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ECONOMIA

CIÊNCIAS: - da natureza: física, biologia, matemática, química


- sociais: história, economia, sociologia, política, direito
(estudam área da vida do Homem em sociedade. Estas áreas não são compartimentos fechados,
são independentes porque há uma unidade e complexidade da vida social.)

LEI DE UMA CIÊNCIA: conclusão a que se chega pelo estudo.


OBJETO DA CIÊNCIA ECONÓMICA
Objeto: área de estudo
Os recursos da natureza são escassos e as necessidades são ilimitadas. Por isso, o objeto da ciência económica é
resolver este problema.
Problema económico: quando os recursos para a satisfação das necessidades são escassos e as necessidades
múltiplas, temos um problema económico. A resolução desse problema implica escolhas que a ciência económica
ajuda a fazer.

A economia é a ciência das escolhas. O objeto da ciência económica e estudar uma forma de satisfazer o maior
número de necessidades possível, recorrendo ao menos número de recursos. Dai derivam dois princípios:
- princípio da racionalidade económica (1)
- custo de oportunidade (2)
1. satisfazer o máximo de necessidades com o mínimo de recursos
2. necessidade que não e satisfeita pelo facto de outra o ter sido.

AGENTES ECONÓMICOS E ATIVIDADES ECONÓMICAS


Agentes económicos: entidades que participam na atividade económica
Atividades económicas: funções para a satisfação das necessidades com os recursos

Agente--------------------------------- atividade
Famílias - - - - - - - - - - - - - - - - - - - consumo
Empresas não financeiras - - - - - - produção de serviços e bens c/ fins lucrativos
Admin. Publica - - - - - - - - - - - - - - satisfação de necessidades coletivas s/ fins lucrativos
Instituições financeiras - - - - - - - - prestação de serviços financeiros
Resto do mundo - - -- - - - - - - - - - todas as outras economias

Consumo: atividade económica que consiste na utilização dos bens para satisfação das necessidades
Produção: transformação de recursos em bens para a satisfação das necessidades
Redistribuição do rendimento: o Estado subsidia famílias + pobres com verbas de impostos
As atividades económicas são:
- produção
- consumo
- distribuição: transportes e comercio
- repartição do rendimento: rendimento resultante da produção (salários e lucros)
- acumulação: reservar recursos para produzir no futuro

NECESSIDADES E CONSUMO
NECESSIDADE: estado de carência que urge ser ultrapassado e satisfeito.
As necessidades são múltiplas e variadas e estão permanentemente presentes no nosso quotidiano. Dado que
constituem situações de mal estar, os indivíduos têm procurado a sua eliminação, sendo o consumo um dos meios
para tal.
Necessidades ------------- consumo

CARACTERÍSTICAS DAS NECESSIDADES


- multiplicidade: são ilimitadas e variadas. Ex: comer, dormir, vestuário, saúde, etc
- substituibilidade: podem ser satisfeitas por bens alternativos. Ex: quando não temos leite, podemos satisfazer a nossa
necessidade de cálcio com um iogurte
- saciabilidade: necessidade que vai desaparecendo à medida que vai sendo satisfeita. Ex: ao fim de 3 copos de água,
a nossa necessidade vai sendo saciada (satisfeita)
-relatividade: são relativas à cultura, idade, região, época, etc. Ex: a necessidade de comer uma pizza não era sentida
pelos portugueses que viviam há um seculo atrás.

CLASSIFICAÇÃO DAS NECESSIDADES


Quanto à sua importância:
- necessidades primárias: são aquelas que se não forem satisfeitas podem pôr em risco a vida do ser humano. Ex:
alimentação, descanso
- necessidades secundárias: embora não sejam satisfeitas não põem em risco a vida do ser humano. Ex: cultura
- necessidades terciárias: as que são supérfluas e perfeitamente dispensáveis. Ex: vestuário de marca

Quanto ao facto de vivermos em coletividade:


- necessidades individuais: as que sentimos independentemente de vivermos com os outros. Ex: alimentação.
- necessidades coletivas: as que decorrem do facto de vivermos em sociedade, podendo ser satisfeitas por bens e
serviços públicos. Ex: necessidade de segurança, justiça, etc.

CONSUMO
O consumo é um comportamento económico indispensável à satisfação das necessidades e podendo ser definido
como o ato pelo qual se destrói um bem para satisfação das necessidades dos indivíduos.
Necessidades- consumo -- satisfação das necessidades

FATORES QUE INFLUENCIAM O CONSUMO


Fatores económicos:
- rendimento
- preços
- inovação
- crédito
Fatores não económicos:
- moda
- marketing
- cultura
- desejo de ostentação.

Todos compreendemos a influência dos fatores não económicos no nosso consumo. Sabemos a importância da
publicidade, do merchandising e de outras estratégias para aumentar o nosso desejo de consumir. Vamos, no entanto,
abordar com mais detalhe a ação dos fatores económicos sobre o ato de consumir.
Um dos fatores determinantes do consumo é o rendimento das famílias. Quanto maior for o rendimento, maiores serão
as possibilidades de adquirir os bens e os serviços de que as famílias necessitam. Caso estas não tenham o
rendimento necessário, então, poderão recorrer ao crédito, que será facilitado, ou não, em função das taxas de juro
praticadas.
Podemos também indicar os preços como um dos fatores que mais influenciam o consumo das famílias. De facto,
quando os preços são baixos, maior será a nossa propensão a consumir, verificando-se o contrário quando os preços
são altos.
Um outro fator de grande relevância nas sociedades industrializadas atuais é a inovação. Esta, associada a preços de
produção mais baixos, origina novos bens que geram grande apetência. Telemóveis modernos com novas funções
são, certamente, um dos bens que se enquadram nesta situação.

LEI DE ENGEL
Engel: na sua pesquisa, calculou a percentagem que as famílias gastavam em diferentes tipos de bens relativamente
ao total das suas despesas de consumo – coeficientes orçamentais. Concluiu, então, que quanto > fosse o rendimento
das famílias, < era o coeficiente orçamental relativo à alimentação.
No quadro que se segue, observamos que as duas famílias têm rendimentos diferentes (1000 e 10000 euros) e
estruturas de consumo também diferentes (cada uma gasta valores diferentes nas várias categorias de bens). No Ex
apresentado, todo o rendimento é gasto em consumo.

A leitura do quadro permite verificar:


- 50% das pessoas de consumo da família X destinam-se aos gastos com a alimentação
= o coeficiente orçamental relativo à alimentação é de 50%
- 30% das pessoas da família Y destinam-se aos gastos com a alimentação
= o coeficiente orçamental relativo à alimentação é de 30%
Segundo a lei de Engel, quando uma família gasta percentualmente mais em alimentação (C.O maior), ela tem menos
rendimento que a outra. No exemplo anterior, a família X tem maior rendimento que a família Y.

A SOCIEDADE DE CONSUMO
Após a revolução industrial e as permanentes descobertas científicas e tecnológicas, a produção, paulatinamente,
começou a exceder as necessidades de consumo das populações dos países mais industrializados e desenvolvidos.
Em meados do seculo XX, foi afirmado que o eixo das preocupações dos empresários se tinha deslocado da esfera da
produção para a das vendas. Isto é, era mais difícil vender do que produzir. Surge, então, todo um conjunto de estudos
para encontrar soluções para escoamento do excesso de produção.
O marketing passa a ser tão ou mais importante que a produção. A criação de novas necessidades passa a constituir
uma estratégia de escoamento da constante e exponencial produção. Consome-se para escoar a produção! Estamos,
assim, em plena sociedade de consumo, uma sociedade de abundância, com bens baratos, de duração limitada e
produzidos em série. Para escoar tal profusão de bens, o comércio adapta-se – surgem os grandes centros comerciais,
os hipermercados, grandes superfícies de consumo centralizado, em horários alargados. O consumo massifica-se, com
a oferta de bens produzidos em série, a custos baixos, sem grande qualidade ou duração.

CONSUMISMO: é o conjunto de comportamentos e atitudes suscetíveis de conduzir a um consumo sem critérios,


compulsivo, irresponsável e perigoso.
CONSUMERISMO: pode ser entendido como o resultado da intervenção social de indivíduos ou grupos, através de
movimentos ou organizações, que:
- exprimam os interesses dos consumidores
- legitimem e aprofundem os interesses dos consumidores (incluindo o direito de intervenção no mercado)
- defendam a qualidade de vida aos cidadãos
- pretendam, através da sua ação, renovar o sistema de valores sociais.

A PRODUÇÃO DE BENS E SERVIÇOS


BENS: são os meios através dos quais as necessidades são satisfeitas.

Necessidades-> produção de bens e serviços->consumo-> satisfação das necessidades

Dada a multiplicidade de bens e serviços que os indivíduos podem dispor para a satisfação das necessidades, é
conveniente classificá-los, segundo critérios específicos. Assim:

Quanto à sua natureza:


- bens materiais: quando é possível senti-los, vê-los, isto é, quando têm visibilidade física, podendo ser armazenados.
Ex: um livro, um bolo, uma ferramenta
- bens imateriais ou serviços: quando não têm visibilidade física, não são palpáveis, não podendo ser armazenados.
Ex: um concerto, uma aula, uma consulta médica.

Quanto ao custo:
- bens livres: quando são adquiridos sem dispêndio de qualquer dinheiro ou esforço, como o ar que respiramos.
- bens económicos: quando é necessário gastar algum dinheiro para os adquirir ou despender algum esforço para os
adquirir. Então nesta categoria os bens escassos, ou seja, a maioria dos bens que consumimos.

Quanto à função:
- bens de consumo: quando se destinam ao consumo final das famílias. Ex: vestuário, alimentação ou um computador
pessoal.
- bens de produção: quando se destinam a produzir outros bens pelas empresas. Ex: uma máquina ou matérias primas.

Quanto à duração:
- bens duradouros: quando não se anulam após uma primeira utilização. Ex: uma máquina, uma peça de roupa ou um
telemóvel.
- bens não duradouros: quando se esgotam após a sua utilização. Ex: uma peça de fruta ou as matérias primas que se
incorporam nos produtos finais.

Quanto às relações recíprocas:


- bens substitutos: aqueles que têm características semelhantes e que se podem substituir entre si. Ex: azeite e óleo,
açúcar e sacarina, coca-cola e pepsi.
- bens complementares: aqueles que, para atingir fins para que foram criados, têm de ser utilizados em conjunto. Ex:
impressora e tinteiros, o carro e a gasolina.

PRODUÇÃO E PROCESSO PRODUTIVO


PRODUÇÃO: é o ato económico que consiste na criação de bens e serviços.
PROCESSO PRODUTIVO: é a sucessão de etapas através das quais as matérias primas são transformadas em
produtos finais, o que corresponde a tecnologia.

A variedade dos bens e serviços produzidos pelas economias não permite por si avaliar o nível de desenvolvimento
dos países. Para tal, é necessário agrupar os bens e serviços produzidos de acordo com um critério específico, de
modo a perceber se o país é, essencialmente, agrícola, industrializado ou se produz sobretudo serviços. O critério
utilizado, apresentado pelo economista Colin Clark, ainda é hoje seguido.

SETORES DE ATIVIDADE ECONÓMICA


-- setor primário: inclui os bens provenientes da Natureza. Agricultura, silvicultura, pesca, caça, pecuária e indústrias
extrativas são as atividades incluídas neste setor.
-- setor secundário: inclui as indústrias transformadas, a produção e distribuição de gás, água e eletricidade e a
construção
-- setor terciário: - setor residual – inclui todas as atividades não consideradas nos setores primário e secundário. São
os serviços, dos quais se destacam o comércio, a educação, a saúde, o turismo e a atividade bancária.

País desenvolvido: setor III > setor II > setor I


País menos desenvolvido: setor I > setor II > setor III

FATORES DE PRODUÇÃO
São: força de trabalho, capital e a natureza.

- TRABALHO: constitui a atividade consciente do individuo dirigida para um fim determinado, mediante a qual ele
transforma matérias-primas em produtos utilizáveis e capazes de satisfazerem as suas necessidades.
- CAPITAL: constitui o conjunto de elementos que, indiretamente, contribui para que os indivíduos produzam. No capital
podemos encontrar, portanto, as matérias-primas que os indivíduos transformam, os instrumentos que facilitam essa
transformação (instrumentos de trabalho) e as matérias energéticas.
- NATUREZA: ou meio natural, que fornece os recursos naturais, isto é, todos os elementos indispensáveis ao
exercício da atividade produtiva.

População residente:
- população ativa: - trabalhadores
- desempregados
- população inativa: - estudantes
- reformados
- inválidos
- donas de casa

TAXA DE ATIVIDADE: população ativa


--------------------- x 100
População total

TAXA DE DESEMPREGO: desempregados


--------------------- x 100
População ativa

CAPITAL
Pode ser:
- capital financeiro: conjunto dos meios financeiros de uma empresa. Este divide-se em capital próprio, quando os
meios financeiros são propriedade de uma empresa, e capital alheio, quando os meios financeiros não pertencem à
empresa.
- capital técnico: conjunto dos meios que permitem a produção. Divide-se em capital fixo, que representa todos os
meios de produção não se anulam durante o processo produtivo, como as máquinas, e capital circulante, que designa
as matérias-primas e as matérias subsidiárias que serão incorporadas nos produtos finais.

COMBINAÇÃO DOS FATORES DE PRODUÇÃO


Função de produção: exprime a relação técnica existente entre a produção e os fatores produtivos, trabalho e capital,
utilizados no fator produtivo. Pode ser traduzida por:
P=f(k, t) onde P representa a produção, k e t representam o capital e o trabalho.

CARACTERÍSTICAS DOS FATORES DE PRODUÇÃO


- adaptabilidade: característica dos fatores de produção que permite o ajustamento das suas quantidades à quantidade
de produção pretendida, em função do tempo disponível para a realizar.
- complementaridade: os fatores de produção dizem-se complementares quando só a combinação do trabalho e do
capital permite realizar a produção.
- substituibilidade: os fatores de produção podem, por vezes, ser substituídos.

PRODUTIVIDADE
= é a relação entre uma produção e os fatores utilizados para a obter
Produtividade total: quantidade do produto
--------------------------------
Quantidade dos fatores de produção
Produtividade media do fator trabalho: valor do produto
----------------------
Quantidade de trabalho
Produtividade media do fator capital: valor do produto
------------------------
Stock de capital fixo

FATORES QUE PERMITEM ELEVAR A PRODUTIVIDADE


-formação profissional
- atualização científica e técnica
- condições de trabalho
- justeza nas remunerações
- qualidade do capital
- utilização de máquinas mais adequadas
- novas tecnologias
- convenientes matérias-primas
- necessária manutenção de todo o material

Produtividade marginal do trabalho: acréscimo do produto


-----------------------------
Acréscimo de uma unidade de trabalho
Produtividade marginal do capital: acréscimo do produto
---------------------------
Acréscimo de uma unidade de capital

LEI DOS RENDIMENTOS DECRESCENTES


= a partir de um determinado nível de produção, mantendo fixa a quantidade de um dos fatores produtivos, vão-se
verificar acréscimos de produção resultantes da utilização de unidades sucessivas do outro fator produtivo (produtividade
marginal) cada vez menores

ECONOMIAS DE ESCALA: é uma diminuição do custo medio ou custo unitário de um bem resultante do aumento das
quantidades produzidas.

O custo de produção comporta dois elementos distintos:


- os custos fixos: despesas que uma unidade de produção tem de realizar, independentemente das quantidades
produzidas.
- custos variáveis: dependem da quantidade produzida.
Custos totais= custos variáveis + custos fixos
Custo médio = custo total
--------------
Quantidade produzida
LEI DAS ECONOMIAS DE ESCALA: dentro de certos limites é possível fazer poupanças , isto é, realizar economias,
em virtude do aumento da quantidade de produção, pelo que é possível fazer reduzir os custos médios ou unitários
quando se aumenta a dimensão da unidade produtiva.

DESECONOMIAS DE ESCALA: é um aumento do custo unitário de um bem resultante de um aumento da quantidade


produzida para além do ponto de dimensão ótima. Correspondem a rendimentos à escala decrescente.

