:
→ →

2 −2 2
−1 2 −1 2 −1 2 −1
lim 2 = lim 2 = lim = lim 2 = 4 lim
→ 𝑥−2 → 𝑥−2 → 𝑥−2 → 𝑥−2 → 𝑥−2
2 2 2

Agora faremos uma mudança de variável, realizando a seguinte substituição:


𝑢 = 𝑥 − 2. Observe que quando 𝑥 → 2 então 𝑢 → 0. Assim, podemos reescrever o limite
dado em termos de 𝑢, e resolver:
2 −1 2𝑢 − 1
4 lim = 4 lim = 4 ln 2
→ 𝑥−2 𝑢→0 𝑢

c) lim
→ √
√ √
O primeiro passo será reescrever o limite lim = lim , colocamos √𝑥
→ √ → √ (√ )

em evidência no denominador.
O próximo passo é fazer uma mudança de variável, procedendo a seguinte substituição:
𝑢 = √𝑥. Quando 𝑥 → 0 então 𝑢 → 0. Assim, podemos reescrever o limite dado em termos
de 𝑢, e resolver:
𝑒 −1 𝑒 −1 1 1 1
lim = lim × = 𝑙𝑛𝑒 − = − 𝑙𝑛𝑒
→ 𝑢(𝑢 − 2) → 𝑢 𝑢−2 2 2

Página: 37
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga

10. RESUMO SOBRE LIMITES

1- Se 𝑓(𝑥) tende a um limite quando 𝑥 → 𝑎; ou seja, se existe lim 𝑓(𝑥) então o valor do limite

é único.
2- O lim 𝑓(𝑥) pode existir mesmo se 𝑓(𝑎) não estiver definido, exemplo:

sen (𝑥)
𝑓(𝑥) = , lim 𝑓(𝑥) = 1 e 𝑓(0) não existe.
𝑥 →

3- Limites laterais:
 lim 𝑓(𝑥) = 𝐿 se 𝑓(𝑥) tende a 𝐿 quando 𝑥 tende a 𝑎 por valores menores do que 𝑎 (𝑥 tende

a 𝑎 pela esquerda).
 lim 𝑓(𝑥) = 𝐿 se 𝑓(𝑥) tende a 𝐿 quando 𝑥 tende a 𝑎 por valores maiores do que 𝑎 (𝑥 tende

a 𝑎 pela direita).
O limite lim 𝑓(𝑥) = 𝐿 existe se ambos limites laterais existirem e forem iguais.

4- Limites infinitos: lim 𝑓(𝑥) = ±∞


→±

TEOREMA:
a) lim = +∞; 𝑛 ∈ 𝑵∗

+∞ se 𝑛 par
b) lim =
→ −∞ se 𝑛 ímpar
( )
O resultado do cálculo do limite lim ( )
será infinito se e somente se:

( )
lim P(𝑥) = constante e lim Q(𝑥) = zero ⇒ lim ( )
= ±∞
→ → →

5- Limites no infinito: 𝑙𝑖𝑚 𝑓(𝑥) = 𝐿


→±∞

TEOREMA:
Se 𝑛 for inteiro positivo qualquer, então:
a) 𝑙𝑖𝑚 =0 b) 𝑙𝑖𝑚 =0
→ ∞ → ∞

( )
OBS: Quando calculamos: lim devemos dividir o numerador e o denominador pela
→±∞ ( )
maior potência de 𝑥 no denominador.

Página: 38
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga

6- Assíntota vertical do gráfico da função 𝑓.


A reta 𝑥 = 𝑎 será uma assíntota vertical se alguma das seguintes alternativas abaixo
acontecer:
a) 𝑙𝑖𝑚 𝑓(𝑥) = +∞ ou b) 𝑙𝑖𝑚 𝑓(𝑥) = −∞
→ →

c) 𝑙𝑖𝑚 𝑓(𝑥) = +∞ ou d) 𝑙𝑖𝑚 𝑓(𝑥) = −∞


→ →

∴ 𝑥 = 𝑐 é a Assíntota Vertical.
7- Assíntota horizontal do gráfico da função 𝑓.
A reta 𝑦 = 𝑏 será uma assíntota horizontal se alguma das seguintes alternativas abaixo
acontecer:
a) 𝑙𝑖𝑚 𝑓(𝑥) = 𝑏 b) 𝑙𝑖𝑚 𝑓(𝑥) = 𝑏
→ ∞ → ∞

∴ 𝑦 = 𝑏 é a Assíntota Horizontal.

