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APRENDA SNC-AP COM CASOS PRÁTICOS

Book · February 2023

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2 authors, including:

Carlos Borralho
Polytechnic Institute of Beja
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CARLOS BORRALHO
PIRES DOS REIS
PIRES DOS REIS • CARLOS BORRALHO
Pires dos Reis. Doutor em Gestão, mestre em Contabilidade, pós-graduado em Contabilidade, pós-gradu-
ado em Administração Pública e Desenvolvimento Regional e licenciado em Organização e Gestão de
Empresas. Entre outras, tem lecionado regularmente unidades curriculares de Contabilidade Financeira,
Contabilidade de Grupos Empresariais, Contabilidade Pública e Contabilidade e Finanças Públicas, a cursos
de licenciatura e de mestrado. É membro efetivo da Ordem dos Contabilistas Certificados. Atualmente
desempenha os cargos de diretor da Escola Superior de Tecnologia e Gestão e do Centro de Investigação
em Economia e Gestão, ambos no Instituto Politécnico de Beja. Tem como principais focos de investigação
as áreas da contabilidade financeira e da contabilidade pública.

Carlos Borralho. Doutor em Gestão, mestre em Organização e Sistemas de Informação, licenciado e

Aprenda
bacharel em Gestão de Empresas. Entre outras, tem lecionado unidades curriculares de Planeamento e
Controlo de Gestão, Gestão Estratégica, Marketing, Gestão de Processos de Negócio e de Informação,

SNC-AP
Empreendedorismo, Contabilidade Pública, bem como Sistemas de Informação e Tecnologias de Informa-

Aprenda
ção, em cursos de licenciatura e de mestrado. É membro efetivo da Ordem dos Economistas (OE), da Asso-
ciação Portuguesa de Sistemas de Informação (APSI), da Associação Portuguesa da Qualidade (APQ), bem
como da Ordem dos Contabilistas Certificados (OCC). Tem como atual foco de investigação os sistemas de
informação, o impacto económico, o controlo de gestão e a contabilidade.

O Sistema de Normalização Contabilística para as Administrações Públicas (SNC-AP) é


um marco incontornável da contabilidade em Portugal, pois representa uma mudança
ambiciosa e exigente para os profissionais de contabilidade e para a própria transparência

SNC-AP COM CASOS PRÁTICOS


e relevância da prestação de contas públicas. O SNC-AP, também aplicável ao setor empre-
sarial público reclassificado, tem objetivos que não passam apenas pela substituição do
POCP e seus planos setoriais, mas também pelo alinhamento com as normas internacio-
nais IPSAS e IFRS e pela necessidade de facilitar a consolidação de contas do Estado, atra-

COM CASOS PRÁTICOS


vés da aproximação ao atual Sistema de Normalização Contabilística para o setor privado.
Relativamente aos seus elementos constitutivos, o SNC-AP impõe a articulação entre
os seus três subsistemas de contabilidade: orçamental, financeiro e de gestão, exceto no
caso das microentidades, o que o afasta da ótica empresarial, onde impera apenas a con-
tabilidade financeira. Esta exigência intensifica a importância da disponibilização de
documentos e de registos contabilísticos tempestivos, através de um sistema de controlo
D E STAC ÁVE L
interno operante e factualmente orientado para a responsabilização dos envolvidos, per-
mitindo disponibilizar informação nos três subsistemas de contabilidade e, por esta via, CÓDIGOS DE
facultando dados financeiros e orçamentais a um leque diversificado de utilizadores.
Com a orientação «aprender, fazendo», este livro, recorrendo a casos práticos que
CONTAS
enfatizam a articulação entre os três subsistemas contabilísticos obrigatórios, apresenta
as operações contabilísticas mais usuais das Administrações Públicas e resume os concei-
tos teóricos essenciais à sua compreensão. Com este elemento de apoio e consulta, leito-
res profissionais poderão melhorar e esclarecer as suas práticas e os estudantes adquirir
suporte teórico a aplicar, à medida que vão resolvendo os casos práticos.

