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Teatro na escola

Por Chico de Assis*

Prefácio aos mestres professores

Na minha vida no teatro eu tenho visto de como crianças e


adolescentes encontram na prática das artes cênicas nas
escolas, um caminho interessante , do ponto de vista
pedagógico , na prática das artes cênicas na escola . Está
claro que isso tudo faz muito bem ao mestre professor , que
encontra um recurso a mais no seu mister.

O teatro como auxiliar pedagógico é pratica mundial. Penso


que , na ação cênica , o aluno se torna sujeito da aula e
vive de maneira integral o vínculo social de seu grupo de
maneira integral .

Quanto ao aprendizado, o aluno na prática de artes


cênicas , o aluno tem um campo aberto p a ra suas emoções e
a sua intuição. Isso quer dizer desenvolvimento da
criatividade. Neste Nesse estado criativo o conhecimento se
torna mais imediatamente conectado relacionado a à vida
cotidiana.

Tenho visto crianças se desenvolverem rapidamente , na sua


convivência com o grupo , fazendo teatro. Às vezes pode ser
um caminho que se abre para os tímidos. Outras vezes , um
caminho fácil para a liberação dos extrovertidos no sentido
de desenvolverem sua introspecção.

O caminho ético surge de forma natural e instantânea na


cena em ação.

É claro que tudo o que eu digo sobre o teatro , serve para


todas as idades, mas serve principalmente aos jovens e às
crianças porque , além de tudo , estão em formação
acelerada e devem ter o conhecimento de si mesmo s e de
começar a ter o sentimento do mundo.

O teatro desde logo abre as perspectivas de um entendimento


do mundo como um todo e das pessoas como iguais. O teatro
caminha sempre contra os preconceitos.

Tudo o que é feito no teatro tem sempre um objetivo humano.


O fenômeno humano, com suas adequações e inadequações ao
meio social, prevalece nas artes cênicas. É o homem que se
torna intermediário do homem em todos os termos. A cena
estabelece um elo vital entre aqueles que a fazem e os que
o a assistem , um elo vital .
O que é o teatro?

Teatro é qualquer tipo de expressão humana posta num palco


para uma platéia. O conceito de palco tem mudado pelos
tempos: o palco pode estar no lugar clássico, à frente da
platéia, ou a platéia pode rodear o palco, como no teatro
de arena. Às vezes, a platéia é ocupada pelos atores que se
misturam ao público. Tudo é possível na experiência
teatral.

O teatro é o lugar de reunião de todas as artes. A poesia,


a literatura, a pintura, a escultura, a dança, o canto, a
arquitetura, a arte da moda, a arte da luz e tantas outras
mais artes podem estar no palco. Há também a s multimídia s
, que traz em o vídeo e o cinema para o palco em harmonia
com a representação ao vivo. O ator em cena, ao vivo, em
ação, é a essência do teatro. Mas os atores podem estar
atrás de bonecos ou qualquer outro meio de intermediação da
cena.

O teatro ocidental nasceu na Grécia, por volta do século 5


antes de Cristo. A tragédia e a comédia gregas foram o
início de tudo a que assistimos hoje em dia na nossa
tradição.

Um espetáculo de teatro normal tem um texto dramatúrgico


como base. Um diretor ensaia e prepara os atores para
viverem seus personagens. Um cenógrafo estabelece o especo
espaço cênico. Um figurinista desenha as roupas. Um
iluminador cria o ambiente de luz. Um contra-regra se
encarrega dos objetos de cena.

Uma pessoa muito importante no teatro é o produtor. A ele


cabe estabelecer a organização e calcular os custos.
Começando uma montagem

Montando uma peça

Para começar, o grupo precisa encontrar uma peça. Pode ser


uma peça já pronta, de algum autor que seja da preferência
do grupo.

Se o grupo tem dramaturgos, eles podem escrever uma a peça,


de acordo com os atores do grupo, considerando as idades,
tipos físicos, sexo, etc.

