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FILOSOFIA POLÍTICA

De Platão à contemporaneidade
(UEPA/2015)

Platão:
A massa popular é assimilável por natureza a um
animal escravo de suas paixões e de seus interesses
passageiros, sensível à lisonja, inconstante em seus
amores e seus ódios; confiar-lhe o poder é aceitar a
tirania de um ser incapaz da menor reflexão e do
Vamos revisar? menor rigor. Quanto às pretensas discussões na
Assembleia, são apenas disputas contrapondo
opiniões subjetivas, inconsistentes, cujas contradições
e lacunas traduzem bastante bem o seu caráter
insuficiente.
(Citado por: CHATELET, F. História das Ideias Políticas.
Rio de Janeiro: Zahar, 1997, p. 17)
1. Os argumentos de Platão, filósofo grego da antiguidade,
evidenciam uma forte crítica à:

a) Oligarquia
b) República
c) Democracia
d) Monarquia
e) Plutocracia
2. (UEL PR/2010)
No pensamento ético-político de Platão, a
organização no Estado Ideal reflete a justiça
concebida como a disposição das faculdades da
alma que faz com que cada uma delas cumpra a
função que lhe é própria. No Livro V de A
República, Platão apresentou o Estado Ideal como
governo dos melhores selecionados. Para garantir
que a raça dos guardiões se mantivesse pura, o
filósofo escreveu:

É preciso que os homens superiores se encontrem


com as mulheres superiores o maior número de
vezes possível, e inversamente, os inferiores com as
inferiores, e que se crie a descendência daqueles, e
a destes não, se queremos que o rebanho se eleve
às alturas.

(Adaptado de: PLATÃO. A República. 7. ed. Lisboa:


Calouste Gulbenkian, 1993, p.227-228.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o pensamento ético-político de Platão é
correto afirmar:

a) O reconhecimento da honra como fundamento da organização do Estado Ideal torna


legítima a supremacia dos melhores sobre as classes inferiores.
b) A condição necessária para que se realize o Estado Ideal é que as ocupações próprias
de homens e mulheres sejam atribuídas por suas qualidades distintas.
c) No Estado Ideal, a escolha dos mais aptos para governar a sociedade expressa uma
exigência que está de acordo com a natureza.
d) O Estado Ideal prospera melhor com uma massa humana difusamente misturada, em
que os homens e mulheres livremente se escolhem.
e) O Estado Ideal apresenta-se como a tentativa de organizar a sociedade dos melhores
fundada na riqueza como valor supremo
3. (Uenp 2011)
Platão foi um dos filósofos que mais influenciaram a cultura ocidental. Para ele, a filosofia tem um
fim prático e é capaz de resolver os grandes problemas da vida. Considera a alma humana
prisioneira do corpo, vivendo como se fosse um peregrino em busca do caminho de casa. Para
tanto, deveria transpor os limites do corpo e contemplar o inteligível. Assinale a alternativa correta.
a)A teoria das ideias não pode ser considerada uma chave de leitura aplicável a todo pensamento
platônico.

b) Como Sócrates, Platão desenvolveu uma ética racionalista que desconsiderava a vontade como
elemento fundamental entre os motivadores da ação. Ele acreditava que o conhecimento do bem era
suficiente para motivar a conduta de acordo com essa ideia (agir bem).

c) Platão propõe um modelo de organização política da sociedade que pode ser considerado estamental
e antidemocrático. Para ele, o governo não deveria se pautar pelo princípio da maioria. As almas têm
natureza diversa, de acordo com sua composição, isso faz com que os homens devam ser distribuídos de
acordo com essa natureza, divididos em grupos encarregados do governo, do controle e do
abastecimento da polis.

d)Platão chamava o conhecimento da verdade de doxa e o contrapõe a uma outra forma de conhecimento
(inferior) denominada episteme

e) Para Platão, a essência das coisas é dada a partir da análise de suas causas material e final.
4. ENEM 2013

A felicidade é, portanto, a melhor, a mais nobre e a mais aprazível coisa do mundo, e esses atributos não
devem estar separados como na inscrição existente em Delfos “das coisas, a mais nobre é a mais justa, e a
melhor é a saúde; porém a mais doce é ter o que amamos”. Todos estes atributos estão presentes nas mais
excelentes atividades, e entre essas a melhor, nós a identificamos como felicidade.

