Você está na página 1de 1

A COBRANÇA DO JOGO DE BÚZIOS

Muitas pessoas se questionam por que cobramos para jogar búzios, e não entendem
quando um sacerdote se nega a abrir o jogo sem o valor estipulado para o mesmo.

Então resolvi relatar aqui, a história de nossos antepassados que governa o Oráculo
Sagrado de Ifá.

Conta-se que em determinada época, há muitos e muitos séculos, em um tempo do qual


não nos lembramos mais, um determinado moço vivia nas esquinas com uns objetos nas
mãos e com eles fazia uma espécie de adivinhação da vida de todos que por ali passavam
em troca de algum pagamento.

Interessada em aprender aquele ofício, Oxum solicitou que aquele rapaz se apresentasse
em seu castelo, e esse rapaz era Exú.

Após uma conversa amigável, Oxum perguntou a ele como ele fazia para que pudesse
“consultar” as pessoas que por ali passavam e então Exú lhe mostrou os búzios com os
quais praticava seu dom e esses eram 21.

Imediatamente Oxum mostrou interesse em aprender com ele o manuseio daquelas


“conchas” encantadas, mas ele disse-lhe que de graça não poderia lhe conceder os
mistérios, mesmo sabendo que Olorúm assim desejava.

Ela disse-lhe que desse seu preço e ele cobrou dela sete barris de ouro.

Ao efetuar o pagamento Exú começou então a passar para ela os mistérios do Ifá, mas com
a condição de que ela jamais passasse os segredos do jogo dos 21 búzios para a
humanidade pois assim teríamos o dom da imortalidade.

Oxum foi conversar com Ifá e este disse que Exú estava certo e acrescentou mais dizendo
que todos os que desejassem se beneficiar dos segredos do Oráculo pagassem tributo a
ela, a Exú e a ele mesmo, Ifá

Assim nasceu o pagamento pelo jogo de búzios e Oxum passou e a ser a verdadeira
senhora desse processo juntamente com Exú.

Quando um sacerdote joga os búzios sem receber a salva de seu anjo de guarda Oxum lhe
tira a visão pois ela teve que pagar a Exú para que ele lhe passasse seus segredos e com o
dinheiro ali arrecadado, esse sacerdote deve retirar uma parte para pagar tributos ás
divindades se quiser continuar enxergando o que falam os búzios em sua queda.

Assim, quando se dirigir a uma casa de santo para um jogo, lembre-se de que ali está um
segredo muito grande e é obrigação do sacerdote cobrar para fazer uso do mesmo, sob
pena de perder a visão do jogo.

A cobrança do jogo, não é comércio como pensam muitos, mas sim, um preceito religioso e
deve ser obedecido à risca.

Você também pode gostar