Você está na página 1de 11
CATHERINE POPE Schoo of Nursing and Midwifery, Unters of Southern, Seusheroton, UK NICHOLAS MAYS london Schoo of Hygiene & Topica Medicine London, Uk pesquisa qualitativa na atencao a salide 3 Edicéo Tradugio: 1 Porto Fajano ‘Gaduoa em Otomioga pela Universidade Feral do Rk Grande do Sul (UFRGS), -Mesie em Otonsogia peta UPRGS - cade conceneago em Sai Buel Colev, Dorada em Edagio pla UFRGS Gre de alae enn Eduaso e Satie P825p Pope, Catherine Pesquisa qualtatva na atengio a sate J Catherine Pope, Nicholas Mays ; traducio Ananyr Porto Fajardo. =3.ed.~ Ponto Alegre : Artmed, 2008. V2 p.2ten, ISBN 978-85-363-1344-3 1. Pesquisa centifis. 2 Pesquisa qualitativa 3. Sade. 1L Mays, Nicholas. Titulo. cpu001.89 8009 Catalogacio na publicagio: M@nica Ballejo Canto ~ CRB10/1023. Capitulo 8 Qualidade na pesquisa qualitativa em saude Nicholas Mays, Catherine Pope Introduco [Até agui este livro delineou os principais métodos utilizados na pesquisa qualita- iva, Como foi observadlo no Capitulo 1, ha muito tempo os métodos qualitatives, vvém sendo usados nas einciay sociais. mas sua utllizagdo na pesquisa em satide ‘comparativamente recente, Na iillima década, os métodos qualitativos foram cadla ver mais usados na pesquisa em servigos de saide e na avallagdo de tecno- Joglas em satide, existinde um aumento correspondente no relato de estudos de pesquisa qualitativa em periddicos médias, de enfermagem e relacionados [1]. (0 imteresse por esses métados e sua maior exposi¢io no campo da pesquisa em saiide leyou a um necessério exame cuidadoso da pesquisa qualitativa, Pesquisa ores de outras tradigaes estao crescentemente preocupados em compreender 0s métodos qualitativos ¢, mals importante ainda, em examinar as queixas que os pesquisadotes fazem a respeito das achados obtidos a partir desses métodos. 0 as- pecto da “qualidade” na pesquisa qualitativa far parte de um debate muito maior ‘€ mais polémico sobre a natureza do conhecimento produzido por ela, sobre se sua qualidade pode ser legitimamente julgada e, se assim for, como. ‘A pesquisa qualitativa em satide € em servigos de sade tem de superar preconccitos ¢ diversos mal-entendidos. Por exemplo, algumas pessoas acre- diam que a pesquisa qualitativa seja “Iscil” — uma apgao soft, que nao exige rnenhuma habilidade ow treinamento. Na verdade, é mais provavel que seja 0 ‘9posto, Os dados gerados por estudos qualitativos so volumosos e diliceis de serem analisados, necessitando, para isso, um alto grau de capacidade inter- pretativa. A pesquisa qualitativa também solre do estigma do *n reduzido® [2] porque tende a lidar com um niimero pequen de ambientes ou respondentes: nao procura ser estatisticamente representativa, Contudo, estritamente fa- lando, esse aspecto € irrelevante para a forga da abordagem. 