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Arte Japonesa

http://afe.easia.columbia.edu/timelines/japan_timeline.htm

Períodos Históricos:

pré-história:
período jomon cerca de 4000 a.c.- periodo de fechamento
período yayoi cerca de 300 a.c.- periodo de fechamento
período kofun cerca de 300 d.c/e.c - periodo de abertura

período clássico:
período Asuka -introdução do budismo cerca de 552 d.c - periodo de abertura
reforma taika ( reformas com influência da china) cerca de 645 d.c
período nara entre 710- 814 d.c - periodo de abertura
período heian 794- 1185 d.c - periodo de fechamento

período medieval:
período kamakura 1185- 13333 d.c
restauração de kemmu 1333-1336 d.c
período ashikaga/muromachi 1336- 1573 d.c
unificação 1568-1598 d.c
período tokugawa/edo 1600- 1867 d.c

período moderno:
era meiji/restauração meiji 1868- 1912 d.c
era taisho 1912-1926 d.c
era showa 1926- 1989 d.c
japão contemporâneo: 1945- presente
era heisei 1989- presente
era reiwa 2019-presente

O Japão no contexto asiático:

James Elkins levanta algumas questões na obra Is art history global?:


Será que os conceitos e as técnicas de análise da história da arte são adequadas para a
arte global e não apenas para a arte ocidental?
Será que existem alternativas compatíveis com os modos existentes de história da arte?
Será que a história da arte é uma disciplina global?
A disciplina é adaptada em cada país e ligada ao nacionalismo e identidade regional e por
isso afetam o seu conteúdo.
A história da arte continua a focar-se em apenas um cânone artístico (ocidental) e depende
de esquemas conceptuais ocidentais (não adaptados para as artes orientais).
Ernest fenollosa 1853- 1908- Importante nesta divulgação
Marca a forma como a arte japonesa entra no ocidente
Tentar encontrar o fenômeno artístico e cultural de acordo com uma grelha que está a ser
estabelecida pela história da arte. Passa a ser entendida de acordo com estes parâmetros,
ou seja identificar iconografias e técnicas.
Arquitetura, castelo de himeji de 1609 é um dos poucos castelos que sobreviveu até hoje. A

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arquitetura japonesa usa como matéria prima a madeira enquanto na europa são usado
materiais pesados pedra.
Madeira, papel, cerâmica, têxteis são usados na arquitetura , a arte é algo para passar de
geração em geração segundo a visão ocidental. Os materiais japoneses deterioram com o
tempo.
A arquitetura tradicional japonesa é feita de madeira, o ocidente julgou essa arquitetura com
outros parâmetros , dando início ao processo de ocidentalização.
Tentativa de identificar a essência japonesa pelo discurso arquitetônico.
A arquitetura japonesa mantém uma essência individualizada, os valores tradicionais ainda
podem ser encontrados.
A técnica construtiva dos pagodes ainda hoje é utilizada no maior edifício japonês.
Arquiteto Kengo Kuma, no centro de Tóquio, a construção vai beber dos ensinamentos
desde o séc.6, com o budismo, com a construção dos pagodes. Trazer a natureza por via
da utilização da madeira, ambientes acolhedores Desconstrução no espaço, jogo de
volumes que se sobrepõem, jogo de luz e sombra- forma de escalonar vários andares
projetam a sombra para dentro do edifício.
Espaço que vai moldando pelos próprios elementos arquitetônicos, remetendo para valores
tradicionais da arquitetura japonesa.
Arquiteto Tadao ando, chichiu art museum, jogo de formas, fragmentação vista no kengo
kuma mas agora desfragmentada e desconstruída, formas geométricas que escavam esta
paisagem e dentro do terreno, espaços ancestrais do japão do período kofu. Associar a
terra à figura materna, no caso as formas entram na terra. Entrada no museu como caverna
e jogo de luz e sombra.
Espaço ativo onde nos obriga a estar atento a ele próprio, somos interpelados não podemos
ser apenas observador, ele dialoga com o visitante.
Exposição do kengo kuma, sensing spaces, bambu e incenso, não é só observar mas
também cheirar, a proposta arquitetônica são feixes de luz apontadas para o teto com
incensos sobre as hastes de madeira, jogando com as sombras interação sensorial através
dos cheiros e da observação. Entrar noutra dimensão olfativa, para compreender a
arquitetura japonesa é preciso entrar no domínio sensorial.
Um dos perigos que a história da arte vive, é a dissolução do visual , a h.a. materializou-se.
A h.a continua focada em cânones de alguns artistas, por outro lado é orientada para a
narrativa estável, muito linear. A h.a depende exclusivamente de um esquema conceptual
ocidental.
Ao transformar numa disciplina global corre-se o risco de perder muita informação:
Dependendo de esquemas ocidentais, não há tradição não europeia de h.a. historiadores
chineses usam métodos de análise formal ocidentais, como periodização, iconografia…

O elogio da sombra:
Entrar numa casa tradicional japonesa é como entrar num mundo à parte, que convida de
imediato à tranquilidade e ao recolhimento. Estas casas têm características que as colocam
nos antípodas das nossas ocidentais. Os materiais que as constituem são naturais, com
muita madeira, muito bambu, muito adobe, muita esteira e a ausência de tudo o que
contribui para um ambiente frio e artificial. Não há cimento, nem aço, nem plástico, nem
ferro. Não há azulejos, nem tijoleiras, nem ladrilhos. Até as banheiras são de madeira.
importância da luz e da sombra- A luz é coada através de painéis deslizantes de papel de
arroz. O ambiente é quente, acolhedor e confortável. Há poucos móveis, ou mesmo quase

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nenhum, não há objetos decorativos, não há fotografias nem bibelots, nem quadros nas
paredes. O único elemento decorativo, que varia conforme as estações do ano, é uma
pintura em rolo, um ikebana ou uma peça de cerâmica, que se encontra numa alcova
chamada tokonoma.
O espaço não é estático e varia conforme as atividades da casa. Uma vez que não há
móveis nem objetos, a incidência da luz nos interiores adquire uma enorme importância. Ao
longo do dia, a luz do exterior é coada através dos painéis de papel (shoji) e projeta
sombras diferentes consoante a hora e as condições atmosféricas. Nalguns palácios e
templos, as fusuma ou painéis deslizantes exibem pinturas de fundo dourado com o intuito
de melhor refletir a luz num interior sombrio.
As cores fortes e claras dos quimonos destacam-se de forma especial nestes ambientes
despojados e pouco iluminados artificialmente. Mesmo a luz elétrica é habitualmente
abafada com um material do tipo do papel de arroz.
abertura da casa para o exterior
Apesar dos interiores sombrios, as casas tradicionais do Japão não são asfixiantes nem
deprimentes. Tal acontece graças à continuidade e integração total entre edificado e a sua
envolvente exterior. De quase todos os seus pontos interiores se pode avistar um jardim,
que é sabiamente pensado para proporcionar diferentes cenários consoante o local do
interior em que nos encontramos.
A casa abre-se para o exterior, mas de uma forma subtil, em que, mais do que “gozar as
vistas”, se espreita os jardins, que são, regra geral, pequenos. Os jardins das casas
privadas são menos para passear e mais para contemplar de varandas ou do interior. O
equilíbrio estético e a ligação à natureza é que são mandatários

Geografia, Cultura e Religião:

Sociedade:
Padrão nos uniformes dos estudantes, Autodomínio e autocontrolo absolutamente
essenciais.,Coletivo sobrepõe-se ao individual,Hierarquizada, espartilhada, Regulação
absoluta, quase toda a gente nivelada (grande classe média), Desigualdade de género
enorme, Todas as horas do dia são programadas => Pouco espaço de liberdade individual,
Imperador: figura axial e simbólica; o simbólico no Japão é tudo, Não-fronteira entre o
espiritual e o material, Caráter fechado do Japão é também o da vida nas suas aldeias.,
Capacidade de trabalhar a matriz, o referente (indiano, chinês ou coreano), e torná-lo
diferente.