…uma obra que acreditamos poder vir a ser 737


uma obra de referência no normativo contabilístico
da administração pública.
In Prefácio
Paula Franco
Bastonária da Ordem dos Contabilistas Cer�ficados

EDIÇÕES SÍLABO
! Códigos de Contas
Contém destacável com

• Classificação Económica
• Classificação Orçamental
• Classificação Financeira
• Classificação Analítica

Os autores são filiados no Instituto Politécnico de Beja.


Aprenda

COM CASOS PRÁTICOS

Pires dos Reis


Carlos Borralho

EDIÇÕES SÍLABO
É expressamente proibido reproduzir, no todo ou em parte, sob qualquer
forma ou meio gráfico, eletrónico ou mecânico, inclusive fotocópia, este livro.
As transgressões serão passíveis das penalizações previstas na legislação em vigor.
Não participe ou encoraje a pirataria eletrónica de materiais protegidos.
O seu apoio aos direitos dos autores será apreciado.

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FICHA TÉCNICA:
Título: Aprenda SNC-AP com Casos Práticos
Autores: Pires dos Reis, Carlos Borralho
© Edições Sílabo, Lda.
Capa: Pedro Mota
1.ª Edição – Lisboa, janeiro de 2023.
Impressão e acabamentos: ARTIPOL – Artes Tipográficas, Lda.
Depósito Legal: 509661/22
ISBN: 978-989-561-273-4

Editor: Manuel Robalo

R. Cidade de Manchester, 2
1170-100 Lisboa
Tel.: 218130345
e-mail: silabo@silabo.pt
www.silabo.pt
Índice

Índice de figuras e tabelas 9

Acrónimos 11

Prefácio 13

Considerações iniciais 15

Capítulo 1

Enquadramento, conceitos e registos contabilísticos


fundamentais

1.1. Origens e linhas gerais do SNC-AP 21


1.2. Subsistema de contabilidade orçamental 28
1.3. Subsistema de contabilidade financeira 51
1.4. Subsistema de contabilidade de gestão 61
1.5. Articulação de subsistemas contabilísticos no SNC-AP e fatores
críticos na sua aplicação prática 69

Capítulo 2

Enunciado de casos práticos

2.1. Caso 1 – classificação económica da receita e da despesa públicas 77


2.2. Caso 2 – carregamento orçamental, introdução ao ciclo
de execução e efeitos nos subsistemas contabilísticos 79
2.3. Caso 3 – execução da despesa e consolidação das operações
de carregamento orçamental 81
2.4. Caso 4 – execução orçamental e rendimentos
sem contraprestação 83
2.5. Caso 5 – execução orçamental, rendimentos
com contraprestação e ativos tangíveis 85
2.6. Caso 6 – execução orçamental, transferências e subsídios com,
e sem, contrapartidas 88
2.7. Caso 7 – execução orçamental, fundo de maneio
e especialização dos exercícios 91
2.8. Caso 8 – operações extraorçamentais, cauções,
passivos contingentes e provisões 94
2.9. Caso 9 – execução orçamental e locações 95
2.10. Caso 10 – execução orçamental e processamento de salários 98
2.11. Caso 11 – execução orçamental e inventários 100
2.12. Caso 12 – execução orçamental, IVA pro rata e afetação real 102
2.13. Caso 13 – execução orçamental, bens de domínio público
e ativos adquiridos em transações sem contraprestação 104
2.14. Caso 14 – encerramento orçamental, desempenho e relato 105

