Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Esel
Esel
Parte II
Cristiana Caramona
Márcia Ribeiro
Mariana Eloi
CLE 2019- 2023
1
Índice
A Intervenção de enfermagem de ajuda na manutenção da vida: a ajuda na
satisfação das NHF ao longo das fases do ciclo de vida ................................................... 3
1.1 Cuidados Não traumáticos ................................................................................. 3
1.2 Ajudar a Comer e a Beber .................................................................................. 7
1.3 Ajudar a Vestir e a Despir ................................................................................ 54
1.4 Ajudar a Comunicar ......................................................................................... 66
1.5 Ajudar a Eliminar .............................................................................................. 93
1.6 Ajudar a proteger os tegumentos: ................................................................. 126
1.7 Ajudar a Manter a Temperatura Corporal ..................................................... 171
1.8 Ajudar a agir segundo as suas crenças .......................................................... 181
1.9 Ajudar a Trabalhar em algo que proporcione um sentido de realização, a
Divertir ou participar em várias formas de recreação e a Aprender, descobrir ou
satisfazer a curiosidade que conduz ao desenvolvimento pessoal. ......................... 186
Cuidado à pessoa em processo de morte ............................................................. 198
2.1 Cuidado à Pessoa em Processo de Morte...................................................... 198
2
A Intervenção de enfermagem de ajuda na manutenção
da vida: a ajuda na satisfação das NHF ao longo das fases
do ciclo de vida
1.1 Cuidados Não traumáticos
INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM PROMOTORAS DE UM AMBIENTE SEGURO- Aplicam-
se em todos os contextos
A preparação da criança inclui a preparação dos pais, sendo que temos de ter em conta
a idade com as experiências anteriores .
A intervenção deve ser promotora de um ambiente seguro (aquele que utiliza os
elementos do ambiente para minimizar o sofrimento).
AMBIENTE: perspetiva multidimensional
- Ambiente físico
- Ambiente humano-afetivo
- Ambiente hospitalar
- Ambiente natural
- Ambiente familiar, profissional…
- Ambiente externo vs interno (aceção mais lata)
AMBIENTE SEGURO NA RELAÇÃO ENFERMEIRO-CLIENTE:
3
Intervenções de Enfermagem que visam preparar, apoiar e valorizar a Criança e Família
nos procedimentos
→ Compreender a fase de
desenvolvimento e as respostas
padrão da criança
→ Conhecer as experiências anteriores e
a sua história de dor- crianças que → Informar sobre o procedimento que se
estão expostas à dor ficam com um vai executar, tendo em conta a faixa
desespero maior quando expostas etária;
novamente à dor → Distrair a criança;
→ Conhecer as suas estratégias de coping → Permitir que a criança escolha (quando
(lidar com) tal for possível);
→ Identificar os stressores para a criança → Apoiar e consolar a criança durante
e para a sua família procedimento
4
Estratégias de preparação não farmacológica de acordo com a fase de
desenvolvimento da criança)
1) Utilizar brinquedos com som e movimento;
2) Utilizar histórias;
3) Utilizar boneco para demonstração;
4) Utilizar a negociação;
5) Utilizar vídeos e outros meios multimédia;
6) Explicar os procedimentos com linguagem acessível;
7) Utilizar termos apropriados.
Estratégias de preparação farmacológica
Exemplos:
• Utilização de anestésicos tópico – EMLA- através da pele- creme ou penso que se
coloca no sítio da intervenção é que anestesia
• Utilização de anestésicos sistémicos – Midazolam- cedação profunda
• Utilização de anestésico local (vídeo)
Imobilização da criança para a execução de procedimentos
• CONTENÇÃO (Usamos a nossa força-criança não gosta, mas faz com que o
procedimento seja feito rapidamente o que acaba por facilitar)
• “MÚMIA”- para crianças mais pequenas (RN que chora muito dá-lhe a sensação
que estão em vida uterina que promove conforto)
• DISTRAÇÃO (melhor opção, perguntar aos pais e às crianças a preferência)
Técnica da Contenção
5
Técnica de imobilização em múmia ou “ Sodeling”
• Usar pano ou malha de algodão frescos, não deve Se a criança mexe na cara ou chucha no
ser usado cobertores ou mantas sem ser em dedo podemos deixar a mão de fora
contenções rápidas, se for bebés pequeninos não se
pode usar cobertor- Sobreaquecimento que pode levar a morte súbita
• Se for procedimento na cara, esta contenção é muito útil, mas por exemplo se for
para dar oxigénio temos de ter o tórax destapado para ver respiração e os sinais de
distress respiratório (p.e tiragem) e por isso usamos a múmia modificada
Técnica de imobilização em múmia modificada
Estratégias de distração
▪ Contar histórias, TV, Música, Palhaços, Vídeos, Tablets, Brinquedos e brincadeiras
(Fazer demonstração nas bonecas)- Facilitam a comunicação, por vezes respondem
mais rápido ao brinquedo do que ao enfermeiro).
6
1.2 Ajudar a Comer e a Beber
A alimentação complementar é o conjunto de todos
os alimentos sólidos e líquidos para além do
aleitamento materno ou fórmula infantil.
A diversificação alimentar deve ser feita entre os 6 meses e os dois anos - se isso não
acontecer nesta altura, vai ser difícil aceitar posteriormente novos alimentos. Só a partir
da idade escolar, por influência dos amigos, é que começam a ter vontade de
experimentar coisas novas.
7
Aspetos Práticos no Processamento da Diversificação Alimentar
Não introduzir papas antes dos 4 meses nem após os 7 meses. Não deve ser dada só
depois dos 7 meses porque a partir desta altura eles começam a precisar de outros
alimentos.
Nota: Cerelac não aconselhada para primeira papa - porque tem um leite especial deles-
para crianças mais velhas
8
Fornecem:
• Hidratos de carbono (polissacarídeos amiláceos e não amiláceos)
• Proteína de origem vegetal (trigo) - Ácidos gordos essenciais (trigo, milho)
• Minerais (fósforo: aveia, milho e cevada; magnésio e cálcio: trigo)
• Vitaminas (B1 e B6: arroz).
Elevado valor energético: 200 Kcal/50g e Teor protéico: 6 a 9 g/50g.
Podem ser feitas com leite materno ou com o leite que o bebé costuma beber.
Há médicos que recomendam começar pelas papas e outros pelas sopas.
Sopa de legumes
Introduzir entre o 5º e o 6º mês- Se for um bebé que está sempre que está ser
amamentado exclusivamente não temos de introduzir logo a sopa.
Estimula precocemente o treino de paladares para sabores não doces.
Consistência deve ser grossa e macia, gradualmente grumosa para perceber a
consistência (devem ser bem passadas)- Quanto mais grosso for melhor, porque é mais
fácil de comer - porque ele ainda n sabe comer e vai tentar chuchar.
Iniciar com 3 legumes: cenoura, abóbora, batata (Batata doce para facilitar a transição),
introduzindo-se outros vegetais progressivamente, um de cada vez (cebola, alho, alho
francês, alface, curgete, brócolo, couve branca).
Ensinar os pais que o bebé não sabe comer com colher- ser paciente e aprender truques
para que o bebé não expulse a comida
A partir dos 12 meses introduzir: espinafre, nabo, nabiça, beterraba e o aipo (contêm
elevado teor de nitrato e fitato, interferem na digestibilidade).
Os produtos hortículas e os tubérculos- baixo valor energético (40/80 cal/100g)- ricos
em micronutrientes (vitaminas e minerais)
Leguminosas só devem ser introduzidas depois dos 11-12 meses de idade mas em
pequenas quantidades para evitar flatulência.
Azeite uma colher de chá no final, em cru, (5-7,5 ml) a cada dose de puré ou caldo de
legumes (sem sal)
Fruta
9
A maçã e a pêra (cozidas ou assadas com casca e caroço ou em vapor) e a banana, são
habitualmente os primeiros frutos a serem utilizados, oferecidos individualmente e não
sob a forma de puré de vários frutos.
Durante o primeiro ano devem ser evitados os frutos potencialmente alergogénicos ou
libertadores de histamina (morango, amora, kiwi, maracujá).
Aconselhar frutas frescas, da época, maduras e cruas, descascando-as para consumir
inteiros e não em sumos, variando a cor por dia.
Carne e Peixe
Ovo
Rico em: proteínas; lípidos; ferro.
Introduzir a gema a partir do 9º mês (porque também pode provocar reações alérgicas),
progressivamente (1/2 gema /refeição/ semana, durante 2-3 semanas seguida de 1
gema refeição semana 2-3 semanas).
10
Não deve exceder 2-3 gemas por semana.
Não dar na mesma refeição gema de ovo e outra fonte de proteína animal (carne ou
peixe).
Introduzida a clara a partir dos 11 meses.
Caso haja história individual de atopia deve-se protelar a sua introdução para os 24
meses caso haja.
Leguminosas Secas
Iogurte
11
Água
Leite de Vaca
Podem ser utilizados como recurso ocasional (Não deve de ser a base da fruta).
A dieta deve basear-se em alimentos frescos confecionados em casa.
Não substituir uma refeição por um boião de fruta- exceção, não regra
12
Frequência e Quantidade de Alimentos
Idade Necessidades calóricas Necessidades hídricas
1M-3M 120 cal/Kg/dia 150 ml/Kg/dia
3M-6M 110 cal/Kg/dia 120 ml/Kg/dia
6M-9M 100 cal/Kg/dia 110 ml/Kg/dia
1A-2ª 90 cal/Kg/dia 100 ml/Kg/dia
• Os pais devem reconhecer e responder aos sinais de fome e saciedade da criança
(pistas verbais e não verbais) permitindo à criança controlar a ingestão
alimentar.
• Se notarem que o bebé não fica saciado, pedir ao pediatra para ajustar as doses-
Não dar alimentos em demasia
13
Nutrição da Criança 1- 4 anos
Preocupações Supervisão Cuidados Antecipatórios Cuidados Antecipatórios
nutricionais frequentes nutricional (discutir com os pais) (Aconselhar os pais)
14
Nutrição da Criança 5-10 anos e Nutrição do Adolescente 11 -19 anos
Preocupações Supervisão nutricional Cuidados Antecipatórios (discutir com os pais e criança /
nutricionais frequentes adolescente)
- Período de aceleração - Avaliar os Ingestão de Cálcio:
do crescimento: para as comportamentos •4-8 anos: 800 mg/d
meninas 9-11 anos, alimentares e da dieta, •9-18 anos: 1300 mg/d
para os meninos cerca dos recursos alimentares,
•19 e mais velhos: 1000 mg/d
dos 12 anos (Adequar os da imagem corporal e da
aportes de alimentos a atividade física. Perceber
Referência de Ingestão de Ferro
esta fase. Nas raparigas é como adolescentes se vêm a
mais cedo) •Adolescentes 9 -13 anos: 8 mg/d
si próprios, como vêm a sua
- Diminuição do imagem corporal. •Sexo feminino 14-18 anos: 15 mg/d
consumo de leite e de - Avaliar o peso, estatura •Sexo masculino 14-18 anos: 11 mg/d
outros produtos e IMC
lácteos. - Avaliar a aparência da Nº de refeições diárias:
- Aumento do consumo pele, cabelo, dentes, •3 refeições principais e 2 a 3
de bebidas adocicadas e gengivas, língua e olhos.
refrigerantes. - Avaliar a PA e o risco de - Início da puberdade nas crianças. Mudanças físicas
- Consumo insuficiente hiperlipidémia familiar. esperadas e preocupações específicas.
de frutas e vegetais - Avaliar nas - Importância de assegurar à criança que é amada e aceite
(menos de 5 peças/dia). adolescentes de 12 a 21 como é, independentemente do seu tamanho e forma.
- Consumo de alimentos anos de fatores de risco - Ingestão de uma alimentação saudável.
ricos em gorduras, para a anemia por - Tomar refeições em família, numa atmosfera relaxada e
colesterol e sódio insuficiência de ferro. livre de distrações (televisão).
15
superior ao - Determinar visitas - Adequar a alimentação às necessidades próprias à
recomendado. regulares ao dentista. idade/fase desenvolvimento e sexo. Ingerir água quando tem
- Aumento da pré- - Avaliar o risco para sede e durante a atividade física.
obesidade e obesidade cáries dentárias (e.g., - Realizar 60 ou mais minutos de atividade física diária.
(5-10 anos). frequência de ingestão - Procurar locais seguros para a prática de atividade física.
- Aumento distúrbios de alimentos e bebidas - Utilizar equipamento de segurança apropriado durante a
alimentares, açucarados). atividade física.
preocupações com a - Avaliar o tempo - Limitar alimentos ricos em calorias e pobres em nutrientes,
autoimagem, dietas e despendido a ver alimentos ricos em gorduras (batatas fritas) e alimentos e
métodos de perda de televisão. bebidas ricas em açúcar (doces, bolos, sumos, refrigerantes).
peso não seguros. - Realizar escolhas - Reduzir os comportamentos sedentários (ver televisão
- Atividade física alimentares saudáveis. especialmente se o adolescente tem excesso de peso).
diminuída. - Fazer exercício físico - Alertar consumo excessivo de bebidas com cafeína (café,
- Aumento de bebidas energéticas, álcool, tabaco e outras drogas- são
Prevalência de anemia prejudiciais para os músculos e degradados no fígado
por deficiência de ferro - Desencorajar de “dietas” (ênfase na alimentação saudável).
(na rapariga 11- 19 - Encorajar imagem corporal positiva (as pessoas surgem
anos). com tamanhos e formas únicas numa diversidade de corpos
Nomeadamente nas saudáveis) e corpo saudável baseado na determinação
raparigas - devido à genética do tamanho e forma ao invés do peso socialmente
menstruação. definido como o ideal.
- Prevalência de - Discutir os perigos associados ao consumo de produtos que
hiperlipidémia (11 anos aumentam a performance (suplementos de proteínas,
19 anos): geralmente esteróides anabólicos)
também há fatores - Discutir os métodos seguros para ter um peso saudável
hereditários envolvidos, (comportamentos alimentares saudáveis, limitação de
ver foco de problema. ingestão de alimentos e líquidos calóricos e pobres em
nutrientes, prática de exercício físico regular; redução de
atividades sedentárias).
Dieta
Massa Muscular
Dieta
• História alimentar.
• Expectativa das pessoas em relação à alimentação.
• Exame físico.
• Valores laboratoriais.
16
Alimentação saudável: Uma alimentação completa - Todos os grupos da roda dos
alimentos - Equilibrada - Cumpre as proporções dos grupos Variada - Diversificar os
alimentos de cada grupo para uma alimentação saudável
1 - Tomar sempre o pequeno – almoço - dá energia para começar o dia e suplementa
os alimentos que foram gastos no dia anterior;
2 -Evitar estar mais de 3 horas e meia sem comer;
3 - Reduzir o seu consumo total de gordura (manteigas), em especial da gordura
saturada;
4 - Aumentar o seu consumo de hortaliças, frutas e legumes;
5 -Evitar ingerir açúcar e produtos açucarados;
6 - Consumir de preferência peixe e carnes magras;
7 - Diminuir o seu consumo de sal;
8 -Evitar os fritos e prefira métodos de culinária simples, saudáveis e saborosos, tais
como estufados, cozidos e grelhados;
9 - Beber água simples em abundância ao longo do dia;
10 - Moderar o consumo de bebidas alcoólicas.
17
CLIMATÉRIO
O climatério, também conhecido como peri menopausa, representa
a transição da vida reprodutiva para a não reprodutiva, dentro deste
período ocorre a menopausa, que corresponde à última
menstruação fisiológica da mulher.
Alterações biofisiológicas:
A diminuição dos níveis de estrogénios afeta a textura da pele e a
composição corporal da mulher;
Perda de elasticidade da pele e dos vasos sanguíneos. Diminuição
da massa muscular.
Aumento da concentração de gordura corporal na região
abdominal.
Alteração na absorção e captação do cálcio pelos ossos
(osteoporose, aumento de fraturas).
Mulheres na menopausa têm
necessidades alimentares
Recomendações: A alimentação diversas.
Ingerir diariamente 0,8 a 1g/quilo do seu peso de proteínas. Frutose, vitamina C podem
aumentar a absorção do ferro.
NÃO ingerir alimentos ricos em Ferro (carnes) nas refeições que contenham alimentos
fonte de cálcio (leite vaca e derivados), fosfatos e oxalatos (farelos de cereais e chá) –
diminuem a absorção.
Avaliar com regularidade a PA, glicemia, os níveis de colesterol e os triglicéridos.
Reduzir 200 a 400 kcal diárias, (gorduras, açúcar e sódio).
Tabela para Classificação - Taxa de Gordura
18
Aumentar 1000 a 1200mg consumo cálcio de cálcio/dia de fontes variadas
19
Uso de suplementos só deve ser utilizado com acompanhamento Médico e/ou do
Nutricionista.
Aumentar a frutose e a Vitamina C isto porque podem aumentar a absorção de ferro
Recomendações no idoso
20
Intervenção de enfermagem face aos riscos e compromissos na satisfação da NHF
comer e beber do idoso
Diagnósticos
Risco (aspiração, desidratação e desnutrição)
• Presença de secreções,
• Próteses dentárias mal adaptadas,
• Ausência de peças dentárias,
• Diminuição da produção de saliva
• Obstrução mecânica/disfagia;
• Volumes residuais gástricos elevados (>200ml)
• Distúrbios da motilidade muscular/disfagia;
• Incorreta colocação da SNG.
Ações de enfermagem:
RISCO DE DESIDRATAÇÃO
Fatores etiológicos:
• Diarreia e vómitos;
• Diminuição da ingestão de líquidos;
• Transpiração excessiva;
• Uso de mais de 4 medicamentos;
21
• Alterações cognitivas (Não percebem que têm de beber água);
• Doenças / medicamentos que aumentam a diurese / transito intestinal;
• Exercício físico;
• Limitações físicas- Não esquecer que não tem sensação de sede.
• Febre.
Sinais de desidratação:
• Alteração do estado de consciência;
• Diminuição lacrimejo e saliva,
• Mucosa oral seca / Língua seborreica e com fissuras,
• Globo ocular afundado,
• Secreções espessas,
• Prega cutânea + 4segundos / pele e mucosas secas.
Manifestações:
• Taquicardia / aumento FR / aumento Temperatura
• Hipernatremia (aumento concentração de sódio)
• Aumento Ureia e creatinina
• Aumento osmolaridade
• Redução de débito urinário / Urina concentrada
• Obstipação
Ações de enfermagem:
• Identificar e corrigir causas de risco de desidratação;
• Educar sobre a importância da hidratação ao longo do dia;
• Assegurar-se que a pessoa idosa ingere líquidos;
• Adequar líquidos ao exercício.
DESNUTRIÇÃO: É uma doença causada pela dieta inapropriada, hipocalórica e
hipopróteica. Também pode ser causada por má-absorção de nutrientes ou anorexia.
Tem influência de fatores sociais, psiquiátricos ou simplesmente patológicos. Nota: As
pessoas que estão internadas correm maiores riscos de desidratação.
Sinais de má nutrição
22
Fatores etiológicos
• Alterações cognitivas;
• Perda de apetite;
• Períodos de Jejum frequente;
• Menos de 3 refeições diárias;
• Redução da ingestão proteica;
• Autoimagem alterada;
• IMC < 23;
• Polimedicação / tratamentos oncológicos;
• Compromisso da capacidade para se alimentar;
• Stress psicológico.
COMPROMISSO DA CAPACIDADE PARA COMER E BEBER:
• Alteração da consciência; • Limitações físicas;
• Fadiga; • Anorexia.
• Depressão,
Ações de enfermagem:
• Educação para a saúde sobre a aquisição de bens alimentares, sua conservação,
modo de preparação, higiene alimentar e pessoal, ajudas técnicas facilitadoras.
• Aconselhar sobre como reduzir ou eliminar fatores que comprometam a
satisfação da necessidade, a estabelecer horários regulares e a promover um
ambiente tranquilo e seguro para a preparação dos alimentos.
• Ajudar a preparar refeições.
• Assistir na refeição.
• Preparar o tabuleiro.
• Promover independência.
• Avaliar qual(ais) a(s) dificuldade(s) e as potencialidades para a resolução do
problema – envolver familiar.
• Explorar com a pessoa/família estratégias que possam ter sido adotadas em
outras situações.
• Oferecer alimentos fáceis de mastigar.
• Oferecer no início da refeição os alimentos mais nutritivos.
• Incentivar o aumento progressivo do consumo de alimentos.
• Avaliar necessidade de “diário alimentar”.
• Informar e treinar uso de ajudas técnicas que poderão facilitar a independência
para o comer/beber.
• Ensinar a avaliar sinais de fadiga durante a alimentação e como controlá-los.
• Prever período de repouso antes das refeições.
• Controlar ambiente – prevenir acidentes.
23
Cortar e cozinhar
Ajudas na alimentação
Ações de enfermagem:
• Posicionar a pessoa (ninguém come bem deitado, por exemplo);
• Avaliar a capacidade de mastigação;
• Usar cola nas próteses dentárias, se necessário;
• Solicitar prótese em situação de internamento;
• Oferecer alimentos fáceis de mastigar, alimentos de consistência mole/pastosa,
mas evitar triturar legumes;
• Ensino da técnica de mastigação - mastigar lentamente e deglutir
“pausadamente”;
• Promover a ingestão de água – favorece a formação do bolo alimentar.
24
• Babar-se;
• Regurgitação nasal / oral;
• Sudorese intensa;
• Alterações respiratórias.
Ações de enfermagem:
• Avaliar o tipo de disfagia;
• Selecionar a dieta correta de
acordo com o tipo de disfagia: sólidos - dieta mole/pastosa/ liquida; líquidos –
uso de espessastes;
• Posicionar – sentado;
• Oferecer pequenas quantidades de alimentos moles (fáceis de deglutir) e
fracionar a dieta;
• Verificar se existe uma boa adaptação dos lábios ao copo;
• Ensinar a colocar o talher na boca – depositar comida na parte posterior da
língua, a mover os alimentos circularmente na boca e a empurrá-los para a parte
posterior da língua, a mastigar com boca fechada;
• Dar líquidos por colher e colocar na parte posterior da língua.
Tipos de dieta
Normalmente a
dieta normal
também é
hiposódica. PI
têm diminuição
das papilas
gustativas -
gostam de mais
sal na comida.
25
Tipo de Dieta: Quanto à consistência
Dieta Normal: Comumente associada a dieta terapêutica livre, trata-se de uma
refeição normal, indicada para pacientes sem indicações de dieta especifica.
Mole: Nesta dieta encontramos alimentos mais cozidos, de consistência mais mole,
normal em calorias e nutrientes; moderada em resíduos; fácil de se mastigar, deglutir
e também digerir.
Dieta Pastosa: Indicada geralmente para pacientes com disfagia, dificuldades de
mastigação (ausência de dentes ou problemas motores), alterações gastrointestinais
ou outras manifestações clínicas como pós-cirurgia. É composta por alimentos bem
macios, bem cozidos, em forma de puré e papas.
Dieta Líquida: Tem o objetivo de ser facilmente deglutida e digerida. É indicada para
problemas na mastigação, no pré e pós operatório, pode ser dividida em:
• dieta líquida (fornece líquidos, eletrólitos, pequenas quantidades de energia, trata-
se de chás, suco de frutas, gelatinas)
• dieta líquida completa que é constituída de líquidos e semilíquida à temperatura
corporal, trata-se de uma dieta que deve ser complementada nutricionalmente, pois,
é pobre por exemplo em fibras.
26
Ações autónomas de enfermagem
ATENDER: assistir a pessoa a alimentar-se; prevenir aspiração de vómito.
DETERMINAR:
27
NECESSIDADES NUTRICIONAIS E ENERGÉTICAS DA PRÉ-CONCEÇÃO AO PERÍODO PÓS
NATAL E DA CRIANÇA ATÉ AOS 6 MESES
A alimentação da grávida deverá ser uma alimentação saudável, ou seja, completa,
equilibrada, variada e segura, de acordo com as orientações da roda dos alimentos.
28
Cuidados na preparação dos alimentos:
Prevenção da toxoplasmose nas grávidas
sem imunidade: evitar comer saladas fora
de casa; lavar bem e em água corrente os
legumes; não manipular carne crua sem
usar luvas; não ingerir carne mal passada,
fiambre (só se for cozido) e presunto.
Aumenta ao longo da
gravidez
29
Nutrição na gravidez
É importante jogar sempre com os desconfortos da grávida, nomeadamente a
flatulência e a obstipação – pode ingerir mais líquidos e fibras em vez de alimentos
flatulentos.
• Gordura: origem vegetal (azeite, óleos, margarina, frutos secos, alguns frutos
tropicais); origem animal (manteigas, natas, gema de ovo, gordura de
constituição das carnes e pescado). Aconselhar a ingerir gorduras de origem
vegetal.
30
Nota: Durante a gravidez ocorre uma hemodiluição – aumento do plasma para
fazer face às necessidades do feto – há um aumento dos eritrócitos, mas esse
aumento não acompanha o aumento do plasma. Recomendar suplementação de
ferro
• Hidratação: beber água suficiente para satisfazer a sede. Cerca de 2,3 L pode
ser uma referência.
• Alimentos a evitar:
o Lacticínios não pasteurizados;
o Queijos mal curados; queijo fresco e requeijão;
o Enchidos e fumados (traz algumas doenças, não só pela gordura mas
também pelas doenças digestivas – associados a neoplasia do cólon, por
exemplo);
o Espadarte, tamboril ou tintureira (têm muito mercúrio);
o Carne e peixe mal cozinhados (às vezes alguns peixes trazem larvas e muitos
podem conter toxoplasmose);
o Legumes e frutas mal lavados;
o Patês de qualquer tipo.
