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PONTIFÍCIA UNIVERSIDAD
IVERSIDADEE CATÓLICA DO RIO GRANDE D O SUL
DO
FACUL DADE DE DIREITO
ACULDADE
PROGRAMA DE PÓS-GRAD UAÇÃO EM CIÊ
RADUAÇÃO NCIAS CRIMINAIS
IÊNCIAS
MESTRA DO EM CIÊNCIAS CRIMINAIS
ESTRADO

ONTIFÍCIA NIVERSIDADE ATÓLICA DO IO RANDE DO UL


ACULDADE DE IREITO
ROGRAMA DE ÓS RADUAÇÃO EM IÊNCIAS RIMINAIS
P U ESTRADO EMC IÊNCIAS RIMINAIS
R G S
F D
P P -G C C
M C C

CRISTINA CARLA DI GESU

PROVA PENAL E FALSAS MEMÓRIAS

PROF. DR. NEREU JOSÉ GIACOMOLLI

ORIENTADOR

RISTINA ARLA DI ESU

C C G

ROVA ENAL E ALSAS EMÓRIAS


ROF R EREU OSÉ IACOMOLLI

P P FF
RIENTADOR
M
:
PORTO ALEGRE
2008

ORTO LEGRE

P A
2008

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:
CRISTINA CARLA DI GES
ESUU

RISTINA ARLA DI ES U

C C G

PROVA PENAL E FALSAS MEMÓRIAS

Dissertação apresentada à banca examinadora do PP


PPGG
em Ciências Criminais da Pontifícia Universidade
Católica do Rio Grande do Sul, como requisito parcial
à obtenção do título de Mestre em Ciências Criminais,
sob orientação do Professor Doutor Nereu José
Giacomolli.

Área de concentração: Sistema Penal e Violência.


ROVA ENAL E ALSAS EMÓRIAS
Linha de pesquisa: Sis
Sistemas
temas Jurídico-Penais
Contemporâneos.
P P F M

Dissertação apresentada à banca examinadora do PPG


em Ciências Criminais da Pontifícia Universidade
Católica do Rio Grande do Sul, como requisito parcial
à obtenção do título de Mestre em Ciências Criminais,
:
PORTO ALEGRE
2008

ads:

ORTO LEGRE

P A
2008

RESUMO

O depoimento da vítima e da testemunha res resgata,


gata, na memória, a lembrança de um
fato ocorrido no passado, a fim de dar conhecimento ao julgador sobre aqui aquilolo que viram e
ouviram, cumprindo co comm a função recognitiva do processo. Em que pese a prova or oral
al ser
de grande valia para o processo penal, trata-se de uma das modalidades m mais
ais frágeis, tendo
em vista depender a recordação dos fatos da me memória
mória daquele que os narra. Além de o
processo mnemônico não ser fidedigno à realid realidade,
ade, pois a memór
memória ia não reconstrói os
acontecimentos tal e qual eles ocorreram, proporcionando apenas uma versão aproxim aproximada
ada e
ESUMO
parcial, a lembrança ain ainda
da pode estar sujeita à contaminação de várias ordens. Quanto
maior o transcurso de tem tempo po entre o acontecimento e o relato, maior a possibilidade de os
detalhes,
R imprescindíveis à prova penal, desv
desvanecerem-se.
anecerem-se. Isso porquporquee a tendência da
memória, superado o dualidualismo
smo cartesiano da separação entre razão e emoçã emoção, o, é justamente
armazenar apenas a emoção do aacontecimento.
contecimento. Além do mais, o contato com outras
pessoas, a leitura dos jornais e a forma com que são entrevistadas podem influenciar,
negativamente, a percepção da vítim vítimaa e da testemunha sobre aquilo que elas realmente
O depoimento
sabem. Assim, a produçãoda vítima
de uma e daprova
testemunha resgata, natécnica
sem qualidade memória,vema lembrança
a corroborarde um
a
negação de qualquer tipo de verdade no processo. A reconstrução dos fatos é sempree
fato ocorrido no passado, a fim de dar conhecimento ao julgador sobre aqui lo que viram
ouviram,
minimalistacumprindo comeaafunção
e imperfeita recognitiva
obtenção da ca
capturado psíquica
ptura processo.doEm que pese
julgador, noaprocesso
prova oral ser
penal
de grande valia para o processo penal, trata-se de uma das modalidades
acusatório, depende da melhor tese apresentada, seja da acusação ou da def m ais frágeis,
defesa, tendo
esa, isto é, do
em vista depender
aproveitamento a recordação
de chances, dos fatos
da liberação de dcargas
a memória daqueleem
processuais, que os narra.
direção a umaAlém de o
sentença
processo mnemônico
favorável. De fa to, nãonão
fato, há ser
umafidedigno
preocupaçãoà realid ade, pois
acentuada dosaprofissionais
memória nãoencarregados
reconstrói osda
acontecimentos tal e qual eles ocorreram,
investigação preliminar e da instrução processu proporcionando
processual apenas uma
al acerca da ppsicologia versão aproximada e
sicologia do testemunho,
parcial, a lembrança ain da pode estar sujeita
principalmente no que se refere aos casos patológi à contaminação
patológicos, de várias ordens.
cos, que são os que nos interessam. Quanto
De
maior o transcurso de
nada adianta uma boa aquistem po entre
aquisição o acontecimento e o relato, maior
ição e retenção da memória se houver falha just a p ossibilidade
justamente
amentede no
os
detalhes, imprescindíveis à prova penal, desv anecerem-se. Isso porqu e a
terceiro momento, isto é, o da recuperação da lembrança, através da indução das vítimas etendência da
memória, superado o dualismo cartesiano da separação entre razão e emoção, é justamente
armazenar apenas
testemunhas. a emoção
As falsas do acontecimento.
memórias – recordaçãoAlém do mais,
de fatos nuncao contato
ocorridoscom outras da
e inflação
pessoas, a leitura dos jornais e a forma com que são entrevistadas podem influenciar,
negativamente, a percepção da vítima e da testemunha sobre aquilo que elas realmente
sabem. Assim, a produção de uma prova sem qualidade técnica vem a corroborar a
negação de qualquer tipo de verdade no processo. A reconstrução dos fatos é sempre
minimalista e imperfeita e a obtenção da captura psíquica do julgador, no processo penal
:
testemunhas. As falsas memórias – recordação de fatos nunca ocorridos e inflação da
imaginação a partir de fatos vi
vivenciados
venciados – são uma realidade presente nos feitos criminais.
É preciso saber lidar com essa situação através de medidas de redução de danos, evitando
que milhares de sentenças condenatórias sejam profe ridas com base nest
proferidas nestee único meio de
prova.

