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© artigo Original Z Adaptagao transcultural para o portugués da escala Adult Self-Report Scale para avaliacao do transtorno de déficit de atencao/hiperatividade (TDAH) em adultos Transcultural adaptation of the Adult Self-Report Scale into portuguese for evaluation of adult attention-deficit/hyperactivity disorder (ADHD) Pavto Martos! Resumo Dantes SecEnaeice? Os critvios mais uilizados para odiagnéstico de transtorno do déicit de atensio/biper Exoisa Sanova’ alividade (TDAH sao aqueles listaos pela quarta edicao do Diagnostic and Slatstical Mazto Louzat ‘Manval DSMAN) da Associa Americana le Peiquitria, bascados em estados de campo com riangas eadolescentes.A Adul Sel-Report Seale (ASRS, verso 1.1) fo desenvolvida Gapnieta Dias’ para adaptar os sintomas listados no DSM-IV para o contexto da vida adulta, O presente ‘Maxcos Romaxo* sudo consis em uma adaplagao transcultural do instrumento original em inglés para ‘uma versio final para uso corrente no Brasil. Os resultados indicaram uma equivaléncia satisfatria entre as versses, tendo sido realizadas alteracSes apés o debriefing, ressaltando ‘a importancia dessa etapa em estudos desta natureza Palavraschave: Transtorno do déficit de atenso/hiperaivdade, questionérios, adaptagao ‘ranscultural,valdagdo, ASRS, ecebido: 10/12/2005 - Aceito: 13/08/2006 {Professor adjunto da Universidade Federal do No Ueamero (UFR), doulr om pxquaiaa oore rador do Grupo de Estudos do Deficit de Alengao (GEDA) do Instituto de Psiquiatna da UFR. 2 Mestrando em psiuitria,médicopesquisador do GEDA do Instituto de Psiquiatria da UFR. ‘3 Doutora em saide mental pscdloge pesquisadora do GEDA do Instituto de Psiquitrie da UFR. 4 Doator em mediciaa pela Universidade de Wursburg, Alemasha, médicoassistente ecoordenador do Projeto Deficit de Atenga e Hiperativdade no aulto @PRODATED) do Instituto de Peiquiata do Hospital dse Clinicas da Faculdade de Medicina da Universidade de Sto Paulo GICFMUSD) ‘5 Médicapesqusadora do GEDA do Instituto de Psiguitia da UFR { Médico do Ambulirio de Deft de Atensdo/tiperatvidade da Unidade de Estudos em Aeoole Bog (UNIAD) ier eel Sto Pas ie. ero para correspondéacia: Dr, Paulo Matte. Rua Paulo Barreto, 91~-22280-10~—Riode Jani, Foor Gi) 209370 Baal palonatr anda ‘Mattos, P; Sogenreich,D, Saboya,E, Louza, M, This document i vai i Be Pas ATE 7 owen Gy studocu umuanassanes vee Bavado por Elaine Nogueira iz0 (elainenoguelaizzo@gmall com) tennsoe tes0se Abstract ‘The criteria listed in the fourth edition of the Diagnostic and Statistical Manual (DSMIV) from the American Psychiatric Asso Giation are the most used ones lor the diagnosis of iteation Deficit. Hyperactivity Disorder (ADHD) being based on field studies with children and adolescents. The Adult SelfReport Scale (ASRS, ver sion 1.1) was developed to adapt those symploms to an adult ile Introdugao Acxisténcia de uma forma adulta do transtorno do défi- cit de atencao/hiperatividade (TDAH) - denominada & 6poca de “tipo residual” — foi oficialmente reconhecida pela Associacao Americana de Psiquiatria em 1980 por casio da publicacio do DSMIM (Diagnostic and Statis- tical Manual, 3° edition; American Psychiatric Associa- tion, 1980). O texto da edigao atual, DSM-IV (American Psychiatric Association, 1994), indica que, em alguns casos, o transtorno persiste até a vida adulta, denotando que a melhora da hiperatividade e da impulsividade ao final da adolescéncia poderia ser parcial, sem remissi0 completa do transtorno, ao contrario do que anterior mente se acreditava (Laufer e Denhoff, 1957) Estudos longitudinais demonstraram