4 ilhas principais:
• 𝐇𝐨𝐤𝐚𝐢𝐝𝐨̅ (mais a norte) • Cultura Haino = própria da ilha • Desprezada pelo restante Japão
até ao séc. XIX
• 𝐇𝐨̅𝐧𝐬𝐡𝐮 (a grande) • Tóquio = capital a Este
• Shikoku (a de lado) • Comércio marítimo...
• 𝐊𝐲𝐮̅𝐬𝐡𝐮̅ (mais a sul) • Ilha mais próxima do continente asiático • Onde estavam as
novidades • Local de difícil controlo pelo poder central
O vulcão fuji-san é um dos símbolos do japão, ajuda-nos a compreender a geografia do
país.

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A sua paisagem é constituída por montanhas, planícies, florestas e lagos. Não tem rios,
portanto não podem ser usados de forma a encurtar distâncias. a deslocação é feita pelo
mar interior e caminhos terrestres, que devido ao terreno demoram bastante tempo a fazer,
esta condição torna o Japão um país duplamente isolado (com o estrangeiro e com as suas
aldeias).
O carácter fechado do Japão, é também o da vida das suas aldeias

A natureza é um aspecto presente, mesmo que seja tocada pelo ser humano.
Associação entre a tradição e o avanço tecnológico: Comparando Tóquio com Kioto
percebemos a diferença entre um Japão recente e moderno (pós guerra) com um Japão
tradicional com uma atmosfera milenar.
Nesta sociedade é muito importante a forma como o coletivo se sobrepõe ao indivíduo.

O xintoismo é espiritualidade japonesa, vem da palavra chinesa Shintō, que significa


"Caminho dos deuses/espíritos", shin- deuses/espíritos e To- estudo/filosofia.
Importância dos rituais: Caracteriza-se pelo culto à natureza e aos antepassados.
Vários estudiosos questionam se o xintoismo é uma religião ou apenas um conjunto de
dogmas culturais que continuam a fazer parte da identidade japonesa, uma vez que é
inexistente uma doutrina e não tem prática escrita.
Como é uma questão cultural, é interiorizado independente da religião seguida.
Princípios éticos de harmonia e pureza moral e espiritual (ter um coração puro e sincero).

Animismo – espírito(s) da natureza e dos fenômenos naturais, esta ideia deve-se à forte
presença de fenômenos naturais nas ilhas como tufões,sismos e tsunamis.

aparecimento do Japão:É o país de Izanagi e Izanami. deve-se a Izanagi e Izanami, kami


primordiais que deram origem ao país das 8 grandes ilhas: o Japão.Izanagi e Izanami, dois
kami (espíritos), criaram as ilhas do Japão e todos os kami.

O Templo central – em Ise (Amaterasu, deusa sol).


AMATERASU ŌMIKAMI: grande divindade iluminadora do céu. Kami principal das crenças
xintoístas, simboliza o sol e a luz. Esta divindade feminina, de acordo com o Kojiki, nasceu
do olho esquerdo de Izanagi, e descende do casamento de Izanagi e de Izanami.
O seu filho, Ninigi no Mokoto, vindo à terra, tornou-se o primeiro soberano do Japão,
estando na origem da linhagem imperial.
O Imperador do Japão descende diretamente de Amaterasu, mas não é um ser divino ou
um Deus.
Sanshu no Jingi (os três tesouros sagrados da Coroa japonesa, símbolos da divindade do
imperador como descendente direto de Amaterasu, que legitima o seu papel hierárquico no
Japão)

Kojiki ou Furukotofumi (Testemunhos das coisas antigas). Texto compilado em 712 a partir
de um conjunto de tradições orais, que é uma fonte fundamental de informação sobre
cerimónias, hábitos e práticas mágicas do Japão antigo. Inclui referências a mitos, lendas e
acontecimentos históricos da corte imperial até ao reinado da Imperatriz Suiko (628). Uma
parte importante do pensamento Shintō baseia-se nas interpretações mitológicas incluídas

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no Kojiki. Nihon Shoki (Crônicas do Japão) ou Nihongi (lit. Crónica japonesa): texto
compilado em 720 D.C. sobre as origens míticas do Japão até ao ano de 697 D.C. Escrito
em chinês por ordem da corte imperial, reflecte a importância da civilização chinesa na
cultura japonesa

A estética japonesa e os conceitos de tempo e de espaço:

Na arte japonesa a materialidade e o mundo natural têm uma forte importância.


Cerâmica = arte da terra e do fogo: o Conceito de belo completamente oposto ao do mundo
ocidental, questionado pelos jesuítas => Japoneses podiam ter tido acesso a porcelana da
China, mas não queriam; o belo é irregular, inacabado. o Cicatrizes em ouro = realçar as
imperfeições
• Arquitetura:Matérias-primas = madeira e papel; não entendida como arquitetura pelo
Ocidente devido ao facto de não ser em pedra. o Contemporânea = disseminada pelo
mundo.
• Pintura: o Emaki – momento a momento, fragmento a fragmento. Momentos que se
contemplam individualmente. o Senshu̅ To̅ yo̅ = um dos melhores pintores japoneses

Paisagem é uma palavra sem tradução para o japão portanto alguns termos equivalentes a
esta palavras são: sansui( montanha e água), keshiki (cenário/vista panorâmica e cor) e
fukei (vento, ar, estilo, maneira e cenário, vista panorâmica).

Espaço com características próprias: o conceito de OKU

Entrar profundamente. Mais do que um ponto fixo, trata-se de uma deslocação, de ir em


direcção a… Atravessar várias camadas. Em arquitetura, designa o espaço mais recôndito.
Três sentidos: privado, íntimo e fundo; Sagrado; profundo e recôndito.
O mesmo sucede no espaço profano com a sucessão de vestíbulo, sala de recepção
(saka), até ao oku-zashiki. Primado dos planos horizontais na arquitectura (excepção:
pagodes de 5 andares dos templos budistas). Construção por “acrescento”. Ex.: Villa
imperial de Katsura, Kyoto, c.1600.
AGRUPAR.
Predileção pelos pequenos espaços e recusa da simetria. Fundamentos do pensamento
japonês: o aqui e o agora / o agrupamento ou associativismo.
O «AGORA»: os acontecimentos do presente não têm obrigatoriamente que estar
associados ao passado e ao futuro.
«AGRUPAMENTO» / «ASSOCIATIVISMO»: primeiro o grupo e depois o indivíduo.
Comunidade como o garante da segurança, limitando, simultaneamente, a sua liberdade.
Comunidade como «fraccionismo espacial», tal como o «agora» é uma fracção temporal.
São as duas faces de um mesmo fenómeno, que consiste em caminhar em direcção ao
todo através do agrupamento de pequenas parcelas, e não o contrário.
Manifestações da estética japonesa

Totalidade nos detalhes: Bi

Em termos de espaço, o mundo inteiro está condensado em locais específicos,


representados ou situados em direta correlação com o sítio exacto em que o indivíduo se

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situa em termos do “aqui” e “agora”. Em termos temporais, os momentos individuais
constituem o “agora”. Os detalhes não fazem parte do todo, mas incorporam o todo. É esta
a razão pela qual o sukiya – o local onde decorre a cerimónia do chá –, é entendido e
percepcionado como um espaço que se constitui como um microcosmos de todo o universo.
O sukiya projecta- -se radialmente no jardim circundante e na paisagem à distância,
envolvendo progressivamente todo o mundo.
O TEMPO O PRIMADO DO PRESENTE – deixar passar o passado. Capacidade de
adaptação às circunstâncias. O presente não se define na relação estabelecida com a
história passada e as metas do futuro, mas determina-se ele mesmo, independentemente
da História e dos objetivos colocados. Os acontecimentos desenrolam-se no interior do
espaço da vida das pessoas, ou seja, no interior de determinados grupos.

