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Gerscovich (1992) - Modelagem Tridimensional Do Regime de Fluxo
Gerscovich (1992) - Modelagem Tridimensional Do Regime de Fluxo
net/publication/267252371
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D. M. S. Gerscovich
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)
E. A. Vargas Jr & T. M. P. de Campos
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)
RESUMO: O regime de fluxo da encosta localizada na vertente sul do morro dos Cabritos,
que margeia a Lagoa Rodrigo de Freitas, na cidade do Rio de Janeiro, foi simulado numericamente
utilizando-se o programa de elementos finitos FLOW3D. Este programa incorpora a possibilidade
de se modelar tridimensionalmente processos de fluxo transiente em meios saturados e não
saturados. Esta encosta sofreu deslizamento em novembro de 1988, após um pequeno período de
chuva intensa. Devido aos riscos de novos movimentos de massa, realizou-se neste local uma
campanha de investigações geológico-geotécnicas, que incluiu instrumentação e ensaios de campo
e laboratório, para determinação dos parâmetros hidráulicos e de resistência. Este trabalho
apresenta resultados de simulações de regimes de fluxo na encosta do Morro dos Cabritos,
associados aos registros pluviométricos relativos ao período outubro/novembro de 1988.
ABSTRACT: The flow process of the south slope of Cabrito´s Mountain at Rodrigo de
Freitas Lagoon, in Rio de Janeiro, has been simulated with the FLOW3D finite element program.
This program executes 3D transient flow processes in saturated/unsaturated media. This slope
failed in November 1988 after a small period of intense rainfall. Due to risks of new mass
movements, a lot of geological-geotechnical work has been performed in the area, including field
instrumentation and laboratory and field tests, to determine the hydraulic and shear strength
parameters of the soils. This paper shows the numerical results of the simulation of flow regime
within the slope, considering the rainfall data registered in October/November, 1988.
50,2
As sondagens a percussão não indicaram
50
presença de água na encosta. Em algumas
40 36,6
30
30,8
ruptura
sondagens rotativas, o NA foi localizado a
20
22,4 da
encosta
grandes profundidades, no horizonte de rocha
14,6
10 9,5
7,4
fraturada. Piezômetros de Máxima (Brandt,
4,9 4,7
2,2 3,0
0
1,5 0,2 0,5 0,3
1985), que registram somente as máximas
17 19 21 23 25 27 29 31 1 3 5 7 9
poro-pressões positivas, instalados em furos de
D ias
Figura 2 - Precipitações Diárias no Período sondagem em alguns pontos da encosta,
Outubro/Novembro de 1988 praticamente não indicaram nenhuma leitura,
mesmo em períodos de grande intensidade de
3 - INVESTIGAÇÕES GEOLÓGICO- chuva, com exceção de dois piezômetros
GEOTÉCNICAS instalados na encosta situada atrás do Bloco 2.
A determinação da condutividade hidráulica
Após o escorregamento foi executada uma saturada e sua variação com relação a
campanha de investigação de campo e condições não saturadas foi feita executando-
laboratório com o objetivo de caracterizar o se ensaios com o permeâmetro de Guelph
perfil e determinar os parâmetros de resistência (Campos et al, 1992) em dois pontos do talude
e hidráulicos representativos do material da na região atrás do Bloco 2. Os resultados,
encosta. apresentados na Figura 3, indicam a 1,5m de
profundidade a presença de uma camada com
condutividade hidráulica saturada mais baixa.
3.1 - Investigações de Campo No restante da faixa de solo ensaiada os
valores de condutividade hidráulica saturada
No levantamento geológico realizado por tendem a ser relativamente constantes, da
Pires e Bertolino (1989), foi evidenciada a ordem de 1x10-3cm/s.
ocorrência de gnaisse facoidal e kinzigítico. As diferenças entre os perfis de
Como resultado de dobramentos, o gnaisse condutividade hidráulica no topo e base do
facoidal apresenta-se exposto na região alta da talude, tendendo a valores mais baixos na base,
encosta e, na região em que ocorreu o assim como a redução da condutividade com a
escorregamento, seu mergulho é acentuado. O profundidade já foi verificada por outros
solo que cobre a encosta nesta região é autores (Reid et al, 1988 e Vaughan, 1985).