DISTRIBUIÇÃO= atividade intermediária entre produtores e consumidores


Produtores  (bens)  distribuidores  (bens)  consumidores

CIRCUITOS DE PRODUÇÃO
- longo: quando o nº de intermediários é elevado
- curto: quando o nº de intermediários é reduzido
- ultracurto: quando não há intermediários

RETALHISTA: intermediário que vende aos consumidores produtos à unidade (circuito curto)
GROSSISTA: intermediário que vende a outros grossistas e a retalhistas a grosso (circuito longo)

TIPOS DE COMÉRCIO
- comércio independente: comerciantes que detêm a propriedade dos seus estabelecimentos , não estando ligados
juridicamente a produtores e intermediários
- comércio integrado: caracteriza-se pela existência de vínculos entre os vários intermediários que atuam no circuito de
distribuição: produtor, grossita e retalhista

FRANCHISING:
Consiste no contrato em que uma empresa, o “franchisador” cede a outra empresa, o “franchisado”, em contrapartida de
um pagamento, o direito de se apresentar sob a sua marca para vender produtos ou serviços.
TIPOS DE COMÉRCIO
- comércio independente: integra comerciantes que detêm a propriedade dos seus estabelecimentos, não estando
ligados juridicamente a produtores e intermediários. Ex: o comerciante retalhista, que não tem ligações a grossistas ou
a outros retalhistas.
- comércio integrado: caracteriza-se pela existência de vínculos entre os vários intermediários que atuam no circuito de
distribuição: produtor, grossista e retalhista. Integra:
- a integração empresarial: o produtor, grossistas e retalhistas pertencem à mesma organização empresarial
- comércio associado: forma de comércio por comerciantes independentes entre si que juntam recursos e
esforços para fazer face à concorrência das grandes cadeias de distribuição, comprando grandes quantidades de
produtos e beneficiando de preços mais vantajosos.
- franchising: consiste num contrato em que uma empresa, o “franchisador”, cede a outra empresa, “o
franchisado”, em contrapartida de um pagamento, o direito de se apresentar sob a sua marca para vender produtos ou
serviços.
- comércio tradicional: esta forma de comércio a retalho está situada nos bairros residenciais, em lojas de pequena
área de venda, com poucos empregados que comercializam principalmente produtos alimentares, de higiene e de
limpeza da casa. É um comércio de proximidade, pois o vendedor estabelece uma relação mais personalizada com o
cliente.

MARCA PRÓPRIA: utilizada pelo distribuidor para identifica artigos comercializados apenas no seu estabelecimento.
Estes artigas têm um preço inferior aos artigos de marca do fabricante.

HIPERMERCADOS: lojas que comercializam produtos alimentares, toilette, limpeza caseira e eventualmente outros
produtos, funcionando em regime de livre serviço, com uma área igual ou superior a 2500 m2.
GRANDES SUPERMERCADOS: lojas com uma área entre 1000 e 2499 m2, que comercializam os produtos
mencionados na definição de hipermercados.
PEQUENOS SUPERMERCADOS: lojas com uma área entre 400 e 999 m2 que comercializam os produtos
mencionados na definição de hipermercados.
LIVRE-SERVIÇOS: restantes lojas que comercializam produtos alimentares, de higiene pessoal e limpeza caseira,
possuindo uma área de venda compreendida entre 50 e 399 m2 e funcionando em regime de livre-serviço.
MERCEARIAS: lojas que comercializam produtos alimentares, de higiene pessoal e limpeza caseira, possuindo em
geral atendimento ao balcão. No entanto, estão aqui incluídas as lojas com regime de livre-serviço e área de venda
inferior a 50 m2
PUROS ALIMENTARES: lojas que comercializam apenas produtos alimentares maioritariamente para consumo fora
do estabelecimento. Pertencem à categoria dos puros alimentares lojas como leitarias, charcutarias e confeitarias.

CENTROS COMERCIAIS: caracterizam-se por serem espaços de comercio generalista na medida em que neles se
encontram lojas de diversos ramos de comércio: vestuário e calçado, mobiliário, artigos de desporto, livrarias, produtos
alimentares, etc. nesta forma de comercio muitos estabelecimentos são lojas representativas de uma marca,
normalmente em regime de franchising, como a Parfois, a Stefanel, etc.

MÉTODOS DE DISTRIBUIÇÃO
- VENDA DIRETA: o comerciante vende os seus produtos ou presta os seus serviços diretamente ao cliente. Pode ser
feita na loja, porta a porta ou em venda ambulante.
- VENDA À DISTÂNCIA: não há contacto direto ou físico entre comprador e vendedor. Pode ser feita por
correspondência, por catálogo ou comércio eletrónico.

TROCA DIRETA E INDIRETA


- TROCA DIRETA: trocava-se uma cabeça de gado por uma certa quantidade de cereais (produto <-> produto). Mas a
troca direta deparava-se com grandes obstáculos, como:
- a dificuldade que cada pessoa sentia em encontrar outra que estivesse interessada na troca de determinados
produtos.
- o facto de as pessoas atribuírem valores diferentes aos produtos, por vezes não fracionáveis, não permitia o
acordo quanto à transação a efetuar.
- TROCA INDIRETA: produto -> moeda -> produto

FORMAS DE MOEDA
Moeda = é um bem de aceitação generalizada que se utiliza como intermediário nas trocas.

Moeda-mercadoria: bens utilizados como moeda (gado, cereais, etc)


Moeda-metálica: discos de ferro, cobre, bronze cujo valor era determinado pelo seu peso.
Moeda-papel: notas
Moeda- representativa: as notas passaram a ser moeda-representativa pois podiam trocar-se por ouro
Papel-moeda: notas, as que hoje em dia andam em circulação.
Moeda-escritural: é constituída pela movimentação dos depósitos bancários. (cheques, transferências bancarias,
cartões

FUNÇÕES DA MOEDA
- meio de pagamento ou instrumento geral de troca, pois sendo aceite por todos, por todos pode ser utilizada,
permitindo adquirir todos os bens.
- unidade de conta ou medida de valor, visto ser através da moeda que se mede o valor relativo dos bens entre si, isto
é, dos preços.
- reserva de valor, que se traduz na possibilidade de se conservar a moeda por algum tempo, utilizando-a mais tarde.

TIPOS DE CARTÃO
- cartão de débito: forma de pagamento associada à conta bancária (à ordem) da pessoa que o utiliza. O montante que
pode gastar é limitado ao dinheiro que estiver na conta.
- cartão de crédito: forma de pagamento equivalente a um empréstimo bancário, ou seja, a instituição financeira que
emitiu o cartão empresta o dinheiro necessário para efetuar o pagamento, não sendo necessário ter o dinheiro
disponível na conta. A utilização do cartão dá o direito de utilizar um crédito gratuito durante um período de tempo, isto
é, sem pagamento de juros. Findo esse período a divida terá de ser paga, caso contrário haverá lugar ao pagamento
de juros.

CRITÉRIOS DE CONVERGÊNCIA
Para adotar o euro qualquer país da UE tem de cumprir os seguintes critérios:
- inflação controlada, inferior a 2%
- défice orçamental inferior a 3% do PIB
- divida publica inferior a 60% do PIB
- estabilidade das taxas de cambio nos últimos dois anos (antes da entrada do euro)

O PREÇO DE UM BEM
Preço: o preço de um bem ou de um serviço é a medida do seu valor, expresso numa unidade monetária.
O preço que as empresas produtoras pagam pelas matérias-primas que adquirem e os salários devidos aos
trabalhadores constituem alguns dos custos de produção. O produtor estabelecerá, para cada produto, um preço de
venda superior ao preço de custo verificado. A diferença entre o preço de venda e o preço de custo constitui a
chamada margem de lucro.

A INFLAÇÃO
= é a subida continua e generalizada dos preços.

CAUSAS DA INFLAÇÃO
- o excesso da procura: por vezes, verifica-se um desajustamento entre a oferta e a procura. Este desajustamento pode
ter origem no acréscimo da procura relativamente à oferta, em virtude do aumento do consumo das famílias e do
crescimento do investimento, ou à incapacidade da oferta em responder à procura, dada a capacidade de produção
existente. Em qualquer das situações verifica-se um excesso de procura relativamente à oferta, o que origina a alta dos
preços.

- o aumento dos custos de produção: a inflação é resultado do aumento dos custos de produção. O aumento dos
salários, dos preços das matérias primas e outros encargos associados à atividade produtiva levarão as empresas a
fazer repercutir a alta dos custos nos preços, de forma a manterem as margens de lucro.
- inflação esperada: se os agentes económicos esperam um aumento da inflação no futuro, o seu comportamento
poderá dar origem à subida dos preços no curto prazo. Estes comportamentos por antecipação de uma subida de
inflação irão provocar uma subida imediata da inflação.

DESINFLAÇÃO: desaceleração do crescimento dos preços.


DEFLAÇÃO: descida generalizada dos preços.
ESTAGFLAÇÃO: é uma mistura de estagnação económica com preços altos/inflação. A economia abranda ou encolhe
mesmo, mas os preços teimam em acelerar devido, por exemplo, à escassez localizada de um produto essencial que
tem. Implicações noutros bens, como é o caso do petróleo.

CONSEQUÊNCIAS DA INFLAÇÃO
- depreciação do valor da moeda: significa que a moeda perde poder aquisitivo
- poder de compra: é a quantidade de bens que é possível adquirir com o salário

ÍNDICE DE PREÇOS DO CONSUMIDOR


2011. € 2011
------ = ------------ x 100
2010. €2010

Quando o custo de vida é maior que o aumento do rendimento há uma diminuição no nível de vida

TAXA DE INFLAÇÃO

(103-100)
------------ x 100
100

- taxa de inflação homóloga: compara o custo do cabaz ou IPC do mês corrente com o do mesmo mês no ano anterior
(mês homólogo)
- taxa média de inflação: determina-se através da média aritmética simples das últimas doze taxas homólogas e
expressa a tendência de evolução dos preços.

INFLAÇÃO NA ZONA EURO


Na zona euro, a inflação dos preços do consumidor é medida pelo IHPC. O grande objetivo da política monetária do
BCE é garantir a estabilidade dos preços na zona euro, necessária a um processo de crescimento económico
sustentado. Para tal, o nível de inflação deverá situar-se entre 0 e 2%.
A PROCURA

Procura: é a relação entre os preços e as quantidades que os consumidores estão


dispostos a consumir.

Procura individual: corresponde à quantidade de um bem que cada individuo deseja


consumir para certo preço.

Procura agregada: representa o somatório de todas as procuras individuais para esse nível de preços.

LEI DA PROCURA: a lei da procura afirma que a quantidade procurada de um bem varia na razão inversa do respetivo
preço.

FATORES DETERMINANTES DA PROCURA


- preço dos bens
- aumento: deslocação ao longo da curva, para cima
- diminuição: deslocação ao longo da curva, para baixo
- rendimento disponível dos consumidores
- aumento: deslocação para uma nova curva à direita
- diminuição: deslocação para uma nova curva à esquerda
- acesso ao crédito
- aumento: deslocação para uma nova curva à direita
- diminuição: deslocação para uma nova curva à esquerda
- população
- aumento: deslocação para uma nova curva à direita
- diminuição: deslocação para uma nova curva à esquerda
- gostos dos consumidores
- aumento: deslocação para uma nova curva à direita
- diminuição: deslocação para uma nova curva à esquerda
- preço dos bens substitutos
- aumento: deslocação para uma nova curva à direita
- diminuição: deslocação para uma nova curva à esquerda
- preço dos bens complementares:
- aumento: deslocação para uma nova curva à esquerda
- diminuição: deslocação para uma nova curva à direita
- marketing/publicidade:
- aumento: deslocação para uma nova curva à direita
- diminuição: deslocação para uma nova curva à esquerda
Nota: mantendo se tudo o resto constante:
- as deslocações ao longo da mesma curva da procura resultam de variações dos preços.
- as deslocações para outras curvas da procura resultam da variação de outras variáveis.
- dois bens são substitutos quando o aumento do preço de um implica um aumento da procura
do outro
- dois bens são complementares quando o aumento do preço de um implica a redução da
procura do outro.

Quando a curva está mais à direita o consumidor têm maior poder de compra
Quando a curva está mais à esquerda o consumidor tem menos poder de compra

BENS NORMAIS: as aqueles cujo aumento de consumo é proporcional ao aumento de


rendimento
BENS INFERIORES: são aqueles cujo aumento de consumo é proporcionalmente inferior
à subida de rendimento

OFERTA
A oferta é a relação entre os preços e as quantidades que os produtores estão dispostos a produzir

OFERTA AGREGADA: representa o comportamento global, no mercado, dos produtores de determinado bem, tendo
em conta a quantidade e o custo dos fatores produtivos, os recursos e a tecnologia disponível
LEI DA OFERTA: refere que a quantidade oferecida de um bem varia na razão direta do respetivo preço.

FATORES DETERMINANTES DA OFERTA


- preço dos bens
- aumento: deslocação ao longo da mesma curva, para cima
- diminuição: deslocação ao longo da mesma curva, para baixo
- alterações dos custos das matérias-primas
- aumento: deslocação para uma nova curva à esquerda
- diminuição: deslocação para uma nova curva à direita
- alterações salariais
- aumento: deslocação para uma nova curva à esquerda
- diminuição: deslocação para uma nova curva à direita
- inovações tecnológicas:
- aumento: deslocação para uma nova curva à direita
- diminuição: deslocação para uma nova curva à esquerda
- sazonalidade
- aumento: deslocação para uma nova curva à direita
- diminuição: deslocação para uma nova curva à esquerda
- boas condições climáticas para os bens agrícolas
- aumento: deslocação para uma nova curva à direita
- diminuição: deslocação para uma nova curva à esquerda
- expectativas dos produtores/consumidores sobre a evolução do preço
- aumento: deslocação para uma nova curva à esquerda
- diminuição: deslocação para uma nova curva à direita

PREÇO DE EQUILÍBRIO E QUANTIDADE DE EQUILÍBRIO


O mecanismo de mercado compatibiliza a oferta agregada de um bem com a respetiva procura agregada
Procura: quanto maior for o preço de um bem, menor será a quantidade procurada e quanto mais baixo for o preço de
um bem, maior será a quantidade procurada.
Oferta: quanto maior for a oferta de um bem, maior será a quantidade oferecida desse produto no mercado e quanto
mais baixo for o preço de um bem, menor será a quantidade oferecida desse produto no mercado.

A relação existente entre a quantidade de um bem que os consumidores estão dispostos a consumir e o respetivo
preço é dado pela função procura:
Q pr = f (P)
Q pr – quantidade procurada
f (P) – função (preço)
O equilíbrio no mercado corresponde à compatibilidade das vontades expressas pelos consumidores (procura) e pelos
produtores (oferta), ou seja, consumidores e produtores que estão dispostos a comprar e a vender ao mesmo preço
(preço de equilíbrio) as mesmas quantidades (quantidades de equilíbrio), formando o ponto de equilíbrio.
Alterações na oferta ou na procura de um determinado bem, farão com que o preço de equilíbrio do mesmo se altere.
Apesar destas alterações, o mecanismo de mercado assegura esse equilíbrio através de sucessivas correções.

Se houver um aumento da procura de determinado bem para cada nível de preços relativamente à respetiva oferta,
verificar-se-á um excesso de procura e, no curto prazo, os produtores não podem aumentar o volume de produção para
corresponder à procura. Graças a este desequilíbrio, os produtores desse bem esgotarão rapidamente os stocks e
terão de aumentar os preços dos produtos. Com este aumento dos preços, a procura deve diminuir e o mercado
encontrar-se-á novamente em equilíbrio, havendo assim um novo ponto de equilíbrio (QE2, PE 2) que garante a
satisfação de toda a procura e o consumo de toda a oferta.

Dado que houve um aumento dos preços dos produtos, os produtores obterão lucros anormais, tornando assim a
produção destes bens muito atrativa. Com isto, há um aumento de produção. Com isto, assistir-se-á, a médio prazo, ao
aumento da oferta do bem no mercado, satisfazendo assim, as quantidades procuradas pelos consumidores. Assiste-
se, assim, a um novo ponto de equilíbrio (QE3,PE3), correspondente a mais quantidade procurada e oferecida:

Não havendo controlo sobre a quantidade de equilíbrio, a oferta será excessiva, obrigando os produtores a descer os
preços para escoar o excesso de produção.

Este processo repetir-se-á até se chegar ao ponto de equilíbrio, ou seja, o ponto em que o preço e a quantidade
representam uma situação de interesse comum para produtores e consumidores.

O mecanismo de mercado atua como corretor até ser obtido o equilíbrio no mercado do bem. Conclui-se, portanto, que
através das flutuações de preços, se estabelece, em cada momento, um equilíbrio no mercado. O preço é, portanto, o
fator fundamental ao funcionamento de uma economia de mercado sem que aconteçam, a longo prazo, irregularidades
entre o que se pretende consumir (procura) e o que se produz (oferta). Todas estas irregularidades são apenas
temporárias.

As condições de mercado de concorrência bilateral ou perfeita

O bom funcionamento do mecanismo de mercado só é possível se estiverem reunidas as condições que caracterizam
o mercado de concorrência perfeita:

 Liberdade de entrada (e saída) do mercado:

Qualquer empresa que decida produzir um bem poderá fazê-lo sem que as empresas já produtoras desse bem se
possam opor (princípio da concorrência) e sem haver barreiras à entrada no mercado.