que o TDAH persiste na vida adulta em torno de 60% a 70% dos casos (Barkley et al, 2002), sendo as diferencas encontradas nas taxas de remissao mais bem atribuidas as diferentes definicdes de TDAH ao longo do tempo do que ao curso do transtorno ao longo da vida (Biederman etal, 2000) Embora o diagnéstico de TDAH em adultos ainda seja motivo de embates (McCough ¢ Barkley, 2004), consi- derasse que cle possa ser realizado de modo contiavel quando sto utilizados critérios bem definidos,tais como os empregados pelo sistema DSM (Spencer etal, 1994; 1998). Os sintomas listados no DSMAV, entretanto, foram concebidos a partir de estudos de campo com criangas ¢ adolescentes de 7 a 17 anos, tendo-se obtido como pontos de corte para o diagndstico seis entre nove sintomas de desatencao e/ou seis entre nove sintomas de hiperatividade-impulsividade (critério A) (Lahey et dl., 1994). Mesmo nao tendo sido inicialmente preten- dlida para o diagndstico em adultos, iniimeros estudos linicos, farmacolégicos, genéticos e de neuroimagem ulilizaram 0 DSM-Y, adaptando os sintomas ¢ os crite rios ali indicados (Barkley e Gordon, 2002) Uma revisao realizada por um grupo estabeleci- do pela Organizacdo Mundial da Satide (OMS) havia concluido que tanto as escalas disponiveis para uso com adultos como as entrevistas semiestruturadas, incluindo 0 MINFPlus Sheehan ¢f al., 1998), ou nao contemplavam a totalidade dos itens do DSM-IV, ou incluiam perguntas consideradas inadequadas para a DS context, The present study consisted of atranscultural adaptation ofthe original instrument in English into afnal version tobe used in Brazil. Results indicated a satisfactory equivalence between versions, with some modifications being done after debriefing, supporting the importance ofthis step in studies like this. Keysvords: Atetiondefiit/byperactviy disorde, questionnaires, ‘ranscultural adaptation, validation, ASRS. investigacao daqueles (Kessler ef al, 2005a). Os sinto- mas listados no DSM-IV parao diagnéstico de criancas ce adolescentes foram adaptados para adultos na escala Adult Self Report Scale (ASRS, versio 1.1, disponivel em, hitp://nwwhep.med harvard edu/nes/asrs php), cuja calibracao foi realizada durante o National Comorbidity Survey-Replication (Kessler ef al, 2005b), un recente estudo epidemiolégico norte-americano, A escala ASRS possui 18 itens que contemplam 68 sintomas do critério A do DSM-IV modificados para © contexto da vida adulta, uma vez que varios itens dizem respeito a comportamentos préprios da infaincia ou da adolescéncia (por exemplo, “correr ¢ escalat”) Algumas perguntas que enderegavam mais de um. aspecto ow sintoma (double barrel, cm inglés) foram transformadas (por exemplo, “nao seguir instrucdes até o finale deixar suas tarefas sem terminar”). A ASRS oferece cinco opgoes de resposta de freqiiéncia: nunca, raramente, algumas vezes, freqtientemente e muito freqiientemente. Na validacao na populacao estadunidense, para algumas perguntas (itens 3, 4, 5 ¢ 9 da parte A e itens 2,79 daparte B), foi considerada “positiva’ aresposta envolvendo uma freqiiéncia menor (‘algumas vezes") mas para a maioria dos itens sao consideradas positivas apenas as respostas envolvendo as frequéncias “ireqtien- ‘temente” ¢ “muito freqiientemente”. A andlise dos dados obtidos com amostras populacionais e subamostras com ‘TDAH também ofereceram escores calculados de acor- do com cada item, em que zero corresponde a “nunca” € quatro, a “muito freqiientemente”. No estudo de calibracao da ASRS, os autores indicaram que pontuacao total acima de 24 pontos era fortemente sugestiva de TDAH. Nao ha dados até o mo- mento