Você está na página 1de 26
NELSON RODRIGUES TEATRO COMPLETO A "ODE ANERO,EDITORA NOVA AGUILAR Sa > we rs anoan/ re ee Mars a qt eo pri. Ade i Nave al (Oleg oninua dots aon crt.) Mavnico — Que Cis — Sh Cosas mora a iba (mio) Pat co bra NS een I Tien we goa (OzGAu0 — Oia, Mauricio. Voc vai-me dar licen cA - dar licenga. Estou um (Mauri sa otha ipaas ar lis Sh Orion asec Apania kre Aveo ember ola fe Voz DE LIDIA (miorofome, em erecendo) —Parto com Umberto. {quero seu perdio.Parto com Umberto, oe (Oli aprons ded Ann Esa continua, na fase ote pentde Oigiceusanvimderealan) ‘Voi ne Livia (mierofone) — Adeus. Nao quero seu per a ee age os Feo Ts Fis Do Texcatwo # Uinimo Aro VesTIDO DE NOIVA “TRAGEDIA EM TRES ATOS 1943 Programa de esta de Vesti de rove presenta ‘no"teatyo tluniipl do Rin de Janeiro, em 28 dedezembro de 1943 (0s Comenianes "APRESENTAM \Vestipo pe NOWA “TRAGEDIA DE [NELSON RODRIGUES Mise-en-sbnee desi: Z Ziembinski “Arqutetracbnicaefiguinos Santa Row Modelo do vsti de nova: Sa. nga Vargas ‘Alaide Lina Grey (Evangelina Guinle) ‘Mme. Clessi Aursele Arado Pedro, a namorado, thomem de capa elimpador Carls Perry Tica, Stla Perry aide Aaide Orin Grog Melo Macde Aluide Maria B. Leite edo namorado, Luan B. Leite Sans io Pagas Pacotocteas /Vasibo pe News M9 PRIMEIRO ATO au | Centio viid em ts planes ~primeio pla: lacing; segundo ener tri plane edad Qurocos ne plano da me mrt ses ater Trev) AMoxorone — Buzina de automével Ramor de derapagem vilenia. | Son de vidragas paras, Since. asistencia Slénclo. 9 up Yor bE SIAIDE(niefone) — Cles.Cless (Laz em resistencia no plano da alucinagao, trés mesas, trés mulheres es- | a tment pnudas, com vesdos brane e comprides. Deco Sia danger ao som teu wrt orid dando uma rg Pet tan Aes oa oven sehor, vest com sora e bom air inne no cen da emu Vio cinzet ura bk vermelha) Acai (urea) — Quer ilar com madame Ces nest (Fala prvciva mulher que, ran dos ts ness fx “pacinci. Ami Thera respond} ‘ator om ans) — Madame Cle ets — pode-me diet ‘AAD (com a ingonuo)-— No responde (om dogura) NAb quer res- ponder? (sien da outa) | [AAD (hesitate) —Bntdo pergunat’ (pasa quel {Cote pra as mtbere que dang.) | ‘uaior — Desculp, Madame Cle. Ea ext? (Segunda mle tr nao repo) ALAIDE sempre doce) — Ah também no esponde? (Hesita. Otha para cada uma das mulheres. Passa um komem, empregado see Gomis de mutant. Care ona vasa de bracts #1 ‘ano ca O-mesmo cova are en fe com Mpa enniidadesiremes aloe cote para ele) -Aalbe (emdvel) —Podia-me dizer se madame, 0 Ntsow Rooricurs/ Tiatwo Cones (0 hiomem apresa o passe e desaparece.} ALAIDE (rau desapontamentoinfartil) — Fugiu ce maim! (no io da ce divigindo-sea todas, meio agressva) Eu nao quero 3 igo todas meio agresiv) Eu no quero nada deals. sb (A terceira mulher deixa de danger e vai mudar 0 disco " ii muda o disco da vitrla tov a mimica de quem escolhe um disco, que ninguém 4, coloca.o, sitrola também invisivel. Um samba eoincindo corn este iitimo mort ‘mento. A segunda mulher aproxima-s, lente, de Ala) Patna MOL (itera) — Madame Cleat ALADE (uma lap edn) OM Chg Des! Made les SEGUNDA Mutt (or miu) — Una que oreut ALAIDE (espantada, ofhande para todas) — Motveu? SécuNDA MUIR [pa as uns) Nag moet ana Mot ge nga in) Nore, Asin rita Mis (om Wa lot ead) Madame Clee woul (brusca e violenta) Agora, saia! eee eae ‘aoe ean) Ci, Mae Clio orl +a.as mulheres) Que & que estio me olhando? (noutro tom) Nao adianes se Porque eu nao acredito!. oe isda MUttin-~ Morr, sn. oi ented de branco Eu AUAiDt— Mas een podiasr enter debra Noo Pde ae MULHER — Estava bonita, Parecia uma noiva, . AMD (exada) — Notre! (com tata) Nova el (em wn trtreoriao, his) Macame Clesy noiva (0 ris oo rete transforma slg) Paern com esa mse Que cael (is aa uni pl ere oo cena, falando ao mesio tempo, Excitagao.) : see mare tebe -ReDATOR — F. jSrreyes ct —EA Noite? - pee RovhnattarsSasengseromem a ar Canioea enone —Unscenors ft paad, fates Bes — em al Sera a recas Pcoaeaess/ Vistno be Nowa Prymeta — A AssisténciajJevou. Cantoca- REPORTER — Mais ou menos no re ‘bonde. | RepATOR D'A Norm — Rel6gio. | intent — O choter fugiu, ReaTor Do DiARO — OK. a Carioca REPORTER — O chofer meteu 0 pé PisteNt — Bonita, bem vestid, ReDaTOR b'A Nott —Morreu? Cantoca-ReporrEn — Ainda no. Mas vai, logo. Atcavessou na fremte do (Treva. Sumsina-s plano da alucnagi.