31
NECESSIDADES NUTRICIONAIS E ENERGÉTICAS DO RECÉM-
NASCIDO/LACTENTE
As 200 calorias são Reservas maternas – vai ficar com estas gorduras e, por isso, só precisa
de 500Kcal por dia com a alimentação para alimentar o bebé depois da gravidez.
Leite humano
• Maior parte das mulheres têm aderido ao aleitamento materno nos últimos
anos.
• É um alimento vivo (tem muitos componentes parecidos ao sangue humano),
completo e natural: Proporciona ao bebé tudo o que ele necessita para este
período.
• Está adaptado à evolução do bebé (p. ex. diferente para o bebé prematuro): o
leite da mãe do prematuro vai ser mais rico em proteínas para que o bebé possa
crescer mais rápido.
• Contém Micronutrientes e fatores de crescimento – permite que o bebé em
termos intestinais tenha um melhor desenvolvimento e crescimento das
vilosidades e encerramento intestinal, o que provoca um aumento da absorção.
• É um pré-requisito para adaptação à alimentação complementar: O leite vai
mudando de sabor e de cheiro, o que vai facilitar a adaptação à alimentação
complementar.
“apoiar a amamentação exclusiva por seis meses como uma recomendação mundial
de saúde pública (…) e a proporcionar alimentos complementares seguros e
apropriados e a manter o aleitamento materno até aos dois anos ou mais”
32
Aleitamento Materno exclusivo até aos 6 meses de idade e aleitamento materno +
alimentação complementar a partir desta idade.
Tecido Glandular: O tecido glandular é o local de produção
do leite e pode conter tecido adiposo. O leite é sintetizado
pelas células epiteliais secretoras (lactócitos) que revestem
os alvéolos.
Os ligamentos de Cooper são responsáveis por sustentar a
mama e a sua estrutura.
Anatomia da mama:
Vão produzir o leite (lactócitos)
Células mioepiteliais que se vão contrair para que o leite
percorra os ductos até chegar ao bebé (através dos mamilos).
À volta da auréola, existem umas glândulas secretoras de uma
substância semelhante ao leite, que vai proteger toda a zona
do traumatismo que o bebé pode provocar a mamar
sobretudo se não tiver bem adaptado à mama. Essenciais
também para a conservação da pele.
Nota: Quando a mãe faz redução mamária pode ter
dificuldade, já que o tecido glandular está intimamente ligado
ao tecido adiposo.
Durante a gravidez, o parto e o pós-parto, a auréola e o
mamilo ficam mais escuros para que o bebé se adapte mais
facilmente à mama.
Fisiologia da lactação:
1) Mastogénese: compreende o desenvolvimento da mama durante o período da
gravidez (sobretudo a partir do segundo trimestre). Nesta etapa há um aumento
evidente da glândula mamária apesar de só a partir do segundo trimestre da
gravidez estar completamente desenvolvida e preparada para produzir leite
(Algumas vezes, no final da gravidez, a mama já é capaz de deitar colostro.
2) Lactogénese: processo inicial da produção do leite para nutrir o recém-nascido.
Começa desde a última fase da gravidez até logo após o parto com a secreção do
colostro, resultante da estimulação dos lactócitos pela hormona lactogenia
placentária (HLP) e pela prolactina. Depois do parto, o sistema nervoso materno
produz duas importantes hormonas – PROLACTINA E OCITOCINA - ativadas pela
estimulação dos mamilos, sobretudo pela sucção (meter o bebé logo a mamar).
Nota: Depois do parto, há uma queda bruta de progesterona e estrogénio –
prolactina é fundamental.
33
3) Galactopoiese/lactopoiese (subida do leite): Manutenção da produção de leite, que
ocorre principalmente a partir do 3º dia após o nascimento (pode haver algum
desconforto mamário devido ao aleitamento e à produção de leite). Apesar de estar
presente uma pequena concentração de prolactina, o grande interveniente desta
fase é o estímulo de sucção que é dado à mama quando o lactente suga.
• Quando o bebé mama, chegam impulsos ao cérebro que permitem a libertação
de ocitocina, que vai ser guardada na hipófise posterior e, quando a mãe pensa
no bebé ou quando ocorre a sucção, é libertada.
• A ocitocina atua na contração do útero no pós-parto e é muito importante para
que a mãe deixe de perder tanto sangue – diminui risco de hemorragia e anemia
e por isso a amamentação é muito importante tanto para o bebé como para a
mãe.
Prolactina: entra em circulação DEPOIS da mamada para produzir o leite para a mamada
SEGUINTE.
• A Prolactina é segregada em maior quantidade à noite, pois a mãe fica mais relaxada.
Suprime a ovulação.
• Por exemplo se o bebé não estiver junto da mãe ou tiver algum problema de
saúde, a mãe vai estar focada e preocupada com esta questão
34
Composição do leite materno
Colostro
35
Importância do leite materno:
Vantagens: nutricionais, imunológicas, ecológicas, orofaciais, psicológicas, económicas
e sociais.
Vantagens Nutricionais: relação caseína albumina mais adequada o que facilita a
digestão- Em termos de proteína tem uma adequação importante, dado que o leite de
vaca tem muita caseína o que dificulta a digestão do bebé.
20% Caseína - 80% lactoalbumina
O leite materno apresenta três vezes mais Ácido araquidónico (AA) e Ácido
docosahexanóico (DHA ) que o leite de vaca.
Ácido araquidónico (AA) = Omega 6 e Ácido docosahexanóico (DHA) = Omega 3- Os
ómegas trazem benefícios no consumo de AA e DHA 40 o que melhora o desenvolvimento
cognitivo, a acuidade visual e o nível de crescimento. A Lípase destes ácidos gordos
contribui para a digestão da gordura.
Vantagens Imunológicas
• Vantagens anti-infeciosas:
o Macrófagos, lisozima e Lactoferrina; previnem Gastrenterites/diarreias, Infeções
o Linfócitos T e B e IgA secretora respiratórias/otites ou Doença invasiva por
Haemophilus influenzae tipo b.
37
Vantagens psicológicas:
• Ligação afetiva mãe/bebé- As mães estão muito próximas do bebé durante a
amamentação – uns bebés demoram horas, outros minutos, depende muito da
sucção de cada bebé e da transferência do leite. Esta ligação é muito variável e
advém do prazer da mãe a amamentar e do significado que tem para ela, se não
não há sincronia.
o A mãe e o bebé têm um estreito contacto físico e emocional;
o A mãe sente apego emocional;
o O bebé chora menos e a mãe é mais afetuosa;
o Bebés amamentados têm menor probabilidade de serem maltratados ou
abandonados- embora as mães queiram dar aos bebés para a adoção querem
continuar a amamentá-los no hospital.
• Desenvolvimento: Existem estudos que sugerem que as competências
intelectuais da criança amamentada se desenvolvem mais facilmente- devido
aos ácidos gordos que são essenciais e que revelam uma maior capacidade em
aprender.
Vantagens económicas e sociais- MENOR GASTOS DAS FAMÍLIAS
• Não implica a aquisição de biberões nem a sua manipulação, menos custos na
aquisição de fórmulas lácteas e biberons;
• Menor custo associado à má oclusão dos dentes;
• Menos custos pela menor incidência de alergias, doenças infeciosas, certos tipos
de cancro, diabetes, esclerose múltipla, doença de Chron, entre outras e, por
consequência, Menor absentismo ao trabalho por parte dos pais;
• Menos idas ao serviço de urgência, menos hospitalizações, menos riscos de
infeções hospitalares, menos gastos em estomatologia;
• Menor pegada ecológica (diminuição de resíduos sólidos, do seu tratamento e
menor libertação de gás metano).
Vantagens no desenvolvimento orofacial- Adaptação à mama (pega) correta:
• Favorece o normal crescimento e desenvolvimento da estrutura maxilo-
mandibular, promovendo a adequada oclusão dentária (melhor alinhamento da
dentição, diminuindo a necessidade futura do uso de aparelhos ortodônticos) e
as funções vitais intermediadas pelo sistema estomatognático (respiração,
sucção, deglutição e mastigação).
• Promove o desenvolvimento dos músculos que ajudarão na fala (promove o
desenvolvimento da mandíbula e do masseter).
38
• Durante a amamentação, aprende-se a respirar corretamente pelo nariz,
evitando amigdalites, pneumonias, entre outras doenças- Criança + saudável.
Competências maternas e do Recém-nascido Bebé tem este reflexo mas a mãe precisa de o
posicionar de forma correta (alinhando
cabeça, tronco, ombros e a parte inferior do
corpo) e pegar na própria mama.
- Reflexos do Bebé,
competências
comportamentais e
estádios de
sono/alerta –
colocar a mamar.
Porção de mamilo e da
Competências comportamentais: Tem de estar no estádio 4 de alerta –
auréola suficiente
tem de visualizar a mama, deglutir e sugar.
para quando a língua
baixa fazer vácuo e Competências maternas incluem saber fazer um correto
sugar o leite. posicionamento da mama (muitas das vezes, a sociedade toma-as como
inatas, apesar de serem muito difíceis- não temos uma cultura aleitante
e por isso o enfermeiro deve valorizar tudo o que a mãe faz até ao
momento da intervenção.
39
Iniciativa Hospital Amigo dos Bebés
Dez passos para o sucesso do Aleitamento Materno (revisão de 2018) - Supervisiona-
se para ver se o hospital cumpre os 10 passos que favorecem a amamentação.
Procedimentos fundamentais de gestão
1.a. Cumprir totalmente com o Código Internacional de Comercialização de Substitutos
do Leite Materno e as resoluções relevantes da Assembleia Mundial de Saúde.
● Exemplo: os supermercados não podem fazer publicidade aos leites artificiais
para os RN. Os hospitais não podem publicitar estes leites nem os materiais
envolvidos em meio hospitalar – tem de seguir esta ordem.
1.b. Ter uma política de alimentação infantil escrita, que é comunicada rotineiramente
a toda a equipa de profissionais e aos pais (hospitais e centros de saúde).
1.c. Estabelecer sistemas permanentes de monitorização e gestão de dados.
2. Garantir que a equipa de profissionais tenha os conhecimentos, as competências e as
capacidades suficientes para apoiar o aleitamento materno (quando começamos a
trabalhar são ditas medidas que nos facilitam o trabalho do aleitamento – para que não
seja preciso pararmos o aleitamento materno).
Práticas clínicas chave
3. Discutir a importância e a gestão do aleitamento materno com as mulheres grávidas
e as suas famílias.
4. Facilitar o contacto pele-a-pele imediato e ininterrupto e apoiar as mães para iniciar
o aleitamento materno o mais cedo possível após o nascimento.
5. Apoiar as mães para iniciar e manter o aleitamento materno e a gerir as dificuldades
comuns: O bebé pode ter dificuldades (fenda no palato) – devemos ajudar a mãe a dar
o seu leite (mesmo que esteja separado do mesmo ou mesmo que este esteja a ser
alimentado por sonda) Ensinar e incentivar a mãe a atravessar dificuldades do
aleitamento (mama muito turgida, dor, formação de mastite ou dos lóbulos). Deve ser
gerido pelo enfermeiro junto das mães.
6. Não dar, a recém-nascidos amamentados, alimentos ou líquidos que não sejam o leite
materno, a não ser que seja clinicamente indicado. Exemplo: bebé pequenino ou
macrossómico- temos de adaptar esta regra.
7. Permitir que as mães e os seus filhos permaneçam juntos e pratiquem o alojamento
conjunto 24 horas por dia – permite que a mãe veja os sinais de consciência e de fome
do bebé (Ex: bebé mete a mão na boca- permite relação positiva e de sincronia)
8. Apoiar as mães a reconhecer e a responder aos sinais de fome dos seus filhos-
movimentos oculares, movimentos de mastigação e de protusão da língua, meter a mão
à boca- meter a mamar porque se começa a chorar (estádio 4 e 5) é muito difícil
acalmar.
40
9. Aconselhar as mães sobre o uso e os riscos de biberões, tetinas e chupetas. Podem
interferir com a alimentação – bebés fazem confusão sobre o que serve para quê.
10. Coordenar a alta para que os pais e os seus filhos tenham acesso oportuno e
contínuo a cuidados e apoio- Indicar às famílias onde podem recorrer depois das altas
se tiverem dificuldades (por noma, os hospitais têm consultas de enfermagem ou
espaços específicos e linhas telefónicas disponíveis para facilitar)
41
Conservação do leite materno:
• Se temperatura ambiente ≤ 25ºc dura 6h.
• A 4 graus no frigorífico (mas não na porta) dura 24 horas- 48h é aceitável.
• A – 19 graus dura 3 meses- frigorífico com congelador
• A -20 graus dura 6 meses- Arca
O apoio ao AM começa com um Guia Antecipatório na Maternidade, entrega de
informação escrita, nº de telefone de Linhas de Apoio e sites da Internet- isto não pode
ser feito no nascimento, tem de haver uma preparação prévia (pré-natal). Depois,
durante a hospitalização, podemos entregar junto com o boletim de saúde do bebé.
42
Definição: Ingestão, digestão e absorção de água, de eletrólitos e de nutrientes
essenciais para a vida.
● Alimentação oral (Per os) - é feita pela
boca;
● Alimentação entérica é feita por sonda:
o Oro gástrica ou Naso gástrica (vai do
nariz ao estômago, se houver algum
obstáculo será necessário uma sona
percutânea)
o Sonda percutânea de gastrostomia endoscópica – SPGE.
Via entérica – Entubação Naso gástrica (normalmente em internamentos ou para quem
dificuldade em deglutir)
Finalidades:
43
Intervenções de enfermagem:
Antes de mais devemos verificar que a pessoa não se alimentou, explicar o
procedimento (“a sonda é comprida, é um procedimento doloroso pode sentir um
desconforto”) e avaliar a reação da pessoa.
1. Planear sessão de educação para a saúde (informar sobre a necessidade e finalidade
da SNG, o que se vai fazer, tempo de permanência, solicitar o consentimento e
participação no procedimento, executar de acordo com as normas, avaliar conforto
do doente);
2. Ter o sistema de aspiração preparado- Quando é lavagem (tirar o conteúdo gástrico-
pela gravidade, coloca-se um saco ou um sistema de aspiração);
3. Manter privacidade;
4. Posicionar (30-90º);
5. Colocar Avental;
6. Avaliar permeabilidade e integridade da narina- Para perceber qual a narina em
melhores condições para introduzir a sonda e fazer limpeza se necessário;
7. Cortar 3 cm de adesivo hipoalérgico- Para agarrar a sonda;
8. Colocar Resguardo (retiramos a roupa da cama, abrimos a roupa dele na região do
peito – para posterior auscultação);
9. Higiene das mãos e colocar luvas.
10. Medição do comprimento da sonda – adulto (da extremidade do nariz ao lobo da
orelha até ao apêndice xifóideo), criança com menos de 1 ano (da comissura labial
ao lobo da orelha até ao apêndice xifóideo).
11. Lubrificação da sonda (entre 6 e 10 cm da ponta distal da sonda).
12. Inserção da sonda delicadamente pela narina – pedir à pessoa para deglutir e fletir
o pescoço do mento até ao esterno, assim fecha a glote e a sonda segue o percurso
correto- à medida que deglute vamos inserindo;
13. Fletir a cabeça, oferecer água e solicitar a deglutição continua;
14. Clampar a sonda;
15. Fixar temporariamente a sonda com adesivo;
16. Verificar a sura correta posição – a seringa que eu preparo, inspiro 30s de ar e
introduzo a sonda e ausculto o estomago (se houver ar a entrar depois aspiramos o
ar de novo);
44
17. Verificar a colocação da SNG:
a. Aspirar conteúdo gástrico e confirmar pH (o ácido reage e marca cor de rosa na
escala)- limpar a sonda com H20, inserindo água na sonda com a seringa
b. Adulto – inserir 20/30 cc de ar
c. Criança– inserir 2/5 cc de ar).
18. Fixar sonda com adesivos (ter em atenção que nos bebés o nariz é muito sensível e
não tem integridade suficiente por isso usamos uma sonda orogástrica).
a. Se for para alimentação, clampamos no fim;
b. Se for para drenar, ligamos ao saco coletor.
19. Tranquilizar e avaliar a reação da pessoa.
20. Realizar higiene oral, se necessário.
21. Retirar luvas e fazer higiene das mãos.
22. Retirar avental e fazer higiene das mãos.
Preparar23. Posicionar
material: a pessoa
Muito de forma
importante confortável.
realizar a higiene das mãos antes da preparação do material
Sonda gástrica (de comprimento e diâmetro adequado à finalidade).
Gel hidrossolúvel (para hidratar a sonda e facilitar a progressão da sonda).
Luvas limpas.
Avental.
Lenços de papel ou toalhetes.
Compressas.
Resguardo impermeável (para proteger a pessoa).
Adesivo hipoalérgico para fixar.
Contentores de resíduos adequados ao grau de contaminação (biológico, químico ou equiparado a
urbano.
Estetoscópio.
Seringa de 50/60/100 cc com ponta adaptável à sonda gástrica; na criança pequena seringa de 5 cc.
Copo com água e respetiva palhinha.
Tina reniforme (caso a pessoa queira vomitar).
Tiras reagentes ao pH (papel azul de tornezol).
Clamp.
Spigot.
Selecionar a sonda:
Tesoura.
Material de aspiração (caso seja necessário retirar algum conteúdo gástrico).
45
Tipos de sonda:
46
Complicações
• Cólicas abdominais, Diarreia, náuseas e vómitos;
• Regurgitação;
• Aspiração de conteúdo gástrico;
• Obstrução da sonda;
• Perfuração;
• Extubação.
Documentar
• Data e hora
• Motivo da entubação;
• Via selecionada;
• Características da sonda e nº;
• Métodos utilizados para confirmação da localização da SNG;
• Características do conteúdo…
• Intercorrências/complicações,
• Reação e estado de conforto da pessoa.
• Exemplo: Era necessário fazer drenagem, colocou-se a sonda X, com calibre X,
aspirou-se conteúdo X, colaborou? A pessoa não conseguiu alimentar-se, foi
colocada uma SNG nºX, a pessoa colaborou, viu que estava no local bem
colocada.
Retirar sonda: Higiene das mãos, pessoa confortável, explicar procedimento, preparar
material, colocar resguardo e tirar lençol, colocar EPI, Higiene das mãos, Colocar luvas,
compressa embebida em água (não deve ser álcool por causa dos olhos) para ajudar a
descolar, Clampar a sonda, enrolar a sonda, colocar compressa no nariz, retirar sonda,
limpar nariz, tirar luvas enroladas com a sonda, Higiene das mãos, retirar resguardo,
Retirar EPI, Higiene das mãos, Deixar cliente confortável, Higiene das mãos, Registo.
Notas:
- Quando se tira a sonda, depois começamos a inserir líquido e só depois sólidos, para
ver como a pessoa tolera.
- Temos que clampar muito bem com a tampa e a cena verde, porque a sonda tem
orifícios na extremidade, como se fosse uma palhinha, e pode sair líquido (suco gástrico).
- Se eu estiver a retirar e tiver mal clampada, quando passa pela orofaringe pode ir
conteúdo gástrico para a árvores respiratória.
47
Alimentação artificial da Criança
Método de nutrição através de fórmulas láteas artificiais, como substituto ou
suplemento ao Leite materno, e que tem como objetivo contribuir para a preparação
das fórmulas láteas de modo adequado.
Notas:
• Pode ser usado quando se considera que a mãe não tem leite suficiente, dando-
se como suplemento juntamente com o leite materno.
• Não é através do choro que vemos se o leite materno é insuficiente, mas sim
através de toda uma avaliação estatuo-ponderal e através do conforto da
criança.
• Devemos dizer à mãe que o seu leite é o melhor para o bebé mas que naquele
momento as necessidades do bebé exigem mais alguma coisa.
Princípios:
• O leite artificial (LA) só deverá ser administrado segundo prescrição médica, pelo
que o ensino é individualizado.
• A administração de LA tem em conta a idade do bebé, o peso e o estado geral.
Material:
48
• Posicionar para o bebé eructar: deitar fora o ar que foi ingerido, uma vez que o
estômago é muito pequeno e qualquer ar que entre torna-se desconfortável e
por isso vamos querer que o bebé deite o ar fora (ar pesa menos que o líquido e
vem ao de cima)- se o bebé não eructar fica com cólicas.
Administração – apoiar o bebé no braço, posição mais ou menos de semi-fowler.
Manobra de Epstein:
- ou apoiado sobre o ombro da mãe
- ou sentado ao colo numa das pernas, virado para fora e agarrado debaixo da axila
- ou deitado em decúbito ventral sobre as pernas, agarrada com um dos antebraços
a passar pela mandíbula e agarra na axila do outro lado
- devemos sensibilizar os pais para o bebé eruptar e insistir se estiver a demorar,
sendo que podem ir trocando de posição.
- durante a erupção por vezes os bebés também bolçam – normal, informar os pais
que não é um problema.
• Motivo para administração de LA (mãe não tem leite ou não quer, problemas de
saúde), Tipo de leite administrado (prescrição médica: Tipo e quantidade de
leite) e Forma de administração.
• Hora da mamada (geralmente de 3h em 3h).
• Características da sucção (Há bebés com mais sucção e outros que são menos
ativos e deglutição (se deitam leite para fora, quantidades, se não deita).
• Quantidade de leite ingerida (Deixar prescrição registada e ver, junto dos pais, o
que o bebé ingeriu)
• Tolerância alimentar (se ficou bem disposto, se bolçou muito, se ficou satisfeito).
• Informação proporcionada aos pais (questões colocadas, se tinham outras
experiências)
49
Intervenção de enfermagem na pessoa com alimentação intermitente ou em bolus:
50
Nas crianças, utiliza-se uma seringa para fazer a contagem do volume. A administração
corre por gavagem (ir deitando o líquido que por ação da gravidade vai para o
estômago). Nos bebes não usamos o embolo deixamos o bebé em semi Fowler e com a
ponta superior da seringa acima do estomago e esperar que o conteúdo desça por
gavagem- Este processo trata-se de administração por bolus, ou seja, administração da
alimentação do cliente, aquando das horas das refeições de forma intermitente.
Intervenção de enfermagem na pessoa com Alimentação Contínua
Procedimento
1. Avalia motilidade intestinal (Sempre necessário)
2. Preparar o sistema;
51
4. Coloca o alimento 60 cm acima da cabeça da pessoa – para não ser a um ritmo
muito rápido.
5. Identificar saco de alimentação: Nome, Data, Hora (Início e Fim), Serviço, Cama,
Assinatura de quem preparou e iniciou.
6. Preencher o sistema – com a alimentação, retira-se o ar até à extremidade do
sistema que se conecta com a própria sonda.
7. Regular o débito.
8. Calcular débito sistema de gota:
9. Bomba infusora / seringa infusora (no caso das crianças) - Programa débito (são
programadas para a quantidade de mL que sai durante 1 hora)
10. Vigia e verifica resíduos a pelo menos cada 4 a 8h. Se for uma alimentação mais
espessa devemos ir de duas ou três horas. A programação não nos deve deixar
descansados, devemos sempre ir vigiando (mais frequentemente quando temos
um sistema conta gotas).
52
11. Mantem cabeceira elevada. Devemos deixar a pessoa confortável e colocar a
sonda debaixo da almofada para não incomodar.
12. Lava a sonda (30 /60ml de água) - depende do plano de hidratação
13. Clampa extremidade.
14. Retira luvas e realiza higiene das mãos.
15. Observar a resposta da pessoa antes, durante e após a alimentação por sonda.
16. Documentar o procedimento: tipo e quantidade de alimento, resposta (tem a
ver com o volume e o conteúdo gástrico – dizer se foi possível fazer a
alimentação toda) da pessoa, glicémia (avaliada antes de começar a alimentação
ou na hora marcada).
17. Mudar o sistema a cada 24h ou sempre que mudamos o tipo de alimentação
53
1.3 Ajudar a Vestir e a Despir
Selecionar roupas adequadas, vestir-se e despir–se
O modo de vestir é uma forma de comunicação não verbal
e de expressão dos valores pessoais. Reflete a filosofia e
hábitos de vida.
A imagem corporal determina a escolha do vestuário.
O modo de vestir está alicerçado nos hábitos culturais e é
uma forma de comunicação por transmitir os valores e as
preferências dos indivíduos.
É por isto que quando pedimos a uma pessoa para tirar a
sua roupa, devemos fazê-lo com respeito e sensibilidades
– estamos a tirar o seu modo de expressão e o escudo de
proteção da sua intimidade.
Em algumas situações de saúde-doença vão haver
recomendações específicas no que toca ao vestir- p.e:
Amputados têm de ter roupa adaptada à prótese, os
diabéticos devido às alterações de sensibilidade dos membros inferiores, vão ser
aconselhados a usar meias brancas sem elásticos e costuras para o caso de haver ferida
a pessoa se aperceba e consiga identificar mudança de cor e presença de sangue
(neuropatia), as pessoas com ostomias costumam ter de adaptar as calças ou as sais
para não apertar o estoma.
Quando a pessoa entra com a sua roupa e calçado já está a comunicar através dela de
forma não verbal, uma vez que a roupa reflete os nossos gostos e valores pessoais, a
nossa filosofia e hábitos de vida e por isso deve haver sensibilidade da nossa parte
quando pedimos à pessoa para tirar a roupa, porque estamos a interferir na sua
privacidade e no significado que a pessoa atribui aquela roupa.
Fatores que influenciam a satisfação da NHF
Influencia a forma como nos vestimos, a independência e a autonomia para escolher a
roupa.
54
mão fazem com que a pessoa necessite de instrumentos que os Depende do dia, hora e com aquilo que vamos
permitem realizar esta NHF), as pessoas precisam de diversos fazer
instrumentos que lhe permitam ser independente;
Fadiga- DPOC (uso de oxigénio) podem ter dispneia a pequenos
esforços.