8- Indeterminações: , ∞, ∞ ⋅ 0, ∞ − ∞, ...
Para calcular 𝑙𝑖𝑚𝑓(𝑥) quando 𝑓(𝑎) não está definida, ou, a 𝑓(𝑥) tem uma indeterminação em

𝑥 = 𝑎 devemos transformar 𝑓(𝑥) algebricamente. Esse cálculo algébrico serve para fugir
das indeterminações, transformando 𝑓(𝑥) em uma nova expressão que é definida e é contínua
em 𝑥 = 𝑎 . Assim podemos calcular o limite por substituição.

9- Teorema do confronto: Suponha que, para 𝑥 ≠ 𝑎 (em algum intervalo contendo 𝑎),
 A desigualdade 𝑔(𝑥) ≤ 𝑓(𝑥) ≤ ℎ(𝑥) é verdadeira.
 Os limites 𝑙𝑖𝑚𝑔(𝑥) e 𝑙𝑖𝑚ℎ(𝑥) existem e são iguais, isto é, 𝑙𝑖𝑚𝑔(𝑥) = 𝑙𝑖𝑚ℎ(𝑥) = 𝐿
→ → → →

Então, existe 𝑙𝑖𝑚𝑓(𝑥) e 𝑙𝑖𝑚𝑓(𝑥) = 𝐿.


→ →

Página: 39
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga

CONTINUIDADE
Observe os gráficos abaixo, e determine o valor de 𝑓(𝑎) e o lim 𝑓(𝑥).

𝑓(𝑎) não está definida.

Então, não vamos analisar a


continuidade em 𝑥 = 𝑎, porque 𝑎
não pertence ao domínio de 𝑓.

𝑓(𝑎) = 𝑏
lim 𝑓(𝑥) = 𝐿

Como 𝑓(𝑎) ≠ lim 𝑓(𝑥), 𝑓 não é



contínua em 𝑥 = 𝑎.

𝑓(𝑎) = 𝑏
lim 𝑓(𝑥) = 𝑏

Os valores obtidos são iguais, ou


seja, 𝑓(𝑎) = lim 𝑓(𝑥).

Portanto, 𝑓 é contínua em 𝑥 = 𝑎.

Página: 40
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga

Definição 8. Função Contínua - Continuidade em um ponto:


Dizemos que uma função 𝑓 é contínua no ponto 𝑎 se as seguintes condições forem
satisfeitas (ao mesmo tempo):
1. 𝑓 é definida no ponto 𝑎, ou seja: existe 𝑓(𝑎).
2. o lim 𝑓(𝑥) existe.

3. lim 𝑓(𝑥) = 𝑓(𝑎).


Se uma ou mais de uma dessas condições não forem verificadas em a, a função f será
descontínua em a.

Definição 9. Continuidade:

Uma função é dita contínua se e somente se é contínua em todo seu domínio.

Exemplo:
 Todas essas funções são descontínuas, por quê?

1) 𝑓(𝑎) = 𝑐
2) lim 𝑓(𝑥) não existe

Essa função é descontínua no ponto 𝑥 = 𝑎


pois não satisfaz a segunda condição de
continuidade.

Página: 41
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga

1) 𝑓(𝑎) = 𝑏
2) lim 𝑓(𝑥) não existe

Essa função é descontínua no ponto 𝑥 = 𝑎


pois não satisfaz a segunda condição de
continuidade.

1) 𝑓(𝑎) não está definida

Então, não vamos analisar a continuidade


em 𝑥 = 𝑎, porque 𝑎 não pertence ao
domínio de 𝑓.