PALAVRAS-CHAVE: Processo Penal – Prova Testemunhal – Memória – Falsas


Memórias.

testemunhas. As falsas memórias – recordação de fatos nunca ocorridos e inflação da


imaginação a partir de fatos vivenciados – são uma realidade presente nos feitos criminais.
É preciso saber lidar com essa situação através de medidas de redução de danos, evitando
que milhares de sentenças condenatórias sejam proferidas com base neste único meio de
prova. ALAVRAS CHAVE

P - : Processo Penal – Prova Testemunhal – Memória – Falsas


Memórias.

ABSTRACT

The victim and the witness testimonies recall from the memory a fact occ occurred
urred in
the past, so that the judge may know wh whatat they have seen and he heard,
ard, complying with the
cognizance function of the proceeding. Despite being crucial for the criminal proceeding,
the testimony iiss one of the most fragile evidences, since it depends on the remembrance ooff
the facts on the part of the individual that is telling them. Besides it does not express an
accurate rereality,
ality, ssince
ince the memory does not reconstruct the facts such as they occurred, the
mnemonic process provides onl onlyy an approximate and partial version, and the memory can
be subject to contaminations of any kind. The lo
BSTRACT longer
nger the time elapsed be between
tween the event
and the report, the hi higher
gher is the possibilit
possibility y of ha
having
ving the details, which are crucial to the
criminal eviden
evidence, ce, vanish. This occurs because the memory tends, when the Cartesi Cartesianan
dualism of A the separation between reason and emotion is overcome, to store onl onlyy th
thee
emotion of the event. Furthermore, the contact with other people, the reading of
newspapers and the way the individuals are interviewed can influence negatively the
victim and the witness perce perceptions
ptions concerning what they actually know. Thus, the
production Theofvictim and the
evidences witness
without testimonies
technical recall
quality justfrom the memory
corroborates thea negation
fact occurred
of an
anyin
y
the past, so that the judge may know wh at
kind of truth in the proceeding. The reconstruction of the fathey have seen and
facts he ard,
cts is alway complying with
alwayss minimalist and the
cognizanceand
imperfect function of the proceeding.
the achievement of the ps
psyyDespite being crucial
chic apprehension byfor
thethe
jud criminal
ge, in theproceeding,
judge, accusatory
the testimony i s one
criminal proceeding, dep of the
depends most fragile evidences, since it depends on the
ends on the best thesis that is presented, either by the accusation remembrance of
the facts on t he part of t he i ndividual t hat is
or by the defense, that is, on the exploitation of the possibil telling them. Besides
possibilities, it does not express
ities, on the release of the an
accurate reality,
procedural charges, since the memory
towards does not
a favorable reconstruct
decision. thethere
In fact, facts isuch
s not as they occurred,
a strong concern tbyhe
mnemonic
the processinprovides
professionals charge of onlthe
y an approximate
preliminar
preliminary y in and partialand
investigation
vestigation version,
of theandfi the memory
finding
nding of factscanon
be subject to contaminations
the psychology of the testimony, mainl of any kind.
mainly The
y con cerning pathological cases, which the
lo
concerningnger the time elapsed be tween are event
those
and interest
that the report, the hiA
us more. ghergoodis the possibilitand
acquisition y ofwithholding
having theindetails, which
the memor
memory y isare
notcrucial
worthto the
if the
criminal evidence, vanish. This occurs because the memory tends, when the Cartesian
dualism of the separation between reason and emotion is overcome, to store only the
emotion of the event. Furthermore, the contact with other people, the reading of
newspapers and the way the individuals are interviewed can influence negatively the
victim and the witness perceptions concerning what they actually know. Thus, the
production of evidences without technical quality just corroborates the negation of any
kind of truth in the proceeding. The reconstruction of the facts is always minimalist and
:
third moment fails, that isis,, when the remembrance is recovered through the induction of
the victims and witnesse
witnesses.
s. The fake memories - memor
memory y of facts that have neve
neverr occurred,
and the infl
inflation
ation of the imagination based on live
livedd facts - are a present reality in criminal
proceedings. It is ne
necessary
cessary to know how to deal with this situation, taking appropriate
steps that reduce the dama damages
ges and preventing the pronouncement of thous thousands
ands of
convictions based only on this evidences.

KEYWORDS: Proceeding - Criminal Evidence - Witness - Memory – Fake


Memories

third moment fails, that is, when the remembrance is recovered through the induction of
the victims and witnesses. The fake memories - memory of facts that have never occurred,
and the inflation of the imagination based on lived facts - are a present reality in criminal
proceedings. It is necessary to know how to deal with this situation, taking appropriate
steps that reduce the damages and preventing the pronouncement of thousands of
convictionsEYWORDS
based only on this evidences.

K : Proceeding - Criminal Evidence - Witness - Memory – Fake


Memories

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.........................................................................................................................12

CAPÍTULO I - CONSIDE RAÇÕES INTRODUTÓR


ONSIDERAÇÕES NTRODUTÓRIAS IAS ACERCA DO PR OCESSO PENAL E DA
PROVA...................................................................................................................................16

