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3-Sistemas Termodinâmicos
3-Sistemas Termodinâmicos
Descrição
Propósito
Uma base teórica sólida permite ao engenheiro projetar e analisar vários sistemas de interesse, como
sistemas de refrigeração voltados para a refrigeração doméstica, comercial e industrial, sistemas de
potência destinados ao transporte terrestre, marítimo e aéreo e à produção de energia elétrica ou processos
industriais designados para a obtenção de produtos químicos, alimentos e medicamentos.
Objetivos
Módulo 1
Módulo 2
Módulo 3
Introdução
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A importância da termodinâmica aplicada à
engenharia
Orientação sobre unidade de medida
Em nosso material, unidades de medida e números são escritos juntos (ex.: 25km) por questões de
tecnologia e didáticas. No entanto, o Inmetro estabelece que deve existir um espaço entre o número
e a unidade (ex.: 25 km). Logo, os relatórios técnicos e demais materiais escritos por você devem
seguir o padrão internacional de separação dos números e das unidades.
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Estado e propriedade de uma substância
Veja agora os conceitos e definições relativos ao estado termodinâmico e às propriedades da matéria.
Como ciência, a termodinâmica estrutura-se em leis de caráter geral que expressam todos os fatos
experimentais evidenciados até os dias de hoje. Dentro do vocabulário da termodinâmica, algumas
definições e conceitos devem ser apresentados com clareza para que interpretações equivocadas não
ocorram em análises futuras.
Sistema
Porção de matéria definida e identificada que representa uma parte do todo (conhecido como universo). Ao
iniciarmos um estudo termodinâmico, devemos definir o sistema, que geralmente é identificado por meio de
uma superfície fechada pontilhada.
Vizinhança
"Também pode ser identificado por vizinhanças ou ainda, ambiente". É o complemento do sistema, ou seja,
aquilo que está além dele e que acaba por completar o universo.
Fronteira
A imagem ao lado apresenta um sistema onde é possível identificar sua vizinhança e os tipos de fronteira:
A fronteira é qualquer superfície fechada, real ou imaginária, fixa ou variável, que estabelece os limites
físicos do sistema.
Como exemplo dos tipos de fronteira, observe as imagens 1.2, 1.3 e 1.4. A imagem 1.2 apresenta uma
fronteira real e variável, como pode ser observado em um conjunto cilindro-pistão automotivo:
Imagem 1.2 – Gás confinado em um conjunto cilindro-pistão: fronteira real e variável.
Já a imagem 1.3 apresenta uma fronteira real e fixa, como as observadas em reservatórios de parede rígida:
Por fim, a imagem 1.4 tem um conjunto de possíveis sistemas com fronteiras imaginárias em uma planta de
potência a vapor simples:
Imagem 1.4 – Fronteiras imaginárias: A – Sistema de geração de vapor; B – Sistema de potência; C – Sistema de geração elétrica; D – Sistema
de água de resfriamento.
Estado termodinâmico
O estado termodinâmico (ou simplesmente estado) é a condição física estabelecida pela organização das
espécies químicas que compõem a matéria do sistema e que macroscopicamente é definida por
propriedades mensuráveis.
Esse estado representa uma situação de equilíbrio na qual os valores dessas propriedades definidoras não
se alteram no tempo nem apresentam tendências à mudança. Tais propriedades são denominadas variáveis
de estado, coordenadas termodinâmicas ou propriedades de estado.
Estado sólido
No estado sólido, os átomos, os íons ou as moléculas que compõem a matéria apresentam uma alta
interação intermolecular e um pequeno distanciamento entre as espécies.
Estado líquido
Por sua vez, o líquido é um estado intermediário entre os estados sólido e gasoso, portanto, há uma
interação intermolecular e distanciamento medianos.
Estado gasoso
No outro extremo, o estado gasoso possui uma baixa interação intermolecular e um grande distanciamento
entre as espécies.
Podemos observar ainda que, no estado gasoso, as espécies que compõem a matéria apresentam um
movimento caótico incessante e que, para o devido confinamento, o recipiente deve estar obrigatoriamente
fechado.
looks_one
Introduzir um instrumento de medida da propriedade no sistema e quantificá-la diretamente.
looks_two
Retirar uma amostra representativa do sistema, medir a propriedade nessa amostra e inferir que a medida é
igual à propriedade do sistema.
Considerando a segunda abordagem, podemos imaginar que hajam propriedades que não dependem da
quantidade de matéria, pois o valor da propriedade medida na amostra, com massa reduzida em relação ao
sistema, tem valor igual à propriedade do sistema.