Página: 42
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga
Exemplo:
Exemplo 1) Determine se as funções abaixo são contínuas. Justifique:
a) 𝑓(𝑥) = 𝐷(𝑓) = ℝ − {1}

1) 𝑓(1) não está definida


Então, não vamos analisar a continuidade em 𝑥 = 1, porque 1 não pertence ao domínio de 𝑓.

b) 𝑔(𝑥) = se x ≠ 1 𝐷(𝑔) = ℝ
2 se x = 1

1) 𝑔(1) = 2
𝑥 −1 (𝑥 − 1)(𝑥 + 1)
2) lim 𝑔(𝑥) = lim ⇒ lim ⇒ lim (𝑥 + 1) = 2
→ → 𝑥−1 → (𝑥 − 1) →

3) lim 𝑔(𝑥) = 𝑔(1) = 2


Essa função é contínua em 𝑥 = 1 pois satisfaz as três condições de continuidade.

Definição 10. Continuidade em um conjunto:

Uma função 𝑓 é contínua em um conjunto se e somente se 𝑓 é contínua em todos os


pontos deste conjunto.

11. PROPRIEDADES
Se as funções 𝑓e 𝑔 são contínuas em um ponto 𝑎, então:
1) 𝑓(𝑥) + 𝑔(𝑥) é contínua em 𝑎.
2) 𝑓(𝑥) − 𝑔(𝑥) é contínua em 𝑎.
3) 𝑓(𝑥) × 𝑔(𝑥) é contínua em 𝑎.
( )
4) ( )
é contínua em 𝑎 desde que 𝑔(𝑎) ≠ 0.

12. PROPOSIÇÃO

1) Uma função polinomial é contínua para todo número real.


2) Uma função racional é contínua em todos os pontos de seu domínio.
3) As funções 𝑓(𝑥) = 𝑠𝑒𝑛(𝑥) e 𝑔(𝑥) = 𝑐𝑜𝑠( 𝑥) são contínuas para todo número real.
4) A função exponencial 𝑓(𝑥) = 𝑒 é contínua para todo número real.

Página: 43
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga

Exemplo 2) Verifique se a função é contínua em 𝑥 = 1.

2𝑥 + 2, 𝑥<1
𝑓(𝑥) =
5−𝑥 , 𝑥≥1

Para 𝑓(𝑥) ser contínua em 𝑥 = 1, precisamos satisfazer 3 condições:


1) 𝑓(1) está definida ?
Sim, pois 𝑓(1) = 5 − 1 = 4
2) lim 𝑓(𝑥) existe ?

Como a função muda de lei em 𝑥 = 1, precisamos observar os limites laterais pois para
que lim 𝑓(𝑥) exista, os limites laterais precisam existir e serem iguais. Então, vamos primeiro

calcular os limites laterais:


 lim 𝑓(𝑥) = 𝑙𝑖𝑚 (2𝑥 + 2) = 4
→ →

 lim 𝑓(𝑥) = 𝑙𝑖𝑚 (5 − 𝑥 ) = 4


→ →

Logo, o limite lim 𝑓(𝑥) existe e vale 4.


3) lim 𝑓(𝑥) = 𝑓(1)?


Sim, pois lim 𝑓(𝑥) = 4 = 𝑓(1)


Exemplo 3) Determine o valor de 𝑘 para que a função seja contínua.

𝑥 −9
𝑓(𝑥) = , se 𝑥 < 3
𝑥−3
3𝑘 + 3, se 𝑥 ≥ 3

Para 𝑓(𝑥) ser contínua precisamos satisfazer 3 condições:

1) 𝑓(𝑥) está definida?

Como ainda não sabemos o valor de 𝑘, não podemos responder no momento se 𝑓(𝑥) está,
ou não, definida em 𝑥 = 3. Assim, precisamos deixar apenas indicado que 𝑓(3) = 3𝑘 + 3.

2) O lim 𝑓(𝑥) existe?


Temos que observar os limites laterais.