No Japão a família e a comunidade aldeã tiveram, durante muito tempo, um papel


fundamental. As fronteiras são bem demarcadas entre as pessoas do interior
NAKAMAUCHI (“nós”) e as do exterior SOTOBITO (os `'outros").

Na sociedade o Bi é o indivíduo. Numa aldeia é cada uma das casas que a compõem. No
espaço, o Bi é o “aqui” e no tempo é o “agora”, o momento, o instante. O “aqui” e o “agora”
abarcam o todo. Grupo como espaço de vida quotidiana, em que o exterior é entendido não
como um prolongamento do interior, mas como um espaço que se rege por um sistema de
valores de outra natureza. O interesse centra-se no interior do grupo, ou seja, no «aqui».

Por exemplo, a razão do culto dos antepassados, de que é exemplo o OBON ou BON
(celebrada anualmente por volta do 15 de Agosto, e que consiste em acolher as almas dos
antepassados, fazendo-lhes uma oferenda e permitindo-lhes voltar a partir em paz), não é
tanto um interesse pelas almas dos antepassados num outro mundo, mas um interesse
pelas almas que vêm «aqui», a este mundo, cada ano. No Japão contemporâneo a
EMPRESA assumiu em larga medida o sentido de «comunidade» da sociedade tradicional
nipônica. Mesmo sentido do primado do grupo e do «aqui». Este tipo de relação está muitas
vezes associado ao CONFORMISMO, que funciona como pressão, tornando também difícil
os contatos humanos com o mundo exterior.

CONSCIÊNCIA HISTÓRICA: “substracto arcaico” que forma a consciência colectiva.


Maruyama Masao (1914-1995) nota que a «Idade dos deuses» (ou mitos) do Kojiki e do
Nihon shoki, é narrada como se ocorresse na idade do homem, ou seja, na História. De
facto, a Crónicas das Coisas Antigas relata as origens do território japonês e da Corte, não
as origens do tempo. Não há um início dos tempos. O passado vive no presente. É um
pensamento que se dirige não do todo para as partes, mas da parte para o todo,
característica fundamental de uma cultura do aqui e do agora.

O tempo histórico que marcou a cultura japonesa antiga é a do tempo que não tem princípio
nem fim, subsistindo ainda. Qual o tipo de dispositivo que permite a um
indivíduo/comunidade que vive do aqui e do agora, transcender esse espaço e esse tempo?
A evasão física e a evasão mental (dépassement).
Linhas temporais:

TEMPO LINEAR

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Carácter direccional do tempo para o mundo judaico-cristão. Sentido único de direção,
também. Tempo que se dirige para a frente, em direção ao futuro. Cada acontecimento é
único e o seu significado não se prende tanto com os acontecimentos presentes, do
momento, mas com os eventos do passado e do que se projecta no futuro. O significado
dos acontecimentos singulares (as partes) determina-se na relação que é estabelecida com
a estrutura total. Quadro da longa duração, da irreversibilidade do tempo, de um conceito de
História em que é determinante a ação dos homens e não tanto as circunstâncias que se
impõem. Homem como fabricante, agente ativo da História. «Antropocentrismo histórico».

TEMPO CIRCULAR
Visão cíclica da História: repetição periódica dos acontecimentos históricos. Grécia antiga,
em que, para descrever a história concreta das sociedades humanas, o protagonismo dos
Homens dará origem a uma nova visão dos acontecimentos e da História (Tucídides).
Tempo circular: imagem de uma circunferência contínua, em que não é possível dizer que
um acontecimento X ocorreu antes ou depois de um outro acontecimento.

Os 3 tipos de tempos na cultura japonesa


1) O tempo sem princípio nem fim, que não pode ser estruturado. Tempo como a sucessão
de presentes ou de agoras. “Agora” como o eixo do tempo. Mas o «agora» não é o instante.
Estica e contrai-se como um elástico. Está entre (e inclui) o passado próximo e o próximo
futuro.
2) O tempo cíclico, sem princípio nem fim.
3) O tempo da brevidade da vida, da condição humana. O tempo universal da vida, com um
princípio e um fim (o Budismo, como o Cristianismo, acredita na vida para lá da morte).

EXPRESSÕES DO TEMPO
Língua Colocação do verbo no fim da frase. Complexidade da frase: a sua extensão
permite-nos tornar mais conscientes da relação entre as palavras. O determinante é
colocado antes do que é determinado de forma a indicar a ordem das palavras. Importância
da estrutura hierarquizada que indica as relações entre todas as partes, impondo ao leitor
uma atenção aos detalhes antes de conhecer o todo. Os detalhes impõem-se e afirmam-se
por si próprios. Detalhes como cada «AGORA».
1) Centra-se no dia de hoje, ainda que o tempo remonte por vezes à memória de ontem.
Lembrar o passado é um acto do presente. Reminiscência como atualização do passado.
2) Propensão a centrar o interesse nos aspectos de cada instante e não na totalidade.

Música
A música japonesa valoriza o timbre ou o intervalo (ma) de cada momento, mais do que a
estrutura global da composição musical. Sucessão de “momentos” que se repetem. A maior
parte da música japonesa que se difundiu na época Edo é uma música para o
acompanhamento de cantos ou de narrações épicas e para a dança. É uma música que é
pouco instrumental e cuja melodia não é polifónica, mas monofónica e sem uma
arquitectura estrutural complexa. Atenção centrada no timbre de cada som. O timbre é a
natureza de cada som. Cada instante é um momento em si, independente e sem relação
com os antecedentes nem com os que se seguem. Importância do INTERVALO = MA.
Intervalo como a distância temporal, a duração do silêncio entre dois sons. É uma duração
que não é fixa, mas que se altera consoante as circunstâncias. A duração do silêncio muda
consoante o contexto.

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Ma – ESPAÇO, LUGAR, INTERVALO (space; room; time; pause) Kanji: portão + sol O seu
significado expressa-se através da ausência de algo.
Expressão corporal
Movimento próximo da quietude.
Pose = mie. Movimentos estilizados com momentos de total quietude. Posições dos
instantes. É o contrário do ballet ocidental ou do teatro de Pequim, em que os movimentos
estão em permanente fluxo.
Emaki: momento a momento, fragmento a fragmento. Momentos que se contemplam
individualmente.