Capítulo 3

Resolução de casos práticos

3.1. Caso 1 – classificação económica da receita e da despesa públicas 111


3.2. Caso 2 – carregamento orçamental, introdução ao ciclo
de execução e efeitos nos subsistemas contabilísticos 112
3.3. Caso 3 – execução da despesa e consolidação das operações
de carregamento orçamental 120
3.4. Caso 4 – execução orçamental e rendimentos
sem contraprestação 126
3.5. Caso 5 – execução orçamental, rendimentos
com contraprestação e ativos tangíveis 140
3.6. Caso 6 – execução orçamental, transferências e subsídios com,
e sem, contrapartidas 151
3.7. Caso 7 – execução orçamental, fundo de maneio
e especialização dos exercícios 163
3.8. Caso 8 – operações extraorçamentais, cauções,
passivos contingentes e provisões 175
3.9. Caso 9 – execução orçamental e locações 186
3.10. Caso 10 – execução orçamental e processamento de salários 199
3.11. Caso 11 – execução orçamental e inventários 209
3.12. Caso 12 – execução orçamental, IVA pro rata e afetação real 218
3.13. Caso 13 – execução orçamental, bens de domínio público
e ativos adquiridos em transações sem contraprestação 237
3.14. Caso 14 – encerramento orçamental, desempenho e relato 243

Considerações finais 245

Referências 247
Índice de figuras e tabelas

 Figuras
Figura 1. Ordenamento jurídico de suporte à contabilidade
e finanças pública 20
Figura 2. Chave orçamental 29
Figura 3. Movimentos de abertura – carregamento inicial
do orçamento da receita 30
Figura 4. Movimentos de abertura – carregamento inicial
do orçamento da despesa 31
Figura 5. Alteração orçamental à receita decorrente de inscrições
ou reforços 31
Figura 6. Alteração orçamental à receita decorrente de anulações
ou diminuições 32
Figura 8. Alteração orçamental à despesa, decorrente de inscrições
ou reforços (sem efeitos no orçamento da receita) 34
Figura 9. Alteração orçamental à despesa, decorrente de anulações
ou diminuições 34
Figura 10. Cativação (indisponibilização de dotação para despesa) 35
Figura 11. Descativação (disponibilização de dotação para despesa) 35
Figura 12. Execução da receita – fase de liquidação (com desagregação
face ao enquadramento nos exercícios económicos) 36
Figura 13. Execução da receita – fase de cobrança (com desagregação
face ao enquadramento nos exercícios económicos) 38
Figura 14. Execução da receita – retenções 38
Figura 15. Execução da receita – reembolsos e restituições 39
Figura 16. Execução da despesa do período orçamental
(registo completo, inclui as quatro fases do ciclo) 40
Figura 17. Registo da despesa do período orçamental seguinte
(cabimento, compromisso e obrigação a registar em N + 1) 41
Figura 18. Reposições abatidas aos pagamentos (RAP) 42
Figura 19. Extraorçamentais – operações de tesouraria 44
Figura 20. Contas de ordem (passivos contingentes) 45
Figura 21. Encerramento da contabilidade orçamental
e valores a transitar – principais movimentos 45
Figura 22. Encerramento da contabilidade orçamental
e desempenho orçamental – principais movimentos 47
Figura 23. Encerramento da contabilidade orçamental e fecho
das contas que serviram de base à abertura do ano orçamental 48
Figura 24. Encerramento da contabilidade orçamental
e apuramento do desempenho 48
Figura 25. Funcionamento da classe 9 63
Figura 26. Registos, movimentos e subsistemas contabilísticos 70

 Tabelas
Tabela 1. Algumas entidades de controlo, supervisão e/ou apoio 21
Tabela 2. Elementos constitutivos do SNC-AP 25
Tabela 3. Níveis de aplicação do SNC-AP 25
Tabela 4. Normas exigíveis por nível de aplicação do SNC-AP 26
Tabela 5. Matérias e normas 26
Tabela 6. Subsistemas, classes e contas 28
Tabela 7. Caraterísticas diferenciadoras do setor público
e fundamentos 52
Tabela 8. Bases de mensuração de ativos 55
Tabela 9. Bases de mensuração do valor corrente 56
Tabela 10. Bases de mensuração de passivos 57
Tabela 11. Descritivo da movimentação da classe 9 64
Tabela 12. Informação a divulgar no âmbito do subsistema
contabilístico de contabilidade de gestão 67
Tabela 13. Registos contabilísticos e principais documentos de suporte 72
Acrónimos

