ALUNO: WAGNER MATHEUS J.

NUNES

PROCESSO CIVIL I

• Processo: é um instrumento que o estado utiliza para

exercer jurisdição e resolver lides.
• Espécies legais do processo:
 Processo de conhecimento (ou de cognição): busca-se
uma sentença de mérito (satisfação teórica).
A vontade do autor vai delinear se a ação é:
- Meramente declaratória: (Declaração) quando o autor quiser
somente uma declaração do judiciário sobre a existência,
inexistência ou modo de ser de uma relação jurídica, ou da
veracidade ou falsidade de um documento. (o judiciário não vai
criar nada, na declaração ele irá observar o que o autor tem). Ex
Tunc.
- Condenatória: (Declaração + condenação) o autor quer que o
judiciário condene o réu a alguma coisa.
- Constitutiva: (Declaração) quando o autor quer que o judiciário
crie uma nova situação jurídica. Exemplo: Ação de divórcio. Ex
Nunc.
 Processo de Execução: autor busca satisfação prática do
direito já satisfeito teoricamente, ou seja, já foi decidido na
ação de consentimento e agora o autor vai buscar o que foi
decidido.
 Processo Cautelar: O processo cautelar é o meio ou a
operação pela qual é pedida a prestação jurisdicional do
Estado, a fim de prevenir situações que podem causar
danos à parte já em litígio ou pretendam ingressar em juízo
em defesa de seus direitos.
Tutela provisória: No CPC de 1973, essa categoria recebia o
nome de Medidas Cautelares. Mas foram substituídos pelas
tutelas provisórias de Urgência e Evidência. São aqueles tipos de
requisição emergencial e provisória de bens jurídicos, de modo a
preservar a situação de fato enquanto aguarda uma decisão
definitiva.
Segundo Rodolfo K. Hartmann a tutela provisória é instituto
inédito que, em certos momentos, justifica o desaparecimento do
processo cautelar autônomo. A tutela provisória foi concebida
para ser prestada por meio de uma decisão interlocutória,
podendo ter tanto caráter satisfativo como não satisfativo ou
cautelar, podendo ser requerida em caráter antecedente ou
incidental.
O Código Fux exterminou o Livro III do CPC/73 apesar de não
negar a existência da tutela cautelar, transportando-a (tanto as
cautelares típicas como atípicas) para o âmbito do poder geral de
cautela do juiz conforme o art. 297 ao 301 do CPC/2015, inclusive
suprimido as cautelares típicas, prevê ainda a possibilidade de
estabilização da tutela antecipada antecedente caracterizada pela
ausência da contrariedade das partes.
• Subsidiariedade do processo de conhecimento:
- Por força da regra do art. 598 do CPC, é cabível a aplicação
subsidiária das normas do processo de conhecimento ao de
execução, ou seja, são aplicáveis os institutos do processo de
conhecimento ao processo de execução naquilo que não
contrariar a sua regulamentação específica.
- As brechas encontradas nos dois outros processos podem ser
resolvidas de forma subsidiaria pelo processo de conhecimento.
• Procedimentos:
São componentes de um processo, capazes de deixá-lo mais
simples ou até mesmo de anulá-lo. Para finalizar um processo
com sucesso e eficácia, é necessário seguir uma sequência de
ações. Tais ações são justamente os procedimentos.
- Classificação dos procedimentos:
  Procedimento Comum (regra) – É o rito ordinário, momento em que os atos processuais são
aplicável em todos os casos em que a lei não dispor de preponderantemente probatórios: realização das perícias e
maneira diferente. a primeira parte da audiência de instrução e julgamento,
 Procedimento Especial – São aqueles referentes a destinada ao recolhimento dos depoimentos das partes e
processo que seguem um rito especial, previsto em lei, testemunhas.
como por exemplo, na lei de Execução Fiscal etc. Divide-se 4. Decisória: Trata-se da fase do procedimento comum que
em duas: se destina à prolação da sentença de mérito. Realiza-se
- De jurisdição voluntária: apenas à administração judicial após o encerramento da instrução. Há, contudo,
de interesses privados não litigiosos. possibilidade de antecipação da fase decisória (julgamento
- De jurisdição contenciosa: se referem à solução de conforme o estado do processo) e de extrema abreviação
litígios. do procedimento, em situações de decisão que extingue o
 Procedimento de Execução – São aqueles processos em processo no nascedouro, antes mesmo de completar-se a
que se visa a execução ou cumprimento de sentença, fase postulatória com a citação do réu, como a do
execução de títulos extrajudiciais e outros casos previstos indeferimento liminar da petição inicial e a da decretação
no próprio CPC ou em leis esparsas. liminar de improcedência do pedido.
5. Satisfatória (caso seja necessária) visa o cumprimento da
Fases do processo: Existem cinco. sentença.
1. Postulatória: é a fase inicial, onde a ação das partes é
predominante. É o momento em que o Autor expõe sua
causa de pedir. Com o ingresso da petição inicial em juízo,
considera-se proposta a ação e instaurado o processo
(ART.312, NCPC). Também é nessa fase que, após a
citação, o réu peticiona sua contestação.
2. Ordenatória: é aquela compreendida entre as providências
preliminares e o julgamento conforme o estado do
processo. Nessa fase, o Juiz analisará o processo e o
preparará para uma das três possibilidades: extinção
imediata, julgamento antecipado de mérito ou saneamento
com posterior remessa para fase instrutória.
3. Instrutória: Trata-se de fase do procedimento comum que
se destina à coleta das provas. As partes começam sua
atividade probatória com a inicial e a contestação,
momentos em que, de ordinário, devem produzir a prova
documental. Saneado o processo, porém, surge um
Fase Postulatória: caracteriza-se pela preponderância de autor e
réu exporem suas alegações e formularem seus pedidos;
- Petição inicial: é o primeiro requerimento feito pelo autor, que
retira o judiciário da inércia e apresenta os contornos, subjetivos e
objetivos, da tutela jurisdicional por ele pretendida.
OBS: Após a citação que realmente se inicia o processo perfeito,
com os 3 sujeitos do processo.
- Origem da palavra: “Petitione” (Latim) = Solicitação por escrito.
Os elementos da petição inicial se encontram no Art. 319, CPC.
1) Endereçamento; (critério)
2) Qualificação; (critério)
Obs: Legitimidade é o critério para identificar as partes. (ativo e
passivo)
3) Motivação; (critério)
Descrição dos fatos constitutivos (somente).
4) Fundamentação jurídica; (critério)
Enquadrar os fatos nas fontes do direito.
5) Postulação; (espécies)
No processo podem existir dois tipos de postulação:
- Requerimento: Procedimento
- Pedido: Mérito
6) Valor da causa; (critério)
Custas iniciais.
7) Encerramento; (critério)
Todo ato jurídico deve ser finalizado, se finaliza:
1 - Com o local em que a petição foi redigida. Finalidade: vigência
espacial.
2 - A data. Finalidade: vigência temporal.
3 - A assinatura de quem redigiu a inicial.
Anexos da petição inicial: provas pré-constituídas.
Ex: Contrato de locação; procuração; comprovante de pagamento das
custas;
- Principais espécies do pedido:
 Processual/ imediato: aquilo que eu o autor quer do estado.
 Material/ mediato: aquilo que está por trás do processo. (aquilo que
o autor quer do réu)
Art. 319. A petição inicial indicará:
I - O juízo a que é dirigida; Identificação da competência do órgão jurisdicional.
II - Os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a
profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no
Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a
residência do autor e do réu; A exigência quer permitir a identificação do réu e
sua qualificação, a mais completa possível.
III - O fato e os fundamentos jurídicos do pedido; As razões que do ponto de
vista fático e jurídico, dão fundamento ao pedido.
IV - O pedido com as suas especificações; O pedido deve ser certo, no sentido
de o autor indicar com precisão o que pretende em termos de tutela
jurisdicional. Não podendo o magistrado conceder na além do que foi pedido e
pelas razões que foi pedido; Além de certo, o pedido deve ser determinado, ou
seja, cabe ao autor a quantificação do que pretende.
V - O valor da causa; Em geral, corresponde à expressão econômica do direito
reclamado pelo autor. O art. 292 indica alguns critérios a serem observados
pelo autor para aferição do valor da causa e que devem guiar, no particular, a
elaboração da petição inicial.
VI - As provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos
alegados; A produção das provas documentais deve ser feita com a petição
inicial. Não só os documentos tidos como “indispensáveis” pelo art. 320 mas
todos e quaisquer documentos que o autor conheça sobre fatos por ele
alegados.
VII - A opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou
de mediação. Se e, somente se o autor manifestar, desde logo, seu
desinteresse naquela audiência, o réu será citado para apresentar contestação
(art. 335, III).
OBS: Existem outras exigências a serem preenchidas pela petição inicial:
- Deverá ser datada e assinada por alguém que detenha capacidade
postulatória. Em regra, acompanhada da procuração outorgada pela parte ao
advogado (privado). As exceções estão contidas no parágrafo único do Art.
287.
- O autor poderá indicar, na petição inicial, por qual modalidade pretende a
citação do réu, observando o que os arts. 238 a 259 disciplinam a respeito. Se
o autor nada requerer a este respeito, a citação será feita com observância da
ordem legal, sendo certo que a modalidade preferencial, é por meio eletrônico.
