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ÍNDICE

Chamados para um propósito.........................................................................................04

O propósito de amar.............................................................................................................. 10
O propósito de servir..............................................................................................................16
O propósito de salvar............................................................................................................ 22
O propósito de aprender..................................................................................................... 28
O propósito de brilhar........................................................................................................... 34
Qual é o seu propósito..........................................................................................................40

Gerente geral: Joel Ramos da Silva

Gerente financeiro: Elson Wittmann Agoeiro
Gerente de redação: Dorval Fagundes
Supervisão geral do projeto: Marcelo de Araújo Silva e Mara Silva de Oliveira Barbosa
Produção textual: Hudson Rafael Jesus da Costa, Elizeu Queiróz Silva, Calebe Cardoso Meireles, Priscila
Devai, Pâmela Nitshke Gonçalves, Kelly Romero Cáceres e Micilene dos Santos Machado
Preparação de textos e revisão: Dorval Fagundes
Esta revista e o projeto inteiro da Semana de Oração Adolescente edição 2023 contou com a supervisão e o
apoio do Departamento de Adolescentes das Uniões Norte e Sul Brasileiras

2
 EDITORIAL

Uma geração com propósito

O
mundo natural que Deus criou está cheio de seres (vivos e não vivos) cuja
existência se baseia num propósito. Por exemplo, o boi tem um compar-
timento digestivo chamado rúmen, que é uma bolsa de fermentação cheia
de bactérias capazes de quebrar a celulose do capim. Esses microrganismos de-
pendem da matéria vegetal para sobreviver, mas eles devolvem o favor fazendo
pelo boi aquilo que é impossível para ele fazer sozinho.
Esse é apenas um dos incontáveis exemplos de propósito na natureza. Con-
tudo, nenhum ser vivo tem a capacidade especial que Deus concedeu à huma-
nidade. Veja bem, vamos para o exemplo do boi outra vez. Ele se alimenta do
capim disponível no ambiente em que vive. Digamos que num certo ano ocorra
uma seca severa. Como resultado, esse boi pode passar fome — ou até mesmo
morrer — se as chuvas não chegarem a tempo.
Quando o ser humano planta um grão de trigo (ou de outro cereal qualquer),
ele põe em prática a capacidade de alterar o próprio futuro. Esse plantio garanti-
rá um pé de trigo que produzirá centenas de grãos a partir de uma única semen-
te. Ao fazer isso, o homem age para garantir a comida num futuro de escassez.
Por ter uma noção bem completa de tempo, os humanos entendem que cada
ação gera uma reação. Desse modo, eles conseguem trabalhar tendo em mente
projetos, planos e propósitos.
É uma pena, mas as gerações Z (pessoas nascidas entre 1997 e 2010) e Alfa
(nascidas a partir de 2011) perderam parte da compreensão do que médio e
longo prazo significam. Atualmente, queremos tudo “para ontem”, e essa
urgência está muito ligada à ansiedade, pois desejamos alcançar resultados
rápidos e satisfatórios. A história nos ensina que o ser humano nunca trabalhou
com a ansiedade e a pressa de hoje. A humanidade sempre dependeu de grandes
intervalos de tempo. Hoje as pessoas não estão dispostas a esperar os meses
necessários para a sua plantação dar fruto.
Por isso, é necessário entender os dois lados da moeda: a colheita é certa.
Se a colheita vai acontecer, também é certo que você colherá ervas daninhas e
plantas venenosas se espalhar sementes ruins. Ou seja, as sementes
ruins também dão frutos.
Esta semana de oração tratará deste tema — o propósito
para todos os assuntos importantes da vida, especialmente a
salvação. Respire fundo, pense um pouco e prepare o coração
para entender esse exercício de lógica tão antigo quanto a his-
tória da raça humana: “Pois o que o homem semear, isso também
colherá” (Gálatas 6:7).