Desse modo, as propriedades que não dependem da extensão ou da quantidade de matéria são
denominadas propriedades intensivas. Já as que dependem da extensão, ou seja, da massa do sistema,
são denominadas propriedades extensivas.
Atenção!
Por convenção da literatura especializada, as propriedades intensivas são escritas com letras minúsculas e
são geralmente tabeláveis, uma vez que essas propriedades não têm seus valores alterados pela variação
da massa no momento de sua quantificação.
Na prática termodinâmica, são consideradas para a divisão: a massa, que, na divisão, gera as propriedades
denominadas propriedades específicas; e o número de mols, os quais, na divisão, gera as propriedades
molares.
Exemplo
O volume (V ) é uma propriedade extensiva, pois seu valor é afetado pelo tamanho do sistema ou da
amostra. Para transformarmos o volume em uma propriedade intensiva, devemos dividi-lo pela massa (m)
ou pelo número de mols (n).
Pense antes de responder: de forma geral, quais são as propriedades comumente medidas em laboratório
ou na prática industrial?
Resposta expand_more
Pressão
Temperatura
Massa
Volume
Demonstração
Na imagem a seguir, que representa um ciclo de potência a vapor de água, o que pode ser definido como
sistema?
Resposta expand_more
O sistema é uma porção de matéria definida e identificada que representa uma região de interesse.
Você, como investigador, é quem vai definir o sistema conforme o seu interesse de estudo ou de
análise.
Tendo isso em conta, podemos assinalar na figura (com uma superfície fechada e pontilhada) vários
sistemas:
Sistema 1 – Caldeira;
Sistema 2 – Turbina;
Sistema 3 – Condensador;
Sistema 4 – Bomba;
Sistema 5 – O conjunto composto pela caldeira + turbina + condensador + bomba.
library_add_check
Mão na massa
Questão 1
Considere um sistema composto por uma caixa de isopor tampada cujo interior contém garrafas
geladas de água. Esse sistema está exposto a um ambiente com forte irradiação solar, tal como uma
praia. O que mantém as garrafas refrigeradas?
A O sistema.
B A vizinhança.
C A fronteira.
D O ambiente.
A fronteira é a interface entre o sistema e a vizinhança. Como a caixa de isopor está tampada, suas
paredes não permitem ou reduzem a troca de energia entre o sistema e suas vizinhanças, pois o isopor
é um reconhecido isolante térmico. Por isso, a manutenção da temperatura das garrafas acima da
temperatura ambiente é proporcionado pelo isopor, ou seja, pela fronteira.
Questão 2
Ec =
1
mV
→ 2
Ep = mgh
2
m
) e energia potencial específica ( m
) .
Ep
ρ =
m
v =
V Ec
=
1
→
V
2
= gh
V m m 2 m
Considere como sistema termodinâmico um recipiente fechado que contém, em equilíbrio, um líquido e
seu vapor conforme o da figura a seguir. Quais variáveis (ou propriedades, ou coordenadas
termodinâmicas) definem o estado termodinâmico desse sistema?
A Somente a pressão.
B Somente a temperatura.
Para transformar uma propriedade extensiva em intensiva, basta dividi-la por outra propriedade
extensiva. As propriedades extensivas escolhidas como divisoras são: a massa, que gera as
propriedades específicas; e o número de mols, que gera as propriedades molares. O volume, às vezes,
também pode ser utilizado nessa divisão, gerando as chamadas densidades generalizadas.
Questão 5
Por definição, o número de mols (n) é determinado por meio da razão entre a massa da substância
(m) e sua massa molar (M ). Desse modo, temos: ∣
m
n =
M
A 0,20mol
B 0,49mol
C 0,62mol
D 0,85mol
E 0,98mol
Questão 6
A pressão é uma propriedade intensiva, pois, para qualquer porção do sistema, que se encontra em
equilíbrio, o valor medido da pressão não se altera (Figura), tanto no conjunto cilindro-pistão antes da
compressão (estado 1) quanto no conjunto cilindro-pistão após a compressão (estado 2).
Estado 1 Estado
A pressão (p) é uma grandeza escalar definida pela razão entre a força normal compressiva (FN ) e a
área (A) na qual essa força normal atua. Dessa forma, temos:
FN
p =
A
Considere agora que, na imagem, a força total aplicada no pistão para manter o sistema comprimido
em equilíbrio (estado 2) seja de 2500 N e que a área da seção reta do cilindro seja igual a 0, 02 m2.
Qual é a pressão no sistema comprimido representado pelo estado 2?
