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AULA 2

DIDÁTICA E AVALIAÇÃO EM
FÍSICA

Prof. Otto Henrique Martins da Silva


CONVERSA INICIAL

Nesta aula 2, vamos fazer um estudo sobre alguns aspectos da avaliação


do ensino e da aprendizagem de física. Para isso, buscaremos compreender a
avaliação no seu sentido mais amplo e relacionada ao nosso dia a dia, com
base, por exemplo, em nossas atitudes avaliativas sobre o outro e até sobre nós
mesmos. Contudo, para compreender a avaliação na sua dimensão educacional
e inserida no processo de ensino e aprendizagem, é necessário estudar
aspectos que envolvem a didática e a avaliação no contexto da educação básica
e, especialmente, na perspectiva da disciplina de Física. Mas também é preciso
discutir as funções que as avaliações suscitam ao estarem relacionadas aos
tipos de avaliação e aos respectivos instrumentos avaliativos. Ou seja, é preciso
compreender a objetividade das avaliações diagnóstica, formativa e somativa e
as formas de se avaliar no processo de ensino e aprendizagem e a sua
previsibilidade no planejamento pedagógico.

CONTEXTUALIZANDO

A avaliação nos meios escolares e acadêmicos costuma ser associada a


um “nó” de difícil desato e é com perplexidade que as discussões sobre esse
tema são realizadas e, invariavelmente, é reconhecida a complexidade e a
necessidade de se aplicarem as avaliações de forma coerente com o processo
de ensino e aprendizagem. Contudo, essas discussões temáticas, em outros
momentos futuros de reflexão e discussões, são retomadas e rediscutidas como
se as outras discussões não tivessem ocorrido e a “compreensão” sobre as
avaliações não fossem trabalhadas nessas discussões temáticas.
Ao se considerar a problemática sobre a avaliação, observe as atividades
1 e 2 sobre uma forma avaliativa no ensino de física:
Atividade 1: Desenhe as forças de reação das forças representadas nas
figuras a seguir: (Higa et al., 2008, p. 72).

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Figura 1 – Três situações para a análise das forças de reação

Fonte: Adaptado de Sanchez, Gil-Pérez; Torregrosa (1995, p. 8, citados por Higa et al., 2008, p.
72).

Atividade 2: Suponha que a esfera A esteja deslocando-se para a direita,


chocando com esfera B (inicialmente em repouso sobre o plano), e que após o
choque a esfera A permaneça em repouso sobre o plano e B passe a se
deslocar para a direita da figura. Desenhe somente as forças de interação entre
as duas esferas, nos instantes representados na sequência. (Higa et al., 2008, p.
73).

Figura 2 – Três situações para a análise das forças de interação

Fonte: Adaptado de Sanchez, Gil-Pérez; Torregrosa (1995, p. 8, citados por Higa et al., 2008, p.
73).

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As atividades propostas podem ser trabalhas como atividades avaliativas
no ensino de Física em algum momento do processo de ensino e aprendizagem.
Esses momentos dizem respeito à aplicação antes do início do ensino do
conteúdo, durante o desenvolvimento do ensino do conteúdo ou após a
finalização do ensino do conteúdo. Ao considerar esses momentos, em qual
deles você acha mais apropriado aplicar as atividades propostas? É possível
aplicar as atividades em mais de um momento, no processo de ensino e
aprendizagem?
Essas questões vão ao encontro das discussões que precisamos realizar
acerca da avaliação e é sobre esses momentos que precisamos entender,
conhecendo a sua objetividade e verificando, inclusive, quais instrumentos
avaliativos poderemos utilizar nas avaliações no ensino de física.

TEMA 1 – AVALIAÇÃO EM EDUCAÇÃO

A avaliação é um ato (ou processo) muito presente no nosso dia a dia,


pois estamos avaliando quando emitimos juízo de valor na medida em que
avaliamos o outro ou até a nós mesmos. A avaliação é uma característica
espontânea e inata do ser humano. Segundo Cleci et al. (2012, p. 42, citada por
Saul, 2008, p. 25), afirma que

A avaliação, em seu sentido amplo, apresenta-se como atividade


associada à experiência cotidiana do ser humano. Frequentemente nos
deparamos analisando e julgando e nossa atuação e a dos nossos
semelhantes [...]. Essa avaliação, que fazemos de forma assistemática,
por vezes inclui uma apreciação sobre adequação, eficácia e eficiência
de ações e experiências, envolvendo sentimento e podendo ser
verbalizada ou não.