ARISTÓTELES. A Política. São Paulo: Cia. das Letras, 2010.

Ao reconhecer na felicidade a reunião dos mais excelentes atributos, Aristóteles a identifica como:

a) plenitude espiritual e ascese pessoal.


b) busca por bens materiais e títulos de nobreza.
c) expressão do sucesso individual e reconhecimento público.
d) conhecimento de verdades imutáveis e perfeitas.
e) finalidade das ações e condutas humanas
5. Enem 2009
Segundo Aristóteles, “na cidade com o melhor conjunto de normas e naquela dotada de homens
absolutamente justos, os cidadãos não devem viver uma vida de trabalho trivial ou de negócios —
esses tipos de vida são desprezíveis e incompatíveis com as qualidades morais —, tampouco devem
ser agricultores os aspirantes à cidadania, pois o lazer é indispensável ao desenvolvimento das
qualidades morais e à prática das atividades políticas”.
VAN ACKER, T. Grécia. A vida cotidiana na cidade-Estado. São Paulo: Atual, 1994.

O trecho, retirado da obra Política, de Aristóteles, permite compreender que a cidadania:

a) possui uma dimensão histórica que deve ser criticada, pois é condenável que os políticos
de qualquer época fiquem entregues à ociosidade, enquanto o resto dos cidadãos tem de
trabalhar.
b) vivida pelos atenienses era, de fato, restrita àqueles que se dedicavam à política e que
tinham tempo para resolver os problemas da cidade.
c) era entendida como uma dignidade própria dos grupos sociais superiores, fruto de uma
concepção política profundamente hierarquizada da sociedade.
d) estava vinculada, na Grécia Antiga, a uma percepção política democrática, que levava todos
os habitantes da pólis a participarem da vida cívica.
e) tinha profundas conexões com a justiça, razão pela qual o tempo livre dos cidadãos deveria
ser dedicado às atividades vinculadas aos tribunais.
6. UFPA 2012
Tendemos a concordar que a distribuição isonômica do que cabe a cada um no estado de direito é o
que permite, do ponto de vista formal e legal, dar estabilidade às várias modalidades de organizações
instituídas no interior de uma sociedade. Isso leva Aristóteles a afirmar que a justiça é “uma virtude
completa, porém não em absoluto e sim em relação ao nosso próximo”

ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. São Paulo: Abril Cultural, 1973, p. 332.

De acordo com essa caracterização, é correto dizer que a função própria e universal atribuída à justiça,
no estado de direito, é

a) conceber e aplicar, de forma incondicional, ideias racionais com poder


normativo positivo e irrestrito.
b) instituir um ideal de liberdade moral que não existiria se não fossem os
mecanismos contidos nos sistemas jurídicos.
c) determinar, para as relações sociais, critérios legais tão universais e
independentes que possam valer por si mesmos.
d) promover, por meio de leis gerais, a reciprocidade entre as necessidades do
Estado e as de cada cidadão individualmente.
e) estabelecer a regência na relação mútua entre os homens, na medida em que
isso seja possível por meio de leis.
POLÍTICA: BEM
COMUM OU
EXERCÍCIO DO
PODER?
Nicolau
Maquiavel
(1469-1527)
• Ideal de política cristão é diferente da política real da sua
época
• Se a política não tem como objetivo o bem comum, pra
que ela existe?
• O poder político tem como função regular lutas e tensões
(poderosos X povo)
• As ações são morais ou devem atender a lógica do
poder?
• Na modernidade, a política não se vincula mais a
concepção moral e religiosa, mas sim em uma esfera
autônoma
• Os fins justificam os meios?
• Daí surgiu o adjetivo MAQUIAVÉLICO?
• O que você prefere?
Ser amado ou
temido?
• Para Maquiavel é
melhor ser temido
do que amado, mas
nunca deve ser
odiado!
7. ENEM 2010
O príncipe, portanto, não deve se incomodar com a reputação de cruel, se seu propósito é manter o povo
unido e leal. De fato, com uns poucos exemplos duros poderá ser mais clemente do que outros que, por
muita piedade, permitem os distúrbios que levem ao assassínio e ao roubo.
(MAQUIAVEL, N. O Príncipe. SP: Martin Claret, 09)
No século XVI, Maquiavel escreveu O Príncipe, reflexões sobre a monarquia e a função do governante. A
manutenção da ordem social, segundo esse autor, baseava-se na:

