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Diverticulose

(Diverticulite)

Alana Pereira, Davi Barros, Janaína Ferreira, Maria da Conceição, Paulo Martins e Sarah Farias.
O que é Diverticulose?
• A diverticulose constitui-se na presença de divertículos assintomáticos no cólon, ou
seja, da formação de hérnias ao longo do intestino grosso.

• Atinge cerca de 60% da população de pessoas com mais de 80 anos.

• A etiologia exata da diverticulose permanece desconhecida, apesar de ser


extremamente comum no mundo ocidental.

• Esta condição tem sido associada com baixa ingestão de fibras, aumento do tempo
de trânsito colônico e da pressão intraluminal no cólon, levando ao desenvolvimento
dos divertículos.
Danielle Kiatkoski- 28/09/2016
O que é Diverticulite?
• É a presença de inflamação e de infecção associadas aos divertículos, onde são
localizados no cólon sigmoide.

•A diverticulite pode ser dividida em dois tipos: A diverticulite não-complicada


representa aquela com peridiverticulite ou flegmão, enquanto a diverticulite
complicada é aquela que resulta em obstrução intestinal, formação de abscesso,
peritonite ou fístula.

• Ela ocorre em 10 a 25% das pessoas acometidas pela doença diverticular dos
cólons, e a hemorragia digestiva. A diverticulite pode evoluir com formação de
abscesso, fístula, perfuração com peritonite e estenose com obstrução colônica.
Sintomas
 Diverticulose •Febre.

•A maioria dos pacientes são •Náuseas e vômitos


assintomáticos.
•Anorexia
•Sangramentos nas fezes.
•Cólicas
 Diverticulite

•Dor abaixo da cicatriz umbilical,que se


desloca para o quadrante inferior
esquerdo do abdômen.
•Constipação
•Diarréia
•Dificuldade para urinar
Diagnóstico
• Anamnese e exame físico detalhado

• Hemograma completo e exame de urina rotina

• A Tomografia Computadorizada (TC) é o melhor exame diagnóstico, pois permite


classificar a diverticulite aguda em não complicada e complicada, além de que
apresenta sensibilidade de 93 a 97%

• A avaliação complementar do paciente com suspeita de diverticulite dever iniciar


com a ultrassonografia, ficando a tomografia computadorizada reservada para a
dúvida no diagnóstico.
Etiologia
•Alguns estudos tem mostrado que dietas pobres em fibras desenvolve a doença
diverticular. As dietas pobres em fibras reduzem o volume das fezes, predispondo os
indivíduos à constipação e ao aumento das pressões intracolônicas, ou seja,
sugerindo que a diverticulose ocorra em consequência de lesão do cólon induzida
por pressão.
• Um estudo verificou que uma dieta pobre em fibra não está associada à
diverticulose, e que uma dieta rica em fibras e em evacuações mais frequentes pode
estar ligadas a aumento, e não diminuição, da chance de divertículos. (Peery et
al.,2012)
• Estudos também verificaram ligações entre a doença diverticular e a obesidade,
insuficiência de vitamina D, falta de exercício, tabagismo e certo medicamentos,
incluindo anti-inflamatórios não esteroidais, como aspirina e esteroides. (McGuire et
al., 2015; Peery et al., 2012).
Tratamento Clínico e
Cirúrgico
 Diverticulite não complicada

• Inclui antibióticos e ajuste da ingestão oral


conforme tolerado.

• Deve ser prescrita dieta líquida

• Administração de antibiótico por via oral e


tratamento domiciliar com reavaliação frequente,
quando tiver sintomatologia leve.
 Diverticulite complicada

• Abscesso intra-abdominal pequeno (menor que 4 cm de diâmetro) requer


administração de antibióticos e repouso intestinal

• Se o abscesso for maior que 4 cm de diâmetro, deve ser considerada sua drenagem
percutânea guiada por USG ou TC -reduz o número de cirurgias-

• A cirurgia de urgência está indicada na presença de peritonite, ou pacientes com


abscessos não passíveis de drenagem percutânea

• As prioridades na cirurgia de urgência são: controlar a sepse, ressecar o tecido


doente e restabelecer o trânsito intestinal.
• A cirurgia de Hartmann (sigmoidectomia com sepultamento do reto e colostomia
terminal) continua sendo o procedimento mais realizado na urgência, mesmo
sabendo-se da dificuldade de reconstrução do trânsito nos pacientes submetidos a
essa operação (em até 1/3 dos casos a colostomia se torna definitiva).

•Em 1921, Hartmann descreveu um procedimento cirúrgico que consistia da ressecção


de segmento colônico sem anastomose primária, com fechamento do coto distal e
abertura de colostomia proximal ao segmento ressecado. Na literatura mundial a
cirurgia de Hartmann é indicada principalmente para casos de ressecção de
carcinoma colorretal obstrutivo, diverticulite aguda ou trauma colorretal.
Caso Clínico
 A paciente D.D.O, sexo feminino, 34 anos, auxiliar de serviços gerais.
Descobriu que tinha Diverticulite a 1 ano e meio atrás quando começou a
sentir fortes dores do lado direito da barriga e febre de mais de 39°. Realizou
uma T.C. descobrindo a doença, foi diagnosticada com grau I. Em crises é
levada ao hospital e toma uma injeção de decadron com dipirona ou voltarem
com dipirona para diminuir a dor.
• Obs: Tem o hábito de lanchar entre as refeições, parou de consumir bebida
alcoólica ano passado e é fumante.
• Dados antropométricos:
Altura: 1,60 Peso: 95kg IMC: 37,10 (obesidade grau II)
Anamnese Alimentar
 Desjejum 6h:  Lanche da tarde 13h:

• Café + leite c/ bolachas • Chá mate c/ bolachas

 Almoço 10h:  Jantar 16h:

• Feijão; arroz; linguiça; salada de alface • Sopa de macarrão


Recomendação de
Macronutrientes
 Normalmente não existe recomendação de macronutrientes,
então pode-se seguir a recomendação da população em geral.

Energia: 25 - 30 kcal/kg/peso
• Suficiente para recuperar ou manter um peso corporal saudável.
Proteína: 1 - 1,5 g/kg/peso ideal/dia (até 2g para desnutridos)
Cálculos
 Energia: 20 x 95 = 1900 kcal

 PTN: 1,0g x 95 = 95g x 4 = 380 kcal = 20%

 CHO: 2,65g x 95 = 251,75g x 4 = 1007 kcal = 53%

 LIP: 0,6 x 95 = 57g x 9 = 513 kcal = 27%


Cardápio
Macronutrientes por
Refeição
Recomendações
Nutricionais
• Um estudo de 18 anos não encontrou associação entre o consumo de frutas
oleaginosas, de milho ou de pipoca e sangramento diverticular ( Strate et al., 2008).
Ou seja, demostrou uma relação invertida entre o consumo desses alimentos e o risco
de diverticulite, sugerindo um efeito protetor.

• Não há evidencias convincente que uma dieta rica em fibras reverta a fisiopatologia
da doença diverticular, há razoáveis evidencias de que esse tipo de dieta melhore os
sintomas.

• Fibras de Psyllium, metilcelulose, ingestão adequada de líquidos, combinar terapia


com probióticos (Maconi et al., 2013).

• Evitar condimentos, ultraprocessados e embutidos


Referências
• MAHAN, L. Kathleen; RAYMOND, J. L. Krause: Alimentos, nutrição e dietoterapia. 14ª edição- Rio de Janeiro: Elsevier,
2018.

• CUPPARI, L. Guia de Nutrição Clínica no Adulto. 3ª Edição-2014.

• . MUGLIA, Valdair Francisco. Doença diverticular dos cólons: evolução da abordagem terapêutica e papel da tomografia
computadorizada nos quadros agudos. Março/ Abril de 2017.

• DIAS; GONDIM; NAHAS. Atualização no Tratamento da Diverticulite Aguda do Cólon. São Paulo. Julho/Setembro, 2009

• VILLELA, ROCHA. Terapêutica nutricional. Salvador: EDUFBA, 2008

• SEA, A. et al. Diverticulite: Diagnóstico e Tratamento. 2018

• Hartmann H. Nouveau procédé d'ablation des cancers de Ia partie terminale du cólon pelvien. XXX e Congrés Français
de Chirurgie, Strasbourg, 1921: 411.

• Cabré-Martinez CA -Hartmann's Operation for Rectosigmoid Surgical Emergencies. Colo-proctology, 4(2):89-93,1982

• Habr-Gama A, Teixeira MG, Vieira MJF, Miléu LF, Laurino Neto R & Pinotti HW - Operação de Hartmann e suas
conseqfiências. Rev bras Colo-Proct, 17 (1) : 5-10,1997.

• Schulz C, Lemmens HP, Weidemann H, Rivas E & Neuhaus P. Ressection with primary anastomosis in complicated
diverticulitis. Risk analysis. Chirurg, 65 (1):50-3, 1994.

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