Dorval Fagundes
Gerente de redação

3
 17 de setembro de 2023

CHAMADOS PARA
UM PROPÓSITO
Por Hudson Rafael Jesus da Costa, Diretor do Departamento
de Adolescentes da Associação, mora em Macapá (AP)

4
P
essoal, em todo grupo tem
aquele amigo que é filho único,
geralmente de pais um pouco
mais velhos, que acaba se tornando o
centro das atenções da família, o que
tende a torná-lo um pouco mimado.
A Bíblia apresenta uma pessoa assim,
cujo nome é Sansão.
Ele nasceu com um propósito dado
por Deus. A Bíblia diz: “O menino será
nazireu de Deus, e começará a libertar
Israel dos seus inimigos”. Quando fa-
lamos de propósito, é importante co-
nhecer não só o significado, mas tam-
bém a origem dessa palavra.
Propósito vem do latim proponere/
propositum. Ao dividirmos a palavra,
obtemos pro, que significa à frente, e
ponere, cujo significado é colocar. Em
sentido direto, quer dizer colocar à
frente! É aquilo que se busca alcançar,
um objetivo, um intuito.
Diante disso, observamos que
Sansão nasceu com um grande obje-
tivo em vista! O Céu o encarregou de
ser o libertador do povo de Deus, ou
seja, Sansão nasceu para ser um su-
per-herói nacional. O livro Patriarcas
e profetas afirma:
“Crescendo o rapaz, tornou-se evi-
dente que possuía extraordinária força
física.”
O jovem tinha beleza, talento e
muito potencial. São características
fortes, que também estão presentes
na minha e na sua vida.
Assim como ele, você e eu também
viemos a este mundo com um propó-
sito. Na adolescência surgem vários
questionamentos sobre o que preten-
5
demos ser quando chegarmos à vida
adulta. Há gosto para tudo: sonhar
com aquela carreira ou profissão da
infância, seguir a carreira dos pais ou
de alguém da família. Há pessoas que
querem ser concurseiras e empre-
sárias, enquanto há outras que ain-
da estão indecisas quanto à carreira
profissional que devem seguir. Parece
difícil encontrar um objetivo de vida,
pois o anjo não veio falar com nossos
pais sobre o caminho que deveríamos
seguir.
Entretanto, mantenha a calma,
pois a Palavra de Deus deixa claro que
existe um plano especial para você.
Leia o que diz Efésios 1:4 e 5: “Por-
quanto Deus nos escolheu nEle antes da
criação do mundo, para sermos santos e
irrepreensíveis em Sua presença. E, em
Seu amor, nos predestinou para sermos
adotados como filhos, por intermédio de
Jesus Cristo, segundo a benevolência da
Sua vontade”.
A Bíblia alerta que o inimigo pre-
tende frustrar a execução da vontade
de Deus na minha e na sua vida. 1 Pe-
dro 5:8 diz: “Estejam alerta e vigiem. O
Diabo, o inimigo de vocês, anda ao re-
dor como leão, rugindo e procurando a
quem possa devorar”. Ele se introme-
teu na vida de Sansão tentando sedu-
zi-lo através dos prazeres deste mun-
do. O texto inspirado declara:
“A associação com os idólatras
o corrompeu. [...] Sob a influência de
companheiros ímpios, [Sansão] dei-
xou aquele apego a Deus que é a única
salvaguarda do homem, e foi arrasta-
do pela onda do mal.” — Patriarcas e
profetas, p. 413.
“Mas ninguém precisa ser vencido.
O [adolescente] não é deixado
só a vencer o poder do mal pelos
seus fracos esforços. O auxílio
está disponível, e será dado a
toda pessoa que realmente o
desejar
No final, aquele que havia sido
escolhido para se tornar o campeão
de Israel, aquele cujo nome signifi-
cava “pequeno sol” transformou a
própria vida em escuridão. Como re-
sultado de suas más escolhas, acabou
tendo os olhos furados e foi acorren-
tado e escravizado.
Essa história parece ter tido um
fim trágico, pois Sansão morreu.
Contudo, ela apresenta uma quali-
dade especial: o alcance inimaginável
da misericórdia de Deus. Por vezes,
os problemas desta vida parecem
terríveis, e nos dizem que Deus Se es-
queceu de nós, mas a verdade é outra.
Em alguns casos, as angústias se tor-
nam o último recurso que o Senhor
emprega para nos salvar de nossas
péssimas escolhas.
A autora Ellen G. White narra, ins-
pirada por Deus:
“No sofrimento e humilhação,
como joguete dos filisteus Sansão