A 50kN/m2
B 100kN/m2
C 125kN/m2
D 200kN/m2
E 250kN/m2
Nesse sistema de ar-condicionado automotivo, identifique os possíveis subsistemas que poderiam ser o
foco de uma análise termodinâmica.
Questão 1
(Adaptado de: UnB/Cespe – Petrobras - Engenheiro de Equipamento Júnior - Mecânica - 2001) A
termodinâmica é a ciência que trata do calor, do trabalho e das propriedades das substâncias
relacionadas ao calor e ao trabalho. É objetivo dessa ciência determinar relações gerais entre a energia
interna e outras propriedades internas de um sistema com os parâmetros termodinâmicos (parâmetros
macroscópicos que dependem do estado interno do sistema), associando-as às mudanças no estado
do sistema e às suas interações com o ambiente. Com base em conceitos e definições da
termodinâmica, marque a alternativa correta.
Um processo que ocorre dentro de um sistema envolvido por uma fronteira fechada é
B
chamado de processo cíclico.
Questão 2
(Adaptado de: Fundação Cesgranrio – Petrobras – Químico(a) de petróleo júnior - 2008) Em relação às
características termodinâmicas de um fluido em escoamento, é correto afirmar que
A a pressão é uma propriedade vetorial.
Vamos começar!
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Equilíbrio de fase de uma substância pura
p − v − T, p − T p − v T − v
Veja agora os diagramas , e e suas definições.
Fase
Uma substância pura é aquela que apresenta composição química invariante e homogênea. Mas o que
constitui uma fase?
A fase é uma porção de matéria que apresenta igualdade de composição em âmbito microscópico, o que
permite estabelecer, em toda a sua extensão, propriedades físicas e químicas definidas e uniformes. O
equilíbrio de fases é definido pela coexistência simultânea de uma mesma substância em duas ou mais
fases.
Quando um sólido é aquecido, a sua temperatura aumenta em função da elevação da agitação molecular,
conferindo a ele maior nível energético. Com o aumento da energia das espécies químicas que compõem o
sólido, é possível atingir um nível energético tal que as espécies começam a romper a energia das
interações intermoleculares e a induzir uma desorganização tridimensional em decorrência da redução das
interações intermoleculares e do aumento do distanciamento entre espécies, o que descaracteriza a fase
sólida e promove a formação de uma nova fase, a líquida.
Se mais energia é fornecida, as espécies químicas na fase líquida passam a ter mais mobilidade, afastando-
se e diminuindo ainda mais as interações intermoleculares, o que promove a formação da fase gasosa. Os
efeitos do aumento da energia térmica de uma substância pura, que passa da fase líquida para a gasosa,
podem ser resumidos na imagem a seguir:
A ebulição é a mudança de fase observada entre os estados líquido e gasoso, caracterizada pela formação
de bolhas, tal como no aquecimento da água destinada ao preparo de um café.
Sublimação e ressublimação.
Vaporização e condensação.
Diagrama de fase
O diagrama de fase é um gráfico bi ou tridimensional que apresenta as mudanças de estado de uma
substância pura à medida que as variáveis de estado pressão, temperatura e volume específico são
alteradas.
Na imagem 2.3, devemos observar os assinalamentos do ponto crítico nos diagramas (a), (b) e (c), o
assinalamento do ponto triplo no diagrama (b) e as representações das linhas com temperatura constante
(chamadas de isotermas). Existem três tipos de isoterma:
Isoterma T = Tc
C h id i t d A d
Conhecida como isoterma de Andrews.
Para algumas poucas substâncias, como água, silício, germânio, antimônio, estanho e bismuto, que
aumentam seu volume na solidificação (desvio da regra geral), o diagrama p − v − T pode ser observado
na imagem abaixo que apresenta o plano do líquido recuado em relação ao plano de sólido.
Imagem 2.4 – Superfície p-v-T (a) para as substâncias que expandem o volume na solidificação e suas projeções.
Na imagem 2.4, é preciso observar a semelhança, em relação à imagem anterior, dos assinalamentos do
ponto crítico nos diagramas (a), (b) e (c), o assinalamento do ponto triplo no diagrama (b) e as
representações das linhas com temperatura constante: isoterma T = Tc (isoterma crítica), isoterma quando
T < Tc (isoterma de Andrews) e a isoterma quando T> Tc, no diagrama (c).
(p − v) (T − v)
Os diagramas pressão-volume específico e temperatura-volume específico são muito
utilizados na termodinâmica, pois permitem descrever as etapas de um processo, além de indicar as
varáveis de estados-chave na análise termodinâmica do processo.