- Também pode ser o caso de a petição inicial veicular pedido de “tutela
provisória”. Se este for o caso, cabe ao autor indicar a ocorrência de seus
respectivos pressupostos (art. 300).
- Se for o caso de denunciação da lide pelo autor, a inicial deverá justificar a
razão pela qual o autor entende trazer ao processo, desde já, aquele em face
de que, na perspectiva do direito material (lei ou contrato), entende possuir
direito de regresso, que será citado.
- Cabe ao autor demonstrar o recolhimento das custas e das despesas de
plano. A sua falta levará à necessária intimação do procurador para realizá-lo
em quinze dias. Na omissão, será cancelada a distribuição (art. 290) o que
equivale a dizer que a petição inicial não superará o juízo de admissibilidade
positivo.
• Litisconsórcio (sociedade na Lide):
- Conceito: é a possibilidade excepcional (é um caso de exceção
a regra, que seria a singularidade de partes) de termos vários
autores e/ou vários réus, como litisconsortes (cada uma das
partes do litisconsórcio), em um mesmo processo, com ou sem
advogados iguais, para a solução simultânea de várias lides, por
meio de uma única sentença, desde que o pedido material (aquilo
que o autor quer do réu) seja de mesma qualidade (exemplo:
indenização).
- Fundamentos:
 TÍTULO II (CPC)
Art. 113. Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, em
conjunto, ativa ou passivamente, quando:
I - Entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações relativamente à
lide;
II - Entre as causas houver conexão pelo pedido ou pela causa de pedir;
III - Ocorrer afinidade de questões por ponto comum de fato ou de direito.
§ 1º O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao número de
litigantes na fase de conhecimento, na liquidação de sentença ou na execução,
quando este comprometer a rápida solução do litígio ou dificultar a defesa ou o
cumprimento da sentença.
§ 2º O requerimento de limitação interrompe o prazo para manifestação ou
resposta, que recomeçará da intimação da decisão que o solucionar.
Art. 114. O litisconsórcio será necessário por disposição de lei ou quando,
pela natureza da relação jurídica controvertida, a eficácia da sentença
depender da citação de todos que devam ser litisconsortes.
Art. 115. A sentença de mérito, quando proferida sem a integração do
contraditório, será:
I - Nula, se a decisão deveria ser uniforme em relação a todos que deveriam
ter integrado o processo;
II - Ineficaz, nos outros casos, apenas para os que não foram citados.
Parágrafo único. Nos casos de litisconsórcio passivo necessário, o juiz
determinará ao autor que requeira a citação de todos que devam ser
litisconsortes, dentro do prazo que assinar, sob pena de extinção do processo.
Art. 116. O litisconsórcio será unitário quando, pela natureza da relação
jurídica, o juiz tiver de decidir o mérito de modo uniforme para todos os
litisconsortes.
Art. 117. Os litisconsortes serão considerados, em suas relações com a parte
adversa, como litigantes distintos, exceto no litisconsórcio unitário, caso em
que os atos e as omissões de um não prejudicarão os outros, mas os poderão
beneficiar.
Art. 118. Cada litisconsorte tem o direito de promover o andamento do
processo, e todos devem ser intimados dos respectivos atos.
  Jurídico: Princípios gerais do processo
 Economia processual/ Eficiência (Art. 4° do CPC) Há a presença de dois
 Uniformização dos julgados. autores buscando direito
alheio.
Por existir dois autores, se
- Sinônimos: • Principais classificações
caracteriza como Litisconsórcio.do Litisconsórcio:

 Cumulação subjetiva. - Quanto a posição processual:

 Pluralidade de partes.
 Pluralidade subjetiva.
- Ação coletiva: é aquela que envolve um conjunto de pessoas ou
até mesmo toda a sociedade. Isto porque, a decisão tomada em
uma ação coletiva afeta não só os indivíduos que entraram com
aquela ação como também todos aqueles que se encontram na
situação julgada e pretendem entrar com uma ação na Justiça.
OBS: é diferente de litisconsórcio.
 Ativa: Quando há pluralidade de autores.
 Passiva: Quando há pluralidade de réus.
 Mista: Quando há pluralidade de autores e réus.
- Quanto a obrigatoriedade:
 Facultativa ou voluntária: quando não há obrigação de
participar do litisconsórcio.
→ Litisconsórcio multitudinário (uma multidão de pessoas):
Nessa situação o juiz pode determinar o desmembramento
do processo. Ex: 500 pessoas estão em litisconsórcio,
nesses tipos de casos o juiz pode desmembrar em vários
processos, nesse exemplo ele poderia desmembrar em 10
processos de 50 pessoas. Art. 113, § 1°.

 Necessária ou obrigatória: quando há obrigação de

participar do litisconsórcio.
- A ação coletiva se dá em casos excepcionais, ou seja, quando é
pleiteado direito alheio em nome próprio. Exemplo: um sindicato - Quanto a cronologia:
ingressa em nome dele, mas pede direitos para os sindicalizados.
 Originária ou inicial: desde o começo da ação já existe
OBS: É possível existir uma ação coletiva e ao mesmo tempo ser litisconsórcio.
um litisconsórcio. Exemplo:  Ulterior ou posterior: Surge durante o andamento do
processo. Obs: Somente irá acontecer se o litisconsórcio
for obrigatório e o autor errou na petição inicial (único
Ministério Público caso), o juiz irá determinar a resolução da petição.
Usuários da Tim
Associação dos usuários da Tim
Por estarem defendendo o direito
dos usuários da Tim, se caracteriza
como uma ação coletiva.
- Quanto à possibilidade do resultado:
 Unitário: apenas uma possibilidade de resultado. Ex: ação
de anulação de casamento.
 Simples: existe a possiblidade de mais de um resultado.
Obs: Se em um caso em que exista a possibilidade de existir mais
de um resultado, mas todas as pessoas obtiveram o mesmo, será
classificado como simples. A análise a ser feita é da possibilidade
de resultados e não do resultado do determinado caso concreto.
É mais corriqueiro, de qualquer sorte, que o litisconsórcio necessário seja
também unitário e que o litisconsórcio facultativo seja também simples
justamente pela unidade da relação de direito material no primeiro caso e a
pluralidade no segundo. Embora excepcionalmente, contudo, há casos em que
o litisconsórcio necessário será simples (como se dá, por exemplo, na “ação
popular”, na “ação de improbidade administrativa” ou quando o pedido de tutela
jurisdicional for de usucapião) e em que o litisconsórcio facultativo será unitário,
que é o que ocorre sempre que houver a possibilidade de atuação de um
legitimado extraordinário ou substituto processual em juízo ao lado do
substituído.
- Atuação dos Litisconsortes:
O art. 117 consagra o que a doutrina usualmente chama de
“princípio da autonomia dos litisconsortes”: “Os litisconsortes
serão considerados, em suas relações com a parte adversa,
como litigantes distintos”.
A ressalva feita pelo dispositivo quando se tratar de litisconsórcio
unitário – “exceto no litisconsórcio unitário, caso em que os atos e
as omissões de um não prejudicarão os outros, mas os poderão
beneficiar”
A regra, contudo, limita-se a mitigar os impactos processuais dos
atos e das omissões dos litisconsortes: eles só podem beneficiar,
não prejudicar os demais. Exemplo: a desistência de um dos
litisconsortes não poderá prejudicar o resultado do processo.
A exceção, se dá somente no litisconsórcio unitário, tendo como
exemplos os Artigos 345 e 1005 do CPC.
Art. 345. A revelia não produz o efeito mencionado no art. 344 se:
I - Havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação;
II - O litígio versar sobre direitos indisponíveis;
III - A petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que
a lei considere indispensável à prova do ato;
IV - As alegações de fato formuladas pelo autor forem
inverossímeis ou estiverem em contradição com prova constante
dos autos.
Art. 1.005. O recurso interposto por um dos litisconsortes a todos
aproveita, salvo se distintos ou opostos os seus interesses.
Parágrafo único. Havendo solidariedade passiva, o recurso
interposto por um devedor aproveitará aos outros quando as
defesas opostas ao credor lhes forem comuns.
• Intervenção de terceiros:
- É a possibilidade excepcional de um terceiro ingressar no
processo alheio guardando essa condição. Segundo o princípio
da excepcionalidade deve haver previsão prevista em lei.
- Nomenclatura do terceiro:
 Forma genérica: “terceiro interveniente”
 Forma específica
- Possibilidades legais de intervenção:
1. Assistência: quando um terceiro ingressa em processo
alheio para auxiliar qualquer uma das partes em
consequência do seu interesse jurídico.
- Nomenclatura: Assistente/ assistido
- Tipos:
 Simples/ adesiva: (Art. 119) Interesse jurídico
indireto. (Ex: sublocação)
  Qualificado/ litisconsorcial: (Art. 124) Interesse
jurídico direto. (Ex: Espólio do falecido: herdeiros)
- Sublocação:
OBS: Para haver um contrato de sublocação, deve primeiro existir
o contrato de locação. Caso esse contrato de locação se extingue
o de sublocação também será extinto.
