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Processo 31570 Defesa Previa Transitar em Velocidade Superior A Meaacutexima Permitida em Ateeacute 20 20220629213259
Processo 31570 Defesa Previa Transitar em Velocidade Superior A Meaacutexima Permitida em Ateeacute 20 20220629213259
Processo 31570 Defesa Previa Transitar em Velocidade Superior A Meaacutexima Permitida em Ateeacute 20 20220629213259
B - Cópia da notificação recebida ou extrato do veículo que conste a multa a ser recorrida.
4 - Levar o recurso devidamente assinado, junto com todos os documentos anexados ao órgão de trânsito
responsável, ou envie pelos Correios através de AR (Aviso de Recebimento).
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ILUSTRÍSSIMOS SENHORES JULGADORES
Eu, PHILIPE SILVA FARIAS, portador do RG 1235457878 BA, inscrito no CPF 011.105.895-30,
domiciliado Rua Alexandre Fleming, 222 - Góes Calmon, CEP. 45605-370 na cidade de Itabuna,
BA, venho, respeitosamente, com fulcro na Lei 9503/1997 c/c Resoluções 299/2008 e 619/2016
do CONTRAN, apresentar tempestivamente, DEFESA PRÉVIA contra o Auto de Infração de
Trânsito número S029579154 lavrada contra o veículo de placa PJL2854.
DOS FATOS
Ainda, o referido auto de infração está eivado de vícios e irregularidades insanáveis, desde a
sua lavratura até a sua efetiva notificação, o que será demonstrado a seguir.
Por fim, deverá a presente autuação ser cancelada e todos os seus efeitos anulados, evitando
assim a ocorrência de prejuízos indevidos.
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DOS DIREITOS
O direito de ingressar com a defesa desta multa está esculpido no Art. 282 Caput, § 4º do
Código de Trânsito Brasileiro.
Para reforçar, temos a Resolução 619/16 do CONTRAN que em seu Art. 9º diz:
Ademais, dispõe o Art. 53 da Lei Federal 9.784/99 - Lei do Processo Administrativo, que:
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quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por
motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos
adquiridos.
A administração pública deve pautar suas ações e condutas voltadas ao bem comum, atento
aos princípios constitucionais escritos no Art. 37 da Carta Magna, sendo eles a legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade, eficiência.
Quanto ao princípio da moralidade ele diz respeito a condutas honestas, limpas, éticas,
condizentes com o interesse público, não sendo confundidas com a moral comum, esse
princípio é integrado com o da legalidade, devendo se atentar aos motivos ou interesses dos
agentes.
Sobre o princípio da publicidade temos que a administração pública não pode atuar de forma
oculta, devendo informar os seus atos e dar ciência aos cidadãos de suas condutas. Só a
publicidade permite evitar os inconvenientes presentes nos processos sigilosos, de modo que,
no que diz respeito à atividade da Administração Pública, ela é indispensável, tanto no que diz
respeito à proteção dos direitos individuais, como quanto no que tange aos interesses da
coletividade, ao controle de seus atos.
Por fim temos o princípio da eficiência, ensina Emerson Gabardo, apud Ferrari (2011, p. 246)
"por eficiência se deve entender a racionalização da ação, a preocupação com a maior
eliminação de erros possível, e que, por ser um termo multifacetado e até ambíguo, muitas
vezes é utilizado em sentido extremamente restrito".
Acerca da relevância da aplicação dos Princípios, temos, segundo Celso Antônio Bandeira de
Melo, (Curso de Direito Administrativo, 2012) que:
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"Violar um princípio é muito mais grave que transgredir uma
norma qualquer. A desatenção ao princípio implica ofensa não
apenas a um específico mandamento obrigatório, mas a todo
sistema de comandos. É a mais grave forma de ilegalidade ou
inconstitucionalidade".
Dentre esses requisitos, podemos destacar os critérios básicos a serem seguidos no momento
de enquadrar a infração, a descrição detalhada e completa do fato ocorrido no campo
observações e a medida administrativa exigida para cada multa, sendo que a não observância
a esses preceitos é considerada falta grave, devendo o auto de infração ser cancelado.
No caso de não cumprimento de medida administrativa exigida pelo CTB, como a remoção do
veículo, deverá ser registrado o motivo no campo de observações sob pena de irregularidade
do AIT. Ex.: Reboque indisponível.
Para poder instruir melhor o presente recurso se faz necessário que seja juntado
pelo órgão autuador cópia do auto de infração em discussão, e assim, sejam apreciadas
e apontadas às irregularidades existentes, devendo o órgão julgador avaliar as falhas e
promover o seu cancelamento.
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acordo com a legislação vigente.