} Aatoe (rrazeno, de Bago, a primeira muller, para no canto) — Agee ‘homem all, Quem & nica wm homer que aca de entrar e que fica olkando para Alaide:) “TexcFiRa MULHER — Sei il (nowtro tom) Vern aos sibados. [AINE farerordada)— Tem o rosto do meu marido (recua, prexando ‘ura A mesma cara ‘Tercera MULIER— Voct &casadat ‘ALMDE (fea em suspenso} — Naose. (em divida) Me esqueci de tudo. Nao Tenhe memoria sou uma moher sem meméria, (impressonads) Mas od o mundo te in passe eu tami devo er on “Tuncaina MULHER (emt voz baixa) — Voce o que €,¢louca. ‘AcAlbE Gimpresionada) — Sou louca? (com dogura) Que felicidad! SEGUNDA MULHER (aproximand-se) — O que & que voots estao conver sando a? “TencrInA MULHER (para Ala) — Isso €aliangat [ALMDE (nostrando o dedo) —E. ‘Tancerea MUTHER (olhando) — Alianga de casamento, Secunia MULIIER— A da minha irma é mais fina “Tencerta MULAER (céptica) — Grossa ov fina, tant faz (i passos de danga.) ‘ALAlDe (excitada) — Oh! Meu Deus! Madame Clessi! Madame Clessi! Ma ‘dame Clesil (0 home soltirio aproxinna-se, Alaide afast-se coma tereeiva mulher.) Ble vem ail Digam que eu no sou daqui! Depress! Expliquem! ean Eu dizer o qué, minha filha! ‘Tercera MULMER (fala dangando samba) — OHowem —E nova squit ALAR (modiands 1 atndeicramente) —No, 80 sou nova. Naot name visto sada (tone fo) Nao. Aor (eta mas amdvel)— Bos ira Exo aqut— dene vera Uns ems © Hove mbropretamente ‘alt (adie) ein Ottowtr—Melenirarae ‘MADE (crete) Bal ows pons) 0 qdt SerUNDA MULNE apesiguadra)—Declp, dur Ha ouc, ‘Ali Mave io gonads © Hons — Porque ue pe una oun ag ‘ato (ein) ~ Dt, sin defi) Dig 5 me ve alguna ‘ea ig ster coe Home Vomatsde)~ Vou-me qcsard madame. No et di Sun Mutt pure Alte, npn) Wt Ee ea ‘Alans Dig ime vat Ea devs etoteenin {9 Hon (ofewend fae) — Quer ee AAD: (uma Mon inperaa) mas nao sero. ps dv lei par isto soreindo— thai at (Sor decent) Hon — Vatnos sentra? ALAIDE (ond sempre) — tstou sosndo, em vontade. Neohuma, Vou {am voce nem sei por qu, Sou assim, (dc) Varnon te aay (Howie (desconfade)™— Por que ue vet ed woes ey das (sutras eto wstidas deci vermeha, aren ecor-de-rsa.) Alain Goce) — Via como eu disse — “meu amor" Eu die cutas vere Tpit amor” — cosas paves! Madume Cen ets demerit {our tom) Mas ela noreu eset (2H arm gurgatada)—adsme Cle morreu—gondaevelha ‘ALALDE (um tmaspot) — Mental (asin) Gorda ewelne ih ‘dame Ces ean (cnhadore) Liat (© Howes (ontinuande gala setae eno cto) Taha ve Fis! Andava gemendeeamstand o chien ‘Atal (obstineda)— Mulher goed, vel, cha de vatizs to €amada! ela foto amada ero) Seu menial (lai etfs homem, gue cia bracamente grade) ee pee i! J4 vai? Quer 0 niimero do Cottons fem dar tent) — None fo fi! Lvs una beads e imentanda exgeratarent) Me dS cea, ‘uoreig (umprine nn Nedotc [ALOE feed de) Noo a age al um Slowest Ades, modane, Sai. A tone male dang com uot sesuaidde sensi, Pasa " (Sai A tein oa “ mpeg d vt coma nasa, opin de ane bale Acai oud) — A neu Dest ss também! rat et — Oem soto me Mike aude Tem cra do neu ne Os aos omar ee ALA fm pro deadiracao} — Ot se ns Ove ar com? wee oni Qtr in. Qi Maan Cust” Vou boar um dco. (ire spar ivi vt, com ae ts) i — A enor to ome? SintoaeCinsl Vorb smb, Ec agin mito tom, M ‘oases anna) Et ve come estou ord, Thar ches de vatzee de diac! ‘Alon —Lio seu dir, 7 Mado css apn) Lut Durie Aine (ajimatia) Lim, Quero moter agora mes ‘ae a Nrtsow so owes Hath Cont ‘MAbAnte Cassi — Entio diga como é que comeca, (Clesi fala de costas para Alaide,) ALAIDE Letientt — Quer ver? E assim... (ligeira pausa) "c com Paulo a Paineiras”... (feliz) E assim que com ae AIMon (petra) Ni leo stare pide eae equi Mw Smee hen, a ‘nao tinha! aie Deus! Nio sei o que € que eu tenho. E uma coisa — nao oa Orc MADAME CLESS! — E a mim que vocé pergunta? Moe Sn an” Nene mp fez vir aqui. Quando foi que ouvi seu no stousme kimbrando! sme pela primeita ver? (pansa} i. Por que é (Enero cliente anterior com guarda-chuvw, chapé e capa. Parece boiar) Auabe— Agilent Tem amesna cra dome ri AME CLESSI| — Deixa o homem! eee! une aS — Daa ohoment Camo Te wt wae do ew Ane Me ee! pal ne) Eee lane (ao ‘om ind) Folin sonvea qu uot iano get la mesmo, ete papal emam, Deku meecorda com Jé sei! Papai estava dizendo: “O negdcio acabava...” 7 ey Date tonto ste (hi Nt mendoeent sje aden hat ‘no quarto de Alaide que ela dormia. O melhor oe 2s hate eS an See rete = ee numa orgialouca’ (Apaga-se o plano da memiria. Luz no plano da alucinagao,) cas Paconocieas | Vistipo 0E Nowa ws “naive (preocupada) — Mame falow ery Licia, Mas quem é Lecia? Nao ‘sei Nao me letnbro. Mabsne Cuissi_— Entdo vocks foram morar I? (nasi) A casa deve ‘star muito vel. ALANA tava, mas Pedro.» (escitada) Agora me lembre: Pedro. F meu vvprido! Sou asada, (nowt ton) Mas essa Leia, meu Deus! (outro ran) Each que estoutameacada de morte! (asustade) Ele vem para ci, (Refere-se ao homens siti que se aprexina.) cuss — Dea rank fanimada) — Pedro mandon reformar tdo,pintar.Ficow nova & va (outro tom) Ala! eu corti ao s6t2o, antes que manne mandasse {queimar tudo! cxpssi — Entao? SiAIbE Ld via mala —comas roupas sligaso esparilo cor-e-rost. encontre!o dri, (arrebatada) Tao Kindo, eet Cxesst (forte) — Quer ser como eu, quer [AIAIDE {veemente) — Queto, std. Quero. Ciiser exnttada, grtando) — Ter a farna que eu tive. A vida. © dinheiro, E moreerassassinada? ‘ALAIDn fabstnata) —- Fui a biblioteca Ter todos os jornais do tempo. Li tudo! ‘cuts {transportada) — Botaram cada anincia sobre o crime! Houve um eparter que esereveu uma coisa muito bonita [ALAS fallaando-se bruscaente) — Espera,estou-me embrando de uma na Espera. Deixa ever! Mamae dizendo a papal ‘Apageseo plano da alcinagao. Lv no plano da mennéria. Pai emde) Mar-—Grus! Até pense ter visto um vulto —ando tao nervosa. Também veces conredores! A alma de madame Clessi pode andar por a. Pare Perca essa mania dealmal A mulher estd morta, enterradal Mar — Poise: {Apaga-seo plana ca meri, Liz no pao daalucinagte.) Mapane-CLssi— Mas o que foit siaot Nada, Coisa sem importancia que eu me lembre, (forte) Quero ‘Io ma senhora, Usarespartiho, (doce) Acko espartifho clegante! curser —- Mas seu marido, seu pai sue mie e.. Liat Hoste (para Alade) — Assassin {Apagese 0 plano da abucinagao. Luz 0 paleo da eaidade, Sala de ope- raga.) 26, [Nuss Roonis Teno G cas Pacouoeneas J Visti ot NOWA PainteiRo MeDico — Pulso? 5 ‘SEGUNDO MEDICO— Cento e sessenta, : Prusetko Mepico— Rugina. SPGUNDO MEDIcO— Como est isso! Peivtto MEDICO— Tenta-se uma osteossintesc! ‘Tanceto MéDico— Olha aqui Panveino Mepico — Fios de bronze (0 homer afasta-se. Mesa desaporece. O omen carrega a cndeira,) Howtent — Quanda quisercarregar 0 compo, ev ajudo, (sai) ALnioe — Ble esta, Ali ust (admiraia) — Fle quem? Aaipe (badso)— Mew marido, (Pausa.) Panarixo Mepico —0 asso! “TeRCERO MEDICO— Agora ¢ ir até fim, Pristio M@bIco — Se nao der certo, faz-se a amputagio, (Rucmor de eros crngicns) Prato Meoico— Depress! (Apaga-se a sala de operagde. Luz no plano da alucinago,) Homa (para Alaa isto) — Assassina! CLESSI(espantaca) —O que? Howes (indicando) — Ell Assasinal CLesst (para Alnide) — Vock? ALAIDE (nervsisima) — Nao me pergunte nada. Nao se. Nao me lembr {um lamento) Se, a0 menos, soubesse quem & Lia! ‘HoMes (angustiado) — Nao tem ninguém aqui? Quero chope! ALAIDE (ert panico) — Ele quer-me prender! Nao deixe! CCurssi(assombrada) — Voce... Matou? Voce? ALAIDE (deseperaa) — Matei sim, Matel, pronto! al ‘Hoseew (queixoso) — Mew Deus! Nao tem ninguém para me scrvit. ( angtista) Ninguém! (olha para Aide} Assassin ALAIDE (patéica) — Mate. Matei meu noivo Howto — Fla disse —"matei mew noivo", Foi. Eu asi ALAIDE— Nao assist nada! Nao tinha ninguém. Li nao tinha ning Enao foi meu noivo, Foi meu maride! CLESst(frivola) — Mavido ow noivo tanto fx ALAlDE(histérica, para o homer) — Agora me leve, me preuda —sou Hoven — Nao prendo, No tenho nada com isso! (anguatiado) Nao rninguém para me servi? (melanclico) Ninguem! (C1rss1— O senhor tem a cara do marido de Alaide? ALatDe — Tem, sim. Ele vai dizer que nfo, mas tem, Howes (grave) —Tenho, Pisssi— Vivo? ALAIDE— Mort. (Aide gia less Aponta para wn iis cadaver) Atsine — Vi? ‘Criss — Estou vendo, Mas voce. sau ‘NLAIDE— En, Ola os pés, Assim — toxtox. (Faz a minsica coreespondente.) ‘ (Bucina. Rumor dederrapagem. Ambucldncia, Alaide ¢ Clesi ives.) ‘614391 — Mas por que fz isso? ‘fre Eu nba mojo des Bone (es cnn) a tir dlsse: "Eu queria ser madame Clesi, Pedro. Que tal?” (Apaga-seo plano da alucinagao, Luz no paleo da menéri.) ft Rea 4 Pec cc re aa : (Cantarota Danio az.) ho (gritano) — Agora dig Dia, [ALAIbE (maliciosa) — Digo 0 que a8 Pano — Batt no fila! ret av ain oie Ae) AIDE (num tse ep Ae peraie) — Tem algutm querendo me Cust Too sel © que eu tI due eu quer ser € como vot matou Peo. AIAIDE'— Interests, stou-me tourme lembrando de uma mulher cantata Tem um Sea meogeet ™ MP ‘LESS! — Deixa a mulher de véu. Como foi que e mato? Alb atments)— Esou sent um ceo dee ores Exo at enon rm oo cu mate Nem de yma cabera tao embaralhada! Comego a me lembrar, St esque ‘© motivo, Naquele dia eu estava doida. ane (Trevas) Voz pe ALaibe (das trevas) — Doida de wD Ala das tens) — Doda de ai. Tales por casa da mulher do wu. Anda nose quem ela é mashed me len Pedro etna (Lz no plano da meméria. Pero lé um lia.) ALAtDe (provecadora)— Voc® ndo acaba Friglaven patel alata ALALDE (com iritago) — Pos DE (com rita) — Por causa dos seus os voce at esquece que ew PEDRO (conciiatério) — Nao seja baba! (Levanta-se, quer abragara muher,) ALAIDE (repetindo-0) — Fique quieta! Nao, no, ji clisse! (Pedro insist.) ALAIDE(entda) — Nao quer! Va ler Fino (ano. Mabou oz DE CESS (mcrae) O acm ssa mulher de vat ne Naa te ai ‘Alaide! Lae Ieee) Nos sin oq Voc nem meg ‘com esses fingimentos. ee OHO fin) Dee dese crane enh Un AIDE (intransigente}— Nao, nao vou, nao! ta. an (repele-o) Também vou ler! cat ie Pron =O gut? a) Perot ucas Pwoonontcs / Visto Be Nows 39 ‘avatog (enigntica) — Voot nem faz ida! Um