Observe, na imagem 2.5, as linhas de temperatura constante (isotermas) e, na 2.6, as linhas de pressão
constante (isóbaras):
Imagem 2.5 - Diagrama p-v para uma substância pura e a representação das isotermas de Andrews.
T − v
Imagem 2.6 – Diagrama para uma substância pura e a representação das isóbaras.
É uma impressão digital da substância, pois substâncias distintas não apresentam o mesmo ponto crítico.
Fisicamente, ele representa o último ponto no qual é possível observar o equilíbrio líquido-vapor.
Nesse ponto, os estados de líquido saturado e de vapor saturado são idênticos, pois o volume específico do
líquido saturado é igual ao específico do vapor saturado.
Devemos ter em mente ainda que, após o ponto crítico, não existem processos de vaporização ou de
condensação identificáveis pela existência de uma interface líquido-vapor. Observe a identificação do ponto
crítico nas imagens de 2.3 a 2.6.
Ponto triplo
Ponto em que é observada a existência simultânea de três fases em equilíbrio. A linha tripla representa a
linha dos estados de equilíbrio das três fases na temperatura e na pressão do ponto triplo. Essa linha pode
ser bem observada na imagem 2.3 (a) e (c), assim como na 2.4 (a) e (c).
Estado supercrítico
Estado termodinâmico no qual não é possível fazer uma distinção entre os estados líquido e gasoso. A
região de estado supercrítico pode ser observada na figura 2.7.
magem 2.3
p − v − T
Superfície (a) para a maioria das substâncias que reduz o volume na solidificação e suas
p − T p − v
projeções: diagrama (b) e diagrama (c).
magem 2.6
Diagrama T − v para uma substância pura e a representação das isóbaras.
magem 2.3
p − v − T
Superfície (a) para a maioria das substâncias que reduz o volume na solidificação e diagrama p-v
(c).
magem 2.4
p − v − T p − v
Superfície (a) para as substâncias que expandem o volume na solidificação e diagrama
(c).
Em pressões supercríticas, a mudança de fase de líquido para vapor (ou, melhor dizendo, para fluido
supercrítico) é realizada de forma gradual e uniforme, pois não se observa a formação de uma interface
líquido-vapor.
Nas imagens 2.5 (diagrama p − v ) e 2.6 (diagrama T − v ), também podemos identificar regiões e linhas
específicas. Vejamos em ambas a região interna ao perfil parecido com uma cúpula hemisférica de uma
catedral (identificada aqui como domo de equilíbrio líquido-vapor). Nessa região, a substância apresenta-se
como uma mistura líquido-vapor saturada, uma vez que as fases líquido e vapor coexistem em equilíbrio.
Imagem 2.7 - Região de estado supercrítico ou de fluido supercrítico: pc = pressão critica e Tc = temperatura crítica.
A linha limítrofe à esquerda desse domo de equilíbrio líquido-vapor que termina no ponto crítico é
denominada linha de líquido saturado. Apesar de o líquido saturado ser praticamente um líquido, ele
apresenta algumas microbolhas de vapor visualmente imperceptíveis para caracterizar esse equilíbrio.
Já a linha limítrofe desse domo à direta do ponto crítico é chamada de linha de vapor saturado. O vapor
saturado é praticamente um vapor, porém possui algumas microgotas de líquido visualmente imperceptíveis
para caracterizar o equilíbrio líquido-vapor.
A região à esquerda da linha de líquido saturado é conhecida como líquido comprimido ou líquido sub-
resfriado. Nessa região, a energia do líquido é insuficiente para permitir a vaporização. Por fim, a região à
direita da linha de vapor saturado é chamada de vapor superaquecido. Nessa região, a energia do vapor é
alta o suficiente para não permitir a condensação.
Para a termodinâmica, define-se o vapor como o estado físico no qual um processo de compressão
isotérmico promove a passagem por uma etapa de mudança de fase com a formação de uma interface
entre os estados gasoso e líquido. Já na região de gás, um processo de compressão isotérmico não
atravessa nenhuma interface de equilíbrio líquido-vapor.
A imagem 2.8 ilustra a região de gás localizada acima da isoterma crítica. A região de vapor está localizada
após a isoterma crítica (Tc) e abaixo da pressão crítica (pc) :
Imagem 2.8 - Diferença entre gás e vapor.
Título
O que é o título (x) ? O título (ou qualidade), por definição, significa a razão entre a massa do vapor
saturado e a massa total do sistema que se encontra em equilibrio na região de mistura líquido-vapor
saturada.
mvapor
x =
mtotal
Imagem 2.9 - Diagrama T- v genérico de uma substância pura com indicação de uma transição entre os estados de líquido saturado (f ) e de
vapor saturado (g).