Isto permite: uma livre concorrência entre os produtores pois não há condições impostas pelas outras empresas; O
preço dos bens resultante do livre jogo entre a oferta e a procura no mercado; Inexistência de qualquer interferência
estranha no mercado.

 Atomismo:

Existência de muitos produtores a oferecer o produto e muitos consumidores a procurá-lo, não havendo assim
pressões significativas no mercado provocadas pela existência de apenas um agente económico (do lado da oferta ou
do lado da procura).

 Transparência do mercado:

Os produtores devem poder conhecer os diferentes ramos e setores da atividade económica mais lucrativos, para
poderem mobilizar os fatores de produção para esses setores.

 Mobilidade dos fatores de produção (trabalho e capital):

O mecanismo de mercado pressupõe a fácil reconversão e deslocalização dos fatores produtivos (capital e força de
trabalho) para os setores que ofereçam mais oportunidades lucrativas aos produtores.

 Homogeneidade dos bens:

Os bens produzidos num determinado mercado devem possuir características semelhantes, sendo assim perfeitamente
substituíveis. Apenas com a homogeneidade dos bens, é possível haver concorrência entre as empresas, que é a base
para o funcionamento perfeito do mecanismo de mercado.
5.3.2 Mercado de concorrência imperfeita

Para além dos mercados de concorrência perfeita, existem outras situações de mercado, de concorrência imperfeita.
Os mercados de concorrência imperfeita podem ser:

 Concorrência monopolística:

Existem muitas unidades de produção pequenas, que, ao contrário dos mercados de concorrência perfeita, produzem
bens não totalmente homogéneos. Dado que os bens produzidos são diferenciados, cada produtor tem algum poder
para fixar o preço do seu bem. Existem várias formas de distinguir produtos, originando a possibilidade de concorrência
entre produtores, numa situação em que existe uma multiplicidade de pequenas unidades de produção.

 Monopólio:

Existe apenas uma grande unidade de produção. O produtor detém o total poder do mercado, podendo, de certa forma,
impor o preço que desejar (e produzir os bens que decidir em função das características por que optou).

 Oligopólio:

Existem algumas (3 ou 4) unidades de grande dimensão a produzir o mesmo produto. O preço resulta de um acordo
estabelecido entre as grandes empresas produtoras, que dividem entre si clientes e regiões.

Nos mercados de concorrência perfeita o controlo sobre o preço é nulo pois os preços resultam da interação entre a
oferta e a procura (as empresas não têm poder para fixar os preços).
Concentração de empresas: Fusões e Aquisições
A concentração empresarial consiste no agrupamento de empresas, devido a diferentes razões técnicas e económicas
(obtenção de economias de escala, maior eficiência na gestão, controlo do circuito de produção e distribuição, maior
domínio do mercado, defesa em situação de crise, entre outras) e traduz-se sempre num aumento do poder económico
e/ou financeiro e, consequentemente, num enfraquecimento do mercado de concorrência perfeita.

Na concentração empresarial distinguem-se as fusões e as aquisições.

Fusões:

As fusões consistem num agrupamento de empresas por associação ou incorporação de que resulta uma empresa de
maior dimensão e poder que utiliza os fatores produtivos das anteriores e tem mais poder sobre o mercado. Os
monopólios e os oligopólios podem resultar de fusões de empresas com o objetivo de deter um poder total ou bastante
forte para influenciar os preços no mercado.

As fusões podem seguir qualquer uma destas estratégias:

 Concentração horizontal:

Duas ou mais empresas do mesmo ramo de atividade se associam ou uma mais forte incorpora outra(s). Nesta forma
de fusão, o objetivo é adquirir mais poder sobre o mercado do bem produzido, podendo originar oligopólios ou
monopólios. Exemplo: Fábrica de Confeções A + Fábrica de Confeções B + Fábrica de Confeções C

 Concentração vertical / integração:

As empresas agrupadas contribuem no seu conjunto para a produção de um certo bem ou serviço, ou seja, o novo
grupo económico constituído controla todas ou grande parte das etapas da cadeia de produção de um bem. Exemplo:
Empresa de motores + empresa de peças + empresa de pneus + indústria de automóveis

 Concentração diagonal:
A empresa “mãe” incorpora outras que lhe servem de suporte para a sua atividade principal.

A concentração de empresas originou a formação de poderosas corporações industriais e financeiras, sob a forma de
oligopólios e monopólios, pondo em causa os princípios da livre concorrência. Por isso, tem sido produzida legislação
contra estas práticas ilegais de mercado. São exemplos deste tipo de práticas: os cartéis, os trusts e as holdings.
A concentração empresarial potencia a transnacionalização do capital
Aquisições:
As aquisições consistem no processo de concentração empresarial em que uma empresa adquire outra, que deixa de
existir pois passa a fazer parte da primeira. A aquisição concretiza-se através das Ofertas Públicas de Aquisição- OPA,
em que uma empresa se oferece no mercado para ser adquirida por outras.
As OPA são operações financeiras que permitem a uma empresa a aquisição de outra, cotada em Bolsa, através de
uma proposta pública, aos acionistas da última, de compra das suas ações a um preço mais elevado do que o seu
valor de mercado.
As aquisições permitem às empresas sobreviver num mercado global altamente competitivo, através da diversificação
de interesses, da dominação do mercado ou da entrada noutros mercados nacionais.
Esta situação torna-se problemática para os consumidores, pois pode originar situações de monopólio e de oligopólio
onde a vontade dos consumidores pode ser ignorada face aos interesses e expectativas dos empresários.
A aquisição pode também gerar problemas para os países, pois no processo de transnacionalização do capital, os
interesses das economias nacionais podem ser “adquiridos” por empresas estrangeiras, havendo o risco dos interesses
estrangeiros poderem vir a impor-se como decisivos.

A ATIVIDADE PRODUTIVA E A FORMAÇÃO DE RENDIMENTOS


RENDIMENTO: somatório dos valores acrescentados pelo conjunto das empresas.
VALOR ACRESCENTADO: valor adicional que é criado pelas unidades produtivas de um país e que representa a
riqueza gerada durante um determinado período.

A repartição funcional dos rendimentos


 é a repartição dos rendimentos criados durante o processo produtivo pelos dois fatores de produção, tendo em
conta a especificidade das suas funções.
A repartição funcional dos rendimentos mostra-nos que uma parte dos rendimentos criados é entregue aos
trabalhadores, que são os detentores da força de trabalho, sob a forma de salários, enquanto a outra parte é entregue
aos proprietários dos meios de produção ou capital, sob a forma de rendas, juros ou lucros.

Remuneração dos fatores produtivos


 Salário: é o rendimento recebido em troca de trabalho prestado. O salário é fixado em função do nível de
qualificação do individuo, das suas habilitações, da natureza do trabalho, do nível de desempenho alcançado,
etc. Os contratos de trabalho onde estão fixados direitos e deveres dos trabalhadores e patrões resultam de
convenções coletivas de trabalho negociadas entre sindicatos e entidades patronais ou de negociações
individuais entre o individuo e a entidade patronal.
Como a principal fonte de rendimento da maior parte da população é o salário, o Estado procura garantir a
todos os trabalhadores um mínimo de rendimento, através da fixação de um salário mínimo nacional.
(Redistribuição Mínima Mensal Garantida – RMMG).
 Lucro: é o rendimento do empresário que realiza a sua atividade económica através da empresa, utilizando,
para o efeito, determinado montante de capital. O apuramento do lucro faz-se pela diferença entre o preço de
venda e o preço de custo dos bens produzidos.
 Renda: é o rendimento do proprietário que cede bens em regime de arrendamento tais como, casas, terras,
andares, escritórios, armazéns, etc.
 Juro: é o rendimento de quem cede (empresta) capital. O juro é calculado com base na taxa de juro.

A repartição pessoal dos rendimentos


O rendimento do país é repartido pelas pessoas que constituem a população residente, cabendo a cada pessoa ou a
cada família uma determinada parcela do total do rendimento. Como as pessoas não exercem a mesma atividade, nem
o mesmo tipo de trabalho, possuem ou não bens de família, por exemplo, o montante de rendimento que cabe a cada
uma é diverso, havendo pessoas ou famílias com maiores rendimentos que as outras.
A diferença de rendimentos entre as famílias depende, assim, de vários fatores: umas apenas possuem rendimentos
de trabalho, outras detêm rendimentos de propriedade ou de empresa, outras têm salários muito elevados, etc. O peso
que estes fatores representam na repartição pessoal do rendimento nacional de um país contribui para a maior ou
menor desigualdade de rendimentos.
Sendo o salário o principal rendimento da maior parte das famílias, dele dependerá o grau de satisfação das
necessidades. Porém, para a maior ou menor capacidade aquisitiva do salário concorre, também, o nível geral dos
preços dos bens e serviços: por exemplo, se ocorrer uma subida geral dos preços e o salário nominal se mantiver, as
famílias perdem poder de compra.

Salário nominal: é a quantidade de moeda que o trabalhador recebe como resultado do trabalho prestado
Salário real: quantidade de bens e serviços que o trabalhador pode adquirir com o seu salário nominal. O nível da
inflação (IPC) influencia o salário real.

Leque salarial
O leque salarial permite ver a diferença entre o salário mínimo e o salário máximo e quantas vezes o máximo é mais
elevado que o mínimo.

Leque salarial = salário mínimo 1 salário máximo


-------------------- = ---  x = --------------------
Salário máximo x salário mínimo

Rendimento per capita


 rendimento médio de cada habitante
Rendimento nacional
----------------------------
População total

Curva de Lorenz
A curva de Lorenz permite avaliar o grau de concentração de rendimentos. É um diagrama que representa por classes
percentuais a parte do rendimento que cabe a cada grupo da população.
 instrumento de medida das desigualdades na repartição dos
rendimentos

Índice de Gini
Traduzindo o rendimento per capita por um rendimento médio, não é possível, através da informação fornecida,
conhecer a forma como o rendimento está repartido pelos habitantes de um país ou pelas suas regiões.
Este problema é ultrapassado pela curva de Lorenz e pelo índice de Gini, que permitem representar e medir
desigualdades dos rendimentos. Este índice varia entre 0 (igualdade absoluta) e 100 (desigualdade absoluta).

REDISTRIBUIÇÃO DOS RENDIMENTOS


 visa minimizar e corrigir desequilíbrios resultantes da primeira repartição dos rendimentos e, ao mesmo tempo,
permitir um melhor nível de vida a todas as pessoas. Resulta da intervenção do Estado através de políticas fiscais e
sociais.

Despesas públicas: conjunto de pagamentos efetuados pelo Estado.


Receitas públicas: receitas obtidas pelo Estado para fazer face às despesas públicas.

Política de redistribuição dos rendimentos: tem como finalidade a equidade, ou seja, a redução das desigualdades
sociais originadas na repartição dos rendimentos, através de políticas fiscais e sociais.
Uma das áreas de intervenção prioritárias do Estado é a de corrigir as assimetrias resultantes na repartição dos
rendimentos primários, visto que uma das funções do Estado é contribuir para o bem-estar e a qualidade de vida dos
cidadãos.
 as receitas patrimoniais ou voluntarias
apresentam em comum o facto de resultarem de
acordos negociais entre o Estado e os particulares
e correspondem ao valor das suas vendas
efetuadas entre os dois agentes acima referidos
(privatização; por exemplo, o Estado possui uma
propriedade e uma empresa compra essa
propriedade, está a privatizar).
 as receitas coativas são, pelo contrário, fixadas geralmente por via legislativa, não resultando de qualquer
negociação ou acordo travado entre os particulares e o Estado. Estas receitas são prestações pecuniárias exigidas aos
particulares, que têm de submeter a essa exigência. Deste tipo de receitas são exemplos as taxas e os impostos.

Taxas: correspondem ao pagamento de um serviço prestado pelo Estado


Impostos: não têm por suporte qualquer prestação de serviço por parte do Estado aos particulares.

 as receitas creditícias resultam de meios financeiros fornecidos ao Estado por outros agentes económicos, através
do recurso ao crédito. Pode acontecer que o Estado não consiga obter, a partir de taxas, dos impostos e das receitas
patrimoniais, todos os rendimentos de que necessita para fazer face às despesas públicas. Nesse caso, o Estado é
forçado a recorrer aos empréstimos que contrai junto dos particulares, originando a divida pública, interna ou externa.

PRINCIPAIS IMPOSTOS
Impostos diretos: incidem sobre os rendimentos obtidos pelos contribuintes e sobre o património, isto é, sobre uma
matéria coletável perfeitamente determinada, como acontece com o IRS, IRC ou com o IMI.
 IRC: incide sobre os lucros resultantes de qualquer atividade agrícola, industrial ou comercial, realizada por
pessoa coletiva ou por pessoas singulares.
 IRS: recai sobre os rendimentos do trabalho, de capitais, de mais-valias, de pensões, e outros rendimentos
(como o jogo, lotarias e apostas).
 IMI: incide sobre o valor patrimonial dos prédios rústicos e urbanos.
 IMT: recai sobre as transmissões de propriedade de bens imobiliários, quando feitas a título oneroso.

Impostos indiretos: incidem sobre os rendimentos utilizados ou consumos, ou seja, sobre uma matéria coletável
indiretamente determinada. Por exemplo, quando compramos um bem ou serviço é frequente pagarmos sobre o seu
valor um montante que será entregue ao Estado e que depende da aplicação de uma certa taxa ao valor desse bem –
IVA – que recai sobre o preço dos produtos que se adquirem.
 IVA: incide sobre os preços das mercadorias e serviços.
 Imposto de selo: incide sobre os documentos designados na tabela geral do imposto de selo.
 Outros impostos indiretos: imposto dobre os produtos petrolíferos e energéticos, imposto sobre o tabaco,
imposto sobre álcool e bebidas alcoólicas, etc.
Políticas fiscais: traduz-se na criação de impostos sobre bens e serviços e rendimentos, por exemplo.

É através do Orçamento de Estado, um documento elaborado pelo Governo e sujeito á aprovação da Assembleia da
República, que são estabelecidas as fontes de receita do Estado e as despesas a efetuar, durante um ano, para
cumprimento das funções do Estado.

Política social: a sua finalidade é atenuar as desigualdades sociais existentes entre os cidadãos, garantir a igualdade
de oportunidades, o acesso a meios que permitam a satisfação das necessidades básicas e prevenir situações de
pobreza e exclusão.
O Estado fornece à comunidade bens e serviços indispensáveis, gratuitamente ou a preços inferiores aos do mercado.
Assim acontece com a educação, a saúde, a administração da justiça e a iluminação pública. Sendo estes bens e
serviços absolutamente necessários, ao subsidiá-los ou ao fornecê-los gratuitamente, o Estado está a assegurar a sua
utilização por toda a população. Deste modo, os indivíduos pertencentes aos estratos economicamente menos
favorecidos poderão ter acesso a serviços que, de outra forma, não poderiam consumir ou consumiriam em menor
quantidade. Estas iniciativas enquadram-se no conjunto de medidas que constituem as chamadas políticas sociais do
Estado.

O Estado intervém também na esfera social, também no âmbito destas políticas, ao garantir aos mais desfavorecidos o
acesso a meios que lhes permitirão suprir dificuldades resultantes das desigualdades económicas e sociais. É o caso
da Segurança Social.

A proteção social
Em situações que podem causar graves dificuldades aos trabalhadores, como o caso de uma doença inesperada que
os impeça de exercer o seu cargo profissional, a invalidez ou o desemprego, instituiu-se a Proteção Social, para dividir
solidariamente estes prejuízos.
Em casos mais diretamente relacionados com o trabalho, juntam-se situações como o apoio à exclusão social, à
velhice e à maternidade. Para pôr em prática este sistema, os indivíduos efetuam contribuições sociais que serão
distribuídos sob a forma de prestações sociais, a quem necessitar delas. Este é o princípio da solidariedade social.

A ação do Estado desenvolve no domínio da


redistribuição dos rendimentos tem dois objetivos:
 Um de natureza social – tornar mais justa a repartição dos rendimentos e proporcionar um nível de bem-estar
superior às famílias de menores rendimentos.
 Outro de natureza económica – permitir níveis de consumo superiores a determinados grupos sociais
estimulando, através de diversas formas (subsídios, abonos, cartão jovem, etc), a atividade económica.

O RENDIMENTO DISPONÍVEL DOS PARTICULARES


 se ao somatório dos rendimentos entregues às famílias (salários, rendimentos de empresas e propriedade e as
transferências internas e externas) subtrairmos o valor dos impostos diretos e das contribuições para a Segurança
Social, obteremos um valor diferente do rendimento inicial disponível dos particulares, que reflete as disponibilidades
reais das famílias.