A escolha da peça deve bater com o nível do grupo. Grupos


novos devem fazer peças simples. Uma peça simples é aquela
que todos do grupo entendem perfeitamente.
Havendo a necessidade de explicações, o grupo pode convidar
professores para falar sobre o autor, a época, a história e
até mesmo sobre a dinâmica psicológica dos personagens.

O diretor da peça deverá escolher o elenco. Isso pode ser


feito por testes, dando chance a todos de se provarem nos
papéis.

Escolhido o elenco, o grupo deve ler a peça em conjunto e


discutir seu conteúdo.

Toda peça tem uma idéia central, que é aquela que revela a
opinião do autor sobre o mundo. Essa idéia deve ser
procurada no princípio. O protagonista de uma peça, ou
seja, aquele que faz o papel principal, pode ser achado com
facilidade. O protagonista é o personagem que muda mais de
qualidade. O antagonista é o personagem que representa a
força de obstáculo ao protagonista.

O elenco de uma peça é dividido entre dois times, o time


dos escudeiros do protagonista e o time dos escudeiros do
antagonista.

Além desses, temos personagens que representam o valor que


é buscado pelo protagonista ou pelo personagem que faz o
julgamento dos valores.

Drama é conflito. Drama é uma vontade que encontra um


obstáculo. Portanto , essa ação deve ser buscada
intensamente no teatro dito dramático, aristotélico.

Existe o épico dramático e o épico de Bertolt Brecht, que


tem outro dimensionamento.

Em Brecht, a narrativa fabular substituiu o drama. Sobre


fábulas, é importante encená-las como exercício para
Brecht.

Os ensaios

Os ensaios de amadores têm sempre duas finalidades que


devem ser procuradas. Uma delas é a preparação do ator.
Essa prática não é necessariamente ligada à peça que esteja
sendo montada. Um ator deve se preparar para qualquer tipo
de atuação. Nessa preparação temos os seguintes trabalhos:

a) Trabalho de corpo
Exercícios de relaxamento, aquecimento, dança, ginástica
para cena, alongamento s , etc.

b) Trabalho de voz
Exercícios de impostação, dicção, articulação, projeção
vocal, etc.

c) Trabalho cultural
História do teatro, leitura de textos, etc.

Quanto ao trabalho nos ensaios de uma peça determinada, um


fluxograma pode mostrar uma linha fácil de seguir:

a) Leitura do texto pelos atores. Neste modo o importante é


buscar a lógica do texto. O que cada palavra significa, a
coerência do sintagma. Nesta leitura não é bom que se
busque uma interpretação dramática. É apenas entendimento
do texto.

b) Laboratórios de busca do personagem feitos a partir da


situação das cenas. Este trabalho pode ser orientado pelo
método de Stanislavski, que trataremos adiante em separado.
O importante é colocar os atores com seus personagens em
situações não previstas no texto mais ligadas à peça.

c) Picadeiro. Ou seja, repetição de uma mesma cena muitas


vezes em seqüência de trabalho. O trabalho de picadeiro é a
base de qualquer preparação de uma peça. É preciso repetir
muito. Quando os atores começam a se cansar, este é o
melhor momento, porque aí suas resistências ao personagem
se desfazem.

d) Troca de papéis. Isso faz com que um ator entenda melhor


o que o outro está fazendo. Essas trocas devem ser feitas
sempre para estabelecer uma consciência maior do ator
diante do outro personagem com o qual contracena.

e) Fazer a cena sem texto. Não é para fazer em expressão


mímica, mas sentir a cena sem falar o texto.

f) Ensaios gerais com a peça feita de começo a fim. Dois


tipos de ensaio geral podem ser feitos. Um deles é o ensaio
dos atores em todas as cenas, do princípio ao fim, porém
sem ainda terem as roupas, a luz, etc. O ensaio geral mais
importante é o que trabalha com tudo o que a peça vai ter
no dia da estréia.

g) Peça pronta. Estréia. A estréia de uma peça é sempre um


momento de grande emoção. É bom fazer um exercício de
relaxamento antes. Mas, dez minutos antes da peça ir a
cena, o bom é um exercício de aquecimento.

h) Reunião do grupo para comentar e criticar o espetáculo


de estréia em acordo com a reação do público. Este momento
é o mais precioso de uma montagem. O espetáculo foi provado
e o grupo deve conversar sobre a experiência.

i) Ensaio de correção em acordo com o resultado da reunião.