Alterações neuromusculares;
Alterações músculo-esqueléticas;
Alterações de sensibilidade- Diabéticos
Termorregulação também nos vestimos para nos aquecermos-
a roupa facilita termorregulação.
Quando vemos o conceito de saúde mais de perto, é percetível que podem existir grupos
mais vulneráveis que não têm total independência para esta ação e NHF, por serem de
tenra idade ou por terem alguma alteração associada ao envelhecimento.
O VESTIR É:
O que é o autocuidado?
Atividade executada pelo próprio: tratar do que é necessário para se manter; manter-se
operacional e lidar com as necessidades individuais básicas e íntimas e as atividades de
vida diária.
55
O que é o vestir?
Ação de trocar de roupa: escolher e ir buscar a roupa, vestir, abotoar e apertar os fechos
tanto na parte superior como inferior do corpo, usar os fechos, peúgas, meias e calçado
como, por exemplo, sapatos.
Temos grupos de população que não consegue realizar o vestir de forma independente
por incapacidade física, demência ou problemas mentais.
O que é o despir?
Intervenções do enfermeiro
As intervenções da enfermagem são feitas em diferentes dimensões: preventivas
(informar, assessorar) e terapêuticas (escolher, instruir e readaptar).
INTERVENÇÕES PREVENTIVAS:
56
o Cirurgia ao Hallux Valgus- No pós-operatório (1 a 3 meses) são recomendados o
uso do sapato aurete para descarregar o peso do pé mais ao nível do calcanhar
de forma a aliviar a parte anterior e para diminuir a dor, mas também para
promover a cicatrização e principalmente para diminuir a pressão para que o
dedo não volte ao estado inicial;
o Bota de gesso devido a fratura da tibiotársica ou dos ossos do terço inferior da
perna, recomenda-se o uso de uma peúga para proteger os dedos;
o Em cirurgia abdominal devemos dizer ao cliente para não trazer roupa com
elásticos na zona da cintura ou fecho, uma vez que aumenta a pressão no local
de cirurgia, não pelo risco de pressão, mas por aumento da dor e dificuldade
nos exercícios respiratórios
→ Optar por peças de transição – que se vão ajustando ao longo da gravidez - peças de
transição têm alguma elasticidade (Sem fazer pressão) e é possível de ser alterada
ao longo da gravidez;
→ O uso de meias de contensão (próprias para grávidas- tem na região abdominal uma
malha elástica que permite que a meia vá dilatando à medida que a barriga cresce)
promove o retorno venoso e evita os edemas - (as meias elásticas devem ser
colocadas pela manhã, antes do levante da cama e devem ser tiradas ao fim do dia
com a pessoa deitada para evitar que haja levante de 1 hora ou 2 com dilatação dos
capilares do MI e portanto maior acumulação dentro desses capilares ) - Meias de
contenção específicas das grávidas e cintas próprias – vão se adaptando à grávida e
ao crescimento da barriga – previnem fenómenos tromboembólicos, edemas e o
aparecimento de varizes. Evitar tudo o que seja apertado e que dificulte o retorno
venoso;
→ O uso de soutiens, cintos apertados, calças elásticas, meias até ao joelho, cintas
(exceto cintas para grávida- devem ter perna para apoiar terço superior da coxa para
evitar pressão na região inguinal- prejudicam o retorno) e todo o tipo de roupa
apertada, deve ser evitado;
57
→ A utilização de roupa muito apertada na região perineal, favorece o aparecimento
de vaginite (fricção) e eritema devido ao calor e à circulação venosa deficiente dos
membros inferiores, predispõe ao aparecimento de varizes, mas pode originar
aumento do risco de alteração da integridade cutânea e infeções fúngicas
O CALÇADO DA GRÁVIDA:
• Sapatos confortáveis, com boa base (tacão quadrado e largo para ter uma base
de sustentação) para proporcionar estabilidade - saltos altos alteram o centro
de gravidade o que vai piorar pois a grávida já sofre alterações de gravidade
devido ao crescimento do abdómen;
• Os saltos altos alteram o centro de gravidade ( a grávida já tem alterações no
CG e um aumento da lordose dorso-lombar pelo aumento do abdómen, porque
para contrariar o aumento do volume abdominal vai haver uma maior
acentuação da curvatura lombar-posição de equilíbrio) e aumenta o risco de
desconforto / dor dorso lombar ( provoca ceatalgia).
• Se existir edema dos membros inferiores, o sapato não deve estar apertado
porque prejudica a circulação de retorno e criar zona de pressão
OS SOUTIENS DE AMAMENTAÇÃO:
• Devem ter apoio até a axila para apoiar a mama e evitar aparecimentos de
estrias por quedas e ligações reticulares
• Devem ser usados a partir do 7º mês ou antes se a mama aumentar muito de
volume para sustentar a mama;
• Devem ser de algodão;
• Com abertura sobre os mamilos para facilitar a amamentação e descobrir o
mamilo
• A “alça” deve ser larga para aumentar a superfície de contacto e (re)distribuir o
peso da mama por uma maior área;
Bebé
58
CRITÉRIOS NA ESCOLHA:
→ Fibras naturais, sem pelos - especialmente os que são pertos da cara (bebé espirra
e tosse)
→ Permita liberdade de movimentos (não ser demasiado apertada nem larga (frio))
→ Roupa que garanta segurança: sem acessórios ou adornos que possam “soltar-se”
(laços, cordões, botões, bonecos…), sem elásticos que apertem (por ex. meias,
botas…);
→ As etiquetas podem incomodar e até macerar a pele (por fricção) devem ser
cortadas ou que possam causar eritema alérgico.
→ Nas saídas ao exterior proteger utilizar gorro/ chapéu - para proteger a cabeça e
minimizar a perda de calor, se tiver frio é necessário um gorro, se tiver sol e calor,
um boné para o proteger de queimaduras solares e resguardar os olhos (perde-se
muito calor pela cabeça)
CUIDADOS NA HIGIENE E MANUTENÇÃO:
→ As roupas novas devem ser lavadas antes de usar (sensibilidade da pele e alergia
a algum componente químico);
59
→ Guardar a roupa em armários fechados- não deixar exposto ao ar (evita pó e
sujidade);
→ Optar por fibras naturais, sobretudo na roupa interior (tinturia, licras e fibras
sintéticas- alergia)
→ Optar por peças que sejam fáceis de colocar e retirar para aumentar a autonomia
da criança;
→ Nas crianças que começam “o controlo dos esfíncteres” optar por calças com
cintura de elástico ajustável ou calças de fato treino, para que a criança não
demore muito tempo e haja “perda acidental” de urina;
→ Evitar o uso de cachecol em crianças mais pequenas - podem ter acidentes com
cachecóis, que ficam presos e causam lesões.;
→ As camisolas com capuz com fio para ajustar podem ser perigosas, sobretudo se o
fio for comprido e acriança conseguir apertá-lo em redor do pescoço;
→ Vídeo do bebé: o bebé nunca fica sozinho para evitar quedas e acidentes
Adolescentes
• Há um trabalho que deve ser feito em casa e nas consultas de acompanhamento,
que diz que o uso dos saltos altos com grandes tacões provoca graves alterações
biomecânicas e no aparelho músculo-esquelético.
CRITÉRIOS NA ESCOLHA:
60
→ Utilização de vestuário desportivo em algumas práticas (calças de jogging- fazem
pressão no terço médio e inferior da coxa em que o movimento da tibiotársica
estimula a bomba gemelar e o retorno) para não prejudicar retorno nem criar
vaginites: Aconselhar não usar roupa muito apertada.
→ Licra com cuecas não ajustadas ao períneo acaba por levar à fricção da pele com
aquela licra que leva a situação de vaginite.
Adultos
Muitas vezes começamos a trabalhar não só na prevenção primária, mas também na
prevenção secundária, visto que nesta fase já estão associadas doenças crónicas, em
função da doença da pessoa vamos fazer um conjunto de adaptações para que o cliente
lide melhor com a sua doença.
CRITÉRIOS NA ESCOLHA:
→ A roupa mantém um papel importante na afirmação social do adulto;
Idosos
61
A SATISFAÇÃO DA NHF VESTIR/DESPIR NOS IDOSOS: Nas pessoas idosas com dor crónica
pode ser necessário a administração de um analgésico antes de vestir; Eliminar
obstáculos que dificultem o acesso à roupa; Nas pessoas com alterações do equilíbrio:
ensinar a colocar sapatos e roupa sentados (Ás vezes não é fácil, a pessoa está habituada
a colocar de uma forma- temos de ensinar); Ajudar a manter as rotinas associadas ao
vestir; Prevenir a dispneia associada ao esforço.
INTERNADOS E INSTITUCIONALIZADOS (quando tem um cuidador informal de forma a
que este promova autonomia). Proporcionar o tempo suficiente para vestir e despir;
Explicar como vestir/despir; instruir e monitorizar a atividade; Facilitar o acesso ao
vestuário; Antes de deitar colocar o vestuário por ordem de colocação (Promove
autonomia (faz com que a pessoa se sinta ainda mais doente e dependente,
nomeadamente na pessoa com alzheimer); Encorajar a pessoa idosa a vestir e não estar
todo o dia com “roupa de dormir”(principalmente em internamento, visto que temos a
oportunidade de treinar a pessoa a vestir-se consoante a doença); Assegurar o respeito
pela intimidade enquanto se vestem e despem.
Nota: A roupa das pessoas que sofreram uma amputação vai ter de ser adaptada à
prótese. Aconselha-se as pessoas com diabetes que usem meias brancas para detetarem
rapidamente alguma ferida ou perda de sangue.
Nota: saltos altos ou mala só num braço, provoca lordose lombar, hérnias ou risco de
escoliose por alterações mecânicas. A escolha de calçado nos idosos é um fator
relevante que previne quedas e acidentes. Cabeleireiros, por estarem muito tempo em
pé e parados tem mais tendência ao aparecimento de varizes.
62
Produtos de apoio que facilitam o vestir e despir
• Calçador de meias
• Calçador de meias elásticas (muito difícil em pessoas com pouca fora muscular e
dificuldade na dorsiflexão)
• Atacadores elásticos
63
• Calçadeira de cabo longo
64
Alterações na satisfação desta NHF
Nas pessoas com dificuldade de preensão
• Botão grande
• Velcro ou fecho nos locais dos botões e dos atilhos
Alterações na articulação do ombro
• Roupa aberta à frente- facilita o colocar e o tirar
• Tecidos com elasticidade (lã ou malha)
Dificuldade em fletir o tronco / Atingir os pés
• Vestir-se sentado
• Ajuda técnica (calha) para calçar meias
• Atacadores de elástico
• Calçadeira de cabo longo
Compromisso na mobilidade do membro superior e/ou inferior
• Vestir lado afetado em primeiro lugar e despir em último
lugar
• Usar roupas soltas
• Tamanhos maiores
Diminuição da acuidade visual
• Manter etiquetas no interior para identificar o avesso
• Guarda-roupa organizado por código de cores
• Iluminação suficiente
Diminuição da sensibilidade
• Meias brancas, de algodão, sem costuras e sem elásticos fortes
• Sapatos sem costuras no interior, ajustados ao pé
o Favorecem o apoio podal
o A pala está contígua ao sapato para evitar pressão
Fadiga ou intolerância ao esforço
• Vestir peças por partes, em vez duma peça única e pesada
• Evitar substituir o idoso
Dificuldade na marcha
• Solas antiderrapantes
• Sapatos fechados / calçado terapêutico Promove estabilidade e evita
quedas
• Tacão quadrado para dar bom apoio podal
Alterações cognitivas
• Roupas folgadas
• Peças únicas
• Fecho ou velcro atrás ou entre os membros inferiores
• Evitam que a pessoa se dispa e que mexam na fralda se for
o caso.
65
1.4 Ajudar a Comunicar
Necessidade de expressar e gerir emoções
A intervenção do
enfermeiro deve
Recursos incidir sobre o que
internos e Veículo para
falta à pessoa para
expressar essas
externos*2 que esta possa emoções *4
responder às NHF
(VH, 1961)*1
*1- “Parece-me que está muito aflita”- Ajuda a avaliar o sofrimento e promover o bem-
estar
*2- Autoestima, sentimento de controlo, esperança, sentido para a expressão,
participação dos familiares. Pode faltar recursos internos ou externos, que os
enfermeiros procuram potenciar ou não nas pessoas – por exemplo o envolvimento dos
familiares nos cuidados. Os enfermeiros devem saber usar as emoções para promover
o bem-estar dos clientes e aliviar o seu sofrimento – UM ENFERMEIRO NECESSITA DE
SABER USAR AS EMOÇÕES.
*3- Enfermeiro substitui a “outra pessoa”
*4- por exemplo: na criança falta-lhe brincar, ao idoso pode ser preciso entrevista
*5- Enfermeiro desenvolve relação de confiança
66
Notas:
• Intencionalidade da enfermagem- Aliviar o sofrimento do cliente e ajudá-lo a
chegar ao bem-estar.
• O enfermeiro tem de ajudar o cliente a ter estabilidade emocional, uma vez que
o corpo e a mente são inseparáveis.
• Independência- A pessoa consegue desempenhar as 14 NHF de forma
independente de acordo com o estádio de desenvolvimento- enfermeiro auxilia
quando esta independência está em casa.
A intervenção de enfermagem passa por descobrir o que falta à pessoa?
Evolução Conceptual
• De Virgínia Henderson (1961): expressar emoções (enquanto necessidade) para
reduzir a tensão, o medo, a ansiedade - o centro é o cliente, o que sente e o que
revela para podermos ajudar a alcançar o bem estar e para que as suas emoções
não afetem o seu físico.
• A Jean Watson (2005, 2012, 2018): a ciência do cuidar não pode permanecer
desligada ou indiferente às emoções humanas – dor, alegria, sofrimento, medo,
raiva…gestão da experiência emocional (potenciar o cliente nos processos de
saúde-doença).
Jean Watson descreve na teoria do cuidar que as intervenções de enfermagem não se
podem dissociar das emoções, dos pensamentos e da comunicação.
Enfermagem: Profissão de Relação
O ser humano enquanto ser social com necessidade de comunicar emoções (as emoções
são idiosicresias do ser humano e ventilação de sentimentos; expressão de emoções e
sua regulação; capacitação para a gestão emocional visando o bem-estar e/ou alívio do
sofrimento- nomeadamente quando estamos a lidar com a doença, pessoa deve gerir as
emoções para chegar à cura rapidamente.
É impossível não comunicar (Watzlawick, 1993)- Exemplo: RN comunica através de
choros diferentes.
É na relação que o ser humano se constrói, se conhece, se desenvolve (Carl Rogers).
O exercício profissional de enfermagem centra-se na relação interpessoal;
Competências relacionais: técnicas de comunicação, desenvolvimento pessoal,
habilidades emocionais- surge da importância das relações interpessoais, nesta relação
de saúde doença é o enfermeiro que tem mais estabilidade emocional e técnicas de
comunicação.
O cuidado profissional centra-se num processo relacional que implica a compreensão da
experiência humana das emoções;
67
Notas:
• O enfermeiro deve potencializar o desenvolvimento humano, nomeadamente
no processo saúde doença
• As emoções que integram as interações de penalização podem ser positivas ou
negativas e influenciam a prática de cuidados, sendo que esta é composta por
muitos sentimentos. A esfera do enfermeiro engloba esta questão da
comunicação e permite intencionalidade terapêutica
68
Perspetiva multidimensional
A dimensão emocional afeta a estabilidade e o equilíbrio do todo da pessoa, numa
perspetiva holística e sistémica- tá relacionada com:
69
Padrões de Respostas Humanas
As emoções são padrões de respostas inatas que caracterizam a condição humana. É o
modo como regulamos e/ou reprimimos as emoções que conduz a um padrão de
expressão emocional e a respostas/comportamentos com variações ao longo do ciclo
vital- A maturidade emocional é proporcional à capacidade de regular as emoções. As
emoções têm um grande significado subjetivo, individual e unipessoal.
Existem famílias de emoções: por exemplo a ira/raiva/cólera – família de emoções onde
se encontram a frustração, indignação, ódio ou violência patológica). A classificação das
famílias de emoções ainda não é consensual, ainda não está completamente
desenvolvido – só se sabe que existem centenas de emoções. Existe uma macro emoção
e dentro dessa temos um conjunto de várias emoções mais pequenas.
Na idade adulta parece haver uma maior estabilidade emocional, enquanto nos jovens
é acentuada a instabilidade. As estratégias emocionais são mais eficazes na fase adulta
se a pessoa teve a oportunidade de se desenvolver neste aspeto ao longo do seu ciclo
de vida. A adolescência, a infância e a velhice são fases instáveis.
As Emoções ... área de estudo transdisciplinar
Aos processos de doença estão associadas significações emocionais negativas com
expressão de emoções perturbadoras, independentes da fase do ciclo vital, mas as
estratégias de gestão emocional são mais eficazes na fase adulta se a pessoa tiver a
oportunidade de se desenvolver no plano emocional.
A compreensão de emoções e seus significados exige uma atenção particular em termos
multidisciplinares – vários são os contributos de outras disciplinas – antropologia,
sociologia, psicologia, mas os estudos mais antigos são oriundos da filosofia. Isto é o
entendimento sobre as emoções implica um olhar transdisciplinar. Muitos dos
estudiosos antigos filósofos são atualmente tão importantes que estudos de António
Damásio, por exemplo, derivam de filósofos de Descartes e Espinosa (seguidor de
Descartes).
Os primeiros escritos sobre as emoções remontam a 300 a.C. Aristóteles (384 – 322 a.C.)
Aristóteles (384 a 322 a.C.) - “Retórica”- Definiu e analisou várias emoções do ponto de
vista cognitivo e comportamental, nomeadamente a ira.
Este autor referiu ainda que as emoções estavam associadas a coisas boas e coisas más
– emoções positivas e negativas – Atualmente já não se faz de forma tão acentuada esta
separação. Medo – palidez, perde de fluxo sanguíneo nos membros e mãos – sensação
de frio. A ira – sangue corre para as mãos – mais fácil de reagir de forma violenta.
70
Descartes (1649) - “As Paixões da Alma”- século 17
• Na ira o sangue vai mais rápido para as mãos o que facilita pegar numa arma ou
bater numa pessoa, o ritmo cardíaco e a descarga emocional libertam hormonas
como a adrenalina que permite uma ação vigorosa.
• No medo o sangue corre para os grandes músculos das pernas facilitando a fuga o
que provoca a sensação de frio.
Psicólogo James (1890)- Abordagem : Abordagem da psicologia cognitiva - as emoções
modificam-nos corporalmente
Psicólogos Mesquita & Frijda (1992)
71
Etimologia
A origem da palavra EMOÇÃO é motere (do latim) que significa “mover”, mais o prefixo
“e-“ para dar “mover para”, sugerindo que a tendência para agir está implícita em todas
as emoções.
São as emoções que nos levam a fazer grandes feitos, mesmo em condições sub-
humanas. Ex.: subir uma montanha, onde há características como falta de oxigénio ou
frio que não são normais ao ser humano – o que leva então o humano a continuar a
fazer isto? Neste casos, pode ser a emoção de concretização, felicidade – ir para algum
lado. A tendência para agir está associada a todas as emoções.
O Processo Emocional
Uma emoção como um conjunto de estados (Mesquita & Frijda,1992).
72
O enfermeiro tem logo uma avaliação rápida das emoções das pessoas através da
expressão facial. A avaliação deve ser conjugada entre expressões faciais, alterações
fisiológicas e corporais (reatividade) e os diagnósticos de enfermagem emocionais que
são selecionados a partir da avaliação colocada no sistema informático.
As pessoas movem-se emocionalmente (Aristóteles)
As emoções modificam-nos corporalmente- alterações neurofisiológicas
Leitura das emoções: as microexpressões e expressões faciais são fundamentais no
enfermeiro, ele tem de as analisar para tentar perceber o que pensa ou o que sente
aquele cliente – são importantes porque dão logo uma sensação do que se está a passar
a quem está à sua frente. É também importante, para identificar emoções, observar o
comportamento e os gestos da pessoa.
73
Azul – diminui
Amarelo – aumentou
Preto - neutro
74
• De grosso modo temos 3 partes no cérebro: cérebro cognitivo/racional, cérebro
com estruturas ligadas às emoções e cérebro visceral.
• Existem pessoas com embotamento afetivo (dificuldades em demonstrarem
emoções) – distúrbio psiquiátrico no seu extremo é a psicopatia- temos de ver
em que grau está o embotamento (traz consequências ao desenvolvimento)
Quando começamos a ter emoções?
A partir das 23 semanas de gestação, o feto já manifesta respostas fisiológicas a
estímulos dolorosos ou stressantes (começa a ter um desenvolvimento da capacidade
emocional).
Não somos meras máquinas lógicas nem simples feixes de emoções à solta, mas sim
combinação de ambos (Damásio, 2003)
• As emoções dão aos nossos atos e pensamentos a razão de Ser e são capazes de
assegurar o estabelecimento de relações interpessoais (Damásio, 2001).
• A intervenção de enfermagem exige a compreensão da experiência humana das
emoções associada aos processos saúde-doença, e o desenvolvimento de uma
relação enfermeiro-cliente que é facilitadora da expressão e gestão emocional
75
(Watson 2005, 2008, 2012)- considera que o processo relacional é um meio de
libertação e comunicação de sentimentos.
• São importantes porque a enfermagem assente numa relação interpessoal. A
intervenção de enfermagem exige a compreensão das emoções nas situações de
saúde e doença.
• Se a pessoa necessita de ajuda para expressar as emoções, os enfermeiros
incentivam essa expressão, construindo uma relação empática e de confiança,
pergunta como se sente, se quer falar. Se o estado emocional da pessoa é de
grande ansiedade, enfermeiros fazem gestão de conflito e acalmam,
desconstruindo o conflito da própria pessoa.
Exemplificando a intervenção de enfermagem
76
outras características do cuidar e um deles é o cuidado com afeto em
enfermagem (valorização do afeto-muitas vezes considerado uma emoção e faz
parte da família e do amor).
• Cuidar em enfermagem é estar com, é estar emocionalmente aberto para o
Outro (Swanson, 1992).
• Ausência de afetos na enfermagem (frieza da técnica); ligação da emoção aos
cuidados “físicos” (Collière, 2003)- Apresenta a primeira teoria de médio alcance
e expõe a importância da emoção no cuidar.
• Atmosfera afetuosa e proximidade carinhosa do trabalho emocional dos
enfermeiros (Mercadier, 2004)- Formada em sociologia, trabalho das emoções
em enfermagem no contexto do adulto e idoso em hospital.
• Cuidar é um meio de comunicação e libertação de sentimentos humanos
(Watson, 2012).
• Damásio: afeto é uma das nuances do amor. Mas na literatura por vezes afeto
surge como sendo igual cuidado.
• A situação problemática vivida pelos clientes, associada aos processos de
saúde-doença expressa-se através de emoções, com as quais os enfermeiros
têm que lidar na relação de cuidados e em cada interação (Diogo, 2015, 2017).
Na atualidade já não se defende uma neutralidade de emoções na prática de cuidados
de enfermagem.
Emoções (ICN, 2015)
“Processos psicológicos: sentimentos conscientes ou subconscientes, agradáveis ou
dolorosos, expressos ou não expressados; podem aumentar com o stress ou com a
doença” (p. 56).
Focos/Diagnóstico CIPE®2 (classificação internacional para a prática de enfermagem):
Ansiedade cod. 10002429, Bem-estar cod. 10021047, Burnout (esgotamento) cod.
10003771, Confiança cod. 10025934, Culpa cod. 10008603, Esperança cod. 10009095,
Ambivalência cod. 10002205, Medo cod. 10007738, Crise Familiar cod. 10007577,
Apoio da Família cod. 10023680, Apoio emocional cod. 10027022
Trabalho emocional em enfermagem: conceção emergente
77
Notas:
79
→ RN e Lactente - medidas de contenção postural e redução da estimulação;
sucção nutritiva e não-nutritiva; conforto/afeto, método de canguru e relação
precoce (pais/cuidadores)
Notas: Muitos pais vão se abaixo quando filhos jovens se encontram doentes – muitos
desenvolvem depressões e sentimentos negativos que necessitam sempre da
orientação e da ajuda dos enfermeiros. É também importante o processo de luto após a
perda de um filho.
Cada vez mais tem existindo a preparação das emoções, hoje a partir dos 4 anos as
crianças já começam a ter formação na área das emoções.
Adolescente/jovem
A expressão de emoções no Jovem:
80
o Os jovens tendem a mascarar o que sentem mas por vezes somatizam a
vivência de modo a desenvolverem alterações cardíacas, lipotimias,
mononucleoses infeciosas.
o A sua labilidade emocional espelhada nas oscilações de comportamento
evasivo, explosivo, introvertido, monossilábico, verborreico, expansivo. É
uma fase que não tem um padrão de expressão emocional único ou
constante; pode demonstrar desregulações emocionais – labilidade
emocional.
o Expressão de sentimentos por vezes é súbita ou durante a realização de
procedimentos. Pode ser muito falador ou não falar quase nada, por vezes
estamos 2 semanas num internamento a tentar comunicar e não
conseguimos – torna-se às vezes muito difícil.
o Muitas vezes decidem-se fechar e não dizer que sentem dor ou desconforto
– levam até às últimas
o Urgência Pediatria: 18 anos menos 1 dia; 18 anos inclusive e seguinte
urgência de adultos.
o É melhor insistir no reforço positivo – rapidamente ficam chateados e
bloqueiam a relação de confiança - comentários ou opiniões reprovadoras
podem ter enormes repercussões na autoestima.
