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Sistemas Elevatórios
Sistemas Elevatórios
1 Introdução
Todas as vazões que por algum motivo não seja possível, sob o ponto de vista técnico e econômico,
o escoamento de um determinado fluído pela ação da gravidade, é necessário o uso de Instalações que
transmitam ao fluido energia suficiente para garantir tal escoamento. Essas instalações denominam-se de
sistemas elevatórios, as quais tem por objetivo o transporte dos fluidos a partir de um ponto para outro de
cota normalmente mais elevada.
Geralmente os sistemas elevatórios são adotados nos sistemas de abastecimento de água, nos
sistemas de tratamento de esgoto, nas redes prediais de água e esgoto, nos sistemas de drenagem, etc. Em
cada tipo de uso e dependendo da forma do sistema, as instalações elevatórias podem assumir várias
configurações. Seu uso principalmente na distribuição de água para os diversos consumos humanos é um
desafio, pois os rios e lagos estão normalmente nas regiões mais baixas e os agrupamentos humanos e suas
atividades produtivas nem sempre estão próximas as fontes de água. Assim, para a condução desta, até o
destino é necessário muitas vezes, superar desníveis e distâncias elevadas. No caso das águas subterrâneas
a necessidade de sistemas elevatórios é ainda mais evidente. Daí são tão importantes para a sociedade em
geral.
2 – Sistemas Elevatórios
Um sistema de recalque ou elevatório é o conjunto de tubulações, acessórios, bombas e motores
necessário para transportar uma certa vazão de água ou qualquer outro líquido de um reservatório (ou ponto)
inferior para outro reservatório (ou ponto) superior. O Sistema Elevatório mais comum é apresentado na
Figura 1 abaixo, onde é possível destacar seus principais componentes.
Hs – altura de sucção.
hf – perdas de cargas.
Pelo esquema da figura podemos perceber que a altura geométrica é a soma das alturas de sução e recalque,
e que somadas as perdas de cargas, podemos definir a altura manométrica.
Hg = Hs + Hr
Hm = Hs + hfs + Hr + hfr + v²/2g
v²/2g é referente as perdas cinéticas (movimento, velocidade), geralmente é desconsiderada.
A altura manométrica é uma das características essenciais na escolha da bomba do sistema
elevatório.
Altura manométrica de Sucção - Hms = Hs + hfs
Altura manométrica de Recalque – Hmr = Hr + hfr
Hm = Hms + Hmr
hfs = J*Lt-sucção
hfr = J*Lt-recalque
Lt – comprimento total (perdas equivalentes mais perda na extensão da tubulação.
4.2 Potência e Rendimento da Bomba
A potência hidráulica necessária ao acionamento da bomba é entendida como o trabalho realizado
sobre o liquido ao passar pela bomba em um segundo, podendo ser obtida pela equação abaixo:
𝛾𝑄𝐻𝑚
𝑃𝐻 =
75
Em que: 𝑃𝐻 é a potência hidráulica em cv (cavalo vapor);
𝛾 é o peso específico da água (𝛾~1000 Kgf/m³);
𝑄 é a vazão bombeada em m³/s;
𝐻𝑚 é a altura manométrica
Para que o liquido receba a potência requerida PH , a bomba deve receber uma potência superior a
potência hidráulica, pois normalmente há perdas no seu interior, devido geralmente, aos seguintes fatores:
-aspereza da superfície interna das paredes da bomba;
-recirculação do liquido no interior da bomba;
-vazamento através das junções;
-energia dissipada no atrito entre partes da bomba;
-energia dissipada no atrito entre o fluido e a bomba.