Um espetáculo não deixa de ser reparado ao correr de sua
carreira. Sempre há o que corrigir.

j) Quebrando o automatismo do espetáculo. Depois de um


tempo de apresentações, o espetáculo tem a tendência de se
automatizar. Para controlar isso, o melhor é fazer um
ensaio com uma variante básica. Por exemplo, fazer a peça
normalmente, mas com todos os atores usando narizes de
palhaço. Isso faz com que sintam a peça novamente e os
enrijecimentos se desfaçam.
Adenda

A fábula

Preparação para o entendimento do teatro de Bertolt Brecht

Além do teatro-drama, nós temos o teatro dialético de


Bertolt Brecht, o autor alemão do século passado que mudou
a história do teatro. As peças de Brecht não são
dramáticas. Brecht achava que o teatro dramático envolve o
público com ilusões e que o objetivo do teatro de sua época
era divertir o público mostrando a ele em que mundo está. O
teatro de Brecht é essencialmente ético e dá ao espectador
uma abertura para refletir e se posicionar diante da
realidade.

A base do teatro de Brecht é a estrutura da fábula . Os


personagens são como a cigarra e a formiga da fábula de La
Fontaine. Existem para mostrar alguma coisa que se quer
dizer e portanto são personagens redutivos. Reduzem forças
sociais, disposições de ânimo, profissões e coisas assim.

Brecht conta suas fábulas usando a narrativa literária.


Isso quer dizer que seus personagens vivem uma situação
real de sua época.

Brecht não quer que a emoção se acumule em suas peças. No


drama, a emoção de uma cena é carreada para outra e se
acumula para a cena de crise no final. Em Brecht, as
emoções não devem ser empilhadas pois isso não deixaria o
público consciente para a sua reflexão. Brecht não coloca
em cena nada que seja supérfluo ao entendimento da fábula.
Então, cada vez que usa coisas comuns, deve fazer com que
as pessoas estranhem aquela coisa e a vejam como se fosse a
primeira vez na vida.
Brecht não quer que seu público esqueça que está num
teatro. Ao que assiste é apenas uma encenação. Portanto ,
ele mantém o público afastado do que está acontecendo em
cena. No drama, a linha do palco deve ser vencida e a
platéia se une ao espetáculo com emoção. Em Brecht, o
espetáculo fica no palco e a platéia na platéia. No
espetáculo de Brecht tudo deve ser feitos às claras. Ele
mandava que a platéia não ficasse na escuridão total para
que os espectadores pudessem se ver uns aos outros durante
o espetáculo.

O método de Stanislavski

Constantin Stanislavski, diretor do Teatro de Arte de


Moscou no século passado, deu ao mundo teatral um método de
interpretação de personagens que é usado universalmente
ainda hoje e sem dúvida o será amanhã.

A base do método de Stanislavski é a emoção específica do


personagem. O ator deve buscar, por todos os meios, sentir
as ações como o personagem sente. Para isso, o importante é
saber tudo sobre o personagem. Isso inclui como o autor vê
o mundo. Inclui o comportamento íntimo do personagem.
Aquilo que não se vê na cena, mas faz parte do que o
personagem representa.

