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CASO DOS DENUNCIANTES INVEJOSOS

Sabrina Oliveira

O caso dos Denunciantes Invejosos é um caso hipotético proposto pelo


filósofo Lon L. Fuller em sua obra "O Caso dos Denunciantes Invejosos", que
aborda questões éticas e jurídicas sobre a punição de indivíduos que
denunciaram seus vizinhos por crimes políticos durante um regime ditatorial.
Embora o caso seja hipotético, ele pode ser analisado com base no
ordenamento jurídico vigente no Brasil hoje.

i) Responsabilização dos denunciantes invejosos:

De acordo com o ordenamento jurídico brasileiro, a denúncia caluniosa


é considerada um crime contra a administração da justiça, previsto no artigo
339 do Código Penal, além, dos artigos 139,139 do Código Penal, que prevê
a difamação e calúnia. O referido artigo dispõe que "dar causa à instauração
de investigação policial, de processo judicial, instauração de investigação
administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade administrativa,
atribuindo a alguém a prática de crime ou ato infracional de que o sabe
inocente" é considerado um crime punível com detenção de seis meses a dois
anos e multa.
No caso dos Denunciantes Invejosos, se os denunciantes sabiam que
as acusações que fizeram eram falsas e foram motivados por inveja ou outros
interesses pessoais, eles poderiam ser responsabilizados pelo crime de
denunciação caluniosa. No entanto, se os denunciantes acreditavam
sinceramente que seus vizinhos eram culpados de crimes políticos e não
agiram por motivos egoístas, eles podem não ser considerados culpados.

ii) Responsabilização dos juízes pelas condenações a pena de morte:

No Brasil, a Constituição Federal de 1988 proíbe a pena de morte,


salvo em caso de guerra declarada, nos termos do artigo 5º, inciso XLVII,
alínea "a". Portanto, qualquer juiz que condenasse um réu à pena de morte
seria responsabilizado por violar a Constituição Federal e por cometer um
crime de homicídio qualificado, previsto no artigo 121 do Código Penal.
Além disso, os juízes têm o dever de interpretar a lei e aplicá-la de
acordo com os princípios constitucionais e com as normas internacionais de
direitos humanos ratificadas pelo Brasil. A pena de morte é considerada uma
violação dos direitos humanos e sua aplicação é proibida por diversos
tratados internacionais, como o Pacto Internacional sobre Direitos Civis e
Políticos e a Convenção Americana sobre Direitos Humanos.

Portanto, os juízes que condenaram réus à pena de morte no contexto


do regime ditatorial descrito no Caso dos Denunciantes Invejosos seriam
responsabilizados por violar a Constituição Federal, cometer homicídio
qualificado e desrespeitar as normas internacionais de direitos humanos.
Em suma, a responsabilização dos denunciantes invejosos dependeria
de suas intenções ao fazer as denúncias, enquanto a responsabilização dos
juízes seria obrigatória pela violação da Constituição Federal e dos direitos
humanos.

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