- Exemplo: Em uma ação de despejo: Locador X Locatário
Nessa situação, o sublocatário não pode participar da ação como
parte, pois não possui legitimidade, mas poderá intervir para dar
assistência ao Locatário. Isso acontece porque caso o locatário
perca a ação de despejo, o sublocatário também será
prejudicado.
2. Denunciação da Lide: é a convocação para o processo,
por qualquer uma das partes, do terceiro contra quem se
tem direito de regresso.
- Nomenclatura: Denunciante/ denunciado.
- Exemplo: Em uma encruzilhada, B bate em A que desvia
de seu caminho e acaba atingindo C. Com isso o motorista
do carro C processa o motorista do carro A para pagar os
prejuízos. No mesmo processo de C, A pode convocar B
para ingressar no processo como terceiro para ressarci o
que A vai pagar para C e ainda irá pagar o dano que
causou ao motorista do carro A.
3. Chamamento ao processo (Art. 130): é a convocação,
sempre pelo réu, do terceiro que é solidariamente obrigado
com ele.
- Nomenclatura: Chamante(fiador)/ Chamado(locatário).
- Ex: Fiador (financiador do locatário, possui uma obrigação
solidaria).
Em uma ação de cobrança: O locador irá ingressar contra
o fiador para cobrar. Nessa situação o fiador irá convocar o
locatário a participar do processo para o ressarci-lo.
4. Desconsideração da personalidade jurídica (Art. 133): é
a possibilidade de um credor convocar para o processo os
sócios de uma empresa, que era ré, para expropriar (tomar
a propriedade) os seus bens particulares em decorrência
deles terem agido de forma fraudulenta ou abusiva,
causando prejuízo.
- Nomenclatura: terceiros intervenientes (genérica).
- Ex: Contrato de prestação de serviços: Advogado X Empresa.
Em uma ação de cobrança, em que a empresa é ré. Na situação
em que os sócios estejam agindo de forma fraudulenta, ou seja,
transferindo os bens das empresas para si, o advogado poderia
pegar os bens dos próprios sócios.
- Desconsideração inversa: Caso o sócio esteja na situação de
réu, e este transfira seus bens para a empresa, poderá o
advogado pegar os bens da empresa.
5. Amicus Curiae (Art. 138): é o ingresso do terceiro, no
processo alheio, que ocorre, espontaneamente ou
mediante convocação, somente em tribunais, quando estão
sendo discutidas teses não exclusivamente jurídicas.
- Significado: amigo da corte.
 - Nomenclatura: Amicus Curiae (apenas para o terceiro).
- Limitação: o tribunal pode limitar a qualidade do amicus
curiae.
Obs: O Amicus curiae pode ser grupos religiosos,
médicos... que contribuam com o tribunal para determinado
assunto.
6. Intervenção especial da união (Lei 9.469/97): é quando a
união, tem interesse puramente econômico, por possuir
capital na pessoa litigante, o que lhe permite intervir, caso
queira, no processo daquela.
- Ex: Caixa econômica (empresa pública): caso alguém
entre em processo contra essa instituição e estiver
correndo risco financeiro, a união pode ajudar.
- Crítica:
 Só permite essa intervenção pela união. Os estados,
municípios, o Distrito federal não são permitidos.
 É provocado exclusivamente por interesse
econômico.
• Principal classificação da intervenção de terceiros:
 Provocada: entrou porque foi convocado.
 Espontânea: Entrou porque quis.
 Mista: Amicus Curiae é a única que se encaixa.
• Consequência da análise:
• Análise da Petição Inicial:
- Atos da formação do processo eletrônico:
1. Protocolização: o ato de dar entrada.
2. Registro: Momento em que o processo ganha uma
“identidade”, um número único que irá identificá-lo.
3. Distribuição: Vai selecionar, dentre os juízes competentes,
aquele que irá julgar a causa. Podendo ser escolhido de
forma:
- Livre (regra): acontece por sorteio.
- Dirigido (Exceção): Em caso de revisão, por exemplo, o
juiz que julgou o caso anteriormente será escolhido para
rever esse mesmo caso. Por esse motivo, alguns
doutrinadores chamam também por dependência.
4. Conclusão: para o juiz iniciar a análise da petição inicial.
5. Análise da petição inicial:
a) Condição da ação: requisitos para que possa ser
exercido o direito de ação. As condições são
divididas em duas:
- Genéricas: Legitimidade e interesse de agir.
- Específicas: possui as condições genéricas mais a
condição do caso especial. Ex: ação rescisória.
b) Pressupostos processuais: requisitos para que se
possa dar início em um processo.
- Positivos: algo que deve estar presente no
processo. Ex: comprovante de pagamento das
custas iniciais (anexo do boleto).
- Negativos: aquilo que não pode acontecer. Ex:
caso haja um acordo, não pode ser feito o contrário
do que o acordo diz.
c) Elementos da petição inicial: Art. 319 do CPC.
d) Mérito: só pode ocorrer em relação ao autor, caso
contrário, iria ferir o princípio do contraditório.
1. Indeferimento parcial da petição inicial ou inépcia da
inicial: quando apenas algumas das pretensões possa ser
acolhida (pedidos cumulados). Nessa hipótese, o processo
terá seguimento, todavia somente em relação aos demais
pedidos não refutados. Nesse passo, como a decisão não
extingue totalmente o processo, será decisão interlocutória
impugnável por meio de agravo de instrumento, se
proferida por juiz singular de primeiro grau. Em outras
 palavras, o juiz singular enxergou falhas na inicial que
poderão ser corrigidas.
- Motivos: ausência de elementos ou pressupostos
positivos.
- Juiz deverá:
a) Determinar a emenda da petição inicial.
b) Apontar quais são os problemas da petição.
- Alternativas para o autor: Dizer que não existe erro (entrar
com recuso) ou corrigir o erro.
2. Indeferimento total da inicial: é uma causa de extinção
do processo. Trata-se, neste caso, de sentença e, por isso,
o recurso adequado para impugnar o ato é o de apelação e
não o de agravo.
- Motivos: Não emenda, carência de ação (falta das
condições da ação) e pressuposto processual negativo.
(são as três possibilidades que levam ao indeferimento
total).
- Juiz deve fazer: dar uma sentença (finalizar o processo).
- Alternativa para o autor:
a) Se conformar com a decisão do juiz.
b) Entrar com um recurso de apelação.
3. Improcedência liminar do pedido material: é a decisão
jurisdicional que julga improcedente o pedido formulado,
sem que haja antes a citação do demandado, mostrando-
se, assim, com eficaz técnica de aceleração da solução da
lide e, portanto, do processo. É decisão de mérito e,
portanto, está sujeita a coisa julgada material.
- Casos: Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o
juiz, independentemente da citação do réu, julgará liminarmente
improcedente o pedido que contrariar: (jurisprudência)
I - Enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior
Tribunal de Justiça;
II - Acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior
Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas
repetitivas ou de assunção de competência;
IV - Enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local.
§ 1º O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido
se verificar, desde logo, a ocorrência de decadência ou de prescrição.
- Juiz deve fazer: sentença definitiva.
4. Deferimento da inicial: quando o juiz analisou a petição e
viu que ela estava pronta para prosseguir.
- Juiz deve decidir:
a) Principais requerimentos:
- Citação do réu.
- Assistência judiciária (justiça gratuita)
b) Principal pedido: Tutela provisória.
• Audiência de conciliação e mediação (após o deferimento da
petição inicial): tem como finalidade obter o acordo entre as
partes.
- Diferença entre conciliação e mediação:
Diferenças: Conciliação Mediação
Juiz (regra) ou o Mediador:
Comando:
Conciliador necessário curso
Núcleos de
Local: Sala de audiência
mediação
Obs: o mediador é preparado para fazer acordos, só podendo ser
mediador quem fizer o curso de mediador.
- Poderes do advogado: Caso o advogado receber uma
procuração que lhe dê poderes, ele poderá ir sozinho na
audiência de conciliação/ mediação.
•Modelo de procuração:
Outorgante: Cliente (a parte do processo).
Outorgado: Advogado.
Poderes: o advogado pode receber poder para recorrer,
receber e dar quitações, para fazer acordo...
STJ RMS 56422: Procurador com poderes para conciliar poderá ir
só.
• Possibilidades de resultado dessas audiências:
- Positiva: caso tenha um acordo (sentença meramente
homologatória). Nesse caso, as partes resolvem a lide, mas só o
juiz poderá proferir uma sentença.
- Negativa: caso não tenha acordo entre as partes
• Requisitos para ocorrência da audiência:
1. Requerimento do autor (postulação) → O autor deve querer um
acordo.
2. Efetividade → O juiz irá analisar se ambas as partes possuem a
possibilidade de realizar um acordo.
3. Disponibilidade: O acordo dever ser relativo a um direito
disponível.
4. Não requerimento do réu → caso o réu não mande uma petição
dizendo que não quer acordo, até 10 dias antes da audiência.
• Observações adicionais:
- Limitação: não existe limite, ou seja, o juiz poderá marcar mais de uma
vez.
Obs: o acordo poderá ser feito a qualquer momento do processo, tanto
no seu início, quando no decorrer do processo, quanto após seu fim.
- O juiz só poderá marcar a audiência, no mínimo, 30 dias após o
deferimento da petição inicial – finalidade: dar tempo de citar o réu para
o processo e intimá-lo para audiência, possibilitando o tempo suficiente
para que ele ache um advogado e decida se ele irá querer ou não essa
audiência.