A cultura material do Japão pré-histórico - A Cerâmica Dos Períodos Jōmon, Yayoi E Kofun:

Período Jōmon: C.5000 A.C – 300 a.C


Jomon- Cultura pré-histórica caracterizada por cerâmica artesanal com design de padrão
de corda.
Marcado, na sua fase inicial, pela existência de pequenas aldeias que mudavam de local
em busca de alimento e de recursos. Estes pequenos aglomerados foram-se
progressivamente sedentarizando, e em finais do período a população das ilhas estaria
predominantemente localizada em zonas costeiras, que proporcionam uma fonte de
alimento abundante e constante. Esses assentamentos costeiros consistiam principalmente
em aberturas no solo que criavam uma base para a construção de paredes e de um
telhado. Essas habitações aglomeravam-se em torno de pequenas comunidades familiares
que proporcionam um sentido de unidade, o que parece estar refletido nos objectos
cerâmicos através da forma como são moldados e dos padrões incisos.
Oitenta por cento da cerâmica Jōmon foi encontrada numa zona do Japão coberta por
floresta, um território apropriado ao estilo de vida de uma cultura caçadora-coletora.
A datação por radiocarbono tem vindo a revelar que a cerâmica Jōmon pode ser das mais
antigas no mundo. Estas cerâmicas deverão ter sido usadas no armazenamento de
recursos abundantes desta região e também na preparação dos alimentos.
A cerâmica Jōmon foi feita usando argila impura misturada com areia e foi criada sem
recurso a uma roda de oleiro, já que esse tipo de tecnologia ainda não havia sido inventada.
Em sua substituição recorreu-se à técnica de enrolamento, que consiste em envolver um fio
grosso com argila e, através de movimentos circulares, ir formando o objecto, moldando e
amassando lentamente a argila. O produto final é então cozido num buraco cavado no chão
com temperaturas baixas de 400 a 500 graus. As baixas temperaturas e o processo de
cozedura desigual levaram a que estes potes resultassem em peças porosas e com uma
pasta dura e espessa.
Há evidências de que a cerâmica foi usada em rituais de enterramento. Ex: potes de tipo
“Coroa” e potes de tipo “flamejante”
Os Dogū ("figuras de barro") estão associados à mulher, pois a maioria destas figuras tem
seios visíveis, surgindo assim como símbolos de fertilidade. Esta ligação decorre
fundamentalmente da importância atribuída às figuras da fertilidade feminina noutras
culturas da Idade da Pedra em todo o mundo. No entanto, a investigação mais recente tem
vindo a relacionar estas imagens com práticas de magia, já que certas partes do corpo de
algumas figuras parecem ter sido deliberadamente danificadas, presumivelmente para
ajudar a curar lesões nesses membros. Também os vestígios de pigmentação vermelha

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encontrados nalgumas destas imagens levam a supor que esta cor tivesse um significado
específico e fosse ela própria dotada de propriedades mágicas.

Período Yayoi: c. 300 a.C – 300 d.C


Yayoi- Sociedade agrícola mais avançada, usando metais e cerâmica giratória.
Uma nova era inicia-se no ano 1000 a.C. com a introdução do cultivo de arroz e um sistema
de irrigação complexo, necessário para cultivá-lo com sucesso. O período Yayoi também
testemunhou os inícios da tecelagem, do fabrico de vidro e da fundição de bronze e ferro.
Foi uma era de maior organização social e política que decorreu tanto a partir de mudanças
entre os muitos clãs das ilhas, como de um fluxo contínuo de povos da península da Coreia
e da China. Ao contrário dos povos Jōmon, os Yayoi habitavam exclusivamente em
assentamentos fixos e protegidos com cercas e torres de vigia. Paralelamente, foram
criados túmulos especiais para os líderes religiosos e militares.
Um dos objetos mais característicos desta cultura são os Dotaku, ou sinos de metal, muitas
vezes descobertos perto de locais de enterramento, e habitualmente associados a uma
lança ou espada de metal colocada na sua proximidade.A forma destas peças é de provável
origem coreana, mas no Japão o seu desenvolvimento estrutural e decorativo torna-os
distintos dos exemplares coreanos, sugerindo também uma utilização diferenciada.
O período Yayoi assistiu ao desenvolvimento de uma sociedade com classes e
hierarquizada, uma urbanização incipiente, e o surgimento do estado de Yamato. Este é o
período que antecede a introdução do Budismo no Japão, em 552 . Os períodos Kofun e
Asuka, que lhe sucedem, são por vezes referidos de forma geral como o Período de
Yamato.

O Período Kofun- 250-538 d.C


kofun- Grandes túmulos de terra e seus objetos funerários, como haniwa de barro - figuras
de terracota de pessoas e animais, modelos de edifícios e barcos - atestam o surgimento de
poderosos governantes de clãs. Entre estes estava o clã Yamato, cujos governantes
iniciaram a dinastia imperial que continua até o presente.
Refere-se ao período proto-histórico do Japão datável entre 250-538 d.C, que se caracteriza
pela construção de grandes túmulos (kofun). É um período geralmente dividido em duas
fases: inicial (séc. III-IV) e tardio (finais do século V e início do séc. VI). Os kofun são
grandes túmulos de terra construídos entre os séculos IV- VII principalmente para membros
da elite dominante. Variando em tamanho, podendo ir dos 15 metros de diâmetro aos 32,3
hectares de área, estes túmulos são a maior fonte de informação sobre a organização social
e política, assim como sobre a cultura material, do período Kofun. Os primeiros túmulos do
período de Kofun foram construídos na região de Kinai (KyōtoNara-Ōsaka). A partir daí, os
túmulos disseminaram-se para o norte de Kyushu, pela região do Mar Interior.
Os primeiros túmulos foram construídos em colinas, consistindo o sepultamento num caixão
em madeira enterrado diretamente no cume do monte ou colocado numa câmara de pedra
do tipo tateana sekishitsu (câmara de pedra). Para construir uma câmara de pedra,
construía-se um poço no topo de uma colina, aparelhado com pedras e tijolos, cobrindo-se
o solo com argila lisa para a colocação do caixão de madeira. Por fim, as pedras do tecto
selavam a câmara. Cilindros de barro e esculturas funerárias (haniwa, lit. “cilindros de
barro”) eram frequentemente colocados no cume do túmulo.
No século V, a tipologia dos túmulos sofreu mudanças drásticas. Em vez de serem
construídos em montes naturais, começaram a ser construídos em terrenos mais planos e a

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existência de grandes fossos tornaram-se uma característica comum. Exemplo: Daisen-
Kofun, o túmulo do Imperador Nintoku, em Ōsaka, rodeado por túmulos ditos “acessórios”.
Os conteúdos dos túmulos atestam os contactos estabelecidos com a península coreana
neste momento, nomeadamente através de jóias e de cerâmica «Sue ware» (cerâmica de
alto fogo), que progressivamente tendem a substituir os haniwa. Com a introdução do
budismo em meados do século VI (552), um crescente número de pessoas dentro das elites
começou a construir templos em vez de túmulos para a posteridade. Embora haja alguns
exemplos de túmulos megalíticos, como os túmulos de Ishibutai e o de Takamatsuzuka, as
prescrições imperiais que determinavam o tamanho e a ostentação dos túmulos agiram em
conformidade com as novas atitudes budistas, fazendo com que a construção de túmulos
cessasse gradualmente durante o século VII. Em sua substituição surgiram os túmulos
yokoana, semelhantes a cavernas, em resposta às restrições de espaço e requisitos
sumptuários. Exs.: Túmulo Ishibutai, Asuka, construído para Soga Umako, líder do clã
Soga, que controlou o reino de Yamato durante parte do período Asuka.