ABC Custeio Baseado em Atividades


CIBE Cadastro e Inventário dos Bens do Estado
CNC Comissão de Normalização Contabilística
CNCP Comité de Normalização Contabilística Público
EC Estrutura concetual
IAS/IFRS Normas Internacionais de Relato Financeiro
IASB International Accounting Standards Board
IFAC International Federation of Accountant
IPSAS International Public Sector Accounting Standards
IPSASB International Public Sector Accounting Standards Board
IRS Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Singulares
IVA Imposto sobre o Valor Acrescentado
NCP Normas de Contabilidade Pública
PCM Plano de Contas Multidimensional
SNC Sistema de Normalização Contabilística
SNC-AP Sistema de Normalização Contabilística
para as Administrações Públicas
RAP Reposição Abatida aos Pagamentos
RNAP Reposição Não Abatida aos Pagamentos
Prefácio

Vivemos numa sociedade informada, que exige transparência, rigor e a


melhor alocação dos recursos financeiros das entidades públicas. Na hora da
aplicação dos recursos públicos e aquando da divulgação da informação refe-
rente à sua gestão, é dever dos governantes e gestores públicos, informar de
forma simples, transparente e comparável todos os agentes interessados, isto
é, todos os cidadãos.
Atendendo também à interminável complexidade das finanças públicas,
exigia-se assim, tanto a nível nacional como internacional, um conjunto de
normas que construíssem uma ferramenta que permitisse que as entidades,
pudessem eficazmente responder e satisfazer de forma adequada às exigências
com que se deparam, permitindo assim uma boa gestão financeira, transpa-
rência das contas públicas e satisfação da sociedade civil em geral.
Nasce assim o Sistema de Normalização Contabilística para as Adminis-
trações Públicas (SNC-AP), que consagrou um conjunto de normas para uni-
formizar procedimentos e aumentar a transparência das contas públicas. Com
o SNC-AP pretende-se: Evidenciar a execução orçamental e demonstrar o res-
petivo desempenho; Proporcionar uma imagem verdadeira e apropriada da
posição financeira e dos fluxos de caixa; Facultar informação credível para as
entidades externas e para a preparação das contas de acordo com o sistema
europeu de contas nacionais e regionais; e obter maior controlo financeiro, de
legalidade, de economia, de eficiência e de eficácia dos gastos públicos.
À data, o SNC-AP, que abraça num modelo contabilístico unificado as enti-
dades públicas, podendo-se dar um passo vital no caminho da transparência
na gestão das verbas públicas e uma alcançar-se uma etapa decisiva para a tão
desejável apresentação de demonstrações financeiras consolidadas do Estado,
ainda se encontra muito longe da implementação e concretização que lhe são
exigidas por todos os cidadãos.
Para a sua plena implementação, muito ainda tem de ser feito. Desde logo,
temos de formar e capacitar profissionais que diariamente implementem o
normativo, os contabilistas públicos, profissionais que devem ser obrigatoria-
mente contabilistas certificados, por forma a se garantir uma efetiva regulação
disciplinar, desenvolvimento profissional contínuo e exercício das tarefas pro-
fissionais pautado pelos mais elevados padrões de excelência e qualidade des-
ses agentes.
Nesse sentido, vimos a presente obra – Aprenda SNC-AP com Casos Prá-
ticos –, dos professores Pires dos Reis e Carlos Borralho, como uma excelente
ferramenta para profissionais, estudantes e demais interessados, estudarem e
assim aperfeiçoarem os seus conhecimentos teóricos e práticos sobre um tão
importante normativo contabilístico.
Estruturado em três capítulos, com catorze casos práticos, nesta obra
podemos encontrar respostas concretas, através de casos práticos que simu-
lam com grande detalhe e precisão situações concretas da aplicação do SNC-
-AP, que permitem ao leitor uma melhor orientação aquando da aplicação
concreta do normativo.
Felicita-se assim esta obra, bem como os seus autores, que com esforço,
motivação, empenho e enorme rigor técnico e científico, produziram e dispo-
nibilizam uma obra que acreditamos poder vir a ser uma obra de referência no
normativo contabilístico da administração pública.