- A data da citação tem que ser, no mínimo, 20 dias antes da audiência.
- Caso todos os requisitos para acontecer a audiência forem cumpridos,
porém no dia da audiência uma das partes ou as duas partes não
comparecerem, a parte que não compareceu irá receber uma multa
(calculada em cima do valor da causa).
• Citação:
- Comunicação jurídica: são formas de comunicar as pessoas de forma
válida, tanto dentro do processo, quanto fora. Formas:
- Endo processual:
a) Citação
b) Intimação
- Extra processual:
a) Notificação
Obs: essas formas de comunicação jurídica são importantes para
determinar o início da contagem do prazo.
- Tipos de nulidades decorrente:
 Relativa: erros que podem ser corrigidos.
- Qualquer pessoa interessada pode alegar nulidade relativa.
- Tem prazo para ser aplicada.
- Tem efeito Ex Nunc.
- Erro na intimação gera nulidade relativa.
 Absoluta: não pode ser corrigida.
- Qualquer pessoa pode alegar nulidade absoluta.
- Pode ser observado a qualquer momento do processo.
- Tem efeito Ex Tunc.
- Erro na citação gera nulidade absoluta.
- Modalidades de citação:
 Reais: O réu realmente é citado. Existe uma ordem:
a) Meio eletrônico: citado por email (regra), empresas e
fazendo pública (exceção).
b) Carta: Art. 247. A citação será feita por meio eletrônico
ou pelo correio para qualquer comarca do País, exceto:
I - Nas ações de estado, observado o disposto no art.
695, § 3º;
II - Quando o citando for incapaz;
III - Quando o citando for pessoa de direito público;
IV - Quando o citando residir em local não atendido pela
entrega domiciliar de correspondência;
V - Quando o autor, justificadamente, a requerer de outra
forma.
 c) Mandado: Oficial de justiça irá efetivar.
d) Chefe de secretaria: A pessoa procura a justiça e lá é
observado que há uma ação contra ela, o chefe de
secretaria realiza a citação.
 Fictas: O réu é considerado citado (somente se for impossível
fazer a citação real, segunda opção).
a) Por hora certa: O oficial de justiça, após procurar a
pessoa para ser citada, que não obteve êxito, define a
hora e a data de seu retorno para entrar em contato com
a pessoa que deverá ser citada, caso mesmo assim não
obtiver êxito, o réu será dado como citado.
b) Por edital: Será publicado um edital na internet avisando
que tal pessoa está sendo citada.
- Edital.
- Hora certa.
- Mandado: oficial de justiça vai atrás da pessoa.
- Meio eletrônico.
- Petição: o advogado não espera ser intimado, ele mesmo se
dá por intimado, por exemplo, em uma ação de divórcio, o
advogado da outra parte já tem ciência e quer agilizar o
processo. Nesse caso ele formula uma petição informando que
está ciente da sentença e que não entrará com recurso, sendo
essa sentença transitada em julgado imediatamente.

• Intimação: (Art. 269-275, CPC)

• Teoria geral de prazo processual:
- Conceito: é uma notificação dada a todas as partes envolvidas em um - Analisa a distância processual entre dois momentos:
processo quando alguma ação judicial é tomada. A intimação tem
função vital dentro de um litígio, informando, a todos os interessados, o
que está ocorrendo e o que precisa ser feito.
- Formas de intimação:
a) Exclusiva dos advogados:
- Carga dos autos: quando o advogado pega o processo para
1) A quo: Termo inicial.
analisar (processos físicos). O advogado irá se dar por intimado
2) Ad quem: Termo final.
de tudo que tem no processo.
OBS: Os prazos processuais são contados em dias úteis.
- Diário da Justiça eletrônico nacional (DJeN): um único
arquivo para o país todo, que irá mostrar todas as intimações.
- Fundamentos e importância dos prazos processuais:
- WhatsApp: Somente será válido se o advogado quiser e
Foram inventados em Roma, com o objetivo de fazer o processo
estiver previsto em lei. No maranhão só é permitido nos juizados
caminhar. Os prazos são de suma importância dentro do processo,
especiais.
juntamente com os argumentos e as provas.
b) Qualquer pessoa (inclusive para os advogados):
- Audiência: informações que ocorrem na sala de audiência, ou
- Principais classificações dos prazos processuais:
seja, todos que estão presente serão avisados (intimados) na
 Quanto à exigência do cumprimento:
própria audiência (geralmente ocorrem nos órgãos jurisdicionais
- Próprio: são os prazos destinados à prática dos atos
singulares).
processuais pelas partes. Esses, uma vez não observados,
- Sessão: difere da audiência pois ocorre em órgão jurisdicionais
ensejam a perda da faculdade de praticar o ato, incidindo o ônus
colegiados.
respectivo (preclusão temporal). Destinado: Partes e terceiros
- Carta: intimação pelo correio.
intervenientes.
- Chefe de secretaria.
 - Impróprio: aqueles atinentes aos atos praticados pelo juiz que,
em caso de fluência do prazo sem a prática do ato, não geram
quaisquer consequências ao processo. Destinado: Juiz,
Auxiliares do juiz e ao MP sendo fiscal do direito.
 Quanto à medida: (Exemplos)
- Minutos: Durante a audiência de instrução e julgamento, cada
advogado terá 15 minutos para falar, podendo ser acrescido
mais 10 minutos, a critério do juiz.
- Horas: Nas medidas liminares, o juiz determinar que o plano de
saúde tem 48 horas para efetivar a operação.
- Dias: Recurso de apelação, prazo de 15 dias.
- Meses: O juiz determina a investigação da perícia para analisar
a causa da morte de alguém, geralmente determinado em
meses.
- Anos: No processo de execução, eu estou atrás dos bens de
alguém, porém não encontro nenhum no nome dele, pode ser
pedido a suspensão do processo no prazo de um ano (previsto
na lei).
 Quanto à determinação:
- Legal: já vem determinado na lei.
- Judicial: O juiz determinará o prazo, com base na análise de
cada caso.
- Convencional: Quando a lei deixa a critério das partes. Caso
não haja consentimento entre as partes, o juiz que irá
determinar.
• Situações especiais em relação aos prazos processuais:
a) Dobra do prazo: algumas pessoas possuem esse privilégio dos
prazos determinado serem dobrados.
- Defensor Público ou similares: art. 186 – Pela quantidade de
demanda.
1) Defensor dativo: O termo “dativo” é utilizado para
designar defensor (advogado privado) nomeado pelo juiz
para fazer a defesa de um réu em processo criminal ou
de um requerido em processo civil, quando a pessoa não
tem condições de contratar ou constituir um defensor. O
defensor dativo também pode ser denominado defensor
“ad hoc”.
2) Advocacia “Pro Bono”: O objetivo de prestar serviços
jurídicos gratuitamente a pessoas de baixa renda e que,
consequentemente, não possuem meios para arcar com
as despesas de uma demanda judicial.
3) Escritório escola.
- Fazenda Pública: art. 183 – Defesa do patrimônio público.
1) Federal (união)
2) Estadual
3) Distrital
4) Municipal
- Ministério Público: art. 180 – Defesa do interesse público.
1) Pode participar do processo sendo Parte, nesse caso o
prazo é em dobro. Prazo próprio.
2) Pode atuar como Fiscal, será prazo impróprio.
b) Interrupção do prazo: se por algum motivo o prazo for
interrompido, quando ele for retomado, a contagem do prazo irá
recomeçar. Exemplo: Embargos de declaração.
c) Suspensão do prazo: O prazo não irá recomeçar, caso haja
suspensão por algum motivo. Continua correndo do ponto em
que foi suspenso.
d) Devolução do prazo: Caso o prazo não seja cumprido por culpa
de terceiros, nesse caso o advogado poderá pedir a devolução
do prazo do zero.
• Prática do prazo processual:
- Conceito: Prazo é o espaço de tempo existente entre dois termos, o
inicial e o final, em que o ato processual deve ser praticado sob pena de
não poder ser mais produzido. É o que comumente a doutrina identifica
como “preclusão temporal”, isto é, a perda de um direito pelo seu não
exercício em determinado prazo.
- Inovação do CPC 2015:
1. Procurou generalizar os prazos: a grande maioria dos prazos
são de 15 dias.
2. A contagem dos prazos passou a ser somente em dias úteis.
Horário de expediente no PJe: Resolução CNJ nº 185/2013:
Art. 8º O PJe estará disponível 24 (vinte e quatro) horas por dia,
ininterruptamente, ressalvados os períodos de manutenção do sistema.
Parágrafo único. As manutenções programadas do sistema serão
sempre informadas com antecedência e realizadas, preferencialmente,
entre 0h de sábado e 22h de domingo, ou entre 0h e 6h dos demais
dias da semana.
- Dias não úteis:
 Feriado
 Férias forenses - JAN/JUL nos Tribunais Superiores. Onde a
justiça "paralisa" de fato, podendo tão somente ser realizados
atos judiciais urgentes. Atos urgentes são nomeadamente
aqueles que necessitam ser praticados a fim de evitar o
perecimento do direito, conforme preceitua os artigos 300, 301,
303 e 305 do CPC.