Página: 44
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga
( )( )
 lim 𝑓(𝑥) = lim = lim = lim (𝑥 + 3) = 3 + 3 = 6
→ → → →

 lim 𝑓(𝑥) = lim (3𝑘 + 3) = 3𝑘 + 3


→ →

Para que lim 𝑓(𝑥) exista, os limites laterais precisam existir e serem iguais, isto é,

lim 𝑓(𝑥) = lim 𝑓(𝑥)


→ →
6 = 3𝑘 + 3
3𝑘 + 3 =6
3𝑘 = 6−3
3𝑘 =3
𝑘 =1

Logo, 𝑘 precisa assumir o valor 1 para que lim 𝑓(𝑥) exista.


Assim, lim 𝑓(𝑥) = lim (3𝑘 + 3) = 3𝑘 + 3 = 3 ⋅ 1 + 3 = 6


→ →

Portanto, lim 𝑓(𝑥) = lim 𝑓(𝑥) = lim 𝑓(𝑥) = 6


→ → →

3) lim 𝑓(𝑥) = 𝑓(3) ?


Agora, podemos voltar a 1 etapa e determinar 𝑓(3) usando o valor de 𝑘 = 1.

𝑓(3) = 3 ⋅ 1 + 3 = 3 + 3 = 6

Por fim, é possível afirmar que lim 𝑓(𝑥) = 𝑓(3) = 6


Como as 3 etapas estão satisfeitas e como foi possível determinar o valor de 𝑘, podemos
afirmar que 𝑓(𝑥) é contínua em 𝑥 = 3.

Exemplo 4) Verifique se a função 𝑓(𝑥) = 𝑡𝑎𝑛 𝑥 é contínua em todo número 𝑎 do seu domínio.

Seja 𝑎 um número qualquer do domínio da função tangente, então:


sin 𝑥 lim sen 𝑥 sin( a)
lim tan 𝑥 = lim = → = = tan( a).
→ → cos 𝑥 lim cos 𝑥 cos( a)

Essa função é contínua em 𝑥 = 𝑎 pois satisfaz as três condições de continuidade.

Página: 45
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga

TEOREMA 6: Limite na função composta

Se 𝑔(𝑎) = 𝑏 então:
lim (𝑓𝑜𝑔)(𝑥) = lim 𝑓(𝑔(𝑥)) = 𝑓(𝑏) , ou seja,
→ →

lim (𝑓𝑜𝑔)(𝑥) = lim 𝑓(𝑔(𝑥)) = 𝑓(lim 𝑔(𝑥)).


→ → →

TEOREMA 7: Continuidade na Função Composta

Se a função 𝑔 for contínua em 𝑎 e a função 𝑓 for contínua em 𝑔(𝑎), então a função


composta 𝑓𝑜𝑔 é contínua em 𝑎.
A composta de funções contínuas é contínua!

OBS: Se 𝑛 for um número inteiro positivo e 𝑓(𝑥) = √𝑥 , então:


a. Se 𝑛 é ímpar, 𝑓 é contínua em qualquer número real.
b. Se 𝑛 é par, 𝑓 é contínua em todo número positivo.

Exemplo 5) Determine os valores em que a função ℎ(𝑥) é contínua: ℎ(𝑥) = √4 − 𝑥


Sejam as funções:
 𝑔(𝑥) = 4 − 𝑥 : A função é contínua em todo seu domínio.
 𝑓(𝑥) = √𝑥 : A função 𝑓 é contínua em todo número positivo.
Assim: ℎ(𝑥) = √4 − 𝑥 = 𝑔(𝑥) = 𝑓(𝑔(𝑥)) = 𝑓𝑜𝑔(𝑥).
Logo, a função ℎ(𝑥) = √4 − 𝑥 será contínua para todo 𝑥 tal que 4 − 𝑥 ≥ 0.

4−𝑥 ≥0
−2 ≤ 𝑥 ≤ 2

Portanto, a função ℎ(𝑥) = √4 − 𝑥 será contínua no intervalo [−2,2].

Página: 46
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga

13. TIPOS DE DESCONTINUIDADES

Definição 11. Descontinuidade evitável ou removível


Uma função apresenta descontinuidade evitável ou removível no ponto 𝒙 = 𝒂, se
existe o limite finito de 𝒇(𝒙) quando x tende a a e este é diferente de 𝒇(𝒂), ou seja,
lim 𝑓(𝑥) ≠ 𝑓(𝑎).