disrio! © disrio de uma ‘grande mulher! (Trevas,) AAD (nas reves ao mirofone)— Ele nao sabia por que eu estava muda Hoare dada, Como podia saber que era um fantasma—fantasna tde madame Clessi —que me enlovqueci Vou pe CLrSst {inierajone) — 86 0 meu fantasma, nao. E os outros dois fantasmas? A mulher de véu e Lica? Von AAIDE —- Depois, eu vejo isso. (outro tom) Se cle soubesse que i (Lae no plano da meméria. Pedro We) oy stat AL wel Anatoe (provecante) — Pedro. (dizo nome de maneina cantante, desacando “i atlabas: PE-DRO; silencio de Pedro) Ab est assim, her! eto (oem 38 voltar) — Quem manda voce fazer 0 que fez? ‘Atalok — Ew no fiznada! PeORO — Me repetin! Freie Repel sim. Eu nfo gosto de voce! Deisel de gostar hi muito Tempo! Desde o dia de nosso casament0.. Panwa tlevanta-se¢aproxinuse) — Bobintal ALaIbE— Seria! (Osdoissotham.) [AtAlbe (fcundo de costas) — Gosto de outro. DeDno (apreensivo) —Alaide! Olhe o que eu the disse! aanbe taintoza) — Gosto, sim, Gosto de outro. Que € que exté me ‘lhando? PEDRO (com cere ameaga) — Nao continue Alaie! Feapr No minimo, vce est pensando: “Se ela gostasse de outros nto iia.” Acerte?| ‘PuDno Woot € completamente doida! ann Por que que voct nfo se ofende com as coisas que estou dizen- do? ‘PrDRO— Vou ligar ao que voet diz? AuIbE Grdnica) Akt Nao! (exaltada) Voce faz mal em dizer que nic srt cis muncaasoa mulher. Um marido que di garantas de vida et liquidado. PEDRO (iritado) — Nio provoque, Ala sanoe (cxaltata) —- Vou abandonar voc fugit daqui! Quero sr Tite, meu fitho! Livre! Tio bom! Sct ca PEDRO (impulsive, pega o braga, tarce-the o pulse. Terivel} —Nao disse ‘atbe (ous de dor) — Pelo amor de Deus, Pedro — si, Nio, Peo! (Pedro larga, Alaide esconde obra;o machucao nas costas.) AIAIDE (ofegando) — Voct me machucou, Eu estava britcando 56 (Perro via-the as costes, Acende, com a mito trémla separa Alattl) um cigara. Vota. AAD deiner pura) — Pedro, mina pol ‘apanhar para mim? Quer? ae {Peto ei paar, Abis Repl abi, Made sper um era invite cosa go i poses, ents Pos cai em etrmara lenta.) (Trevas.) : a Yor De ALADE (mirofone) — bu bai agi des, acho rn le cae ants de ne gh ae in : ctor at. i) You Cus (ions) —Mas como como fi qu va aranou ofa? Vou Db RADE (monje) — Sl Apel (att Sere Beno que ele pode estar vv Nao se aca, eu Deu Neva en ‘sei que fosse tao facil matar um marido. ce Clee mo plan da aucinate. Ald Cle sentadas no cho eno lgar gsi eto adver i.e dua oan 1st — Vamos carrey ra abe) Cita ‘Aalbr —'Um morto€ bom, porguea gene dea num higar quando ‘olla cle ests mesma puso Cust Voce est mesmo senlind um chiro de rest ALAIDE (apa) —Vamon erga nau tom) Sl para 0 Deut Noten gu (we fm) Mes par onde, ew us Agen exon dic da cana AIDE (desiperada)—~Mas ele pode car lt vida ita, Oempr- {ado qando or aramaro quaiodewshe e® OP CuSI— Agile pir. Pde ir pale, ALAIDE(agoniada)—~ Vamos logo nto? ust espicnd)— Oth, puxo por um brag ewok por outro cain. Quer sro homem?(acariciando o morte presunivelmente Ntson Rooms /Teammo Cowen Pacas Psteotaciens Vb0 oF Nowa tate — Aeraslando 0 corpo, faz-se menos forga (Cauda sma pea pelo brago de un invisivel cadaver, ar zum respective esforg. Angueiam.) rastando-o. Reati- (Gnira 0 homer de capa e guarde-chusa, Aproxini-se, As dua olan, sen dizer palavra.) Hoent (pert de Alaide) — Assassinal emuudecem os personagens, Rumor de derrapages: gio. (amobitizam-se Amislancia.) ‘Atal — Que € que esti Prenda — ande, sté com. Vamos para a polica? Howat — Assassina! (Trevas, Lz wo plan da memséia, Quatro jormaleiros, um ene cna ar.) ‘me olhando? Nunca me viv? (wutro tom) meio? (para Cle!) Voc’ ouviu um grtot Praxsino PEQUENO JORNALEIRO — Olha A NOITELO DIARIO! A mallee aridol Gina A Cuambraucee que matou o mati aU SecUNDO PEQUENO TORNALEIRO — Val querer? A NOITEL “Tragédia em Copacabana! “Trncetno PeQUENO JORNATTIR QUAKTO PEQUENO JORNALEIRO PetRo PEQUENO JORNALEIRO — (0 DIARIO! {0s quatro jornaleiros repeten, ao mesmo tempo, os pregbes aca Tre- tas, Lutz no plano da alucinao.) “Auati: (ogustiada) — Papai e mamae, todo 0 mundo vai ler nos jonas “Yao par 0 meu retrato! Howen —Por que voce matou seu marido? 10 — ANOITE! DIARIO! Morreu o Coistt ‘DIARIO! Violento artigo! fi leu ai ‘Ola a meller que engoliu um tijlo! 30 'Neson RooRGUES/Teato Courier Cussi (itervindo) — Ele era muito ruimt! O doutorndo imagina! ALAIDE (veemente) — Ruim nada! Era até muito bom. fexctala) Nobre! CLISSt — Boba! Voce estragou tudo! Atalbe— Mas eu nio me lembro por que matei — nao me lembro! Hoot — Buse ‘ALAIDE— Ente digs, Howtest — Hé mulher no meio, (confidencial) Umma mulher de véu. "Tem ‘um véu tapandoo rosto, Percebeu? Acalbe (surpresa)— Uma mulher de véu?