Imagem 2.10 - Diagrama T-v para a água pura, com a representação dos seus estados de equilibrio em um aquecimento/resfriamento isobárico
a 100kPa.
Na imagem 2.9, o ponto f é um ponto de líquido saturado com valor do volume específico igual a vf ; o
ponto g, um ponto de vapor saturado com volume específico igual a vg. Já a 2.10 representa uma situação
de equilíbrio entre um líquido saturado (ponto 2) e um vapor saturado (ponto 4) para a água pura, cuja
pressão de saturação (psat) é igual a 100kPa. Nessa imagem, a temperatura de saturação (Tsat ) é igual a
100 C
∘
.
Vamos calcular agora o título no ponto 3 (imagem 2.10). O volume total (V ) do sistema em equilibrio
líquido-vapor é a soma dos volumes do líquido saturado (Vliq) e do vapor saturado (Vvap).
ressão de saturação
A pressão de saturação é a pressão a dada temperatura na qual a substância muda de fase.
emperatura de saturação
A temperatura de saturação é a temperatura a dada pressão na qual a substância muda de fase.
V = Vliq + Vvap
mliq mvap
v = vliq + vvap
mtotal mtotal
mvap
x =
mtotal
mliq
v = vliq + xvvap
mtotal
v = (1 − x)vliq + xvvap
Ela é uma expressão (equação matemática) que relaciona as variáveis de estado que definem
completamente o estado termodinâmico.
1. Pressão
2. Temperatura
Demonstração
1 cm 9 cm
Um conjunto cilindro-pistão contém de água saturada e de seu vapor saturado em
250kPa
equilibrio na pressão de , em que o volume específico do líquido saturado e o do vapor saturado
3 3
0, 001067 m /kg 0, 71871 m /kg
são iguais respectivamente a e . Se o diâmetro interno do cilindro
5 cm
é de , determine o título nesse sistema.
Resposta expand_more
2
D
(ASR) = π
4
Área da seção reta
= ASR × h
Volume
2 2
0, 05 0, 05
3
Vliq = π × 0, 01 = 3, 14 × 0, 01 = 0, 000019625 m
4 4
2 2
0, 05 0, 05
3
Vvap = π × 0, 09 = 3, 14 × 0, 09 = 0, 00017662 m
4 4
Questão 1
Observe atentamente o digrama pressão-temperatura para o gelo seco, que, aliás, nada mais é do que o
dióxido de carbono (CO2) no estado sólido. Com base nesse diagrama, assinale a alternativa correta.
E A 5, 185 bar e −56, 57∘C, somente os estados líquido e gasoso estão em equilíbrio.
Questão 2
Observe atentamente o diagrama p − T para a água (H2O) pura e, com base nesse diagrama, assinale
a alternativa correta.
A ebulição é um estado de equilibrio entre as fases líquida e vapor. Assim, para especificar um estado
em uma situação de equilibrio, devemos especificar tanto a pressão quanto a temperatura. O ponto
crítico é único, definido e invariante para uma substância pura. Ponto crítico da água: p
C = 221, 2 bar e
TC = 374, 12 C
∘
.
Questão 4
Quando você entra em uma lagoa com água límpida e muito fria, essa água, em um diagrama de fase,
deve ser classificada como
A líquido saturado.
B líquido insaturado.
C líquido gelado.
D líquido superaquecido.
E líquido comprimido.
No diagrama de fase, a substância líquida que não possui energia suficiente para mudar da fase líquida
para a gasosa é classificada como líquido sub-resfriado ou líquido comprimido.
Questão 5
Um recipiente fechado de parede rígida contém em seu interior etanol como uma mistura líquido-vapor
saturada. A massa total do etanol no recipiente é de 5,0kg e a massa de líquido nesse equilíbrio, de
2,0kg. Qual é o título do etanol nesse sistema?
A 0.
B 0,40.
C 0,60.
D 1.
mvapor 3
x = = = 0, 60
mtotal 5
Questão 6
Uma substância pura passa por um processo isotérmico, saindo da situação de líquido saturado (1)
para a de vapor superaquecido (2). Assinale a alternativa que representa corretamente esse processo.
A Imagem (I)
B Imagem (II)
C Imagem (III)
D Imagem (IV)
E Imagem (V)
O aquecimento isotérmico no diagrama p-v, segue a isoterma de Andrews na região de mistura líquido-
vapor saturada. O líquido saturado localiza-se na linha limítrofe do domo de equilíbrio líquido-vapor,
situando à esquerda do ponto crítico. O vapor saturado, por sua vez, está na linha limítrofe do domo de
equilíbrio líquido-vapor, situando à direita do ponto crítico. O vapor superaquecido, por fim, fica na
região à direita da linha de vapor saturado.