 Final de semana
 Ponto facultativo: é um dia em que a jornada de trabalho é
opcional, ou seja, é a própria empresa que decide se haverá
expediente ou não.
 Recesso forense ou férias dos advogados: suspensão de prazos
entre 20 de dezembro e 20 de janeiro. Com isso, os advogados
poderão usufruir de um período de férias sem a preocupação de
cumprir prazos. "A suspensão dos prazos (e não de processos)
não importará na suspensão ou paralisação do serviço forense,
pois juízes, promotores e defensores continuarão a exercer suas
atribuições normalmente, ressalvadas as férias individuais e os
feriados instituídos por lei (art. 187)".
- Art. 220. Suspende-se o curso do prazo processual nos dias
compreendidos entre 20 de dezembro e 20 de janeiro, inclusive.
§ 1º Ressalvadas as férias individuais e os feriados instituídos
por lei, os juízes, os membros do Ministério Público, da
Defensoria Pública, da Advocacia Pública e os auxiliares da
Justiça exercerão suas atribuições durante o período a que se
refere o caput.
§ 2º Durante o prazo a que se refere o caput, não serão
realizadas audiências nem julgamentos por órgão colegiado.
Etapas do cálculo do prazo processual:
 PRIMEIRA: definir o termo a quo, a depender de como foi citado
ou intimado.
 SEGUNDA: definir o termo ad quem, que depende das regras de
contagem.
Termo a quo será:
- audiência: na data da audiência.
- carga dos autos: No dia em que o advogado buscar o processo
físico.
- carta: data da juntada do AR (aviso de recebimento) - a data de
juntada aos autos do aviso de recebimento, quando a citação ou a
intimação for pelo correio.
- chefe de secretaria: a data de ocorrência da citação ou da intimação,
quando ela se der por ato do escrivão ou do chefe de secretaria.
- DJeN: data da publicação (após disponibilização). Só será
considerado publicado no dia útil seguinte (início do prazo “a quo”.
- hora certa: data da juntada do mandado
- mandado: data da juntada do mandado (não é o dia que o oficial de
justiça cita ou intima a pessoa, por causa do princípio da publicidade.
- petição: data do envio
- sessão: data em que corre a sessão
- edital: o dia útil seguinte ao fim da dilação assinada pelo juiz, quando
a citação ou a intimação for por edital.
Art. 257. São requisitos da citação/intimação por edital:
I. a afirmação do autor ou a certidão do oficial informando a presença
das circunstâncias autorizadoras;
II. a publicação do edital na rede mundial de computadores, no sítio do
respectivo tribunal e na plataforma de editais do Conselho Nacional de
Justiça, que deve ser certificada nos autos;
III. a determinação, pelo juiz, do prazo, que variará entre 20 (vinte) e 60
(sessenta) dias, fluindo da data da publicação única ou, havendo mais
de uma, da primeira;
Obs: Prazo de carência.
Obs²: Deverá ser definido os termos a quo e ad quem:
- Do prazo de carência.
- Do prazo processual.
- meio eletrônico: o dia útil seguinte à consulta ao teor da citação ou
da intimação ou ao término do prazo para que a consulta se dê, quando
a citação ou a intimação for eletrônica
Lei 11.419/2006: Art. 5º As intimações serão feitas por meio eletrônico
em portal próprio aos que se cadastrarem na forma do art. 2º desta Lei,
dispensando-se a publicação no órgão oficial, inclusive eletrônico.
§ 1º Considerar-se-á realizada a intimação no dia em que o intimando
efetivar a consulta eletrônica ao teor da intimação, certificando-se nos
autos a sua realização.
§ 2º Na hipótese do § 1º deste artigo, nos casos em que a consulta se
dê em dia não útil, a intimação será considerada como realizada no
primeiro dia útil seguinte.
§ 3º A consulta referida nos §§ 1º e 2º deste artigo deverá ser feita em
até 10 (dez) dias corridos contados da data do envio da intimação, sob
pena de considerar-se a intimação automaticamente realizada na data
do término desse prazo.
- WhatsApp: Portaria conjunta Presidência e CGJ do TJMA nº 11/2017:
Art. 6º Não confirmado o recebimento pelo(a) aderente no prazo
assinalado na presente portaria [art. 3º, IV: 24h], considerar-se-á
realizada a intimação no momento em que o ícone de confirmação de
mensagem entregue e lida for disponibilizado pelo aplicativo.
Contagem de Pazos:
Explicação do professor:
-Minutos: Art. 364. Finda a instrução, o juiz dará a palavra ao advogado
do autor e do réu, bem como ao membro do Ministério Público, se for o
caso de sua intervenção, sucessivamente, pelo prazo de 20 (vinte)
minutos para cada um, prorrogável por 10 (dez) minutos, a critério do
juiz.
- Horas: É só somar a quantidade de horas. Art. 132, § 4° do Código
civil: Os prazos fixados por hora contar-se-ão de minuto a minuto.
OBS: Para os prazos em minutos e horas, a hora é importante para
determinar a hora final. O final do expediente não importa, podendo ser
postergado para depois do seu fim (ex: Tribunal do júri).
- Dias:
1. Excluir o termo A QUO.
2. Começar a contar no primeiro dia útil seguinte ao termo A QUO.
3. Contar somente os dias úteis.
- Meses: Serão somados a quantidade de meses. Deve existir (quando
não existir, deverá ser prorrogado para o primeiro dia útil) e ser um dia
útil.
- Anos: Serão somados a quantidade de anos. Deverá existir e ser útil.
Fundamentação Jurídica:
Contagem de prazos no Novo CPC: (4 ETAPAS)
1) Art. 219: Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou
pelo juiz, computar-se-ão somente os dias úteis.
2) Art. 216: Além dos declarados em lei, são feriados, para efeito
forense, os sábados, os domingos e os dias em que não haja
expediente forense.
3) Art. 231: Salvo disposição em sentido diverso, considera-se dia
do começo do prazo:
I - a data de juntada aos autos do aviso de recebimento, quando
a citação ou a intimação for pelo correio;
II - a data de juntada aos autos do mandado cumprido, quando a
citação ou a intimação for por oficial de justiça;
III - a data de ocorrência da citação ou da intimação, quando ela
se der por ato do escrivão ou do chefe de secretaria;
IV - o dia útil seguinte ao fim da dilação assinada pelo juiz,
quando a citação ou a intimação for por edital;
 V - o dia útil seguinte à consulta ao teor da citação ou da
intimação ou ao término do prazo para que a consulta se dê,
quando a citação ou a intimação for eletrônica;
VI - a data de juntada do comunicado de que trata o art. 232 ou,
não havendo esse, a data de juntada da carta aos autos de
origem devidamente cumprida, quando a citação ou a intimação
se realizar em cumprimento de carta;
VII - a data de publicação, quando a intimação se der pelo Diário
da Justiça impresso ou eletrônico;
VIII - o dia da carga, quando a intimação se der por meio da
retirada dos autos, em carga, do cartório ou da secretaria.
IX - o quinto dia útil seguinte à confirmação, na forma prevista na
mensagem de citação, do recebimento da citação realizada por
meio eletrônico.
4) Art. 224: Salvo disposição em contrário, os prazos serão
contados excluindo o dia do começo e incluindo o dia do
vencimento.
Resposta do Réu
- É a possibilidade do réu rebater a petição inicial.
- Principais possibilidades de resposta do réu:
 Arguição de falsidade documental: tem a finalidade que
determinada prova documental, importante para o deslinde da
causa, juntada pela parte contrária, seja declarada falsa.
 Arguição de impedimento/suspeição do auxiliar do juiz:
tendo em vista que os auxiliares do juiz devem agir de forma
imparcial.
 Arguição de impedimento/suspeição do custos juris: quando
não há a imparcialidade do MP atuando como fiscal.
 Defesa do réu.
 Exceção de impedimento/incompetência/suspeição do juiz:
quando o juiz não agir de forma imparcial ou não for competente
para julgar o caso concreto.
 Impugnação ao requerimento de assistência judiciária:
quando o réu analisa que o autor não possui critérios para
solicitar a assistência judiciária.
 Impugnação ao valor da causa: quando o réu analisa que o
autor colocou um valor da custa inferior ao que deveria ser.
 Reconhecimento da procedência do pedido: reconhece que o
autor tem razão.
 Reconvenção: possui clara natureza jurídica de ação,
possibilitando que o polo passivo de uma demanda, no momento
da apresentação de sua defesa, pleiteia a pretensão em face do
autor da demanda. Assim, dentro do mesmo processo, estariam
presentes duas ações: a ação originária e a ação
reconvencional.
Art. 343. Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção
para manifestar pretensão própria, conexa com a ação principal
ou com o fundamento da defesa.
§ 1º Proposta a reconvenção, o autor será intimado, na pessoa
de seu advogado, para apresentar resposta no prazo de 15
(quinze) dias.
§ 2º A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva
que impeça o exame de seu mérito não obsta ao
prosseguimento do processo quanto à reconvenção.
§ 3º A reconvenção pode ser proposta contra o autor e terceiro.
§ 4º A reconvenção pode ser proposta pelo réu em litisconsórcio
com terceiro.