3o Simpósio sobre Solos Não Saturados - Rio de Janeiro vol.I pp. 281-294.
verificou-se que os histogramas eram em toda área do topo da encosta até encontrar
semelhantes, com uma pequena tendência da o afloramento do gnaisse facoidal. Tendo em
estação Tívoli Park apresentar picos de chuva vista sua pequena espessura, esta camada não
mais altos. Considerando que, antes do foi incorporada diretamente nas análises, uma
escorregamento, a encosta era coberta por vez que acarretaria na necessidade de se
densa vegetação, as intensidades de chuva que aumentar sensivelmente a discretização da
chegaram à superfície do terreno foram malha de elementos finitos, causando um
menores do que as registradas pelo aumento significativo nos tempos necessários
pluviógrafo, já que parte da precipitação teria para a execução do programa. Assumiu-se,
sido interceptada pela vegetação. então, como hipótese, que a partir de 02/11/87,
As extremidades laterais foram admitidas quando a precipitação registrada foi de
como superfícies impermeáveis; isto é, 57.5mm, toda região do topo já se encontrava
considerou-se a inexistência de fluxo saturada, impondo uma carga hidrostática de
transversal à região do escorregamento. Esta água em toda a face superior do topo da
condição é hipotética, já que a topografia encosta. Esta hipótese foi verificada
irregular da encosta poderia eventualmente numericamente, em análises bidimensionais,
propiciar direções de fluxo não simulando-se os eventos pluviométricos nos 17
necessariamente paralelas ao sentido dias anteriores ao dia 02/11/87. Neste estudo
longitudinal do escorregamento. considerou-se a influência do paredão rochoso
Quanto ao pé da encosta, admitiu-se que na na captação das águas de chuva (Gerscovich
época do escorregamento os drenos et al, 1992a) e admitiu-se, como condição
encontravam-se inoperantes, tendo sido inicial, carga de pressão constante e igual a -
portanto considerada como impermeável. 10kPa. Os resultados indicaram que a
A superfície inferior do talude, no contato saturação ocorre rapidamente, satisfazendo,
com o embasamento rochoso, também foi portanto, a adoção desta premissa.
considerada como fronteira impermeável.
Na parte alta da encosta, acima da região
4.2 - Parâmetros Adotados
escorregada, ocorre uma capa de solo
coluvionar ou residual maduro, de pequena Os parâmetros hidráulicos (curva
espessura (variando de zero a 4m), característica e a relação entre condutividade
comprimento aproximado de 29m e se estende hidráulica e carga de pressão) adotados nas
Intensidade de Chuva
de 02/11 a 07/11
Região Saturada
+45.
+0.0
-25.
-50.
-75.
Superfície de Ruptura -100.
Observada no Campo
-125.
-150.
y
-175.
x
-200.
Intensidade de Chuva
de 19/10 a 07/11
-4.1
-25.9
-47.7
-69.4
-91.2
-113.
Superfície de Ruptura -135.
Observada no campo
-156.
y -178.
-200.
x
Figura 7 - Distribuição de Carga de Pressão - Análise Bidimensional
Intensidade de Chuva
de 19/10 a 07/11
+45.
+0.0
-25.
Região Saturada -50.
-75.
-100.
y -175.
-200.
x
Figura 8 - Distribuição de Carga de Pressão - 19 dias de Carga Hidrostática no Topo -
Análise Bidimensional
Intensidade de Chuva
de 02/11 a 07/11
+280.
-26.3
-52.6
-78.9
Carga Hidrostática
Aplicada na Base -105.
do Talude -131.
-210.
x
Figura 9 - Distribuição de Carga de Pressão - Carga Hidrostática no Topo e na Base - Análise
Bidimensional
+305.
+203.
+102.
+0.0
-33.3
-66.7
-100.
-133.
-167.
-200.
y
x
(a ) Vista Superior
3o Simpósio sobre Solos Não Saturados - Rio de Janeiro vol.I pp. 281-294.
+305.
+203.
+102.
+0.00
-33.3
-66.7
-100.
-133.
y
-167.
z x
-200.
Intensidade de Chuva
de 02/11 a 07/11
+280.
-24.3
-48.7
Carga Hidrostática -73.0
Aplicada na Base
-97.3
do Talude
-122.
-195.
x