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DISCIPLINA: História da Filosofia Medieval

REFERÊNCIA: Atividade 02
VALOR: 20 pontos
ENTREGA: 3 de outubro de 2023

Sobre a História da Filosofia Medieval, indique Verdadeiro (V) ou Falso (F) para as afirmações.
a) O movimento conhecido como “História da Filosofia Medieval” foi responsável pela ruptura
com as contribuições filosóficas do helenismo. ( )
b) A emergência da mensagem bíblica representou uma enorme revolução na cultura ocidental,
sendo identificada como uma das causas do surgimento de polos: aquele que crê e quem não
crê. ( )
c) A difusão da mensagem bíblica trouxe à tona não apenas um modelo de conhecimento
distinto daquele situado no período clássico grego, mas principalmente o elemento do
“criacionismo”, herdado da filosofia helênica – dos neoplatônicos, em específico. Além disso,
o critério criacionista colocou em questionamento as aporias desenvolvidas na filosofia de
Parmênides de Eléia, para quem o ser não pode surgir do nada (ex nihilo nihil fit). ( )
d) Uma das principais modificações implementadas pela Era Cristã ao pensamento filosófico
foi a transformação do conceito de logos. A partir de então, buscava-se inspiração direta no
Evangelho de João e no termo “Verbo”, que lá aparece. ( )
e) O período da Patrística, tanto em sua formatação grega quanto latina, está situado naquilo
que filósofos chamam de Idade Média. ( )
f) Nos diferentes instantes históricos da Patrística, houve ao menos três problemas
fundamentais: (i) a questão textual e a necessidade de seleção dos textos que fixassem o
cânon cristão; (ii) as dificuldades da coerência do Antigo com o Novo Testamento; e (iii) as
questões teológicas, como as conciliações entre fé e razão e liberdade e graça, além do
combate às heresias. ( )
g) Situado na Antiguidade Tardia, o pensamento de Fílon de Alexandria foi importante à
medida que propôs uma metodologia para a leitura das Sagradas Escrituras, fundada na
união entre filosofia grega e teologia mosaica, que ficou conhecida como “método alegórico”.
( )
h) Para Fílon de Alexandria, o logos corresponde ao inteligível, tendo sido criado antes mesmo
do mundo material. Além disso, defende que o logos corresponde à intermediação entre o
Deus Criador e o homem criado, de modo que esse conceito deixa de significar apenas um
“discurso racional” para fazer menção a um princípio que conserva, normatiza e organiza a
realidade. ( )
i) No início da Patrística, situado no primeiro e segundo séculos, o Gnosticismo representou
uma decorrência direta do próprio Cristianismo, uma vez que ambos aceitavam a ideia de
logos joanino como elemento que permite a fundação de uma filosofia cristã, capaz de
pensar a Deus como Criador de todas as coisas. ( )
j) No Cristianismo Primitivo, a Patrística, por vezes, teve que se afastar do pensamento grego e
lançar mão de determinadas categorias filosóficas tradicionais para justificar uma possível
superioridade à sabedoria clássica. Esse ponto de vista pode ser justificado, por exemplo, pela
filosofia de Policarpo de Esmirna. ( )
k) Nos primeiros instantes da Patrística, não é possível identificar sínteses filosóficas puras, mas
apenas doutrinas filosóficas integradas à visão cristã do mundo antigo-medieval, de modo
que as temáticas dialogam mais com as tendências teológicas do que com aquelas
propriamente filosóficas. ( )
l) Ao contrário da Patrística Apostólica, que buscou se afastar do pensamento filosófico
clássico, a Patrística Apologética permitiu a inclusão de elementos filosóficos para a defesa
sistemática do Cristianismo. Esse movimento pode ser observado, por exemplo, na filosofia
de Justino Mártir, que adotou elementos platônicos em seu pensamento – acreditando na
existência de uma verdade absoluta tanto no pensamento grego quanto na doutrina cristã. (
)
m) No mesmo sentido de algumas tendências de seu período, a filosofia catequética de Clemente
de Alexandria rejeitou a conciliação entre a fé cristã e a filosofia pagã, motivo pelo qual
criticou fortemente a existência do modelo de “teologia especulativa”. ( )
n) Orígenes, outro membro relevante da Escola Catequética de Alexandria, além de contrariar o
pensamento de Clemente de Alexandria, por deixar a primazia dada ao logos para focar nos
conceitos de Deus e Trindade, também propôs um exercício fundamental: não podemos ter
o conhecimento de Deus em sua própria natureza, mas podemos pensá-lo como aquilo que
há de superior. ( )
o) Dionísio Areopagita (“Pseudo-Dionísio”) foi responsável pela retomada de elementos
primordiais da teoria do conhecimento platônica, dentre os quais é possível destacar a
chamada “filosofia negativa”, para construir uma autêntica filosofia cristã. Para o filósofo,
assim como a palavra (ou discurso) é o meio que nos leva à lembrança (alétheia), Deus pode
ser visto como meio que nos leva ao absoluto. ( )
p) A teologia apofática de Dionísio Areopagita defende a finitude do intelecto humano, de
modo que todas as designações linguísticas que utilizarmos para nos referirmos a Deus serão
precárias e jamais atingirão a natureza divina. Por isso, o filósofo sustenta que a melhor
maneira de falarmos (ou sabermos) sobre Deus é negando-lhe atributos – ou seja, dizendo o
que Deus não é. ( )
q) A filosofia de Máximo, o Confessor foi baseada em uma área específica da Teologia,
denominada “Cristologia”. Em seu pensamento, identificamos a crítica às doutrinas que
sustentaram a existência de vontade (anima) única em Cristo. Nesse sentido, o filósofo
defende que Cristo é simultaneamente Deus e Homem. ( )
r) Ao contrário de parcela considerável da filosofia desenvolvida na Antiguidade Tardia, que se
preocupou com a retomada das contribuições de Platão e Plotino, João de Damasco foi leitor
de Aristóteles e, em certa medida, antecipou a relação que Tomás de Aquino fará no século
XIII. ( )
s) O período conhecido como Patrística foi dividido em três instantes: (i) Patrística Apostólica,
em que a filosofia ainda tem natureza pagã, valendo-se de Platão e Aristóteles, e foi
produzida pelos próprios Apóstolos e seguidores diretos de sua doutrina; (ii) Patrística
Apologética, em que a filosofia se tornou autenticamente cristã e foi desenvolvida pelos
padres ocidentais e orientais, como Taciano, o Bárbaro; e (iii) Patrística Propriamente Dita,
situada no instante de emergência do Império Bizantino, em que ocorre a divisão entre o
pensamento entre gregos e latinos. ( )
t) Agostinho de Hipona é considerado o último grande representante da Patrística Grega, uma
vez que a vertente Latina será capitaneada por Severino Boécio. Essa é uma das razões pelas
quais há, em sua obra, referências diretas à Filosofia Antiga, como a menção ao livro
Hortênsio, de Cícero, e a inspiração na filosofia neoplatônica de Plotino. ( )

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