§ 5º Se o autor for substituto processual, o reconvinte deverá
afirmar ser titular de direito em face do substituído, e a
reconvenção deverá ser proposta em face do autor, também na
qualidade de substituto processual.
§ 6º O réu pode propor reconvenção independentemente de
oferecer contestação.
• Prazos para a resposta do réu:
- Regra: 15 dias.
- Exceção: Prazo dobrado (quando o réu for assistido por Defensor
público ou similares; Fazendo pública; Ministério público).
 a. Endereçamento
b. Qualificação das partes (nomes das partes)
• A escolha do termo A QUO do prazo para o réu: c. Motivação: Será dividida em duas partes:
OBS: Depende da audiência de mediação ou de conciliação: 1. Preliminares: o réu irá apontar as falhas do processo.
Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito,
alegar:
I - inexistência ou nulidade da citação;
II - incompetência absoluta e relativa;
III - incorreção do valor da causa;
IV - inépcia da petição inicial;
V - perempção;
VI - litispendência;
VII - coisa julgada;
VIII - conexão;
IX - incapacidade da parte, defeito de representação ou
falta de autorização;
X - convenção de arbitragem;
XI - ausência de legitimidade ou de interesse processual;
Requisitos da audiência de conciliação e mediação: XII - falta de caução ou de outra prestação que a lei
exige como preliminar;
- Requerimento do autor; direito disponível; Efetividade; e quando não há o XIII - indevida concessão do benefício de gratuidade de
requerimento do réu. justiça.

• Contestação: nome dado a petição de resposta do réu. 2. Mérito: fatos que modificam, impedem ou extinguem o
direito do autor.
Art. 335. O réu poderá oferecer contestação, por petição, no prazo de
15 (quinze) dias, cujo termo inicial será a data: d. Fundamentação jurídica: enquadrar os fatos nas fontes do
direito.
I - da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão de e. Postulação: (exemplos)
conciliação, quando qualquer parte não comparecer ou, comparecendo, - Requerimento de instrução.
não houver autocomposição; - Pedido de improcedência.
II - do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de conciliação f. Valor da causa:
ou de mediação apresentado pelo réu, quando ocorrer a hipótese do - Regra: somente é necessário na petição inicial.
art. 334, § 4º, inciso I; - Exceção: quando houver reconvenção, o réu deverá colocar o
valor das custas.
III - prevista no art. 231, de acordo com o modo como foi feita a citação, g. Encerramento: Data (vigência temporal); Local (vigência
nos demais casos. espacial); e assinatura do advogado do réu.
- Principais anexos.
- Elementos:
  Regra: Os efeitos da revelia não abrangem as questões de
direito, tampouco implicam renúncia a direito ou a automática
• Revelia: falta de contestação por parte do réu em relação à ação procedência do pedido da parte adversa. Acarretam
proposta em face dele. (Ausência de defesa) simplesmente a presunção relativa de veracidade dos fatos
Art. 344. Se o réu não contestar a ação, será considerado revel e alegados pelo autor.
presumir-se-ão verdadeiras as alegações de fato formuladas pelo autor.  Exceção: Se o fato depender de:
a. Documento público essencial (ex: certidão de
Art. 345. A revelia não produz o efeito mencionado no art. 344 se: nascimento)
I - havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação; b. Litisconsórcio unitário: não haverá revelia se um dos réus
II - o litígio versar sobre direitos indisponíveis; fizer a defesa.
III - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento
que a lei considere indispensável à prova do ato;
IV - as alegações de fato formuladas pelo autor forem Providências preliminares
inverossímeis ou estiverem em contradição com prova constante
- Conceito: são as providências tomadas antes do juiz proferir a
dos autos.
sentença.
Art. 346. Os prazos contra o revel que não tenha patrono nos autos
- Momento do processo em que ocorre:
fluirão da data de publicação do ato decisório no órgão oficial.
1. Petição inicial
Parágrafo único. O revel poderá intervir no processo em qualquer fase,
2. Análise da petição inicial
recebendo-o no estado em que se encontrar.
3. Audiência de conciliação e mediação
4. Resposta do réu
5. Providências preliminares
6. Audiência de instrução e julgamento
7. Sentença

- Motivo: Preclusão – Punição processual:

 Temporal: é uma “penalidade” por a parte ter perdido o prazo
processual. Em outras palavras, a preclusão suspende o direito
da parte, caso perca o prazo estipulado pelo juiz ou pela lei.
 Lógica: baseia-se quando uma metodologia é incompatível com
outro que já foi realizado, portanto, é a perda do direito de
exercer um ato em motivo da sua inconformidade com o outro
ato já feito. Este ato evita o risco de algumas medidas irem em
direção contrária a sua própria atividade.
- Principais consequências:
Principais providências preliminares
1) Emenda da inicial: é a segunda possibilidade do autor corrigir a
petição inicial. Ocorre quando o réu aponta os erros da inicial na
contestação.
- Prazo:
 É um prazo judicial, ou seja, o juiz que irá determinar. A
lei estipulou um prazo máximo de 30 dias.
 Não há a possibilidade de dobra de prazos (somente
seria possível a dobra em prazos legais).
  Quando houver omissão do juiz, presume-se que é um
prazo de 5 dias.
2) Réplica: resposta do autor à contestação apresenta pelo réu,
também recebendo o nome de impugnação à contestação.
- Prazo:
 É um prazo legal, ou seja, a lei determina que é 15 dias.
 Há a possibilidade de dobramento do prazo (Defensores
públicos e similares; Fazenda pública; Ministério
Público).
 O termo a quo é definido no momento da intimação.
Art. 350. Se o réu alegar fato impeditivo, modificativo ou
extintivo do direito do autor, este será ouvido no prazo de 15
(quinze) dias, permitindo-lhe o juiz a produção de prova.
3) Tréplica: Após apresentação da réplica pelo autor, percebendo
o réu que novas questões merecem ser discutidas a partir do
afirmada em réplica, caberá a ele se manifestar novamente nos
autos.
- Prazo:
 É um prazo legal: 15 dias.
 Exceção: em caso de dobra.
 Termo a quo é definido no momento da intimação.
 “Fase canina do processo”: o juiz fica permitindo direito
de respostas às partes (não há limite) – petição
inominada.
4) Julgamento conforme o estado do processo: o estado do
processo permite que o juiz dê a sentença nas providências
preliminares.
- Alternativas:
a. Antecipação do julgamento: O juiz apenas antecipa o
julgamento, não resolvendo a lide (sentença terminativa).
b. Julgamento antecipado do mérito: O juiz julga o mérito,
resolvendo logo a lide (sentença definitiva).
5) Saneamento: uma fase de organização do mesmo, na qual o
magistrado resolve questões e toma providências para prepará-
lo para a fase de produção de provas (instrução) necessária
para o julgamento (sentença). O juiz irá:
1. Fixar controvérsias (dizer suas dúvidas)
2. Deferir provas (escolhe qual prova do autor e do réu irão
permanecer para sanar suas dúvidas) – serão usadas na
audiência de instrução.
3. Designar audiência de instrução (definir o dia, a hora e o
local).
- Forma:
 Unilateral: O juiz sozinho faz o saneamento.
 Trilateral: O juiz e as partes fazem o saneamento
(audiência de saneamento). – Princípio da cooperação:
estabelecido no artigo 6º do Código de Processo Civil de
2015, dá margem à interpretação de que a partir de
agora o autor, réu e juiz caminharão de mãos dadas,
rumo a um processo célere, efetivo e capaz de produzir
resultados justos.
- Rol de testemunhas: as partes deverão apresentar quem são
suas testemunhas.
 Prazo judicial (máximo 15 dias após o saneamento).
 Quantidade máxima: 3 por fato e 10 por parte.
 O juiz poderá dispensar outras testemunhas após
escutar uma delas e se sentir convencido.
Teoria geral das provas
Prova: é o ato processual por meio do qual se forma a convicção do juiz
a respeito da ocorrência ou não dos fatos controvertidos que podem
implicar ou não em algum direito.
Obs: Servem para esclarecer as dúvidas do juiz;
Obs²: Fato ≠ Direito: o fato pode ser verdadeiro, porém pode não ter o
direito.
 O que é desnecessário provar:
a) Fatos admitidos: quando a outra parte admite.
b) Fatos inúteis: que não acrescentam nada ao juiz.
c) Fatos notórios: que todos tem o conhecimento dele.
d) Fatos presumidos absolutamente: quando a lei o presume.
Momentos da prova:
- Regra: 3 etapas
1) Requerimento: O autor irá requerer na inicial as provas que ele
quer usar; o réu irá requerer na contestação as provas que ele
quer usar.
2) Deferimento: O juiz irá deferir as provas que achar serem
necessárias para esclarecer os fatos controvertidos, após o
saneamento.
3) Produção: Na audiência de instrução as provas serão
apresentadas/ produzidas.
- Exceção:
1) Produção antecipada de prova: possibilidade de requerer na
inicial que a testemunha seja ouvida de forma imediata, para
que não se perca essa prova.
2) Prova pré-constituída: na definição da doutrina, é a prova
formada e existente fora e antes do processo, ou, ainda, a prova
preparada preventivamente, em vista de possível necessidade
em futuro processo. (Anexos da petição) – Exemplo: contrato de
empréstimo.