(animada) Mas 0 senhor entio deve saber quem & la. Tem que saber! Diga! Hoste — Nao digo, (cumprimenta) Com licenga, Adeus! (antes de des. parecer) Lembre-se de seu casamento! (Sai) (Trem, Luz mo plano da realide. Redagi ecas,) ‘Muti (gritando) — Quem fila? : REDATOR Do DiARo (comendo sanduiche)—O Didria, Mutner (esganicada) — Aqui € uma litora REDATOR DO DiaRIO— Must bem, Mutter — Eu moro aqui num apartamento, na Glotat Vi um desstre horrivelt REDATOR Do Dido — Uma mulher atropelads, ‘Muti — A culpa toda foi do chofer, Els passam por aqui, osenhor nto imagina! Entdo, quem tem crianga! ReDATOR DO Di4RIO— Claro! ‘Muti — Quando a muther vi, jer tarde! © Didr podia botar uma reclamagio contra o abuso dos automéveis RepaTor bo Diag — Vatmos, sim! (Destiga,) ‘Mutt (continuando) — Obrigada, ouvint (Preas. Lz no plano da alucinago. Aide e Ces no mesmo lugar. Mes no cht, deitado, esti realmente um homem—o mesmo de semper, Rea, pa diferent.) AtatDe (perturbada) — Que & que tem meu casamento? Ele disse: “Lem bre-sede seu caremento.” (Som da Marcha nupcal Ala levantarse. Fas tm gest como que ape- leando a cauda do invisve vesido de noiva, Paz ques ajete) (Cu8881 — Bonito westido! Quem foi que teve a idetat * cs PeronVion seNas iret 4 mum fe A ginal € Ate anspor) — Ba v Mi reste glib Cnt sein dni wei) fut (von ane pcan pom men ps) Ed gue ma or ‘tds nat emo cewaome rate Quer die que 0 out9 / nena! = Pram Desa. ote impo Anoe— Ah Pere no — eft ine nme de nea) — Me esqueci que fiz mal onoivo vera (vira as costas) - riko — sso é erancicel Agora mo adianta! Ja vi [ALATDE (supicante) —W, Pedro, (tra a me de Ati) ‘ata (conn um ard sondanbuts) — O bouguet, marc Gis —Stamfendopodeser {A mae volta eos marcha a8.) 1 Voct sei no quarto sem ningun, ieee ge pate © et Ve poe Ket strana Leioest (Morcha ape Aide fa mii cd gem 0 (ide ltd ena, ron de pass Pat —Tude pronto? ALAiDe — Quase. Vi a= Vo fen Mag—Esthatd. tau ‘ALaDe (vinando-se)— AMD. Lar 1D. Laura — Como vai tocar mesmo a Ave-Maria de Gounod) papal? (Beijan-s) ALALDE (fect, expondo-se)— D.Launam—Linds,Umamort [STAID — Obha, papal. Desculpes 1D. LauRA— Ora; minha filha Que ala sua nora? Muito feat soa 365 Nasow Roos Ttmo Gauneny ip PHAS PacoLas J VEsTNO DE NoWA -ALAIDE (pore o poi) — Ou Ave-Maria de Gounod disse — uma noiva nunca Ave Maria ce Gounod, ou, ent, de Schubert cxass1 — Sim. Tina que ter mais algném. H isse — um Faso questo, Outea nao serv Seber, ] COPE oatandonads nahor devs! Phin eméria) — Antes de mamae en tbr (ema qu fend ui exfoya de mera) — Antes D-LAIRA— De Scher ou de Gouna, quer uma émuit bonita | SMe Sop Deb cer am Lz no plano da menéria Aa, esta rearente de moi, st sea (Daur parce nt presen de ua eso eat ent aa Cae ia geo pl agin sans MMe Vina. Divige-se a essa pesson ba invisivel, beijando-a, presumivelmente na Hv werdadere, grace, quase do tamanho de na pesoa. A grinada nao cst posta ada, Alaide soz.) : ara bel CxEss1(nverfome) — Ab Quer ver uma coiss? Quem foi que dL (Paso para uovarespsta gue ninguéms ouve,) ae Leet gti ona D. LAURA (rsonha)— Quando 6 0 seu? {Diante do espelho, Alate ets retocano a toilet, ajeitando cables ome perso test) recuando eaproxinnanido 0 rasto do espe et.) 7 vestiu vod? Foi sa Cursst(nierine) — Ah! outra coisa! Quem foi que ‘mite? Nao? Pois & Alaide! D, Lavra —Desculpe, Eu no tina vist voce. D, Lavra (maticiosa) — cheia de vida. Pal (para Ala, que etd prona) — Ent vamos! Qual 0 qué? Esté ai, nao acredito! Ta0 moca, tio (Lue amortecida em penurnra. Entra wma mulher quase que magia © Lara jaunt quar parsa sel peson parade Siar Um topes La ora) ” sis gente? Olha ait a CLusst (microfone) — Nao disse que tinha que ter mais gent Dt —Coled com aa fon) — 8 2 : . - taginiriacauda eentrega-a a Alade.) A eee kernel AIDE (nus itm olay) — Ni falta mais nada? Alb {agoniada) Mas eu deixei a linha branca ino sew quarto! Viuina Mie (ohando mtn) Nada cher ee ee PAI (impaciere) — a € tarde, Vamos devcer Muinen DE-VEU (taciturna)— Vi. Nao achei nada, (Marcha nupcial. Treas.) ihe - ALaIbe— Na aveta de bao? . Mute vi — Tamer : rest Fiat po Priscino ATO, J TALAIDE fimpacente, retacando tt detail da toilette) — Voot ests to es- : as : elms wis ' ; A ee cee) (A mulher de vée procura ajetar qualquer coisa no omro de Alade.) > SEGUNDO ATO. oe ALAtoE — Quer chamar mamiie um instantinho? (iio squad at. Tees, Ve de Ali les ao mijn) (steno) Css! —£ impossvel quent haido mais ci ss io tha avid mais casa ae (vir) — Quer chamat A. impacto rir meni) roa ie lembo, Cl tain (vr icant as estas) — No, Nao cham singuen. ‘Bo cma meni ti ant ares) Vi vee! (Cusss1 — Olhay Alaide. Antes de sua mée entrar, quando voce pedin 6 ne inde poe rouge lentamen vise ont vez para multe de ‘ongue, linha alguém la Sem ser Pedro? ALMDE (sorientada)— Antes de mame entrar? 