A introdução do Budismo e as repercussões na arquitectura e na escultura:

Começo do período clássico.- periodo asuka


O Budismo no Japão é filtrado, quando surgiu foi inserido pela China e não pela Índia.
Estabelecimento da primeira capital permanente em Nara; surgimento de padrões
japoneses de administração e instituições.
Budismo do Grande Veículo (Mahayana):
Samsara = reencarnação
1. A vida e a morte repetem-se indefinidamente, sendo possível conceber o tempo como um
ciclo infinito. Mas, por outro lado, introduz-se o conceito de causa-efeito, de um antes e de
um depois. A reincarnação implica assim um tempo semi-cíclico e semilinear.
2. Crença em Maitreya (Miroku em japonês): bodhisattva mediador entre a terra e o céu,
que salva a humanidade aparecendo na terra num futuro longínquo. Crença que introduz o
tempo linear, não tendo início, mas tendo um fim. Tempo que se dirige de um passado
infinito para um tempo finito.
3. O pensamento da Lei Final, que surgiu na China Tang (618-907), expandiu-se no Japão
do período Heian. Esta forma de visão budista da história toma como ponto de partida a
morte de Buda e fracciona em 3 períodos os tempos históricos que se seguem: a 1ª é a
época em que decorre o ensinamento correcto de Buda (a Lei correcta); a 2ª época, que
corresponde ao período em que se transmitem ensinamentos próximos da Lei Correcta; a
3ª época, que coincide com a Lei Final e com a decadência da lei budista.
O 1º período duraria entre 500 a 1000 anos, o 2º 1000 anos e o 3º 10.000 anos.
Japão: início do 3º período corresponderia a 1052, período coincidente com a crise política
e social do final do período Heian.
4) Encontramos igualmente no Budismo o conceito que faz do tempo e do espaço a
vacuidade. As distâncias temporais e espaciais não são senão uma das manifestações da
realidade. Uma outra manifestação é a unidade do Universo. A realidade pode ser vista
tanto em termos de distâncias como de unidade. Tudo é um e um é o todo. Passado,
presente e futuro são um eterno «AGORA» e o eterno «AGORA» é passado, presente,
futuro. Não estamos a falar de um conceito de tempo histórico, mas de uma EVASÃO do
próprio tempo. Há pois culturas que possuem um ou mais conceitos temporais específicos,

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ao mesmo tempo que criaram um dispositivo mental que permite transcender o próprio
tempo.

A arte da laca:
As propriedades naturais do urushi , como a resistência e a estabilidade que fornece
à superfície sobre a qual é aplicado – seja madeira, metal, cerâmica ou papel –foram desde
cedo percebidas como qualidades importantes, sem esquecer o seu potencial estético.
Foi depois da introdução do Budismo no Japão c.552 que uma série de objectos
específicos, como recipientes para sutras, originaram definitivamente uma fabricação
firmemente estabelecida de artigos de laca no território.
O facto de a laca se ter convertido numa mercadoria essencial é evidenciado pelo Código
Taihō de 701, que exigia que cada família plantasse árvores de laca e determinava que
uma percentagem da seiva fosse apresentada como uma forma de imposto.
Os avanços técnicos na arte da laca foram especialmente alcançados durante o período
Nara (710-794) e menção especial deve ser feita à arte da escultura, particularmente às
estátuas budistas, que faziam uso de laca como revestimento, já que a laca pode secar até
a dureza da pedra.

PERÍODO ASUKA: 538 – 710 (ou 552 a 645)


O primeiro período histórico do Japão, denominado a partir do local perto de Nara onde a
corte residia. Príncipe Shōtoku (Shōtoku Taishi, 574-622, regente de 593 até à sua morte).
Também conhecido como Príncipe Umayado (Umayado no ōji) ou Príncipe Kamitsumiya
(Kamitsumiya no ōji). Era membro do poderoso clã Soga. No ano de 538 o reino coreano de
Baekje envia uma delegação ao Japão com o intuito de apresentar o Budismo ao
Imperador. O Budismo foi abraçado pelo clã Soga, que conseguiu alguma hegemonia em
Yamato até ao ano de 645. Como regente imperial, Shōtoku Taishi deu o seu apoio oficial
ao Budismo, e sua famosa Edição dos 17 Artigos, promulgada em 604 para o
estabelecimento de um governo central, codifica preceitos morais budistas e confucionistas.
Estas reformas estão na base das reformas que se seguirão, conhecidas como as reformas
Taika (em 646). Período balizado pela introdução do Budismo vindo da Coreia e que
culmina com a adopção de um modelo chinês de governação.
A par do Budismo, foram também introduzidos novos conceitos e práticas vindos da Coreia
e da China:
- A escrita chinesa;
- A prática do registo de acontecimentos históricos;
- A introdução da moeda;
- A regulamentação dos pesos e medidas.
Estas medidas permitiram o surgimento de um Estado baseado no modelo chinês de
governo centralizado e burocrático. O Grande Buda (Daibutsu) em Asuka-dera (Asuka), a
mais antiga escultura budista no Japão, datada de 609 e feita por Kuratsukuri-no-Tori (“Tori,
o seleiro”), também conhecido por Tori Busshi (“o escultor de imagens budistas, Tori”), filho
de imigrantes chineses ou coreanos. Bronze, 2,75m de altura.
O reinado de Shōtoku foi pautado pelas relações diplomáticas com a China, o que
desencadeou alterações culturais, económicas e políticas por via da chegada ao Japão de
artistas, artesãos e monges budistas.
Shōtoku promoveu o Budismo e o Confucionismo num território que era exclusivamente
xintoísta e trouxe novas instituições políticas, religiosas e artísticas para o Japão.

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Shōtoku Taishi tentou emular no Japão o modelo burocrático do império chinês e expandiu
a autoridade da casa imperial, reavendo o poder que havia delegado nos senhores feudais.
Compilou as crónicas do seu governo seguindo o modelo chinês, textos estes que integram
o primeiro livro das Crônicas do Japão. Instituiu igualmente um sistema de 12 patentes, que
pôs fim aos lugares hereditários, introduzindo o princípio do mérito utilizado na burocracia
chinesa. Foi adotado o calendário chinês, lançou-se uma rede de estradas e foram erigidos
inúmeros templo budistas, incluindo o templo de Hōryū-ji, construído no ano de 607 em
Ikaruga, perto de Nara, que é um dos complexos de madeira mais antigos do mundo.
Hōryū-ji (lit. Templo da Lei Florescente) Construído pelo príncipe Shōtoku, o primeiro templo
foi inaugurado no ano de 607. O complexo está dividido em dois recintos: o Oriental e o
Ocidental, estando cada pátio destes recintos orientado num eixo norte-sul.
Hōryū-ji foi dedicado a Yakushi Nyorai, o Buda da cura, e em memória do pai do príncipe
Shōtoku. As escavações feitas em 1939 confirmaram que o palácio do príncipe ocupou a
parte oriental do complexo do atual templo. Hoje apenas 20% da construção do templo
possui madeiras originais da primeira construção, sendo o pagode uma das estruturas de
madeira mais antigas do mundo.
Par de Nio (Kongo Rikishi ou Reis Guardiães). Esculturas datadas de 711, localizadas no
Chumon do recinto ocidental. À direita, Misshaku Kongo (Agyo, boca aberta), à esquerda
Naraen Kongo (Ungyo, boca fechada). Misshaku pronuncia-se "Ah," a primeira letra do
alfabeto sânscrito, Naraen pronuncia-se "Un," a última letra. A combinação de ambas
expressa o mantra (fórmula ritual) da existência: “Om”.