Onus probandi (ônus da prova)
- Regra: a obrigação de provar incumbe a quem alega. Por esse motivo
o auto deve provar os fatos constitutivos; e o réu deve provar os fatos
extintivos/ modificativos/ impeditivos.
- Exceção: inversão do ônus da prova. A parte acusada tem que provar
que a outra está mentindo.
- Casos:
a) Circunstâncias: pela circunstância do processo o juiz decide
que ocorra essa inversão do ônus da prova.
Exemplo: em uma ação de alimentos o autor alega que o réu
não está pagando mesmo tendo condição. O juiz observa que o
réu realmente tem condição, nesse caso ele determina que o
ônus da prova deve ser do réu.
b) Convenção: As partes podem combinar a inversão do ônus da
prova.
c) Determinação legal: quando a lei determinar.
Exemplo: código de defesa do consumidor.
d) Presunção relativa: quando a lei presume que é verdade, como
é relativa, cabe a inversão do ônus da prova.
Valoração das provas
- Regra: sistema de convencimento motivado – o juiz pode ser
convencido com base em uma única prova apresentada, ou seja, não
leva em conta a quantidade, mas sim, a qualidade da prova.
- Exceção:
a) Confissão: quando uma parte admite que a outra está falando a
verdade (confessa).
b) Documento público essencial: há determinados fatos que só
se provam com documentos públicos.
Exemplo: certidão de casamento.
- Principal princípio aplicados às provas:
Princípio da aquisição: estabelece que, uma vez entregues as provas
ao tribunal, elas passam a pertencer ao processo e torna-se irrelevante
quem as forneceu.
Prova emprestada
é aquela decorrente da cooperação judiciária, já que pode ser
aproveitada de um processo, judicial ou administrativo, para ser usada
em outro processo judicial.
- Requisito de validade: deve respeitar os princípios processuais.
- Principal classificação das provas:
a) Típicas: estão previstas na legislação processual civil.
 b) Atípicas: estão previstas na legislação processual penal.
Exemplo: acareação; Desconstituição de fatos (estão previstas
na legislação processual penal, porém, podem ser usadas no
processo civil).
Provas Típicas
Ata Notarial
É a elaboração de um documento, no cartório de notas, para a
preservação de determinada situação. Juridicamente falando, caso haja
a necessidade de provar um fato, um acontecimento ou até uma
conversa, a pessoa pode registrar o fato, na ata notarial, e apresentar
num futuro processo judicial, ganhando força e credibilidade, pois se a
pessoa só contasse o fato, e a parte contrária também contasse sua
versão dos fatos, estaríamos diante da situação em que, “uma palavra
estaria contra a outra”, e, ou dependente de testemunhas, para ser
comprovado.
Art. 384. A existência e o modo de existir de algum fato podem ser
atestados ou documentados, a requerimento do interessado, mediante
ata lavrada por tabelião.
Parágrafo único. Dados representados por imagem ou som gravados
em arquivos eletrônicos poderão constar da ata notarial.
Depoimento pessoal
Depoimento pessoal consiste na oitiva da parte, solicitada pela outra
parte ou por determinação do juiz, com a finalidade de esclarecer fatos
relativos à causa, podendo ocorrer em qualquer estado do processo. O
CPC contempla duas modalidades de depoimento pessoal:
 Depoimento: quando o juiz não o determinar de ofício, compete
a cada parte requerer o depoimento pessoal da outra, a fim de
interrogá-la na audiência de instrução e julgamento (art. 343,
caput). A parte será intimada pessoalmente, constando do
mandado que se presumirão confessados os fatos contra ela
alegados, caso não compareça ou, comparecendo, se recuse a
depor (art. 343, § 1º). Se a parte intimada não comparecer, ou
comparecendo, se recusar a depor, o juiz lhe aplicará a pena de
confissão (art. 343, § 2º). A finalidade do depoimento pessoal é
a provocação da confissão.
 Interrogatório: o juiz pode, de ofício, em qualquer estado do
processo, determinar o comparecimento pessoal das partes, a
fim de interrogá-las sobre os fatos da causa (art. 342). O objetivo
do interrogatório é o esclarecimento do juiz (esclarecimento dos
fatos controvertidos). As partes serão interrogadas sucessiva e
separadamente (como regra geral, primeiro o autor, depois o
réu) (arts. 344, parágrafo único, e 413), não sendo permitido, a
quem não depôs, assistir ao interrogatório da outra parte (art.
344, parágrafo único).
Confissão:
conceituada no Art. 348 do CPC ("há confissão, quando a parte admite
a verdade de um fato, contrário ao seu interesse e favorável ao
adversário"), é meio de prova, pois revela ao juiz a verdade de um fato
que tenha sido alegado por uma das partes e, embora contrariando seu
interesse, é admitido pelo confitente.
Principal característica: a irretratabilidade, ou seja, é uma
característica dos atos jurídicos que, por imposição legal ou acordo
entre as partes, não podem ser revogados ou desfeitos.
Exibição de documento ou coisa
constitui um procedimento processual no qual uma das partes da
relação pretende que se exiba em juízo um documento ou coisa que
esteja em poder da parte contrária ou de um terceiro. Existindo dois
desdobramentos:
 Se em poder da outra parte: o juiz irá determinar que a outra
parte exiba o documento. Caso a parte contrária não apresente,
o juiz irá presumir a veracidade do fato.
Art. 396. O juiz pode ordenar que a parte exiba documento ou coisa
que se encontre em seu poder.
Art. 397. O pedido formulado pela parte conterá:
I - a descrição, tão completa quanto possível, do documento ou da
coisa, ou das categorias de documentos ou de coisas buscados;
II - a finalidade da prova, com indicação dos fatos que se relacionam
com o documento ou com a coisa, ou com suas categorias;
III - as circunstâncias em que se funda o requerente para afirmar que o
documento ou a coisa existe, ainda que a referência seja a categoria de
documentos ou de coisas, e se acha em poder da parte contrária.
Art. 398. O requerido dará sua resposta nos 5 (cinco) dias
subsequentes à sua intimação.
Parágrafo único. Se o requerido afirmar que não possui o documento ou
a coisa, o juiz permitirá que o requerente prove, por qualquer meio, que
a declaração não corresponde à verdade.
Art. 399. O juiz não admitirá a recusa se:
I - o requerido tiver obrigação legal de exibir;
II - o requerido tiver aludido ao documento ou à coisa, no processo, com
o intuito de constituir prova;
III - o documento, por seu conteúdo, for comum às partes.
Art. 400. Ao decidir o pedido, o juiz admitirá como verdadeiros os fatos
que, por meio do documento ou da coisa, a parte pretendia provar se:
I - o requerido não efetuar a exibição nem fizer nenhuma declaração no
prazo do art. 398;
II - a recusa for havida por ilegítima.
Parágrafo único. Sendo necessário, o juiz pode adotar medidas
indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias para que o
documento seja exibido.
 Se em poder de um terceiro: o juiz irá determinar que o
terceiro exiba o documento. Caso o terceiro não apresente, irá
ocorrer a busca e apreensão, a mando do juiz.
Art. 401. Quando o documento ou a coisa estiver em poder de terceiro,
o juiz ordenará sua citação para responder no prazo de 15 (quinze)
dias.
Art. 402. Se o terceiro negar a obrigação de exibir ou a posse do
documento ou da coisa, o juiz designará audiência especial, tomando-
lhe o depoimento, bem como o das partes e, se necessário, o de
testemunhas, e em seguida proferirá decisão.
Art. 403. Se o terceiro, sem justo motivo, se recusar a efetuar a
exibição, o juiz ordenar-lhe-á que proceda ao respectivo depósito em
cartório ou em outro lugar designado, no prazo de 5 (cinco) dias,
impondo ao requerente que o ressarça pelas despesas que tiver.
Parágrafo único. Se o terceiro descumprir a ordem, o juiz expedirá
mandado de apreensão, requisitando, se necessário, força policial, sem
prejuízo da responsabilidade por crime de desobediência, pagamento
de multa e outras medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-
rogatórias necessárias para assegurar a efetivação da decisão.
Art. 404. A parte e o terceiro se escusam de exibir, em juízo, o
documento ou a coisa se:
I - concernente a negócios da própria vida da família;
II - sua apresentação puder violar dever de honra;
III - sua publicidade redundar em desonra à parte ou ao terceiro, bem
como a seus parentes consanguíneos ou afins até o terceiro grau, ou
lhes representar perigo de ação penal;
IV - sua exibição acarretar a divulgação de fatos a cujo respeito, por
estado ou profissão, devam guardar segredo;
V - subsistirem outros motivos graves que, segundo o prudente arbítrio
do juiz, justifiquem a recusa da exibição;
VI - houver disposição legal que justifique a recusa da exibição.
Parágrafo único. Se os motivos de que tratam os incisos I a VI do
caput disserem respeito a apenas uma parcela do documento, a parte
ou o terceiro exibirá a outra em cartório, para dela ser extraída cópia
reprográfica, de tudo sendo lavrado auto circunstanciado.
Prova documental
Obtido por meio de documentos (
 Públicos: se dão devida a fé pública conferida aos órgãos e
entidades estatais. Há, no poder público a presunção da
veracidade e legalidade dos atos realizado pelos agentes
públicos. Os documentos necessitam ser feitos por oficial
público competente e observar suas formalidades legais, caso
adverso, terão o valor de documentos particulares.