É ilegal o auto de infração lavrado por desrespeitar a sinalização quando não há sinalização no
local, conforme determina o Art. 90 do CTB c/c Resolução 371/10 do CONTRAN.
Observem que o agente autuador não descreve no próprio auto de infração se há de fato
sinalização no local e qual tipo de sinalização, que no caso deveria ser a placa modelo R-19 e
informação complementar de "fiscalização eletrônica".
Está claro a falta de informações obrigatórias no presente auto, ocasionada pela desídia do
agente, as determinações constantes nas resoluções do CONTRAN devem ser respeitadas e
seguidas corretamente, sendo a falta do seu preenchimento falha grave passível de
cancelamento do auto.
Para auxiliar Vosso entendimento, trago julgado do TRF 3ª Região sobre o tema, que corrobora
a irregularidade acima apontada:
Embora se saiba que o agente é detentor da fé-pública, esta não deve ser solitariamente
suficiente para se praticar atos em desrespeito à Lei, portanto, uma vez que o mesmo deixa de
cumprir aquilo que lhe é determinado, seu ato perde a validade na sua essência, restando clara
a irregularidade do presente auto de infração.
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Para corroborar o que se alega, vejamos decisão acertada da JARI em recurso apresentado sob
as mesmas circunstâncias:
Demonstrada todas essas irregularidades, não resta outra alternativa senão o cancelamento do
presente auto de infração.
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VII - identificação do instrumento ou equipamento utilizado,
mediante numeração estabelecida pelo órgão ou entidade com
circunscrição sobre a via;
VIII - data da última verificação metrológica; e
IX - números de registro junto ao Inmetro e de série do
fabricante do medidor de velocidade.
Parágrafo único. O órgão ou entidade com circunscrição sobre a
via deve dar publicidade, por meio do seu site na rede mundial
de computadores, antes do início de sua operação, da relação
de todos os medidores de velocidade existentes em sua
circunscrição, contendo o tipo do equipamento, o número de
registro junto ao Inmetro, o número de série do fabricante, a
identificação estabelecida pelo órgão e, no caso do tipo fixo,
também do local de instalação.
Assim, diante da ilegibilidade dessas informações obrigatórias, deverá ser cancelada a presente
infração a fim de que seja arquivado o procedimento administrativo em questão.
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a) registrar a velocidade medida do veículo em km/h;
b) registrar a contagem volumétrica de tráfego;
c) registrar a latitude e longitude do local de operação; e
d) possuir tecnologia de Reconhecimento Óptico de Caracteres
(OCR).
Podemos notar que não consta a contagem volumétrica de tráfego, sendo que essa é uma das
informações mínimas que devem constar no auto de infração. Tal irregularidade acarreta a
nulidade do AIT, conforme rege artigo 281 do CTB.
Percebam, caros julgadores, que a citada Resolução não menciona um tipo específico de
equipamento mas que TODOS OS EQUIPAMENTOS DOTADOS DE REGISTRADOR DE IMAGEM
DEVEM REGISTRAR A CONTAGEM VOLUMÉTRICA DE TRÁFEGO!
Assim, por restar clara a ilegalidade do equipamento utilizado, nos debruçamos sobre o Código
do Processo Penal para, de forma análoga, pedir pelo cancelamento do citado auto de infração:
Podemos notar que não consta a contagem volumétrica de tráfego, sendo que essa é uma das
informações mínimas que devem constar no auto de infração. Tal irregularidade acarreta a
nulidade total do auto de infração de trânsito, haja vista que a imagem capturada não pode ser
utilizada como prova por derivar de ato ilegal, conforme vimos nos artigos acima citados.
Senhores julgadores, tem-se claro que no presente caso o requerente sofreu aplicação de duas
penalidades pelo suposto cometimento de um único ato infracional.
Sabe-se que existe um princípio jurídico denominado "non bis in idem" o qual significa: não ser
duplamente punido pelo mesmo delito. Esse princípio é aplicado em diversos ramos do direito.
No direito penal: ninguém pode ser condenado duas vezes pelo mesmo delito; direito tributário:
nenhum tributo pode incidir duas vezes sobre o mesmo fato gerador; e também deve ser
aplicado nas questões que envolvam o trânsito.
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"Entre os muitos anexins que usualmente são citados nos
tribunais encontramos com freqüência non bis in idem, axioma
de jurisprudência em virtude do qual não se pode ser punido
duas vezes pelo mesmo delito". (ARTHUR VIEIRA DE REZENDE E
SILVA- Frases e Curiosidades Latinas, Cachoeira do Itapemirim,
1ª ed., 1926, pág. 506)
Verifica-se que as duas supostas infrações ocorreram no mesmo dia e local, e com diferença
pífia de tempo entre elas, portanto, é inconcebível ser penalizado duplamente pelo mesmo ato,
conforme prevê o Princípio "bis in idem".