98 Catherine Pope & Nicholas Mays. Apesar disso, o siatus de todas as formas de pesquisa depende da avaliagdo dda qualidade dos métodos usados, No campo da pesquisa qualitativa, a preo- cupagdo com a avaliagio da qualidade tem se manifestado em dliretrizes para fazer e julgar trabalhos qualitativos, particularmente no campo da satide [3-6] (0s que usam e financiam pesquisa também tém desempenhado um papel im portante no desenvolvimento dessas dizetrizes & medida que se familiarlzam, cada vez mais com os métodos qualitativos, mas exigem alguns meios para avaliar sua qualidade e distinguir a pesquisa qualltativa “boa” da “rulm™. Com essa finalidade, 0 Programa dle Pesquisa ¢ Desenvolvimento do NHS finan- ciou uma revisio de métodos qualitativos de pesquisa relevantes a avaliagao. de tecnologia em satide [7]. Contuclo, embora os patrocinadores dessa revisd0, possam ter desejado que fosse originado um pequeno conjunto de dicettizes simples de qualidade, qualquer andlise ponderada desse assunto inevitavel- « ser multo mais complexa. Logo apés, o Gabinete Ministerial do Reino Unido autorizou um estudo para desenvolver uma estrutura que orientasse as avaliagdes de qualidade de pesquisas de avaliacio qualitativas. Esse projeto foi uma reposta ao fato de que o governo estava autorizando e usando um niime- ro erescente de estudos qualitativos sobre politics ¢ avaliagio de programas, cembora sem acesso a qualquer padronizagio explicitamente acordada quanto 20 que constituitia uma boa qualidade na pesquisa qualitativa [8] ‘Ao delinear alguns dos métodos qualitativos utilizados com maior freqii¢n- da e demonstrar sua aplicagio contemporanea na pesquisa em satide, 05 Capi- lulos 2-5 deste livro fzeram referéncias a forga e 3s linitagdes de anétodos em particular, Este capitulo tenta agrupar alguns desses tépicos sobre qualidade, ‘embora nao possa fazer completa justiga ao debate epistemoligico mais amplo sobrea natureza do conhecimento gerado por diferentes métodos quantitatives, « qualitativos de pesquisa. Esboga duas visdes sobre como os métodos qualita- livos poderiam ser julgados. Continua com a demonstragdo de que a pesquisa qualitativa pode ser avaliada com referencia aos mesmos critérios amplos de qualidade utilizados para a pesquisa quantitativa, embora 0 sentido atribuido, 2 estes critérias passa nao ser o mesmo e eles possam ser avallados diferen- temente, 0 capitulo é conclufdo com uma lista de penguntas que podem ser usadas como orientagio para avaliar a qualidade de um fragmento de pesquisa ) japowyseoyoa, (c2yueysop sores) sooiasxa ne soyuense Sonnebsu ‘ap sepusps — Lepev0|dx9 wg sopiqya seouppira seu sennewsype sepSsodsennredsiad seldninujepepsienp ap oBbunseq 104 opaILOD a apepision _senpedssed ap ip 2p opbeia6 e eed sose> ap ogSajosenisowe ep Us9p op ovbinququos ep oessrosiq — apepIaND y-ZL sa uiag 088 sop ‘Opmre op smusiqueonis 2p ap sol sep sop seuspenueBi0jse>1u19ue220%05 seoasueTPese> © eLONSY SOIUOPEDDIUE OP OED: SOUSIUOD «DLL ‘opesn a opefaueld joy ‘oysnuao sanbjenb ausos ap epeniidivana oFsNs10 ‘sopesn p "seuobate> owes ap sepuRpINa sopep ‘0p ofauew exed syo2ed no soxuauinnsul ‘opera! op eujonse @ ered exep ogSewuaurepuny (oie Sowoumep '903 Zepniusuen wee sopep sop 2419} ep OBS. 104 9H1RUEY “OL 2302 2u exons 2 oweuleyjerep “apeprpunjoid epeSuere oj and 2p Sopep ap osn @ 0812899 ap oj J0d ‘owSensLoWeG ‘opinnsuo>-oopyoue “39 160 2 sopova wiotoy sannjasap-conyjeue ‘399 s0yn02 rout ‘sopSenosgo ‘sgSunsuen ‘ojduior2 108) sopepso opeusnijul 8 wapod odie ap oujeae: ‘odue> 2p sogseioue © 0} gu 28) 02 29eeoeIp ep0} sodn6 srs1'9.)U9 sep O9PIA NO sop, sequsuiroop sop euoane seme BBO -2)09 9g WesD} ep e=ugijues Sopesn scausuiroop 2 sequauulpac0ud Sopep so netalo> wanb 29 OFSIS.G sopep 506 euruogo> ew ‘OuloD ap a uBbepioge ap sopoigu = ossa>e op ofsiaia sopevor 0569 no sopepsone sencowe ‘Ogu eeved sonow sop og eeu ‘opms9 op se}uep -s9p wag ei du 2 sopesues s)882}04Ne Wo e2m}-aq0> ep epsed -anbjenb ap OF s0se) 2p ogsnpu sodni6 50 Sopot ap ogsnou e aeuKeW ee see) ensowe ep [2 sopiBueige sodeubjepesuerje ensowe ep epayieian oping osSodues yf 20010 se, -uayep uaa 9 BU 5 (Wes nauued sogSajayensoUe()2 owOD ap OFS! uM>op no seiuslaue ‘ensdwe ep oESojese1ed soILaUlepUn ue 0p ogSaas eouo> 2 aa sopeiuaieide sopeype Sou sepuapino seoyoedes ‘opmis® op ubjsap o exed sowvausepun, $0p OFOSIG ‘opmsaop op udp om seu se paces eed epeyuesp oj esnbned ep ego) Senso e owed pmsrana powering’ (oseyene neuoreanbiods sed aiveojos ‘Ou ap oFssNsI9 ed 9500 W'S (opesaprsuos 1352 opmse op sowadze a 2pepient op se.0pespu ‘obetene 2p s00isont siguy soupy pug fopep ap eIe> ensouy ensouy uBr0g ‘opsenunue> Ve eieqel Pesquisa Qualitativa na Atencio 3 Saude 113, 112_Catherine Pope & Nicholas Mays -ySutton uno> tee z2 jais6 exed seimnns 21 (eynuoo exed seve sopep sop owuaus xk 20 cpr 9p suuop Hp -snanue eed opsewu no oj cwioo a astedianied ejad epesne> jepuayod wa apeplrolp no cusp 9p 0% eBedgued e an we Ops 9 jjo eed epspau sanbjenb 9p, 21a “ode “owaueyjasuore ‘oeseuuo4 leaves ‘no openbape a ‘opiBato,d 1} ssqueysaiued!iued sop oxewilLoUe 0 ow ap oessn2810 ‘soqued [ppued sce oppauioy opsewioju 9 owawnuasues ap soyauupascid sop ogFeiuoWT00 sowed Jed sce oma ap sequeyquie wis epewussaide oj esinbsod e ouio> ap o@SewuaUIMD0g ‘esnbsad ap ossan0ud © 21905 (5) ‘ouion# esnsad ep oj6pi9 epe> wa sasunno so 20 soneviaye soo wouores 22 owo> ‘sep -podse sopadsee eping steulBuo spep sop ovsetuas sounds op epee pewuawn>op nwepenbape joy esinbeed op ‘8880014 0 81 wa6eypny esomn s01, ‘padse eopbuaie ‘ap usa sep p19 an “LL om eayusiz0> s 01 (opeispisue> 185 @ opmase op seipadse sjonssod) ‘pepiiend ap salope>pu; ovis ovoieiey sos © 3 apopip sungord e ‘euuous -ypeap "et seipuy onayene ‘opmse op apsomisond sossasoud)somedsy ‘opienunuo> 19 eRqeL 114 Catherine Pope & Nicholas Mays 8 satide. Contudo nao é uma opgio fécil nem 0 caminho para uma resposta, répida. Como Dingwall e colaboradores concluem, “a pesquisa qualitativa re- quer uma real habilidade, uma combinacdo de pensamento e de pritica endo pones pariéneia” [25] Leitura adicionat “Murphy E, Dingwall R, Greatbatch D, Parker §& Watson P Qualitative researeh methods in health technology assessment: a review of the literature, Health Tohnology Ase ‘ment 1998; 216). Spencer L, Ritchie J, Lewis.Jf Dillon 1, Quality i Qualitative valuation: A Framework for Ascesing Research Evidence. London: Government Chiel Social Researcher's Office Prime Minister's Strategy Unit, Cabinet Office, 2005, www-strategygovle Referéncias 1, Harding G & Gantley M, Qualitative methods: beyond the cookbook. Family Prete 2. Fatermaier T, Why public health research needs qualitative approaches: subjects and methods in change. European Jura! of Public Hell 1997; 7: 357-363, 3, Boulton M& Fitzpatrick R. Qualitative methods for assessing healthcare, Quay in Heath Gare 1994; 3: 107-113. 