1.1 CONSIDERAÇÕES SOBR SOBRE E O PROCESSO PENAL..................................................................16


1.1.1 OS SISTEMAS PROCESSUAIS CLÁSSICOS...........................................................16
UMÁRIO
1.1.1.1 O MODELO INQUISITORIAL..........................
................................................................19
......................................19
1.1.1.2 O MODELO ACUSATÓRIO...................................................................29
1.1.2 O PROCESSO COMO SITUAÇÃO JURÍDICA..........................................................37
S 1.1.3 O PROCESSO COMO ATIVIDADE RECOGNITIVA.................................................45
NTRODUÇÃO
1.2 CONSIDERAÇÕES SOB OBRERE A PROVA NO PROC ESSO PENAL.................................................48
ROCESSO
1.2.1 PRINCÍPIOS ACERCA DA PROVA........................................................................54
APÍTULO ONSIDE
1.2.1.1 RAÇÕES ........................................................................................56
JURISDIÇÃO NTRODUTÓR IAS ACERCA DO R OCESSO ENAL E DA
I ROVA .........................................................................................................................12
1.2.1.2 PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA................................................................61
1.2.1.3 CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA...................................................67
C ONSIDERAÇÕESI -1.2.1.4
C SOBR LIVRE I
E OCONVENCIMENTO
ROCESSO ENALMOTIVADO.......... P P
.................................................73
.......................................73
P ...................................................................................................................................16
1.2.2 SCONSIDERAÇÕES
ISTEMAS ROCESSUAIS CRÍTICAS LÁSSICOS
SOBRE AS A LTERAÇÕES LEGISLATIVAS
CONCERNENTES À PODELO NQUISITORIAL
ROVA.........................................................................................81
1.1 T
1.3 CEORIAS ACERCA DA PROVA ODELO P ...........................................................................................83
P
CUSATÓRIO ..................................................................16
1.1.1 O
1.3.1 PROVA S
ROCESSO
COMO UMA
POMOESPÉC ITUAÇÃO
SPÉCIE
C
IE DE NURÍDICA
...........................................................16
ONSENSE.......................................................84
1.1.1.1 O M I
ROCESSO OMO TIVIDADE ECOGNITIVA .......................... ......................................19
ONSIDERAÇÕES 1.1.1.2
1.3.2 PROVA NOOB O M
TRE A ROVA
ERRENO A
DA SNO EM ...................................................................29
ROC ESSO
EMIÓTICA
IÓTICA .................................................................84
ENAL
1.1.2 ORINCÍPIOS
P CCERCASDA ROVAJ ..........................................................37
1.1.3 O P C
URISDIÇÃO A R .................................................45
1.2 C S RESUNÇÃO P DE NOCÊNCIA P P .................................................48
1.2.1 P A
ONTRADITÓRIO P E MPLA ........................................................................54
E FESA
1.2.1.1 J IVRE ONVENCIMENTO ........................................................................................56
OTIVADO
:
1.3.2 PROVA NO TERRENO DA SEM IÓTICA.................................................................84
EMIÓTICA
1.3.3 PROVA COMO DETERM
ETERMINAÇÃOINAÇÃO DA VERDADE...................................................86
1.4 A FUNÇÃO PERSUASIVA DA PROVA.................................................................................87
1.5 (DES)VELANDO O MITO DA VERDADE.............................................................................91
1.6 A PROVA TESTEMUNHA
ESTEMUNHALL.................................................................................................97
1.6.1 A OBJETIVIDADE NO TRATAMEN
RATAMENTO TO DA TESTEMUNHA...........................
......................................98
...........98
1.6.2 CONSIDERAÇÕES ACERCA DO CROSS EXAMINATION........................................101

CAPÍTULO II - A MEMÓR IA E SUAS DIMENSÕES...................................................................106


EMÓRIA

2.1 MEMÓRIA......................................................................................................................106
2.1.1 MEMÓRIA SOB O VIÉS NEURO LÓGICO.............................................................108
EUROLÓGICO
ROVA
2.1.1.1 NO C ERRENO DA EM
LASSIFICAÇÃO DA IÓTICA
MEMÓR
EMÓRIA IA.........................................................110
ROVA COMO ETERM INAÇÃO DA ERDADE
UNÇÃO 2.1.1.2
ERSUASIVAESTRUTURASDA R OVA CEREBR
EREBRAIS AIS ENVOLVIDAS...........................................112
ES VELANDO 2.1.1.3O DITO DA ERDADE
INAMICIDADE DA MEMÓRIA..........................................................115
1.3.2 P ESTEMUNHA
ROVA T L S .................................................................84
2.1.2
1.3.3 M
P EMÓRIA SOBD O VIÉS AN TROPOLÓGICO ROSS / FILOSÓFICO
V XAMINATION ....................................117
...................................................86
1.4 A F P BJETIVIDADE
2.1.2.1 A ONO P RATAMEN
SCILAÇÃO .................................................................................87
TO DA O
ENTRE ESTEMUNHA
REAL E O IMAGINÁRIO DE
1.5 (D ) M .....................................................................................................119
ONSIDERAÇÕES
BERGSON VCERCA DO .............................................................................91
1.6 A P T2.1.2.2 A PERCEPÇÃO C E
.................................................................................................97
NA VISÃO DE MERLEAU-PONTY E AS CRÍTICAS DE
1.6.1 A D
APÍTULO OURANDEMÓR IA E SUAS T IMENSÕES DAT
ACERCA
......................................98
DESVALORIZAÇÃO DA
1.6.2 C IMAGINAÇÃO...............................................................................................121
A ........................................101
EMÓRIA 2.1.2.3 A PERCEPÇÃO SOB A ÓTI CA DE A LTAVILLA.....................................126
TICA
C II M
2.1.3 - AEMÓRIA
M
EMÓRIA SOB O
SOB VIÉS D
O VIÉS SOCEUROIALLÓGICO
OCIAL
...................................................................106
.........................................................................128
2.1.3.1 OLASSIFICAÇÃO
S PARADOXOS DA DA MEMÓR EMÓRIA
EMÓRIA IA.........................................................129
2.1 M ......................................................................................................................106
STRUTURAS EREBR AIS NVOLVIDAS
2.1.1 M INAMICIDADE N DA EMÓRIA .............................................................108
2.1.1.1
EMÓRIA SOB O VIÉS N TROPOLÓGICO.........................................................110
C M ILOSÓFICO
2.1.1.2 E C
SCILAÇÃO ENTRE E O EAL...........................................112
E O MAGINÁRIO DE
2.1.1.3
ERGSON D M ..........................................................115
2.1.2 M ERCEPÇÃO A NA VISÃO DE/ F ERLEAU ....................................117
ONTY E AS CRÍTICAS DE
2.1.2.1
URAND A O ACERCA DA R ESVALORIZAÇÃO I DA
BMAGINAÇÃO .....................................................................................................119
2.1.2.2 A ERCEPÇÃOP SOB A TICA DE M LTAVILLA-P
D
EMÓRIA SOB O VIÉS OC IAL D
I ...............................................................................................121
S ARADOXOS DA EMÓR IA
2.1.2.3 A P Ó A .....................................126
2.1.3 M S .........................................................................128
2.1.3.1 M
2.1.3.2 O EMÓRIA
P DO INSTANTE M ...................................................................132
.........................................................129
2.1.3.3 MEMÓRIA E ESQUECIMENTO............................................................134
2.2 AS FALSAS MEMÓRIAS..................................................................................................135
2.2.1 OS ESTUDOS DE ELIZABE LIZABETH TH LOFTHUS............................................................138
2.2.2 AUTO-SUGESTÃO E ESTÍMULO EXTERNO........ ........................................................145
................................................145
2.2.3 MEMÓRIA E EMOÇÃO – CRÍTICA AO DUA
UALISMO
LISMO
CARTESIANO...........................................................................................................147
2.2.4 QUEM E QUAIS HISTÓRIAS SÃO MA MAIS IS SUSCETÍVEIS ÀS FALSAS
MEMÓRIAS..............................................................................................................152

