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2.

Objeto e Metodo
A vida a partir da consciência não é originaria e nem a única realidade segundo a
intuição motivadora de Merleau-Ponty; dessa forma as analises especificas sobre a
percepção do nosso corpo se situam nas reflexões sobre a vida subjetiva. "É
possível uma relação entre a consciencia e a natureza? Se for possível, como pode
acontecer?" (MUNOZ, 1975), era entorno desse pensamento, que o seu trabalho
filosófico era baseado, podemos encontrar provas disso em uma de suas obras "A
estrutura do comportamento", que trata de compreender e explicar as relações entre
a consciência e a natureza orgânica, psicológica ou social. Também é possível
encontrar relatos em sua outra obra, chamada de "Fenomenologia da percepção",
onde ele fortifica o que foi dito anteriormente em seu outro trabalho, e adiciona
falando que se trata de uma temática clássica (caso resumida, significa perguntar,
pelo sentido e pelo sem sentido). Em uma outra obra (O visivel e o invisível),
Merleau-Ponty tenta estabelecer uma negação, onde usa a causalidade como
símbolo, manifestado na relação homem-natureza. E no fim percebemos em todos
esses livros, que as afirmações tratam de uma só questão: o problema da relação
do mundo exterior com o mundo interior, da psiquê com o soma e da alma com o
corpo. Toda sua ideologia, impôs a o autor em vista da renovação e da
reestruturação do significado da existência humana. Com isso ele tentava evitar
todas amarras conceituais de uma racionalidade caracterizada como "Pensamento
de sobrevoo, um tipo de pensamento caracterizado pela forma que procura dominar
e controlar totalmente a si mesmo e estender a dominação e o controle para
realidade exterior" (CHAUÍ, 1984, p. IX). Merleau-Ponty que a fenomenologia se
resume em definir essências, sendo uma filosofia que repõe as essências na
existência, e nega que o homem e o mundo possam se compreender de outra
maneira a não ser a partir da sua facticidade. O autor rejeita sua postura intelectual
e empirista para se apoiar na fenomenologia e se impôs em um caminho com toda
sua vontade para elaborações teóricas. Na natureza é onde acontecem todas
experiencias do ser e do mundo, porém, consiste em uma relação mutua de
presença para evitar imposições. A ciência de descrever a realidade é chamada de
fenomenologia, ela não a explica, entretanto se mantem a distância de seu ser sem
fazer da existência um objeto para a consciência. Para Merleau-Ponty e Edmund
Husserl, o ser e o seu aparecer são só uma realidade, assim evitando armadilhas do
fenomenismo. O pensamento merleaupontyano fez com que oposição a atitude
estritamente reflexiva e o dogmatismo do objetivismo e do subjetivismo conduziram
o filosofo a problemática da consciência e do pertencimento ao mundo, onde ele
permaneceu neutro e crítico de qualquer fixidez de posição, e ficando conhecido
como filosofo da ambiguidade, que se define em um modo próprio de exercitar a
interrogação filosófica.

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