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Teoria na prática
Os motores de combustão interna podem apresentar quatro tempos motor: admissão, compressão,
p − v
expansão e descarga. No diagrama do ciclo Otto ilustrado a seguir, identifique o tempo motor de
compressão, em que o deslocamento do pistão comprime a mistura ar-combustível, e o tempo motor de
expansão, no qual os gases de combustão, a alta temperatura e alta pressão forçam o deslocamento do
pistão para produzir trabalho útil.
Questão 1
Um botijão de gás liquefeito de petróleo (GLP) totalmente cheio apresenta 85% do seu volume ocupado
por uma fase líquida e o restante preenchido por uma gasosa em equilíbrio líquido-vapor. Considere que
o volume interno do botijão seja de 32L; o volume específico do líquido saturado, 2,0L/kg; e o volume
específico do vapor saturado, 71,8L/kg. Qual será o título observado no botijão de GLP quando ele ficar
cheio?
A 0,005
B 0,050
C 0,100
D 0,150
E 0,200s
Do enunciado:
Vtotal = 32L
Vliq = 0, 85 × 32 = 27, 2L
Vvap = 32 − 27, 2 = 4, 8L
vliq = 2L/kg
Questão 2
A região IV representa uma região de fluido supercrítico. Um processo nessa região não atravessa a
linha de equilíbrio líquido-vapor, não havendo, portanto, a formação de uma transição de fase, de líquido
para vapor ou de vapor para líquido, em que é possível observar um contraste entre os valores do
volume específico do líquido saturado e do volume específico do vapor saturado, o que caracterizaria
uma descontinuidade.
Vamos começar!
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Lei zero da termodinâmica
Veja conceitos e definições relativos à termometria e aos sistemas aberto, fechado e isolado.
Essas leis embutem em sua formulação muitos anos de observação e de experimentação, não
necessitando, portanto, de demonstração. São elas:
Quando um sistema está em equilíbrio com a vizinhança, todas as propriedades ou variáveis de estado
desse sistema têm valor definido e invariável. Por sua vez, uma situação de desequilíbrio força o sistema, de
forma natural ou espontânea, a evoluir para a situação de equilíbrio.
Na análise da situação de equilíbrio, associa-se a cada tipo de equilíbrio uma variável de estado
intimamente correlacionada com as características do equilíbrio investigado.
Equilíbrio mecânico
A variável de estado do sistema associada ao equilíbrio é a pressão (p). Assim, para a situação de
equilíbrio mecânico, temos:
psistema = pvizinhança
close
Equilíbrio térmico
A variável de estado do sistema associada ao equilíbrio é a temperatura (T). Logo, para a situação de
equilíbrio térmico, temos:
Tsistema = Tvizinhança
Para uma situação de desequilíbrio térmico, quando dois sistemas em diferentes temperaturas são
colocados em contanto por meio de um fronteira diatérmica, ou seja, aquela que permite a transferência de
energia na forma de calor, os sistemas naturalmente caminham para uma situação de equilíbrio, conforme
podemos observar na imagem 3.1.
Podemos observar na imagem acima que, em função da diferença de temperatura entre o sistema quente
(bloco a alta temperatura) e o frio (bloco a baixa temperatura), a energia na forma de calor será transferida
da região de alta temperatura para a de baixa temperatura até o estabelecimento de um equilíbrio térmico
com a igualdade das temperaturas.
Notamos ainda que a energia térmica reflete diretamente a soma das energias cinética e potencial, ou seja,
de movimento e de afastamento das espécies químicas constituintes do sistema. No caso de um sistema
sólido, essa energia é transferida por contato direto.
Temperatura
Por intermédio da teoria cinética dos gases, conseguimos associar a temperatura diretamente com a
quantidade de energia cinética contida nas espécies químicas que constituem a matéria do sistema. No
entanto, a temperatura nada mais é que uma propriedade de estado que permite verificar se o sistema está
ou não em equilíbrio térmico com a vizinhança.
Ela é medida por meio de dispositivos denominados termômetros, que são sistemas termodinâmicos que
relacionam diretamente o valor da temperatura com a medida de uma propriedade de estado passível de
calibração.