para a populacao brasileira, o que indica cautela em utilizar a pontuacao dos itens ou mesmo considerar respostas “algumas vezes” como positivas até que haja dados disponiveis no Pais. A ASRS foi validada numa populacao adulta dos Estados Unidos no National Co- morbidity Survey-Replication (Kessler et al. 2005a) Ha uma versdo de rastreio Gcreening) consistindo de apenas seis itens da mesma escala (tens 4, 5, 6 © 9 da parte Ae itens 1 ¢ 5 da parte B) a ser empregada em estudos populacionais. No caso do rastreio de seis itens, ‘Matos, P; Segenreich, D; Saboya, E;Louza, M: Dias, G; Romano, M Rev Psa. Clin. 38) 188-194, 2006 Bakxado por Elaine Nogueta izo (elainenogueiraizzo@gmall com) © 6 considerado “suspeito” o individuo com pelo menos quatro itens positives. No caso de utilizagao da versio de B8itens (partes A +B), seguese o mesmo ponto de corte estabelecido no DSMLIV: séo considerados como tendo diagndstico possivel aqueles individuos que apresentam, xno minimo, seis sintomas em pelo menos um dos dominios (desatencao —itens 1 a9 da parte A~e hiperatividade-im- pulsividade—itens 1a9aparte B) ouemambos. Aversio derastreio em portugués foi disponibilizada somente apés ter sido iniciado o presente estucto, em 2004, Nenhum dos autores deste estudo participou do processo de traducao da ‘verso de rastreio, para a qual nao ha dados publicados. ‘Cumpre ressaltar que a ASRS serve para identificar sintomas do critério A, porém, para o diagndstico de ‘TDAH emathiltos,énecessario que outros critérios sejam atendidos: idade precoce de inicio, antes dos 7 anos de idade (critério B), universalidade dos sintomas, isto é, manifestagao em pelo menos dois ambientes diferentes (critério C), comprometimento funcional clinicamente sig- nifcativo (eritério D) e decisao clinica de os sintomas nao serem mais bem atribuidos a outros transtorios (crtério E), em especial transtornos do humor e ansiedade. Estudos comparando o auto-relato de adultos com © relato de informantes tendem a mostrar 0 mesmo rau de discrepancia observado quando se comparam o auto-relato de ctiancas eo relato de pais, com tendéncia a menor ntimero de sintomas nos relatos dos préprios individuos (lensen ef al, 1999; Zucker et al., 2002). Um estudo com amostra ndo-clinica, entretanto, demonstrou concordancia quanto ao nimero ea gravidade dos sinto- mas (Murphy e Schachar, 2000). A entrevista clinica nao pode ser substituida pelo auto-relato, mesmo com o uso da ASRS (Spencer ¢ Adler, 2004; Kessler et al, 2005) Em varias dreas da medicina em nosso meio, in cluindo a psiquiatria Gorge, 1998), tem-se optado pela traducao ¢ adaptacao transcultural de questionétios ¢ escalas jé existentes, uma vez que tal procedimento € mais prético e operacional que a concepeao de wm instrumento novo, além de permitir a comparacao entre paises distintos (Massoubre e Lang, 2002; Hunt ef al, 1991), Entretanto, confusdes terminologicas freqiientes ce pobreza de sistematizacao das adaptacoes transcultu- rais tém sido apontadas na literatura como deficiéncias que podem comprometer a qualidade das informagoes colhidas, em especial nos estudos epidemioligicos (Herdman ef al., 1998; Reichenheim et al., 2000). Objetivo Realizacto da adaptagao transcultural da escala ASRS-18 (LD) pela avaliagao do instrumento original e de suas vversées parao portugués, propondo uma versio final em. lingua portuguesa para uso corrente no Brasil Método Utilizaramse as diretrizes gerais do método proposto por Herdman et al, (1998), Foram realizadas cinco eta- pas consecutivas: 1) traducao do instrumento original; 2) retrotraducao; 3) apreciacao formal de equivaléncia; 