O ator usa sua própria emoção na busca da emoção do


personagem. Há um momento em que o ator sente alguma coisa
que nunca sentiu e que não faz parte do seu arcabouço
emocional. É a emoção específica do personagem que aparece.
Aí, como seguindo se seguisse um fio de Ariadne, o ator vai
chegando cada vez mais perto do personagem

Stanislavski usava vários exercícios para chegar ao que


queria. Para fazer a peça Ralé , de Máximo Gorky, ele levou
seu elenco para os aos baixos das pontes para conviver com
os miseráveis e observar seu comportamento.

No final de sua vida, Constantin chegou a um método mais


rápido de ensaio. Chamou esse método de ação direta. Era o
contrário do anterior. Em primeiro lugar, colocava o ator
diretamente agindo a crise de seu personagem. E fazia com
que a emoção do momento fosse conduzida para a emoção
específica do personagem. Esse método foi revelado a Stella
Adler, uma americana que fazia parte do Group Theater de
NovaYork.

O desenvolvimento desse método gerou o Actor's Studio, de


onde saíram, além de Marlon Brando, os maiores atores da
história recente das artes cênicas nos Estados Unidos.
Sobre a arte de observar

Gente que faz teatro está e deve estar sempre observando as


pessoas em ação. É daí que vem a carga que usará depois nos
ensaios. Mas a arte de observar não é tão simples quanto
parece à primeira vista. Isso mesmo. Porque a primeira
vista sempre nos engana um pouco sobre a realidade das
coisas.

A observação repetida de um mesmo fato é que nos dá seu


entendimento mais profundo.

Um observador não pode se deixar levar pela ilusão das


imagens que se apresentam a à sua visão; nem os dos sons
que se fazem ouvir. É preciso fazer com que sua visão seja
perfurante. Que ela penetre na realidade numa verificação
profunda. Uma pessoa comum entra em um lugar qualquer, uma
sala de aula, por exemplo, e observa, constata. É uma sala
de aula e fica esperando que mais alguma coisa aconteça
para ela continuar sua observação. Um observador ator,
dramaturgo ou diretor, ou cenógrafo, ou músico, não. Um de
nós olha as paredes e sua visão perfurante vê: operários
trabalhando, caminhões entregando tijolos, cimento e aço.
Vê: arquitetos e engenheiros planejando as paredes, a
humanidade em suas cavernas antes de saber fazer paredes,
vê a escola, de como um dia o aprendizado se tornou um
caminho civilizado para levar as pessoas à sua utilidade
maior. Vê centenas e centenas de pessoas que passaram por
aquelas salas de aula. Vê as crianças, os jovens, os
mestres professores e os livros. Vê as alegrias e as
tristezas que, ali, um dia aconteceram. E , ainda mais, vê
o futuro daquele lugar, vê como tanta gente que nem ainda
nasceu irá estudar naqueles bancos.

A visão perfurante pode ser mais precisa, tanto mais o


observador tenha conhecimento da vida, do mundo, da
história. Gente de teatro não pode parar de estudar. A cada
coisa nova aprendida, uma profundidade maior na visão
perfurante.

O conhecimento não tem fim. É nossa meta enquanto vivemos.

Escrevendo peças

A prática O ato de escrever peças tem um caminho suave e


muito prático. Que Esse caminho consta de: observação,
memória, composição de texto.

As peças podem ter texto falado ou não. Quando tem têm


diálogos , o importante é que os diálogos eles nasçam de
uma ação. Uma situação é proposta e um dialogo diálogo deve
surgir diretamente desta dessa situação.

Exemplo:
O filho quer ficar acordado para ver TV. O pai acha que ele
deve ir dormir para acordar cedo e ir para a escola. Uma
situação assim está pronta para gerar diálogo.

Em princípio , as cenas não precisam ter um final. Mas


pouco a pouco deve ser estimulado o encontro de um fecho ,
para a cena.

Depois de escrita , a cena deve ser montada para uma


platéia. Os alunos serão os atores. Alguém terá que ser o
diretor, outro , o cenógrafo , e assim por diante.