CAPÍTULO III - PROVA PENA


ENALL E FALSAS MEMÓRIAS...........................................................160
EMÓRIA DO NSTANTE
3.1 PROVA PENAL E FALSAS EMÓRIA MEMÓR E SQUECIMENTO
EMÓRIAS IAS.............................................................................160
3.2 S OALSAS EMÓRIASDA
REFLEXO FALSIFICAÇÃO DA LEMBRANÇA NO ATO DE
2.1.3.2
S STUDOS M DE LIZABE I TH ...................................................................132
OFTHUS
RECONHECIMENTO..............................................................................................................163
2.1.3.3
3.3 FATORES DEUTO M
SUGESTÃO
CONTAMINAÇÃO E DA E PROVA O
STÍMULO XTERNO ............................................................134
RAL............................................................170
2.2 A F3.3.1 TRANSCURSO
M EMÓRIA..................................................................................................135
DO TEMPO E MOÇÃO RÍTICA AO UA LISMO
.................................................................................173
2.2.1 O E
ARTESIANO E L ............................................................138
3.3.2. O HÁBITO E A ROTINA...................................................................................182
2.2.2 A
3.3.3 A LINGUAGEM
-
UEM E EUAIS
E
O MÉ TODO
E
ISTÓRIAS SÃO........
DO ENTREVISTADOR MA................................................145
IS ..........................................184
USCETÍVEIS ÀS ALSAS
2.2.3
EMÓRIAS M E – C
3.3.3.1 VIÉS DE ENTREVISTADOR................................................................186 D
C 3.3.3.2...........................................................................................................147
REPETIÇÃO DAS ENTREVISTAS.........................................................188
2.2.4 3.3.3.3
APÍTULO QROVAREPETIÇÃO
ENAQ L E ALSAS H ERGUNTAS
DE PERGUN EMÓRIAS S
TAS DENTRO DA ENTREVISTA......................190
F
M ..............................................................................................................152
3.3.3.4 INDUÇÃO DE ESTEREÓ STEREÓTIPOS TIPOS.............................................................191
ROVA ENAL E ALSAS EMÓR IAS
C III -EFLEXO
P P DA F ALSIFICAÇÃO M ...........................................................160
DA EMBRANÇA NO TO DE
ECONHECIMENTO
3.1 PATORES
P DE ONTAMINAÇÃO
F M DA R.............................................................................160
OVA RAL
3.2 O R RANSCURSO DO EMPO F L A
R ..............................................................................................................163
ÁBITO E A OTINA
3.3 F C P O ............................................................170
:
3.3.3.5 TOM SENTIMENTAL DA ENTREVISTA...............................................192
3.3.3.6 STATUS DO ENTREV ISTADOR............................................................193
NTREVISTADOR
3.3.4 A MÍDIA.........................................................................................................195
3.3.5 SUBJETIVISMO DO JULGADOR.........................................................................197
3.4 DEPOIMENTO SEM DANO...............................................................................................201
3.5 AS TÉCNICAS DE INTERR OGATÓRIO E A ENTREVISTA COGN
NTERROGATÓRIO ITIVA.................................208
OGNITIVA
3.6 MEDIDAS DE REDUÇÃ
EDUÇÃO O DE DANOS................................................................................214

CAPÍTULO IV - ESTUDO D
DEE CASOS......................................................................................219

4.1 CASO ESCOLA BASE DE SÃO PAULO..............................................................................220


TATUS
4.1.1 A NOTÍCIA-CRIME..........................................................................................220
OM ENTIMENTAL DA N TREVISTA
4.1.2 A INVESTIGAÇÃODO ............................................................................................221
NTREV ISTADOR
4.2 PROCESSO CRIME ÍDIA S001/2.07.0039336-7, 6ª VARA C RIMINAL, FORO CENTRAL, P ORTO
UBJETIVISMO DO U LGADOR
ALEGRE...............................................................................................................................234
3.3.3.5 T S E ...............................................192
EPOIMENTO
4.2.1 A 3.3.3.6 SEM ANO
ACUSAÇÃO E ............................................................193
..................................................................................................234
3.3.4
S 4.2.2 ASMPDE
ÉCNICAS
A ROVAS
.........................................................................................................195
NTERR OGATÓRIO E A NTREVISTA OGN ITIVA
.....................................................................................................235
3.3.5
EDIDAS S DE EDUÇÃ O DE J ANOS .........................................................................197
4.2.3 O JULGAMENTO..............................................................................................243
3.4 D
4.3 APELAÇÃO CRIME 70017367020 D ...............................................................................................201
70017367020,, QUINTA CÂMARA CRIMINAL, TRIBUNAL DE JUSTIÇA
3.5
DO
ASTADO
T DO RSTUDO
APÍTULO
E IRANDE
IO GRAN D EDE ASOS E C .................................208
DO SUL..................................................................................245
3.6 M 4.3.1 A AR D ................................................................................214
CUSAÇÃO..................................................................................................245
ASO
4.3.2SCOLA
AS PROVAS ASE DE ÃO AULO
.....................................................................................................246
C IV - E OTÍCIA C
RIME ......................................................................................219
4.3.3 O JULGAMENTO..............................................................................................251
NVESTIGAÇÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................................255
R4.1 C ROCESSO
E ......................................................................................................................258
EFERÊNCIAS
B
RIME S P ..............................................................................220
ª ARA RIMINAL ORO ENTRAL ORTO
LEGRE 4.1.1 A N -C ..........................................................................................220
4.1.2 A I CUSAÇÃO ............................................................................................221
4.2 P SC ROVAS 001/2.07.0039336-7, 6 V C , F C , P
A ...............................................................................................................................234
ULGAMENTO
4.2.1 A A RIME
PELAÇÃO ..................................................................................................234
UINTA ÂMARA R IMINAL R IBUNAL DE USTIÇA
4.2.2 A P
DO STADO DO IO RAN DE DO UL .....................................................................................................235
4.2.3 O J CUSAÇÃO ..............................................................................................243
4.3 A SC ROVAS 70017367020, Q C C ,T J
E RULGAMENTO
G S ..................................................................................245
4.3.1 A A INAIS ..................................................................................................245
ONSIDERAÇÕES
4.3.2 A P
EFERÊNCIAS .....................................................................................................246
4.3.3 O J ..............................................................................................251
C F ......................................................................................................255
IRNTRODUÇÃO......................................................................................................................258

O presente tr
trabalho
abalho intitulado “Prova penal e falsas memórias” tem como
objetivo analisar a prov
provaa penal, eespecialmente,
specialmente, a prova teste
testemunhal;
munhal; ccontudo,
ontudo, sob um
enfoque além do tradicional.