4) debriefing com amostra de conveniéncia; e 5) critica final por especialistas na ares Actapa 1 consistiu em duas tradugdes do instru- mento original em inglés para o portugués realizadas de forma independente: a primeira delas (T1) por um profissional formado em letras ¢ com especializag fem inglés, e a segunda (T2) por wm psiquiatra com experiéncia na area e fluente no idioma inglés, capaz de identificar o conceito que sustenta cada um dos itens no instrumento original, Nesta etapa, respeitowse a eguiva- léncia operacional, que objetiva manter caracteristicas originais, aufetindo maior confiabilidade e validade do instrumento, mantendo o mesmo nimero de itens (18), o mesmo enunciado e as mesmas cinco opgdes de respostas de freqtiéncia Actapa 2 consistiu nas retrotraducdes de Tl e T2 para o inglés, respectivamente, por outro profissional formado em letras e com especializagao em inglés (R1) ce um psiquiatra com experiéncia na rea e fluente no idioma inglés (R2). As retrotraducdes ocorreram de modo independente, além de cegas com relacao a0 perfil dos profissionais da primeira etapa. ‘A-etapa 3 consistit na apreciacao formal de equivaléncia semantica com profissionais com 0 mesmo perfil das etapas 1 ¢ 2. Para o julgamento da equivaléncia seméntica, avaliaram-se 08 significados geral e referencial dos termos e das expressies de cada un dos 18 itens que compoem a escala (erdman et al,, 1998; Reichenheim et al, 2000). Os significados referenciais dizem respeito 4 correspondéncia literal centre as palavras no instrumento original e as retrotra: dugoes. Os significado gerais representam as idéias (Conceitos) a que uma tinica palavra ou um conjunto de palavras aludem, levando em conta aspectos mais sutis que a correspondéncia literal, Assim, na equiv Iencia seméntica, leva-se em consideracao nao apenas significado das palavras entre dois idiomas diferentes, como também se procura atingir o mesmo efeito que os itens (perguntas) tém em culturas distintas, Para cada item, foi utilizado um formulério no qual os pares de traducdes ¢ retrotradugies (T1-R1) e (T2-R2) eram apresentados e os profissionaisjulgavam a equivaléncia entre pares em quatro niveis: inalterado, pouco altera- do, muito alterado ¢ completamente alterado. Apés @ avaliag20 ea discussao em conjunto, procedeu-se a uma versio-sintese com base no julgamento de cada um_ dos itens, Dois dos autores que nao participaram das etapas anteriores (MRe ML), de duas instituigoes unk versitérias distintas, com ampla experiéncia na avaliacao de TDA em adultos, receberam esta versao-sintese e forneceram comentrios e criticas com base em sua cexperiéncia. Uma nova versao-sintese foi entao prepa: rada contemplando essas contribuigdes apés discussa0 com todos os envolvidos. ‘Mattos, P; Segenreich, D; Setoya, E; Louzd, M, Dias, G Romane, M, ‘his documents able reef charge on 6 studocu ov Pig Clin. 38, 188-194, 2006 Bavado por Elaine Nogueira iz0 (elainenoguelaizzo@gmall com) Acctapa 4 consistiu na aplicacao da versio: tese em uma amostra de conveniéncia composta de 20 adultos portadores de TDAH diagnosticados segundo 03 critérios do DSMAV e 10 adultos controles nao-pareados de ambos os sexos no Grupo de Estudos do Deficit de Atencao (GEDA) do Instituto de Psiquiatria da Univer- sidade Federal do Rio de Janeiro (UFR)). Nesta etapa, solictava-se ao entrevistado que desse umm exemplo da vida disria correspondente ao item que acabara de res ponder; o entrevistador, entao, julgava a compreens: com base na pertinéncia do exemplo, registrando seus comentarios para cada um dos itens A etapa 5 consistiu na coleta dos comentérios dos aplicadores