Art. 407. O documento feito por oficial público incompetente ou sem a
observância das formalidades legais, sendo subscrito pelas partes, tem
a mesma eficácia probatória do documento particular.
 Particulares: os documentos assumem feições de declaração.
Art. 411 considera-se autêntico o documento quando:
I. o tabelião reconhecer a firma do signatário;
II. a autoria estiver identificada por qualquer outro meio legal de
certificação, inclusive eletrônico, nos termos da lei;
III. não houver impugnação de parte contra quem foi produzido
o documento.”
Obs: Reconhecimento de firma significa “reconhecimento de
assinatura”. É um serviço prestado pelo Cartório de Tabelionato de
Notas ou Consulados Brasileiros em que o Tabelião (ou prepostos) ou
Consul confirma que uma assinatura constante num documento é de
determinada pessoa.
Prova Testemunhal
obtida por meio de pessoa natural que, por ter conhecimento próprio,
permita o esclarecimento do fato controvertido. Ou seja, um terceiro
alheio à causa é chamado para depor em juízo e fornecer informações
sobre o caso em discussão.
- Em regra, a testemunha é obrigada a testemunhar. Caso não
compareça, será conduzida para testemunhar. Não existe direito de
silêncio.
- Exceção: não há a obrigação de testemunhar em caso de
autopreservação ou sigilo profissional.
Restrições:
 Por incapacidade: doente mental, menor impúbere e pessoal
com deficiência (somente se sua deficiência afetar o sentido que
falte a ela, por exemplo: ela falar que viu a situação, sendo
cega.)
 Por impedimento: sujeitos do processo, terceiros intervenientes
e vinculados às partes.
 Por suspeição: amigo da parte, inimigo da parte e interessado
economicamente.
Contradita: o momento para contraditar a testemunha é antes de
iniciado o seu depoimento, ou seja, após a testemunha ter sido
qualificada, sob pena de preclusão. O advogado irá dizer, após a
testemunha ser qualificada pelo juiz, que ela não poderá depor por ser
incapaz, impedida ou suspeita.
Espécies de testemunhas:
- Arrolada: que está no rol/ lista apresentada pelas partes.
- Informante: menor impúbere, impedidos e suspeitos. Podem ser
ouidas mas não possuem o compromisso de falar a verdade, por isso
tem o menor peso valorativo.
- Referida: são aquelas mencionadas nas declarações das partes e de
outras testemunhas que tenham conhecimento de fatos relevantes
ainda não totalmente esclarecidos (fatos controvertidos). Possuindo o
compromisso de falar a verdade. O juiz dará um grau de valoração
maior as testemunhas referidas.
Prova Pericial
consiste no meio de prova destinado a solucionar uma controvérsia
técnica no processo. A sua denominação faz referência direta a quem
produz a prova, que é o perito. Ou seja, é quando o fato controvertido
depende da análise de um especialista em outra ciência que não a
jurídica.
Valoração: a opinião do perito (nomeado pelo juiz) terá um grande
peso, contudo, cada parte nomeará um assistente técnico, que irá fazer
críticas tendenciosas à parte que o nomeou. Sendo essas críticas,
levadas também em consideração para a decisão do juiz.
Inspeção Judicial
A inspeção judicial é ato processual que pode se realizar na sede do
juízo ou fora dela, mas desde que dentro da competência territorial do
juiz que irá prolatar a decisão. O horário deve observar a regra do art.
212, CPC/2015, ou seja, a inspeção realizar-se-á em dias úteis, das 6
às 20 horas. A inspeção realizada fora do juízo constitui exceção.
A inspeção ocorrerá quando o juiz tiver motivos de dúvida com
respeito a fato controvertido relativo à decisão da causa e, para eliminar
essa dúvida, deverá examinar (inspecionar) pessoas ou coisas,
sucessivamente à produção de outras provas ou ainda quando, desde
logo, entender que, somente mercê da inspeção judicial, puder
esclarecer.
Audiência de instrução e julgamento
É um ato processual complexo (ou seja, são necessários vários
acontecimentos), solene (quando a lei diz exatamente como devem proceder)
e, em regra, público (respeitando o princípio da publicidade; a exceção é o
segredo de justiça), e que um magistrado convoca qualquer pessoa (podem
ser pessoas físicas, jurídicas e formais, que ficaram obrigadas a comparecer)
para que seja efetuada a sua oitiva (serem ouvidas), visando, principalmente, a
instrução (momento da coleta de provas), tendo como consequência o
julgamento.
Atos da Audiência de Instrução e Julgamento:
• Preparatórios/ Preliminares: atos que ocorrem antes a audiência.
1. Designação: quando o juiz marca a data, a hora e o local que irá
ocorrer a audiência.
2. Intimação: momento em que o juiz irá comunicar as pessoas que irão
participar da audiência.
• Incidentes/ Principais: atos que ocorrem durante a audiência.
1. Pregão: quando o auxiliar presente chama as pessoas que irão
participar da audiência e se encontram fora da sala.
2. Abertura: quando o juiz declara a abertura da audiência.
3. Conciliação: haverá nova tentativa de acordo (a comando do juiz).
4. Instrução: momento da coleta de provas (como: depoimento pessoal;
interrogatório; escutar os peritos...)
5. Debates: momento em que os advogados serão ouvidos.
6. Julgamento: em regra, é o momento em que o juiz irá proferir a
sentença. Contudo, isso é facultado a ele.
7. Encerramento: o juiz declara o encerramento da audiência.
Sentença
Art. 203, § 1º Ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos
especiais, sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com
fundamento nos arts. 485 (extinção do processo sem resolução do mérito) e
487 (extinção do processo com resolução do mérito), põe fim à fase cognitiva
do procedimento comum, bem como extingue a execução.
Obs: A sentença é a única forma de extinguir o processo.
Elementos da sentença
 Identificação: serve para que o processo possua sua identidade (para
facilitar a identificação).
 Relatório: É o capítulo da sentença “que conterá os nomes das partes,
a identificação do caso, com a suma do pedido e da contestação, e o
registro das principais ocorrências havidas no andamento do
processo”. Ou seja, é um resumo do processo.
 Motivação: Aqui, o juiz vai expor as razões pelas quais formou seu
convencimento acerca de como os fatos ocorreram (com base nas
provas e presunções) e de quais consequências jurídicas são
aplicáveis. Este é o capítulo mais extenso da sentença, pois, aqui, é
que se concentram todos os elementos que devem ser levados em
conta (ônus, provas, presunções, alegações das partes, dispositivos
legais etc.). É aqui que devem ser resolvidas as questões (pontos
controvertidos) de fato e de direito, expondo-se os motivos que
orientam a solução correlata.
 Dispositivo: É o capítulo da sentença em que se estabelece o
resultado do julgamento: resolvendo ou não o mérito (arts. 485 ou 487
do CPC). É preciso lembrar aqui que a sentença terá de abordar
também aqueles pedidos implícitos (juros moratórios, correção
monetária, verbas sucumbenciais etc.), independentemente da prévia
provocação das partes.
 Encerramento: se finaliza com o local, a data e a assinatura do juiz.
Espécies de sentença
Sentenças Terminativas
Extinguem o processo, sem resolução do mérito. Ex: indeferimento total da
inicial
• Casos de sentenças terminativas:
 Condições da ação (carência da ação).
 Pressupostos processuais.
 Não citação do litisconsortes necessário.
• Alternativas para o autor:
 Aceitar a extinção sem resolução da lide.
 Recorrer por meio de recurso (princípio do duplo grau de jurisdição).
 Recomeçar o processo:
1. Após baixa: deve ser dado baixa no processo, caso não haja,
o autor não poderá mais recomeçar o mesmo processo, pois
vai gerar litispendência.
2. Emendar: correção do erro que gerou a extinção do processo.
3. Reprotocolar: dar entrada novamente no processo.
Sentenças definitivas
Extinguem o processo, com resolução do mérito. Ex: procedência do pedido
• Casos de sentenças definitivas:
 Exame dos pedidos:
 Procedência do pedido: autor vence.
 Improcedência do pedido: réu vence.
 Parcialmente procedente/ sucumbência recíproca: quando
só um dos pedidos do autor é dado como procedente.
 Declaração de decadência (perda do direito) ou de prescrição
(perda do prazo para exercer o direito de ação).
 Homologação de reconhecimento de procedência do pedido: o réu
reconhece que o autor está certo.
 Homologação da renúncia do direito litigioso: quando o autor
reconhece que está errado.
 Homologação de transação: se houver um acordo, o juiz só irá
homologar.
• Alternativas para o perdedor (autor e/ou réu):
 Aceitar.
 Recorrer por meio de recurso.
• Divisão da sentença definitiva:
 Meramente declaratória: quando o autor quiser somente uma
declaração do judiciário sobre a existência, inexistência ou modo de
ser de uma relação jurídica, ou da veracidade ou falsidade de um
documento.
 Condenatória: (Declaração + condenação) o autor quer que o
judiciário condene o réu a alguma coisa.
 Constitutiva: (Declaração) quando o autor quer que o judiciário crie
uma nova situação jurídica.
 Homologatória: o juiz irá homologar o que foi feito pelas partes.