CITA-SE ISTO PARA LEMBRAR QUE FOGE A LÓGICA A DUPLICIDADE DO MESMO EFEITO PARA
UMA SÓ CAUSA.
Para que torne claro o que significa infração continuada, oportuno destacar o artigo do
advogado e assessor jurídico do CETRAN/PR, Dr. Marcelo José Araújo, vejamos:
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renovada a cada 6(seis) horas". Segundo esse dispositivo, (que
não foi aprovado), no exemplo citado acima somente poderia
haver outra autuação depois de seis horas, e aquelas lavradas
nesse ínterim seriam arquivadas. Da forma como está hoje a
legislação, absolutamente nada impediria de agentes distintos,
ou do mesmo agente, lavrar continuamente autuações numa
infração continuada, salvo seu "bom-senso", cuja opinião já
expusemos.
Portanto, pode-se concluir que as infrações cometidas pela Requerente foram continuadas,
perdurou no tempo... onde supostamente estava transitando em faixa da esquerda exclusiva e
logo após, alguns minutos de diferença ela foi novamente autuada, pela mesma conduta, na
mesma via.
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uma vez que as provas dos autos indicam ter a recorrente sido
cobrada em duplicidade pela mesma multa relativa à infração
que cometeu, em claro bis in idem vedado pelo ordenamento
jurídico brasileiro, e que a existência de um auto de infração
pendente de pagamento certamente obstará a renovação do
Licenciamento do Veículo. (Agravo de Instrumento Nº
70030187165, Vigésima Segunda Câmara Cível, Tribunal de
Justiça do RS, Relator: Rejane Maria Dias de Castro Bins, Julgado
em 30/07/2009)
Nesse sentido também já foi decidido administrativamente. Vejamos duas decisões proferidas
em sede de recurso administrativo pela Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização de
Londrina (CMTU):
E novamente:
Diante de todo o exposto, não restam dúvidas de que a infração em tela apresenta-se como
infração continuada, e portanto, deve ser arquivada e todos os seus efeitos.
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DA AUSÊNCIA DE SINALIZAÇÃO OBRIGATÓRIA
É ilegal o auto de infração lavrado em fiscalização ocorrida em via com velocidade máxima
diferente da disposta no Art. 61 do CTB, e que não esteja devidamente sinalizada, conforme
determina o Art. 10º e seguintes da Resolução 798/20 do CONTRAN c/c Art. 90 do CTB:
Para que se comprove tal fato, é imprescindível que o agente autuador declare, no próprio auto
de infração, a distância existente entre a sinalização e o equipamento registrador de imagens,
fato este que não vemos no auto em tela.
DA INSUFICIENCIA DA SINALIZAÇÃO
É ilegal o auto de infração lavrado em fiscalização ocorrida em via na qual exista acesso entre a
sinalização (Placa R-19) e o equipamento medidor e registrador de imagens, conforme
determina o § 2º, Art. 11º da Resolução 798/20 do CONTRAN.
Ocorre que o agente autuador não especificou, no auto de infração, a existência da sinalização
existente, e sequer observou sua localização, conforme determina a Resolução acima citada.
Sendo assim, pede-se pelo afastamento da fé-pública do agente por restar comprovado que o
respectivo auto de infração não atende os requisitos mínimos de validade.
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postagem.
Resta claro que o DNIT falhou ao notificar a infração de trânsito cometida, visto não possuir
qualquer documento que comprove o seu envio, pois de acordo com o Art. 282 do CTB, o
infrator/proprietário do veículo deve ser notificado da penalidade por meio que assegure a sua
ciência.
A notificação desta infração não foi emitida ou enviada corretamente, mesmo o endereço para
envio da notificação cadastrado junto ao Detran entando correto e atualizado.
Ainda que o órgão autuador alegue que emitiu a notificação, deverá comprovar que expediu e
postou nos correios em até 30 dias após o cometimento da suposta infração ou o auto de
infração será considerado precluso com fulcro no artigo 281 inciso II do CTB e artigo 4º da
resolução 619/16:
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do veículo.
§ 3º A não expedição da notificação da autuação no prazo
previsto no caput deste artigo ensejará o arquivamento
do Auto de Infração de Trânsito.
(...)
Conforme exposto acima, o princípio da Legalidade, de forma clara e cristalina, estabelece uma
rígida interpretação de que o administrador público deve obedecer estritamente o que reza a
lei, não oportunizando flexibilidade em inovar com subjetividade.
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DOS PEDIDOS
1) Seja juntado cópia do auto de infração em discussão para a correta instrução da presente
defesa, conforme determina o Art. 37 da Lei Federal 9.784/1999.
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