Estratégias que facilitam a gestão emocional na relação com o Jovem
• A intervenção de enfermagem depende da resposta emocional identificada, mas
tem a intencionalidade de atenuar ou minimizar a vivência de situações
emocionalmente intensas, facilitando a gestão das emoções vividas pelos
adolescentes, evitando que ocorram picos emocionais negativos, e promovendo
o sentimento de controlo (Hockenberry & Wilson, 2014).
• Não interromper quando está a falar; evitar comentários ou indicações de
reprovação ou surpresa; reforço positivo; disponibilidade;
• Falar na sua linguagem, música, modas; não interpretar “à letra”; na presença
dos pais iniciar a interação pelo jovem (Muitas das vezes ao afastarem-nos
querem que nos aproximemos mais);
• Jornal jovem, leitura, jogos de computadores, acesso telemóvel e internet,
música; Espaço Jovem.
É importante termos salas específicas para cada grupo etário: por exemplo,
existem muitas salas para as crianças mais pequenas, mas também é importante
ter uma sala para jovens e adolescentes que lhes permitam ter o seu espaço,
para ler, escrever o jogar no computador…
81
Adulto
Expressões de emoções
82
• Atividades recreativas, expressivas e de relaxamento (leitura, escrita, pintura,
jogos; individuais ou de grupo);
• Grupos de Ajuda Mútua (promoção da esperança, coping).
Nota: Puérpera – recém-mamã: pode julgar-se incapaz de cuidar da criança – existem
muitos medos (sobretudo se for mãe pela primeira vez). Quando isto não é resolvido
pode ter consequências para a mãe, mas também para o bebé.
Idoso
83
Estratégias que facilitam a gestão emocional na relação com o Idoso
• Escuta ativa; disponibilidade; encontrar sentido; estar com;
• Empoderamento; equilíbrio de poderes;
• Atividades recreativas e expressivas (leitura, escrita, pintura, exercício físico;
individual ou grupo)
• Técnica de Validação; explorar fragmentos do discurso; facilitar a expressão de
emoções; reconhecer os sentimentos; escuta; empatia (mobilizada nos cuidados
a pessoas com demência, perda cognitiva e confusão).
Facilitar a gestão de emoções dos clientes – 4 Fases
a) Observação dos sinais e respostas emocionais
b) Interpretação através da empatia emocional
c) Conhecimento e compreensão das emoções (clientes e enfermeiros)
d) Ajudar a pessoa a gerir as suas emoções (Relação de cuidados; Estratégias
específicas e direcionadas)
Nota: atenção ao primeiro esquema.
84
Gestão emocional nos enfermeiros
A emocionalidade associada às experiências de saúde-doença acrescenta sofrimento à
vivência dos clientes
85
Reações e Sentimentos do profissional de enfermagem diante da morte
86
Regular a disposição emocional para Cuidar
Os enfermeiros mobilizam estratégias transformadoras das experiências emocionais
procurando gerir positivamente as suas próprias emoções e manter o envolvimento
emocional com os clientes (Diogo, 2015).
87
Trabalho emocional em enfermagem
Incorpora ações/interações inscritas no
processo de cuidados, de dimensão afetivo-
emocional
Visa transformar positivamente as
vivências intensas e perturbadores dos
clientes e dos próprios enfermeiros
Promove o bem-estar global das pessoas
envolvidas no processo de cuidados.
88
Modelo trabalho emocional em enfermagem pediátrica:
Como os enfermeiros usam as emoções enquanto instrumento terapêutico em
contexto pediátrico?
Transformação positiva da experiência emocional através das seguintes intervenções
• Promover um ambiente seguro e afetuoso
• Nutrir os cuidados com afeto
• Facilitar a gestão das emoções dos clientes
• Construir a estabilidade na relação
• Regular a disposição emocional para cuidar (enfermeiro)
89
Estratégias Formativas para o Desempenho do Trabalho Emocional em
Enfermagem
• Mann (2005): análise das práticas no local de trabalho com enfermeiros
experientes; treino da competência emocional “centradas no cliente”; treino
centrado no autoconhecimento; aprendizagem reflexiva (supervisão clínica).
• Hunter & Smith (2007): dinâmicas de grupo interativas; reflexão sobre a prática;
autoconhecimento das emoções.
• Huynh, Alderson & Thompson (2008): treino de autoconhecimento; sessões de
grupo para análise de situações (supervisão clínica); prática reflexiva
• “Working with Emotions Network” http://portal.surrey.ac.uk/eihms_emnet -
Fórum para debate científico sobre o significado das emoções em contexto de
cuidados de saúde
WORKSHOPS:
2017
1.º Workshop O medo das crianças em contexto de urgência hospitalar: enfermeiro
enquanto gestor emocional
2.º Workshop As cartas terapêuticas no processo de cuidar em enfermagem
3.º Workshop Team Building: gestão das emoções em enfermagem
2018
4.º Workshop Team Building: gestão das emoções em enfermagem (2.ª edição)
5.º Workshop Competência emocional em enfermagem numa perspetiva de género
2019
6.º Workshop Trabalho emocional em enfermagem pediátrica: da conceção à prática
Workshop sobre estratégias de gestão emocional para estudantes de enfermagem
2020
7.º Workshop + 2JES Workshop Trabalho emocional em enfermagem pediátrica: da
conceção à prática
Grupo de Investigação Emoções em Saúde – ui&de/ESEL - JORNADAS
90
Grupo de Investigação Emoções em Saúde – ui&de/ESEL - WEBINARES
Casos Práticos
A D.ª Margarida Dias recorre ao serviço de urgência pediátrica com o seu filho João de
4 anos, que deu uma queda no parque infantil enquanto andava de baloiço. Enquanto a
enfermeira punciona a criança, a mãe está muito ansiosa, com um discurso agressivo e
com dificuldade em compreender as indicações. O João encontra-se choroso, muito
assustado e com medo.
91
O Sr. Carlos, de 44 anos, encontra-se hospitalizado para correção cirúrgica de uma
hérnia discal. Revela-se muito preocupado e ansioso durante a preparação operatória
realizada pelo enfermeiro, pois os dias de baixa por doença podem pôr em causa o seu
emprego e desconhece se irá ficar com a situação resolvida após a cirurgia.
92
1.5 Ajudar a Eliminar
Conceito de Micção e de Defecação
MICÇÃO >>> Eliminação da urina da bexiga através do meato urinário com contração da
bexiga e relaxamento dos esfíncteres. Eliminação da urina pela bexiga - é um
armazém onde se acumula a urina produzida pelos rins.
Estamos a falar da eliminação de produtos metabólicos e catabólicos (que produzimos
no nosso organismo). Temos de excretar líquidos para não termos retenção
Temos um esfíncter interno (quando a bexiga atinge uma capacidade de 400ml - envia
sinais através do SNS e este esfíncter relaxa) e um externo (quando se reúnem as
condições para ocorrer a micção o exterior relaxa).
1) O primeiro desejo de urinar é percebido pelos sensores da base da bexiga aos 150
ml e a sensação de plenitude ocorre aos 400 ml. Estes níveis podem ser alterados
pelos hábitos;
2) Quando os impulsos nervosos são enviados à região sagrada da espinal medula
inicia-se a micção, com contração do detrusor e abertura dos esfíncteres uretrais.
3) A contração do detrusor aumenta a pressão intravesical e força a urina a passar
pela uretra que se contrai e encurta, ao mesmo tempo que os músculos perineais
se relaxam;
4) Os impulsos nervosos também são enviados ao córtex cerebral que controla o
esfíncter externo. Se a pessoa acha que o ambiente não é adequado à micção o
esfíncter externo permanece contraído interrompendo o fluxo da urina.
93
DEFECAÇÃO: Eliminação de fezes e gases do intestino pelo ânus através do relaxamento
dos esfíncteres anais e da contração do reto.
• Fezes moldadas e feitas pelo sistema intestinal e que são eliminadas pelo ânus.
• À medida que vão chegando as fezes e à medida que o organismo vai detetando
a massa fecal o nosso cérebro envia impulsos (fezes chegam ao cólon sigmoide
e este envia os impulsos de modo aferente para relaxar o esfíncter interno),
sendo que quando o organismo acha que tem as condições para defecar o
esfíncter externo relaxa e ocorre a defecação.
94
Dimensões que influenciam a NHF Eliminar
→ Controlo de esfíncteres
→ Privacidade e sugestão - Na nossa prática diária de eliminação asseguramos
sempre que estamos em privado. Quando proporcionamos cuidados de higiene e
conforto, devemos acabar com a ideia de pudor e não ignorar o cliente.
→ Ansiedade - Por exemplo crianças que estão muitos preocupados com situações
da sua vida e que, por isso, fazem xixi na cama.
→ Hábitos - Por exemplo, pessoas que tinham hábitos e privacidade e que de repente
eram internadas e tinham de fazer a eliminação na cama - aspetos negativos
associados ao cheiro ou aos sons que iam ser ouvidos por outras pessoas. Até
mesmo o pudor, associado ao facto de serem outras pessoas a tratar.
95
Temos de ter a perceção de que esta NHF vai estar praticamente sempre presente no
nosso dia enquanto profissionais de enfermagem - e devemos estar preparados para
isto e preparar os clientes para isto - nunca desvalorizando a vergonha ou o pudor que
possam estar a sentir.
→ Idade - crianças não conseguem decidir logo que nascem quando o melhor
momento para ocorrer a eliminação.
→ Distúrbios neurológicos- podem não ter controlo no esfíncter ou estarem
inconscientes
→ Alterações hormonais
→ Gravidez - Uma mulher grávida tem tendência a ir mais vezes à wc no final da
gravidez - útero vai crescendo e vai comprimindo a bexiga - a bexiga não perde a
sua capacidade elástica, está simplesmente a sofrer uma resistência para não
distende.
→ Tónus muscular - Importante fazer exercício para desenvolver o tónus muscular e
o controlo sobre os músculos.
→ Hidratação
→ Medicação - diuréticos eliminam excesso de líquidos.
→ Traumatismos
→ Patologias e cirurgias
→ Parto
→ Estado mental
→ Treino intestinal
→ Hábitos culturais
→ Privacidade
96
Padrão de Eliminação Urinária
97
microrganismos. A estrutura gastrointestinal já não é tão
asséptica.
- Diabetes- poliúria devido a polidipepsia
- Obstrução Urinária- neoplasia ou hiperplasia da próstata
Cor - Reflete a concentração da urina. É normal variar de
amarelo pálido a âmbar.
- A urina exposta ao ar tende
a escurecer.
- Urina rosada ou vermelha sugere hematúria. A beterraba
e os corantes também podem tingir a urina de vermelho.
- O caroteno torna
urina alaranjada.
- Medicamentos também alteram a
cor da urina.
Aspeto - A urina normal é transparente.
- Quando é turva sugere infeção urinária, presença de
tecidos em
suspensão ou proteinúria.
A proteinuria é infeção e a urina pode ser purulenta (tem
pus - verde)
98
Mostra as comparações da urina e os seus níveis de
desidratação.
Quanto mais escura for mais concentrada e mais
desidratada se encontra a pessoa.
Cor número 1: A pessoa está bem hidratada, deve manter o consumo de água normal
Cor número 2: A pessoa está bem, podendo aumentar ligeiramente o consumo de água
Cor número 3: A pessoa deve beber ¼ litro numa hora ou ½ litro se tiver na rua ou a
transpirar muito
Cor número 4: A pessoa deve beber ¼ litro numa hora ou ½ litro se tiver na rua ou a
transpirar muito
Cor número 5: A pessoa deve beber 1 litro de água no momento
Se a urina estiver mais escura que isto ou avermelhada não é desidratação, devendo
consultar um médico
99
Padrão de eliminação intestinal (Depende de cada pessoa - é um fator individual)
100
Fecalomas:
Muita dor e
Já são mais moles e
muito
fáceis de eliminar.
desconforto.
Muita
absorção de
água.
Às vezes são tão
Podem indicar obstrução de
dolorosos e tão
difíceis de sair fezes quando são muito finas.
que as pessoas
têm de fazer
uma intervenção
cirúrgica para os
remover.
101
Exercícios de Kegel:
• Identificar os músculos a contrair suspendendo a micção;
• Descontrair os músculos abdominais e não os vesicais (temos de treinar);
• Contrair os músculos do períneo durante 3 a 4 segundos;
• Relaxar o períneo durante 3 a 4 segundos;
• Efetuar várias séries de 10 a 15 exercícios por dia ou;
• Efetuar séries de exercícios de 5 minutos de duas e 3 vezes por dia;
Aconselhado à mulher
quando sofre de útero
descaído - fortalecem e
dão suporte à região
pélvica.
102
GUIA DE AVALIAÇÃO DA CRIANÇA PARA INICIAR CONTROLO DE ESFÍNCTERES
Há crianças que sentem vontade de evacuar mas que têm vergonha, e vão para trás das
portas ou escondem-se atrás do sofá.
→ Dieta: fibra e cereais facilitam o trânsito intestinal por aumentarem a massa fecal.
A água amolece as fezes e facilita as dejeções. Recomenda-se ingerir 1000-1500
ml de água por dia. Os picantes podem irritar a mucosa intestinal.
103
→ Relaxamento: a ansiedade perturba a defecação. A privacidade impede que os
sons e odores incomodem outras pessoas, favorecendo o relaxamento. Ao usar a
arrastadeira no quarto, pode correr cortinas, pedir às pessoas que saiam do
quarto, abrir janelas, aumentar ligeiramente o som do rádio ou da TV e usar
desodorizantes. Muitas vezes o stress dificulta a eliminação, ou o contrário.
Objetivos
• Diminuir o desconforto associado à incontinência urinária;
• Prevenir o risco de alteração da integridade cutânea;
• Promover a segurança.
104
Notas: Uma das principais queixas dos clientes é a incontinência urinária - esta
incontinência pode-se resolver de algumas formas. Se esta incontinência for nos homens
temos a hipótese de algalia (quando se algalia empurra-se as bactérias para a bexiga -
promove infeção urinária).
Podemos também pôr um dispositivo de recolha de urina - o que vamos abordar - é uma
intervenção autónoma de enfermagem - dispositivo seguro que recolhe a urina e a leva
para um determinado reservatório - só pode ser aplicado em homens.
• Propósito- diminuir um desconforto (associado à perda de urina), diminuir lesões
cutâneas e infeções urinárias.
• Precauções- Trocar diariamente para evitar infeções- não pode fazer garrote,
verificar funcionamento- pode causar edema, ver dispositivo constantemente para
ver se não enche ou rompe- reforço da higiene para reduzir o risco de infeção
urinária. Um adesivo mal colocado pode causar edema, pode causar irritação da
pele. Necessita de avaliação da permeabilidade da drenagem.
• Se uma pessoa estiver sempre a libertar urina sem a conseguir controlar pode vir a
macerar os tecidos das coxas e do períneo - uma vez que a urina é ácida.
Material:
• Tabuleiro
• Luvas limpas Pode ser necessário
• Dispositivo urinário externo fazer uma tricotomia
• Saco coletor de urina
- cortar os pelos.
• Tesoura
• Adesivo (para prender dispositivo à pele de forma adequada)
• Protetor cutâneo Técnica limpa.
Procedimento:
105
• De seguida, perceber o porquê de a pessoa ter urinado na cama - será que não teve
tempo? Será que como tem dificuldades na mobilidade não chegou a tempo?-
incontinência funcional
106
17. Remover as luvas e colocar o utente confortável
18. Arrumar o material;
19. Lavar as mãos;
20. Efetuar os registos
Saco coletor fica abaixo do indivíduo - desnivelado a ele - por causa da gravidade.
Eventualmente até se pode pôr um adesivo no sistema.
107
A – Material e Tempo de permanência
PVC/Nelaton Utilização única. Casos mais rápidos e não permanentes.
Fica só uns minutos em contacto com o cliente- P.e-
tetraplégico- o estímulo nervoso não chega ao cérebro e
não consegue relaxar os esfíncteres- contenção urinária-
mudar algalia 2X por dia (pode ser PVC)
Plástico Rígido Para lavagem vesical e aspiração
de coágulos.
Utilizadas quando o cliente tinha hematúria - eram rijas
para aspirar os coágulos (se fossem moles colapsavam).
Muito pouco utilizadas atualmente.
B – Extremidade
C – Fixação
108
Fixação externa
fixação interna
- que também
pode ter um
saco se as
pessoas
andarem de um
lado para o
outro.
Porque introduzo mais a algalia dentro da bexiga sabendo que ela já lá está dentro, ou seja, sabendo que já
apareceu urina ?- para não correr o risco de o balão insuflar na uretra.
Líquido que se pode introduzir - o ar não pode ser porque vai ter tendência a subir, o soro (NACL) criava
cristal e era muito difícil de tirar. Assim, acrescenta-se água bidestilada. Soro pode meter-se na bexiga, mas
não pode ir para o balão.
Se eu não tiver cuidado e puxar muito a sonda posso ter lesão do colo da bexiga - aparece hematúria ou
coágulos.
D – Número de vias
Temos a necessidade de escoar a urina e, por isso, é obrigatório pelo menos uma via para conectar ao saco
coletor. A segunda via seria para insuflar o balão - esta segunda vida diz o calibre a quantidade de líquido
que devemos ingerir para fixar a sonda.
A terceira via liga-se ao soro fisiológico e faz uma lavagem contínua e evita-se os coágulos. Soro fisiológica
pode-se pôr dentro da bexiga mas não se pode pôr no balão.
- 2 vias: drenar a urina; fixar a sonda;
- 3 vias: drenar a urina; fixar a sonda; lavar a bexiga; Quando há hematúria usar 3 vias
109
E – Calibre
4
3 5
Ponta reta - é melhor nas senhoras porque têm uretra mais pequena e sem órgãos a interferir.
Ponta curva mais para os homens.
Exemplo de casos:
• Hospital de Alcoitão – reabilitação - Sr. João teve acidente de mota e ficou
tetraplégico - estímulo não chega ao cérebro para desencadear a abertura - retenção
urinária ou pode ter incontinência. A sonda é utilizada uma vez e depois desperdiça-
se - pode ser de PVC (utilizada também na aspiração de secreções e SNG). Fica só uns
breves minutos em contacto com o cliente.
• O francisco tem 80 anos e uma próstata hipertrofiada - aperto da uretra na bexiga -
retenção urinária. Como tem globo vesical, prova de que produz urina mas que não
a elimina, pode significar que precisa de uma algalia - algalia mais rija e com
extremidade curvada - precisa mais força para entrar (422 e 425). A extremidade não
depende do material. Normalmente são usadas as curvas em material mais rijo.
• AVC em recuperação- 2/3 semanas a precisar de algalia- siliconada, 2 vias , ponta
reta.
CATETERIZAÇÃO VESICAL
Procedimento invasivo que exige técnica assética (favorece infeção urinária) e que
consiste na introdução de uma sonda na bexiga através do meato urinário e uretra.
Intervenção interdependente (pode ser prescrita pelo enfermeiro e pelo médico): pela
natureza, esta intervenção é invasiva e favorece a infeção urinária. Tem de ser material
estéril (desde o meato urinário, pela uretra e até à bexiga).
110
Indicações:
Indivíduos com retenção urinária no sexo masculino, no sexo feminino se
tem incontinência urinária ou pessoas com falência multiorgânica.
1. Avaliar a função renal em clientes em situação crítica;
2. Resolver uma retenção urinária;
3. Avaliar a urina residual após a micção;
4. Após cirurgia da bexiga ou da uretra;
5. Para exames de diagnóstico, tratamento e lavagem vesical;
6. Colheita de amostra de urina;
7. Imobilização (coluna / região pélvica);
8. Incontinência urinária *
9. Promover o conforto em fim de vida *
* Se adequado
Riscos
• Infeção (exige assepsia; evitar refluxo para a bexiga) - empurra-se bactérias até ao
interior da bexiga;
• Perfuração / Falso trajeto- quando se força e se rompe provocando hemorragia
• Estenose (devido a lesão da mucosa da uretra) - Quando se força e se rompe,
provocando hemorragia.
Material:
111
• Fixador ou adesivo • Suporte para saco coletor
• Compressas esterilizadas • Contentor de resíduos adequados ao grau
• Compressas limpas de contaminação
Procedimento
1. Higiene das mãos;
2. Avaliar a necessidade de cateterização vesical (características da urina; última
micção; globo vesical; prescrição médica) - Colocar em posição sentada ou de pé -
para estimular os barorrecetores da base da bexiga;
3. Avaliar a situação clínica do cliente (idade; estado consciência; patologias
geniturinária; mobilidade; alergias);
4. Explicar os objetivos e etapas do procedimento;
5. Obter consentimento informado;
6. Assegurar a privacidade;
7. Higiene das mãos;
8. Preparar o material e colocá-lo junto da cama;
9. Colocar EPI (Avental) Não queremos que saia urina extra algalia e que
10. Posicionar o cliente molhe a cama - colocar um resguardo.
11. Colocar resguardo- para não sair urina extra da algalia e que molhe a cama
12. Higiene das mãos
112
13. Calçar luvas limpas e efetuar a higiene dos genitais. No final remover luvas e efetuar
a higiene das mãos.
113
18. Lubrificar a extremidade da sonda vesical;
19. Limpar o meato urinário com Soro Fisiológico e remover as luvas (5 compressas)
114
25. Fixar internamente a sonda vesical;
116
Enema de Limpeza
Definição: Intervenção que consiste na irrigação do cólon através da instilação de
líquido morno (Normalmente à temperatura corporal - a 35-37 graus) pelo ânus, até ao
colon descendente, acompanhado ou não de outras soluções ou fármacos. Pode ser
intervenção autónoma ou interdependente- tem o fim de estimular o peristaltismo, mas
também pode ser para introduzir medicamentos (p.e- pessoas com IR não excretam pela
urina, porque o rim não funciona- hipercaliémia- problemas cardíacos (ritmo cardíaco
pode levar a arritmias ou a paragem cardíaca). Pessoas que têm indicação para fazer
5/5.5 mg de potássio no sangue podem ser medicados através de enema com uma
substância promotora de iões (entra na ampola retal, esta última que é muito
vascularizada absorve o cálcio e retira do organismo o potássio.
O mesmo que: Clister de limpeza; enteroclise.
Notas: Existem enemas que não são de limpeza. O conceito de enema é sempre a
introdução de algum produto de caráter semi-liquído ou líquido ao nível da ampola retal
e do intestino até à sigmoide pelo menos ou do cólon ascendente no máximo com fins
terapêuticos para regularizar o trânsito intestinal. Líquido tem de estar à temperatura
corporal, não pode estar a menos de 35ºC.
Objetivos:
1) Promover a eliminação de fezes e gases do intestino;
Quando uma pessoa passa por uma obstipação, as fezes não são eliminadas, mas as
bactérias atróficas do intestino continuam a produzir gases – leva a distensão de todo o
abdómen com gás – isto é timpanismo abdominal.
Nota: Qual a técnica de exame físico que valide se temos um timpanismo ou não -
percussão (feita direta - dois dedos diretamente; ou indiretamente - dois dedos em cima
de dois dedos).
Som oco - gás
Som maciço - líquido (ascite)
117
do intestino grosso que ficam mais ressequidas e difíceis de eliminar. Outro
argumento pode ser o risco de perfuração do intestino em cirurgia abdominal
por engano ou na remoção de uma massa que origina uma fistula que promove
contaminação do intestino para o interior do abdómen que levava a uma
peritonite (controverso).
Nota: Nem todos os enemas são de limpeza. Significam sempre a introdução de algum
líquido ou semilíquido (substância) ao nível da ampola retal e do intestino, até ao
sigmoide ou cólon ascendente no máximo - tem fins terapêuticos - pode ser para
estimular o peristaltismo ou para administrar um medicamento.
Enema com fins terapêuticos - introdução de uma substância que é permutadora de iões
(entra na ampola retal, que é vastamente vascularizada).
Contraindicações
→ Em algumas patologias intestinais (dor abdominal (a dor pode advir do enema por
este afetar a região >>> depois não se sabe de onde vem a dor - dificulta o
diagnóstico); cirurgia abdominal recente(mexe com a região abdominal); apendicite;
doença inflamatória intestinal (Como a doença de Crohn, em que qualquer produto
pode irritar a mucosa >>> processo inflamatório, peristaltismo exagerado ou
diarreia); obstrução intestinal; fissura; fístulas; hemorroidas (Podem aparecer mas
não é uma CI absoluta para fazer exame, a não ser que ajam perdas hemáticas por
traumatismo));
→ Situações hipertensivas (aumento da pressão intracraniana; glaucoma) - o cólon é
responsável pela absorção de água; e portanto quem tem hipertensão (não só
arterial mas sobretudo uma hipertensão intracraniana com edema cerebral) se fizer
um enema de limpeza pode agravar ainda mais a absorção de líquidos e portanto
aumentar a volemia e aumentar ainda mais a HT; a mesma coisa com o glaucoma
que também deriva de uma hipertensão;
→ Neutropénia (compromisso da imunidade >>> possibilidade de traumatismo e
aumenta o risco de infeção);
→ Quando a absorção de líquidos agrava o compromisso cardiovascular (Mucosa do
intestino é muito vascularizada que leva a absorção de água e medicamentos, o que
agrava uma insuficiência cardíaca congestiva, HTA e edema na insuficiência renal);
→ O enema pode agravar a obstipação (se enema funciona bem vai limpar o intestino
por completo o que faz com que o intestino fique sem carga- vai demorar mais até
à próxima defecação- só quando ficar cheio é que vai estimular o peristaltismo. Por
outro lado, o organismo pode também vir a ficar viciado e dependente do enema).
118
Material
• Tabuleiro;
• Irrigador graduado (hoje são de plástico antes eram de metais) - muitas vezes
tinham uma escala de graduação)- vem com um sistema de drenagem e com um
tubo com clamps para evitar que o liquido sai.