O templo principal de Hōryū-ji – o Kondo – pertence ao núcleo original (Recinto


ocidental), que inclui o pagode de cinco andares e o portão interior. A sua estrutura deriva
de protótipos chineses, nomeadamente os telhados, os balcões e a plataforma de pedra.
Interior do Kondo: a trindade Shaka (esquerda) e a trindade Yakushi (direita) Trindade
Shaka, datada de 632 e atribuída a Tori Busshi. Buda histórico (Shakyamuni, ou Shaka em
japonês) rodeado por dois acompanhantes: Monju Bosatsu e Fugen Bosatsu
Kondo de Hōryū-ji: esculturas de apsaras (músicos celestiais) colocados no topo do edifício.
Os 5 andares do pagode de Hōryū-ji diminuem de tamanho da base para o topo numa
estrutura que mede 30,5 m de altura e que é construída em torno de um enorme poste
construído a partir de um único tronco de árvore. A forma deste tipo de pagodes deriva das
torres de vigia chinesas, mas ao contrário do que sucede nos modelos chineses, neste
exemplar os últimos andares não têm qualquer tipo de funcionalidade: os balcões são
meramente decorativos e não são acessíveis. No exterior do pagode, inseridas em quatro
nichos, encontram-se cerca de 90 estatuetas de barro datadas de 711.
modelo de torre defensiva.
As esculturas são construídas a partir de uma estrutura de madeira que é revestida com
palha e depois envolta em múltiplas camadas de argila. O Yumedono, ou Salão dos Sonhos
(739), é assim denominado por se situar no local onde o Príncipe Shōtoku estudava e onde,
de acordo com a lenda, um Buda dourado lhe aparecia em sonhos para interpretar os sutras
(escrituras canônicas entendidas como registos escritos dos ensinamentos orais de Buda).
Situado no recinto Este de Horyuji, o Yumedono apresenta uma planta octogonal e os seus
tesouros incluem Kudara Kannon (esquerda), e uma estátua lacada do monge Gyoshin
(direita). Kudara significa “da Coreia," e Gyoshin Sozu é o monge que erigiu o edifício em
739. Guze Kannon (Guse, Kuze, Kuse), alegadamente feita a partir da imagem do Príncipe
Shōtoku. Também conhecida como Yumedono Kannon. Feita de um único bloco de madeira
de cânfora, é revestida a folha de ouro e com detalhes feitos de bronze dourado. Técnica:

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Ichiboku Zukuri. Datada de 620, é a mais antiga escultura em madeira que se conhece no
Japão. A. 178.8 cm.
Complexo dividido em dois recintos: Oriental e Ocidental o Cada pátio está orientado no
eixo N – S. o Dedicado a Yakushi Nyorai (Buda da cura) e em memória do pai do príncipe. o
Pagode deste complexo ▪ Uma das estruturas de madeira mais antigas do mundo ▪ Os 5
andares diminuem de tamanho da base para o topo ▪ Construído em torno de um enorme
poste ▪ Forma: deriva das torres de vigia chinesas ▪ Os últimos andares são decorativos e
inacessíveis ▪ Múltiplas estatuetas41 de barro (711) em nichos no exterior do pagode o
Passou por reconstruções

Período Nara: 710 – 794


A reorganização da Corte japonesa numa estrutura mais complexa inspirada pelo modelo
chinês, em que o Imperador reinava através de governadores que executavam as leis e
cobravam os impostos, determinou o aparecimento de uma nova capital, de carácter
permanente: Heijōkyō (Nara) foi o local escolhido em 710.
Também inspiradas pelo precedente chinês, as primeiras histórias do Japão – Kojiki e Nihon
Shoki –, foram compiladas durante este período. Ao adotar o Budismo como religião oficial,
a Corte imperial tornou-se na maior encomendadora de obras, financiando a construção de
grandes templos na capital e nas províncias.
As mais antigas histórias do Japão Kojiki ou Furukotofumi (Testemunhos das coisas antigas
ou Records of Ancient Matters). Texto compilado em 712 a partir de um conjunto de
tradições orais, que é uma fonte fundamental de informação sobre cerimónias, hábitos e
práticas mágicas do Japão antigo. Inclui referências a mitos, lendas e acontecimentos
históricos da corte imperial. Uma parte importante do pensamento Shintō baseia-se nas
interpretações mitológicas incluídas no Kojiki. Nihon Shoki (Crônicas do Japão) ou Nihongi
(lit. Crónica japonesa): texto compilado em 720 D.C. sobre as origens míticas do Japão até
ao ano de 697 D.C. Escrito em chinês por ordem da corte imperial, reflete a importância da
civilização chinesa na cultura japonesa. Modelo da Corte da China Tang (618-907) nas
áreas da Astronomia, Engenharia, Urbanismo, Tecnologia, Medicina, Organização política e
Artes.
Com a adoção do título imperial tennō, traduzido do chinês t’ien-huang, ou "imperador
celestial," o conceito chinês de imperador como o símbolo Supremo de um governo
centralizado foi incorporado na interpretação japonesa de Imperador como a principal figura
de culto Shintō. À semelhança do modelo chinês, o governo central japonês consistia num
Conselho de Estado (Dajōkan) e de ministros dos Ritos, funcionários (trabalhadores), obras
públicas, guerra, justiça e receitas. Um Gabinete de Sacerdotes (Jingikan) supervisionava
as cerimónias oficiais Shintō. O estado imperial estendeu as suas fronteiras, que passaram
a integrar o Sul de Kyūshu durante o século VIII.
O Imperador Shōmu (Shōmu-tennō, 701-756) promoveu o Budismo na convicção de que a
fé budista era um meio para garantir a felicidade do indivíduo e da paz para o reino como
um todo. Uma das medidas que tomou foi a fundação dos templos provinciais conhecidos
como Kokubunji. Cada província teria um mosteiro (Kokubunji) e um convento (Kokubun
Niji), cada um com um pagode de 7 andares e um edifício para albergar uma estátua de
Buda Shakyamuni. Cada mosteiro teria 20 monges, cada convento 10 freiras, cuja tarefa
fundamental era a de recitar em permanência as escrituras e oferecer orações para o bem-
estar do reino.
Tarefas fundamentais dos monges e das freiras: recitar em permanência as escrituras e
oferecer orações para o bem-estar do reino. Assim como o mundo temporal tinha os seus

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Kokushi (governadores) em cada província, também o mundo espiritual teria monges e
freiras oficialmente nomeados para atender às necessidades espirituais do povo. Assim
como o mundo temporal tinha os seus Kokushi (governadores) em cada província, também
o mundo espiritual teria monges e freiras oficialmente nomeados para atender às
necessidades espirituais do povo.