NTRODUÇÃO
A abordagem pelo vié
viéss interdisciplinar foi absolutamente fundamental para
construir uma nov
novaa lin
linguagem,
guagem, a partir da conjugação de dif
diferentes
erentes campos do saber, qu
quee
pudesse
I da
darr conta da complex
complexidade
idade da questão, pois é inegável a supera
superação
ção do monólogo
jurídico. Não se pode mais tolerar que sentenças sejam proferidas diariamente a partir –
“Prova penal e falsas memórias”
quase que exclusivamente – da prova testemunhal, desconhecendo os riscos de estarmos
diante de O
umpresente
caso de falsas memórias.
trabalho intitulado tem como
objetivo analisar a prova penal, especialmente, a prova testemunhal; contudo, sob um
enfoque além do tradicional.
A temática escolhida oportunizou-nos o estudo de vários pontos do Proc
Processo
esso

A abordagem pelo viés interdisciplinar foi absolutamente fundamental para


construir uma nova linguagem, a partir da conjugação de diferentes campos do saber, que
pudesse dar conta da complexidade da questão, pois é inegável a superação do monólogo
:
A temática escolhida oportunizou-nos o estudo de vários pontos do Proc
Processo
esso
Penal brasileiro, a começar pelos modelos processuais (inquisitivo e acusatório), assim,
como a teori
teoriaa do processo como situação jurídica, o processo como atividade recognitiva,
os princípios regentes da prova, as teorias da prova e as mais re
recentes
centes alterações
legislativas sobre a matéri
matéria,
a, a desconstrução do mito da verdade como esco
escopo
po do processo,
até ingressarmos na problemática central, isto é, na prova testemunhal. Além disso, o
estudo permitiu-nos a abordagem da memória e suas di
dimensões
mensões antes de ingressarmos na
problemática decorrente da falsificação da recordação.

Acerca dos métodos utilizutilizados


ados para a elabor
elaboração
ação do trabalho, a própria
A temática escolhida oportunizou-nos o estudo de vários pontos do Processo
interdisciplinaridade revelou-se como uma for forma
ma de análise, vez qu quee empr
empregamos
egamos a
Penal brasileiro, a começar pelos modelos processuais (inquisitivo e acusatório), assim,
como a do
técnica teori . Outrossim,
a do processo
caleidoscópio no que
como situação diz respeito
jurídica, ao pro
processo,
o processo cesso,atividade
como utilizamos o método
recognitiva,
1
os investigación
de princípios regentes
del Der da prova,
Derecho
echo as , teorias
Procesal
Procesal, conforme
da aponta
prova GUASP , emreque
e as mais “a observação
centes alterações
dos dados recai,
legislativas sobrecomo é natural,
a matéri sobre aqueledo
a, a desconstrução conjunto
mito dadeverdade
normascomo
que constituem
escopo do oprocesso,
ordenamento jurídico
até ingressarmos do processo”. central, isto é, na prova testemunhal. Além disso, o
na problemática
estudo permitiu-nos a abordagem da memória e suas dimensões antes de ingressarmos na
problemática decorrente da falsificação da recordação.

1
GUASP, JJames.
ames. Concepto 1
Acerca dos m étodosdeutiliz
y Método Derechados
Derecho para , 199
o Procesal 1997,
a 7, p. 87.ação
elabor
do trabalho, a própria
técnica do caleidoscópio método
interdisciplinaridade revelou-se como uma forma de análise, vez que empregamos a
de investigación del Derecho Procesal
. Outrossim, no que diz respeito ao processo, utilizamos o
, conforme aponta GUASP , em que “a observação
dos dados recai, como é natural, sobre aquele conjunto de normas que constituem o
1
ordenamento jurídico do processo”.
Concepto y Método de Derech o Procesal

GUASP, J ames. , 199 7, p. 87.

Embora o método dogmá tico estrito tenha possibili


dogmático possibilitado
tado a abordagem do co
conjunto
njunto
de normas que re
regulam
gulam direta e imedi
imediatamente
atamente o pro
processo,
cesso, m
mais
ais prec
precisamente,
isamente, a lei
processual penal, não nos limitamos tão-somente à sua utiliz
utilização.
ação. Por conseguinte,
segundo GUAS
GUASPP 2, para a obtenção do conhecimento, aplicamos também o método
indutivo,, que enseja o “trânsito do particular ao geral”, trabalhando precipuamente com a
indutivo
capacidade de abstr
abstração,
ação, e o método dedutivo, no qual há o “trânsito do geral ao
particular”. Os dois mét
métodos
odos complementam-se reciprocamente, em que pese transpor a
idéia de oposição.
método dogmático estrito

A fonte o2de consulta por excelência tenha


Embora foi a possibili
doutrinatado
nacional e estrangeira.
a abordagem Cabe
do conjunto
ressaltar
de normasquequetodas as obras
regulam diretaconstantes na bibliografia
e imediatamente forammdevidamente
o processo, consultadas
ais precisamente, a lei e
método
citadas ao longo
processual penal,do não
textonos
sob laimitamos
forma de notas de rodapé.
tão-somente à sua utilização. Por conseguinte,
indutivo
segundo GUASP , para a obtenção do conhecimento, aplicamos também o
método dedutivo,
, que enseja o “trânsito do particular ao geral”, trabalhando precipuamente com a
capacidade de abstração, e o no qual há o “trânsito do geral ao
particular”. Os dois métodos complementam-se reciprocamente, em que pese transpor a
idéia de oposição.
:
O primeiro capítulo conduziu-nos a abordage
abordagem
m do processo e da prova penal.
Como já referimos, nesta oportunidade, trabalhamos com diversas quest
questões
ões processuais,
enfatizando especialmen
especialmente
te a prova penal. Para tanto, antes de apreciarmos o modelo
neoinquisitorial brasileiro, analisamos as principais características dos si stemas inquisitivo
sistemas
e acusatório e o que de fato os diferencia, isto é, a gestão da prova. Demonstramos o
quanto a ativi
atividade
dade process
processual
ual é dinâmica, (re)lendo a Teoria do Processo com
como
o Situação
Jurídica, de JAMES GOLDSCHMIDT, na qual a expectativa da sentença favorável
dependerá do aproveitamento de chances e liberação de cargas, no intuito de reconstruir o
fato e obter a captura psíqui ca do julgador. A partir daí, analisamos cinco princípios que
psíquica
norteiam a atividade prprobatória,
obatória, quais sejam, a jurisdição, a presunção de inocência, o
O primeiro capítulo conduziu-nos a abordagem do processo e da prova penal.
contraditório, a ampla
Como já referimos, defesa
nesta e o livre convencimento
oportunidade, motivado.
trabalhamos com A
Ass teor
diversas teorias
iasões
quest da processuais,
prova
neoinquisitorial
também foram
enfatizando objeto de te
especialmen estudo. Proporcionaram
a prova noss
nosso
penal. Para tanto,o posicionamento sobre a onegação
antes de apreciarmos modelode
qualquer tipo debrasileiro,
verdade (material
analisamos ou asformal), porcaracterísticas
principais esta não se identificar cominquisitivo
dos sistemas o fim do
Teoria do Processo como Situação
processo acusatório.
e acusatório e o queIsso
de veio
fato aosjustificar a função
diferencia, persuasiva
isto é, a gestão (TARUFFO) da prova penal.o
da prova. Demonstramos
Jurídica,
Por fim,a neste
quanto último
atividade momento,
process ual é considerando ser a prova
dinâmica, (re)lendo a testemunhal, há séculos, no diz dizer
er
chances liberação de cargas
de BENTHAM, de JAMES
os olhosGOLDSCHMIDT, na qual
e os ouvidos da justiça, introduzimos a suadaabordagem
a expectativa sentença atr
através
avés de
favorável
considerações legislativas e críticas
dependerá do aproveitamento de sobre oe tratamento de forma, objetiva.
no intuito de reconstruir o
fato e obter a captura psíquica do julgador. A partir daí, analisamos cinco princípios que
norteiam a atividade probatória, quais sejam, a jurisdição, a presunção de inocência, o
2
GUASP, JJames.
ames. Concepto y Método de Derech
Derechoo Procesal, 199
1997,
7, p. 85.
contraditório, a ampla defesa e o livre convencimento motivado. As teorias da prova
também foram objeto de estudo. Proporcionaram nosso posicionamento sobre a negação de
qualquer tipo de verdade (material ou formal), por esta não se identificar com o fim do
processo acusatório. Isso veio a justificar a função persuasiva (TARUFFO) da prova penal.
os olhos e os ouvidos da justiça,
Por fim, neste último momento, considerando ser a prova testemunhal, há séculos, no dizer
2