• Sonda retal com clamp- nos internamentos usa-se uma sonda de enteróclise
(sonda de PVC com calibre maior, porque o reto também permite maior entrada
de ar ou líquido e a extremidade é arredondada para não traumatizar)
• Lubrificante hidrossolúvel (estimulante da mucosa intestinal);
• Solução prescrita (muitas vezes é água, mas pode misturar-se com sabão ou
outro)
• Termómetro (para garantir que não colocamos um produto com uma
temperatura superior a 37 graus);
• Luvas limpas;
• Compressas (limpar região do períneo antes e depois do enema);
• Avental e resguardo (para não causar desconforto ao doente)
• Lençol (para tapar o indivíduo enquanto elimina);
• Arrastadeira (caso não se consiga deslocar à casa de banho);
• Suporte para irrigador (Quanto mais alto tiver, maior vai ser a pressão
hidrostática e mais volume de líquido vai entrar. Tem de ter alguma pressão uma
vez que existe resistência na entrada e se não houver pressão o líquido não entra
no cólon).
• Papel higiénico;
• Material para higiene perineal;
• Saco lixo contaminado/tina reniforme (Quando
estivermos a preencher o sistema com o líquido e este
preenche a sonda que está acoplada ao final da
tubuladura, o líquido que está no fim do tubo pode correr
para a tina ).
Irrigador graduado
119
PROCEDIMENTO
1 – Avaliar a necessidade do procedimento:
120
5 – Assegurar a privacidade: Pedir aos outros utentes para saírem do quarto, levar o
cliente para outro quarto isolado, correr as cortinas, abrir janelas, spray de odores.
6 – Instruir o cliente: esvaziar a bexiga; respirar fundo ao introduzir a sonda retal; referir
cólica ou vontade de evacuar; não descarregar o autoclismo. Devemos convidar o cliente
a ir à casa de banho ou oferecer-lhe uma arrastadeira e se a pessoa puder que realize
ela a higiene ao períneo.
7 – Posicionar o cliente (Antes de posicionar o cliente deve colocar os EPI)
Em decúbito lateral esquerdo é mais fácil, uma vez que o líquido tende a descer, mas
se a pessoa estiver em decúbito lateral direito a água tem de vencer uma resistência
natural de entrada no reto e tem ainda de subir
Nota: Pode-se colocar a arrastadeira junto ao dorso da pessoa - mas não há necessidade
de sentar logo a pessoa na arrastadeira. Meter o resguardo depois de posicionar
121
12 – Assegurar características da solução do enema: Pode fazer-se sem calçar luvas
- Crianças (até 500ml)
- Adultos (até 1000 ml)
Quer quanto à composição (água ou outro produto misturado) quer quanto à
temperatura. Ter atenção que nas crianças até aos 16-18 anos, não devemos exceder
500 ml, se for uma criança até ao pré-escolar não deve exceder os 250
Há adultos que não conseguem reter mais de 500 ml, sobretudo num intestino que
esteja muito sensível e que desencadeie logo peristaltismo.
13 – Expor a região nadegueira (Dobrar a roupa da cama em harmónio; Tapar o cliente
apenas com um lençol; Expor apenas a região nadegueira- Afastar os lençois e manter o
doente tapado com 1)
14 – Calçar luvas limpas
15 – Expurgar o ar do sistema / tubuladura para a arrastadeira: colocar a ponta da sonda
na arrastadeira que está perto do enfermeiro e do cliente e desclampar para sair o
líquido até encher a própria sonda de líquido. No fim voltar a clampar.
16 – Lubrificar a extremidade da sonda: 5-10 cm.
17 – Introduzir a sonda retal: em direção ao umbigo- pedir à pessoa para respirar fundo.
8-10 cm em adultos (Se for até ao pré-escolar inclusive não deve ultrapassar os 250)
5-7 cm em crianças
2-4 cm em recém-nascidos
122
21 – Remover a sonda e limpar a região perineal- Acomodar
o indivíduo se ele for eliminar na cama- posicionar em semi-
fowler, se for ao wc pedir a alguem ou ir com ele
22 – Colocar a sonda e luvas no saco de lixo contaminado
23 – Retirar o avental e higienizar as mãos
24 – Elevar a cabeceira e colocar a arrastadeira
25 – Observar as características das fezes
Colocação da Arrastadeira
Tipos de arrastadeira:
• Arrastadeira em cunha em plástico;
• Arrastadeira em cunha em inox (preferível para melhor desinfeção, mas
desagradável ao toque);
• Arrastadeira bidé em inox.
As arrastadeiras podem ainda serem de cartão prensado (são mais caras) >>> usam-se
uma vez e deitam-se fora.
123
São o mesmo tipo de arrastadeira, só
diferem no tamanho. São chamadas
São mais altas e por isso
de bico de pato.
mais desconfortáveis. O
rebordo mais fino é a
parte que não fica em
contacto com a pessoa.
Arrastadeira de bidé
A parte mais fina é que contacta com o cliente, pela região sagrada.
Material: arrastadeira / urinol, luvas limpas, resguardo, material de higiene (bacia com
água morna; papel higiénico; toalha).
Nota: Arrastadeiras não servem só para a eliminar, também servem para realizar a
higiene íntima.
PROCEDIMENTO
1. Avaliar a capacidade do cliente colaborar no procedimento- se o cliente consegue
colocar a arrastadeira, empurrando para debaixo do corpo, levantando a região dorsal
e nadegueira deixar fazer
2. Explicar o procedimento e cuidados de manutenção- pedir à pessoa para fletir os M.I
e fazer força nos calcanhares para se elevar a região dorsal, afastando-se do leito da
cama- introduzir resguardo e arrastadeira.
3. Obter consentimento;
4. Preparar o material (aquecer a arrastadeira);
5. Colocar avental, luvas limpas e lavar as mãos;
6. Manter a privacidade;
7. Posicionar o cliente em decúbito dorsal
8. Elevar a cabeceira (Não muito >>> para permitir que, depois de se destapar o cliente
seja possível colocar a arrastadeira como deve de ser);
9. Destapar o cliente e colocar o resguardo;
10. Colocar a arrastadeira (dois métodos):
10a. Solicitar ao cliente que eleve as nádegas e o períneo, fletindo os joelhos e
apoiando os pés na cama. Amparar a região dorsal com uma mão e colocar a
arrastadeira sob as nádegas com a outra mão;
10b. Colocar o cliente em decúbito lateral e encostar a arrastadeira às nádegas.
Rodar o cliente para decúbito dorsal com a arrastadeira centrada sob as nádegas;
124
11. Ajustar a altura da cabeceira para o cliente ficar sentado e confortável (se não houver
contraindicação);
12. Permitir urinar ou evacuar em privacidade;
13. Após a utilização da arrastadeira efetuar a higiene. Pedir ao cliente para elevar as
nádegas. Amparar a região dorsal com uma mão e remover a arrastadeira com a outra
mão;
14. Cobrir a arrastadeira com papel ou resguardo e colocá-la na cadeira;
125
1.6 Ajudar a proteger os tegumentos:
Cuidado de enfermagem à pessoa na Manutenção e recuperação da integridade cutânea
Ferida
A ferida é o resultado visível de uma lesão ou morte das células dos tecidos (David,
1988). É uma solução de continuidade dos tecidos moles ocorrendo quando é exercida
sobre estes uma força externa superior àquela que pode suportar (Bolander, 1994). É
uma solução de continuidade da pele por ação de agentes externos e/ ou internos
(aguda ou crónica).
Úlceras por pressão (UPP): Lesão localizada na pele e/ou tecido subjacente,
normalmente sobre uma proeminência óssea, em resultado da pressão ou de uma
combinação entre esta e forças de torção (…).
126
6) Fricção (2 superfícies deslizam em direção oposta);
Diminuição da mobilidade, da
Pressão
atividade e da perceção Sensorial.
Desenvolvimento
UPP
1. Pressão
Diminuição
2. Fricção Destruição do aporte
3. Forças de dos capilares sanguíneo
deslizamento/cisalhamento dos tecidos
4. Causas iatrogénicas
Isquémia
(evidente pela
coloração
avermelhada na pele)
128
Fatores Individuais que podem Influenciar a Satisfação da NHF Manter o corpo limpo, com boa aparência e a
proteger os tegumentos
Fatores biológicos Fatores psicológicos Fatores sociológicos Fatores culturais e
espirituais
• Idade • Estado de consciência • Materiais auxiliares de • Significado e crenças da
• Imobilidade • Força de vontade prevenção de UP higiene na família e na
• Diaforese (transpiração • Hábitos de limpeza do • Condição económica cultura
excessiva) corpo e da roupa • Estruturas de apoio • Crenças relativamente à
• Incontinência deficitários social alimentação
• Défice nutricional • (…) • Educação • (…)
• Doenças crónicas • (…)
• Perceção sensorial
• Infeções
• (…)
Occipital,
omoplata,
cotovelo,
sacrococcígea,
calcâneo
Pavilhões
auriculares, ombro,
região ilíaca,
129
trocânter, côndilos,
maléolos
→ Avaliação da atividade/mobilidade >>> maior risco nas pessoas acamadas e/ou
confinadas a cadeiras de rodas.
a) Levante
b) Mudanças de decúbito da pessoa no leito
c) Manter pele limpa e seca
d) Utilizar ph equilibrado para limpeza da pele
e) Não massajar vigorosamente a pele que esteja com risco de UPP
f) Desenvolver e implementar um plano individualizado de tratamento da
incontinência
g) Utilizar produtos de barreira
h) Considerar a utilização de emolientes em pele seca
130
Terapias emergentes para a prevenção de UPP
→ Evitar sujeitar a pele a pressão ou forças de cisalhamento >>> não arrastar na cama,
não posicionar em contato direto com dispositivos médicos…
131
Nutrição adequada
→ Efetuar rastreio nutricional (uso de instrumento de rastreio nutricional) à risco de
desnutrição à encaminhar para nutricionista.
→ Tipos de dispositivos:
• • Colchões anti-escaras;
• • almofadas anti-escaras;
• • Outros dispositivos de redução de pressão
Mas atenção …. NÃO eliminam por completo a pressão sobre a superfície corporal e
NÃO substituem nem minimizam os cuidados de enfermagem na prevenção de UPP!
132
Colchões de silicone Colchões de Pressão alterna
Colchões de espuma
Almofadas de gel
133
3 – Intervenção de enfermagem à pessoa no TRATAMENTO das UPP
→ História clínica: Idade; Doenças crónicas, diabetes, doença oncológica, DHC, IC,
doenças imunológica; Medicação habitual, valores analíticos…).
→ Capacidade funcional.
→ Avaliação nutricional.
→ Avaliação da UPP.
Ponderar custos/benefícios do
tratamento para a pessoa
→ Deve ser feita uma avaliação inicial que serve de ponto de partida. A partir daí devem
fazer-se avaliações regulares:
o Cada vez que se muda o penso >>> procurar sinais que indiquem necessidade
de mudança de tratamento.
o Reavaliação completa pelo menos semanal (espera-se sinais de cicatrização
no espaço de 2 semanas) >>> documentar todas as avaliações.
135
→ Avaliação da Ferida: MEASURE
Categoria/Grau I - eritema
não branqueável em pele
intacta (início da UPP).
Categoria/Grau II - Perda
da integridade cutânea
(epiderme e/ou a derme),
ferida superficial rasa com
leito vermelho-rosa e sem
tecido desvitalizado –
flictena, úlcera brilhante ou
seca.
• total da
Categoria/Grau III - perda
espessura da pele • (tecido
subcutâneo visível mas • sem
•
exposição do osso, tendões e
músculos). Pode ter• tecido
desvitalizado mas não oculta a
profundidade dos tecidos lesados.
Podem ser cavitadas ou
fistulizadas.
Categoria/Grau IV - perda total da
espessura dos tecidos (músculos e
ossos visíveis). Pode ter tecido
desvitalizado (húmido) ou necrose
(seca). Frequentemente cavitadas
CLASSIFICAÇÃO DAS
ou fistulizadas.
UPP –
136
NPUAP/EPUAP/PPPI (2014)
Não graduáveis/inclassificáveis – perda total da espessura dos tecidos, na qual a base
da UPP está coberta de tecido desvitalizado ou necrótico >>>> não se consegue
determinar a verdadeira profundidade.
→ Limpar sempre que se substituir penso com SF - é o soluto de limpeza ideal pelas
suas propriedades isotónicas e por não interferir no processo de cicatrização.
→ Água Potável, mas desde que corra durante 15 segundos antes de ser utilizada, e
deve ter em conta a natureza das UP e o estado geral da pessoa.
→ Há autores que não recomendam a Água Potável no contexto hospitalar pelo risco
de infeção.
→ As soluções de limpeza devem estar mornas >>> atividade mitótica abranda com
a baixa de temperatura (40 min para retomar a temperatura original e 3 h para a
atividade mitótica retomar na sua plenitude).
→ A limpeza das UPP deve ser feita por irrigação. Esfregar não é indicado.
137
LIMPEZA DE FERIDAS CRÓNICAS: ABORDAGEM BASEADA NA EVIDÊNCIA
Como fruto da revisão sistemática da literatura efetuada, propõem-se como esquema
de atuação para a limpeza de feridas crónicas:
• No que diz respeito aos solutos de limpeza, considera-se a Solução Salina, como a
solução ideal, pelas suas propriedades isotónicas e por não interferir no processo de
cicatrização. Este soluto, não causa dano no tecido, não provoca sensibilização ou
alergia, nem altera a flora bacteriana normal da pele.
• No entanto, vários autores recomendam a Água da Torneira para limpeza de feridas
crónicas, afirmando que esta é eficiente ao nível do custo efetivo e de fácil
acessibilidade, não se verificando efeitos adversos.
• Convém referir que só pode ser usada se for potável e deve correr 15 segundos antes
de ser utilizada, além de que, deve ter em conta a natureza das feridas e o estado
geral da pessoa.
o Em Feridas Crónicas pode ser feita a limpeza com Água Potável, se a Solução
Salina estiver indisponível, assim como também pode ser utilizada a água
fervida e arrefecida.
o Alguns estudos, referem que não existem diferenças estatisticamente
significativas em feridas limpas com Solução Salina, comparadas com a Água.
Sendo assim, para as feridas que não estão contaminadas pode ser utilizada
Água Esterilizada, Solução Salina Normal ou Água da Torneira.
• Por outro lado, vários autores desaconselham o uso de antissépticos em feridas
abertas, uma vez que podem conter detergentes, tornando-se agressivos para o
tecido em formação. Deste modo, afetam as células normais, alterando
negativamente o tecido normal de reparação. Contudo, outros autores referem que
estas soluções podem ser usadas apenas a título excecional e com precaução, uma
vez que a sua toxicidade pode superar qualquer benefício.
o Se os profissionais usam antissépticos como agentes bactericidas, a sua
efetividade deve ser avaliada, devido aos efeitos nocivos que estes poderão
causar ao tecido saudável, nomeadamente nos queratinócitos e fibroblastos. Os
queratinócitos que existem na camada basal da epiderme, são mais sensíveis a
agentes de limpeza tais como: Peróxido de Hidrogénio, Solução de Dakin,
Iodopovidona.
o Apesar de ser considerado inócuo o Peróxido de Hidrogénio danifica uma série
de componentes celulares. É necessário aplicar grandes concentrações, devido a
atividade da catálase das principais bactérias patogénicas.
o O Hipoclorito de Sódio não deve ser usado por danificar o tecido.
o Relativamente à utilização de soluções de Iodopovidona, estudos demonstram,
que mesmo soluções diluídas são tóxicas para os fibroblastos humanos. Esta
solução inibe fortemente o crescimento celular, que em concentrações
superiores a 0,1% inibe fortemente a atividade mitótica. Além disto, verifica-se
uma menor taxa de cicatrização de feridas em doentes tratados com altas
concentrações de Iodopovidona.
138
o A solução de PHMB com Betaína, é adequada para a preparação do leito da ferida,
remoção do biofilme, gestão de odores, redução do nível de exsudado, bem como
redução da dimensão da ferida. Além disto, é altamente histocompatível, não
citotóxica, sendo uma das soluções mais utilizadas atualmente, incluindo em
feridas infetadas com MRSA.
• No que diz respeito às técnicas utilizadas na limpeza de feridas crónicas, verifica-se
que esfregar e irrigar, são as técnicas mais comuns de limpeza. No entanto, esfregar
uma ferida não remove da superfície as bactérias, mas redistribui-as, podendo
ainda, introduzir corpos estranhos e traumatizar os novos tecidos de granulação e
epitelização.
o Pelo contrário, a lavagem por irrigação, assegura uma limpeza adequada do
leito da ferida.
o Outro fator a ter em conta, é a pressão durante a irrigação. A pressão excessiva,
pode conduzir os detritos do leito da ferida, para a profundidade, mas por outro
lado, a pressão insuficiente é ineficaz, para remover os detritos ou exsudado.
Considera-se que a irrigação com pressão compreendida entre 5 – 8 psi, é o
método mais eficaz de limpeza (pressão obtida com uma seringa de 20 ml
adaptada a uma agulha ou cateter de 18 G).
o Relativamente ao equipamento, verifica-se que os profissionais de saúde,
devem privilegiar o uso de luvas e compressas de tecido-não-tecido, em
oposição às pinças ou às compressas de gaze. Estas, podem deixar resíduos no
leito da ferida, atrasando a cicatrização. Além disto, as pinças não são ser fáceis
de usar pela maioria dos profissionais e não impedem a contaminação da ferida.
A irrigação da ferida prevalece como método mais eficaz.
140
Sinais/sintomas de infeção aguda a “espalhar-se”
•Eritema que se estende desde a borda da UPP
• Enduração
• Dor ou calor novos ou em crescendo
• Drenagem purulenta
• Aumento do tamanho da UPP
• Crepitação, flutuação ou descoloração da pele circundante
• Febre, mal-estar e linfonodomegalia (aumento de um ou mais linfonodos)
• Confusão/delírio e anorexia (principalmente em idosos)
IMPLICAÇÕES
Manter a humidade da úlcera Não utilizar pensos secos. Não secar a úlcera após
irrigação mas apenas a pele adjacente.
Remover o excesso de exsudado Adaptar o penso consoante a quantidade de exsudado
observado. Se necessário colocar um penso secundário
para que haja uma maior capacidade de absorção.
Possibilitar as trocas gasosas Selecionar o penso apropriado.
Proporcionar a estabilidade térmica Não limpar a ferida com produtos frios. Não remover o
penso deixando a úlcera exposta por longos períodos.
Impermeabilizar as bactérias Fixar o penso como uma moldura.
Estar isentos de partículas e contaminantes Não utilizar algodão
Ser de fácil remoção Não utilizar pensos secos. Irrigar com SF a 0,9% morno.
141
FATORES A CONSIDERAR NA SELEÇÃO DO MATERIAL DE PENSO:
Considerações:
142
• Apósito para feridas cavitadas (ex: alginatos, hidrofibras…):
a) Estes pensos podem ser cortados.
b) Deve-se preencher apenas ¾ da ferida com estes apósitos – risco de remoção
de tecidos viáveis.
• Apósito em spray (ex: cavilon,…): no caso do cavilon não se deve aplicar em feridas
abertas. Protege a pele.
Tipos de pensos: pensos primários (entram em contato com o leito da ferida) e pensos
secundários (cobrem os pensos primários ou fixam o penso primário ao local).
143
Tipos de apósitos de acordo com as suas características e com a finalidade
Atuação/Características Recomendado Não recomendado Cuidados
- Pensos de Película -Imitam camada da pele e -UPP de Categoria I e II -Como penso -Remover
Transparente fornecem ambiente -Proteção da pele primário em úlceras cuidadosament
(filmes) (pode húmido macerada e da ferida moderada ou e quando estão
manter até 7 dias – -São semipermeáveis aos contra a fricção altamente aderentes a
depende das gazes -Penso secundário das exsudativas pele frágil;
indicações do -Permite às células úlceras tratadas com -Úlceras infetadas - Remover
fabricante e da epiteliais migrarem sobre alginatos ou outros -Como cobertura de utilizando a
avaliação da ferida). a superfície da ferida enchimentos que pensos com agentes técnica por
-Barreira protetora fiquem na ferida por desbridantes estiramento.
contra exterior tempo prolongado (3- enzimáticos, géis ou
-Ajudam no 5 dias) pomadas
desbridamento autolítico
Polímeros acrílicos -Gel, spray, cotonetes -Proteção cutânea, -Alergia aos -Só usados em
impregnados, creme - nomeadamente na componentes. - pele íntegra.
Formam uma camada proteção perilesional Sobre ferida aberta
semipermeável que de colagem dos e zonas infetadas
permite as trocas gasosas adesivos. com micoses.
entre a pele e o exterior
Hidrocolóides (pode - Pensos ou pastas - -UPP categoria/grau II -Alergia aos - Remover com
manter de 6 a 9 dias Combinado com outros em áreas do corpo em componentes -UPP técnica de
– depende das constituintes (Ex: que não se desloquem muito Exsudativas estiramento ou
indicações do hidrofibras, alginatos - UPP categoria/grau e/ou infetadas por enrolamento
fabricante e da - Pensos têm película III não infetadas e anaeróbios; -O diâmetro do
avaliação da ferida) externa impermeável (faz pouco profundas -Lesões por hidrocoloide
trocas gasosas mas - Desbridamento humidade ou deve
protege do exterior) autolítico combinadas; ultrapassar a
- Diminui a sensação de - Feridas com tecido -UPP categoria II borda da ferida
dor local, estimula a de granulação ou com flictena; - pelo menos 3
angiogénese, o epitelização com Úlceras de Perna. cm.
desbridamento (remover pouco ou moderado
tecido morto) autolítico, exsudado
acelera a granulação. - Penso secundário de
outros (hidrogel,
colagenase).
Hidrogel (pode - Gel amorfo e penso - - Pensos hidrogel – - Alergia aos - Deve ser
manter 3 dias - Promove hidratação dos UPP com ou sem componentes - UPP associado um
depende das tecidos secos >>> necrose, muito exsudativas penso
indicações do estimula a migração e minimamente >>> maceração dos secundário que
produção de enzimas exsudativas ou com permita a trocas
144
fabricante e da proteolíticas leito seco, dolorosas, bordos e da pele gasosas,
avaliação da ferida) (desbridante autolítico) pouco profundas, em circundante à UPP impermeável às
,a angiogénese e a zonas do corpo em - Feridas infetadas bactérias e evite
granulação de tecidos e que os pensos corram absorver o gel
diminui a inflamação e o risco de se deslocar - (películas
dor absorvendo o Hidrogel amorfo - UPP transparentes e
exsudado com tecido de hidrocolóides) -
epitelização, de Aplicar com
granulação e/ou altura de 3 a
desvitalizado/necrose 5mm;
, não infetadas, com -Proteger pele
profundidade e em perilesão com
zonas do corpo em produto
que os pensos corram barreira.
o risco de deslocar.
Alginato (pode - Penso ou tira - - UPP de moderadas a - UPP
- Irrigar o penso pouco
manter até o penso Combinado com outros altamente exsudativas exsudativas
para o retirar à
saturar - depende constituintes (Ex: prata, - UPP infetadas em aderem ao leito da
- Espaçar o
das indicações do hidrocolóides concomitância com ferida
intervalo de
fabricante e da - Absorve exsudado e administração de - Alergia
substituição do aos
avaliação da ferida) mantém a humidade na tratamento para a componentes
penso (se
UPP à promove o infeção. - Feridas
estiver seco no com
desbridamento do tecido necrose;
momento
inviável, a granulação, e - Feridas
agendado para com
alívio da dor; exsudado fibrinoso.
substituir)
- Propriedades - Colocar só no
Hemostáticas (ca²+) leito da UPP
para não
macerar a pele
circundante
- Exige penso
secundário
(UPP planas –
espuma ou
película
transparente;
UPP cavitária
– película
transparente,
hidrocolóide,
espuma)
-podem ser
cortados.
Espuma - Pensos de rebordo - UPP categoria II e - Alergia aos - No
(Hidropolímeros e adesivo, sem rebordo com exsudado e de componentes. preenchimento
Hidrocelulares) adesivo e cavitários categoria III pouco de cavidades
(pode manter até 7 profundas não devem ficar
145
dias - depende das - Combinado com outros - UPP altamente justas aos
indicações do constituintes (Ex: prata) exsudativas bordos >>>>>
fabricante e da - Trocas gasosas, não - Como penso pressão
avaliação da ferida) passagem de fluidos e primário ou excessiva e
bactérias, absorção de secundário. danos dos
1- Penso de exsudado de moderada a tecidos.
espuma com grande quantidade
rebordo - Contém o exsudado não
adesivo o deixando passar para o
leito da UPP
- Permite remoção sem
trauma e não deixa
resíduos
– Mantém leito da ferida
2- Penso de húmido – promove a
espuma sem granulação
rebordo
adesivo
3- Penso de
espuma para
UPP
cavitárias
Pensos impregnados - Gaze impregnada de - UPP infetadas pouco - Alergia ao iodo - Exige penso
de Iodo (pode iodopovidona, exsudativas - UPP profundas secundário
manter até 3 dias compressa de amido (compressa - Alterações renais - Remover com
(gaze impregnada) e (cadexómero) impregnada por ou da tiróide irrigação
7 o cadexómero de impregnada de iodo, polietilenoglicol) - Pessoas que abundante de
iodo) pasta, pó de cadexómero - UPP infetadas tomem lítio S.F (minimizar
de iodo moderada a - Grávidas e crianças remoção
1- Gaze - Antimicrobiano altamente exsudativas até 6 meses. traumática).
impregnada (cadexómero de iodo)
de - UPP infetadas ou
iodopovidon com colonização
a (mudar critica de categoria II
quando o (tipo abrasão).
147
penso
descolora).