a) inércia do julgamento de crimes polêmicos.


b) bondade em relação ao comportamento dos mercenários.
c) compaixão quanto à condenação de transgressões religiosas.
d) neutralidade diante da condenação dos servos.
e) conveniência entre o poder tirânico e a moral do príncipe.
8. ENEM
Para Maquiavel, quando um homem decide dizer a verdade pondo em risco a própria integridade física,
tal resolução diz respeito apenas a sua pessoa. Mas se esse mesmo homem é um chefe de Estado, os
critérios pessoais não são mais adequados para decidir sobre ações cujas consequências se tornam tão
amplas, já que o prejuízo não será apenas individual, mas coletivo. Nesse caso, conforme as
circunstâncias e os fins a serem atingidos, pode-se decidir que o melhor para o bem comum seja mentir.
ARANHA, M. L. Maquiavel: a lógica da força. São Paulo: Moderna, 2006 (adaptado).

O texto aponta uma inovação na teoria política na época moderna expressa na distinção entre

a) idealidade e efetividade da moral.


b) nulidade e preservabilidade da liberdade.
c) ilegalidade e legitimidade do governante.
d) verificabilidade e possibilidade da verdade.
e) objetividade e subjetividade do conhecimento.
9. ENEM 2012
Não ignoro a opinião antiga e muito difundida de que o que acontece no mundo é decidido por
Deus e pelo acaso. Essa opinião é muito aceita em nossos dias, devido às grandes transformações
ocorridas, e que ocorrem diariamente, as quais escapam à conjectura humana. Não obstante, para
não ignorar inteiramente o nosso livre-arbítrio, creio que se pode aceitar que a sorte decida
metade dos nossos atos, mas [o livre-arbítrio] nos permite o controle sobre a outra metade.

MAQUIAVEL, N. O Príncipe. Brasília: EdUnB, 1979 (adaptado).

Em O Príncipe, Maquiavel refletiu sobre o exercício do poder em seu tempo. No trecho


citado, o autor demonstra o vínculo entre o seu pensamento político e o humanismo
renascentista ao

a) valorizar a interferência divina nos acontecimentos definidores do


seu tempo.
b) rejeitar a intervenção do acaso nos processos políticos.
c) afirmar a confiança na razão autônoma como fundamento da ação
humana.
d) romper com a tradição que valorizava o passado como fonte de
aprendizagem.
e) redefinir a ação política com base na unidade entre fé e razão.
10. ENEM 2013
Nasce daqui uma questão: se vale mais ser amado que temido ou temido que amado. Responde-se que
ambas as coisas seriam de desejar; mas porque é difícil juntá-las, é muito mais seguro ser temido que
amado, quando haja de faltar uma das duas. Porque dos homens se pode dizer, duma maneira geral, que
são ingratos, volúveis, simuladores, covardes e ávidos de lucro, e enquanto lhes fazes bem são inteiramente
teus, oferecem-te o sangue, os bens, a vida e os filhos, quando, como acima disse, o perigo está longe; mas
quando ele chega, revoltam-se.

MAQUIAVEL, N. O príncipe. Rio de Janeiro: Bertrand, 1991.