1) — Ve’ tem algama cosa! Mutnita pe YEU {ule costas) — Buf Nio tenho nada, Nada, minha ‘iba "Nest Rooms? Tearko Comesto (ficando de fente para Aluide, répidae rispida) Voce sabe muito bem! (viofenta)Sabe e ainda perguntal ALAIDE (evantando-se ¢ aparhando a coxda) — Chega. Eu mesma you 2 chamar (mer d ca ip sade eens na ne de ; Allaide.) . : iy ALD ata) — Que 6? (ora tom) Eu acho gue vo do St egtandebe Maen (mata) — Some ede Nowa Sar gad (Maguinatment, Made sntase na banquet, thd, com epant, a tmther dev eta mosis bastante ext.) e ALAIDE (numa lego nga) — Mas eu preciso da linha brant ‘Mots ne vt — Primelro, vamos conversa (sonia Liha banca! ALaIDE—Voe8 va querer dict agora! Agora Mout De VEU (extade)— Entiol Porque nao ser agra? Que & que tem demas (nour tm) Banc ale nunca dis na, nas sea oe em que me oui AIDE (gritando) ~ Tem gente ouvndo! Tae bz Mutter De VEU (excita) —~ Eno voce pena qu poi roubae o meu amorade fer por iso mesmo? ALAIDE (ere supicat etimatva) — Voce nto vi fazer nad! ‘MULRER Ds VEU (com desrezy)—~ ABI Esti com medal Grd) Nour Casumento até na porta da gia desman. ‘ale (com mais conan) Maso ews de Mou be viv (aprximandorse)-~ 0 be no, cota! (nowt tom} O seu, sim! Voce nao me dette Aide. ndo me deta ALAIDE(eguendose)—Emtzo maa nese tom! MULHER DE VEU (ares) ~ Fal, filo s voc duvda fo excnda- agora mesmo Agu, quer ver (Silencio de Aaide) MuniteR De VEU (ameaudora) —Seeu dsser uma cosa que sei. Uma coi- sa. que nem vocé sabe! AIMDE (btixo) — O que € que voce sabe? -MULHER DE vAu — Se eu disser — Alaide —duvido, ¢ muito, que ese casamento se realize, (Cmobitzam-se mulher de véu eAlaide. Depois,tevas) 3” pugas Poconos) Visribo NWA fe veu disse: “Duvido cussa (imirofone) — Voce parou quando a mulher de véu (Acende-se alu. Sé Alaide ea mulher de ve, amerior.) na mesma posigta da cena cust: is Hum 0 (ead) gue fet Su ies aera eae nao protestou antes? Por que 130, es ‘ver até onde voce chegava rt ng ng ne sabia que eu estava namorando io, “namoro"2 Ui flirt um frea-toa! i Voce quer dizer @ min que foi flirt iia} — F aquele beijo que ele me deu no jardim xe voce veuha recordar ess cot )) Viv ow nto vint (Hatem na porta.) _Aiale (em pinico) — Ola mame MAE (da prta)— Aa! ULMER DE VEU (Baise resfta) — ree que ai. Olhe 0 que Mar ne Vl) —H vi (ar Ae, bie Fis ° Ee cad : {com naturalidade) — Ja chamamos 3 senhora. Falt Deine que eu respond! ego a wa presurnivel port.) MULHER DE VEC EG que é ve vets eto frend a eee 368 1Nnso Rone Tearvo Conner MULiex Dr VEt)— Alaide jf etd quase pronta, ‘Mist —Abre. Eu quero ver MUtitER DE VEU (com intansigéncia brincathona) — acaba, MAF — Que meninast ‘MUisten De VEU — Daguia cinco minutos — esti bem? MAE—Entio andem, 86 depois de (Mather de véuvota-se para junto de Aide.) LAID (avertndo) — Mamae deve estar estranhando. ‘Mutiter Dr VEU — Nao faz mal. Deixal (noutro fom) Se vocé do fosse 0 ‘monstro que & ALAIDE (edpita) — E voce presi, talver? MULIE:R DE YEU (puttin) — Pelo menos, nunca me casei comt os seus ™moratos! Nunca fizo que vot fez comigo: iraro ties hometn que et ame! (com a posiveldignidaate dramadtica) O tnice! ALAlbE— Nao tenho nada com isso! Ele me prefer a voce — pronto! ‘Mutniex De VEU— Preferiu o qué? Voc? se aproveitou daquele més que eu fiquei de cama, andow atris dele, deu em cima, Una vergonha! ALAIDE (sarldnica) — Por que voce naw fez a mesma coisa? ‘Mutner be vu —Ewestava daente! AALAIDE — Por que entao no fez depois? Tenho nada que vocé nao saiha ‘conquistar ou... econquistar um homem? Que nio seja mais mulher —tenhot ‘Mutat De vet (agressiva) —O que me faltow fo seu impudor. ALAIDE (nipida) —E quem & que tem puidor quando gosta! “MUILMER DE VEU (atueia) — Bem, nio adianta diseti. ALAIDE (agrssivt) — Nao adianta mesino! -MULHERDE:-VEU — Mas uma cosa a6 eu quero que voce saiba. Voce a {oda me trou todos os namorados, um por um, ALAIDE (irdnica) — Mania de perseguigdo! ‘CLESSI(microfone) — Entao vace tirow os namnorados da mulher de véu? (Pause para wna replica de laid que ningnéin ouve,) ‘CLESst(microfone) — Também voct nto se lembra de nada! Procure vé-la sem véul Ela nao pode ser uma mulher sem rosto, Tem que haver us rosto debaixo da ve, (Pause para outa riplicn no vida.) (CLESSI(mcrofone) —Daqui a pouco voct se lembra, Aide. (Treva. Laz no plano da realidad. Sala de operago,) reas coLocaes J VistbO De Nw senco — Pact Pntbno MEDIC (pein) — Pings. Sueno MEDIC Bonito corpo. enn MEnnco— Casa — oa ang (Gum deference) rierRo MeDico— Aqui €amputagio. Texcrito MiDIcD — $6 milagre. Panto Maico — Sertot. Er A eae pean circadian or mare no plano da alucinagao.) (Luz no plano da mesa Maid e mulher de véw) ‘com Pedro voct ert Muti px yeu (continuo a frase) — w mas com Pedi Laz wera sare nde grat.) a i ena ownecor com de dna bo ih ia li que voce errou. untae viv — Pls por to qu eet dnd A ron) Ae Nii Acute ee eo