Paula Franco
Bastonária da Ordem dos Contabilistas Certificados
Considerações iniciais

O SNC-AP é o referencial contabilístico a aplicar atualmente em Portugal,


a todas as Administrações Públicas.
Esse referencial resultou de um processo de harmonização internacional
e de normalização da legislação interna, onde a maioria das normas setoriais
foram revogadas.
Acontece que a natureza e dimensão das Administrações Públicas é bas-
tante diversa, facto que impõe grande amplitude e abrangência ao SNC-AP,
podendo torná-lo fatigante à primeira vista. Ora, este é precisamente um livro
introdutório que procura contrariar isso.
É que além do SNC-AP apresentar um léxico alinhado com padrões inter-
nacionais, mas em alguns casos distante do quotidiano, trata-se do único refe-
rencial contabilístico, em Portugal, que determina o uso obrigatório de três
subsistemas de contabilidade em simultâneo: orçamental, financeiro e conta-
bilidade de gestão. Estes três subsistemas contabilísticos apresentam regras
próprias, pois se assim não fosse seriam injustificados, mas a sua compatibi-
lização nem sempre é fácil, face às exigências que impõe no âmbito documen-
tal, com particular relevo para os sistemas de controlo interno e sistemas de
informação.
Na data de publicação deste livro não existia no mercado uma proposta
centrada em exercícios e orientada para a articulação simultânea do subsis-
tema de contabilidade orçamental, subsistema de contabilidade financeira e
subsistema de contabilidade de gestão, num livro de pequena dimensão, cen-
trado em prática simulada, com recurso a exercícios de aplicação, feito a pen-
sar em alunos e em profissionais que exercem atividade no domínio da conta-
bilidade pública.
A contabilidade é uma atividade prática centrada no registo de factos que
envolvem o quotidiano das organizações, factos que esses são mais facilmente
apreendidos no domínio pedagógico se existir o recurso a casos que simulem
acontecimentos do mundo real. Contudo, naturalmente, os conceitos teóricos
continuam a ser fundamentais.
16 APRE ND A SN C -A P C OM CA S OS P R ÁTI C OS

O presente livro assume o pressuposto de que a aprendizagem pode


melhorar se o ensino se dirigir de situações concretas para os conceitos teóri-
cos, ao invés do contrário. Em todos o casos a articulação das duas dimensões
de análise é sempre necessária. Também é por isso que, em complemento
deste livro, é recomendável o download gratuito do SNC-AP, na sua versão
atualizada, do sítio da Comissão de Normalização Contabilística (https://
/www.cnc.min-financas.pt/sncap2017.html).
Adicionalmente, para facilitar o treino e a realização dos casos práticos,
este livro inclui ainda um caderno separado, onde o leitor poderá encontrar
quatro classificadores, concretamente, classificador económico, classificador
orçamental, classificador financeiro e o classificador analítico.
Neste livro, ao se procurar sistematizar, ao se reduzir o amplo, deixam-se
sempre elementos preponderantes por abordar. Estamos cientes disso e é
também por isso que procuramos fazer aqui uma escolha criteriosa dos con-
teúdos, por forma a apresentar exemplos das operações mais usadas, logo com
a maior abrangência possível, observáveis na maioria das Administrações
Públicas.
Utilizamos aqui, como ponto de partida, o subsistema de contabilidade
orçamental, por ser aquele que é obrigatório e por ser comum à totalidade das
Administrações Públicas, de microentidades a entidades do regime geral, pas-
sando igualmente pelas pequenas entidades.
Por outro lado, ao longo de anos, constatámos que a representação dos
movimentos contabilísticos tem maior aceitação quando se recorre ao razão,
pois essa representação facilita a aprendizagem por parte dos alunos, compa-
rativamente a alternativas, por exemplo, o uso de quadros. Tal facto é refletido
neste trabalho.
Em suma, procuramos apresentar aqui um recurso pedagógico introdutó-
rio, mas com efetiva utilidade prática, dirigido a alunos de ciências económi-
cas e empresariais, bem como a profissionais que contactem com a contabili-
dade pública, onde são propostos exercícios a resolver e onde, depois, é possí-
vel comparar e discutir a resolução apresentada neste livro com a efetuada.
Agradecemos a leitura do presente livro e expressamos votos de que o tra-
balho seja alinhado com as expetativas do caro leitor.
Os autores,
Carlos Borralho e Pires dos Reis
Capítulo 1