No processo de ensino e aprendizagem, a avaliação se constitui em um


dos momentos mais importantes, tanto para o professor quanto para o
estudante. É a avaliação que, de algum modo, traz informações sobre a
aprendizagem e, com base nessas informações, a necessidade (ou não) da
retomada do processo de ensino-aprendizagem sobre alguns conteúdos de
ensino já trabalhados.

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Figura 3 – Avaliação formativa

Fonte: Souza, 2001.

Porém, é fundamental saber estabelecer a relação didática entre o ensino


e a avaliação para que ambos não estejam desconectados durante o processo
de ensino e a aprendizagem (a Figura 3 ilustra uma situação em que isso pode
estar ocorrendo. Contudo, no ensino de Física, o que mais se observa é que a
maioria dos professores utilizam avaliações somativas, utilizando questões com
resoluções de problemas algébricos, cujos resultados expressam valores
numéricos de um complexo processo marcado pela compreensão e domínio de
atividades de cognição relacionada com diversas áreas do conhecimento. É, no
mínimo, incompreensível pensar que uma avaliação expressa por valores
numéricos possa plenamente representar o complexo processo de ensino-
aprendizagem.

Figura 4 – O ato da pergunta

Fonte: Quino, 2010.

Na Figura 4, o ato da pergunta possibilita uma retomada da explicação da


professora – espera-se que perguntas sejam feitas frequentemente. Para
Luckesi (1995, p. 93), no contexto escolar, “o ato de avaliar implica coleta,
análise e síntese dos dados que configuram o objeto da avaliação, acrescido de
valor ou qualidade” e objetiva subsidiar e orientar decisões sobre o processo de
ensino-aprendizagem, pois “não possui uma finalidade em si; ela subsidia um
curso de ação que visa construir um resultado previamente definido” (Luckesi,
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1995, p.85). Contudo, segundo Clesi (2012, p. 43), citada por Luckesi, (1995, p.
93):

A avaliação, diferentemente da verificação, envolve um ato que


ultrapassa a obtenção da configuração do objeto, exigindo decisão do
que fazer ante ou com ele. A verificação é uma ação que ‘congela’ o
objeto; a avaliação, por sua vez, direciona o objeto numa trilha
dinâmica de ação.

Sobre a verificação, Luckesi (1995, p. 18), entende que há uma


pedagogia dos exames, pois

O sistema de ensino está interessado nos percentuais de


aprovação/reprovação do total de educandos; os pais estão desejosos
de que seus filhos avancem nas series de escolaridade; os professores
se utilizam permanentemente dos procedimentos de avaliação como
elementos motivadores dos estudantes, por meio da ameaça; [...] O
nosso exercício pedagógico escolar é atravessado mais por uma
pedagogia do exame que por uma pedagogia de ensino/aprendizagem.

Assim, a avaliação deve orientar e subsidiar o processo de ensino e de


aprendizagem e não meramente ser transformada em instrumentos de
verificações sobre o domínio mecânico de conteúdos e reduzindo o processo de
ensino e de aprendizagem a um momento único, traduzido por quantidades
numéricas.

TEMA 2 – DIDÁTICA E AVALIAÇÃO: UMA RELAÇÃO NECESSÁRIA

A avaliação deve subsidiar o processo de ensino-aprendizagem e não


somente estabelecer uma classificação dos estudantes segundo as notas
obtidas nas provas. Ou seja, deve estar voltada para a aprendizagem dos
estudantes e servir como instrumentos para a melhora qualitativa de ensino. De
acordo com Higa et al. (2008, p. 63), a avaliação

se reduz a três tipos de atividades: 16% são perguntas de


memorização, 56% de pretensos problemas que se convertem em
simples exercícios de aplicação fechados e 23% são exercícios de
manipulação em que envolve habilidades do tipo operacional. Assim, a
quantidade total de provas (95%) não era coerente com uma
orientação da aprendizagem como construção do conhecimento.