Cenas históricas

O professor propõe um momento da história História do


Brasil ou do mundo em geral e os alunos devem escrever uma
cena sobre aquilo esse tema .

É importante que os alunos criem personagens históricos e


imaginem como eles agiam e de que forma falavam e sentiam
os momentos.

Funções sociais

O professor pede aos alunos que improvisem várias situações


onde um homem é pai, filho, marido, namorado, noivo,
empregado, patrão, amigo, etc. Isso é feito com um
personagem básico que vai agindo conforme sua função muda.
A mesma coisa para mulher, noiva, filha, mãe, sogra, aluna,
professora, etc. A mesma coisa.

Brincadeiras e representação

O teatro que existe está sempre baseado em duas vertentes


principais : fingir e imitar.

Fingir é mostrar um sentimento que na verdade não se tem,


naquele momento. O nosso repertório de sentimentos nos
permite enganar as pessoas sobre nossa verdade momentânea.

Crianças muito pequenas, antes de saberem falar , sabem


fingir muito bem para atrair a mãe. É preciso desligar o
fingimento dos preceitos morais que o ligam a à mentira.
Fingir no teatro está acima do bem e do mal.

Quanto a imitar, parece que quando as crianças chegam ao


mundo , sua forma de aprendizado para a vida e é, em
primeiro lugar , mimética. É claro que , como diz Jung ,
muita coisa vem , de dentro do mais fundo de nós, mas a
prática dos dias , a exterioridade de seu comportamento vem
da imitação (tentativa) das figuras mais próximas.

Com essas duas vertentes – fingimento e imitação – a gente


pode construir o teatro. Não há necessidade de grandes
esforços teóricos para começar a fazer as crianças entrarem
neste nesse mundo. O mais difícil seria fazer com que elas
saíssem deste desse mundo. As crianças estão imersas no
fingimento e na imitação, dentro do caldo fértil de sua
imaginação ainda não automatizada.

O que podemos fazer é dar um sentido a estas essas pulsões


das crianças. É preciso aceitar seus impulsos instintivos
de corpo e espírito.

As brincadeiras competitivas ou dramáticas e competitivas ,


ou apenas reveladoras do que cada um é ou pode ser, são
bem-vindas.
Brincando em cena

Macacos e seus rabos

Material – Fitas Tiras de jornal recortadas cortadas de


jornais e presas por fita colante para fazer os rabos.

Preparação – Amarrar os rabos na cintura , deixando cair no


chão um pedaço de trinta centímetros.

Ação – Com os pés, As as crianças tentam com os pés tirar


os rabos dos macacos, pisando neles.

Objetivo – O último a ficar com o rabo inteiro se submete a


à grande experiência de colocar um rabo mais comprido
ainda, para que todo o grupo tente pisar no seu rabo.

Utilização cênica – Terminado o jogo , pegar dois macacos e


estabelecer entre eles um conflito que começa por um deles
perguntando por que o outro quer pisar no rabo dele.

Todos os integrantes do grupo devem passar pela cena. Mas


não todos de uma vez. É preciso que sempre haja uma platéia
que assista. Esta Essa platéia pode ser crítica se pedirem
que ela diga do que gostaram da cena feita. Ou d o que não
gostaram.

O telefone maluco

Ação – As crianças sentam-se ou ficam em pé lado a lado


guardando alguma distância. Uma criança é escolhida como
geradora de uma mensagem que deve ser escrita e colocada em
uma caixinha onde não se possa ler seu conteúdo.

A primeira criança diz a frase no ouvido da segunda , que


passa para a terceira , e assim por diante. Tudo deve ser
cochichado sem que as outras crianças possam ouvir o que se
diz. A última criança diz a frase e depois revela o papel
guardado onde está com a frase original.

O diálogo dos surdos

Ação cênica – As crianças imitam velhos surdos que dialogam


e não conseguem entender o que se dizem.

Pessoas proibidas de falar tentam se comunicar por gestos.


Como sempre , deve haver platéia. E crítica.