Nos termômetros de bulbo, por exemplo, a propriedade de estado diretamente correlacionada com o valor
da temperatura é a dilatação térmica de um fluido denominado fluido termométrico. São exemplos de
fluidos termométricos:
Mercúrio
A imagem ao lado ilustra um termômetro de bulbo com reservatório para o fluido termométrico (bulbo)
conectado a um tubo capilar que acomoda a dilatação térmica. Na imagem podemos observar a existência
de uma relação direta entre o comprimento da coluna de dilatação térmica do fluido termométrico e o valor
da temperatura, cuja leitura é realizada em determinada escala.
Já esta imagem apresenta as escalas empíricas ou práticas de temperatura: a escala Celsius (℃) e a
Fahrenheit (℉). Nessas escalas, as temperaturas podem assumir tanto valores positivos quanto negativos.
Com relação direta com a Celsius (℃), ela segue a seguinte relação de conversão:
∘
T (K) = t ( C) + 273
close
Escala Rankine (R)
Com relação direta com a Fahrenheit (℉), ela segue a seguinte relação de conversão:
∘
T (R) = t ( F) + 460
Quando consideramos dois pontos fixos de calibração, o estado de equilíbrio entre gelo e água saturada à
pressão de 1atm (ponto de gelo) e o de equilíbrio entre vapor de água e água líquida à pressão de 1atm
(ponto de vapor), é possível correlacionar as escalas de temperatura conforme a representação da imagem
3.4.
Devemos observar que as variações de temperatura nas escalas Celsius e Kelvin são equivalentes, pois, se
escolhermos dois pontos fixos quaisquer, como a fusão do gelo e a vaporização da água a 1atm, teremos
uma variação de 100 oC na escala Celsius e de 100k na escala Kelvin. A equivalência na variação de
temperatura também pode ser observada entre as escalas Fahrenheit e Rankine.
Imagem 3.4 – Comparação entre as escalas de temperatura.
Imagem 3.5 – Sistemas aberto, fechado e isolado, além de suas interações com a vizinhança.
A lei de termometria traduz uma interpretação óbvia do equilíbrio térmico. Observe a imagem:
Se:
TA = TB
e:
TA = TC
então:
TB = TC
Demonstração
A escala hipotética de temperatura Bruce (oB) adota dois pontos de calibração: o ponto de gelo e o de vapor
da água na pressão de 1atm. Essa escala define respectivamente os valores 13oB e 68oB para esses pontos
de equilíbrio. Considerando que um estado febril humano é de 40oC, quanto é esse valor em graus Bruce?
Resposta expand_more
θC − 0 θB − 13
=
100 − 0 68 − 13
θC θB − 13
=
100 55
40 θB − 13 40
∘
= ⇒ θB = × 55 + 13 = 35 B
100 55 100
library_add_check
Mão na massa
Questão 1
D 0K = 0R
E
212oF = 772R
Para compararmos as temperaturas, devemos uniformizar as escalas. Desse modo, 0oC = 273K; -10oC
= 263K; 32oF = 492R; e 212oF = 672R. O zero absoluto de temperatura representa um mesmo estado
termodinâmico tanto a 0k (zero klevin) quanto a 0R (zero rankine).
Questão 2
O tubo de Bourdon, que permite quantificar a pressão nos manômetros metálicos, representa que tipo
de sistema termodinâmico?
A Fechado
B Isolado
C Aberto
D Saturado
E Comprimido
Parabéns! A alternativa C está correta.
Para medir a pressão de um sistema gasoso, o gás precisa entrar no tubo de Bourdon para promover a
extensão dele e, como consequência, a medida da pressão com o auxílio de uma escala. Por isso, com
a entrada de gás, o sistema manômetro troca massa. Desse modo, o tubo de Bourdon é um sistema
aberto.
Questão 3
Um sistema de arrefecimento de um carro, desde que não haja vazamentos e que o nível da água esteja
preenchido, representa que tipo de sistema?
A Fechado
B Isolado
C Aberto
D Saturado
E Comprimido
Questão 4
B um princípio de termometria.
A lei zero da termodinâmica é uma relação lógica e óbvia associada à medida da temperatura e ao
equilíbrio térmico, o que caracteriza um princípio de termometria.
Questão 5
Uma tubulação de vapor de água fornece vapor a 400oF. Qual é a temperatura desse vapor em rankine?
A 860R
B 673 R
C 950R
D 1100R
E 1200R
∘
T (R) = t ( F ) + 460
Questão 6
A escala internacional de temperatura de 1990 (ITS-90) fixa como único ponto de calibração o ponto
triplo da água, atribuindo a esse ponto um valor de temperatura igual a 0,01oC. Qual é a temperatura do
ponto triplo da água em kelvin?
