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PCDT Ist 2022 - TBL5 - 128 138
PCDT Ist 2022 - TBL5 - 128 138
Nesta seção, serão abordadas as IST que se manifestam com úlceras genitais em
alguma fase da doença, cujos agentes etiológicos infecciosos mais comuns são:
› Treponema pallidum (sífilis);
› HSV-1 e HSV-2 (herpes perioral e genital, respectivamente);
› Haemophilus ducreyi (cancroide);
› Chlamydia trachomatis, sorotipos L1, L2 e L3 (LGV);
› Klebsiella granulomatis (donovanose).
Para mais informações, consultar o Capítulo 5 deste PCDT, que aborda o tema sífilis
detalhadamente.
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MINISTÉRIO DA SAÚDE PROTOCOLO CLÍNICO E DIRETRIZES TERAPÊUTICAS PARA
ATENÇÃO INTEGRAL ÀS PESSOAS COM INFECÇÕES
SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS (IST)
Quando o HSV acomete o colo do útero, é comum o corrimento vaginal, que pode
ser abundante. Entre os homens, o acometimento da uretra pode provocar corrimento,
sendo raramente acompanhado de lesões extragenitais. O quadro pode durar de duas
a três semanas.
Após a infecção genital, o HSV ascende pelos nervos periféricos sensoriais, penetra
nos núcleos das células dos gânglios sensitivos e entra em um estado de latência.
Nenhuma medida terapêutica reduz a ocorrência de infecção do gânglio sensitivo.
Episódios de recorrência são bem mais frequentes entre pacientes que apresentam
primoinfecção por HSV-2 que por HSV-1.
Após a infecção genital primária por HSV-2 ou HSV-1, respectivamente, 90% e 60%
dos pacientes desenvolvem novos episódios nos primeiros 12 meses, por reativação
viral. Essa reativação deve-se a quadros infecciosos, exposição à radiação ultravioleta,
traumatismos locais, menstruação, estresse físico ou emocional, antibioticoterapia
prolongada e/ou imunodeficiência.
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INFECÇÕES QUE CAUSAM ÚLCERA GENITAL
9.1.3 Cancroide
O cancroide é uma afecção provocada por Haemophilus ducreyi, mais frequente
nas regiões tropicais. Denomina-se também cancro mole, cancro venéreo ou cancro de
Ducrey. O período de incubação é geralmente de três a cinco dias, podendo se estender
por até duas semanas. O risco de infecção em uma relação sexual é de 80%, mais
frequente em homens.
O diagnóstico diferencial é feito com cancro duro (sífilis primária), herpes genital,
LGV, donovanose e erosões traumáticas infectadas.
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ATENÇÃO INTEGRAL ÀS PESSOAS COM INFECÇÕES
SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS (IST)
9.1.5 Donovanose
É uma IST crônica progressiva, causada pela bactéria Klebsiella granulomatis.
Acomete preferencialmente pele e mucosas das regiões genitais, perianais e inguinais.
É pouco frequente, ocorrendo na maioria das vezes em climas tropicais e subtropicais.
A donovanose (granuloma inguinal) está frequentemente associada à transmissão
sexual, embora os mecanismos de transmissão não sejam bem conhecidos, sendo sua
transmissibilidade baixa.
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INFECÇÕES QUE CAUSAM ÚLCERA GENITAL
Há predileção pelas regiões de dobras e região perianal. Não ocorre adenite, embora
raramente possam se formar pseudobubões (granulações subcutâneas) na região inguinal,
quase sempre unilaterais. Na mulher, a forma elefantiásica é uma sequela tardia, sendo
observada quando há predomínio de fenômenos obstrutivos linfáticos. A localização
extragenital é rara e, quase sempre, ocorre a partir de lesões genitais ou perigenitais primárias.
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SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS (IST)
Microscopia de campo escuro: pode ser realizada tanto com amostras obtidas
de lesões primárias como de lesões secundárias de sífilis, em adultos ou em crianças.
Não é recomendada para materiais de cavidade oral, devido à colonização por outras
espiroquetas que podem interferir no diagnóstico de sífilis. O material é levado ao
microscópio com condensador de campo escuro, permitindo a visualização do T.
pallidum vivo e móvel, devendo ser analisado imediatamente após a coleta da amostra.
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Figura 14 – Fluxograma para o manejo de infecções que causam úlcera genital
Sim Sim
Não Avaliar histórico de
Sugesvo de H. Idenficação de
ducrey exposição ao risco, sinais e T. pallidum
sintomas clínicos
Fonte: DCCI/SVS/MS.
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SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS (IST)
› O tratamento com antivirais é eficaz para a redução da intensidade e duração dos episódios,
quando realizado precocemente.
› O tratamento local pode ser feito com compressas de solução fisiológica ou degermante em
solução aquosa, para higienização das lesões.
› Analgésicos orais podem ser utilizados, se necessário.
› É recomendado retorno em uma semana para reavaliação das lesões.
› A forma de transmissão, a possibilidade de infecção assintomática, o medo de rejeição por parte
das parcerias sexuais e as preocupações sobre a capacidade de ter filhos são aspectos que
devem ser abordados.
› É importante mencionar que não há associação entre herpes simples genital e câncer.
Fonte: DCCI/SVS/MS.
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INFECÇÕES QUE CAUSAM ÚLCERA GENITAL
PRIMEIRA
IST ALTERNATIVA COMENTÁRIOS
OPÇÃO
› PVHIV com cancroide e LGV devem ser monitoradas cuidadosamente, visto que podem
necessitar de maior tempo de tratamento. A cura nessas pessoas também pode ser retardada,
com possibilidade de falha terapêutica com qualquer dos esquemas recomendados.
Fonte: DCCI/SVS/MS.
a
O ciprofloxacino está contraindicado para gestantes, lactantes e crianças.
b
A doxiciclina está contraindicada para gestantes e lactantes.
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SEGUIMENTO
ESQUEMA ALTERNATIVA (EXCETO
ESTADIAMENTO (TESTE NÃO
TERAPÊUTICO PARA GESTANTES)
TREPONÊMICO)
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