A partir da análise histórica do comportamento humano em suas relações sociais e políticas, Maquiavel
define o homem como um ser

a) munido de virtude, com disposição nata a praticar o bem a si e aos outros.


b) possuidor de fortuna, valendo-se de riquezas para alcançar êxito na política.
c) guiado por interesses, de modo que suas ações são imprevisíveis e inconstantes.
d) naturalmente racional, vivendo em um estado pré-social e portando seus direitos naturais.
e) sociável por natureza, mantendo relações pacíficas com seus pares.
11. UEU
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o pensamento de Maquiavel acerca da
relação entre poder e moral, é correto afirmar.

a) Maquiavel se preocupa em analisar a ação política considerando tão somente as


qualidades morais do Príncipe que determinam a ordem objetiva do Estado.
b) O sentido da ação política, segundo Maquiavel, tem por fundamento originário e,
portanto, anterior, a ordem divina, refletida na harmonia da Cidade.
c) Para Maquiavel, a busca da ordem e da harmonia, em face do desequilíbrio e do caos, só
se realiza com a conquista da justiça e do bem comum.
d) Na reflexão política de Maquiavel, o fim que deve orientar as ações de um Príncipe é a
ordem e a manutenção do poder.
e) A análise de Maquiavel, com base nos valores espirituais superiores aos políticos, repudia
como ilegítimo o emprego da força coercitiva do Estado.
OS CONTRATUALISTAS
Thomas Hobbes
(1588-1679)

Jean Jacques Rousseau John Locke


(1712-1778) (1632-1704)
ESTADO DE NATUREZA:
- Hobbes
▪ O homem é egoísta e cruel (O homem é o lobo do homem)
▪ Harmonia garantida pelo Estado Absolutista (preservar a vida)

- Locke
▪ Direitos naturais (Liberal)
▪ Onde não há lei, não há liberdade

- Rousseau
▪ O homem nasce bom, a sociedade o corrompe (propriedade privada)
▪ Contrato social para equilibrar as desigualdades (Democrata)
Charles Louis de
Secondat (1689-
1755)
Barão de
Mostesquieu
• O espírito das leis (1748)
• Separação dos poderes para evitar abuso do poder
• Garantia da liberdade
1. (ENEM/2012) É verdade que nas democracias o povo parece fazer o que quer; mas a liberdade
política não consiste nisso. Deve-se ter sempre presente em mente o que é independência e o que é
liberdade. A liberdade é o direito de fazer tudo o que as leis permitem; se um cidadão pudesse fazer
tudo o que elas proíbem, não teria mais liberdade, porque os outros também teriam tal poder.
MONTESQUIEU. Do Espírito das Leis. São Paulo: Editora Nova Cultural, 1997 (adaptado).

A característica de democracia ressaltada por Montesquieu diz respeito

a) ao status de cidadania que o indivíduo adquire ao tomar as decisões por si mesmo.


b) ao condicionamento da liberdade dos cidadãos à conformidade às leis.
c) à possibilidade de o cidadão participar no poder e, nesse caso, livre da submissão às leis.
d) ao livre-arbítrio do cidadão em relação àquilo que é proibido, desde que ciente das consequências.
e) ao direito do cidadão exercer sua vontade de acordo com seus valores pessoais.
2. (ENEM/2003) Observe as duas afirmações de Montesquieu (1689-1755) a respeito da escravidão: A
escravidão não é boa por natureza; não é útil nem ao senhor, nem ao escravo: a este porque nada pode
fazer por virtude; àquele, porque contrai com seus escravos toda sorte de maus hábitos e se acostuma
insensivelmente a faltar contra todas as virtudes morais: torna-se orgulhoso, brusco, duro, colérico,
voluptuoso, cruel. Se eu tivesse que defender o direito que tivemos de tornar escravos os negros, eis o que
eu diria: tendo os povos da Europa exterminado os da América, tiveram que escravizar os da África para
utilizá-los para abrir tantas terras. O açúcar seria muito caro se não fizéssemos que escravos cultivassem a
planta que o produz.

(Montesquieu, “O espírito das leis”).