mets moras. Mas a. as) 6 : sun rap) —Va pra tlle wpa caer is) Monin or Voc ver. notre om) Ni ropsamene ooh Toit ior vou roubar ALAIDE (iroica) - ‘ec Rootes Tex Cour _ Mutter or ve — Voce pode mort, minha fil, Tol mundo ao ALAIDE-— Voce quer dizer tabver que me mated DMouitx DE VEU {ras a i) Que abet (nour tom) (io) Vow ‘cha queeu nto paso mata ose! 35) (uz plano da acing onde x una mul : ; if etd una mae, sparta, com C| mtd 1905, fas. sada teo te eae, & soe senha depois carprinetar orden preset ad at ‘tum lacs echoes. ae ms pla da memes AAD afimatin)— Voce no ei corgem. Did! Mouen vi Taker no tena coraem pare mata, Mas para iso tenho! ga ot (Esbofeteia Aloe, Esta recua,levando a mi a face, Luz sobre Clesi eo rnamorado, Clssi mura vécamier, Narorado, uniforme coleial eign, O ‘pas fem a mesma cara de Pedro, Plano da memdria) $a. ‘Cesst (carinhosa ¢ maternal) — Eu gosto de vock porque vocé é crianga! ‘Tao criangal : earth ss a utaNo (opie) — Val Vamos an piguenigue ananbit CLESSI (negligente)— Onde & eee : Fiano Paquet Todo mundo van bara ds de, Cir Nao FLLANO (ouplante)— Amant domingo uss aie dar ete) To brane dees ano As nlhres ‘6 dovam amar merino de dress aoa PULANO Compre plod) — Nao ade de asta Val? uy Nilo peco mais! i : ba ae Css (om dpa) — Amant, nto, Teno un compromio Land (mele optim) Eagle que cule diac Cuesta melembral © que FAO (meg splice) Quer mone comig® Fazer um puto comoagues dit amorndas dies? Cust emer) Lind Tam ov abel inst (Luz sobre Alaide ea muther de véu.) ALalbe (uperior) — Pode dinero sue aust. itt) Sou eu gue vou «casa, ndio é? Entao nao faz mal. i a DMULRER DE VEU Out cot oc et cet de gue 8s no est? i (Silencio superior de Alaide,) Pecas Pacoudntas I VerBD DENOWA a ot m -MULiER DE VEU —Esté mais do que crente,é claro! Poisolhe: sabe quem & ‘esse namnorado que et arranjel? Tantas veze vim conversar com voce Sobre ele! Contar cada passagem, meu Deus! (com iron) pois lhe: ese rramoraclo era seu noivo. Seu noivo, apenas! ALAIDE {cortante) — Mentira! Nao actedito! IMOLMER DE VEU (superior) — Entao é—entdo é mentral ALAIDE (afirmativs) — Nica, nunca que ee Ihe daria esa confianga! -MULNER DE VEU (irtante) — Mas ndo € isso que interessa ALAIDE (agressive) — Mentirosa! dens tapes MULMER DIF VEU-—O que interessa€ que voce vai mofrer, Na sei como, mas vai eet ent. me csarei com o viuvo, $6, Tipo da coisa natural, Séria, una malher se casar com urn via, (Alaidesenna-se. Merguha o rosto entre as ms, Laz no plano da aluc- aga.) HONEM DE BARBA (nt gest largo evoe grave, radon oratéria) — Estd inreconhecivel, Moti ivatat — Também, uma navathada no rasto! THOMEM DE BAR (descrevendo a golpe) — Pegou tude iso aquil [Ravaz ROMANTICO (lrico) — Foi tao bonita — nem parece! (A mulher arsine edo ise ef qe levana we qe Gur aed oot de uncer five Laz bre Aide ea mur fevea) Ataioe (ameasadors) —Vou dizera Pero gue vac me cont! Un EAT Seder vero cso qo eu fg! Experiment! (Baten na porta.) Muti pe véu — Quem MAE — Sou eul -MUtHeR DE VEU — Agora esti quase no fim. Misr — Mas parece brincadeira! MULHBR DE VEU (cinieamente suplicanze) — $6 mais um pouquisho. De- pois, nds chamamos, Esti bert? (Lue no plano dl alucinagdo. Outro diflog, junto ao caixao fantdstico, ato anlar de wu volta para junto de Ala) Muner wvaruaL — Que horas siot Howat DE BARBA (consltanda o reldgio de corrente) —Trs horas da ma- aha. : RAPAZ ROMANTICO (patético) — Pensei que fosse mais. omen Baha (tia laboriosnmiente tm vasto tengo, do bose iraseiro da © ala sos erpitoamene) Tudo porge el nd quia um wae Ith INATUAL — Dize que inham combinado mores juntos. Na ii hora, ela nao quis, Ele entao, ‘ lon DE nea — Me diem o nego do piqunigu Muuuan NATUAL fdr) Disc tani ola gente munca sel (Cuz no plano sa meri. A nur de prose de Maite, de pois de apanhar a grinalda,) . eae Metuin ve VE fri) — genase Abe (recnando o oro) — Dei que eu po! Mun 1 ved Buea pone. Bz do, Fag mai io AIADDE (cm anc oande-)-—- Pot por Sao que vet pedi a mame ora me ve MUtHER De VEU (ilota) — Fo. ALADE (chorea) —- e, Bob, sem desconie! Pambém 3 mamde ‘eiou! (tues de véu quer coocagrval ALA como ae agin a cont plete) —F 0 me toque! (Bite na porta) cts eV fexosperada) Oh! Me Des serps ALAIDE cata Ea voc’ deseja minha etal : Pro (da porta) — Alaidel : Mota VU (at oe) — Pete! ALAIDE (rouaro tom) — vai Pedro, (pana a mules i a8 1) — vai Pedro. (para a muller do wu rispila) Vi MULHER De VEU (Baixo) — Nao diga nada do que eu PLE De YE (bin) — Nao ig naa do use Ie die, Sendo (Asda lame pian. na det pot A coloca a grinalda.) bea veono Gov) —D. ia intgnd, Medi quevostse aca onde cosas ogee CASS (fone) eq cole icons acl ADs rane Bohpen drama (Auli deve fhe, pemanc dca) 010 (cura) —Un ben! ALAIDE (aad ofhano para o espelho} — Voc don pede? eee a Ntson