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Saint Paul - DESAFIOS ESTRATÉGICOS DO RH 2023-2025
Saint Paul - DESAFIOS ESTRATÉGICOS DO RH 2023-2025
do RH 2023-2025
Saint Paul Escola de Negócios
Desafios estratégicos
do RH 2023-2025
Saint Paul Escola de Negócios
Organização
André Nardy
Head do Saint Paul Empresas e Vice-Reitor de Educação Corporativa da Saint Paul Escola de Negócios.
Victor Bacchi
Coordenador Acadêmico dos cursos da Saint Paul para empresas
Sumário:
01 Introdução 4
04 RH e a Liderança na Contemporaneidade 10
06 Referências 26
01
Introdução
Para tanto, trazemos quatro eixos para refletir sobre os Desafios Estratégicos do RH
2023-2025:
RH e a Liderança na Contemporaneidade.
Busca-se, então, contribuir com o RH que surge no pós COVID-19: o Novo RH.
Esta é uma missão cada vez mais relevante do RH. Em pesquisa recente (2022) da
McKinsey, 90% dos CHROs (entre 80 ouvidos) previam mudanças significativas na
atuação dos RHs nos próximos 2 a 3 anos.
A pandemia mostrou que o RH é tão relevante (e único) para o sucesso dos negócios
quanto funções básicas típicas, como P&D, vendas ou produção, e que necessita
de um novo modelo operacional, semelhante às demais áreas, potencializando tal
atuação. O relatório da Deloitte (2022) reflete um reconhecimento dos pares de
outras áreas funcionais quanto ao valor estratégico das entregas do RH, o que é uma
conquista de todos os profissionais da área.
Não é à toa que o RH, hoje, tem cada vez mais aglutinado em torno de si a gestão de
outras áreas e funções, como ESG, estratégia, agilidade e governança, coordenando os
processos de gestão de mudança e transformação organizacional e digital.
Essas iniciativas digitais liberam tempo e foco do RH para assumir o papel de liderança
dentro da organização, sendo mais estratégico e realizando trabalhos que agregam
valor.
A frase “eu sou aquilo que eu sei fazer bem” exemplifica este modelo de
competências, associadas aos modelos de negócio tradicionais.
A seguir, destacamos os principais desafios dos líderes neste mundo entre o complexo
e o caótico:
No entanto, parece ser relevante para o clima, cultura e desempenho, que os líderes
e times dialoguem para enfrentar essas mudanças para uma situação nova e sem
resposta pré-definida.
Em trabalhos que não podiam ser realizados de forma online ou híbrida (varejo,
serviços médicos, logística, por exemplo), a continuidade do negócio necessitou que
líderes e liderados vencessem o medo e insegurança da nova situação de forma
constante: estávamos todos no mesmo barco de superar o medo, dando segurança
física e psicológica.
Apesar disso, líderes não podem ser reféns de suas trajetórias de sucesso. Sucessos
futuros provavelmente virão de novos aprendizados, se possível com reações rápidas.
É preciso uma gestão de mudança constante.
Fazer sentido é relevante, principalmente para lidar com o conflito geracional, quanto
a tarefas e entregas. A produtividade em geral nas empresas se manteve no híbrido,
mas a cultura e o engajamento foram afetados. Qual o impacto no longo prazo?
Temos de repensar como fazemos isso também, provavelmente. E a LGPD?
Quando o líder faz perguntas, tem de estar aberto a ouvir respostas e saber lidar com
o que vem (outro ponto que é uma necessidade de preparar o líder: saber ouvir).
Lidar com o ego e a sedução do poder também é outra dimensão próxima: perguntas
que talvez o líder não se sinta confortável em fazer porque não sabe as respostas.
Líderes devem ter desapego, e assumir que não têm as respostas para tudo. Liderar,
por exemplo, desta forma, ajuda a criar uma prática das pessoas serem ouvidas.
Líderes que conseguem fazer essa mudança podem acabar tendo reação contrária
das culturas organizacionais mais tradicionais de lideranças C&C. Já centralizar e
descentralizar é um eixo complementar: metodologias ágeis, por exemplo, é uma
referência, e aproximar o RH desse modelo pode ser valioso para todos.
Há uma linha tênue entre o líder inspirador e colaborador (trazer a visão) e outro
através de perguntas socráticas (questionar). Dependendo da situação, quem lidera
pode variar sua atitude entre posicionar-se como líder e direcionar / decidir versus
promover uma decisão cocriada. Liderança é situacional e pode-se aproveitar as duas
atitudes.
Tem a ver com o líder se posicionar ao trazer a visão (e alinhamento com o propósito
da empresa), criar sentido para o trabalho, confiança, engajamento e promover um
ambiente colaborativo. Com o objetivo claro e visão compartilhada, os caminhos /
respostas podem ser mais diversos e criativos. Isso valoriza cada um do time e o líder.
O limite, nesse caso, parece ser a discussão contrária à visão, o líder deve retornar a
discussão para o eixo (visão).