A 0k
B 273,15K
C 373,15K
D 310,15K
E 273,16K
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Teoria na prática
Considere o dispositivo a seguir cujos dois fios de ligas metálicas distintas estão conectados por um tipo
especial de solda, formando uma junta. Na extremidade oposta da junta, os dois fios estão acoplados a um
voltímetro para medir uma possível diferença de potencial elétrico (ddp).
Chamada de efeito Seebeck, uma observação experimental estabelece uma relação linear entre a
temperatura e a tensão elétrica gerada entre dois fios de diferentes metais ou ligas metálicas conectados
por uma junção quando ela é submetida a determinada temperatura.
Com base nas informações acima, responda: tal dispositivo pode funcionar como um termômetro? Caso ele
possa, qual será sua propriedade termométrica?
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Questão 1
No seu dia a dia, você interage com o ambiente: troca energia e executa atividades físicas, mentais e de
lazer, além de realizar suas necessidades biológicas.
Em determinado momento, você veste um traje de astronauta com um dispositivo acoplado que lhe
permite respirar normalmente no interior do traje sem realizar trocas gasosas com o exterior, isto é, ele
é hermético. Além disso, o traje não permite trocas de energia. Dentro do traje, você é um sistema
A fechado.
B isolado.
C aberto.
D saturado.
E comprimido.
O sistema isolado não interage com a vizinhança. Ele não troca massa nem energia.
Questão 2
Marque a opção que apresenta o melhor enunciado para a lei zero da termodinâmica.
Quando dois corpos estão em equilíbrio térmico com um terceiro, eles estão em
A
equilíbrio térmico entre si.
Se dois sistemas estão em equilíbrio térmico, eles também estão em equilíbrio térmico
B
com um terceiro sistema.
Quando um corpo está em equilíbrio térmico com outros dois corpos, os três corpos
C
estão em equilíbrio térmico entre si.
Um terceiro corpo está em equilíbrio térmico com outros dois sempre que esses dois
D
apresentam a mesma temperatura.
Considerações finais
Você começou a construir, neste conteúdo, um cabedal de informações necessário ao entendimento da
termodinâmica. Isso lhe permitirá estudar e analisar diversos dispositivos de interesse da engenharia, assim
como resolver seus problemas, já que a identificação de sistemas e a descrição do comportamento com
base nas propriedades e nos processos são de suma importância.
No estudo dos sistemas termodinâmicos, você passou a ter um entendimento sobre sistema, fronteira,
vizinhança, estado termodinâmico, propriedades intensivas e extensivas e processo. Ao conhecer o
equilíbrio de fase de uma substância pura, por sua vez, você assimilou conceitos muito importantes e de
vasta aplicação na termodinâmica, como fase, equilíbrio de fase, diagrama de fase e superfícies
p − v − T p − v T –v p − T
, e e , além de aprender a calcular o título.
Por fim, após o estudo da lei zero da termodinâmica, você já sabe definir o equilíbrio térmico e o mecânico,
assim como a temperatura e os sistemas aberto, fechado e isolado. Também consegue trabalhar com as
escalas Kelvin, Celsius, Rankine e Fahrenheit, sabendo ainda interpretar a lei zero da termodinâmica.
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Podcast
Para encerrar, ouça sobre a diferença entre um gás ideal e um real, e os efeitos moleculares capazes de
provar o desvio do comportamento denominado ideal e como tais efeitos são introduzidos em uma equação
de estado.
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Faça uma pesquisa sobre duas equações de estado: equação do gás ideal e equação de van der Waals.
Identifique as variáveis de estado e os parâmetros característicos de cada uma.
Referências
ATKINS, P.; DE PAULA, J. Físico-química. v. 1. Tradução da 8ª edição. Rio de Janeiro: LTC, 2008. Cap. 1-2.
CENGEL, Y. A., BOLES, M. A. Thermodynamics: an engineering approach. 5. ed. New York: McGraw-Hill, 2006.
cap. 1-3.
COELHO, J. C. M. Energia e fluidos: termodinâmica. v. 1. São Paulo: Blucher, 2016. cap. 1-2.
KROOS, K. A.; POTTER, M. C. Termodinâmica para engenheiros. Tradução da 1ª edição norte americana.
Revisão técnica de Fernando Guimarães Aguiar. São Paulo: Cengage Learning, 2015. cap. 1-2.
POTTER, M. C.; SCOTT, E. P. Ciências térmicas: termodinâmica, mecânica dos fluidos e transmissão de
calor. Revisão técnica de Sérgio Nascimento Bordalo. São Paulo: Thomson Learning, 2007. cap. 1-2.
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