DESIGUALDADES NA REPARTIÇÃO DOS RENDIMENTOS...


ENTRE PAÍSES
ENTRE REGIÕES
ENTRE CATEGORIAS SOCIAIS

a união europeia pretende pôr fim


às disparidades salariais entre
mulheres e homens. Alguns
dados sobre estas disparidades:
 Em média, as mulheres na UE ganham cerca de 16% menos que os homens
 As disparidades salariais
entre mulheres e homens
correspondem à diferença entre
a remuneração das mulheres e
dos homens
 Em alguns países, as
disparidades salariais entre mulheres e homens estão a aumentar
 A questão das disparidades entre mulheres e homens é uma questão complexa com várias causas e
frequentemente interrelacionadas
 As disparidades salarias entre mulheres e homens ao longo da vida leva a que as mulheres tenham
reformas mais baixas, aumentando o seu risco de pobreza.
A UTILIZAÇÃO DOS RENDIMENTOS – O CONSUMO E A POUPANÇA
As famílias dispõem de um determinado montante de rendimentos que vão gastar na aquisição de bens e serviços que
satisfazem as suas necessidades. Uma parte significativa desses rendimentos vai, então, ser utilizada no consumo.
No entanto, a generalidade das famílias preocupa-se com o futuro, com uma doença possível, com a educação e
segurança económica dos filhos e, para fazer face a estas situações futuras, reserva uma parte do seu rendimento
para esses gastos que possam vir a ocorrer. Essa parte dos rendimentos que não é gasta em consumo imediato é
designada por poupança.

Poupança = rendimento – consumo

OS DESTINOS DA POUPANÇA
 Entesouramento
 Aplicações financeiras
 Investimento

Entesouramento: conservação de valores monetários (moedas e notas) ou a conservação de barras de ouro, joias,
obras de arte, etc., por parte dos agentes económicos. Os valores entesourados não dão origem a qualquer
rendimento. Constituem, assim, riqueza improdutiva.
Aplicações financeiras: depósitos a prazo, fundos de investimento, títulos de divida, etc.
Investimento: ato pelo qual se aplica a poupança na atividade produtiva, através da aquisição de meios de produção,
com o objetivo de aumentar a produção dessa economia. Ex: comprar ações numa empresa.

FORMAÇÃO DE CAPITAL
É a aplicação da poupança em novos bens de produção, o investimento.
A poupança é utilizada na formação de capital, através do investimento direto ou através da sua colocação em
instituições financeiras que, posteriormente, a canalizam para a atividade produtiva.

FORMAÇÃO BRUTA DE CAPITAL FIXO


É o aumento dos bens de equipamento, ocorrido durante um dado período, normalmente um ano, no património de
uma empresa ou de uma economia.
Na formação de capital fixo há que distinguir a aquisição de bens de produção duradouros feita pelas empresas da
realizada pelo Estado ou Administração Pública.
A Administração Pública contribui para a formação bruta de capital fixo através da construção de estradas, aeroportos,
pontes, criação de escolas, hospitais e outros bens de equipamento coletivo.
A participação das empresas na formação bruta de capital fixo traduz-se na aquisição de máquinas, ferramentas e
outros instrumentos de trabalho, na construção de novas fábricas, na modernização tecnológica, etc.

VARIAÇÃO DE EXISTÊNCIAS
Existências: matérias-primas e subsidiárias que virão a sofrer transformações e os produtos semiacabados que ainda
se encontram em laboração.
A variação de existências poderá ser positiva se o valor calculado para as existências, no fim do período, for superior
ao valor calculado no seu inico. Será negativa se o valor das existências, no fim do período, for inferior ao valor
encontrado no seu início, e será nula se as existências apresentarem o mesmo valor, no início e no fim desse período.

Quando se pretende avaliar a formação de capital de uma economia, ou seja, o investimento global, haverá que ter em
conta, não só a formação bruta de capital fixo, mas também a variação de existências.

INVESTIMENTO: é o acréscimo de bens de capital que contribui para o aumento das possibilidades de produção.

TIPOS DE INVESTIMENTO
 Investimento material: criação de novos bens de produção que irão permitir um aumento da produção de
bens. Ex: aquisição de novas matérias-primas, a compra de máquinas, a construção de novas instalações, a
renovação da frota de veículos, etc.
 Investimento imaterial: despesas com a melhoria das condições de trabalho, com a qualificação dos recursos
humanos, com a educação, formação e investigação, cujos resultados, embora não visíveis a curto prazo, irão
contribuir para uma melhor qualificação do trabalho, maior produtividade, maior conhecimento e, portanto,
maior competitividade da economia.
 Investimento financeiro: compreende as aplicações da poupança em valores mobiliários, como as
obrigações e as ações. O investidor, ao adquirir estes títulos, está a fornecer às empresas que os emitem os
fundos financeiros necessários à reposição do capital gasto ou à formação de um novo capital esperando,
naturalmente, obter um rendimento futuro (juros e dividendos).

FUNÇÕES DO CAPITAL
 Reposição do capital: manutenção da capacidade produtiva
 Formação de capital: aumento da capacidade produtiva

INOVAÇÃO TECNOLÓGICA
As inovações tecnológicas originam:
 Mais e melhores produtos
 Menores custos
 Maior produtividade
 Redução dos preços
 Competitividade
 Mais riqueza
 Prosperidade

INVESTIGAÇÃO E DESENVOLVIMENTO – I&D


As inovações tecnológicas alcançadas pela sociedade são fruto de um trabalho de investigação levadas a cabo por
equipas de investigadores. Estas equipas procuram produtos novos, novas técnicas e novos processos que conduzem
à inovação.
A investigação é todavia uma atividade que exige investimentos avultados, cabendo ao Estado e ao setor privado o seu
financiamento. A investigação a cargo do setor publico não tem, normalmente, fins comerciais. A investigação
suportada pelas empresas visa a aplicação pratica dos inventos, ou seja, tem fins comerciais.
A introdução de novos produtos, técnicas ou equipamentos no processo produtivo tem de ser acompanhada da
necessária formação, pois maior qualidade técnica exige maior qualidade dos recursos humanos.
A investigação, ao conduzir a um maior conhecimento e às inovações tecnológicas, proporciona maior riqueza para a
sociedade, uma melhoria dos níveis de vida e, portanto, condições favoráveis ao desenvolvimento.

CAPACIDADE DE FINANCIAMENTO E NECESSIDADE DE FINANCIAMENTO


Financiamento: conjunto das operações pelas quais os agentes económicos obtêm os recursos monetários
necessários à sua atividade.

Capacidade de financiamento
Se uma empresa, por exemplo, tem capacidade de financiamento, isso significa que, fruto da poupança realizada, ela
possui os recursos financeiros necessários à sua atividade – recursos internos ou capital próprio.

Necessidade de financiamento
Se, pelo contrário, a empresa não possuir recursos próprios suficientes, terá necessidade de financiamento, indo
procurar esses recursos externamente, isto é, junto de outros agentes económicos que o possuam.

FINANCIAMENTO INTERNO (AUTOFINANCIAMENTO) E FINANCIAMENTO EXTERNO


 financiamento interno ou autofinanciamento: o principal meio de financiamento interno ao dispor de uma
economia é a poupança constituída pela sociedade. Para as empresas, por exemplo, o lucro não distribuído aos
proprietários, sócios ou acionistas e que é retido pela empresa constitui a sua principal fonte de financiamento, o
chamado autofinanciamento.
 financiamento externo: um agente económico que não possua meios de financiamento próprios suficientes terá de
obter financiamento alheio. Este é proporcionado por outros agentes económicos – financiamento externo – que
possuem maior de financiamento excedentários (poupança) face às suas necessidades.
Pode ser:
 Direto: proporcionado pelo mercado de capitais
 Indireto: proporcionado por intermediação das instituições financeiras
CRÉDITO
= cedência temporária de valores monetários mediante uma determinada remuneração, o juro.
As instituições financeiras garantem o equilíbrio entre a procura e a oferta de recursos financeiros, recolhendo as
poupanças dos agentes económicos, através de depósitos, e canalizá-los para o processo produtivo, através da
concessão de crédito.

O juro é, deste modo, o preço pago por quem recebe o crédito.

ELEMENTOS DO CRÉDITO
 Tempo
 Confiança
 Garantias
 Risco

A taxa de juro será tanto mais elevada quando maior for o prazo de reembolso e mais aleatórias forem as garantias.
Todavia, as instituições financeiras, ao fixarem as taxas de juro, têm também de contar com o valor da inflação porque,
caso este fenómeno se verifique, a quantia emprestada valerá menos no final do período de reembolso.

OPERAÇÕES ATIVAS E OPERAÇÕES PASSIVAS


PASSIVAS
Como o individuo, ao depositar as suas poupanças, está a prescindir temporariamente do seu dinheiro em favor da
instituição bancária, esta remunera o depositante com uma importância que é o juro.
Estas operações de deposito por um certo prazo têm a designação de operações passivas e a sua remuneração, a
taxa de juro passiva, é fixada em função do período do depósito (um ano, seis meses, etc).
Taxa de juro passiva: é paga pelos bancos aos depositantes.

Juro = Capital emprestado x Taxa de juro x Tempo

ATIVAS
A poupança recolhida pelos bancos sob a forma de depósitos será canalizada para os agentes económicos que
carecem de financiamento, através da concessão de crédito.
Estas operações de empréstimo por parte dos bancos designam-se por operações ativas e a taxa de juro ativa
correspondente será, naturalmente, superior à taxa de juro para operações passivas.
Taxa de juro ativa: é cobrada pelos bancos aos beneficiários do crédito.
Juro = Capital emprestado x Taxa de juro x Tempo

A taxa de juro para operações passivas é inferior à taxa de juro para operações ativas. A diferença entre estas duas
taxas, que representam, respetivamente, custos e proveitos para os bancos, dá-nos margem de intermediação
financeira e constitui a base de lucro dos bancos.

SPREAD: prémio cobrado pelos bancos nas operações de concessão de empréstimos, que reflete o nível de risco dos
clientes e constitui remuneração de bancos. O Spread resulta da aplicação de um valor percentual sobre a taxa de juro
de referência, por exemplo, a Euribor.

A TAXA DE JURO E O ACESSO AO CRÉDITO

A fixação das taxas de juro a praticar pelas instituições de crédito é um ato de grande responsabilidade, pois do seu
valor dependerá o acesso ao crédito e o incremento da atividade económica.

Se as taxas de juro forem muito elevadas, os empresários, baseando-se numa taxa de lucro esperada, poderão não ter
estímulo suficiente para investir, dada a pequena diferença entre o lucro esperado e os custos do investimento.

Para as famílias que recorrem ao crédito, taxas de juro ativas altas representam um agravamento dos encargos e, em
consequência, um maior endividamento.

O recurso ao crédito permite, assim, aos agentes económicos aumentar (alavancar) a sua atividade: consumir e
investir mais do que a sua capacidade financeira permite. A contrapartida é o risco a nível do custo do juro, do negócio
e do capital.

 Alavancar- Através do endividamento o agente económico pode incrementar a sua atividade.

Com a crise financeira e económica verificou-se uma queda do endividamento dos agentes económicos, pelo menor
recurso ao crédito- desalavancagem- que se traduz na redução da dívida das famílias e das empresas.

FUNÇÕES DO CRÉDITO E TIPOS DE CRÉDITO


O crédito desempenha duas funções fundamentais: Promover o consumo e Estimular a produção. Assim, atendendo
ao seu destino podemos falar de crédito ao consumo e de crédito à produção.

O crédito ao consumo facilita a aquisição de bens e de serviços por parte das famílias. Como a este tipo de crédito
estão associadas taxas de juro relativamente elevadas verifica-se, nos períodos de fraco crescimento da economia e
de quebra do rendimento disponível, um menor número de pedidos junto dos bancos por parte das famílias.

Quanto ao crédito à produção, este é concedido às empresas no sentido de estimular a produção e destina-se a vários
fins:
 Crédito ao investimento, quando este se destina a financiar a formação, ampliação ou a substituição dos capitais
fixos, isto é, a aquisição de terrenos, edifícios, máquinas, etc.; este tipo de crédito toma a forma de crédito a médio
ou a longo prazo, pois é amortizado, geralmente, ao longo de vários anos.
 Crédito de funcionamento ou de curto prazo, quando o crédito se destina à aquisição de matérias-primas ou ao
pagamento de salários, colmatando-se, assim, uma falha temporária de liquidez da empresa; uma vez que se trata
de um crédito a curto prazo, a amortização é feita passado pouco tempo sobre a concessão do crédito.
O desenvolvimento da atividade económica conduziu ao aparecimento de sociedades cujo objetivo fundamental é
fornecer os equipamentos necessários à atividade produtiva de outras empresas, mediante um contrato de leasing.
Deste modo, o leasing constitui uma outra forma de financiamento ao investimento.

 Leasing- Operação de financiamento através da qual a locadora cede ao locatário/ cliente o direito de utilização de
um bem móvel ou imóvel durante um período de tempo, obtendo como contrapartida o pagamento de uma renda.
O locatário tem a opção de compra do bem no final do contrato, mediante o pagamento de um valor residual.

Um destino particular do crédito é o crédito à habitação. Este tipo de crédito representa um peso importante no total do
crédito concedido pelos bancos e constitui o principal elemento do endividamento das famílias portuguesas. Em
períodos de queda do rendimento disponível e de restrições ao crédito verifica-se um abrandamento nos pedidos por
parte das famílias e na concessão de crédito por parte dos bancos.

Para além da classificação do crédito em função do fim a que se destina, outros critérios podem ser utilizados, como a
duração, a natureza do beneficiário e a sua origem.

Quanto à duração:
 Crédito a curto prazo- concedido por um período inferior a 1 ano;
 Crédito a médio prazo- concedido por um período compreendido entre 1 e 5 anos;
 Crédito a longo prazo- concedido por um período superior a 5 anos;

Quanto à natureza do beneficiário:


 Crédito particular- a entidade a que ele recorre é privada;
 Crédito público- a Administração Pública contrai o crédito

Quanto à sua origem:


 Crédito interno- o beneficiário e o credor residem no mesmo país;
 Crédito externo- o beneficiário e o credor residem em países diferentes.

O CRÉDITO E A CRIAÇÃO DE MOEDA ESCRITURAL


A partir dos depósitos recebidos, os bancos concedem empréstimos a clientes, transferindo para as suas contas os
valores correspondentes aos empréstimos concedidos.

Os empréstimos concedidos pelos bancos dão, assim, origem a depósitos e, sendo esta moeda escritural, podemos
concluir que os bancos podem criar moeda escritural.

Este processo pode estender-se a vários agentes económicos e constitui o chamado multiplicador de crédito, ou seja, a
multiplicação artificial dos depósitos, através da criação de moeda escritural, gerada pelos créditos concedidos pelos
bancos.

 Multiplicador de crédito- Os créditos concedidos pelos bancos dão origem a depósitos que podem gerar novos
créditos e estes, por sua vez, dão origem a novos depósitos. Através deste processo, os bancos criam moeda
escritural.
INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS
 Instituição financeira- Agente económico cuja função é financiar a atividade económica.

Às Instituições Financeiras cabe o financiamento da economia, utilizando, para o efeito, a moeda.

No estudo das Instituições Financeiras há que referir as instituições que possuem capacidade para criar moeda com
base nos depósitos recolhidos e multiplicados através do crédito, as Instituições Financeiras Monetárias e as
instituições que desenvolvem operações de financiamento, mas que não possuem capacidade de receber depósitos,
as Instituições Financeiras Não Monetárias.

Instituições Financeiras Monetárias


Os bancos e outras instituições de crédito, para além das suas atividades fundamentais ligadas à recolha de depósitos
e à concessão de crédito, prestam um conjunto variado de serviços financeiros como:
 Emissão e colocação de ações e obrigações;
 Emissão de cheques, de cartões de crédito ou de débito;
 Aluguer de cofres;
 Administração de carteiras de títulos;

Um outro aspeto importante é o que se refere à internacionalização da banca portuguesa, quer através da aquisição de
bancos estrangeiros, quer sob a forma de participações cruzadas com bancos de outros países no capital de bancos
estrangeiros.

O mesmo se passa com a aquisição de partes do capital dos bancos nacionais por instituições financeiras estrangeiras.

Instituições Financeiras Não Monetárias


Estas instituições não estão habilitadas a receber depósitos, mas podem receber poupanças e aplicá-las. Prestam
serviços de ordem financeira como, por exemplo garantias bancárias, participar no capital de empresas, financiar
investimentos e aquisições a crédito de bens e serviços, etc., desempenhando, deste modo, funções de intermediários
financeiros. Como:
Sociedades de locação financeira / leasing
O leasing é um tipo especial de financiamento do investimento que consiste na cedência temporária do uso de um bem
por parte do proprietário, o locador ou sociedade de leasing, a um terceiro, o utente ou locatário, mediante o
pagamento de uma renda ou aluguer.