4, Blaxter M. Criteria for evaluation of qualitative esearch, Medea Soolgy News 1996: 22: 68-71, 5. SeckerJ, Wimbush F, Watson J eta, Qualitative methods in health promotion rse arch: some criteria for quality. Health Bdwation Journal 1995; 54s 74-87 6. Mays N & Pope C. Rigour in qualitative research, ri Medical Journat 1995; 31 109-112, Murphy Dingwall R, Greathatch D etal, Qualitative research methods in health technology assessment a review of the literature. Heal Technology Assessnent 1998; 2116), 8. Spencer L, Ritchie J, Lewis J et al. Quality x Qualltatie Evaluation: A Framework for Assesing Rewarch dence. Government Chiet Social Researcher's Office, Prime Minister's Strategy Unit, Cabinet Office, London, 2003. huptiwawstrategy gk 9. Smith JK The problem of eriteva for judging interpretive inquiey. Educational Eval ation and Policy Analysis 1984; 6: 379-391 10, Hammersley M. Rea Ethnographic Research Longman, New York, 1990. 11, Lincoln ¥S & Guba BG, Natura Dguiry. SAGE, Newbury Park, CA, 1985: 84 12, Popay J, Rogers A & Williams G, Qualitative research and the gingerbread man, eth Eduction Journal 1995; 54: 389-443, 1B, Popay J, Rogers A & Williams G. Rationale and standards forthe systematic review of qualitative literature in HSR. Qualitative Healt Research 1998; 8 341-351, 14, Hammersley M. What's Wrong with Fetnagraphy? Routledge, London, 1992, 20 2 2, 2. Pn 2 Pesquisa Qualtativa na Atengio d Sade 115, Kirk J 6 Miller M. Reliability and Vary n Quatttiv Research. Qualitative Research ‘Methods Series No 1. SAGE, London, 1986. Seale Cf Silverman D, Ensuring. rigour in quaitaive research. Burope Journal of Public ealth 1997; 7: 379-384 Stone L & Campbell JG. The use and misuse of surveys in international develop- ‘ment: an experiment from Nepal. Huvsax Orgnistin 1986; 43: 27-37 ‘Meyer JE, Lay participation in care ita hospital setting: an action research study London: University of London, unpublished PhD thesis, 1995, Silverman D. inerpreting Qualitative Data: Methods for Analysing Talk, Tet and Inerc- tio, SAGE, London, 1993 Bloor M. Techniques of validation in qualitative research: eritical commentary. I Miller G 6 Dingwall , eds. Context and Method in Qualitative Research. SAGE, London, 1997: 37.50) Silverman D. Telling convincing stories: a plea for more cautious positivism in case studies In: Glassner B & Moreno JD, eds. The Qualitative Quantitative Dsus i the ‘SovialScenoss. Khawer Academic, Dordrecht, 1989:37-77, Dingwall R. Dont mind him ~ he's from Barcelona: qualitative methods in health studies. In: Daly J, MeDonald 1 & Wills E, eds. Retearching Health Car, Tavistock! Routledge, London, 1992: 161-75. Guia EG FT Lincoln YS. Fours Generation Fualuaton. SAGE, Newbury Patk, CA, 1989, Strong P, Qualitative sociology in the UK. Qualitative Scialgy 1988; UI: 15-28. Dingwall R, Musphy E, Watson Peta, Catching god: quality in qualitative rese acch, Jounal of Heath Servs Research avd Policy 1998; 3: 167-172.

Você também pode gostar