2- Cadexómero
de iodo
(pasta, pó,
compressa)
Hidrofibras (pode - Penso ou tira - UPP muito - Alergia aos - Exige penso
manter até 7 dias - - Pode vir associado a exsudativas. constituintes secundário
depende das outros constituintes (ex: - UPP com pouco - Nas feridas
indicações do prata) exsudado cavitárias não
fabricante e da - Grande capacidade de - Feridas com preencher a
avaliação da ferida) absorção de exsudado, necrose cavidade na
ocorrendo verticalmente - Feridas com totalidade
e sem expansão lateral exsudado fibrinoso. - Preencher 75%
>>>> previne maceração da loca
dos tecidos adjacentes - Podem ser
>>>> penso transforma- cortados,
se em gel >>>> mantém mesmo os que
leito da UPP húmido têm na sua
- Promove o composição
desbridamento autolítico prata.
e a granulação, diminui a
sensação de dor local e
remove-se sem dor.
Carvão ativado - Apresenta-se associado - UPP com odor - Alergia aos - Não devem ser
(pode manter até 7 a outros constituintes intenso componentes cortados >>>>
dias - depende das (Ex: hidrofibras, alginato - Usado - UPP secas descoloração de
indicações do e prata preferencialmente - Não aplicar tecidos e pode
fabricante e da - Adsorvem (adesão) sobre outros pensos diretamente no mascarar
avaliação da ferida) moléculas que originam o de preenchimento. leito da ferida >>>> avaliação da
odor intenso facilmente UPP
148
- São permeáveis pelo inativados pelo - Requer penso
que mantêm leito da UPP exsudado. secundário -
húmido. Avaliar a dor
>>>> adesão do
penso ao leito
da UPP?
Colagenase (diário) - Pomada - Tecidos necrosados e - Alergia aos - Vigiar a pele
- Desbridante enzimático viscosos ricos em componentes. circundante
>>>> quebra as fibras de fibrina. porque a
colagénio que prendem o colagenase
tecido necrótico à base aumenta o
da ferida exsudado
- Aumenta o exsudado. - Iodo e prata
inativam a
colagenase
-Aplicar
diretamente na
ferida 1 a 2mm
- Exige penso
secundário
-Colocar
produto
barreira na pele
perilesão.
Colagénio (diário – - Pó com colagénio e - Todas as UPP com - Alergia aos - Exige penso
seguir as indicações fatores de crescimento; fase inflamatória componentes. secundário de
do fabricante e da esponja de colagénio muito prolongada, baixa
avaliação da ferida) com antibiótico; penso que não tenham aderência.
com colagénio e celulose, tecido necrosado,
com e sem prata. desvitalizado ou
- O colagénio exógeno infeção (com exceção
atua como substrato das do colagénio com
metaloproteinases prata ou com
inativando o seu excesso antibiótico).
na ferida. Os produtos da
sua degradação criam
ambiente favorável à
migração de células ao
longo do tecido de
granulação. É
hemostático em feridas
hemorrágicas.
Poliacrilato (pode - Pode vir associado a - UPP com necrose - Alergia aos - Não deve ser
manter até 7 dias - outros constituintes (Ex: seca e/ou depósitos constituintes. cortado
depende das Polihexametileno de fibrina. - Deve ficar no
indicações do Biguanidas) interior das
fabricante e da margens da UPP
149
avaliação da ferida) - Hidrata o leito da UPP e para não
(associado a não permite a passagem macerar os seus
Polihexametileno de fluidos para o exterior bordos.
Biguanidas) (pode - Desbridamento
manter até 3 dias - autolítico.
depende das
indicações do
fabricante e da
avaliação da ferida)
Ácidos gordos -Tecido de acetato - Feridas infetadas ou - Alergia aos - Pode ser
esterificados (pode impregnado com ésteres com suspeita de componentes. cortado (com
manter até 3 dias - de ácidos gordos, infeção. exceção do
depende das compressa redonda ou penso com
indicações do plana (pode ter uma das celulose)
fabricante e da faces com película de - Não aplicar
avaliação da ferida) celulose), gaze de outros produtos
algodão impregnada com com
ésteres de ácidos gordos substâncias
em rolo. gordas ou
-Adsorvem os oleosas na sua
microrganismos, têm constituição
ação bacteriostática sem >>>> afetam a
recorrer a agentes eficácia do
químicos, absorvem o penso (no caso
exsudado. do penso com
celulose).
Ácido hialurónico - Creme, pensos com - Feridas com fase - Alergia aos - Exige penso
(pode manter até 3 ácido hialurónico ou este inflamatória componentes secundário
dias - depende das combinado com gaze prolongada como - Não utilizar em adequado ao
indicações do gorda ou com alginato de promotor de simultâneo nível de
fabricante e da sódio cicatrização. desinfetantes exsudado.
avaliação da ferida) - Confere estabilidade e contendo sais de
elasticidade à matriz, amónio quaternário
permite um aumento da (risco de
migração celular, precipitação do
nomeadamente dos ácido hialurónico).
fibroblastos, modula a
resposta inflamatória e
150
aumenta a velocidade de
cicatrização.
Polihexametileno - Penso, gaze impregnada - UPP infetadas. - Alergia aos - Pode ser
biguanidas - Associado a outros componentes necessário
constituintes (Ex: - Não usar durante a penso
espuma, poliacrilato) gravidez e secundário
- Bactericida. amamentação, em - Remover
cartilagem hialina, todos os
em zonas resíduos na
relacionadas com o mudança do
sistema nervoso penso
central, ouvido - Em caso de
médio e regiões feridas
intraoculares. cavitárias
utilizar a gaze
impregnada (é
mais fácil a sua
modelação ao
espaço)
-A utilização
prolongada
deve ser
cuidadosament
e avaliada.
151
→ A V.A.C. deve ser mudada a cada 48 ou 72 h; reduz o tempo de recuperação e
permite melhorar as condições locais da ferida.
→ Usada em várias feridas, com perda de partes moles, em exposição ósseas, com
grande exsudado ou ainda para fixação de enxertos e retalhos.
→ Não se deve aplicar sobre tecido necrótico, osteomielite sem tratamento com AB,
cavidades abdominais ou fistulas, neoplasias ou aplicar diretamente sobre veias
ou artérias.
→ Usar cautelosamente quando há sangramento ativo da ferida, em casos de
coagulopatia ou em hemóstase difícil.
Complicações: Síndrome de choque tóxico devido à presença de um corpo estranho;
Perdas das esponjas nas cavidades, que pode causar granulomas ao seu redor; O
sangramento especialmente em pessoas com coagulopa7a ou quando se verifica o
rompimento de grandes vasos ou enxertos.
152
• Lesões por Humidade
1. Dermatite perineal
2. Dermatite incontinência: prevalência – entre os 5% a 41% em adultos/ idosos e 7%
a 35% nas crianças.
• 2. 1 E também Dermatite da fralda (na criança e no adulto dermatite associada
à Incontinência (DAI))
• 2.2 A DAI é uma dermatite de contacto ou eczema de contacto; é manifestada
por uma resposta inflamatória da pele, sobretudo na região perineal e nádegas,
por contacto com urina e fezes.
• 2.3 Fatores de risco – Microclima; Microrganismos ; agentes irritantes/
alergizantes.
• 2.4 Pode ser uma Dermatite de contacto alérgica (DCA) (Causas: Cosmética,
Latex, Medicamentos) ou uma Dermatite de contacto Irritativa (DCI) (sabão e
detergentes).
• 2.5 Prevenção e gestão: controlar a causa de incontinência, avaliar a pele da
pessoa, limpeza da pele produtos PH acido (evitando a fricção), aplicar emoliente
- hidratar a pele (mas não em excesso de forma a não promover o aumento da
humidade), expor zonas ao ar, proteger a pele com produto barreira (confere
revestimento impermeável à pele).
3. Dermatite de contacto
4. Úlceras por humidade
153
Diagnostico Diferencial UUP e Lesão por humidade: As lesões por humidade são
frequentemente confundidas por UPP e definidas incorretamente por UUP categoria II
ou III.
No entanto, as UPP e as lesões por humidade podem coexistir dando origem às LESÕES
COMBINADAS. Estas são lesões em que a HUMIDADE, PRESSÃO e FORÇAS DE
CISALHAMENTO estão presentes em simultâneo, apresentando formas irregulares e
características similares de ambas.
É uma ferida provocada por um trauma mecânico (sem corte), resultante da fricção ou
de uma combinação de fricção e cisalhamento.
Prevalente nas pessoas idosas, nas extremidades, com separação da epiderme da derme
(ferida de espessura parcial) ou de ambas das estruturas subjacentes (ferida de
espessura total).
O ‘retalho’ epidérmico ou dermo-epidermico pode estar parcial ou totalmente separado
da ferida, dificultando o diagnóstico.
154
Está relacionada com a fragilidade da pele – comum nos idosos. Mais prevalente do que
as UPP.
Localização: em qualquer zona do corpo, mas mais comuns
no antebraço, nos cotovelos, membros inferiores e nas
mãos.
A dimensão depende da intensidade do trauma. Forma
irregular, pele circundante edemaciada, com equimose e
alteração da coloração.
•
→ Categoria 1b - Lesão por fricção, cujo retalho cutâneo pode ser
realinhado à posição anatómica normal (sem tensão
excessiva); coloração da pele ou do retalho apresenta-se pálida
opaca ou escurecida.
•
→ Categoria 2ª - Lesão por fricção, cujo retalho cutâneo não pode
ser realinhado à posição anatómica
normal (sem tensão excessiva); coloração da pele ou do
retalho não se apresenta pálida, opaca ou escurecida.
155
Fatores de risco: idosos, quebras cutâneas anteriores ( últimos 90 dias), alterações da
função cognitiva e motora, problemas vasculares e pulmonares, mau estado nutricional,
desidratação, medicação - anti-inflamatórios, anticoagulantes e corticosteroides,
redução da acuidade visual, espasticidade ou lesões, equimoses ou hematomas, púrpura
senil, edema, pele seca e/ou descamativa, agitação.
Prevenção:
1) Promoção ambiente seguro - identificar e remover potenciais causas de trauma;
garantir um ambiente com iluminação adequada; afastar objetos que podem
provocar trauma; remover equipamentos desnecessários do meio ambiente; evitar
passadeiras e tapetes; utilizar protetor para as pessoas que tiverem frequentemente
lesões na região pré tibial; manter unhas cortadas (idoso e prestador cuidados);
minimizar força de fricção, torção e cisalhamento.
2) Educação das pessoas, cuidadores e profissionais nesta temática.
3) Promoção da Hidratação, da Nutrição.
4) Monitorização da terapêutica – averiguar necessidade de reconciliação
terapêutica, prevenção das quedas, cuidados na mobilização, posicionamento e
transferências – cumprir os princípios de segurança e técnica correta.
5) Avaliação da pele. Promover cuidados de higiene do corpo com água morna; evitar
banhos quentes e prolongados.
6) Utilização sabão líquido com pH adequado para a limpeza da pele. Aplicação de
cremes e emolientes adequados.
7) Diminuição do risco com a roupa de proteção (camisas de mangas compridas,
calças compridas, meias até ao joelho, cotoveleiras). Evitar de produtos adesivos na
pele frágil – atenção à remoção dos adesivos. Proteção das saliências da cama
(acolchoar) - grades, cadeira de rodas, móveis e outros objetos que possam causar
trauma, fechados.
Avaliação:
→ Localização: dimensão (comprimento, largura e profundidade), características do
leito da ferida e potencial de viabilidade do tecido não viável, aspetos e quantidade
do exsudado, presença de sangramento e hematoma, área de necrose no retalho,
integridade da pele ao redor, sinais e sintomas de infeção, presença de dor.
156
Registo: relacionado com a quebra cutânea - observação/identificação, medidas
preventivas, tratamento ….
1) Lavagem higiénica das mãos ou desinfeção das mãos com solução antisséptica de
base alcoólica.
2) Pedir consentimento ao cliente, explicar e informar acerca do procedimento.
3) Lavagem higiénica das mãos ou desinfeção das mãos com solução antisséptica de
base alcoólica.
4) Organizar material necessário e levá-lo para junto do cliente:
• Tabuleiro (se necessário)
• Campo esterilizado;
• Pinça de Kocker esterilizada;
• Pinça de dissecção esterilizada;
• Luvas esterilizadas, caso não se utilize pinças;
• Compressas esterilizadas;
• Seringa esterilizada de 20 ml;
• Cateter esterilizado de 18 G;
• Agulha EV/Diluição esterilizada;
• Transfere esterilizado;
• Aparadeira ou cuvete reniforme esterilizada;
• Taça esterilizada;
• Balão de soro fisiológico (100 ml) a 0,9% esterilizado ou outro soluto para limpeza,
de acordo com a prescrição;
• Apósitos de acordo com as características da lesão;
• Produto dermoprotetor, se adequado.
• Luvas limpas para remoção do penso;
• Luvas limpas para irrigação (se penso realizado com pinças a limpeza;
• Resguardo impermeável;
• Tesoura;
• Avental;
• Compressas limpas;
• Álcool a 70º;
• Adesivo hipoalergénico;
• Ligaduras adequadas, se necessário;
• Contentor de cortantes/perfurantes;
• Contentor de roupa suja com tampa e com pedal, se necessário.
5) Garantir privacidade.
157
6) Lavagem higiénica das mãos ou desinfeção das mãos com solução antisséptica de
base alcoólica.
7)
158
10)
11) Lavagem higiénica das mãos ou desinfeção das mãos com solução antisséptica de
base alcoólica.
12)
13)
159
14)
• Limpar com Água Potável, mas desde que corra durante 15 segundos antes de
ser utilizada, e deve ter em conta a natureza das UP e o estado geral da pessoa.
160
• A limpeza das UPP deve ser feita por irrigação. Esfregar não é indicado.
19)
20)
161
21) Lavagem higiénica das mãos ou desinfeção das mãos com solução antisséptica de
base alcoólica.
22) Elaboração dos Registos de Enfermagem: motivo da realização do penso;
características do penso retirado (presença, cheiro, cor, quantidade e consistência
do exsudado); características da ferida (localização, forma, dimensões, bordos e
tecido da região circundante, tipo de tecidos da ferida e presença e características
do exsudado); presença de dor e intervenções; presença de complicações e
intervenções; solutos e/ou terapêutica tópica e apósitos, colaboração e reação do
cliente; intercorrências observadas; estado final/perceção pelo cliente.
Uma ligadura é uma tira de material que se usa para envolver determinados segmentos
do corpo. Assistir a pessoa com ligadura é uma intervenção de Enfermagem que consiste
em segurar ou em proteger, através de ligaduras… determinados segmentos do corpo.
Finalidades
• Fixar pensos ou talas no segmento / local desejado- Não precisa de uma ligadura
com grande compressão nem com grande elasticidade;
• Fazer pressão / compressão- Ex: Entorses e hemorragia (ligadura com pressão
considerável)
• Facilitar a circulação de retorno nos membros inferiores- Grau de compressão
para a circulação ascender
• Dar suporte a membros e articulações- Ex: entorses
• Imobilizar um ou mais segmentos do corpo.
Contensão – manter um penso, fixar uma aplicação terapêutica, fixar uma imobilização;
Compressão – promover a hemóstase, favorecer a reabsorção, suster penso
compressivo;
Proteção e oclusão – proteção de uma ferida/UPP;
Imobilização – fraturas, entorses, luxação, correção de deformidades;
Extensão – promover extensão ou suspensão (ex: ortopedia)
162
Material utilizado:
1. Ligaduras de Gaze (não são muito elásticas. Só se usam uma vez):
• Absorventes;
• Porosas- permitem a circulação do ar;
• Usam-se para segurar pensos, principalmente os volumosos;
• Dão pouco suporte;
• Só podem ser utilizadas uma vez, pois desfiam-se com muita
facilidade, pelo que não é habitual a sua reutilização.
2. Ligaduras Elásticas (cotovelo, joelho - moldam-se bem às
articulações; faz-se um grau de compressão maior que
permite haver um melhor retorno venoso):
• Feitas essencialmente de algodão e látex;
• Utiliza-se para conseguir uma pressão firme, moldando-
se bem às superfícies a ligar;
• Previne o edema das extremidades, facilitando o retorno venoso (Vai-se
aumentado a compressão à medida que enrolamos a ligadura
3. Ligaduras Elásticas com Adesivo (A única diferença que existe das anteriores é que
têm adesivo - à medida que se põe vai colando e adapta-se à tira anterior ):
• Ligaduras adaptáveis e aderentes sendo um dos lados da ligadura de adesivo;
• Utilizam-se para aplicar uma pressão firme e uniforme, nomeadamente quando
há hemorragia e é necessário fazer compressão para promover hemóstase;
• As ligaduras elásticas aplicadas de forma muito apertada podem causar
compromissos circulatórios e/ou neurológicos, sendo necessário uma avaliação
frequente.
4. Ligaduras Tubulares (Se a pele estiver macerada e não pudermos colocar adesivos,
colocamos esta rede. É um suporte)
• Ligadura em forma de tubo- Ex: rede elástica e malha de
algodão canelada.
• Ligadura adaptável;
• Utiliza-se para manter pensos em áreas difíceis como as
axilas e articulações;
• A rede elástica facilita a mudança frequente dos pensos e
aplica-se muitas vezes em pessoas que perderam pele (maceração) por
frequentes remoções de adesivo e/ou alergia ao mesmo;
• Pode também ser usada para manter cateteres venosos (CVP- Quando temos
uma punção de uma veia);
• É muito usada em pessoas com feridas crónicas, estando também muito
associada a alterações na pele em redor da ferida
163
5. Ligadura Tubular de malha de algodão canelada (Também se podem usar
sobre os cotos):
• Tem a forma tubular sendo extensível e destinada a cobrir partes do
corpo cilíndricas (Cabeça, cotos- facilitam o seu arredondamento e
deixam a pessoa pôr uma prótese);
• É muitas vezes utilizada sob os gessos para proteger a pele do membro,
para segurar pensos e pode também ser usada como capacete;
• Existem várias espessuras e o seu tamanho é determinado de forma idêntica às
ligaduras de rede.
Relativamente à Pessoa:
• Manter a pessoa em posição confortável quando se faz a ligadura;
• Manter a área a ligar exatamente na posição que se pretende >>>>> quando não
é necessário imobilizar uma articulação deve-se mantê-la na posição funciona;
• Ter a área a ligar limpa e seca - Se a lesão não estiver limpa e seca e for aplicada
uma ligadura, pode haver risco de úlcera de humidade e de proliferação de
microrganismos;
• Proteger com algodão as proeminências ósseas - para não haver o risco de UPP,
os ângulos e as concavidades - Concavidades - por exemplo, fazer ligadura com a
mão fechada - temos de pôr algodão para não haver fricção das estruturas e
úlceras;
• Não iniciar ou terminar uma ligadura diretamente sobre uma ferida, ou uma área
onde a pessoa provavelmente exercerá pressão - O início ou o fim de uma ligadura
deve acabar e começar com duas voltas circulares - ao fazer estas voltas vamos
aumentar o calor sobre a ferida (para haver cicatrização deve haver uma
temperatura de 37 graus na ferida), vai diminuir as trocas gasosas (aumenta
humidade, transpiração e, consequentemente, proliferação de microrganismos e
UPP por ) e aumentar a pressão. Se houver muitas variações de temperatura na
ferida vai haver uma paragem da cicatrização e da mitose. A mitose demora 3h a
voltar e a cicatrização 48h, sendo que para voltar à temperatura normal demora
40 minutos.
• Nunca ligar duas superfícies de pele em contato uma com a outra, sem as isolar
previamente com algodão (por exemplo: entre os dedos, axilas, sob as mamas e
região inguinal) - Se for fazer uma ligadura ao calcâneo devo deixar os dedos de
fora para haver movimentação e se observar a cor da pele. Quando há
compromisso arterial e da circulação, podemos observar uma cor mais branca e,
posteriormente, mais arroxeada. (quando isto acontece temos de diminuir a
pressão da ligadura). Associado à palidez (cor branca), vamos avaliar se a pessoa
sente dormência, e se existe uma alteração da temperatura em relação ao outro
membro (temperatura baixa). Pode haver também uma perda da sensibilidade e,
164
em casos mais graves, edema e dor. Qualquer um destes sinais é razão para
diminuirmos a pressão da ligadura;
• Nas ligaduras dos membros deixar descoberta uma parte das extremidades (por
ex.: os dedos das mãos ou dos pés) – para conseguirmos verificar a circulação e se
não há compromissos arteriais (rosado-branco- roxo-cianose). Ter em conta que
quando o sangue não chega às extremidades o cliente pode apresentar alterações
da temperatura, da coloração e compromisso neurológico (p.e parestesias). A
ligadura deve ser lavada e limpa todos os dias;
• Enquanto se faz a ligadura e após terminar observar e perguntar sempre à pessoa
como se sente >>>> observação constante das extremidades para despiste de
compromisso circulatório.
• Observar as áreas circunvizinhas da área ligada para despiste de sinais e sintomas
de:
o compromisso circulatório: edema, palidez, cianose;
o compromisso neurológico: dor, parestesias, diminuição da sensibilidade que
podem indicar que a ligadura está demasiado apertada- diminuir a pressão.
• Remover a ligadura pelo menos uma vez por dia
• lavar e secar as superfícies de pele subjacentes e verificar se existem áreas de
pressão ou lesões- Se não o fizermos há risco de UPP por humidade, odor e
bactérias.
Antes de aplicar a ligadura devemos olhar para a ferida e ver as condições- Ex: se a
pessoa não tem sensibilidade e quando faço a ligadura continua sem sensibilidade não
quer dizer que a ligadura esteja mal colocada, visto que é o “normal” da pessoa
Relativamente à ligadura:
• A largura da ligadura deve ser adequada à região a ligar;
• Começar a aplicar a ligadura, segurando o rolo com uma das mãos e a extremidade
inicial com a outra. Aplicar a ligadura com o rolo para fora (em relação à pessoa)-
Mão dominante segura a ligadura e a mão não dominante segura na ponta.
• Ao iniciar uma ligadura fazer duas voltas circulares sobre a ponta inicial, para
assegurar a sua fixação;
• Deve-se também terminar com duas voltas circulares - para haver fixação da
ligadura;
• Aplicar a ligadura, exercendo uma pressão uniforme e moderada.
• Não se deve desenrolar mais ligadura do que a necessária - porque senão é difícil
darmos as voltas certas e manter a pressão adequada.
• A direção da ligadura deve seguir a da circulação venosa e deve-se aplicar a partir da
parte mais distal em relação ao tronco;
• Evitar o excesso de ligadura a fim de prevenir calor excessivo nas partes cobertas,
• Mantenha as ligaduras esticadas, limpas, firmes e funcionais por razões estéticas e
assépticas - esticado para evitar UPP - como a roupa da cama. Se não tiver esticado
165
é melhor remover e voltar a colocar - remova e aplique de novo as ligaduras que não
satisfaçam esses critérios.
CUIDADOS APÓS APLICAÇÃO DE LIGADURAS
Vigiar Alterações circulatórias: coloração das extremidades, especialmente palidez ou
cianose; presença de edema; temperatura das extremidades (a pele fria revela
diminuição da circulação); caraterísticas dos pulsos periféricos - faz sentido numa
ligadura acima dos pulsos, se for abaixo, utilizar os pulsos não vai detetar nada;
capacidades de movimento do membro ou dedos.
166
Espiral (Ligaduras devem-se sobrepor à anterior em cerca de 3/4 - porque senão
começam a desmanchar-se )
• Quando quero fazer uma ligadura que permita o retorno venoso
• tipo de volta que apenas se sobrepõe parcialmente à anterior (por ex. metade a três
quartos da largura da ligadura).
• Usa-se mais frequentemente em porções cilíndricas.
• Mais difícil de desenrolar
Recorrente
• Este tipo de volta utiliza-se em áreas arredondadas, como um coto após a
amputação, a cabeça ou, por vezes, os dedos.
• Na imagem da cabeça C: Fazemos 2 circulares no sitio onde iniciamos para fixar.
• Na imagem do coto C: Fazemos 2 circulares
Espiga do antebraço:
• Esta ligadura destina-se à contenção tanto de pensos do
antebraço assim como de talas, no caso de fraturas.
• Material: 2 ou 3 ligaduras com 6 m x 6-7 cm.
167
Espiga da perna:
• Esta ligadura destina-se à contenção de pensos da perna.
• Material: 2 ou 3 ligaduras com 5 m x 7 cm.
Leque do joelho
• Utiliza-se sobretudo para manter um penso no joelho.
• Material: Ligadura com 5 m x 7 cm.
Assistir a Pessoa com Ligadura
1) Lavagem higiénica das mãos ou desinfeção das mãos com solução antisséptica de
base alcoólica.
2) Pedir consentimento ao cliente, explicar e informar acerca do procedimento.
3) Lavagem higiénica das mãos ou desinfeção das mãos com solução antisséptica de
base alcoólica.
4) Prepara o material (Escolhemos a ligadura, o
tipo de ligadura, precisamos ainda de
adesivo, tesoura e material de
preenchimento)– selecionar tamanho e
largura ideal de acordo com o objetivo da
ligadura e zona do corpo, selecionar material
de preenchimento quando necessário,
adesivo e tesoura.
5) Espiga do antebraço:
• - Começar com 2 circulares
168
Espiral e espiga
- 2 circulares no final
169
6) Ligadura em leque do joelho:
• - 1 ou 2 circulares
- 2 circulares no final
REGISTOS DE ENFERMAGEM
Após aplicação de uma ligadura (ou quando em vigilância dos efeitos de uma ligadura
aplicada anteriormente) deve fazer-se os registos de enfermagem:
• Preparação da pessoa (houve ou não consentimento? foi explicado o
procedimento?);
• Material usado;
• Qual o motivo da aplicação da ligadura;
• Quando é que a ligadura foi aplicada, removida e reaplicada - uma intercorrência
pode ser uma coloração mais pálida e ter de desfazer a ligadura e voltar a fazer;
• Situação da pele e cuidados à pele efetuados;
• Avaliação neuro circulatória e mobilidade da porção distal à ligadura /
Intercorrências;
• Orientação/ensino efetuada ao próprio /família;
• Colaboração, reação da pessoa e autoavaliação do conforto.