O locatário, no termo de um prazo convencionado, pode adquirir o bem cujo uso lhe foi cedido, mediante o pagamento
de um preço determinado.

As sociedades de locação financeira podem exercer operações de leasing mobiliário ou imobiliário.

Com esta solução de financiamento para aquisição de veículos e equipamentos novos, os custos elevados da
aquisição inicial dos bens transformam-se em mensalidades fixas e no pagamento, no fim do período do contrato, de
um valor residual que permite adquirir o bem. (valor residual é a percentagem sobre o bem adquirido).

Sociedades de factoring
A atividade de factoring envolve três elementos o factor, os cedentes dos créditos e os devedores. As empresas
aderentes a um contrato de factoring cedem os créditos que constituíram sobre os seus clientes (os devedores) ao
fator, que desempenha, desta forma o papel de intermediário financeiro.

Ao tomarem os créditos em cobrança, podendo mesmo adquiri-los antes do prazo de vencimento, estas sociedades
(factor) estão a conceder crédito às empresas que lhes transmitiram os seus títulos de crédito, as empresas cedentes,
mediante a aplicação de uma taxa de juro.

Sociedades de capital de risco


As sociedades de capital de risco têm por função apoiar e promover projetos de investimento e de inovação tecnológica
em empresas, participando temporariamente no respetivo capital, geralmente sob a forma de aumentos de capital.
Esses projetos apresentam um risco mais elevado do que a média dos projetos financiados através de empréstimos
bancários.

Estas sociedades propõem-se, assim, assumir a incerteza inicial associada à implementação de projetos de empresas
que apresentem insuficiências financeiras, mas tenham capacidade de gerar rendimento no futuro.

Para além da participação temporária no capital social das empresas a apoiar, estas sociedades prestam também
assistência na gestão financeira, técnica, administrativa e comercial.

Os recursos das sociedades de capital de risco são obtidos através de empréstimos, de capitais próprios fornecidos
pelos acionistas e de lucros de operações anteriores.

Exemplos de investimento de capital de risco:


 Start-up:

Investimento no capital de empresas em fase de instalação mas em que existe um projeto ou em empresas que já
funcionam mas que ainda não iniciaram a comercialização dos seus produtos ou serviços. Áreas fortes: Projetos
empresariais de pequena dimensão, ligados à investigação e ideias originais.
 Seed- Capital

Financiamento a projetos empresariais em fase de instalação, envolvendo, muitas vezes, os estudos de mercado para
avaliar a viabilidade do produto ou serviço. Áreas fortes: indústrias tecnológicas e de informação, biotecnológicas, entre
outras.

Sociedades corretoras e sociedades financeiras de corretagem

As sociedades corretoras e as sociedades financeiras de corretagem têm por atividade a compra e venda de valores
mobiliários (ações, obrigações, etc.) por conta dos seus clientes. A sua intervenção em Portugal é obrigatória para
todas as transações em Bolsa.

As sociedades corretoras, também designadas por brokers, limitam-se a executar as ordens de compra e venda dadas
pelos seus clientes, enquanto as sociedades financeiras de corretagem ou dealers podem possuir uma carteira própria
de títulos, estando autorizados a transacioná-los.

MERCADO DE TÍTULOS
O mercado de títulos, como qualquer outro mercado, é o local (embora possa não ter existência física) onde se
encontram os agentes que procuram capital (necessidade de financiamento) e aqueles que oferecem capital, pois
possuem capacidade de financiamento.
Neste mercado, o capital é representado por títulos de média e longa duração (período de vida superior a um ano),
como ações, obrigações e títulos de divida pública.
Os títulos são normalmente representados por documentos impressos que conferem ao seu possuidor um direito
representativo de um certo valor (direito de crédito, direito a receber dividendos, etc) e que podem ser objeto de
transação, isto é, podem ser transmitidos a outros titulares, daí poderem chamar-se valores mobiliários.
A compra e venda de títulos (valores mobiliários) é realizada num mercado criado para esse efeito: a Bolsa de Valores.

AÇÕES: títulos mobiliários representativos do capital social das sociedades anónimas. O seu titular chama-se acionista
e tem direito a receber dividendos, ou seja, uma parcela dos lucros distribuídos anualmente pela sociedade.
DIVIDENDOS: representam a distribuição de lucros auferidos pela empresa aos seus acionistas.
A posse deste tipo de títulos confere ao seu detentor mais-valias ou menos-valias, consoante a variação do seu valor
no mercado. O valor das ações varia de acordo com a sua maior ou menor procura e esta está dependente das taxas
de juro praticadas, das expectativas quanto à inflação e do risco específico que a empresa em causa pode representar.

Assim, quando as ações representam uma quota-parte de uma empresa em crescimento que apresenta boas
perspetivas de lucro, haverá muita gente interessada em adquiri-las e pouco interessadas em vendê-las. Com isto, a
cotação dessas ações subirá na Bolsa.

 Cotação: é o preço a que são transacionados os títulos na Bolsa. A cotação de um título resulta do livre jogo
da oferta e da procura.

No entanto, o preço destes títulos está também sujeito, devido a movimentos especulativos, a subir e a descer em
relativa rapidez. É o que se designa, habitualmente, de risco especulativo.
Outro dos riscos deste produto financeiro resulta do facto de o rendimento das ações, que se apresenta sob a forma de
dividendos, depender dos resultados da sociedade e da sua política de distribuição dos mesmos. É o chamado risco de
negócio.
O titular das ações pode, se desejar, reaver o capital aplicado mediante a venda dos seus títulos em Bolsa ou fora dela,
correndo, no entanto, o chamado risco de liquidez, pois pode acontecer que não haja comprador no momento em que o
detentor das ações pretenda vender, tendo pois de aguardar por esse momento.

OBRIGAÇÕES
Obrigações: valores mobiliários representativos de uma divida, que conferem ao seu titular o direito ao recebimento de
juros durante a vida útil do empréstimo e ao reembolso do capital na respetiva data de maturidade (data de vencimento
ou expiração do título).
Riscos associados às obrigações:
 Incumprimento – em período de crise, a empresa por quebra de receitas ou por dificuldades da tesouraria
poderá ter dificuldade em pagar o juro.
 Liquidez – não havendo muita procura de títulos na Bolsa, o subscritor terá alguma dificuldade em transformar
o titulo em dinheiro antes do final do prazo.
 Taxa de juro – se o investidor tem obrigações, a taxa fixa e a taxa de juro do mercado sobem, ira ter perdas.

O risco que esta forma de aplicação das poupanças apresenta é variável, pois depende do grau de solvabilidade da
empresa emitente.

Fundos de investimento
Um dos produtos financeiros que têm registado uma procura acentuada por parte dos aforradores são os fundos de
investimento.

Os fundos de investimentos são constituídos por valores recebidos de um conjunto de aforradores.


Ao aplicarem uma as suas poupanças neste produto, os aforradores adquirem uma carteira de títulos diversificada:
 Fundos Mobiliários Mistos (ações e obrigações);
 Fundos de Investimento Imobiliário;
 Fundos de Pensões.

A diversidade de produtos financeiros incluídos na carteira dos fundos permite compensar os resultados menos
favoráveis de alguns produtos com o aumento de rendibilidade de outros, o que confere a esta aplicação das
poupanças um risco controlado.

Títulos da dívida pública


Este produto financeiro, emitido pelo Estado, tem captado uma parte importante da poupança gerada no nosso país.
Os bilhetes do tesouro, as obrigações do tesouro e os certificados de aforro são exemplos deste tipo de títulos. Estes
títulos representam empréstimos concedidos pelo Estado, sendo remunerados com juros.

 Certificados de aforro e certificados do tesouro- Instrumentos da dívida pública que têm como objetivo captar a
poupança das famílias. São colocados diretamente junto dos aforradores.
 Bilhete do tesouro- Valor mobiliário representativo de um empréstimo de curto prazo da República Portuguesa.
 Obrigação do tesouro- Valor mobiliário representativo de um empréstimo de médio-longo prazo da República de
Portugal.

Instrumentos financeiros ao dispor dos aforradores


As instituições financeiras disponibilizam variados produtos financeiros nos quais os aforradores poderão aplicar as
suas poupanças: Ações, Obrigações, Fundos de Investimento, Certificados de aforro e depósitos a prazo, entre outros.
Estes produtos distinguem-se entre si em função de indicadores como o risco, a rendibilidade e a liquidez.

Risco
A segurança de uma aplicação financeira está ligada à noção de risco. Uma aplicação é arriscada quando o seu valor
pode sofrer alterações, tanto para mais como para menos, de um momento para o outro. A segurança da aplicação
traduz-se na possibilidade de o investidor vir a recuperar, pelo menos, a totalidade do dinheiro aplicado (mesmo que
não se verifiquem ganhos significativos, não há risco de grandes perdas).

Rentabilidade
Este é o principal objetivo de quem aplica as suas poupanças. Numas aplicações, como é o caso dos depósitos a
prazo, das obrigações e dos certificados de aforro, o rendimento pode ser pré-estabelecido, com uma taxa fixa ou
variável. A taxa fixa significa que a rendibilidade da aplicação se mantém constante durante o prazo definido. A taxa
variável quer dizer que a rendibilidade pode aumentar ou diminuir de acordo com o mercado.
Noutras aplicações, rendimento não é garantido à partida, como as ações, em que o rendimento depende do mercado
e dos resultados das empresas.

Liquidez
Por liquidez entende-se a possibilidade de, a qualquer momento, se poder reaver o dinheiro aplicado. Quanto maior for
a rapidez na conservação do título em dinheiro, maior será a liquidez.

É com base nos indicadores referidos que o aforrador deverá escolher as aplicações financeiras das suas poupanças.
A Bolsa
 Bolsa- Local onde se transacionam títulos mobiliários. Se numa sessão da Bolsa a procura de determinado título
exceder a oferta, a cotação (preço do título) sobe; se, pelo contrário, a oferta for superior à procura, a cotação do
título desce.

É na Bolsa que os títulos mobiliários podem ser transacionados pelos agentes económicos que aí procuram aplicar as
suas poupanças ou obter recursos financeiros.

Em Portugal, todas as operações de Bolsa são realizadas através da intervenção dos corretores, os quais se
encontram organizados sob a forma de sociedades corretoras.
 PSI- 20- Índice que reflete o valor médio da cotação das 20 principais empresas portuguesas cotadas na Bolsa.

O investimento interno e externo

O investimento resulta da poupança constituída. Se o investimento é realizado por agentes económicos residentes no
território, estamos perante um investimento interno. Mas se os meios financeiros investidos forem de agentes
económicos residentes fora do território, então o investimento será externo ou estrangeiro.

 Investimento direto estrangeiro- Aquisição de 10% ou mais do capital de uma empresa por um investidor
estrangeiro.
O investimento direto de Portugal no exterior e o investimento direto estrangeiro em Portugal
O processo de abertura das economias ao exterior e a crescente globalização dos mercados têm originado um maior
movimento de circulação de capitais entre os países.

A economia portuguesa tem registado um processo de Internacionalização traduzido em movimentos de entrada e


saída de capitais. O investimento direto de Portugal no exterior reflete a expansão das empresas portuguesas no
mercado internacional, de acordo com a dinâmica das suas estratégias empresariais.

A entrada de capitais na economia portuguesa por via do investimento direto, embora inerente ao processo de
globalização das economias está, todavia, sujeita ao aumento da concorrência nos mercados internacionais e à
consequente deslocalização dos capitais para países mais competitivos.

IPC aumenta + que o SN  <poder de compra, <SR


IPC aumenta o mesmo o que o SN  =poder de compra, =SR
IPC aumenta – que o SN  >poder de compra, >SR

IPC > 100 = inflação; maiores preços


IPC < 100 = menores preços
 Lei de Engel: quanto maior o rendimento, menor o coeficiente orçamental na alimentação.
 Consumismo: é o conjunto de comportamentos e atitudes suscetíveis de conduzir a um consumo sem critérios,
compulsivo, irresponsável e perigoso
 Consumerismo: pode ser entendido como o resultado da intervenção social de indivíduos ou grupos, através
de movimentos ou organizações que:
- exprimam os interesses dos consumidores
- legitimem e aprofundem os interesses dos consumidores (incluindo o direito de intervenção do mercado)
- defendam a qualidade de vida aos cidadãos

- pretendam, através da sua ação, renovar o sistema de valores sociais.


 Classificação dos bens
Quanto à sua natureza:
- bens materiais: quando é possível senti-los, vê-los, isto é, quando têm visibilidade física, podendo ser
armazenados. Ex: um livro, um bolo, uma ferramenta
- bens imateriais ou serviços: quando não têm visibilidade física, não são palpáveis, não podendo ser
armazenados. Ex: um concerto, uma aula, uma consulta médica.
Quanto ao custo:
- bens livres: quando são adquiridos sem dispêndio de qualquer dinheiro ou esforço, como o ar que
respiramos.
- bens económicos: quando é necessário gastar algum dinheiro para os adquirir ou despender algum esforço
para os adquirir. Então nesta categoria os bens escassos, ou seja, a maioria dos bens que consumimos.

Quanto à função:
- bens de consumo: quando se destinam ao consumo final das famílias. Ex: vestuário, alimentação ou um
computador pessoal.
- bens de produção: quando se destinam a produzir outros bens pelas empresas. Ex: uma máquina ou
matérias-primas.

Quanto à duração:
- bens duradouros: quando não se anulam após uma primeira utilização. Ex: uma máquina, uma peça de roupa
ou um telemóvel.
- bens não duradouros: quando se esgotam após a sua utilização. Ex: uma peça de fruta ou as matérias-
primas que se incorporam nos produtos finais.

Quanto às relações recíprocas:


- bens substitutos: aqueles que têm características semelhantes e que se podem substituir entre si. Ex: azeite
e óleo, açúcar e sacarina, coca-cola e pepsi.
- bens complementares: aqueles que, para atingir fins para que foram criados, têm de ser utilizados em
conjunto. Ex: impressora e tinteiros, o carro e a gasolina.
 País desenvolvido: setor III > setor II > setor I
 País menos desenvolvido: setor I > setor II > setor III

 - população ativa: - trabalhadores


- desempregados
 - população inativa: - estudantes
- reformados
- inválidos
- donas de casa

 TAXA DE ATIVIDADE: população ativa


--------------------- x 100
População total

 TAXA DE DESEMPREGO: desempregados


--------------------- x 100
População ativa
 Produtividade total: quantidade do produto
--------------------------------
Quantidade dos fatores de produção
 Produtividade media do fator trabalho: valor do produto
----------------------
Quantidade de trabalho
 Produtividade media do fator capital: valor do produto
------------------------
Stock de capital fixo
 Produtividade marginal do trabalho: acréscimo do produto
-----------------------------
Acréscimo de uma unidade de trabalho
 Produtividade marginal do capital: acréscimo do produto
---------------------------
Acréscimo de uma unidade de capital
 LEI DOS RENDIMENTOS DECRESCENTES: A partir de um determinado nível de produção, mantendo fixa a
quantidade de um dos fatores produtivos, vão-se verificar acréscimos de produção resultantes da utilização de
unidades sucessivas do outro fator produtivo (produtividade marginal) cada vez menores
 Custos
- os custos fixos: despesas que uma unidade de produção tem de realizar, independentemente das quantidades
produzidas.
- custos variáveis: dependem da quantidade produzida.
Custos totais= custos variáveis + custos fixos
Custo médio = custo total
--------------
Quantidade produzida

 A INFLAÇÃO
é a subida continua e generalizada dos preços.
 CAUSAS DA INFLAÇÃO
- o excesso da procura: por vezes, verifica-se um desajustamento entre a oferta e a procura. Este
desajustamento pode ter origem no acréscimo da procura relativamente à oferta, em virtude do aumento do
consumo das famílias e do crescimento do investimento, ou à incapacidade da oferta em responder à procura,
dada a capacidade de produção existente. Em qualquer das situações verifica-se um excesso de procura
relativamente à oferta, o que origina a alta dos preços.
- o aumento dos custos de produção: a inflação é resultado do aumento dos custos de produção. O aumento
dos salários, dos preços das matérias primas e outros encargos associados à atividade produtiva levarão as
empresas a fazer repercutir a alta dos custos nos preços, de forma a manterem as margens de lucro.
- inflação esperada: se os agentes económicos esperam um aumento da inflação no futuro, o seu
comportamento poderá dar origem à subida dos preços no curto prazo. Estes comportamentos por antecipação
de uma subida de inflação irão provocar uma subida imediata da inflação.
 ÍNDICE DE PREÇOS DO CONSUMIDOR
2011. € 2011
------ = ------------ x 100
2010. €2010
 TAXA DE INFLAÇÃO
(103-100)
------------ x 100
100

A ATIVIDADE PRODUTIVA E A FORMAÇÃO DE RENDIMENTOS


RENDIMENTO: somatório dos valores acrescentados pelo conjunto das empresas.
VALOR ACRESCENTADO: valor adicional que é criado pelas unidades produtivas de um país e que representa a
riqueza gerada durante um determinado período.