Enquadramento, conceitos
e registos contabilísticos
fundamentais
ENQU A DRAM EN T O, C ON CEI T OS E REGI ST O S C O NTA BI LÍS TI C OS FU N DA M EN TA IS 19

A contabilidade e as finanças públicas agregam um amplo conjunto de ver-


tentes, suportadas em múltiplos diplomas legais, que regulamentam toda a
administração financeira do Estado. Alguns dos principais diplomas legais são
elencados na figura seguinte.
Constata-se assim que o Sistema de Normalização Contabilística para as
Administrações Públicas (SNC-AP), publicado através do Decreto-Lei n.º
192/2015, de 11 de setembro, é apenas um dos instrumentos a considerar no
vasto sistema legal instituído.
O SNC-AP é aplicável a «todos os serviços e organismos da administração
central, regional e local que não tenham natureza, forma e designação de
empresa, ao subsetor da segurança social, e às entidades públicas reclassifica-
das», conforme se indica no n.º 1 do artigo 3.º do diploma que o publicou.
Os objetivos declarados no SNC-AP são amplos e de foco operativo variá-
vel. No entanto, num domínio prático e conforme o artigo 6.º, entre objetivos
gestionários, de análise, de controlo e de informação, destacam-se aqui os
seguintes:
 Proporcionar informação para a elaboração de todo o tipo de contas,
demonstrações e documentos que tenham de ser enviados à Assembleia
da República, ao Tribunal de Contas e às demais entidades de controlo
e supervisão;
 Proporcionar informação para a preparação das contas de acordo com o
Sistema Europeu de Contas Nacionais e Regionais.

Nestes termos, o SNC-AP é indissociável do Orçamento do Estado. Assim


sendo, independentemente da quantidade de Administrações Públicas legal-
mente obrigadas a aplicar o SNC-AP, o Orçamento do Estado é uno e universal
para cada período económico, facto que reforça o papel das entidades de con-
trolo e supervisão e obriga a um acompanhamento regular das regras que
delas emanam, destacando-se aqui a circular de preparação do orçamento e o
decreto de execução orçamental, com periodicidade anual.
20

Figura 1. Ordenamento jurídico de suporte à contabilidade e finanças pública


APRE ND A
SN C -A P
C OM
CA S OS
P R ÁTI C OS
ENQU A DRAM EN T O, C ON CEI T OS E REGI ST O S C O NTA BI LÍS TI C OS FU N DA M EN TA IS 21

A tabela seguinte indica algumas dessas entidades de controlo e supervi-


são, bem como algumas entidades de apoio.

Tabela 1. Algumas entidades de controlo, supervisão e/ou apoio

Entidades Endereço

Comissão de Normalização https://www.cnc.min-financas.pt/sncap2017.html


Contabilística (CNC)
Conselho das Finanças Públicas https://www.cfp.pt/
Direção Geral das Autarquias Locais http://www.portalautarquico.dgal.gov.pt/
/pt-PT/financas-locais/snc-ap/
Direção Geral do Orçamento https://www.dgo.gov.pt/Paginas/default.aspx
Portal Colaborativo da CNC para SNC-AP https://www.cnc.snc-ap.pt/Paginas/default.aspx
Tribunal de Contas https://www.tcontas.pt/pt-pt/Pages/homepage.aspx
UniLEO – Unidade de Implementação da https://www.unileo.gov.pt/index.php
Lei de Enquadramento Orçamental

Enumerados os principais diplomas legais, as principais entidades de con-


trolo, de supervisão e de apoio, sinalizam-se a seguir outros pontos preponde-
rantes do SNC-AP.