das versdes-sinteses ¢ na andlise pelos mesmos profissionais da etapa 3. A partir da discussio dos itens que apresentaram problemas de entendimento pela populacio avaliada, procedeusse versio final Exemplos de itens da ASRS e resultados nas etapas de Resultados Atabela 1 exemplifica os resultados das etapas 1, 2¢ 3 para quatro questées da ASRS, As duas retrotradugdes do instrumento obtiveram boas medidas de equiva- lencia de significado referencial e geral em relagao a0 instrumento original. No primeiro caso, a concordancia entre os pares variou de 80% a 100% para os 18 itens; no segundo caso, a concordancia variou entre 60% e 95%. Nenhutn item foi avaliado como completamente aterado © apenas um item foi avaliado como “muito alterado” (que inclufa 0 vocabulo “tarefa’) Na etapa 3, em algumas perguntas, decidit-se por uma terceira alternativa, com pequenas modificacdes, sem alterar o sentido pretendido, Na totalidade dos casos, a opcao consistix na escolha de palavras que p- dessem ser compreendidas por individuos numa faixa amplade escolaridade (aspecto para o qual os tradutores radupdo [TT e 12), retrotradugao (RI @ R2}e versdo-sintese. 1 Rt nm R2 Sintese Tom aue ‘requéncia voce comete erros por escuido, quando How often do you make careless mistakes when you have to work on a How frequendy do ‘you make mistakes due to lack of attention when you Comaue frequéncia vocé ccomete erros or desatengao How often do you make slips because of lack of attention when you have to Comaque frequ@ncia voce fazerros por faa de atengde quando boring orditficu’ | voe@ tem que work on aduller | quendovoeé tem | workeon a boring or | esta trabathando project? trabalhar num ditfcultproject? | detrabaharem um | difficult project? | num projeto ehato projeto dict ou projate chato ou ouditici? enfadonho? siti? How often do you | Com que How frequendy do | Comque How often do you | Com que have ditficuky concentrating on ‘what people say to frequéncia voce tom dificuldade em se concentrar you find it ditfieut to concentrate on what people tell frequéncia vocd com dificuldade ‘am se eoncentrar find i itfcut to concentrate on what people are frequéncia voce tom dificuldade para se concentrar you, no que as pessoas | you,evenwhen | na que as pessoas | saying to you, even | no que as pessoas evenwhenthey | estéohe dizendo, | theyare speaking | Ihe dizem, mesmo} when they are dizer, mesmo are speaking to you | mesmo quando elas | diectyta you? ‘| quando elas speaking directly | quando elas directly? estéo se dirgindo estio falando toyou? estao falando dirotamente a diretamenta com diretamente com How often are Com aue How frequendy are | Com que How otten do you | Com que youdistracted by | freqiéncia voeé | youdistracted by | trequéncia voce | getdistractedby | frequéncia voce activity or noise | sedistraidevide | activity ornoises | se distrai om activities ornoise | se distrai com around you? a atividades ou | around you? atividades ou going on around | atividades ou vides a0 seu baruhosasua | you? barulhas a sua redor? volta? volta? How often do you | Com que How frequendy do | Comque How often do Com que have ditficuky unwinding and relaxing when ‘you have time to yoursel?? ‘requéncia voce tom dificuldade em relaxar quando voe@ tem um tempo para simesmo? you find it dificult to.calm down and relax when you have free time for yourself? frequéncia vocé ‘om dificuldades ‘am ficar sossegado ¢ relaxado quando voeé tem tempo pra you have trouble winding down and relaxing when you have some tim yourself? frequéncia voce tom dificuldade para sassegar @ relaxar quando vvocé tem tempo live para