Com base nos textos, podemos afirmar que, para Montesquieu,

a) o preconceito racial foi contido pela moral religiosa.


b) a política econômica e a moral justificaram a escravidão.
c) a escravidão era indefensável de um ponto de vista econômico.
d) o convívio com os europeus foi benéfico para os escravos africanos.
e) o fundamento moral do direito pode submeter-se às razões econômicas.
3. (ENEM/2013) Para que não haja abuso, é preciso organizar as coisas de maneira que o poder seja
contido pelo poder. Tudo estaria perdido se o mesmo homem ou o mesmo corpo dos principais, ou
dos nobres, ou do povo, exercesse esses três poderes: o de fazer leis, o de executar as resoluções
públicas e o de julgar os crimes ou as divergências dos indivíduos. Assim, criam-se os poderes
Legislativo, Executivo e Judiciário, atuando de forma independente para a efetivação da liberdade,
sendo que esta não existe se uma mesma pessoa ou grupo exercer os referidos poderes
concomitantemente.

MONTESQUIEU, B. Do espírito das leis. São Paulo Abril Cultural, 1979 (adaptado).

A divisão e a independência entre os poderes são condições necessárias para que possa haver
liberdade em um Estado. Isso pode ocorrer apenas sob um modelo político em que haja

a) exercício de tutela sobre atividades jurídicas e políticas.


b) consagração do poder político pela autoridade religiosa.
c) concentração do poder nas mãos de elites técnico-científicas.
d) estabelecimento de limites aos atores públicos e às instituições do governo.
e) reunião das funções de legislar, julgar e executar nas mãos de um governante eleito.
4. (IFGO/2014) É possível estabelecer relações entre os seguintes movimentos da história: Revolução
Francesa; Independência dos Estados Unidos da América; Iluminismo. Tais movimentos, de alguma
forma, expressaram a crise do Antigo Regime. Nos casos do movimento Iluminista e da Revolução
Francesa, é possível identificar questionamentos dos revolucionários quanto ao excesso de autoridade
do clero e da nobreza sobre os demais setores da sociedade. Além disso, a França passava por um
período de crise econômica, decorrente da sua participação na guerra da independência norte-
americana e dos elevados custos financeiros da corte do rei absolutista Luís XVI.

Em 1791, os revolucionários franceses promulgaram uma nova Constituição, a partir dos princípios
preconizados por Montesquieu.

Assinale a alternativa que contenha um fundamento do novo regime estabelecido com a nova
Constituição francesa e que se faz presente na realidade política brasileira atual.

a) a subordinação do Judiciário ao Legislativo.


b) o fortalecimento da monarquia absolutista.
c) a divisão do poder político em executivo, legislativo e judiciário.
d) a supremacia do Judiciário sobre os outros poderes políticos.
e) o estabelecimento da soberania popular, sob quaisquer circunstâncias políticas.
5. (UFMT/2015) Montesquieu (1689 – 1755), na obra O espírito das Leis, afirma: “Quando os
poderes legislativo e executivo ficam reunidos numa mesma pessoa ou instituição do Estado, a
liberdade desaparece […] Não haveria também liberdade se o poder judiciário se unisse ao
executivo, o juiz poderia ter a força de um opressor. E tudo estaria perdido se uma mesma pessoa
ou instituição do Estado exercesse os três poderes: o de fazer leis, o de ordenar a sua execução e o
de julgar os conflitos entre os cidadãos.”

A partir dessas informações sobre a filosofia política de Montesquieu e a divisão que propõe do
poder, é correto afirmar:

a) O poder judiciário aplica as leis; o poder legislativo cria e aprova as leis; o poder executivo
executa normatizações e deliberações referentes à administração do Estado.
b) O poder judiciário tem força para administrar o executivo; o poder executivo tem força para
conduzir o judiciário; o poder legislativo tem força para tutelar o judiciário.
c) O poder legislativo aplica as leis; o poder executivo gerencia as normatizações e deliberações
relacionadas à administração do Estado; o poder judiciário aprova as leis.
d) O poder executivo cria as leis; o poder judiciário sanciona as leis; o poder legislativo efetiva as
leis na administração do Estado.
Georg W.
Friedrich Hegel
(1770-1831)
• Contrapõe a ideia do Estado de Natureza, onde o indivíduo isolado
posteriormente se organiza em sociedade
• O ser humano é um ser social que só encontra seu sentido no Estado.
• O indivíduo é parte orgânica de um todo: O Estado
• O Estado precede o indivíduo