1.1. Origens e linhas gerais do SNC-AP


A normalização contabilística em Portugal, direcionada para as Adminis-
trações Públicas, é da responsabilidade do Comité de Normalização Contabi-
lística Público (CNCP). Este organismo tem por missão emitir normas conta-
bilísticas e normas interpretativas para o setor público não empresarial, tendo
como referência, por um lado, as Normas Internacionais de Contabilidade
(IAS/IFRS), direcionadas para o setor privado, emitidas por um organismo
internacional e independente, o IASB (International Accounting Standards
Board) e, por outro, as Normas de Contabilidade Pública (IPSAS), também
elas internacionais e emitidas pelo IPSASB (International Public Sector
Accounting Standards Board), sendo este último mais relevante para o pre-
sente livro.
22 APRE ND A SN C -A P C OM CA S OS P R ÁTI C OS

O IPASB, enquanto Conselho do IFAC (International Federation of


Accountant), foi criado para desenvolver e emitir, sob a sua própria autori-
dade, Normas Internacionais de Contabilidade para o Setor Público denomi-
nadas IPSAS (International Public Sector Accounting Standards). Estas
representam normas globais de relato financeiro, destinadas ao setor público
de qualquer país. Já às empresas que integrem o setor empresarial devem apli-
car-se as IAS/IFRS.
Acresce que as IPSAS constituem o único conjunto de normas de contabi-
lidade do setor público reconhecido internacionalmente e exigem a aplicação
da base do acréscimo no âmbito do seu objetivo de convergência com as IFRS,
emitidas pelo IASB. Assim sendo, ao abraçar este processo de convergência, o
IPSASB pretendeu, e pretende, sempre que possível, manter o tratamento
contabilístico e o texto original das IFRS, exceto se for constatado que tais
matérias não se coadunam com algum aspeto significativo do setor público,
elemento que justifica o seu afastamento. Para além disso é de salientar que
as IPSAS também incluem matérias que não se encontram abordadas nas
IFRS, por serem especificas do setor público.
É neste contexto que as normas IPSAS estabelecem os requisitos de reco-
nhecimento, mensuração, apresentação e divulgação das transações e aconte-
cimentos que devem ser relatados nas demonstrações financeiras de finali-
dade geral, de todas as entidades do setor público e em qualquer parte do
mundo. Tais entidades incluem governos nacionais, governos regionais, poder
local, e demais entidades públicas.
As duas entidades acima referenciadas, IASB e IPSASB, têm procurado
contribuir para o desenvolvimento e melhoria das legislações nacionais apli-
cáveis ao setor público, conforme mencionado no Decreto-Lei n.º 134/2012 de
29 de junho, diploma legal que aprovou o regime jurídico da organização e
funcionamento da Comissão de Normalização Contabilística (CNC) e lhe atri-
buiu os trabalhos técnicos necessários à aprovação de um único Sistema de
Normalização Contabilística Público, para Portugal.
Como resultado de tais trabalhos, foi publicado o Decreto-lei n.º 195/2015,
de 11 de setembro, diploma legal que especificou o SNC-AP.
O SNC-AP apresenta três subsistemas contabilísticos, conforme se encontra
determinado no n.º 1 do artigo 4.º do citado Decreto-lei n.º 195/2015, de 11 de
setembro, pois «é constituído pelos subsistemas de contabilidade orçamental,
de contabilidade financeira e de contabilidade de gestão».
CARLOS BORRALHO
PIRES DOS REIS
PIRES DOS REIS • CARLOS BORRALHO
Pires dos Reis. Doutor em Gestão, mestre em Contabilidade, pós-graduado em Contabilidade, pós-gradu-
ado em Administração Pública e Desenvolvimento Regional e licenciado em Organização e Gestão de
Empresas. Entre outras, tem lecionado regularmente unidades curriculares de Contabilidade Financeira,
Contabilidade de Grupos Empresariais, Contabilidade Pública e Contabilidade e Finanças Públicas, a cursos
de licenciatura e de mestrado. É membro efetivo da Ordem dos Contabilistas Certificados. Atualmente
desempenha os cargos de diretor da Escola Superior de Tecnologia e Gestão e do Centro de Investigação
em Economia e Gestão, ambos no Instituto Politécnico de Beja. Tem como principais focos de investigação
as áreas da contabilidade financeira e da contabilidade pública.