Reconstrução por computador do templo Tōtōmi Kokubun, situado em Iwata (Prefeitura de


Shizuoka), mandado construir pelo Imperador Shōmu em 741 no âmbito do sistema de
Kokubunji e Kokubun Niji.
A segunda medida tomada por Shōmu foi a construção do templo Tōdai (Tōdai-ji) como
Kokubunji da capital e a construção de uma enorme figura do Buda Vairochana como
divindade guardiã suprema do reino.
O principal monumento do período Nara é o enorme complexo de templos Tōdai com a sua
imagem central e colossal do grande Buda de bronze.
Durante o período Nara, o governo enviou 4 missões oficiais à Corte Tang, cada uma delas
acompanhada por um número elevado de estudantes enviados para a China. A cerimónia
de consagração do Grande Buda do Tōdai-ji foi conduzida por um sacerdote brâmane
nascido na Índia, enquanto a música foi executada por músicos provenientes de várias
partes da Ásia central. Referência ao Shōso-in, ou repositório/tesouro do Tōdaiji.
Kichijo Tennyo, Deusa da beleza, fertilidade, prosperidade e mérito. Kichijōten, mulher de
Vishnu nos mitos hindus; mulher ou irmã de Bishamonten nos mitos budistas.
Japão, século VIII, Yakushi-ji

Periodo Heian
Se no período Nara dominou a escultura em bronze, a partir do período Heian prevaleceu a
escultura em madeira. A mais apreciada era a madeira de sândalo, mas o facto de não
existir no Japão nem na China levou a que fosse substituída pelo cipreste (hinoki). Do ponto
de vista técnico, verificaram-se várias inovações na criação de estatuárias em madeira.
A escultura a partir de um único bloco de madeira – Ichiboku Zukuri –, já utilizada no
período Asuka, teve o seu momento áureo na época Nara e foi utilizada até ao período
Heian.
As estátuas foram esculpidas a partir de um único bloco de madeira, ainda que o pedestal,
e os membros pudessem derivar de um segundo bloco de madeira. Porém, a cabeça e o
torso eram sempre esculpidos a partir do mesmo bloco, como sucede no caso da mais
antiga escultura em madeira no Japão: Guze Kannon, em Hōryūji, Nara, datada da primeira
metade do século VII

A construção da grande sala de Buda (Daibutsuden) começou em 745, e as cerimónias de


consagração desta escultura de 15m foram realizadas em 752. Apesar de terem chegado
aos nossos dias apenas fragmentos da escultura original – o que vemos hoje corresponde a
uma reconstrução de 1692 –, temos a noção da escala e ambição do Imperador Shōmu.
No campo da escultura, os principais materiais utilizados no Japão para a construção da
estatuária budista foram a madeira, a argila, a laca seca e o bronze dourado.
A estatuária em metal utilizou fundamentalmente o bronze, que foi dominante até ao
período Heian (794-1185 AD), altura em que foi suplantado pela madeira. A técnica mais
utilizada para a construção das esculturas em bronze era a da cera perdida, que foi usada
até ao século XII.

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𝑩𝒚𝒐̅𝒅𝒐̅ − 𝒊𝒏 o Construído originalmente em 998 como uma villa rural para o cortesão
Minamoto no Shigenobu, Ministro da Esquerda (Sadaijin ou Ministro de Estado). o Após a
sua morte, um dos elementos mais importantes do clã Fujiwara, Fujiwara no Michinaga,
comprou a propriedade à viúva. o Em 1052, Fujiwara no Yorimichi transformou-o num
templo budista. o O edifício mais famoso é o Pavilhão da Fénix (𝐻𝑜̅𝑜̅− 𝑑𝑜̅) ou Pavilhão da
Amida, construído em 1053. É o único edifício original a ter chegado até aos nossos dias e
está rodeado por um lago cénico. Todos os outros edifícios foram queimados durante a
Guerra Civil em 1336. o Bases em pedra (da grande maioria dos edifícios dos templos) =
referente chinês

O Japão Da Época Heian:

Séculos VI-XII: período clássico japonês, que antecede o designado “período medieval”,
que se inicia no século XII e que será marcado pelos guerreiros samurai. No período
clássico, encontramos um padrão que se repete muitas vezes ao longo da história
japonesa: o Japão assimila consciente e deliberadamente os referentes chineses e
coreanos, mas cria uma síntese cultural que é exclusivamente japonesa. Foi esta cultura
clássica que lançou as bases da civilização japonesa para os séculos posteriores.

Heian-kyō, a capital que ficaria conhecida como Kyoto, foi fundada em 794 pelo Imperador
Kammu.
A cidade foi planeada num sistema de grelha hierárquica e era composta por 3 sectores:
Heian-kyu (o Palácio Imperial), Sakyo (sector esquerdo, por vezes mencionado como sector
ocidental) e Ukyo (sector direito ou sector oriental). O local do Palácio Imperial é hoje
ocupado pelo Castelo Nijō. Tudo o que resta do recinto original situa-se a sul de Nijōjō e
consiste num pequeno jardim com um lago: o Shinsenen. Porém, no final do século XIX,
construiu-se na outra margem do rio Kamo o Heian Jingu, que é uma réplica do Palácio
imperial de Heian-kyō.
Modelo da arquitectura palaciana do período Heian ao estilo shinden-zukuri O estilo
shinden-zukuri foi usado pela alta aristocracia, e este modelo (em baixo) corresponde à
Higashi-Danjo-Dono, uma residência palaciana para a família Fujiwara. O shinden ou
edifício principal estava ligado aos outros edifícios através de corredores.

Durante o período Heian, a figura do imperador foi gradualmente dominada pela poderosa
família Fujiwara, que empregava a política do casamento e a intriga da corte para usurpar o
poder político dos imperadores. Os Fujiwara agiram como regentes dos imperadores e
aumentaram o seu poder através de casamentos dentro da família imperial. O exemplo
mais notável é o de Fujiwara no Michinaga (966-1027), que casou as suas filhas com quatro
imperadores e viu três de seus netos tornarem-se imperadores.
Havia quatro grandes grupos que exerciam o poder político durante o período Heian:
1 O imperador e a família imperial.
2 A aristocracia (A nobreza Heian assentava em privilégios hereditários).
3 “Religião organizada”, neste caso as seitas budistas Tendai e Shingon.

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4 Guerreiros provinciais ou, mais precisamente, os chefes de grupos de guerreiros
provinciais. Neste momento da história do Japão os guerreiros ainda não gozavam de
prestígio entre os aristocratas japoneses.

A Vida Em Quioto Através Da Literatura, Das Artes Visuais, Da Arquitectura E Das Artes
Cénicas

sensibilidade aristocrática
Houve um grande florescimento da cultura no Japão da época Heian com a ascensão da
família / clã Fujiwara. Os Fujiwara controlavam a política da época, dominando também o
meio cultural. Incentivaram uma aura de sensibilidade e sofisticação cortesã em todas as
suas atividades, incluindo as artes visuais e literárias, e mesmo as práticas religiosas.
As artes da elegância como o kado (arte com flores) , kodo( caminho do incenso) , chado
( cerimônia do cha/ água quente) incorporam a ideia de caminho ( do) ou seja dão um
estatuto de arte da prática e do conhecimento.

biwa - instrumento tradicional de cordas com escala de cinco notas


gagaku-música elegante da corte
go- jogo de tabuleiro introduzido pela china
ikebana/ kado - arranjos florais
Kodo/ caminho do Incenso - O uso de madeira de incenso no Japão está documentado
pela primeira vez em 595. Pouco antes dessa data, em meados do século VI, com a entrada
do Budismo, a par de imagens e de sutras budistas, introduziu-se também o incenso e os
utensílios que lhe estão associados. No final do período de Nara (710-784), inspirados pelo
uso de incenso nos rituais budistas, os cortesãos começaram a queimar incenso nas suas
casas.

jūnihitoe (lit. “túnica de doze camadas“) - é um quimono extremamente elegante e muito


complexo que só era usado pelas cortesãs, tendo aparecido no período Heian. As várias
camadas são roupas de seda. O vestuário mais íntimo é feito de seda branca, seguido por
outras camadas que possuem vários nomes, que finalmente são fechados por uma camada
final ou casaco. O peso total pode chegar aos 20 quilos. As cores e os arranjos das
camadas do jūnihitoe são muito importantes. As cores têm nomes poéticos, como "ameixa
carmesim da primavera". As camadas são discerníveis apenas ao redor das mangas e do
pescoço. Os arranjos das várias camadas de seda e as suas cores eram uma boa indicação
para qualquer pessoa sobre o gosto e o grau de sofisticação da cortesã. Além das suas
túnicas, as cortesãs também usavam os seus cabelos muito longos, símbolo de beleza e
elegância.