Roos (Tratko Conera vate com dengue) — Assim estraga a mina pintura.Ealém disso) (Alaide inca a maher de ve) nko (cinico) — Ela Fnge que nao vé! | ‘Mutter DE VED — Atévou-me embora. weet (chev deironia) —Ela €rmuito ecrupulosa, Pedro! Voot nfoima- | sa s ha can icone) Se ose comign eu deaancavao casein! CaS oie cc) — Vacs feb do gue es The ise, Alsi! eon ferns) — Ove fit Troi Rada Gi em rportns. Ae ara amutrdeven)-—Vost em mamorae? Mune bev Gr) — Porat aor ua) Por nada, Se nia to ea! PED (ch ero co preside) Tv, Ele vas asa om) pei pao o home € wm vio aac Mote pe ves Mute Yn)” Ne al la gosta dels meso aaa ean F got, am, Nangoem em ada com sol ae ai) Dever dy Liga cia anes ie ea chor. PED pane muito bs. Anda ps =n Pra est rea it Tea do ao efor, imporande! Pe eee ee ara Temas anda depress depois N00, hr batt csamenta aor Te er que 0 outro case va provera rs oamentgio™ Pr let) Dei Nz em impor iar (queixa) — Abt Pd! Puno — Que fot FE OMe OF ae coascom dengue) —Me esq fama 00 peta noi ante Nao bor pena etn oso crane! Ago ne adit! 6 fintbe = Vi, Pedro, mobilzam-see ermudecent Alade ea ther de vet) cust (mcrfome) — Bern. O resto seh, Aad, (oust tm) © ave (Parece ouvirwmt aparte que ninguém ouve,) “cussst(microfone) — Ah, voce tinha pulado outra coisa? Que fiz i.e vo eso Roce /Tearto Corto [Munitea De vets — Nés somas trés cinicos: eu, voc’ ¢ ele, Voc® ainda & pior, porque quer ser inocente até 0 im, ALAIDE (cont raiva concentra) —E- melhor eu calar minha boca! “Mutat De viv —Ele tio natural, perguntando: *Vocé tem namorado?” (Que idéia ele faz de nds, meu Deus! ALaibe (revel) — Bu sei que iia! -MUUiER De VEU (veerente) — De mim, que sou uma pervertidal De voeé, ‘que € uma idital(sarddnica) Em tod o cas, prefio mil vezes set per vertida do que idiota! Atalbe (indignada)— Voce ainda acha preferivll Ainda diz. que é IMULHER Di VEU (Sarddnica) — Claro, minha filha! Entao nao & “Deisem, 4. Ligia entrar. Coma ele €infame — esse noivo que voce arranjau! AIAIDE (irnica)— Assim mesma vocé gosta dele! [MULHER DE VEU — Gosto, Amo, Mas gosto sabendo o que ee &e par isso mesmo, Mas voce... Ab, meu Deus. Aposto que nao acrecita em nada do que ex conte ALAIDE (enfurecda) —E no scredito! (Trevas para que noves personagens entrem no plano da meméria) (CLES (mcrofone) — Al, entao a pessoa que d, Laura beijou na testa —a tal que voct nao se lembrava quem ert — éa mulher de véu? O que fo queas duas diseram naquela hora, Alaide? (Las 10 plano da meméria. A cena do quarto de Alade, no pono em que lona Laura, jd vestida de grande gala, est flando a uma pessoa, que éa muller de véu, Prsenteo pai ea mae de Alatde, tahim vestidos para a cxriménia) . LAURA (para a muller de wu que esté wn pouco retirada) — Desculpe. Eu ni tinha visto voce Munir pe ve — 0 fz mal (D. Laue beija-a na testa.) DD. LAURA (risonha) — Quando é 9 seu MULHER DE VEU — Tem tempo! (nour om) (com certa amargura) Nunca! D. LAURA (maliciosa) — Qual o qué! Est al, ndo acredito! Tao moga, two cheia de vidal Pat (para Alaide que esd pronta) —Entto, vamos. (Som da Marcha nupcial. D. Laura fz um gesto qualquer para a melhor de vue vai para junto de Aide.) D. Laura (solicta) — Cuidado com a cauda! Pacas Pca Visto we Nowra a | (Apanta a cauia, gue entrega a aide.) | ‘Atal (mune ite ofkar) — Nao falta mais nada? | (rodosotham, estado sittados como no final do primeira.) | se and em ara) — No Aco ane apianers Ne depadone) etd Vanes deed 08 so a da Matcha up sono pened aent Fc oo eae pati Luronorecia Oss toma ro samc pous pra. cen oc vance ane) urs (mire) — Ent a mulher de yeu ni 2 Atal (em) — Cutt iden) — Por qe? Seni i — No que. De ani nha, No ge me vt depois qe, enqunto ns esperdarms no alo a hore de i, trade voltou pars bia atmuther dew {(Luzmormal no plano da meméria. Entra digi, apressada, A mulher de vi na mesma posto.) ‘Mar — Voce ainda est afé Todo o mundo ja desceut ‘Muine Db VEU — Eu nio vou. Eu ficot MAE (surpresa) — O que € que voce tem? ‘Mutarer DE VEO (decostas) —~ Nada. (MAF [desconfiada)— Voces duas brigaram? ‘Muti De VEU (impacinte) — Nao se, no si, Mat — Vamos! Nao sea asim! MULiER DE VED —-Nao vou — néo adianta. Esté perdendo seu tempo. Mir (oid coca) — Maso val gorau . MULE DE VEU (com raivn concentrada) — Porque nto — ora essa! inoutro tom) (de frente) Vou I a0 casamento dessa mulher! MAT (sents) — Ohl Isso €termo? “Mulher”= Mute vi (rnc) — Nao eo ote! Mae — Que foi iso, de repente? Voets, tao amigas! : -MULHERDE VEU (com amargura) — Amigas,nst Ob! meu Deus! Como se pode se ao cga!(noulro tom) Eu ia ese casamento, quando eué que devia sera noi Mat fem pico) —Voct et did? -MULHER De VEU (volenta) — Eu, sia senhora, eu! ; MAE (anspensa) — Voce gosta de Pedro! (pansa;as dus xe alham) Entao isso! eS eemreeeal

Você também pode gostar