A repartição funcional dos rendimentos


 é a repartição dos rendimentos criados durante o processo produtivo pelos dois fatores de produção, tendo em
conta a especificidade das suas funções.
A repartição funcional dos rendimentos mostra-nos que uma parte dos rendimentos criados é entregue aos
trabalhadores, que são os detentores da força de trabalho, sob a forma de salários, enquanto a outra parte é entregue
aos proprietários dos meios de produção ou capital, sob a forma de rendas, juros ou lucros.

Remuneração dos fatores produtivos


 Salário: é o rendimento recebido em troca de trabalho prestado. O salário é fixado em função do nível de
qualificação do individuo, das suas habilitações, da natureza do trabalho, do nível de desempenho alcançado,
etc. Os contratos de trabalho onde estão fixados direitos e deveres dos trabalhadores e patrões resultam de
convenções coletivas de trabalho negociadas entre sindicatos e entidades patronais ou de negociações
individuais entre o individuo e a entidade patronal.
Como a principal fonte de rendimento da maior parte da população é o salário, o Estado procura garantir a
todos os trabalhadores um mínimo de rendimento, através da fixação de um salário mínimo nacional.
(Redistribuição Mínima Mensal Garantida – RMMG).
 Lucro: é o rendimento do empresário que realiza a sua atividade económica através da empresa, utilizando,
para o efeito, determinado montante de capital. O apuramento do lucro faz-se pela diferença entre o preço de
venda e o preço de custo dos bens produzidos.
 Renda: é o rendimento do proprietário que cede bens em regime de arrendamento tais como, casas, terras,
andares, escritórios, armazéns, etc.
 Juro: é o rendimento de quem cede (empresta) capital. O juro é calculado com base na taxa de juro.

A repartição pessoal dos rendimentos


O rendimento do país é repartido pelas pessoas que constituem a população residente, cabendo a cada pessoa ou a
cada família uma determinada parcela do total do rendimento. Como as pessoas não exercem a mesma atividade, nem
o mesmo tipo de trabalho, possuem ou não bens de família, por exemplo, o montante de rendimento que cabe a cada
uma é diverso, havendo pessoas ou famílias com maiores rendimentos que as outras.
A diferença de rendimentos entre as famílias depende, assim, de vários fatores: umas apenas possuem rendimentos
de trabalho, outras detêm rendimentos de propriedade ou de empresa, outras têm salários muito elevados, etc. O peso
que estes fatores representam na repartição pessoal do rendimento nacional de um país contribui para a maior ou
menor desigualdade de rendimentos.
Sendo o salário o principal rendimento da maior parte das famílias, dele dependerá o grau de satisfação das
necessidades. Porém, para a maior ou menor capacidade aquisitiva do salário concorre, também, o nível geral dos
preços dos bens e serviços: por exemplo, se ocorrer uma subida geral dos preços e o salário nominal se mantiver, as
famílias perdem poder de compra.

Salário nominal: é a quantidade de moeda que o trabalhador recebe como resultado do trabalho prestado
Salário real: quantidade de bens e serviços que o trabalhador pode adquirir com o seu salário nominal. O nível da
inflação (IPC) influencia o salário real.

Leque salarial
O leque salarial permite ver a diferença entre o salário mínimo e o salário máximo e quantas vezes o máximo é mais
elevado que o mínimo.

Leque salarial = salário mínimo 1 salário máximo


-------------------- = ---  x = --------------------
Salário máximo x salário mínimo

Rendimento per capita


 rendimento médio de cada habitante
Rendimento nacional
----------------------------
População total

Curva de Lorenz
A curva de Lorenz permite avaliar o grau de concentração de rendimentos. É um diagrama que representa por classes
percentuais a parte do rendimento que cabe a cada grupo da população.
 instrumento de medida das desigualdades na repartição dos
rendimentos
Índice de Gini
Traduzindo o rendimento per capita por um rendimento médio, não é possível, através da informação fornecida,
conhecer a forma como o rendimento está repartido pelos habitantes de um país ou pelas suas regiões.
Este problema é ultrapassado pela curva de Lorenz e pelo índice de Gini, que permitem representar e medir
desigualdades dos rendimentos. Este índice varia entre 0 (igualdade absoluta) e 100 (desigualdade absoluta).

REDISTRIBUIÇÃO DOS RENDIMENTOS


 visa minimizar e corrigir desequilíbrios resultantes da primeira repartição dos rendimentos e, ao mesmo tempo,
permitir um melhor nível de vida a todas as pessoas. Resulta da intervenção do Estado através de políticas fiscais e
sociais.

Despesas públicas: conjunto de pagamentos efetuados pelo Estado.


Receitas públicas: receitas obtidas pelo Estado para fazer face às despesas públicas.

Política de redistribuição dos rendimentos: tem como finalidade a equidade, ou seja, a redução das desigualdades
sociais originadas na repartição dos rendimentos, através de políticas fiscais e sociais.
Uma das áreas de intervenção prioritárias do Estado é a de corrigir as assimetrias resultantes na repartição dos
rendimentos primários, visto que uma das funções do Estado é contribuir para o bem-estar e a qualidade de vida dos
cidadãos.
 as receitas patrimoniais ou voluntarias
apresentam em comum o facto de resultarem de
acordos negociais entre o Estado e os particulares
e correspondem ao valor das suas vendas
efetuadas entre os dois agentes acima referidos
(privatização; por exemplo, o Estado possui uma
propriedade e uma empresa compra essa
propriedade, está a privatizar).
 as receitas coativas são, pelo contrário, fixadas geralmente por via legislativa, não resultando de qualquer
negociação ou acordo travado entre os particulares e o Estado. Estas receitas são prestações pecuniárias exigidas aos
particulares, que têm de submeter a essa exigência. Deste tipo de receitas são exemplos as taxas e os impostos.

Taxas: correspondem ao pagamento de um serviço prestado pelo Estado


Impostos: não têm por suporte qualquer prestação de serviço por parte do Estado aos particulares.

 as receitas creditícias resultam de meios financeiros fornecidos ao Estado por outros agentes económicos, através
do recurso ao crédito. Pode acontecer que o Estado não consiga obter, a partir de taxas, dos impostos e das receitas
patrimoniais, todos os rendimentos de que necessita para fazer face às despesas públicas. Nesse caso, o Estado é
forçado a recorrer aos empréstimos que contrai junto dos particulares, originando a divida pública, interna ou externa.

PRINCIPAIS IMPOSTOS
Impostos diretos: incidem sobre os rendimentos obtidos pelos contribuintes e sobre o património, isto é, sobre uma
matéria coletável perfeitamente determinada, como acontece com o IRS, IRC ou com o IMI.
 IRC: incide sobre os lucros resultantes de qualquer atividade agrícola, industrial ou comercial, realizada por
pessoa coletiva ou por pessoas singulares.
 IRS: recai sobre os rendimentos do trabalho, de capitais, de mais-valias, de pensões, e outros rendimentos
(como o jogo, lotarias e apostas).
 IMI: incide sobre o valor patrimonial dos prédios rústicos e urbanos.
 IMT: recai sobre as transmissões de propriedade de bens imobiliários, quando feitas a título oneroso.

Impostos indiretos: incidem sobre os rendimentos utilizados ou consumos, ou seja, sobre uma matéria coletável
indiretamente determinada. Por exemplo, quando compramos um bem ou serviço é frequente pagarmos sobre o seu
valor um montante que será entregue ao Estado e que depende da aplicação de uma certa taxa ao valor desse bem –
IVA – que recai sobre o preço dos produtos que se adquirem.
 IVA: incide sobre os preços das mercadorias e serviços.
 Imposto de selo: incide sobre os documentos designados na tabela geral do imposto de selo.
 Outros impostos indiretos: imposto dobre os produtos petrolíferos e energéticos, imposto sobre o tabaco,
imposto sobre álcool e bebidas alcoólicas, etc.
Políticas fiscais: traduz-se na criação de impostos sobre bens e serviços e rendimentos, por exemplo.

É através do Orçamento de Estado, um documento elaborado pelo Governo e sujeito á aprovação da Assembleia da
República, que são estabelecidas as fontes de receita do Estado e as despesas a efetuar, durante um ano, para
cumprimento das funções do Estado.

Política social: a sua finalidade é atenuar as desigualdades sociais existentes entre os cidadãos, garantir a igualdade
de oportunidades, o acesso a meios que permitam a satisfação das necessidades básicas e prevenir situações de
pobreza e exclusão.
O Estado fornece à comunidade bens e serviços indispensáveis, gratuitamente ou a preços inferiores aos do mercado.
Assim acontece com a educação, a saúde, a administração da justiça e a iluminação pública. Sendo estes bens e
serviços absolutamente necessários, ao subsidiá-los ou ao fornecê-los gratuitamente, o Estado está a assegurar a sua
utilização por toda a população. Deste modo, os indivíduos pertencentes aos estratos economicamente menos
favorecidos poderão ter acesso a serviços que, de outra forma, não poderiam consumir ou consumiriam em menor
quantidade. Estas iniciativas enquadram-se no conjunto de medidas que constituem as chamadas políticas sociais do
Estado.

O Estado intervém também na esfera social, também no âmbito destas políticas, ao garantir aos mais desfavorecidos o
acesso a meios que lhes permitirão suprir dificuldades resultantes das desigualdades económicas e sociais. É o caso
da Segurança Social.

A proteção social
Em situações que podem causar graves dificuldades aos trabalhadores, como o caso de uma doença inesperada que
os impeça de exercer o seu cargo profissional, a invalidez ou o desemprego, instituiu-se a Proteção Social, para dividir
solidariamente estes prejuízos.
Em casos mais diretamente relacionados com o trabalho, juntam-se situações como o apoio à exclusão social, à
velhice e à maternidade. Para pôr em prática este sistema, os indivíduos efetuam contribuições sociais que serão
distribuídos sob a forma de prestações sociais, a quem necessitar delas. Este é o principio da solidariedade social.

A ação do Estado desenvolve no domínio da


redistribuição dos rendimentos tem dois objetivos:
 Um de natureza social – tornar mais justa a repartição dos rendimentos e proporcionar um nível de bem-estar
superior às famílias de menores rendimentos.
 Outro de natureza económica – permitir níveis de consumo superiores a determinados grupos sociais
estimulando, através de diversas formas (subsídios, abonos, cartão jovem, etc), a atividade económica.

O RENDIMENTO DISPONÍVEL DOS PARTICULARES


 se ao somatório dos rendimentos entregues às famílias (salários, rendimentos de empresas e propriedade e as
transferências internas e externas) subtrairmos o valor dos impostos diretos e das contribuições para a Segurança
Social, obteremos um valor diferente do rendimento inicial disponível dos particulares, que reflete as disponibilidades
reais das famílias.

DESIGUALDADES NA REPARTIÇÃO DOS RENDIMENTOS...


ENTRE PAÍSES
ENTRE REGIÕES
ENTRE CATEGORIAS SOCIAIS

a união europeia pretende pôr fim


às disparidades salariais entre
mulheres e homens. Alguns
dados sobre estas disparidades:
 Em média, as mulheres na UE ganham cerca de 16% menos que os homens
 As disparidades salariais
entre mulheres e homens
correspondem à diferença entre
a remuneração das mulheres e
dos homens
 Em alguns países, as
disparidades salariais entre mulheres e homens estão a aumentar
 A questão das disparidades entre mulheres e homens é uma questão complexa com várias causas e
frequentemente interrelacionadas
 As disparidades salarias entre mulheres e homens ao longo da vida leva a que as mulheres tenham
reformas mais baixas, aumentando o seu risco de pobreza.
A UTILIZAÇÃO DOS RENDIMENTOS – O CONSUMO E A POUPANÇA
As famílias dispõem de um determinado montante de rendimentos que vão gastar na aquisição de bens e serviços que
satisfazem as suas necessidades. Uma parte significativa desses rendimentos vai, então, ser utilizada no consumo.
No entanto, a generalidade das famílias preocupa-se com o futuro, com uma doença possível, com a educação e
segurança económica dos filhos e, para fazer face a estas situações futuras, reserva uma parte do seu rendimento
para esses gastos que possam vir a ocorrer. Essa parte dos rendimentos que não é gasta em consumo imediato é
designada por poupança.

Poupança = rendimento – consumo

OS DESTINOS DA POUPANÇA
 Entesouramento
 Aplicações financeiras
 Investimento

Entesouramento: conservação de valores monetários (moedas e notas) ou a conservação de barras de ouro, joias,
obras de arte, etc., por parte dos agentes económicos. Os valores entesourados não dão origem a qualquer
rendimento. Constituem, assim, riqueza improdutiva.
Aplicações financeiras: depósitos a prazo, fundos de investimento, títulos de divida, etc.
Investimento: ato pelo qual se aplica a poupança na atividade produtiva, através da aquisição de meios de produção,
com o objetivo de aumentar a produção dessa economia. Ex: comprar ações numa empresa.

FORMAÇÃO DE CAPITAL
É a aplicação da poupança em novos bens de produção, o investimento.
A poupança é utilizada na formação de capital, através do investimento direto ou através da sua colocação em
instituições financeiras que, posteriormente, a canalizam para a atividade produtiva.

FORMAÇÃO BRUTA DE CAPITAL FIXO


É o aumento dos bens de equipamento, ocorrido durante um dado período, normalmente um ano, no património de
uma empresa ou de uma economia.
Na formação de capital fixo há que distinguir a aquisição de bens de produção duradouros feita pelas empresas da
realizada pelo Estado ou Administração Pública.
A Administração Pública contribui para a formação bruta de capital fixo através da construção de estradas, aeroportos,
pontes, criação de escolas, hospitais e outros bens de equipamento coletivo.
A participação das empresas na formação bruta de capital fixo traduz-se na aquisição de máquinas, ferramentas e
outros instrumentos de trabalho, na construção de novas fábricas, na modernização tecnológica, etc.
A CONTABILIDADE NACIONAL
Contabilidade nacional: a contabilidade nacional representa, de uma forma simplificada e quantificada, as operações
económicas efetuadas pelos diversos agentes económicos de um país ou região durante um determinado período de
tempo.

Objetivos da contabilidade nacional


 Fornecer infirmação acerca da evolução da economia
 Proporcionar informações necessárias para elaborar previsões e definir políticas económicas
 Estabelecer comparações internacionais, ou seja, entre economias

Noção de Contabilidade Nacional


Contabilidade nacional – Conjunto de operações que se executam no sentido de apurar o valor de certas grandezas
económicas e sociais, cujo conhecimento é indispensável para avaliar a situação do país e proceder à (re)definição das
politicas de gestão nacionais.

Objetivos da contabilidade nacional


- avaliar a situação presente
- aferir o percurso seguido
- planificar o desenvolvimento
- assegurar a justiça social

Causas do seu aparecimento


- Vontade de medir a força económica, por parte de governantes e economistas, considerando que essa força seria
decisiva no caso da sua entrada em conflitos armados.
- Grande crise americana, deu um impulso para a recolha e tratamento de dados estatísticos
- Entrada de Portugal na UE, implicou a adoção do Sistema de Contas Europeu
Conceitos Necessários à Contabilidade Nacional

Unidade institucional – unidade de produção que goza de capacidade de decisão autónoma no exercicio da sua função
principal e que dispõe de contabilidade completa.
Sectores Institucionais – conjuntos de unidades de produção que gozam de autonomia no desempenho da sua função
principal e que apresentam comportamento económico semelhante.