A avaliação deve ser como um processo e não uma verificação, como dos
tipos mostrados acima, em que 95% das provas mostradas correspondem a
perguntas ou manipulações algébricas. No sentido de um processo, devem
empreender o trabalho do estudante e do professor sem ter um caráter de
reprovação, mas como um instrumento para diagnosticar o processo de ensino e
aprendizagem (Higa et al., 2008, p. 64). Ou seja,
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O valor atribuído ao trabalho desenvolvido pelo aluno deve restringir
sobre sua postura e disposição no que se refere às formas e aos
conteúdos de estudo, no que diz respeito à sistemática e aos caminhos
a serem usados para melhorar sua aprendizagem. A análise do
professor sobre a avaliação aplicada deve conter destaques, realçando
para o aluno o que ele já aprendeu e o que ainda falta sobre o conceito
avaliado. (Higa et al., 2008, p. 65).

A avaliação, nesse caso, pode propiciar uma retomada do que foi


ensinado ou reorganizar ao planejamento de ensino, possibilitando ao professor
corrigir e melhorar a qualidade do que é ensinado e do que poder ser mais bem
aprendido pelo estudante.

TEMA 3 – FUNÇÕES E TIPOS DE AVALIAÇÃO

As avaliações devem refletir e ser coerentes com o processo de ensino e


aprendizagem e, para isso, precisam estar presentes em todo esse processo.
Considerando essa perspectiva, denominamos as avaliações como: avaliação
diagnóstica, avaliação formativa e avaliação somativa.

3.1 Avaliação diagnóstica

A avaliação diagnóstica pode ser entendida como um ato avaliativo


realizado no começo do processo de aprendizagem com o objetivo de coletar
informações sobre os conhecimentos relacionados aos conteúdos de ensino que
os estudantes possuem para a organização do processo de ensino e
aprendizagem de um dado período escolar. Desse modo, esse tipo de avaliação
procura identificar os aspectos relevantes, positivos e negativos de cada aluno
em relação ao que será ensinado a fim de tornar o processo apropriado à
determinada turma, podendo, inclusive, prevenir as dificuldades de
aprendizagem futuras e as causas dessas dificuldades.

3.2 Avaliação formativa

Essa avaliação tem como principal momento de atuação o processo de


ensino-aprendizagem, ou seja, durante a prática pedagógica docente integrada
à ação de formação do estudante. Por meio dessa avaliação, o professor poderá
corrigir eventuais dificuldades na aprendizagem e fazer correções no processo
de ensino-aprendizagem, permitindo ajustes às necessidades do estudante
durante o processo. Uma das características dessa avaliação é a possibilidade
de se obterem informações sobre as dificuldades apontadas no início do

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processo e outras que poderão surgir, caracterizando, assim, essa etapa do
processo de ensino-aprendizagem.

3.3 Avaliação somativa

Essa modalidade avaliativa ocorre ao fim de uma etapa do processo


educacional como um bimestre, um trimestre, um semestre, um ano e com o
objetivo de mensurar o grau de domínio dos objetivos estabelecidos no início do
processo de ensino-aprendizagem. A avaliação somativa tem como foco os
resultados de aprendizagens apresentados por meio de um balanço dos
trabalhos formativos e os respectivos critérios, mas também informa o que pode
ter sido apreendido pelo estudante por meio de resultados que verificam,
certificam, classificam os estudantes.

TEMA 4 – COMO AVALIAR: ALGUNS INSTRUMENTOS POSSÍVEIS

Os instrumentos de avaliações correspondem à forma como se dará a


avaliação e pode ocorrer de várias maneiras, dentre elas: prova objetiva, prova
discursiva, prova oral, prova com consulta, portfólio, seminários etc. Esses
instrumentos objetivam mensurar a aprendizagem e avaliar o processo de
ensino-aprendizagem dos estudantes com base nas concepções de ensino e de
aprendizagem concebidas pelo professor.

4.1 Prova objetiva

As provas objetivas são largamente utilizadas como instrumentos de


avaliação tanto nas escolas, universidades e nas avaliações oficiais do Ministério
da Educação, como o ENEM e o ENADE. Essas provas possibilitam respostas,
principalmente, de “verdadeiro-falso” e de “múltipla escolha” em que a análise
das alternativas possibilita avaliar diferentes níveis de cognição exigidos ao
estudante.