• “O Estado é a realidade efetiva da ideia ética [...]. O indivíduo tem. Por sua vez,
sua liberdade substancial no sentido de que ele (Estado) é sua própria essência, o
fim e o produto de sua atividade [...] por ser o Estado o espírito objetivo, o
individuo só tem objetividade, verdade e ética se toma parte dele” (Princípios de
la Filosofia del Direcho)
Karl Marx (1818-
1883) e Friedrick
Engerls (1820-
1895)
• Em sua forma primitiva e pré-civilizada, as sociedades humanas eram sem classes
e sem Estado
• Com o desenvolvimento da história, as funções administrativas de conjunto ou
comunidade tornaram-se privativas
• Desigualdade entre classes
• O Estado como instrumento do domínio de classe e como mediador de conflitos
• O Estado nasce da desigualdade para manter a desigualdade
1. (UEG) Para Marx, diante da tentativa humana de explicar a realidade e dar regras de
ação, é preciso considerar as formas de conhecimento ilusório que mascaram os conflitos
sociais. Nesse sentido, a ideologia adquire um caráter negativo, torna-se um instrumento
de dominação na medida em que naturaliza o que deveria ser explicado como resultado
da ação histórico-social dos homens, e universaliza os interesses de uma classe como
interesse de todos. A partir de tal concepção de ideologia, constata-se que

A. A sociedade capitalista transforma todas as formas de consciência em representações


ilusórias da realidade conforme os interesses da classe dominante.
B. Ao mesmo tempo que Marx critica a ideologia ele a considera um elemento
fundamental no processo de emancipação da classe trabalhadora.
C. A superação da cegueira coletiva imposta pela ideologia é um produto do esforço
individual principalmente dos indivíduos da classe dominante.
D. A frase “o trabalho dignifica o homem” parte de uma noção genérica e abstrata de
trabalho, mascarando as reais condições do trabalho alienado no modo de produção
capitalista.
2. (UEG) A reflexão sobre o poder político acompanhou a história da filosofia desde a
antiguidade e o pensamento sociológico desde seu surgimento na sociedade moderna.
Nos últimos anos vêm ocorrendo diversas manifestações, protestos e revoltas em todo
mundo. A esse respeito, com base no pensamento filosófico e sociológico, verifica-se
que

A.Esses processos revelam a incompetência do Estado em ser o “cérebro da sociedade”,


o que confirma as teses de Durkheim.
B.Essas ações coletivas podem ser interpretadas como processos derivados da
expansão de uma ética protestante, confirmando as análises de Weber.
C.Os movimentos contestadores atuais expressam um processo de vontade de potência
que é corroborado pela filosofia kantiana.
D.As lutas sociais contemporâneas revelam as contradições da sociedade capitalista, o
que estaria de acordo com a teoria de Marx.
3. (UPE) Leia o texto a seguir sobre a concepção do Estado Democrático.
Segundo Karl Marx, o Estado é o organismo de dominação de classe, de opressão de uma classe
por outra. O Estado representa a violência estabelecida e organizada, a violência legal. Ele é um
instrumento, não de conciliação, mas sim de luta das classes.
(POLITZER, Georges. Princípios Fundamentais de Filosofia. São Paulo: Hemus, 1954, p. 328.)
Na citação acima, o autor configura uma leitura crítico-reflexiva sobre a concepção do Estado na
perspectiva da filosofia de Karl Marx. Com relação a essa temática, é CORRETO afirmar que

A.O Estado intenta os interesses da classe dominada e estaria a serviço da democracia.


B.O Estado representa a síntese do que tende a superar os interesses contraditos da sociedade
civil.
C.O Estado é um meio suplementar de exploração das classes oprimidas, ou seja, o instrumento
de dominação da classe economicamente mais poderosa.
D.O Estado é decisivo para defesa de um modo de produção. Trata-se de um instrumento de
conciliação e democratização da sociedade.
E.O Estado não oprime, mas concilia os meios de produção para a democratização da sociedade
civil.

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