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Primeira Tópica
Primeira Tópica
inconsciente, pré-
consciente e consciente
Apresentar a Primeira Tópica Freudiana, caracterizando os sistemas consciente, pré-
consciente e inconsciente.
A Primeira Tópica foi claramente enunciada em 1900, no capítulo VII de um dos livros mais
importantes de Freud: “A interpretação dos sonhos” (FREUD, 1900/1974). Dê uma conferida nesse livro!
Vai encontrar o autor expondo pela primeira vez as características de cada um desses sistemas. Essas
características são ainda mais desenvolvidas nos chamados “artigos metapsicológicos” de Freud, de 1915.
Cada um dos sistemas – o inconsciente (Ics), o pré-consciente (Pcs) e o consciente (Cs) – possui uma forma
de funcionamento.
O primeiro aspecto a ser ressaltado acerca dessa Primeira Tópica Freudiana é que Freud não descobriu
lugares localizáveis concretamente no cérebro. O inconsciente não está no cérebro... Isso é uma tolice sem
tamanho! Trata-se de lugares, no sentido de que possuem funções específicas e diferenciadas e podem ser
pensados como conceitos.
O Sistema Consciente – Cs
O consciente é um sistema no qual operam a atenção e a percepção e, portanto, a conexão com a
realidade exterior. Seus conteúdos são aquela pequena parte da mente para a qual estamos cientes, num
dado momento. Freud relaciona esse sistema à função perceptiva, na periferia do aparelho psíquico.
A consciência, uma vez que está conectada ao mundo pela percepção, recebe as estimulações desse
mundo (interno e externo). Recebendo essas estimulações, processa-as em conexão com os dados da
memória. Nesse sentido, o sistema consciente está ligado ao raciocínio, porque ele se relaciona à memória e
aos processos de pensamento.
Outra característica que vai parecer a você, talvez, bastante estranha é que, no inconsciente não existe
contradição, negação ou dúvida... No consciente, a gente ou ama ou odeia; no inconsciente – num sonho, por
exemplo – a gente pode odiar e amar alguém com a mesma intensidade e isso não provoca contradição nem
dúvida!
Os processos inconscientes são atemporais: não são ordenados no tempo; e a passagem do tempo não
os altera, ou seja, são vívidos, apesar de relacionarem-se, em última análise, a desejos infantis.
PROCESSO PRIMÁRIO
É o modo de funcionamento do sistema Ics. Aqui, a energia psíquica se escoa livremente, passando
sem barreiras de uma representação para outra. Um exemplo de manifestação humana em que fica bem
evidente esse regime de funcionamento é a produção de um sonho, mais precisamente a elaboração onírica.
Ao iniciar a produção de um sonho, você “parte” de pensamentos latentes (desejos inconscientes) para
elaborar imagens do sonho. A energia que circula no Ics escoa livremente entre representações, segundo
processos de deslocamento e condensação. Depois de segundos, um conjunto de imagens oníricas (imagens
de sonho) são criadas! É o seu sonho. Essa energia circulou de um modo livre entre as representações, até
que seus desejos inconscientes fossem distorcidos no conteúdo manifesto do sonho.
PROCESSO SECUNDÁRIO
É o modo de funcionamento do sistema Pcs-Cs. Aqui, a energia está controlada, escoa-se nas
representações de forma mais estável, permitindo experiências mentais como o pensamento da vigília, a
atenção, o juízo, o raciocínio e a ação controlada. Um exemplo de manifestação humana em que fica bem
evidente esse regime de funcionamento é o estudo, a leitura, o assistir de uma aula. Enquanto você
acompanha o raciocínio do professor, a energia no seu Cs escoa de modo controlado entre as ideias.
Quiz
1
Leia as afirmações abaixo:
2
O processo primário:
caracteriza o sistema Pré-consciente.
3
Assinale a alternativa que reúne corretamente características do Sistema
Inconsciente:
Referências
FREUD, S. (1900). A interpretação dos sonhos. Trad. sob a direção de Jayme Salomão. Rio de Janeiro:
Imago, 1974. (Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud, v. 4 e 5).
FREUD, S. (1915). O Inconsciente. Trad. sob a direção de Jayme Salomão. Rio de Janeiro: Imago, 1996.
(Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud, v.12).
LAPLANCHE, J; PONTALIS, J.B. Vocabulário de psicanálise Laplanche & Pontalis. 3. ed. São Paulo:
Martins Fontes, 1998.