voc8? ‘Matos, P; Segenreich, D; Saboya, E;Louza, M: Dias, G; Romano, M Rev Psa. Clin. 38) 188-194, 2006 Bakxado por Elaine Nogueira iz0 (elainenogueiaizzo@gmall com © nao foram orientados inicialmente). Assim, as palavras “compelido”, “cometer” e “enfadonha” foram substitu das pelos seus equivalentes considerados de maior uso na comunicacao oral coloquial. Além disso, foi procurada uma correspondéncia entre de percepcao e de impacto dos diferentes vocabulos (Herdman ef al, 1998). Um tinico item foi considerado como “muito alte- rado” quanto & equivalncia geral, aquele que incluia a palavra “tarefa”. Embora seja atraducao correta de “task”, ela nao ¢ regularmente empregada em nosso meio ¢ presenta grande potencial de nao ser compreendida, De fato, o termo “trabalho”, opcao discutida ¢ selecionada pelos profissionais na etapa 3, foi utilizado com boa com- preensio pelos individuos entrevistados na etapa 5. ‘As etapas 4 e 5 trouxeram contribuiigoes para a melhor percepcao das dificuldades de aplicacao da scala, mas apenas em um item as alteragoes foram in- corporadas na versao final, conforme indicado a seguir. Identificou-se que a expressio “falar demais” pode ter © significado de “falar além da conta’, e, embora diga respeito a um aspecto do TDAH (impulsividade), nao €0 sentido pretendido no instrumento original (“falar em excesso”, item constante do médulo de hiperativi dade); entretanto, mesmo no original em inglés, essas possibilidades de entendimento existem, ea opcao “falar muito” foi descartada devido a discrepincia do original em lingua inglesa (‘too much’) Acexpressio “dificuldade para finalizar 0s iltimos detalhes de um projeto depois de jé ter feito as partes mais desafiadoras” nao era compreendida por um ne mero significativo de individuos entrevistados, aspecto identificado pelos exemplos que forneciam apés suas respostas 20s entrevistadores. Optou-se por transform 1o em “deixar um projeto pela metade depois de ter feito as partes mais dificeis’, sendo esta a tinica alteracdo proposta pela etapa 4 (debriefing com pacientes adultos ce controles). A versao final da ASRS ¢ apresentada na tabela 2 Tabela 2. ASRS 18 tens (versio 1.1)—versao final em portugues. orto responds o pergurtas aba se vaindo de acarda com as crits do lade dso da pigins. Ande wlele] ¢ responder cada uma da gerguras, ctule nimero qu crresponde a cono voce se seniueseconporou | | | £| E| oé nos inns sis meses, Por fava, est questionirio completo so raison de side prague voce S]5|2]2|22 ossam daeutirns cons d oi 2/2] 2/72 ce i a|é 1-Com que requnen wed comet es por fa de atengiequandowen de rabaharnumprojochatowuewen | 0] 1 [2] 2 | a 2 concur retimateidepuemimrsumgtogundeentienioumvastecmons Ty 14 Ta | a | 4 4. Comaquereqidnia vcd em diculdade para oe corcervarna que as pessos dem, meu quando eas esti falanda dirtamentecomyecd? oft fated a 4 Gam quereqlécia voc de um projet pla metadedepeis de tr feito x partes mas desi? ofifete[= 5.om qu Fence woe tem ifeulade pata fazer um aban que exon oranizagso? of f@tefa 4. Ovando voed previa faz alge ave exige mul eoneeniragio, com ave aaiéneinvaréevia ovadwoneat? | 01 | 2 3 | 4 7. Com que reqléncia voc caloca as casas fre do lugar cuter de difieuldade de encontrar as caisas em ass ouna treba? 