Carlos Borralho. Doutor em Gestão, mestre em Organização e Sistemas de Informação, licenciado e

Aprenda
bacharel em Gestão de Empresas. Entre outras, tem lecionado unidades curriculares de Planeamento e
Controlo de Gestão, Gestão Estratégica, Marketing, Gestão de Processos de Negócio e de Informação,

SNC-AP
Empreendedorismo, Contabilidade Pública, bem como Sistemas de Informação e Tecnologias de Informa-

Aprenda
ção, em cursos de licenciatura e de mestrado. É membro efetivo da Ordem dos Economistas (OE), da Asso-
ciação Portuguesa de Sistemas de Informação (APSI), da Associação Portuguesa da Qualidade (APQ), bem
como da Ordem dos Contabilistas Certificados (OCC). Tem como atual foco de investigação os sistemas de
informação, o impacto económico, o controlo de gestão e a contabilidade.

O Sistema de Normalização Contabilística para as Administrações Públicas (SNC-AP) é


um marco incontornável da contabilidade em Portugal, pois representa uma mudança
ambiciosa e exigente para os profissionais de contabilidade e para a própria transparência

SNC-AP COM CASOS PRÁTICOS


e relevância da prestação de contas públicas. O SNC-AP, também aplicável ao setor empre-
sarial público reclassificado, tem objetivos que não passam apenas pela substituição do
POCP e seus planos setoriais, mas também pelo alinhamento com as normas internacio-
nais IPSAS e IFRS e pela necessidade de facilitar a consolidação de contas do Estado, atra-

COM CASOS PRÁTICOS


vés da aproximação ao atual Sistema de Normalização Contabilística para o setor privado.
Relativamente aos seus elementos constitutivos, o SNC-AP impõe a articulação entre
os seus três subsistemas de contabilidade: orçamental, financeiro e de gestão, exceto no
caso das microentidades, o que o afasta da ótica empresarial, onde impera apenas a con-
tabilidade financeira. Esta exigência intensifica a importância da disponibilização de
documentos e de registos contabilísticos tempestivos, através de um sistema de controlo
D E STAC ÁVE L
interno operante e factualmente orientado para a responsabilização dos envolvidos, per-
mitindo disponibilizar informação nos três subsistemas de contabilidade e, por esta via, CÓDIGOS DE
facultando dados financeiros e orçamentais a um leque diversificado de utilizadores.
Com a orientação «aprender, fazendo», este livro, recorrendo a casos práticos que
CONTAS
enfatizam a articulação entre os três subsistemas contabilísticos obrigatórios, apresenta
as operações contabilísticas mais usuais das Administrações Públicas e resume os concei-
tos teóricos essenciais à sua compreensão. Com este elemento de apoio e consulta, leito-
res profissionais poderão melhorar e esclarecer as suas práticas e os estudantes adquirir
suporte teórico a aplicar, à medida que vão resolvendo os casos práticos.

…uma obra que acreditamos poder vir a ser 737


uma obra de referência no normativo contabilístico
da administração pública.
In Prefácio
Paula Franco
Bastonária da Ordem dos Contabilistas Cer�ficados

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