170
1.7 Ajudar a Manter a Temperatura Corporal
Ajudar a Manter a Temperatura do Corpo
Caso Clínico:
Homem de 58 anos, casado, desempregado. Deu entrada no SU do HSM por queixas de
cansaço fácil e dificuldade respiratória com 12h de evolução. Diagnóstico de
insuficiência cardíaca.
Antecedentes Pessoais: HTA, status pós-EAM (enfarte agudo do miocárdio)
Caracterização do Ambiente Familiar: “Relativamente ao rendimento disponível, (…) é
extremamente escasso, e acaba mesmo por estar impossibilitado de comprar a
medicação...”. “Não tem meios de aquecer a casa (…). O Sr. I. S. referiu que tinha retirado
o esquentador da água devido aos custos que acarretava acabando por explicar que
tomava banho aquecendo a água numa chaleira e quando a mesma estivesse à
temperatura desejada vertia sobre si sendo assim que toma banho.”
Hábitos de Vida: (…) não apresenta alterações na sua capacidade de termorregulação,
mas não tem meios de aquecer a sua casa uma vez que não possui esquentador nem ar
condicionado.
Durante o seu internamento não apresentou alterações significativas da temperatura
corporal.
Notas: Status pós – quadro clínico que permanece após um evento de saúde. (situação
clínica que resulta de um evento). (ou seja, HTA derivou de um evento de EAM). A partir
do momento em que há uma insuficiência cardíaca, irá haver um défice na circulação, o
que pode alterar a termorregulação inata do corpo (vasoconstrição e vasodilatação
ficam alteradas).
171
Cuidado com intoxicações por monóxido de carbono – de pessoas que se aquecem ao
pé de braseiros.
Ex.: As pneumonias durante o inverno matam mais. O número de mortes de pneumonia
no verão é muito mais baixo, apesar de haver uma mortalidade acrescida associada ao
calor.
Pessoas com doenças relacionadas com o coração ou com o sistema respiratório vão ter
mais dificuldade em conseguirem controlar a sua temperatura.
172
Mecanismos de conservação do calor
1 2 3 4
Qualquer atividade Aumente a Incrementa a Aumenta o calor
que… velocidade das velocidade metabólico
reações químicas… metabólica produzido
173
Termorregulação: Processo do Sistema Regulador: controlo da produção e da perda de
calor através de mecanismos fisiológicos ativados pelo hipotálamo; pele e temperatura
corporal.
CIPE – Taxonomia - classificação internacional para a prática da enfermagem.
Febre: Termorregulação comprometida: elevação anormal da temperatura corporal;
alteração do centro termorregulador (CTR) do termostato interno, associada a um
aumento da frequência respiratória, aumento da atividade metabólica, taquicardia com
pulso fraco ou cheio e com ressalto, agitação, cefaleia ou confusão; a subida rápida da
febre é acompanhada por calafrios, tremores, arrepios, pele pálida e seca; a crise ou
descida da febre é acompanhada por pele quente e ruborizada e de suor alteração no
centro regulador – termostato interno vai regular a temperatura de um corpo para a
aumentar e vai gastar mais energia para isso.
Calafrio - Termorregulação: tremor involuntário com contração muscular ou crispação
por sensação de frio associado a queda da temperatura corporal abaixo do ponto
termostático, efeitos colaterais da anestesia ou fase de arrepio da febre.
Exaustão pelo calor - Termorregulação comprometida: diminuição da capacidade de
regular o termostato interno quando exposto a calor intenso ou incapacidade de se
aclimatizar ao calor, falta de forças, vertigens, pele fria , húmida, pálida, caibras,
temperatura corporal próxima do normal, pressão sanguínea baixa, regressando ao
normal em posição de deitado, perda de consciência acompanhada de depleção de
líquidos e eletrólitos corporais e colapso.
Golpe de calor - Termorregulação comprometida: insuficiência de regulação do
termostato interno quando exposto ao sol ou a elevadas temperaturas num período de
tempo mais alargado, redução do suor, temperatura corporal extremamente elevada ,
taquicardia, pele quente e seca, cefaleia , confusão, convulsão, inconsciência e colapso.
Descida da febre – associada a vasodilatação.
Temperatura corporal central é … a medida do calor no interior do corpo de uma
pessoa; representa o balanço entre o calor produzido e o perdido. Um autor (não
existem valores consensuais):
• Axilar – 36,4 o C – 36,7 o C
• Oral – cerca de 37 o C
• Rectal – 37,5 o C (Rosdahl & Kowalski, 2003)…
Temperatura “normal”: A temperatura corporal normal situa-se entre os 36 e os 37º C…
Contudo depende:
• da pessoa e da sua idade;
• da atividade desempenhada;
• da altura do dia;
• da parte do corpo em que está a ser avaliada a temperatura.
174
FEBRE
• É a elevação da temperatura corporal de ≥ 1ºC acima da media da TBI, em função
do local de avaliação, como resultado da ativação controlada pelo Centro Termo
Regulador.
• Na febre, o Centro Termo Regulador está normal e funcionante.
• O doente adotará comportamentos fisiológicos tipo agasalhar-se mais ou
procurar fontes de calor (na fase ascensional) e retirará roupa (na fase de descida
da temperatural corporal).
• A temperatura aumentará, em regra, até 4ºC (no máximo 5ºC) acima da media
da TBI, sem nunca ultrapassar os 42,2 ºC e depois baixará espontaneamente para
uma temperatura basal ou para uma temperatura intermedia entre a basal e o
pico febril.
Crianças
A produção de calor diminui continuamente à medida que o latente cresce.
175
Pessoa Idosa
A exposição a temperaturas extremas coloca os idosos em risco de dano ou morte.
• “70% das vítimas do calor são pessoas acima dos 60 anos de idade” (Carpenito-
Moyer, 2012: 109)”
Mais sujeita a acidentes do que os adultos mais jovens:
Por tudo isto, as Pessoas idosas podem tornar-se hipo ou hipertérmicos em ambientes
moderadamente frios ou quentes.
INTERVENÇÃO DO ENFERMEIRO
As atividades do cliente que visam manter a sua temperatura corporal são suscetíveis
de ser modificadas por uma intervenção do enfermeiro.
A Intenção da intervenção do enfermeiro tem como objetivo:
1) ajudar a manter a temperatura corporal dentro dos limites considerados normais
identificar fatores de risco;
2) e manter as condições do ambiente no nível de conforto para o cliente.
176
Orientação dos pais para prevenir …
• Criança não antecipa riscos de exposição a temperatura externa;
• Adequar a roupa de acordo com o ambiente- às vezes o bebé vem muito agasalhado
à consulta
• Calor: inclui chapéu quando exposto ao sol; roupa fresca, larga;
• Frio: camadas de roupa, usar proteções adicionais para a cabeça e mãos (gorro e
luvas), remover roupa molhada (prejudicial à saúde- no excesso de calor uma roupa
muito soada deve ser removida.
• Temperaturas extremas – evitar exposição!
Capacitar os pais para avaliar a temperatura da criança- ninguém melhor
que os pais para notar sintomas. Quando nos sentimos quentes ou com
algum sinal de febre é importante medir a temperatura para poder
interpretar resultados.
Quando acontece sobreaquecimento:
177
Quando o cliente é uma pessoa idosa
178
A FEBRE é um dos focos de atenção da prática de enfermagem e assume importância
relevante dada a sua frequência. Grande parte do “Cuidado” prestado pelos Enfermeiros
ao Cliente com febre realiza-se através de intervenções autónomas. As Intervenções de
Enfermagem associadas ao diagnostico FEBRE têm como objetivo primordial minimizar
o desconforto.
179
Crianças não possuem sistemas de alarme e muitas das vezes não percebem que têm
alterações da temperatura corporal e, por isso, a atenção sobre estes sistemas passa
essencialmente pelos cuidadores.
DM – têm mais dificuldades em detetar lesões e sentir dor – diminuição da sensibilidade
– também têm dificuldade em detetar alterações da temperatura.
As nossas intervenções, enquanto enfermeiros, passam muito por evitar quadros de
sobreaquecimento.
180
1.8 Ajudar a agir segundo as suas crenças
Situação de Enfermagem:
Rosa, uma jovem de 25 anos, primípara, está em trabalho de parto há mais de 12h;
encontra-se na maternidade, num quarto onde está sozinha desde a entrada. O
companheiro vai e vem, por períodos, de acordo com as oportunidades laborais que
tem.
Tem consigo, de objetos pessoais, apenas lenços de papel e um Novo Testamento (NT)
de bolso, na mesa-de-cabeceira. O trabalho de parto evolui lentamente, nada está
definido; tem contrações cíclicas muito frequentes…mas tudo parece estar demorado.
Um dos muitos médicos que ao longo das horas entraram no quarto, em grupos, para a
observar…num determinado momento, deixou o grupo sair ficando para trás, fazendo o
seguinte comentário para a Rosa, apontando para o NT na mesa-de-cabeceira: “Isso
deve valer-lhe de muito!”
Rosa ficou sem palavras; nem reagiu, mas pensou: “O quê?”, sentindo-se mal,
incomodada, com a observação.
As equipas sucediam-se…as horas passavam…nada avançava…até ao outro dia, quando
pelas 14h o João nasceu de parto eutócico. Mal o bebé nasceu, percebeu-se que não
estava bem: gemia. Foi imediatamente retirado à Rosa e levado para UCI de RN, onde
foi imediatamente diagnosticado com hipoglicémia grave.
A preocupação de Rosa era enorme. Só ao final do dia Rosa teve notícias do João, pelo
companheiro. Estava em observação por haver suspeita de septicémia e com entubação
nasogástrica por não conseguir mamar.
Nessa noite quase não conseguiu dormir, consumida pela preocupação e pelas
lágrimas…Pela manhã, 8h, dirigiu-se à enfermeira de serviço para dizer que “ia à UCI
Neonatal ver o seu filho, que não via desde o nascimento”. Isso não lhe foi permitido:
“agora vai passar a visita médica, só depois pode ir”. Rosa voltou para a cama chorosa.
Logo que observada, foi ver o bebé.
Nesse dia à tarde, uma enfermeira que entrou de turno dirigiu-se à Rosa e perguntou-
lhe: “Então que notícias tem do seu bebé?”. Rosa respondeu-lhe: “Está mal, é ainda
incerto o que tem”. Mas, quase de imediato, o assunto passou para a necessidade de
amamentar o RN.
Para Rosa, a amamentação era secundária. Queria saber se o bebé estava a evoluir bem
e sobretudo, estava tão assustada face ao possível prognóstico; as consequências a
curto, médio e até a longo prazo. Haveria sequelas? O que irá ser o futuro de toda a
família?
181
O seu conforto vinha de fé e da leitura devocional e da visita do companheiro…passava
longas horas na cama, voltada para a parede, frequentemente a chorar. Pouco
comunicativa com as outras cliente; respondia às questões que os profissionais lhe
dirigiam, mas nada mais.
Esteve internada 8 dias para acompanhar o João. Raras foram as enfermeiras (ou outros)
que lhe perguntaram pelo estado do bebé. Ninguém a questionou sobre as suas
lágrimas. E ela era a única mulher sem bebé no berço naquela enfermaria.
Vontade
Sentido moral
Emoçã
Psicossocial – função
Espírito PS e social
o
Intelecto
182
ESPIRITUALIDADE
Deus/Ser supremo
Eu Pessoa Outros
Independência
Bem-estar
Desenvolvimento/autorrealização
Ambiente
“Uma busca pessoal por sentido e propósito na vida […] as crenças e valores
auto-escolhidos e/ou religiosos, e práticas que dão sentido à vida, inspirando e
motivando os indivíduos a alcançar seu ideal de ser”
Determinam o
comportamento
A espiritualidade é a essência da nossa humanidade (…) a parte da pessoa que procura
a cura, o sentido e groundedness no meio do sofrimento e da doença. É a busca humana
por autorrealização (transcendência). É a “essência do ser (…) está presente em todos
os seres humanos (…). A dimensão espiritual implica a presença de sentimentos que
revelam a existência do amor, da fé, da esperança, da confiança, do profundo respeito
e da inspiração. Através dela emerge o sentido e a razão para a existência.”
184
Algumas intervenções consideradas como de ajuda na satisfação da NHF
ajudar a seguir crenças (Evidência Científica)
Objetivos e Ações
I. dFacilitar a expressão pessoal e a busca de sentido: escutar; manter a esperança
(ligação “ao possível”).
II. Reduzir obstáculos à manifestação de crenças e práticas pessoais: satisfazer/ajudar
a satisfazer outras necessidades (…confortar); Ajudar a realizar/adaptar práticas
desejadas.
III. Disponibilizar e mobilizar recursos: Profissionais; outros (pessoa(s) significativa(s)).
185
1.9 Ajudar a Trabalhar em algo que proporcione um sentido de
realização, a Divertir ou participar em várias formas de
recreação e a Aprender, descobrir ou satisfazer a curiosidade
que conduz ao desenvolvimento pessoal.
A ação do enfermeiro é essencial para o
desenvolvimento da sociedade. A
enfermagem é uma profissão que tem
uma função notória ao nível da qualidade
de vida das pessoas, uma vez que
pretende descobrir as suas necessidades,
sendo-lhe útil.
A faixa etária da criança é uma fase da vida
que tem sempre e deve ter sempre muito
ocupação.
Trabalhar
→ “Um dia normal para a maioria das pessoas inclui realizar algo que resulte num
produto” (Henderson, 2007, p. 59).
→ “(…) necessidade de realizar ações que permitam à pessoa ser autónoma, utilizar os
seus recursos para assumir os seus papéis, para ser útil aos outros e para se
desenvolver” (Phaneuf, 1998, p. 82).
→ “(…) necessidade que todo o indivíduo tem de desempenhar atividades que lhe
permitam satisfazer as suas necessidades ou ser útil aos outros” (Berger & Mailloux-
Poirier, 1994, p. 545).
DIVERTIR / RECREAR
(…) "a recreação ou o jogo é uma atividade empreendida por prazer e não pelo que se
produz" (…).
(…) "oportunidade de diversificar e restaurar as suas energias, de aliviar o seu
sofrimento ou de se recriar" (…).
(Henderson, 2007, p. 62)
O jogo permite recuperar energias, restaurar. É fundamental que após uma tarefa
importante que exige muito de nós termos espaço para tempos livres, para nos
recrearmos. (Berger & Mailloux-Poirier, 2001, p. 553).
"Associado ao tempo livre; estado em que é permitido a alguém fazer ou não fazer
alguma coisa" (Berger & Mailloux-Poirier, 2001, p. 553).
A “necessidade de se descontrair física e psicologicamente através de lazeres”
(Phaneuf, 1998, p. 84).
186
APRENDER
Aprender é a transformação do conhecido, a reconstrução do saber, implica adquirir
novos conhecimentos, mas também transformar atitudes e comportamentos. É algo
que exige energia e concentração, frequentemente prejudicada pelos processos de
saúde-doença.
Idade escolar – a fase intensa da aprendizagem - a partir dos 5/6 anos – quando se pensa
que o cérebro atingiu a maturidade dos seus componentes, sendo considerado o
período mais indicado para iniciarem a aprendizagem mais profunda e teórica. No
primeiro ano da escolaridade ainda haver uma grande componente para a brincadeira,
os alunos que entram muito novos, com 5 anos, podem ainda ter dificuldades em
conseguirem concentrar-se e não ficarem retidos.
Aprendizagem é contínua ao longo da vida - processo contínuo de desenvolvimento
humano. Ex.: existem pessoas com um nível de ensino muito baixo mas que depois têm
uma imensa experiência de vida que lhes trouxe imensos ensinamentos.
Formação tradicional e formação pela experiência – aprendizagem experiencial (Kolb &
Fry, 1975) - Estamos a falar de uma aprendizagem não só teórica.
Aquilo que a sua pessoa é e sabe à priori é fundamental para haver a reconstrução do
saber e a passagem de novos ensinamentos. A aprendizagem pode ser muito
acompanhada por professores ou colegas, porém é um processo principalmente
individual – só aprende se quiser e se estiver motivada (pode ter os melhores
acompanhantes, mas se não quiser aprender não há nada a fazer).
187
NHF Trabalhar / Divertir / Aprender – dimensão NHF Trabalhar / Divertir / Aprender – dimensão cultural
sociológica e/ou espiritual
Papeis sociais e desempenho do papel; recursos Festas populares tradicionais; valor atribuído ao trabalho,
financeiros; habilitações literárias ou académicas; grupos à produtividade, ao divertimento e ao aprender; conflito
de amigos, associações, grupos de voluntariado; políticas com as crenças religiosas
laborais e remuneração; possibilidade de progressão na
carreira; condições no local de trabalho; programas
formais de ocupação existentes na comunidade;
organização social; rede de suporte; ambiente (domicílio
ou instituição)
Se o enfermeiro vê os sentimentos negativos da pessoa, deve tentar perceber como eles afetam o trabalho e a
aprendizagem da pessoa e como estes sentimentos podem ser melhorados.
188
Intervenções de enfermagem promotoras da ocupação, recreação e
aprendizagem na Criança e no Jovem
Os enfermeiros cuidam das crianças em contextos de promoção da saúde – enfermeiro
avalia o brincar da criança para avaliar o seu desenvolvimento cognitivo – brincar faz
parte da avaliação cognitiva e do desenvolvimento
da criança.
As crianças começam a ter tendência para imitar os
adultos, por exemplo, a levar a sua boneca ao
médico par lhe dar uma pica…(uma criança quando
cuida de uma boneca está também a transmitir
indiretamente a maneira como os pais a tratam). A
partir dos 2 anos começa a existir uma
consciencialização de si – ao olhar para o espelho
já percebe que está lá ela.
189
RN e Lactente Bonecos macios e com som Escolar Jogos de grupo Puzzles
Bonecas Música
Livros TV
As crianças não devem ser admitidas em serviços de adultos. Devem ficar reunidas por
grupos etários para beneficiarem de jogos, recreios e atividades educativas adaptadas
à idade, com toda a segurança.”
Princípio Vinculativo 6.º da Carta da Criança Hospitalizada (1988);
7.º Princípio da Declaração dos Direitos da Criança (ONU,1959)
Declaração da Associação Internacional para o Direito a Brincar (International
Association for the Child's Right to Play - IPA,1961)
Artigo 31.º da Convenção sobre os Direitos da Criança (ONU,1989)
190
Cultura de afetos: acolher, cumprimentar, expressar afeto, inclusão da família, sintonia
com o mundo infantil, brincadeira, cantar, desenhos animados, filmes, fotografias para
recordar, despedidas calorosas (Diogo, 2015).
Ambiente seguro e acolhedor: fardas coloridas e com bonecos, ambiente físico (pinturas
nas paredes, vídeos, brinquedos, música, sala de brincadeiras, Espaço Jovem) (Diogo,
2015).
→ Instrumento terapêutico (McMahon & Pearson, 1998; Lima Bastos et al., 2010). O
brincar é um instrumento terapêutico porque é o resultado de uma ação de
enfermagem que é feita com um objetivo terapêutico. O brincar também ajuda na
adaptação da pessoa ao seu meio ambiente e no seu desenvolvimento cognitivo e
psicossocial.
Técnicas de comunicação criativa: magia, sonhos, questões “E se…”, três desejos, jogos
de pontuação, jogos de associação de palavras, completar frases, prós e contras
(perguntar durante uma brincadeira ou durante o banho 3 coisas boas e coisas más de
estar no hospital – promover gestão emocional e a empatia entre enfermeiro cliente.
Envolver a família torna-se fundamental para diminuir níveis de ansiedade e para
aumentar o conforto e segurança da criança), contar histórias (pedir à criança que conte
uma história, depois os enfermeiros contam uma história semelhante mas com
diferenças que ajudam a criança nos seus problemas, dificuldades, medos, fantasias. Ler
a história à criança (se ela não for capaz ou pedir); pedir à criança para repetir a história;
desenhar sobre a história; envolver a família. As perguntas que as crianças fazem
enquanto os enfermeiros cuidam delas requerem explicações elaboradas com recurso a
histórias e a metáforas, adequadas à sua idade e nível de compreensão). Hockenberry e
Wilson (2014, cap. 6), escrita (escrever pensamentos ou sentimentos difíceis de
expressar; “Cantinho das Mensagens”; Escrever um Diário; Desenho e Pintura).
191
existe a brincadeira terapêutica – com recurso a bonecos e instrumentos
hospitalares e familiares, pretende-se distração da criança - e a brincadeira de
dramatização – brinquedo só de uso hospitalar para explicar o procedimento e o que
acontece passo por passo).
→ Brincar terapêutico: utilizado por enfermeiros para ajudar a criança a desenvolver
estratégias de confronto com o intuito de facilitar a vivência de crise emocional
associada a uma situação saúde-doença.
Finalidades: estabelecimento de uma relação de confiança entre o enfermeiro e a
criança; possibilidade da criança fazer a “ventilação de sentimentos” negativos em
relação ao seu problema/vivência; distração do foco da dor ou sofrimento.
Adulto/Idoso
Conhecimento + vontade + capacidade = andam sempre de mão dada.
Responsabilidade do enfermeiro: Promovendo saúde e EpS – prevenção primária;
Facilitador do desenvolvimento pessoal: fazer com que as pessoas aumentem o eu leque
de opções e sejam capacitadas para tomar decisões.
A idade adulta é considerada a idade produtiva do ser humano (ciclo dos 18 anos aos
65 anos – idade para desenvolver uma atividade profissional na sociedade ocidental).
O enfermeiro assume um papel importante no aumento do conhecimento, da vontade
e da capacidade da pessoa para satisfazer as NHF.
192
A manutenção da satisfação destas 3 NHF é essencial para o desenvolvimento pessoal e
social da pessoa.
Necessidades de
Trabalhar + divertir-se + aprender
autorrealização
Necessidades de
autoestima
Necessidades sociais
Necessidades de segurança
Necessidades fisiológicas
193
• O enfermeiro está atento a sinais de interesse no trabalho, sugerindo ou
possibilitando atividades que permitam, às pessoas, fazer algo que lhes dê uma
sensação de realização.
• Avaliar o tipo de atividade que a pessoa desempenha ou gostaria de
desempenhar e os efeitos desta na sua saúde.
• Explorar interesses.
• Promoção da ocupação aliada à promoção de um estilo de vida saudável.
• Informar sobre programas de ocupação na comunidade para a
criação/promoção/desenvolvimento de atividades de ocupação formal.
• Planear o dia-a-dia.
• Estabelecer um horário para a realização de atividades.
Ajuda na Satisfação da NHF Divertir-se
Resolução dos
problemas do
dia-a-dia
194
A mulher grávida e no pós-parto: adequação à condição de gravidez, evitando
exposição a fatores que comprometam a sua saúde e do
feto; Promoção de estilos de vida saudável: atividades ao
ar livre, exercício físico; Promoção de estratégias para
uma articulação adequada entre os diferentes papeis –
maternal, conjugal, profissional.
Idoso
195
• Como prevenir: envelhecimento ativo (desfrutar dos tempos livres, estimular as
funções cognitivas)
Ambientes
facilitadores
Autonomia
Saúde
Independência Profissionais
Idosos de saúde
Solidão
Repouso;
Muito Baixa Relaxamento
Sono
Desportos como espectador
Leitura
Intensividade da Medianamente Divertimento passivo (rádio, TV)
Divertimento
expressividade Baixa Jogos e brincadeiras
Conversas
Passatempos ou arte como lazer
Cultura física e desportos
Aquisição de conhecimentos
Cognitiva,
Média Realização Visitas guiadas, viagens
emotiva e física
Participação em atividades organizadas em
grupos
196
Jogos intelectuais e educativos
Cultura artística (visitas a galerias de arte,
museus…)
Criação artística, literária
Altruísmo
Intensidade da Medianamente
Criatitidade Discussão, análise
expressividade elevada
Introdução da arte e do jogo no trabalho
Uso de agentes psicoac-vos
Êxtase religioso
Cognitiva,
Muito elevada Transcendência Agressão “acção”
emotiva e física
Jogos ou desportos
Dança intensa e ritmada
• Risco de solidão.
• Compromisso da interação social
• Isolamento social
• Tristeza Crónica
Isto leva a:
• Aumento dos comportamentos aditivos
• Aumento das (co)morbilidades e mortalidade (associada ao sedentarismo e a
um estilo de vida não saudável)
A não satisfação de uma destas NHF gera um indivíduo incompleto (Henderson, 2007)
197
Cuidado à pessoa em processo de morte
2.1 Cuidado à Pessoa em Processo de Morte
A morte na nossa sociedade é considerada uma ideia tabu. Nos locais mais interiores do
país, os rituais da morte continuam a ser muito utilizados, por exemplo o ir visitar o
corpo da pessoa, querer morrer em casa…
Neste momento em que vivemos uma situação pandémica, a morte tem estado cada
vez mais perto de nós. A morte pode provocar situações muito dolorosas e difíceis de
ultrapassar, uma vez que na maioria das vezes são experiências abruptas e que muitas
das vezes não permitem que a pessoas viva o processo de luto.
• Esta NHF é uma necessidade derradeira do cliente vai ser fundamental a todas
as idades, culturas e condições.