Quem sou eu?

Uma criança do grupo é escolhida para se passar por outra


do grupo e todos devem adivinhar quem é. A primeira parte
do jogo é sem palavras e a segunda parte é falada. A
criança vai dando dicas sobre o personagem que ela oculta .

O importante nesta brincadeira é o revezamento.

Os espelhos

Ação – Uma criança fica na frente do grupo em linha. Todos


devem imitar seus gestos. Seja falar, seja gesticular, seja
mostrar o mesmo sentimento.

Depois de um tempo , a criança que foi espelhada deve


escolher a criança que ela acha que melhor a imitou
melhor . Esta vai para a frente e assim por diante.

Neste exercício não há necessidade de uma platéia.

Fingindo de adulto

As crianças devem seguir modelos adultos e fingir como eles


agem. Imitar homens e mulheres mais velhos. Necessariamente
É bom que meninos imitem mulheres e meninas imitem homens ,
e também o comum, imitando adultos do mesmo sexo que eles.

Para isso é bom propor cenas cotidianas a que as crianças


assistem todos os dias na sua casa, na escola e que vêem na
TV, no cinema , etc.

Fingindo e imitando bichos


Cada um escolhe um bicho e se movimenta e se comunica com
os outros bichos. Pode ser o mesmo bicho.

Aritmética animada

As crianças recém recebem funções de números e sinais. Os


sinais de menos, de mais e de igual são vêm em primeiro
lugar os de menos de mais e igual .

Então , as crianças vão se colocando a à esquerda e a à


direita dos sinais para dar formarem o resultado certo. A
criança 6 e a criança 2 se colocam posicionam ,
respectivamente, antes e depois do sinal de mais , e ambas
antes do sinal de igual e , do outro lado , a criança 8
deve se colocar. Assim por diante , cada vez mais rápido.

Num segundo momento , os sinais de multiplicação e divisão


devem entrar no jogo.

Os conjuntos

Material – Símbolos variados, com estrelas , corações,


círculos , quadrados , etc . , feitos em de várias cores e
inseridos em molduras de formas diversas.

Ao comando , as pessoas devem se grupar de acordo com o


detalhe requerido. Junt am-se os as marcas de cor vermelha,
depois os as de forma de coração , etc.

Equações

Sinal de igual, os números e um X que soma ou diminui para


um resultado que se apresenta.

Classificações

Falar por ordem : bichos com inicial a , planta s com


inicial b , ou veículos com inicial c e assim por diante.
Esgotado o repertório, começa-se outro.

Pode ser feito com a observação do local da própria aula.


Coisas que estão na classe com a letra a ou b ou c .

O que disse Cabral?

Quando Cabral desembarcou no Brasil, Cabral disse alguma


coisa. O que disse Cabral? O professor conta sobre a
descoberta do Brasil. Fala de Pedro Álvares Cabral.
Os A a lunos fazem um , pequeno discurso de improviso
imitando e fingindo ser o almirante português. Pode ser com
sotaque português e nada impede que seja engraçado.

Uma banca crítica de alunos pode ser mostrada montada para


dizer quem foi o melhor Cabral.

Este exercício serve para qualquer personagem histórico.

Diga cantando

Ação de coisas que as crianças falam naturalmente todos os


dias , . expressas com canto improvisado. Desde frases
como: “ Professora , posso ir lá fora ? ” Até até uma
pergunta sobre qualquer coisa explicada anteriormente, ou
mesmo coisas que dizem ao pai e a à mãe e aos amigos.

Observação e estranhamento

Colocar um objeto, foto ou criança na frente do grupo e


pedir que o grupo a observe atentamente por um tempo.
Depois , se pede pedir aos componentes do grupo que digam o
resultado de sua observação.

No Num segundo momento, fingir de índio e ver o um objeto


como se fosse o fizesse pela primeira vez.

A olhada

Pedir a dois ou três alunos para irem até outra sala da


escola e olhar rapidamente o que está acontecendo lá.