• O(a) líder deve “abraçar suas • Assumir que não sabe todas as
fragilidades”, dentro do contexto respostas e assumir essa fragilidade.
abordado. Autoconhecimento é Essa é uma possível barreira de atitude
fundamental, e deve servir para para muitas lideranças. Essa abertura
mapear os gaps dos líderes e, para um diálogo gera oportunidade
assim, permitir que este forme dos times se reconhecerem nas
times com pessoas / competências entregas;
complementares às suas;
• A replicação “para baixo” e o exemplo
• Não personalize as discussões, anterior geram o ambiente favorável
perguntas e respostas; a perguntas e ao novo papel do
líder, e aumenta a capacidade de
• Visão e acompanhamento é papel
acessar o conhecimento muito mais
do líder - já respostas e plano de
diversificado (potencialmente) do time.
ação, do time (com responsabilidade
Exemplo: discutir o papel do RH em
compartilhada). Tem de desapegar,
recrutamento e seleção;
mas permitir o alinhamento;
• Metodologias Ágeis e áreas que mais
• Soma das experiências dentro dos
as aplicam têm maior facilidade para
times, de igual para igual, tentando
aplicar esse modelo, principalmente
reduzir o peso da hierarquia, é muito
nas lideranças médias (área de
rica e também é um fator para reduzir
tecnologia ou correlatas e grupos
risco;
multidisciplinares com outras áreas,
• Favorecer a postura de aprendizado por exemplo).
pelo líder pode ser um caminho;
Ainda sobre inovação, outro desafio é abrir o RH como área fornecedora para outras
áreas, ouvir o cliente interno - o que exige muito desapego e resiliência. Refere-se a
praticar experimentos e entender onde funciona e onde há limites ou não funciona.
Inovar por inovar não faz sentido. Nem tudo funciona online.
Saúde mental sempre foi uma questão presente nas organizações, mas não se
achava espaço para debate ou visibilidade. Era mais vista como um desvio do que um
problema a ser enfrentado com prioridade.
Alguns exemplos de boas práticas aplicadas são restringir reuniões fora dos horários
de trabalho e férias compulsórias preventivas (com ou sem contabilização nas férias
regulares).
a. Agenda ESG e o RH
A agenda ESG (Environmental, Social and Governance) encontra-se em um cenário
muito variado dentro das diferentes organizações. Em empresas de capital aberto,
o foco inicial parece ser cumprir com a agenda ESG em conexão com as demandas
do mercado de capitais. Nestas empresas, as estruturas organizacionais de ESG
inicialmente foram criadas para trazer a discussão, sensibilização e mobilização para
dentro do negócio e para stakeholders mais externos. Outras evidências da força do
ESG no mercado de capitais é o Relatório Anual de Sustentabilidade.
Ainda assim, em ESG é necessário separar o que é modismo, hype, dos desafios
estratégicos.Por exemplo, ao se considerar o E, falando sobre meta de emissão
carbono zero em 2050, qual a capacidade de entrega e compromisso? Como as
lideranças de hoje e as lideranças do futuro vão se comprometer com essas metas - e
como as ações destas vão se concatenar?
Outro caminho para trabalhar o ESG, a partir do RH, é promover o uso das
competências dos colaboradores e mobilizar para atuação junto a ONGs.
Esta segunda linha melhora muito a viabilidade, a priorização, a reflexão interna sobre
as decisões. Enfim, a governança sobre as ações - o que nos leva ao G de ESG, de
Governança: ele também é complexo, e tem as obrigações regulatórias e de mercado
de capitais.
Para todas as questões de identidade, diversidade e inclusão, que são mudanças para
condições onde não há comparativo do passado, a proposta a que se chega é testar o
modelo, experimentar.
Para isso, é necessário que os líderes consigam lidar com o medo da perda de
controle ou mesmo da sua flexibilização. É necessário enxergar o copo meio
cheio: muitas discussões, que há dois ou três anos eram impensáveis de se ter em
organizações mais tradicionais, hoje se dão com mais frequência. E liderar pelo
exemplo é sempre valioso. Esses pontos geram satisfação, melhoram o clima, ajudam
na segurança psicológica e no comprometimento com o trabalho.
Um caso clássico são das empresas que competem, mas poderiam se potencializar
juntas e fazer muito mais, colaborar, capturar sinergias institucionais. Por exemplo:
criar uma Universidade Corporativa para formar profissionais de tecnologia e atender
o mercado de trabalho e as necessidades de competitividade das empresas. E fazer o
mesmo com relação a formar em negócios profissionais de tecnologia já formados.
O RH tem uma influência transversal, que pode ajudar a destravar o dia a dia para
fazer acontecer as mudanças necessárias e apoiar o orquestramento desta mudança,
atuando em iniciativas, projetos, grupos, e mesmo liderado parte desta agenda.
Como exemplos desta atuação, citou-se uma iniciativa realizada, que colocava
executivos experimentando contato com o cliente atendendo em primeira mão na
ponta – sentir a dor do cliente e do colaborador em primeira mão (empatizar).
Uma das conclusões a que o grupo chega é que 2 anos ainda parece um horizonte
possível, mas desafiador. 2023-2025 é um horizonte desafiador, mas possível de
gerar ações e acompanhamentos pelos executivos, lideranças e colaboradores nas
organizações.
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