Conceito de Morte:
É um facto universal e normal que difere de cultura para cultura, de sociedade para
sociedade e de indivíduo para indivíduo. (Macedo e Malheiro, 1999)
É o destino de todos os seres vivos. Do ponto de vista biológico, desenrola-se por
estádios e apresenta-se como um processo evolutivo (ou involutivo), um percurso, cujo
limite se desloca mais ou menos rápido, ou seja, é o termo de processos de morte
funcionais e orgânicos parciais.
198
Um dos aspetos dos cuidados paliativos é o acompanhamento da família e do processo
de luto. O luto é um processo que não começa simplesmente depois da morte, começa
muito antes disso.
Tipos de morte
1. Morte social (ex.: reforma profissional, internamento num lar ou num hospital de
pessoas crónicos);
2. Morte psicológica (definida pelo fim dos projetos e das relações com os outros);
3. Morte biológica- Cessação das funções vitais e orgânicos da pessoa.
199
Diferentes Trajetórias
No processo de fim de vida, não faz sentido eu
ter uma perspetiva curativa, mas sim paliativa.
Ex.: Não se deve dizer: “A pessoa tem seis
meses para morrer”; Deve-se dizer:
“Estatisticamente em situações idênticas, as
pessoas têm cerca de X tempo”. O tempo que
a pessoa tem não se diz de livre vontade,
apenas se a pessoa insistir muito.
200
O que são cuidados paliativos?
Organização Mundial de Saúde (2002)
“...uma abordagem que melhora a qualidade de vida das pessoas e famílias que
enfrentam problemas resultantes de doenças incuráveis e com prognóstico limitado,
através da prevenção e alívio do sofrimento, recorrendo à identificação precoce e
tratamento rigoroso da dor e outros problemas físicos, psicossociais e espirituais.”
Pressupostos
→ Assumem a vida e encaram a morte como um processo normal que não pretendem
acelerar nem prolongar- ou seja nem obstinação terapêutica nem eutanásia;
→ Proporcionam alívio da dor e outros sintomas;
→ Integram os aspetos psicológicos e espirituais dos cuidados aos doentes. Esta visão
holística implica uma abordagem de trabalho de equipa- Não só o controlo de
sintomas físicos;
→ Constituem um sistema de suporte para auxiliar os doentes a viverem tão
ativamente quanto possível até a morte ocorrer- São cuidados ativos;
→ Oferecem ainda um sistema de suporte para a família lidar com o trajeto da doença
e o seu próprio processo de luto;
→ Identificam as necessidades dos doentes e suas famílias incluindo o apoio no luto
se necessário;
→ Melhoram a qualidade de vida podendo influenciar positivamente o curso da
doença;
→ Podem ser utilizados precocemente no curso da doença, em conjunto com outras
terapias que pretendam prolongar a vida, tais como a quimioterapia ou
radioterapia, e incluem a investigação necessária para melhor compreender e
controlar complicações clínicas.
Os cuidados paliativos são uma filosofia e não uma estrutura, portanto não precisamos
de ter como suporte físico nenhuma estrutura- são uma filosofia de olhar para a pessoa
que precisa de controlo de sintomas, de conforto, acompanhamento do que está
descontrolado. Vêm afirmar a vida, mas não aceleram nem atrasam a morte, oferecem
alívio da dor total (têm em atenção a dor em todas as suas dimensões seja física,
psicossocial, espiritual, psicológica). São estratégias ativas, sendo disponibilizadas em
equipa multidisciplinar e devem constar em todos os SNS.
202
Níveis de diferenciação
a) Abordagem Paliativa
É mais comum em serviços de atendimento de doenças agudas, de retaguarda, de apoio
a reabilitação de longa duração- P.S sem especialização na área
d) Centros de Excelência
CP especializados em vários contextos (nomeadamente a doentes internados e em
ambulatório, apoio no domicílio e consultadoria a outros serviços) e desenvolvem
atividade académica no domínio da formação e da investigação. Os Centros de
Excelência são a referência a nível da educação, investigação e divulgação dos CP,
desenvolvendo standards e novos métodos.4º nível – centros de excelência – um
bocadinho como a fundação Champalimaud mas para doentes oncológicos.
203
Recursos Específicas
204
→ Muito importante ter me conta o princípio da autonomia – considerar sempre
aquilo que a pessoa quer fazer.
→ Hipodermóclise: técnica usada durante muitos anos e que foi recuperada à uns
anos pelos paliativos; consiste em colocar uma agulha, nomeadamente na região
subcutânea abdominal, que está ligada a um soro.
→ Muitas das vezes em cuidados paliativos, são usados os efeitos secundários dos
medicamentos terapêuticos para proporcionar conforto e bem-estar para a
pessoa.
206
→ Dificuldades em manter a atenção/concentração- tem um enquadramento próprio
e portanto vai progressivamente maior a necessidade de atenção.
→ Pupilas reagem lentamente à luz (fixas e dilatadas) - pupilas midriáticas
Sinais de falência multiorgânica:
• Falência cardíaca - baixa perfusão periférica, hipotensão, pulso fraco e filiforme,
pele húmida e fria, aparecimento de livores (descoloração de uma região do corpo
causada por acúmulo de sangue), vasoconstrição periférica (mãos frias e pálidas),
cianose das extremidades e peri-bucal.
• Falência respiratória - alterações do padrão respiratório (dispneia, respiração
ruidosa/”estertor”, períodos de apneia, respiração Cheynes-Stokes- períodos de
apneia intercalados com respirações superficiais) - estertor terminal - respiração
ruidosa – tem a ver com um relaxamento das estruturas por onde passa o ar – não
significar que a pessoa está com falta de ar – isto tem de ser explicado à família.
• Falência do aparelho digestivo - Náuseas e vómitos (diminuição da motilidade
gastrointestinal)- Quase todas as funções vitais estão em fase basal o que causa
diminuição da motilidade e dai os vómitos.
• Falência renal -, anúria, oligúria (diminuição do volume de urina)
A pessoa tende a:
207
Úlceras de Kennedy – fisiopatologia semelhante à UPP esta não acontece simplesmente
devido à pressão. Neste caso, pode ser numa zona que não tenha pressão e que tem a
ver com falta de oxigénio e nutrientes nas células – comprometimento da circulação.
Neste caso, não temos o objetivo de curar a ferida, porque não vai haver tempo para
isso. A nossa intervenção passa por eliminar o desconforto à pessoa. Se existe cheiro
pomos carvão ativado, por exemplo.
O nosso foco será dividido pelas várias NHF
208
Todas as intervenções têm como objetivo o conforto
1. Evitar Medidas Desnecessárias – ponderar benefícios/prejuízos das intervenções
para a pessoa cuidada inclusive a mobilização no leito e os cuidados orais, tudo deve
ser ponderado (como, quando e porquê) de acordo com os benefícios que vai trazer
ao cliente
2. Manter ambiente tranquilo
3. Ajudar a Manter a Esperança- Pequenos gestos podem ajudar a manter a esperança-
é muito importante, mas é muito difícil de ser posto em prática. É muito complicado
ver a esperança, não nos cabe a nós liquidar a sua esperança- muitas vezes somos
surpreendidos, por exemplo ganhou esperança por ter conseguido conversar com
uma pessoa importante para si
4. Responder às Necessidade Biofisiológicas
• Higiene pessoal (bucal/corporal).
• Hidratar sempre os lábios, a boca e os olhos- Muitas vezes por estarem
desidratadas- às vezes é melhor hidratar localmente (sistematicamente pode
trazer vómitos ou a pessoa pode engasgar-se)
• Manter a pessoa limpa e seca- Não implica que tenha de fazer cuidados de
higiene todos os dias.
• Preparar-se para possíveis episódios de incontinência (fraldas)- deverá ser
prevenido e precocemente detetado
• Mudar o decúbito de acordo com as necessidades da pessoa para manter o
conforto- Muitas vezes a mobilização também não é confortável, temos de
encontrar um equilíbrio.
5. Presença e Comunicação
• Estar realmente presente (empatia, escuta ativa).
• Segurar a mão, ouvir, conversar...
• Movimentar-se mais devagar no ambiente, sem pressa...
Pessoa tem de se sentir acompanhada
6. Disponibilidade- Não só ao doente, mas também aos familiares, é importante que
os familiares percebam que têm alguém para lhe esclarecer as suas duvidas e que
tem um apoio.
• Para dúvidas e orientações à 24 horas e telefone de contato para tirar dúvidas e
em caso de óbito em casa, se possível.
• Visitar regularmente, cada vez mais amiúde (quando entramos em cuidados
paliativos intensivos tem de haver consultas menos espaçadas, uma vez que o
risco de descontrolo sintomático é maior e a janela de oportunidade para
prevenir sintomas é muito curta). Nos últimos dias diariamente, se possível, para
controlar melhor os sintomas antigos e novos.
• Muitas vezes as pessoas queixam-se que a abordagem paliativa deve ser
assegurada e que os P.S não se mostram disponíveis quanto deviam- Não pode.
209
Cuidados no final de vida: CONTROLO DE SINTOMAS
1. Dor
• Avaliar a dor- nem sempre é completo
• Controlar a dor à a dor não será um problema se antes o controlo tiver sido
adequado;
• O alívio poderá não ser completo em cerca de 10% dos doentes >>>> A dor de
intensidade severa e persistente é rara- não nos podemos esquecer que não é só
física.
• Pode ser desencadeada pela mobilização (imobilidade).
2. Angústia terminal
Surge, na maioria das vezes, quando as pessoas não conseguiram realizar o que tinham
planeado ao longo da sua vida. Muitas vezes problemas subjacentes acabam por se
tornar mais graves nesta fase
Estado mental de aflição relacionado com problemas emocionais de longa data não
resolvidos:
• conflitos interpessoais
• memórias de tristeza
• sentimentos de culpa.
Nós, enquanto enfermeiros, fazermos prevalecer os aspetos positivos associados à vida
da pessoa, pode ajudar na gestão da angústia.
Manifesta-se com agitação, queixumes, lamentos e choro. Por vezes podemos achar que
a sedação é a solução, mas sedação inadequada pode agravar. Por vezes a sedação mais
intensa é o único meio de alívio. Abordagem baseada na “revisão de vida” (Forma de
transpor estas tristezas).
3. Agitação- Nem sempre há tratamento disponível para a agitação
• Vulgarmente observada nas últimas horas de vida.
• Frequentemente não é possível um tratamento.
• Pode sobrepor-se, ao delírio e à angústia terminal.
As causas tratáveis incluem:
• Dor, bexiga ou ampola rectal distendidas. Bexigoma ou globo vesical – quando
ocorre uma retenção urinária e não se pode ou não se consegue urinar – pode
causar alguma agitação.
• Dispneia. A dispneia é um dos sintomas mais angustiante de que a morte é
iminente, indica uma possível fase agónica – ajudam o toque, as técnicas de
relaxamento e controlo da respiração e algumas terapêuticas farmacológicas –
Morfina, ansiolíticos, oxigénio, ar fresco- Aliviam e retiram a sensação de
dispneia. É passível de alívio completo. Pode estar associada a ansiedade.
Terapêutica
• Náuseas.
• Prurido.
• Anoxia cerebral.
210
4. Estertor Terminal- Deve-se ao aumento de secreções que a pessoa não consegue
expelir e que se acumulam causando uma respiração ruidosa e aflitiva. Deve ser
antecipado e deve-se encontrar medidas para o prevenir
• Fornecer explicações à família.
• Posicionamento em decúbitos laterais- aliviam sintomas
• Administração de fármacos anticolinérgicos (buscopan)- podem ser subcutâneos
e são usados tanto para prevenir como para controlo.
5.Redução da ingestão oral- É progressiva e deve-se à diminuição da motilidade
(sensação de estômago cheio) ou pelo facto de a pessoa não conseguir deglutir. Esta
redução não é causa de sofrimento, mas sim um mecanismo de reação ao facto do
organismo estar debilitado.
• Interpretado como desistência.
• O doente não deve ser forçado- Não quer dizer que não possamos oferecer
pequena quantidade de alimento que dê conforto e que vão ao encontro daquilo
que a pessoa gosta.
• Vias alternativas dos familiares expressarem o seu cuidado- dificuldade em gerir
situações, sentem-se impotentes- devemos dizer que existem outras vuas
(hidratação local e subcutânea).
• A desidratação não é uma causa de sofrimento.
• A hidratação EV tem diversos aspetos adversos. Hidratação EV – risco de infeção.
Quando é um período agónico prolongado (15 dias) pode recorrer-se à
hipodermóclise para evitar a desidratação.
• Cuidados à boca adequados.
6. Disfagia
• Vias alternativas: rectal, subcutânea ou endovenosa.
• Oral é via de eleição, mas quando não é possível usamos outra
7. Perda de controlo dos esfíncteres
• Causa de angústia- sobretudo quando a pessoa percebe
• Cuidados adequados à pele.
• Frequentemente necessária algaliação.
Tentar evitar a algaliação – pode causar infeção e pode vir a ser desconfortável.
Os familiares cuidadores
São a face menos visível do sofrimento, mas são as que mais sofrem porque, para além
de verem a doença, ainda têm de lidar com a impotência de não conseguirem ajudar.
Na ausência de suporte adequado na comunidade, a complexidade das exigências que
os familiares cuidadores são alvo pode conduzir ao abandono do papel de cuidador e à
procura do hospital para a admissão do doente. Existe evidência que o desgaste dos
cuidadores e a ausência de controlo adequado de sintomas são as duas principais razões
para a admissão hospitalar nos últimos dias de vida. Estes processos são muito
desgastantes principalmente quando não há controlo sintomático e a pessoa tem de ser
hospitalizada.
211
Necessidade de suporte à Família
- O que a família mais provavelmente irá relembrar durante um grande período após a
morte do doente são os acontecimentos dos últimos dias.
- A explicação adequada e atempada dos sintomas e do estado emocional dos doentes
poderá prevenir a angústia pela falta de entendimento ou má interpretação.
- Mesmo quando parece certo aos profissionais de saúde que o doente tem pouco
tempo de vida, os familiares podem não estar preparados para o falecimento- Não é
preciso ser bruto temos é de ir dando informação atualizada, ou seja a partir da
atualização que as perdas são superiores aos ganhos e que alguém neste quadro de
perdas tem o fim próximo. Há dificuldade de passar a mensagem sem querermos
parecer muito duros na informação conseguirmos transmitir a realidade ao doente e à
família
- Deverá ser prestada atenção no sentido de se assegurar que todos os familiares estão
informados que o tempo escasseia- não dar informação diferente aos vários membros
da família
- Se for perdida a oportunidade de dizer adeus e realizarem as suas despedidas poderá
originar um luto mais difícil- devemos deixar tempo para a despedida.
- Nos cuidados paliativos usam-se muito as conferências familiares, onde é possível
transmitir informação, dar o apoio e permitir à família despedir-se do seu familiar. Hoje
em dia, há uma maior abertura dos hospitais a visitas – existem visitas que ficam com o
cliente durante o dia todo e inclusive dormem lá- isto é importante para alguns
familiares, de modo a se poderem despedir e fazer o processo de luto.
Muito do suporte que a pessoa que se encontra a morrer necessita é dado pela família.
Devemos ter em conta que para a pessoa, a família é o importante e não os P.S, estes
são apenas um veículo de cuidados que em circunstâncias normais seriam feitos pela
família.
Os familiares necessitam de:
O acompanhamento da família em empodera-a em relação ao seu papel e deixa-os mais
esclarecidos em relação à sua função.
→ Reconhecimento do esforço e importância da sua contribuição - É importante dar
um feedback positivo.
→ Alívio da incerteza do que se irá passar- informação atualizada
→ Sentirem-se preparados para dar resposta a eventuais emergências.
→ Ser informados de como os sintomas podem ser aliviados.
→ Ter assegurado que terão um suporte profissional constante e não só dia sim dia não
→ Ter oportunidade para dizerem as últimas palavras- deixar a família estar junto do
cliente (o estado de consciência vai ser cada vez menor)
→ Encorajar a comunicação entre os familiares- pilares uns dos outros
212
→ Discutir os assuntos preocupantes, tais como custódia de filhos, escola, renda
familiar, local e custos do funeral.
→ Saber os desejos pessoais do paciente e muitas vezes os familiares não sabem a
preferência do doente o que lhes traz uma grande culpa.
→ Encorajar que seja dito ao doente que ele é amado e que será lembrado.
→ Falar sobre a morte no contexto religioso e cultural da família e do paciente- p.e
hindu o corpo não pode ser lavado.
→ Ajudar o paciente e a família a lidar com os sentimentos de culpa ou de
arrependimento que possam existir.
→ Preparar com antecedência, se possível, a família sobre sinais iminentes de morte e
como proceder quando ela ocorrer.
→ Fazer um acordo previamente com a família para quem ligar se o óbito ocorrer em
casa (médico de família ou da equipe (intra-hospitalar ou domiciliaria) se existir essa
disponibilidade).
→ Ensinar os sinais clássicos de morte: paragem da respiração e ausência de
batimentos cardíacos, pupilas fixas e dilatadas.
→ Orientar para que quando a morte ocorrer não existe mais pressa: não há
necessidade de chamar o resgaste ou a polícia- era o esperado acontecendo temos
de fazer as diligencias necessárias para o cuidado do corpo.
→ Orientar a fazerem suas despedidas: tocar, beijar, higiene e preparar o corpo.
Face à situação pandémica que vivemos, temos assistidos nos meios de comunicação
social os profissionais de saúde a fazerem videochamada entre os clientes e os seus
familiares – para se despedirem e/ou para aumentar o conforto.
Associação Portuguesa de cuidados paliativos (APCP): é uma associação que tem uma
revista e que divulga a formação que existe nessa área.
213
h) Dar espaço e tempo aos presentes para “compreenderem” o que aconteceu-
temos o familiar junto ao corpo e vêm buscar o corpo (temos de gerir o tempo
que os familiares precisam para estar junto ao corpo).
i) Permitir (se o desejarem) que colaborem nos cuidados ao corpo- dizer que a
pessoa não vai com a sua roupa para a morgue (vão sem roupa envolvidos numa
mortalha)
j) Respeitar as práticas pessoais, culturais e religiosas.
k) Garantir o respeito pelo corpo e pela família enlutada.
l) Proceder à “remoção” do corpo (atender às sensibilidades individuais).
m) Dar continuidade ao apoio no luto (contacto telefónico e visitas e luto – é
importante que as famílias encontrem estratégias par a substituir o falecido nas
suas funções)- Há um vazio que é deixado e quando damos as funções da pessoa
que morreu facilita o luto.
n) Sugerir grupos de autoajuda que viveram situações semelhantes.
o) Esclarecer sobre tramites legais (certidão de óbito)- se é feito em casa ou no
hospital. O dono do corpo falecido é a família e salvo situação suspeita, a família
é que autoriza a autopsia. Morte suspeita, a autopsia é automática.
Devemos estimular a comunicação entre os familiares e os doentes – muitas das vezes
a família, em casos de coma, tem dúvidas de que a comunicação com a pessoa vale a
pena. A audição é das últimas coisas a serem perdidas e por isso existe evidência
científica de que isto vale a pena.
É importante acompanharmos sempre a família quando esta está a visitar o cliente em
fim de vida – pessoas podem-se sentir mal e desmaiar.
Não devemos nunca sugerir uma agência funerária – não é algo ético!
“…não é morrer que é difícil; não é preciso talento nem compreensão para morrer.
Toda a gente o faz. O que é difícil, é viver, viver até à morte…”
(Kübler-Ross, 1985:106)
214
As doenças crónicas complexas são qualquer situação médica para que seja razoável
esperar uma duração de pelo menos 12 meses (exceto em caso de morte) e que atinja
vários diferentes sistemas ou um órgão de forma suficientemente grave, requerendo
cuidados pediátricos especializados e provavelmente algum período de internamento
num centro médico terciário” (p.206, Feudtner 2000).
Destinam-se ao binómio criança–família pois o impacto e as necessidades inerentes a
uma doença crónica complexa vão muito para além do “simples” controlo de sintomas
– são cuidados afetivos, emocionais, sociais e económicos. Para além do apoio
especializado para a criança e os pais, é preciso intervir junto dos irmão e não esquecer
as suas necessidades, onde se incluem também a integração e apoio a nível escolar e
comunitário.
Nas doenças pediátricas com necessidades paliativas, são reconhecidos quatro grupos
distintos com trajetórias de evolução que é importante reconhecer para o planeamento
dos cuidados.
Articulação entre os serviços e a comunidade: crianças querem continuar a ter uma
vida normal, querem dormir e ficar em casa, querem ir à escola e ser o mais normais
possíveis.
Grupo I - doenças que colocam a vida em risco, para as quais existem tratamentos
curativos mas que podem não resultar. O acesso a cuidados paliativos pode ser
necessário quando isso acontece ou quando ocorre uma crise, independentemente da
sua duração.
Exemplo: cancro, falências de órgão.
Grupo II - doenças em que a morte prematura é inevitável, mas podendo existir longos
períodos de tratamento intensivo cujo objetivo é prolongar a vida e permitir a
participação em atividades normais.
215
Sobre a expectativa dos tratamentos- deve
ser feita em linguagem que a criança e a
família entendam
No sítio onde a criança vive, bem como na
escola
216
Realidade em Portugal
Não é conhecida a prevalência de crianças e jovens com doenças crónicas complexas.
217
Equipas intra-hospitalares de suporte em cuidados paliativos:
• Serviço de Pediatria do Instituto Português de Oncologia de Lisboa , 2005;
• Serviço de Pediatria do Instituto Português de Oncologia do Porto, 2009;
• Unidade de Neonatologia, Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE, Hospital S.
Francisco de Xavier, 2007.
Equipas domiciliárias (Unidades Moveis de Apoio Domiciliário)*:
• Centro Hospitalar de Lisboa Norte, EPE – Hospital de Sta. Maria, Lisboa, 2006;
• Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE – Hospital da Estefânia, Lisboa, 2009;
• Hospital Prof. Doutor Fernando da Fonseca, Amadora, 2009;
• Centro Hospitalar de S. João, Porto, 2011.
*Equipas criadas com base hospitalar e em parceria com a Fundação do Gil (apoio
económico e social)
Necessidades das crianças e seus familiares
Deve atender-se às preferências da criança e família relativamente ao local onde
gostariam de permanecer e a assumir os cuidados durante a doença até ao óbito
(Mendes, 2013) a prestação de cuidados e a morte em casa é com frequência a
preferência dos doentes e suas famílias (Bluebond-Langner 2013, Gomes 2013).
Para que as famílias se sintam capazes de cuidar das suas crianças e jovens, torna-se
essencial existir uma rede de suporte e um acompanhamento físico, psicológico e social
(Nageswaram 2009).
218
Necessidades Sociais:
→ Oportunidades recreativas, ferramentas, técnicas e atividades apropriadas às
necessidades individuais- se for possível ir a uma festa de anos (doente
oncológico mais propenso a infeção logo é difícil se apanharem uma infeção)
→ Manter as atividades escolares pelo maior tempo possível, mesmo em casa com
aulas particulares- criança deve sentir-se igual às outras crianças;
→ Atividades sociais que ofereçam oportunidades adequadas para a interação com
grupos de pares, (voluntários, organizações, etc.)
Necessidades Espirituais:
→ Acesso à assistência espiritual e apoio adequados, respeitando o passado cultural
e religioso da família.
219
dinheiro para a medicação) que tem a seu cargo uma criança com uma condição
potencialmente fatal;
• apoio emocional apropriado e suporte no luto: devem ser disponibilizados a fim
de diminuir a morbilidade a longo prazo no seio da família, incluindo avós. É vital
a disponibilização de apoio profissional aos irmãos- leva a maior harmonia da
família
• necessidades religiosas e espirituais.
Os cuidados paliativos não são a cura para todos os males, mas podem ser uma
ferramenta/uma arma para combater o sofrimento perante a morte e perante doenças
crónicas.
220
Muitas vezes os amigos
da escola ficam mais
inseguros e triste por
não saberem do amigo
221
Devemos
informar que
estas políticas
existem e que
há suporte, mas
que podem não
colmatar todas
as necessidades
da família
222
CUIDADOS AO CORPO APÓS A MORTE
223
5) Preenchimento da certidão de óbito pelo médico é obrigatória- Agência
nenhuma pode levantar o corpo sem este documento.
6) Preparação do corpo (geralmente pelo enfermeiro).
7) Se houve doação de órgãos e tecidos, verificar as normas para o tratamento
específico do corpo.
Material: luvas limpas; avental; 2 sacos de lixo
(contaminado e não contaminado); Bacia; Água
morna; Toalhete; Toalha; Algodão hidrófogo;
Ligaduras; Adesivo; Pinça de Kocher; 3 Cartões de
identificação da pessoa (Hospital, serviço, cama,
nome completo, nº processo, data – de acordo com
as normas da instituição)
224
Preparação do corpo
Execução:
a) Colocar as barreiras de proteção conforme necessário (luvas,
avental ou bata).
b) Fechar os olhos e retirar a almofada.
c) Colocar a pessoa em decúbito dorsal, corpo alinhado com os
membros ao longo do corpo (ou em cima do tórax)
d) Despir a pessoa e cobrir o corpo com o lençol de cima.
e) Proceder à remoção de dispositivos e a cuidados de higiene
conforme protocolos em vigor.
f) Obturar orifícios naturais (ânus, cavidade oral com algodão) e
fixar mento (maxilar inferior junto ao maxilar superior e deve ser
feita uma ligadura até à cabeça) e membros (MI fixado um ao
outro- pés juntos- e os MS são fixados).
g) Identificar o corpo segundo normas da instituição.
h) Cobrir com lençol ou com dispositivo protetor específico (mortalha- saco com
fecho).
i) Contactar a morgue para transporte do corpo.
Devemos preparar os familiares que os funcionários da morgue vêm buscar o corpo,
sendo que este sai do serviço envolvido na mortalha, mas tapado com uma superfície
metálica.
225
226