Beleza feminina
Ono no Komachi (825-c.900): Poetisa japonesa, que se distinguiu no género Waka, sendo
considerada uma das seis melhores poetas deste género durante o período Heian. A sua
beleza proverbial é um dos símbolos da beleza feminina no Japão.

Shirabyōshi- eram dançarinas femininas, proeminentes na corte imperial japonesa, que


realizavam danças tradicionais, igualmente conhecidas como shirabyōshi. Dançavam

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vestidas de homens e actuavam para a aristocracia e nalgumas celebrações, tendo-se
desenvolvido como profissionais no século XII.
Shizuka Gozen (1165–1211), uma das mais famosas mulheres da história e da literatura
japonesas, era uma shirabyōshi e cortesã de Minamoto no Yoshitsune.

Geishas
significado literal é artista
gei- arte
sha- pessoa
outro nome de geisha é geiko - significa mulher da arte.
educaçao especifica e desenvolve certos dons .
as aprendizas de gueixa são Maiko(mulheres da dança) ou hangyoko(meia joia- recebem
metade de salário da gueisha), ou o termo genérico o-shaku( aquela que serve álcool).
filme memorias de uma gueixa: dança com o leque, encenação feita
os homens também usam leque mas no campo de batalha

Teatro Nō / Noh
Forma teatral japonesa é uma das formas teatrais mais antigas do mundo. Nō, significa
“talento” ou “perícia”. Desenvolveu-se a partir de antigas formas de dança e de vários tipos
de representações em santuários e templos a partir dos séculos XII-XIII. Tornou-se numa
forma distintiva de 9 representação no século XIV e foi continuamente trabalhada até ao
período Tokugawa (1603-1867). Não sendo actores no sentido ocidental, os intérpretes de
Noh são contadores de histórias que usam as suas aparências visuais e os seus
movimentos para sugerir a essência da narrativa, mais do que a representar. Pouco
"acontece" numa peça Noh, e o efeito geral é menos o de uma ação presente do que a de
uma metáfora tornada visível. Os espectadores educados sabem bem o enredo da história,
pelo que o que apreciam são os símbolos e as alusões sutis à história cultural japonesa
contidas nas palavras e nos movimentos.

Genji monogatari
Murasaki Shikibu- Depois de incorporar tantos referentes do continente de forma quase
ininterrupta ao longo de vários séculos, e embora as expedições comerciais e as
peregrinações budistas tenham continuado a ligar o Japão ao continente, a corte Heian
decidiu encerrar as relações oficiais com a China. Entre os importantes desenvolvimentos
culturais desta época de intensa produção cultural interna encontra-se o aparecimento de
um estilo de pintura tipicamente japonês, yamato-e, a escrita kana, que facilitava a escrita
do japonês; a poesia waka e outras formas literárias distintivas, como, por exemplo, contos
de carácter narrativo (monogatari) e diários (nikki).
é a autora de Genji Monogatari, de um diário breve (Murasaki Shikibu Nikki) e de uma
colectânea de poesia. Como com a maioria das mulheres do período Heian, o seu nome
verdadeiro é desconhecido. Sabemos que o seu bisavô foi Fujiwara no Kanesuke (877-933),
que se tornou um Conselheiro de média patente, membro da elite da Corte Heian, e
conhecido por ser um dos "36 génios poéticos". O seu pai era Fujiwara no Tametoki, um
oficial menor que visitou Suma e Akashi como assistente do Governador de Harima. Casa-
se com Fujiwara no Nobutaka, um primo segundo muito mais velho do que ela, e tem uma
filha chamada Kenshi em 999. Cedo enviúva e é então que deverá ter começado a escrever

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o Genji Monogatari, c. 1006, quando está ao serviço da Imperatriz Shoshi, a filha mais velha
de Fujiwara no Michinaga.
Por que é que uma obra destinada a uma elite social tão restrita, teve tanta influência na
tradição e na cultura japonesas e se tornou tão amplamente admirada por um público
alargado?
1) Porque os poetas japoneses do período medieval e do período Tokugawa
consideraram o Genji Monogatari como a fonte de escrita clássica. Esta era a linguagem
que se considerava como modelo, o Japonês puro, que deveria ser preservado.
2) Porque esta obra adquiriu o estatuto de manual a seguir para um comportamento
adequado, assim como um modelo de sensibilidade estética. Era entendida como uma
enciclopédia cultural que servia de guia e modelo aos poetas aristocráticos e não
aristocráticos. Assim, as referências aos episódios do Romance de Genji eram utilizados
como exemplo e referência.É um referente estético da civilização japonesa.

kanji
tem leitura chinesa e japonesa. os kanis são os mesmos nas duas leituras mas os
significados são diferentes.
São caracteres chineses usados no japonês. O Kanji é um dos quatro conjuntos de
caracteres utilizados no sistema de escrita japonês moderno (os outros três são hiragana,
katakana e rōmaji).
o hiragana, um sistema de escrita acessível às mulheres (a quem era negada uma
educação superior).
O Katakana surgiu através dos estudantes dos mosteiros budistas.Os caracteres Katakana
são caracterizados por linhas quadradas e são os mais simples dos símbolos japoneses.

Yamato-e, significa pintura japonesa, surgiu no período Heian. Na época, o termo distinguia
as pinturas que representavam temas japoneses das que remetiam para temas importados
da China, conhecidas como kara-e.
Estas pinturas representam contos da literatura e da história japonesa, bem como motivos
relacionados com as quatro estações. Tais pinturas representavam locais japoneses,
tipificados pelas colinas suaves e ondulantes do campo de Kyoto.

A partir do período Heian, o termo yamato-e evoluiu no sentido de indicar não apenas o
conteúdo das pinturas, mas também a utilização de convenções formais específicas:
- As figuras geralmente são muito estilizadas, com características faciais abreviadas: hikime
kagibana;
- Uso de pigmentos brilhantes e aplicados em camadas sucessivas, com bandas de nuvens
que dividem o espaço através de contornos marcados (tsukuri-e);
- A aplicação da técnica fukinuki yatai, em que os telhados dos edifícios são removidos para
fornecer um vislumbre do interior a partir de cima.

TÉCNICAS DE DECORAÇÃO:
A técnica mais conhecida é a makie (lacada de ouro ou prata), que é feita usando
um pincel/estilete para desenhar os contornos com resina de laca, polvilhando -
se seguidamente ouro ou pó de prata no desenho húmido, polindo - se repetidamente,
surge no período heian.

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A técnica chinkin (laca com incrustações de ouro) é feita a partir da marcação de linhas
incisas na superfície lacada, preenchidas depois com folha de ouro ou prata, Introduzido a
partir da China no período Muromachi, foi desenvolvida no período Edo tardio.
A técnica raden (incrustações de madrepérola) é feita usando folhas finamente polidas de
conchas brilhantes numa superfície lacada, introduzida no Japão da época Nara por via da
China.

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