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INSTITUTO FEDERAL DO MATO GROSSO DO SUL

CURSO DE EDIFICAÇÕES

GABRIELLY NATALIA O. R. MIRANDA


RAIELLY ROCHA CORRÊA

INTRODUÇÃO À FILOSOFIA POLÍTICA


O Estado de Natureza Hobbesiano

AQUIDAUANA
2023
GABRIELLY NATALIA O. R. MIRANDA
RAIELLY ROCHA CORRÊA

INTRODUÇÃO À FILOSOFIA POLÍTICA


O Estado de natureza Hobbesiano

Trabalho apresentado na
disciplina de filosofia do
curso de edificações do
Instituto Federal do Mato
Grosso do Sul para obtenção
de nota.
Professor: Silvio Kavetski

AQUIDAUANA
2023
Inicialmente, para se tornar possível compreender a definição de Estado de Natureza
Hobbesiano, é necessário explicar o que seria um estado de natureza por conta própria.
Os contratualistas, pensadores que, através da filosofia política, buscavam entender como
seria o governo "perfeito", perceberam que a melhor forma de alcançar seu objetivo seria
inicialmente compreender como seria o homem sem um governo. Dessa maneira, o termo
“Estado de Natureza” se refere a uma intelectualização teórica, a respeito de um período
em que os homens se organizavam somente sobe as leis da natureza, isto é, um momento
que antecede a existência de qualquer tipo de organização social e de Estado Civil que
garantisse a justiça, como por exemplo, as leis governamentais. Enfatizo, que este
momento dito não se refere a nenhum período histórico evolutivo, assim, o conceito dessa
anterioridade cria-se como uma metáfora sobre um período pré-social dos seres humanos.
Uma característica marcante desta “atividade mental”, é a ideia de que os indivíduos
viveriam sozinhos ou em grupos pequenos e familiares, dedicados somente em manter
sua sobrevivência. Não estando presos em divisões sociais e culturais, esses sujeitos
viveriam livres, seguindo sua liberdade natural. Mas como seria esse estado natural?
Diferentes autores apontam variadas visões a respeito do tópico, remetendo à filosofia
moderna, e entre tais, destacam-se a concepção de Locke, Rousseau e Hobbes, dos quais
o último citado será aprofundado neste trabalho.
Thomas Hobbes foi um filósofo, teórico político e matemático inglês, considerado um
dos principais pensadores contratualistas da filosofia política, tendo como obra prima o
livro “Leviatã”, cujo título faz uma analogia entre o estado e o monstro marinho bíblico
que carrega o mesmo nome. O Hobbesianismo, idealização do pensador sobre como seria
o Estado de Natureza, é a de um ser que nasceu naturalmente mau, com sua vida como seu
único direito e fará de tudo para perpetuar tal direito, até mesmo matar aqueles que se
colocarem em seu caminho, por conta de seu intelecto, os seres humanos dominam a
natureza, mas encontram em outros seres humanos os seus grandes rivais, seus
verdadeiros predadores naturais. De acordo com Hobbes, Deus, não teria privilegiada
ninguém A natureza, para o filósofo, fez com que todos os homens fossem iguais (apesar
de alguns apresentarem maior força física, enquanto outros um espírito vívido). No fim,
para ele, todos se igualariam a partir do conjunto. Por não haver um contrato social nem
estado maior e naturalmente, o ser humano ser individualista e mau, seria inevitável a
existência rotineira de guerras e de mortes, que seriam comuns.
No estado mentalizado por Hobbes, pessoas unidas por um laço sanguíneo, isto é, parte
da mesma família, não iriam guerrear, pois teriam a ideia de serem semelhantes, contudo,
caso se depararem com a invasão de um terceiro em seu território, não existiria outra
solução senão defender a residência matando sem escrúpulos, o invasor. Isso aconteceria
pois não haveria uma foça de justiça responsável por julgar o invasor, desse modo, a
“justiça” teria de ser realizada da forma como a família julgasse decente perante a situação,
tornando-se assim, obtentora do poder de acabar com a vida de outro ser humano.

O filósofo ainda deixa claro as três principais causas da discórdia encontradas na natureza
humana: a competição, a desconfiança e a glória. A competição acarreta que os homens
se ataquem visando o lucro, de forma que se utilizam da violência para se tornarem
senhores das mulheres, dos filhos, das pessoas e dos rebanhos de outros homens. A
desconfiança faz com que os homens se ataquem, utilizando da violência para se defender.
A reputação, por fim, leva os homens a se atacarem visando a manter ou fazer sua
reputação a ponto de usarem da violência por banalidades, ou seja, por uma palavra, ação,
por uma opinião diferente ou por algum sinal de desprezo.

É possível notar que nessa hipótese de estado, haveria guerras generalizadas, porque a
força física seria a responsável por decidir com quem ficaria os territórios e riquezas, ou
seja, não teria como parar um ser humano mau por natureza e individualista quando o
estado não existe. Com a insegurança que um mundo cruel, sem leis e acordos sociais trás,
seria impossível viver de forma saudável, tendo em mente que a qualquer momento, não
só suas riquezas, mas também sua vida estaria correndo perigo, o medo e a angústia seriam
fatores presentes no dia a dia, resultando em uma vivência sem plenitude, que poderia
causar até mesmo a insanidade da população.

Para Hobbes, a instabilidade de um mundo com a natureza humana é o que gera o contrato
social; O estado, que proporciona a justiça capaz de garantir a estabilidade para a vida dos
seres humanos. Além de ter mentalizado o homem sem estado, o pensador também
idealizou o estado perfeito para o homem julgado como mau e individualista. Leviatã
consiste em um governo absolutista, ou seja, um líder absoluto seria o responsável pela
segurança de todos, por criar a leis, administrá-las e executá-las, pois para se garantir a
estabilidade, todos deveriam transferir a força, ou seja, seu direito de julgamento ao estado,
ao líder, para que a justiça fosse aplicada apenas pelo mesmo.

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