Exemplo 1 – questão 2 de verdadeiro-falso da prova do ENADE – 2014,


questão 2.
Com a globalização da economia social por meio das organizações não
governamentais, surgiu uma discussão do conceito de empresa, de sua forma
de concepção junto às organizações brasileiras e de suas práticas. Cada vez
mais, é necessário combinar as políticas públicas que priorizam modernidade e

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competividade com o esforço de incorporação dos setores atrasados, mais
intensivos de mão de obra.
A respeito dessa temática, avalie as afirmações a seguir.
I. O terceiro setor é uma mistura dos dois setores econômicos clássicos da
sociedade: o público, representado pelo Estado, e o privado,
representado pelo empresariado em geral.
II. É o terceiro setor que viabiliza o acesso da sociedade à educação e ao
desenvolvimento de técnicas industriais, econômicas, financeiras,
políticas e ambientais.
III. A responsabilidade social tem resultado na alteração do perfil corporativo
e estratégico das empresas, que têm reformulado a cultura e a filosofia
que orientam as ações institucionais.

Está correto o que se afirma em


a. I, apenas.
b. II, apenas.
c. I e II, apenas.
d. II e III, apenas.
e. I, II e III.
(ITEC, 2014).

Exemplo 2 – questão 61 de múltipla escolha do ENEM de 2012, prova azul,


primeiro dia.
A eficiência das lâmpadas pode ser comparada utilizando a razão,
considerada linear, entre a quantidade de luz produzida e o consumo. A
quantidade de luz é medida pelo fluxo luminoso, cuja unidade é o lúmen (lm). O
consumo está relacionado à potência elétrica da lâmpada que é medida em watt
(W). Por exemplo, uma lâmpada incandescente de 40 W emite cerca de 600 lm,
enquanto uma lâmpada fluorescente de 40 W emite cerca de 3.000 lm.
(Disponível em: <http://tecnologia.terra.com.br>. Acesso em: 29 fev. 2012).

A eficiência de uma lâmpada incandescente de 40 W é


a. maior que a de uma lâmpada fluorescente de 8 W, que produz menor
quantidade de luz.
b. maior que a de uma lâmpada fluorescente de 40 W, que produz menor
quantidade de luz.

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c. menor que a de uma lâmpada fluorescente de 8 W, que produz a mesma
quantidade de luz.
d. menor que a de uma lâmpada fluorescente de 40 W, pois consome maior
quantidade de energia.
e. igual a de uma lâmpada fluorescente de 40 W, que consome a mesma
quantidade de energia.
(INEP, 2012)

4.2 Prova discursiva

Nesse tipo de instrumento, o estudante deverá responder a questões na


forma de um texto dissertativo ou por meio do desenvolvimento de cálculos
matemáticos ou resoluções de problemas com aplicação da Física. Em qualquer
situação, o desenvolvido da resolução, geralmente, tem um limite de linhas ou
lauda colocada como critério avaliativo.

Exemplo de uma questão de uma prova discursiva do ENADE de 2014.

Um professor de Física da Educação Básica decide utilizar um aparato


abaixo indicado para desenvolver uma atividade didática baseada em
experimento didático-científico. O assunto a ser tratado é o movimento uniforme.
Para tanto, ele estabelece um roteiro, mediante o qual os alunos são orientados
a seguir uma série de passos/itens. Inicialmente, os alunos devem lançar
pequenas gotas de água na parte aberta do tubo contendo óleo; a seguir devem
escolher uma das gotas e realizar medidas do espaço percorrido por ela, bem
como do tempo decorrido para isso. Com base nessas medidas, os alunos

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devem calcular a velocidade média da gota no trecho de descida considerado.
Essa sequência deve ser repetida algumas vezes para que estejam treinados a
operar apropriadamente o conjunto e, assim, obter gotas adequadas ao
experimento, bem como realizar as medidas necessárias. Uma vez atingido esse
ponto do treinamento, os alunos devem ser orientados a repetir 10 vezes a
experimentação, com gotas equivalentes, restringindo as observações e as
medidas aos trechos das descidas em que as gotas realizam movimento
uniforme.
Analisando a situação apresentada acima, e tendo por base as
preocupações e as proposições atuais discutidas e registradas no âmbito da
Pesquisa em Educação em Ciências, bem como em Ensino de Física, redija um
texto dissertativo contendo e uma crítica sobre a forma de utilização do
experimento adotado pelo professor e uma sugestão de alternativa de
procedimento. (ITEC, 2014).