de BENTHAM, introduzimos a sua abordagem através de


considerações legislativas e críticas
Concepto y Método sobreo oProcesal
de Derech tratamento de forma objetiva.

GUASP, J ames. , 199 7, p. 85.

No segundo capítulo, denominado “Memória e suas Dimensões”, trabalhamos


precipuamente com o funcionamento da memória, do ponto de vi
vista
sta neurológico. Esse viés
foi de suma importância para a pesquisa, tendo em vis
vista
ta que a reconstrução dos ffatos
atos pelas
testemunhas depende da recordação daquele que os narra. Entretanto, não ficamos
atrelados ssomente
omente a essa dimensão, fazendo uma leitura da memória através de renom
renomados
ados
autores como BERGSON, MER
MERLEAU-PONTY,
LEAU-PONTY, DURAND, ALTAVILLA, OST,
VIRILIO, entre tantos outros, com o intuito ddee demonstrar, respeitando os limites do
presente trabalho, a convergência de opiniões acerca da memória nos diversos campos do
“Memória e suas Dimensões”
saber (a qual é dinâmica e, de outra banda, não é esse
essencialmente
ncialmente reconstrutiva, mas sim
aproximativa). Logo, en
No segundo entramos
tramos denominado
capítulo, na problemática central deste estudo, ou seja, as falsas
, trabalhamos
memórias. Nest
Neste
precipuamente e tópico,
com as pesquisasdadememória,
o funcionamento ELISABETH LOFTH
LOFTHUS
do ponto de viUS
sta sobre a recordação
neurológico. de
Esse viés
fatos nuncaimportância
foi de suma existentes para
e a a inflação
pesquisa, da imaginação
tendo tomaram
em vista que especialdosimportância.
a reconstrução fatos pelas
testemunhas depende da recordação daquele que os narra. Entretanto, não ficamos
atrelados somente a essa dimensão, fazendo uma leitura da memória através de renomados
autores como BERGSON, MERLEAU-PONTY, DURAND, ALTAVILLA, OST,
VIRILIO, entre tantos outros, com o intuito de demonstrar, respeitando os limites do
:
Criticamos, outrossim, o dualismo cartesiano sobre a separação entr
entree mente e cérebro, bem
como sustentamos “quem” e “quais” histórias são mais suscetíveis de falsificação.

O terce
terceiro
iro capítulo conjug
conjugaa os dois temas: prova penal e falsas memórias. Na
oportunidade, realçamos o reflexo da falsificação da lembrança no ato de reconhecimento
pessoal, bem como os diversos fatores de cont
contaminação
aminação da prova oral, com especial
atenção ao transcurso do tempo – pois quanto mai
maiss o tempo passa, maior o esquecimento e,
conseqüentemente, maior a possibilidade de a testemunha ou vítima ser induzida por
parentes, amigos, pela mídia, etc. –, à linguagem e ao método do entrevistador. Um
testemunho pode vi
virr a ser inteiramente inflacionado ou falsificado se a entrevista for feita
Criticamos, outrossim, o dualismo cartesiano sobre a separação entre mente e cérebro, bem
de
comomaneira evocativa,
sustentamos explorando
“quem” unicamente
e “quais” a tese
histórias são maisacusatória,
suscetíveisoudeseja, culm
culminando
inando com
falsificação.
aquilo que CORDERO chama de primado das hi póteses sobre os fatos. Nesse contex
hipóteses contexto,
to,
não poderíamos deixar
O terceiro de tecer
capítulo considerações
conjug críticasprova
a os dois temas: sobrepenal
a realidade
e falsasvivenciada,
memórias. em
Na
especial, na Comarca
oportunidade, de oPorto
realçamos Alegre,
reflexo a partir da impl
da falsificação implantaçã
antaçã
antação
o dono
da lembrança “Depoimento sem
ato de reconhecimento
Dano”,
pessoal,ttécnica
écnica empre
empregada
bem como osgada à inquirição
diversos fatores dede crianças
cont testemunh
testemunhas
aminação da provaasoral,
e vítimas de delitos
com especial
sexuais. Portranscurso
atenção ao fim, apresentamos
do tempo –aspois
ttécnicas
écnicas de mai
quanto interrogatório, com maior
s o tempo passa, enfoque especial à e,
o esquecimento
entrevista cognitiva,maior
conseqüentemente, assim como as possíveis
a possibilidade me
medidas
didas de
de a testemunha ou redução
vítima serdeinduzida
danos, por
a fim de
minimizar a patologia
parentes, amigos, advinda
pela mídia, etc.das
–, àfalsas memórias,
linguagem quandodoef
e ao método efetivamente
etivamente constatada
entrevistador. Um no
processo penal.
testemunho pode vir a ser inteiramente inflacionado ou falsificado se a entrevista for feita
primado das hipóteses sobre os fatos
de maneira evocativa, explorando unicamente a tese acusatória, ou seja, culminando com
aquilo que CORDERO chama de . Nesse contexto,
não poderíamos deixar de tecer considerações críticas sobre a realidade vivenciada, em
especial, na Comarca de Porto Alegre, a partir da implantação do “Depoimento sem
Dano”, técnica empregada à inquirição de crianças testemunhas e vítimas de delitos
sexuais. Por fim, apresentamos as técnicas de interrogatório, com enfoque especial à
entrevista cognitiva, assim como as possíveis medidas de redução de danos, a fim de
minimizar a patologia advinda das falsas memórias, quando efetivamente constatada no
processo penal.