Setor institucional Função principal Principais recursos


Empresas não financeiras Produzir bens e serviços Receitas provenientes da venda de
comercializáveis produção
Instituições financeiras Financiar, isto é, receber, transformar Depósitos recebidos: juros e prémios
e repartir disponibilidades financeiras contratuais
e sugarar contra riscos
Administrações públicas Prestar serviços não comercializáveis Pagamentos obrigatórios, efetuados
e redistribuir o rendimento e a por outros setores
riqueza
ISFLSF – instituições em fins Prestar serviços não comercializáveis Contribuições voluntárias das
lucrativos ao serviço das famílias ou comercializáveis sem fins famílias, rendimentos e propriedade
lucrativos destinados a grupos e subsídios
particulares de famílias
Famílias e empresas individuais Consumir e produzir bens e serviços Remunerações dos fatores
comercializáveis não lucrativos produtivos, transferências de outros
setores e receitas provenientes de
outras vendas
Resto do mundo Trocar bens, serviços e capitais com Receitas provenientes das trocas
os não residentes. efetuadas

Território económico
Território onde os agentes económicos de um país realizam as suas atividades produtivas criadoras de riqueza para
esse país mesmo sendo fora dos seus limites fronteiriços (território geográfico)
Este inclui:
- O Território geográfico, em cujo interior os bens, os capitais e os trabalhadores circulam livremente;
- O espaço aéreo nacional, as águas territoriais e os navios e aeronaves territoriais que se podem encontrar fora do
território geográfico
- Os enclaves territoriais no estrangeiro (embaixadas, consulados, bases militares)

Unidade Institucional
Qualquer unidade de produção que decide autonomamente acerca da função principal que desempenha e que dispõe
de contabilidade completa.
- Unidade residente – Toda a unidade institucional que realiza operações económicas no território económico, há pelo
menos mais de um ano
- Unidade não residente – Toda a unidade institucional que pratica operações económicas fora do território económico
de um país ou que os pratica nesse território há menos de um ano

Ramo de atividade
Unidades de produção homogénea – Unidades de produção que executam semelhantes processos de produção sobre
um ou mais produtos homogéneos
Ramo de atividade – Constituído pelo conjunto de todas as unidades de produção homogénea, relativas ao mesmo
produto. A atividade produtiva nacional decompõe-se em 49 produtos e consequentemente em 49 ramos de atividade.
Exemplos:
Sector 1 – Agricultura / Silvicultura / Pesca
Sector 2 – Vidro / Petróleo / Tabaco / Bebidas / Construção Sector 3 – Comercio / Bancos / Seguros / Comunicações

Óticas de Calculo do Valor do produto


Óticas para determinar o valor de produção de um país
- Ótica do produto – Os produtos são contabilizados segundo o ramo de atividade económica que lhes dá origem
- Ótica do Rendimento – Atende-se ao modo como o rendimento foi repartido, rendimento esse, resultante da produção
conseguida pelos intervenientes no processo produtivo
- Ótica da despesa – Determina-se o valor do produto tendo em conta o seu destino e utilização (consumo,
investimento, exportação), a partir das despesas efetuadas
Calculo do valor do produto pela ótica do produto
- Problema da múltipla contagem – é um dos principais obstáculos à determinação do valor do produto de um país.
Traduz a dificuldade que existe em evitar que o valor de um bem seja registado mais que uma vez.
- Método dos valores acrescentados – Constitui a superação à dificuldade anterior. Baseia-se na determinação do valor
acrescentado por cada unidade produtiva.
- Método dos produtos finais – Consiste em determinar o valor do produto através das vendas de bens e serviços de
consumo final.
O somatório dos valores acrescentados pelos 49 ramos dar-nos-á o valor do produto interno do país.
Este somatório também nos dá outras informações, como a importância de cada ramo de atividade na economia do
país, a natureza e a origem do produto realizado.

Algumas noções de produto


Produto Liquido = Produto Bruto – Consumo de capital Fixo
Produto Nacional = Produto Interno + Saldo dos Rendimentos com o Resto do Mundo.

Produto a custo de fatores e produto a preços de mercado


O valor da produção pode ser determinado, tendo em atenção os custos de produção no produtor – preços a custo de
fatores – ou tendo em conta os preços de venda – preços de mercado.
Produto p.m = Produto c.f. + Impostos indirectos – Subsidios à Produção

Produto a preços correntes e produto a preços constantes


Calculado a preços correntes – quando os bens e serviços são valorizados aos preços correntes ou a preços
constantes
Calculado a preços constantes – quando os bens e serviços são valorizados segundo preços de um ano considerado
como base.

Do produto nacional bruto a preços de mercado (PNBp.m.) ao Produto Nacional Liquido a custo de factores
(PNLc.f.)
PIBpm = ∑ VABpm + Impostos Ligados à importação
PNBpm = PIBpm + Saldo do Resto do Mundo
PNLpm = PNBpm – Consumo de Capital Fixo (amortizações)
PNLcf = PNBpm – Consumo de Capital Fixo – Impostos indirectos + Subsidios a produção

Calculo do valor do produto pela óptica do rendimento


Pretende salientar como foram repartidos os rendimentos resultantes da produção conseguida pelos diversos
intervenientes no processo produtivo
PNBpm = PIBpm + Saldo rend. c/ resto mundo PNLpm = PNBpm – Cons. Cap. Fixo
PNLcf (RN) = PNLpm – Imp liquidos de subsidios
RN disp. liquido cf = PNLcf (RN) + Saldo transf c/ RM

Calculo do valor do produto pela óptica da despesa


Neste caso, determina-se o valor do produto, tendo em conta o seu destino e utilização, isto é, a partir das despesas
efectuadas
O calculo da despesa nacional, exige que conheçamos: - consumo privado dos residentes
- consumo publico
Procura Interna Final = Cons. Privado + Cons Pub. + FBCF
Procura Interna Total = Procura interna Final + Variação de existencias Procura Global = Procura Interna Total +
Exportações
PIBpm (DI) = Cprivado + Cpublico + FBCF+ Exp - Imp
PNBpm(DN) = PIBpm + S. Rend. c/ resto do mundo
PNLpm = DN (PNBpm) – Cons. Cap. Fixo
PNLcf (RN) = DN – Cons. Cap. Fixo – Imp.Ind. + Subs.
PIBcf = PIBpm(DI) + Subs. à Prod. – Imp Indirectos
PILcf = PIBpm(DI) + Subs. à Prod – Imp.Ind. – Amort.
PNBpm/DN/RN = PIBpm(DI) + Saldo Rend. R.Mundo
PNLpm = PIBpm(DI) + Sald. Rend. R. Mndo – Amort.
PNLc.f .= PIBpm/DI+S.R.R.M– Amrt.-Imp Ind+Sbs.Prod.

Limitações à Contabilidade Nacional


Produção não contabilizada
Economia subterrânea – Atividades em que o ramo é legal mas escapam à contabilidade nacional porque:
- evitam o pagamento de impostos
- evitam o pagamento de descontos sociais
- fogem ao cumprimento de normas legais relativamente a salarios / segurança / saúde
Economia Ilegal – Tipo de atividades ilegais
- produção de bens e serviços cuja produção, venda ou posse é ilegal (drogas)
- produção legal, mas praticadas por pessoas não autorizadas (pratica ilegal da medicina)
Economia Informal – Atividades cujos bens se destinam ao autoconsumo e escapam facilmente à contabilidade
nacional (donas de casa, bricolage) - produção de bens para autoconsumo
- atividades que têm como objetivo principal proporcionarem trabalho e rendimento às pessoas envolvidas.

Externalidades
Efeitos positivos ou negativos decorrentes de certas situações que não são contabilizadas, como por exemplo, os
efeitos da poluição sobre a saúde dos cidadãos (externalidades negativas) ou os efeitos da formação Professional
sobre a produtividade (externalidades positivas).

Positivas:
Construção de um hospital (saúde) / Investigação Cientifica (desenvolvimento tecnológico) / Construção de uma
Estrada (infraestruturas)

Negativas:
Gases das fabricas (poluição) / produção de armamento
10.1 A necessidade e a diversidade de relações internacionais
Comércio: atividade económica de compra e venda de bens e serviços.
 Comércio interno – trocas de bens e de serviços entre unidades residentes no mesmo país.
 Comércio externo – trocas de bens e de serviços entre unidades residentes e não residentes.
O comércio resulta da especialização produtiva de cada país que faz com que vendam os bens e serviços nos quais têm
vantagem na produção e com que compram os produtos que não produzem ou produzem em menores quantidades.
Esta especialização derivada da distribuição desigual dos recursos no mundo dá origem à divisão internacional do
trabalho.

Vantagens absolutas Vs. Vantagens comparativas


Os países especializam-se nos produtos nos quais têm vantagem comparativa.
Ex.: Inglaterra produz maior quantidade de vinho e de têxteis do que Portugal e por isso tem vantagens absolutas nos
dois produtos.
Mas…
Portugal tem vantagem comparativa na produção de vinho e a Inglaterra tem vantagem comparativa na produção de
têxteis. Portugal especializa-se no vinho e através do comércio externo vende a sua produção à Inglaterra e compra os
têxteis à Inglaterra, que faz o inverso.

Abertura de fronteiras → Aumento do comércio → Movimentos de bens, serviços e capitais → Aumento das
deslocações de pessoas

10.2 O registo das relações com o Resto do Mundo – a Balança de Pagamentos


Os registos dos fluxos económicos de cada país são efetuados na Balança de Pagamentos, que se encontra dividida
em Balança corrente, Balança de capital e Balança financeira.

Saldo = Crédito (entrada de divisas) – Débito (saída de divisas)

 Défice: Débito ˃ Crédito


 Nulo: Débito = Crédito
 Superavit: Crédito ˃ Débito
Como o saldo contabilístico da Balança de Pagamentos tem de ser nulo, calcula-se residualmente a rubrica «Erros e
Omissões».

Operações de câmbio e taxas de câmbio


No comércio internacional, as transações económicas requerem, normalmente, a troca de moeda nacional por moeda
estrangeira – operação de câmbio.
A função do mercado cambial, que funciona permanentemente, é a troca de moedas.
A taxa de câmbio (nominal) é o preço da moeda nacional em termos de uma moeda estrangeira, ou seja, é o valor a que
é possível trocar moeda de um país pela moeda de outro país.

A Balança corrente
A Balança corrente é constituída por:

 Balança de bens – fluxos relativos a bens, como matérias-primas e bens de equipamento


 Balança de serviços – viagens e turismo, serviços de transporte, prémios de seguros e direitos de utilização
de ativos intangíveis não produzidos não financeiros (patentes, direitos de autor, marcas e franchising)
 Balança de rendimentos – rendimentos do trabalho e do capital
 Balança de transferências correntes – transferências públicas e privadas

Balança de bens
Dois tipos de fluxos monetários:

 Exportações de bens: venda ao Resto do Mundo – entrada de divisas


 Importações de bens: compra ao Resto do Mundo – saída de divisas
Saldo da Balança de bens:

 Superavit: Exportações ˃ Importações


 Nulo: Exportações = Importações
 Défice: Importações ˃ Exportações

Taxa de cobertura é um indicador económico que representa a percentagem das importações que é coberta pelas
exportações.

Taxa de cobertura = (Valor das exportações / Valor das importações) x 100

Quando o valor é:

 Inferior a 100%, significa que o valor das importações é superior ao das exportações e por isso o país tem
de usar divisas acumuladas previamente ou de recorrer a empréstimos;
 Igual a 100%, significa que o valor das importações é igual ao valor das exportações;
 Superior a 100%, significa que o valor das exportações é superior ao valor das importações, permitindo
acumular divisas.

O saldo da Balança corrente traduz a situação de uma economia face ao Resto do Mundo. Um saldo positivo significa
que a economia consegue gerar receitas para cobrir os encargos face ao exterior.

A Balança de capital
A Balança de capital regista as transferências unilaterais de capital entre residentes e não residentes. Os fluxos de
capitais são constituídos por:

 Transferências de capitais
Ex.: fundos europeus; transferências de património; perdão de dívida
 Aquisição/cedência de ativos não produzidos não financeiros
Ex.: compra e venda de ativos intangíveis, como patentes, marcas e franchising
Ex.: compra e venda de ativos tangíveis, como terrenos

A Balança financeira
A Balança financeira regista todos os fluxos que implicam mudança de titularidade entre residentes e não residentes de
ativos e passivos financeiros. Esta Balança é constituída por operações de:

 Investimento direto:
 A aquisição de uma empresa residente por um agente não residente regista-se a crédito e é
um exemplo de investimento direto do exterior em Portugal
 A aquisição de uma empresa localizada no exterior por um agente residente regista-se a
débito e é um exemplo de investimento direto de Portugal no exterior
 Investimento indireto ou de carteira:
 Compra e venda de produtos financeiros, como ações e obrigações
 Outro investimento:
 Créditos comerciais, obtenção de empréstimos e constituição de depósitos em bancos não
residentes
 Derivados financeiros:
 Compra de derivados na bolsa
 Ativos de reserva:
 Ativos de não residentes na área do euro e expressos em moeda de países fora desta área.

Saldo global da Balança de Pagamentos = 0

Balança corrente + Balança de capital + Balança financeira = 0

A Balança financeira reflete as transações da Balança corrente e da Balança de capital e por isso terá um sinal contrário
ao saldo conjunto destas duas. Assim:

 Se o saldo da Balança financeira for negativo (porque o saldo conjunto das Balanças corrente e de capital
é positivo), significa que a economia tem capacidade de financiamento;
 Se o saldo da Balança financeira for positivo (porque o saldo conjunto das Balanças corrente e de capital é
negativo), significa que a economia tem necessidade de financiamento.

Balança de Pagamentos e regime cambial


Regime de câmbios flexíveis: taxas de câmbio são determinadas pelo mercado, sem intervenção do Estado.
Regime de câmbios fixos: taxas de câmbio são definidas pelo Estado.
Quando existe:
 Uma situação de défice, o Banco Central decreta a desvalorização da moeda para corrigir o défice
→ Desvalorização da moeda: uma unidade de moeda nacional permite comprar menos unidades de moeda
estrangeira. As importações ficam mais caras e por isso diminuem enquanto as exportações tornam-se
mais baratas para o exterior, aumentando.
 Uma situação de excedente, o Banco Central acumula reservas ou decreta a valorização da moeda para
corrigir o excedente
→ Valorização da moeda: uma unidade de moeda nacional consegue comprar mais unidades de moeda
nacional. As importações ficam mais baratas e por isso aumentam e as exportações tornam-se mais caras
para o estrangeiro, diminuindo.

10.3 As políticas comerciais e a organização do comércio mundial

Políticas comerciais: Livre-cambismo e Protecionismo

Protecionismo
O protecionismo é uma política de comércio internacional cujo objetivo é a proteção da economia nacional,
implementando um conjunto de medidas que limitam a entrada de produtos vindos do exterior e que facilitam a saída dos
produtos nacionais para o exterior.
 Protecionismo sobre as importações:
 Barreiras alfandegárias tarifárias (aplicação de impostos sobre os bens e serviços)
 Barreiras alfandegárias não tarifárias (limitações quantitativas à importação de bens e serviços
– contingentação, imposição de normas de qualidade)
 Protecionismo sobre as exportações:
 Subsídios às exportações (tornam os produtos nacionais mais competitivos no mercado)
 Dumping (existe quando os bens exportados têm um preço de exportação inferior àquele que
praticam no mercado do seu país. A prática de dumping é proibida, sendo tomadas medidas
antidumping para neutralizar os seus efeitos)
 Desvalorização da moeda.

Livre-cambismo
O livre-cambismo defende a livre circulação de bens e de serviços sem quaisquer restrições económicas.

Organizações internacionais de defesa da liberalização das trocas:


 GATT (General Agreement on Tariffs and Trade), fundado no pós 2ª Guerra Mundial, deu origem a um forte
incremento das trocas internacionais
 OMC (Organização Mundial do Comércio) que substituiu o GATT
 A OMC tem como principal função garantir que o comércio circule o mais livremente quanto possível a nível
internacional, de modo a melhorar os níveis de vida e os rendimentos dos países membros.

Princípios da OMC
 Não discriminação, garantido pelo princípio da nação mais favorecida (as vantagens concedidas a um país
têm de ser estendidas aos demais) e pelo princípio do tratamento nacional (todos os bens importados
devem ter o mesmo tratamento)
 Previsibilidade
 Concorrência leal (comércio justo e aberto)
 Transparência
 Tratamento especial e diferenciado para os países em desenvolvimento

Funções da OMC na atualidade:


 Negociação de acordos comerciais;
 Implementação e monitorização dos acordos;
 Resolução de conflitos comerciais;
 Assistência aos países em desenvolvimento;
 Cooperação com outras organizações internacionais.

11.1 Funções e organização do Estado


Estado: estrutura organizada, reconhecida por todos os membros e dotada de força coerciva, capaz de garantir a vida
em sociedade, ditando leis e regras que todos devem seguir, salvaguardando os interesses de todos os membros da
coletividade e defendendo os indivíduos uns dos outros.

Elementos do Estado:
 Povo;
 Território;
 Soberania.

Principal objetivo do Estado: satisfazer as necessidades de toda a coletividade, garantindo a vida em sociedade.

Funções do Estado:
 Legislativa (elaboração de leis que regulam a vida da comunidade);
 Executiva (execução das leis, que deriva da necessidade de cumprir e fazer cumprir as leis);
 Judicial (intervenção em matéria de resolução de conflitos).