1, Com que Fequéneie vocd se daira com svdades ou Barth se ola? ofifels f= 8. Com que reqléncia voc tem ficuldae pare lembrar de compromissos ov obigngbes? of:fets [= PARTE A~ TOTAL 1. Com que feqiénci voce fica se mexendo ne cadre oublangando es mos ov os pés quando precise car | sentad a por muita temp? 2G au fei ck ela du caden em mee ave resus rdw er olilale la 3, Com que requéncia voc8 se sent ingueto a ov agtado al? ofifz[e [= “Com que Fequénea voc tem dfculade para sossegarerelaxar quando tem tempo ive para voce? oftlel[s |= 5 Gon naga sea odo oneertenta arcs em wwoarn“eoman Ty Ty Ta Ty | 5. Com que hequéneia vocd se pege Toland dems em skuapées soins? ofifets|a 7 Quando voe® ests conversando, com que reqUénea voct se pega terminando as frases daspessoas ncesdehs? [0 | + | 2 | 3 | 4 18. Com que requéncia voce tom dfculdae para esperar nas stages onde cada um tem a sua vez? ofvlel[s |= 8. Com que requénca voce intrrampe os ouvos quando eles esto ocupades? oftl2[:]= PARTE @— TOTAL Hatios Py Segonraioh Dz Soboy, Fy Lov, My Dies, Romane, M ‘Wis document oalabl fe of charge on 6 studocu Bakxado por Elaine Nogueira iz0 (elainenogueiaizzo@gmall com ov Pig Clin. 38, 188-194, 2006 Discussao A necessidade de instrumental para o diagnéstico de ‘TDALH em adultos em nosso meio & grande, uma vez que inexistem escalas ou questionérios adaptados para o portugués. A entrevista estruturada MINE-PIus (Sheehan et al, 1998), por exemplo, posstti versdo em portugués e ¢ utilizada de forma rotineira em pesquisa no Brasil, porém, nao contempla os itens do DSM-IV em sua (otalidade e nao permite que o entrevistador aprofunde as questoes com o paciente. A traducao e a adaptagao transcultural de i mentos diagndsticos ou escalas de avaliacao deve seguir o paradigma “emic-tic” (Gorge 1998). 0 vértice “emic™ (termo retirado da palavra phonemic) diz respeito a.um olhar do fendmeno a partir do préprio contexto ou da cultura em que ele ocorre; j& 0 vértice “etic” (termo obtido a partir da palavra phonetic) diz respeito a uma generalizacao do fendmeno obser vado para comparacao em diferentes culturas. Dentro dessa perspectiva, a tradugao de uma escala requer cuidados lingtisticos, uma vez que termos podem ter diferentes abrangéncias ce especilicidades inerentes a cada idioma. Além disso, a validacao semantica é necessaria para a certificacao de que o instrumento é compreensivel atodos os membros da populagao & qual se destina (Pasquali, 1998) A presente adaptacao constatou um nivel bastante satisfatorio de equivaléncia semantica entre a versao em BS portugués ¢ o original em inglés. Entretanto, na etapa de debriefing com adultos, identificow-se dificuldade com um item que fora considerado como equivalente anteriormente, indicando a necessidade dessa etapa em estudos de adaptagao transcultural, Também foi dada énfase A selecao de vocabulos que fossem mais pronta e facilmente compreendidos por individuos pertencentes a classes socioeconémicas mais baixas. Evitaram-se também vocabulos utilizados apenas regionalmente, sendo procurados aqueles que tivessem uma abran- éncia nacional, uso de uma sistematica mais detalhada para a traducao ea adaptacdo transcultural da escala (Herdman et al., 1998) foi fundamental para que fossem local zadas as dificuldades de sua equivaléncia seméntica, mostrando-se um método mais adequado que a simples traducao-retrotraducao do instrumento. Cumpre ressaltar que nao hé dados dispontveis até © momento que permitam estabelecer pontos de corte para suspeicao do diagnéstico de TDAH em adultos uti lizando-se a ASRS, a semelhanca do que ié foi proposto para a poptlardo norte-americana. Meso os autores da versio original em inglés sugerem cautela na inter pretagao da pontuarao obtida (Kessler ef al., 2005b). 0 presente estudo consiste numa etapa inicial importante para posterior aplicacao e avaliacao do instrumento em amostras epidemioligicas brasileiras, o que deve ser fortemente estimulado. 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