O quarto e últim
últimoo capítulo foi desti
destinado
nado ao estudo de casos. De nad
nadaa adiantaria o
estudo sobre a falsificação da lembrança pelo viés da indução se este ficasse circunscrito
aos experimentos de laboratório. Assim sendo, selecionamos três feitos criminais – um
inquérito que tramitou no Estado de São Paulo e dois processos criminais, ambos julgados
pelo Tribunal de JJustiça
ustiça do Estado do Rio Grande do Sul – nos quais pudemos identificar a
patologia e seus fato
fatores
res de cont
contaminação:
aminação: indução pela mí
mídia,
dia, parente
parentes,
s, policiais, entre
outros.

Por fim, de
destacamos
stacamos que os limites da dissertação e a ccomplexidade
omplexidade de uma
abordagem
O interdisciplinar
quarto e último impõem
capítulo ao
foiestudo a ausência
destinado de pretensão
ao estudo de casos. exauriente do tema. o
De nada adiantaria
estudo sobre a falsificação da lembrança pelo viés da indução se este ficasse circunscrito
aos experimentos de laboratório. Assim sendo, selecionamos três feitos criminais – um
inquérito que tramitou no Estado de São Paulo e dois processos criminais, ambos julgados
pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul – nos quais pudemos identificar a
patologia e seus fatores de contaminação: indução pela mídia, parentes, policiais, entre
:
CONSIDERAÇÕES FINAIS

A pesquisa obteve o fim colim


colimado,
ado, isto é, a constatação acerca da vi
viabilidade
abilidade da
formação de falsas mem
memórias,
órias, não só em laboratórios, mas também na reconstrução dos
fatos no processo criminal.

Considerando
ONSIDERAÇÕES a
INAIS fal
falência
ência do monól
monólogo
ogo científico e a complexidade imposta pela
pós-modernidade, a pro prova
va testemunhal foi abordada, ao longo do texto, através de uma
C F
leitura interdisciplinar. A testemunha ou vítima de um delito se valem de suas recordações

A pesquisa obteve o fim colimado, isto é, a constatação acerca da viabilidade da


formação de falsas memórias, não só em laboratórios, mas também na reconstrução dos
:
leitura interdisciplinar. A testemunha ou vítima de um delito se valem de suas recordações
ao narrar o fato tanto nnaa fase inquis itorial, quanto na processual, advindo daí a ne
inquisitorial, necessidade
cessidade
(urgente) dos profissionais do di direito
reito de conhe
conhecerem
cerem o funcionamento da memória, não só
pelo viés neurológico, mas também pelo viés psicológico e social.

Os estudos demonstram não ser o processo mnemônico fidedigno à realidade, ist


istoo
é, a lembrança não reconstrói o fato tal e qu
qual
al ocorre
ocorreu
u na realidade. A memória, ao ser
evocada, apresenta um
umaa sí
síntese
ntese aproximativa daquilo que foi percebido. Além disso, as
recordações são fortemente influenciadas pela emoção. Com efeito, inegável ser o delito
uma forte emoção para aquele que o presencia ou que dele é vítima. O senti sentimento,
mento, nesse
leitura interdisciplinar. A testemunha ou vítima de um delito se valem de suas recordações
contexto, vem a minimizar a observância dos detalhes do acontecimento, oou u seja, prejudic
prejudicaa
ao narrar o fato tanto na fase inquisitorial, quanto na processual, advindo daí a necessidade
aquilo quedos
(urgente) os profissionais
depoentes viram
do die reito
ouviram. Disso
de conhe tudooresulta
cerem a inviabilidade
funcionamento da cisãonão
da memória, entr
entre
sóe
razão e emoção,
pelo viés proposta
neurológico, maspor DESCARTES.
também Da mesma eforma,
pelo viés psicológico social.a situação fe
fez-nos
z-nos pensar
que a testemunha não pode ser tratada pela legislação processual de forma objetiva, pois
inegável que ela narrademonstram
Os estudos o fato em primeira
não ser pessoa.
o processo mnemônico fidedigno à realidade, isto
é, a lembrança não reconstrói o fato tal e qual ocorreu na realidade. A memória, ao ser
evocada, Ademais,
apresenta as
umrecordações estão sujeitasdaquilo
a síntese aproximativa a contaminações de vá
várias
riasAlém
que foi percebido. ordens, dentre
disso, as
elas destacamos
recordações o tempo einfluenciadas
são fortemente o viés do entrevi
entrevistador,
stador, Com
pela emoção. fomentadores da falsificação
efeito, inegável da
ser o delito
lembrança. Quantopara
uma forte emoção maior o trans
transcurso
aquele quecurso de tempo
o presencia ouentre o fato
que dele e as primeiras
é vítima. declarações,
O sentimento, nesse
maior a possibilidade
contexto, de a atestemunha
vem a minimizar observânciaoudos
vítima, incorporar
detalhes à sua percepção,
do acontecimento, ou seja,elementos
prejudica
externos,
aquilo quehavendo uma viram
os depoentes verdadeira con
confusão
e ouviram.fusão entre
Disso tudoaquilo
resultaque realmente ocorreu
a inviabilidade da cisão eentr
ase
informações adquiridas
razão e emoção, propostaposteriormente por intermédio
por DESCARTES. Da mesmados jornais,
forma, da televisão,
a situação fez-nosdepensar
uma
conversa com um amigo,
que a testemunha da ser
não pode inqui
inquirição
rição por
tratada pelamédicos, psicólogos
legislação e policiais.
processual de formaOobjetiva,
tempo, além
pois
inegável que ela narra o fato em primeira pessoa.

Ademais, as recordações estão sujeitas a contaminações de várias ordens, dentre


elas destacamos o tempo e o viés do entrevistador, fomentadores da falsificação da
lembrança. Quanto maior o transcurso de tempo entre o fato e as primeiras declarações,
maior a possibilidade de a testemunha ou vítima, incorporar à sua percepção, elementos
externos, havendo uma verdadeira confusão entre aquilo que realmente ocorreu e as
informações adquiridas posteriormente por intermédio dos jornais, da televisão, de uma
conversa com um amigo, da inquirição por médicos, psicólogos e policiais. O tempo, além
disso, é fund amental para o esquecimento, princi
fundamental palmente dos detalhes que interessam ao
principalmente
processo.