A razão entre a potencia hidráulica 𝑃𝐻 e a potencia absorvida pela bomba é denominada de
rendimento ou eficiência da bomba 𝑛𝐵 . Os rendimentos das bombas variam bastante, conforme a vazão Q,
a altura manométrica Hm e o tipo da bomba, estando normalmente, entre 30% e 90%. Assim, a potência da
bomba pode ser obtida pela equação a seguir:
𝛾𝑄𝐻𝑚
𝑃=
75𝑛
4.6 Cavitação
É o fenômeno de formação de cavas num liquido devido ao abaixamento da pressão, no nível da
pressão de vapor. A cavitação é um processo semelhante à fervura, em que o liquido se vaporiza, diferindo
pelo agente causador. Enquanto na fervura o processo ocorre devido ao aumento da temperatura, com a
pressão constante, na cavitação se deve à diminuição de pressão, com a temperatura constante. Se a pressão
absoluta do liquido em algum ponto da instalação atinge valor igual ou inferior à pressão de vapor do
liquido, na temperatura do líquido em escoamento, parte deste se vaporiza, formando bolhas, com as
seguintes consequências mais diretas:
- Se as bolhas formadas no processo de vaporização têm a pressão interna superior à externa, estas se
expandem até ocupar toda a seção, interrompendo o fluxo do líquido;
-Se algumas bolhas são levadas pelo fluxo para o interior da bomba, onde a pressão reinante é superior à
pressão interna da bolha, estas tendem a implodir e a água circundante é impedida para o centro da bolha,
havendo um choque das partículas (golpe de aríete). Surge uma onda de sobre pressão em direção ao centro
da bolha, podendo atingir a parte interna da bomba e danificando-a.
Para não haver cavitação é necessário que a pressão reinante no liquido seja superior à pressão de
vapor. Sendo assim, a cativação é avaliada pelo termo conhecido por NPSH (Net Positive Suction Head),
que é adotada universalmente para designar a energia disponível na sucção, ou seja, a carga positiva e
efetiva na sucção. Assim, temos:
- NPSH requerido (NPHSr) é uma característica hidráulica da bomba, fornecida pelo fabricante, sendo
determinada em testes de laboratórios ou através de cálculos. Ela é usada para designar a energia disponível
na sucção.
- NPSH disponível (NPSHd) é a energia disponível do liquido , na boca da sucção da bomba .É uma
característica das instalações de sucção, a qual pode ser calculada por:
𝑃𝑎 − 𝑃𝑣
𝑁𝑃𝐻𝑆𝑑 = ±𝐻 + ∗ 10 − ℎ𝑓
𝛾
Para que uma bomba funcione bem, sem cavitação é preciso que:
NPHSd ≥ NPHSr
5 Considerações Finais
Os sistemas elevatórios são essenciais para diversos tipos de infraestrutura voltados para transporte
de fluídos. Seus usos mais comuns são em sistemas de tratamento e abastecimento de água, sistemas de
tratamento e coleta de esgoto e sistemas de drenagem urbana. O motor bomba que compõe os sistemas
elevatórios, são peças essenciais para o funcionamento do sistema e devem ser dimensionadas de acordo
com a instalação do sistema elevatório. Cuidados devem ser tomados para evitar fenômenos que
prejudiquem as bombas e suas instalações, como a cavitação, e também deve-se definir as peças e
tubulações de acordo com as melhores condições de funcionamento e que sejam economicamente viáveis.
Para cada tipo de uso de um sistema de bombeamento, a Associação Brasileira de Normas Técnicas ABNT,
fornece normas que indicam como proceder no dimensionamento dessas estruturas.
Exercício
Dimensionar o conjunto elevatório abaixo, considerando consumo diário de 35m³; tempo de funcionamento
da bomba igual a 5 horas (20% do consumo diário).
2,0m
Solução:
a) Cálculo da vazão da bomba de recalque:
Q = Cd/T = 35/5 = 7m³/h = 0,00194m³/s = 1,94L/s
f) Determinação da Bomba
Conhecendo a altura manométrica, pode-se utilizar a tabela abaixo de seleção de bombas, pela vertical até
encontrar-se a vazão requerida (7m³/h).
Para cálculo da potência requerida pode-se adotar:
𝛾𝑄𝐻𝑚 1∗(7𝑚 3/ℎ)∗(17,23m)
𝑃= = = 1, 7cv
75𝑛 75∗0,0,95
n=95%
Tabela 1 Bombas Centrifugas:
Referências: