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Lourenço
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PODER JUDICIÁRIO
ITABUNA
3ª VARA DO SISTEMA DOS JUIZADOS - ITABUNA (MAT) - PROJUDI
Parte Autora:
LOURENCO DE OLIVEIRA SANTOS
Parte ré:
MAGAZINE LUIZA SA
SENTENÇA
Vistos etc.
Dispensado o relatório.
Alega a parte autora que adquiriu (não diz quando) um Multiprocessador All in One no
estabelecimento da ré, esta que substituiu o produto em razão do vício que surgiu no primeiro
dia de uso. Não obstante, alega que o aparelho em substituição também apresentou vícios e a
assistência técnica se nega a efetuar o reparo sob a alegação de que a peça avariada não está
coberta pela garantia.
DECIDO.
Rejeito a preliminar de ilegitimidade passiva, uma vez que o caso em apreço versa sobre
responsabilidade por vício de qualidade do produto, por força do qual todos os fornecedores,
inclusive o comerciante, respondem solidariamente pela reparação dos danos suportados pelo
consumidor (art. 18, CDC).
O autor não informa o prazo da garantia contratual e nem a data da reclamação perante
o fornecedor do produto, de modo a obstar eventual decadência do direito, conforme preceitua o
§ 2º, I, do art 26 do CDC, in verbis:
§ 2° Obstam a decadência:
Faculta-se ao juiz excepcionar a regra geral indicada, se, diante de uma relação
consumerista, as alegações do consumidor/autor, mesmo desacompanhadas da prova desejável,
quanto aos fatos constitutivos, mostra-se verossímil, isto é, tem a aparência de verdade,
segundo o que lhe informa a razoabilidade, o bom senso e regras ordinárias de experiência.
Ainda que o consumidor não ofereça nenhuma prova, o fornecedor poderá rechaçar a
pretensão inicial, trazendo toda prova pertinente a fundamentar suas alegações e
formar a convicção do julgador. Neste caso, pela ausência de dúvidas, não há que se
falar em aplicação das regras de ônus da prova ou inversão.
Havendo dúvidas e constatando que as afirmações do consumidor são verossímeis e que
o fornecedor não fez prova que as contrariasse ou as provas produzidas não ilidiram a
presunção, o juiz avaliará o grau de probabilidade dos fatos verossímeis não provados,
podendo onerar o fornecedor por sua omissão ou desinteresse em realizar a prova¿.
(CECILIA MATOS, in ¿O ônus da prova no Código de Defesa do Consumidor¿, publicado
na Revista de Direito do Consumidor, Volume 11, julho a setembro de 1994, página 161,
RT, São Paulo, 1994.A autora é Promotora de Justiça e Mestra em Direito Processual
pela USP)
Neste sentido, o autor não conseguiu demonstrar o fato constitutivo do seu direito, qual
seja, não comprovou o prazo da garantia contratual, não provou quando o produto apresentou
vícios, que foi enviado à assistência técnica e que houve recusa para efetuar os reparos
necessários, de modo que não há elementos de provas suficientes ao acolhimento dos pleitos
indenizatórios formulados, sendo certo que, pelas regas de experiência, a garantia contratual
para produtos da espécie é, em regra, de doze meses, vindo o autor a Juízo apenas em
05/11/2017, quando superado, e muito, o referido prazo, sendo de rigor asseverar a
improcedência do seu pedido.
P.R.I.
JUÍZA LEIGA
JUIZ DE DIREITO
Assinado eletronicamente por: ANTONIO HENRIQUE DA SILVA
Código de validação do documento: 5f27a8f8 a ser validado no sítio do PROJUDI - TJBA.