As pessoas, em especial as crianças, são altamente induzidas ou sugestionadas a


recordar eventos nunca ocorridos. Um dos gra
grandes
ndes problemas observados ao longo da
pesquisa esteve relacion
relacionado
ado à linguagem e ao método empregado pelo entrevistador.
Comumente, as pessoas encarregadas de questionar as supostas vítimas e testemunhas
tendem a explorar tão-somente a hipótese acus
acusatória,
atória, sem inv
investigar
estigar outras causas que

disso, é fundamental para o esquecimento, principalmente dos detalhes que interessam ao


processo.
:
podem ter originado a acusação.

Os atores judiciais, mais do que nunca, devem estar atentos a essa situaç
situação
ão diante
da utilização massiva da frágil prova testemunhal.

Em vista do complexo diagnóstico da prova testemunhal, sustenta


sustentamos
mos a
inviabilidade de “busca pela verdade” no processo, na tentativa de reconstrução dos fatos.
Como já di
dissemos,
ssemos, o problema não está na adjetivação “real” ou “processual”, mas no
substantivo “verdade”. Trabalhando as teorias da prova e o processo como situação
jurídica (GOLDSCHMIDT), convencemo-nos ainda mais sobr sobree a negação da verdade.
podem ter originado a acusação.
Acusação e defesa aproveitam suas chances, desincumbem-se de suas cargas processuais,
cada umaOs
com umjudiciais,
atores intuito: amais
expectativa de uma
do que nunca, sentença
devem favorável
estar atentos (condenação
a essa ou
situação diante
absolvição).
da utilização massiva da frágil prova testemunhal.

A
Emprova,
vistaaodo
mesmo tempo em
complexo que é cognoscitiva
diagnóstico da prova(traz aos autos osustenta
testemunhal, conhecimento
mos a
parcial do fato,
inviabilidade nunc
nuncaa opela
de “busca conhecimento
verdade” nopleno, poisnao tentativa
processo, de reconstrução
todo é demais , já fatos.
para nósdos dizia
situação
CARNELUTTI),
Como já dissemos, também assumenão
o problema umestá
caráter argumentativo
na adjetivação na busca
“real” da captura psíqui
ou “processual”, psíquica
mas no ca
jurídica
do jjulgador
ulgador (escopo
substantivo do pprocesso
“verdade”. rocesso acusatório).
Trabalhando A acusação
as teorias da prova ttrabalha
rabalha
e o pppara
ara obte
obterrcomo
rocesso a condenação,
produzindo provas nesse sentido.
(GOLDSCHMIDT), A defesa, ainda
convencemo-nos por sua
maisvez,
sobrpode permanecer
e a negação inerte,
da verdade.
considerando não ter
Acusação e defesa o deversuas
aproveitam de chances,
provar, valendo-se dos princípios
desincumbem-se da presunção
de suas cargas de
processuais,
inocência
cada uma ecom
do direito de silêncio.
um intuito: Mas também
a expectativa de umapode agir, favorável
sentença reduzindo (condenação
os riscos de ou
uma
sentença desfavorável. Se o advogado requeresse a condenação do réu, postulando uma
absolvição).
pena justa e admitindo a veracidade do fato, isso geraria uma nuli
nulidade
dade processual. O réu
o todo é demais para nós
pode confessar, masaoseu
A prova, advogado
mesmo temponão.
emEque
nãoé poderia ser diferente.
cognoscitiva (traz aos autos o conhecimento
parcial do fato, nunca o conhecimento pleno, pois , já dizia
CARNELUTTI), também assume um caráter argumentativo na busca da captura psíquica
do julgador (escopo do processo acusatório). A acusação trabalha para obter a condenação,
dever
produzindo provas nesse sentido. A defesa, por sua vez, pode permanecer inerte,
considerando não ter o de provar, valendo-se dos princípios da presunção de
inocência e do direito de silêncio. Mas também pode agir, reduzindo os riscos de uma
sentença desfavorável. Se o advogado requeresse a condenação do réu, postulando uma
pena justa e admitindo a veracidade do fato, isso geraria uma nulidade processual. O réu
pode confessar, mas seu advogado não. E não poderia ser diferente.
Somado a tudo isso, a prova testemunhal, na ausência de demais elementos, além
de parcial, está longe de reproduzir fidedi
fidedignamente
gnamente o acontecimento, devido a todos os
fatores de contamina
contaminação
ção anteriormente apontado
apontados:
s: memória, falsas memórias, transcurso
do tempo, viés do entrevistador, etc.

O estudo de casos pro


proporcionou-nos
porcionou-nos a efetiva constatação da falsificação e
inflação das recordações nos feito criminais, devido à identificação de um
umaa série de fato
fatores
res

Somado a tudo isso, a prova testemunhal, na ausência de demais elementos, além


de parcial, está longe de reproduzir fidedignamente o acontecimento, devido a todos os
:
de contaminação da prova oral.

A complexidade do tema falsas memórias atrelada à problemática proc


processual
essual fez-
nos pensar não em uma solução para a problemática, pois não há soluções simples para
problemas complex
complexos,
os, mas sim em medidas de redução e compens
compensação
ação de danos, com o
intuito de obter uma jurisdição de qualidade. Destarte, a colheita da prova em um prazo
razoável, a expl
exploração
oração de outras teses, diversas da acusatória e a gravação das entr
entrevistas
evistas
judiciais e ex
extrajudiciais
trajudiciais contribuiriam sobremaneira para esse fim. O ideal seria o fomento
de novas tecnolo
tecnologias
gias na produç
produção
ão da prova e o abandono da “cultura” da prova
testemunhal. Entretanto, considerando se serr esta uma realidade dis
distante,
tante, cumprimos nosso
de contaminação da prova oral.
objetivo de alertar os profissionais do direito sobre a confiabilidade do testemunho.
A complexidade do tema falsas memórias atrelada à problemática processual fez-
nos pensar não em uma solução para a problemática, pois não há soluções simples para
problemas complexos, mas sim em medidas de redução e compensação de danos, com o
intuito de obter uma jurisdição de qualidade. Destarte, a colheita da prova em um prazo
razoável, a exploração de outras teses, diversas da acusatória e a gravação das entrevistas
judiciais e extrajudiciais contribuiriam sobremaneira para esse fim. O ideal seria o fomento
de novas tecnologias na produção da prova e o abandono da “cultura” da prova
testemunhal. Entretanto, considerando ser esta uma realidade distante, cumprimos nosso
objetivo de alertar os profissionais do direito sobre a confiabilidade do testemunho.
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