Tal descontinuidade é chamada de descontinuidade evitável ou removível, pois se f


for redefinida em a de tal forma que 𝑓(𝑎) seja igual ao lim 𝑓(𝑥), a nova função torna-se

continua em a, assim podemos “evitar” ou “remover” a descontinuidade em a.

Exemplo 6) Dada a função f, verifique se a


descontinuidade é removível em x=2.
𝑥 −4
𝑓(𝑥) = 𝑥 − 2 𝑠𝑒 𝑥 ≠ 2
3 𝑠𝑒 𝑥 = 2
𝐷(𝑓) = ℝ
1) 𝑓(2) = 3
( )( )
2) lim = lim = lim 𝑥 + 2 =
→ → →

=2+2=4
Portanto, 𝑓(𝑥) tem uma descontinuidade
evitável ou removível em 𝑥 = 2.

Obs.: Se a descontinuidade não for removível, ela será uma descontinuidade essencial.

Definição 12. Descontinuidade essencial


Uma função apresenta descontinuidade essencial no ponto 𝒙 = 𝒂 se não existe o limite
(finito) de 𝒇(𝒙) quando x tende a a, ou seja
𝐥𝐢𝐦 𝒇(𝒙) ≠ 𝐥𝐢𝐦 𝒇(𝒙).
𝒙→𝒂 𝒙→𝒂

Página: 47
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga
Exemplo 7) Dada a função f, verifique se a
descontinuidade é removível em x=0.
1
𝑓(𝑥) = 𝑥 𝑠𝑒 𝑥 ≠ 0
2 𝑠𝑒 𝑥 = 0
1) 𝑓(0) = 2
2) lim = +∞

1
lim = −∞
→ 𝑥

Como 𝑓(0) = 2, 𝑓(𝑥) não é contínua em 𝑥 = 0.


A descontinuidade é essencial pois o lim 𝑓(𝑥)

não existe.

TEOREMA 8: Teorema do valor intermediário (TVI)

Uma função 𝑦 = 𝑓(𝑥) que é contínua em um intervalo fechado [𝑎; 𝑏] assume cada
valor entre 𝑓(𝑎) e 𝑓(𝑏). Em outras palavras, se 𝑘 é um número entre 𝑓(𝑎) e 𝑓(𝑏), então existe
𝑐 ∈ (𝑎; 𝑏) tal que 𝑓(𝑐) = 𝑘.

No enunciado do TVI a frase “entre 𝑓(𝑎) e 𝑓(𝑏)” deve ser entendida como entre o menor
e o maior deles. As figuras acima ilustram primeiro o caso 𝑓(𝑎) > 𝑓(𝑏) e, em seguida, o caso
𝑓(𝑎) < 𝑓(𝑏). Se tivermos 𝑓(𝑎) = 𝑓(𝑏), então a única opção seria 𝑘 = 𝑓(𝑎) e, neste caso o
teorema claramente é verdadeiro bastando tomarmos 𝑐 = 𝑎 por exemplo.

Página: 48
Apostila de Cálculo 1
Profs: Andrea Morgado, Camila Costa, Joseane Porto, Mauricio Braga

Exemplo 8) Vamos verificar que a equação 𝑥 +


𝑥 + 1 = 0 admite pelo menos uma raiz real.

Considere a função 𝑓(𝑥) = 𝑥 + 𝑥 + 1.


Como 𝑓 é polinomial sabemos que 𝑓 é contínua
em ℝ. Observe que e 𝑓(−1) = −1 < 0 e
𝑓(0) = 1 > 0 (os números 0 e −1 foram
escolhidos de forma arbitrária, de modo que 𝑓
tenha sinais contrários).

Restringindo o domínio de 𝑓 ao intervalo


[−1, 0] temos ainda que 𝑓 é contínua em [−1, 0].

Do Teorema do Valor Intermediário temos que existe pelo menos um número 𝑐 em [−1, 0]
tal que 𝑓(𝑐) = 0. Desta forma a equação 𝑥 + 𝑥 + 1 = 0 admite pelo menos uma raiz real
entre −1 e 0.

Página: 49

Você também pode gostar