Fazer com que eles contem o que viram e ouviram.

Cena – Montar a cena do que viram em outra sala ou outro


local qualquer , . chorar e rir.

Uma criança é isolada e os outros dizem coisas como : “


Você tirou teve uma letra avaliação péssima em português
” . Daí ela ou ri ou chora. E assim, com tais coisas
ditas , a criança ri ou chora conforme seu critério.

Criança no avesso

Em situações escolhidas, a criança tem que agir em


situações dadas o de modo contrário do ao que as pessoas
acham que ela é. Se ela é calada , tem que falar muito : ,
se é papagaia tagarela , tem que falar pouco ; e assim por
diante.

Má notícia
Um aluno é escolhido para dar a notícia de que o outro não
foi aprovado nos exames, por exemplo. Mas não pode dizer
diretamente porque o outro vai sofrer muito. Então, tem que
ir com tato , até se achar pronto para dizer transmitir a
triste verdade. A notícia pode variar, pode ser sobre namor
o adas ou futebol, ou o que seja.

Tentando ser palhaço

Um aluno é colocado em oposição ao grupo e deve , por todos


os meios ao seu alcance , fazer o grupo rir. O grupo deve
fazer cara de pedra enquanto agüentar. Quando o primeiro
abrir o riso , fazer a substituição , e vai indo outro para
o lugar do palhaço. Pode -se ter usar um relógio para
marcar o tempo.

Tentando ser palhaço 2

Material – Pano , e papel (jornal) , e plásticos , etc.

Ação – Os alunos pegam o mesmo material, um por vez , e se


aplicam como indumentária de palhaço.

Uma banca diz do melhor palhaço .

Tentando ser palhaço 3

Um aluno tenta fazer graça para o riso da classe. Mas isso


sem falar. Depois vale falar.

Jogos mímicos

Tradicional jogo mímico onde em que uma criança tenta


passar para o grupo uma palavra qualquer , ou de um objeto
ou o que seja. Sem falar , só fazendo gestos .

Heureca!

Heureca é o momento da descoberta. A primeira brincadeira


pode ser do próprio Arquimedes, quando descobre o célebre
princípio de que um corpo mergulhado num líquido , sofre um
impulso igual e contrário a o deslocamento de líquido. O
grito de Eureka heureca deve vir depois da descoberta.

Primeiro movimento – O problema, o que acontece com um


corpo mergulhado na água ? Conclusões banais, como “ fica
molhado ”, por exemplo.

Segundo movimento , o acaso se torna experiência.


Arquimedes na sua banheira....
Terceiro movimento – A observação do fato e o encontro da
solução : Eureka heureca! .

Heureca pode ser feito com qualquer descoberta científica.

Estou passeando em

Ação – Uma criança deve imaginar que está passeando por um


lugar que já conhece e vai reconhecendo d os edifícios às
praças do local.

Segundo movimento – , Uma criança passeia sobre um lugar


que não conhece senão por livros , filmes ou fotos.
Reconhece e narra.

Terceiro movimento – . Uma criança passeia por um lugar


fantástico, que não existe e que ela inventa.

Pode ter uma banca crítica de alunos para dizer do melhor


passeio.

Papo dadá

Crianças conversam numa linguagem não existente , que elas


inventam na hora. Isso pode também ser feito na tradicional
língua do P.

A descoberta do fogo

Os alunos encenam a descoberta do fogo com a tribo. Depois


se agrupam em torno do fogo e o alimentam para que não se
apague.

O professor fala sobre a descoberta do fogo. Os alunos


encenam o homem primitivo descobrindo o fogo.

A chuva

O grupo finge que chove e imita as pessoas na chuva.

O vento

O grupo finge que venta muito forte e imita o povo na


ventania.

* Chico de Assis é teatrólogo e dramaturgo. Foi professor


coordenador do SEMDA – Seminário da Dramaturgia do Arena

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