Órgãos de soberania:
 Presidente da República;
 Assembleia da República;
 Governo;
 Tribunais.

Três grandes áreas de intervenção estatal:


 Política
 Social
 Económica

Setor Público
 Setor Público Administrativo
 Administração Central (integrados os Ministérios da Educação, Saúde, Finanças…)
 Administração Regional (Regiões Autónomas)
 Administração Local (municípios)
 Segurança Social (instituições que têm como função fornecer prestações sociais)
 Subsetor Fundos e Serviços Autónomos (Hospitais Públicos, Universidades, Teatros
Nacionais, Regiões de Turismo)
 Setor Público Empresarial
 Empresas Públicas (o Estado tem uma influência dominante)
 Empresas Participadas (participação permanente do Estado, mas sem influência dominante)

11.2 A intervenção do Estado na atividade económica


A intervenção do Estado na atividade económica tem como fundamento a garantia da:

 Eficiência (afetação eficiente dos recursos na economia)


 Equidade (distribuição do rendimento e da riqueza para promover a igualdade de oportunidades)
 Estabilidade (promover o crescimento da económica, através da criação de emprego, manutenção dos
preços e equilíbrio das contas externas)

A eficiência
Nem sempre o mecanismo de mercado funciona de forma eficiente, dando origem a ineficiências – Falhas de mercado.
A sua ocorrência relaciona-se com a existência de:
 Concorrência imperfeita – no caso dos monopólios, os preços praticados são mais elevados em
comparação com mercados competitivos e as quantidades transacionadas podem ser inferiores.
 Por isso, verifica-se uma afetação ineficiente dos recursos que exige a intervenção do Estado
através de leis antitrust que limitam o poder do monopólio ou evitam a sua formação.
 Externalidades – o efeito que a ação, de consumo ou de produção, de um agente económico provoca sobre
o bem-estar de outros, sem que tal efeito esteja refletido no preço dos produtos.
 Externalidade negativa: o caso da poluição ambiental que afeta a população, sem que esta
tenha tido qualquer grau de intervenção no processo produtivo
 Custo social da produção ˃ Custo económico da produção
 Estado desincentiva a sua produção (e o seu consumo), aplicando
impostos sobre o bem (assim internaliza a externalidade negativa
através do imposto)
 Externalidade positiva: o caso de criação de postos de emprego em zonas rurais, beneficiando
a população (e evitando o aumento do êxodo rural)
 Custo social da produção ˂ Custo económico da produção
 Estado incentiva a sua produção (e o seu consumo), através da
atribuição de subsídios (assim internaliza a externalidade positiva
através do subsídio)
 Bens públicos – bens dos quais várias pessoas podem usufruir sem que se possa impedir alguém de os
utilizar. Ex.: iluminação pública. Estes bens têm duas características:
 Não rivalidade: o uso que alguém faz desse bem não diminui a quantidade disponível para
outros
 Não excluibilidade/exclusividade: não se pode impedir o acesso de qualquer pessoa ao bem.
 Os bens com estas características não são atrativos à iniciativa privada e por
isso o Estado intervém de modo a assegurar a sua oferta à população.
A equidade
A repartição desigual do rendimento origina um fosso entre os grupos de rendimento elevado e os grupo de baixos
rendimentos. Por isso o Estado intervém com vista à redistribuição de rendimentos e promoção da equidade.
Ex.: aplicação de impostos diretos progressivos para conseguir receitas para os cidadãos mais carenciados, através da
atribuição de subsídios (como subsídio de desemprego, pensão de velhice…)

A estabilidade
As economias são frequentemente atingidas por situações de instabilidade, que se caracterizam por fortes níveis de
desemprego, aumento dos preços, diminuição da produção e falência de empresas.

O Estado intervém com o objetivo de prevenir tais situações e promover a estabilidade da economia, intervindo como
estabilizador macroeconómico, através de medidas de combate ao desemprego, criação de emprego, combate à inflação
e equilíbrio das contas externas.

Instrumentos de intervenção do Estado na vida económica e social:


 Planeamento económico (indicativo para o setor privado e imperativo para o setor público)
 Políticas económicas e sociais (política fiscal, orçamental, monetária, de preços, de combate ao
desemprego)

Orçamento do Estado: documento escrito, apresentado sob a forma de lei, proposto pelo Governo à Assembleia da
República e no qual se preveem as receitas a cobrar e as despesas a efetuar no horizonte temporal de um ano.

Receitas públicas
As receitas públicas podem ser:

 Coativas (provenientes dos impostos, das taxas e das multas)


 Patrimoniais (rendimentos gerados pelo património do Estado)
 Creditícias (contração de empréstimos junto de famílias e instituições financeiras nacionais ou estrangeiras)
No Orçamento do Estado as receitas são classificadas como:

 Receitas correntes – resultam de rendimentos criados no período de vigência do OE, prevendo-se que se
voltem a repetir noutros anos, como receitas dos impostos, taxas e multas.
 Impostos diretos (sobre os rendimentos) e indiretos (sobre os bens e serviços)
 Receitas de capital – receitas que não se repetem noutros anos, tais como as receitas de privatizações ou
da contração de empréstimos.

Despesas públicas
As despesas públicas são igualmente classificadas como:

 Despesas correntes – encargos permanentes do Estado no desempenho das suas funções num dado ano,
tais como as pensões de reforma e invalidez, o subsídio de desemprego e o pagamento de vencimentos
aos funcionários públicos.
 Despesas de capital – encargos do Estado num dado ano, mas cujos efeitos se preveem que serão
prolongados em anos seguintes. São exemplos a construção de escolas ou hospitais públicos e a aquisição
de capital fixo.

Saldos orçamentais
Saldo orçamental corrente = Receitas correntes – Despesas correntes

Saldo orçamental de capital = Receitas de capital – Despesas de capital

Saldo orçamental global = Total de receitas – Total de despesas

Saldo orçamental primário = Saldo orçamental global – encargos da dívida pública

 Superavit: Receitas ˃ Despesas


 Nulo: Receitas = Despesas
 Défice: Receitas ˂ Despesas
Quando existem défices orçamentais, as autoridades recorrem à contração de empréstimos, dando origem à dívida
pública.

Políticas económicas
1. Diagnóstico e caracterização da situação económica e social do país naquele momento;
2. Definir as finalidades;
3. Fixar os objetivos;
4. Escolher os instrumentos mais adequados;
5. Avaliar os resultados.

Políticas conjunturais – políticas de curto prazo que se destinam a corrigir desequilíbrios económicos como o
desemprego, a inflação ou o défice das contas externas.
 Política monetária (garantir a estabilidade dos preços)
 Instrumentos:
 Enquadramento do crédito
 Operações de mercado aberto
 Reservas obrigatórias
 Política fiscal
 Instrumentos:
 Aplicação de impostos
 Política orçamental
 Política de redistribuição do rendimento
 Instrumentos:
 Fixação do salário mínimo
 Sistemas de Segurança Social
Políticas estruturais – políticas de médio ou longo prazo que procuram alterar o funcionamento da economia, corrigir
falhas de mercado e promover o crescimento económico.
Ex.: política de educação; política de saúde; política agrícola

11.3 As políticas económicas e sociais do Estado português

Com a adesão de Portugal à União Económica e Monetária, a política monetária e cambial deixou de ser definida ao
nível nacional, tendo passado a ser determinada pelo Banco Central Europeu.

12.1 Noção e formas de integração económica

A integração económica é um processo que se caracteriza pela abolição das barreiras comerciais existentes entre os
países com vista a formarem um único mercado alargado.
A integração económica pode ser:

 Formal, quando é definida formalmente através do estabelecimentos de acordos entre dois ou mais
países
 Informal, quando dois ou mais países estreitam as relações económicas entre si, sem que tenha sido
estabelecido qualquer acordo escrito

Vantagens da integração económica:


 Maior eficiência na afetação dos recursos de uma economia;
 Maior possibilidade de alcançar crescimento económico;
 Maior possibilidade de alcançar o pleno emprego dos fatores de produção;
 Maior circulação da inovação e avanços tecnológicos;
 Aumento da produção devido à divisão e especialização do trabalho;
 Obtenção de economias de escala devido ao aumento da dimensão dos mercado.

Formas de integração económica


 Sistema de Preferências Aduaneiras
 2 ou mais países concedem entre si um conjunto de vantagens aduaneiras não extensíveis
a outros países
 Zona de Comércio Livre
(DIFERENÇA: Eliminação de todas as barreiras alfandegárias comerciais, bem como de restrições
quantitativas)
 União Aduaneira
(DIFERENÇA: fixação de uma pauta exterior comum aos países fora da EU)
 Mercado Comum
(DIFERENÇA: livre circulação não só de mercadorias como de pessoas, capitais e serviços –
necessidade de adoção de políticas comuns)
 União Económica
(DIFERENÇA: implementação de um conjunto de políticas económicas e sociais comuns)
 União Política
(DIFERENÇA: integração política reforçada)
 União Económica e Monetária
(DIFERENÇA: introdução de uma moeda comum: euro)

12.2 O processo de integração na Europa

Após a 2ª Guerra Mundial, a Europa encontrava-se devastada. Para a sua reconstrução, foi fundamental a ajuda
económica americana – Plano Marshall – tendo a administração desta ajuda ficado a cabo da OECE (Organização
Europeia de Cooperação Económica).

Em 1951 foi assinado o Tratado de Paris que deu origem à CECA (Comunidade Europeia do Carvão e do Aço). Os
seus países fundadores foram 6: França, Alemanha, Bélgica, Itália, Países Baixos e Luxemburgo.
Em 1957, os mesmos países deram um passo importante no aprofundamento do processo de integração económica,
tendo assinado o Tratado de Roma que deu origem à:
 Euratom (ou CEEA – Comunidade Europeia da Energia Atómica)
 CEE (Comunidade Económica Europeia)
A década de 60 assistiu a um forte crescimento económico no seio da CEE. No entanto, os anos 70 constituíram um
período de estagnação económica do projeto europeu em consequência de fatores como:

 Choques petrolíferos e consequente crise do petróleo;


 Intensificação da concorrência mundial;
 Pouca flexibilidade do mercado de trabalho dos países membros;
 Menor capacidade de resposta às alterações da conjuntura internacional.
Para relançar o processo de integração, foi assinado, em 1987, o Ato Único Europeu que tinha como objetivo
prioritário a instituição do Mercado Único Europeu, com a abolição de todas as barreiras físicas, técnicas e fiscais.
Outros objetivos eram:
 O reforço da coesão económica e social;
 O reforço da cooperação em matéria monetária;
 Harmonização das regras;
 Reforço da investigação e desenvolvimento;
 Proteção do ambiente;
 Reforço do papel das instituições monetárias.
No ano 1992 foi assinado o Tratado de Maastricht (entrou em vigor em 1993), que deu origem à União Europeia. Foi
uma etapa do aprofundamento da integração económica que teve como principais objetivos a criação de União
Política e de União Económica e Monetária (UEM).

União Política
No âmbito da União Política, são estabelecidos, no Tratado de Maastricht, os seguintes objetivos:

 Criação de uma Política Externa e de Segurança Comum (PESC);


 Reforço de cooperação nos domínios da Justiça e Assuntos Internos;
 Instauração de uma cidadania europeia;
 Construção de uma Europa social;
 Novos campos de ação comunitária;
 Reforço da legitimidade democrática.

União Económica e Monetária (UEM)


A construção da UEM decorreu em 3 fases. Para aceder à 3ª fase, os países candidatos tinham de cumprir um
conjunto de critérios de convergência nominal:

 Estabilidade dos preços


 A taxa de inflação média, verificada no período de um ano que antecede a data de
avaliação, não pode exceder em mais de 1,5 pontos percentuais a taxa de inflação média
dos três Estados-membros com melhores resultados em termos de estabilidade de preços;
 Situação das finanças públicas
 O défice não pode exceder 3% do PIB, a menos que esteja a diminuir substancialmente e se
situe perto desses 3%
 A dívida pública não pode exceder os 60% do PIB, a menos que esteja a diminuir
substancialmente e se situe perto desse valor
 Durabilidade da convergência
 A média da taxa de juro a longo prazo, verificada no período de um ano que antecede a data
de avaliação, não pode exceder em mais de 2 pontos percentuais a média da taxa de juro a
longo prazo dos três Estados-membros com melhores resultados em termos de estabilidade
de preços
 Estabilidade das taxas de câmbio
 As taxas de câmbio do Sistema Monetário Europeu (SME) têm de estar sem grandes
tensões, durante pelo menos 2 anos.
A moeda única europeia, o euro, foi criada em 1999, tendo entrado em circulação em 2002. Os países fundadores da
Área do Euro foram, para além dos 6 iniciais que fundaram a CEE, Portugal, Espanha, Irlanda, Áustria e Finlândia.

12.3 Desafios da EU na atualidade

Principais desafios da União Europeia: o alargamento e o aprofundamento.

As vagas de alargamento
 Fundadores:
 França, Alemanha, Itália, Luxemburgo, Bélgica e Países Baixos
 1ª vaga – 1973 – Europa dos 9:
 Dinamarca, Irlanda e Reino Unido
 2ª vaga – 1981 – Europa dos 10:
 Grécia
 3ª vaga – 1986 – Europa dos 12:
 Portugal e Espanha
 4ª vaga – 1995 – Europa dos 15:
 Áustria, Finlândia e Suécia
 5ª vaga – 2004 – Europa dos 25:
 Chipre, Eslováquia, Eslovénia, Estónia, Hungria, Letónia, Lituânia, Malta, Polónia e
República Checa
 6ª vaga – 2007 – Europa dos 27:
 Bulgária e Roménia
 7ª vaga – 2013- Europa dos 28:
 Croácia

Vantagens do alargamento:
 Aumento do número de consumidores;
 Reforço do crescimento económico e da criação de emprego;
 Melhoria da qualidade de vida dos cidadãos europeus;
 Reforço do papel da EU no plano internacional;
 Reforço da paz, da estabilidade e da prosperidade na Europa;
 Reforço das jovens democracias.

Desafios:
 Aumento da população e da superfície geográfica
 Aumento das disparidades regionais

Resposta da EU perante estes desafios:


 Reforma das instituições e órgãos da União
 Nova composição das instituições europeias, aprovada em 2007, no Tratado de Lisboa
 Conselho Europeu: define as orientações e prioridades políticas gerais da
União
 Conselho da União Europeia: aprova a legislação, aprova o orçamento e
define as políticas externas e de defesa
 Parlamento Europeu: órgão legislativo da União
 Comissão Europeia: órgão executivo da União, elabora anualmente o
orçamento da UE
 Tribunal de Justiça: interpreta e aplica o direito da União
 Tribunal de Contas: órgãos responsável pelas finanças da União
 Banco Central Europeu (BCE): órgão responsável pela política monetária
 Reorientação dos fundos comunitários
 Existe desigualdade regional, evidente entre os países que aderiram à UE desde 2004 e os
restantes. Por isso, os fundos procuram a convergência real (aproximação) entre os países
 Princípio de coesão económica e social: traduz a intenção de reduzir as disparidades
regionais da União Europeia, através de uma aproximação (ou convergência) dos níveis de
rendimento médio e de qualidade de vida das populações dessas regiões (ou desses
países).
 Fundo de Coesão – aprovado em 1994, destina-se aos Estados-membros cujo Rendimento
Nacional Bruto por habitante seja inferior a 90% da média da União. Tem como objetivos o
financiamento de projetos nos domínios do ambiente e das redes transeuropeias de
transporte.
 Fundos estruturais:
 FEADER (Fundo Europeu Agrícola para o Desenvolvimento Rural)
 FSE (Fundo Social Europeu)
 FEDER (Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional)
 FEAMP (Fundo Europeu dos Assuntos Marítimos e das Pescas)
O aprofundamento da União Europeia
Tem sido alcançado com a crescente integração económica ao longo do tempo, através da evolução dos Tratados,
bem como a introdução da moeda única e a adoção de políticas comunitárias (como a PAC – Política Agrícola Comum,
a PCP (Política Comum das Pescas, a PESC – Política Externa e de Segurança Comum e a Política Regional).

Orçamento da UE
Receitas provêm de:
 Contribuições dos Estados-membros;
 Recursos próprios tradicionais, constituídos pelos direitos de importação aplicados a produtos
provenientes de países terceiros;
 Uma % do IVA aplicado em cada Estado-membro.
Despesas:
 Na Europa – financiamento de ações de formação, proteção do ambiente, construção de infraestruturas;
 No estrangeiro – programas de apoio aos países em desenvolvimento e aos candidatos e potenciais
candidatos à UE
 Custos de funcionamento da UE (incluindo as despesas de tradução para as diferentes línguas oficiais)

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