4.3 Portfólios

O termo portfólio (ou outros termos atuais como dossiê ou diário de bordo)
significa originalmente um lugar para se guardar folhas soltas e ainda expressa
essa ideia original, ou seja, uma forma de o estudante registrar o seu processo
formativo e uma maneira de o professor avaliar esse processo. De acordo com
Torres (2008, p. 551 citado por Villas Boas, 2004, p. 38),

O portfólio é uma coleção de suas produções (do aluno), as quais


apresentam as evidências de sua aprendizagem (do aluno). É
organizado por ele próprio para que ele e o professor, em conjunto,
possam acompanhar seu progresso. O portfólio é um procedimento de
avaliação que permite aos alunos participar da formulação dos
objetivos de sua aprendizagem e avaliar seu progresso. Eles são,
portanto, participantes ativos da avaliação, selecionando as melhores
amostras de seu trabalho para incluí-las no portfólio.

Assim, essa forma de avaliação possibilita uma organização própria do


estudante ao longo do processo de ensino e aprendizagem.

4.4 Seminários

Dentre os vários tipos de avaliação que podem ser utilizados no processo


de ensino-aprendizagem, o seminário se destaca pela forma como é organizado
e pelo protagonismo dos estudantes. Embora os seminários sejam evidenciados
mais pelo momento da oratória do palestrante, ou seja, uma exposição a

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respeito de algum conhecimento científico, a sua construção envolve um
processo de efetiva participação e aprendizagem, pois demandam muita
pesquisa e estudo na sua constituição.
Na avaliação do seminário, pode-se compor a nota pelo trabalho escrito e
a apresentação do trabalho, com uma composição definida pelo professor.
Geralmente, o trabalho escrito possui um formato que se constitui por: uma capa
com as informações dos participantes, a introdução sobre o trabalho, a
fundamentação teórica, uma descrição de como foi realizado o trabalho, a
conclusão e as referências utilizadas.

TEMA 5 – AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA E DEMOCRÁTICA INSERIDA NUM


PLANEJAMENTO

Entende-se como avaliação diagnóstica como uma ação avaliativa


realizada antes de se iniciar determinado conteúdo de ensino e objetiva obter
informações sobre o que os estudantes conhecem acerca de determinado
conteúdo ou competências para a organização do processo de ensino e de
aprendizagem. Portanto, na avaliação diagnóstica – que não deve ser
confundida com outros tipos de avaliação, como a ilustrada na figura acima – o
professor poderá conhecer o nível de compreensão que os estudantes possuem
de um determinado conteúdo ou conhecimento antes do início de uma
determinada etapa escolar como o bimestre, o trimestre ou semestre.

Figura 5 – Cérebro eletrônico

Fonte: Drummond, 2017.

Logo, nessa avaliação será verificada a presença ou a ausência de


conhecimentos ou de pré-requisitos para outros conteúdos que poderão ser
trabalhados ao longo do período letivo. Na elaboração dessa avaliação, deve-se
observar o conhecimento do estudante e as experiências pessoais para verificar
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a necessidade e dificuldade dos estudantes em relação ao conteúdo novo.
Desse modo, o professor poderá realizar um planejamento sobre as estratégias
que irá utilizar durante o processo de ensino-aprendizagem para superar
algumas dificuldades detectadas.

FINALIZANDO

Finalmente concluímos o nosso estudo sobre a avaliação e


compreendemos que ela está inserida no nosso cotidiano e a utilizamos a todo
momento quando avaliamos nossas atitudes e a dos outros, ou seja, podemos
entendê-la da seguinte forma: a avaliação é uma característica espontânea e
inata do ser humano. Na educação, vimos que a avaliação deve orientar e
subsidiar o processo de ensino e de aprendizagem e não meramente ser
compreendida como uma “pedagogia de exames”, conforme afirma Luckesi
(1995). Ou seja, é preciso estabelecer uma relação didática entre o ensino e a
avaliação de modo que esta seja coerente com o que foi ensinado e que não
haja uma desconexão entre o ensino e a avaliação.
Em relação ao ensino de Física, verificamos que os diversos tipos de
avaliação, ou seja, a diagnóstica e somativa devem ser utilizadas,
respectivamente, antes do início do ensino de um conteúdo e depois desse
ensino; e a avaliação formativa é realizada durante o processo de ensino e
aprendizagem.
Para avaliar, são necessários instrumentos avaliativos. Em nosso estudo,
aprendemos que existem diversos instrumentos avaliativos que podem ser
utilizados nas avaliações. Dentre esses, destacam-se as provas objetiva e
discursiva, os portfólios e os seminários. A escolha do instrumento avaliativo
mais adequado será uma decisão tomada pelo professor, tomando como base a
coerência que esses instrumentos devem ter com o processo de ensino e de
aprendizagem.

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REFERÊNCIAS

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