Ele nasceu com um propósito dado por Deus. A Bíblia diz:

“O menino será nazireu de Deus, e começará a libertar
Israel dos seus inimigos”. Porém, ele se entregou à cobiça
dos olhos, perdeu de vista o propósito e foi derrotado

6

aprendeu mais acerca da sua fraqueza
do que jamais soubera; e as aflições o
levaram ao arrependimento.”
Por fim, Sansão se reencontrou
com Deus e se reconectou com os
Céus. Embora estivesse fisicamente
cego, recobrou a visão espiritual.
Você se lembra de ter lido no início
da história sobre o ato de Sansão “CO-
MEÇAR a libertar Israel?” A promessa
que o Anjo do Senhor havia feito se
cumpriu. Veja aquela ocasião em que
o mal parecia ter vencido a batalha,
quando os deuses dos filisteus foram
exaltados, e o nome do único e verda-
deiro Deus foi zombado e escarnecido.
Pois naquela reunião de glória para
os inimigos de Israel, Sansão virou o
jogo e os destruiu quando derrubou as
colunas do templo de Dagon! A força
do herói não vinha dele mesmo ou dos
cabelos crescidos, mas da parte do Se-
nhor do Céu. É por isso que o nome de
Sansão se encontra na lista do cap. 11
de Hebreus, a galeria dos heróis da fé.
Talvez a sua história tenha alguma
semelhança com a de Sansão. As más
amizades e os prazeres deste mundo
podem ter afastado você de Jesus ou
da comunhão da igreja. No entanto,
fique atento ao alerta que a história de
vida do personagem da narrativa nos
traz — não deixe para pedir ajuda na
última hora da vida! Você tem a capa-
cidade de buscar a Jesus e reconquis-
tar a vida espiritual perdida e a ligação
com Senhor. Por outro lado, se você
ainda se mantém firme pela graça,
louvado seja Deus! Busque-O em to-
dos os seus caminhos e entregue-se a
Jesus, pois Ele é fiel e cumpre os pró-
prios planos que traçou para sua vida!
7
CHAMADOS PARA
UM PROPÓSITO
Os sonhos dEle são muito maiores que
os nossos.
Em Jeremias 29:11 você lerá:
“Porque sou Eu que conheço os pla-
nos que tenho para vocês, diz o Senhor,
planos de fazê-los prosperar e não de
causar dano, planos de dar a vocês es-
perança e um futuro.”
Na adolescência, é normal sentir
medo. Entretanto, saiba que sentir
medo nem sempre quer dizer falta
de coragem. Às vezes, são projeções
negativas que a nossa mente faz.
Por isso, é normal se sentir indeci-
so e confuso. No entanto, lembre-se
de que Jesus passou por este mundo
exatamente para saber o que senti-
mos de verdade, pois assim Ele co-
nheceu nossas dores e aprendeu a
nos auxiliar. É por isso que Ele tem
poder divino para transformar medo
em coragem, confusão em confiança,
indecisão em certeza. Veja que a Di-
vindade — o Pai, o Filho e o Espírito
Santo — está conosco nesta jornada.
Além desses três grandes poderes,
existem os incontáveis seres celes-
tiais que vivem para nos ministrar —
ou seja, para nos servir. Leia o que diz
este texto inspirado:
“Mas ninguém precisa ser ven-
cido. O [adolescente] não é deixado
só a vencer o poder do mal pelos
seus fracos esforços. O auxílio está
às mãos, e será dado a toda alma que
realmente o desejar. Anjos de Deus,
que sobem e descem pela escada que
Jacó contemplou em visão, auxilia-
rão a toda alma, que o deseje, a subir
mesmo aos mais altos Céus.” — Pa-
triarcas e profetas, p. 417.
Ele nasceu com um propósito dado
por Deus. A Bíblia diz: “O menino
será nazireu de Deus, e começará
a libertar Israel dos seus inimigos”.
Porém, ele se entregou à cobiça
dos olhos, perdeu de vista o
propósito e foi derrotado

O chamado de Deus para você é Repita as palavras do salmista:

este: “Filho meu, dá-me o teu cora-
ção”. Ele está as portas batendo; por
isso, abra a porta e convide-O a en-
trar e morar junto com você. Com Ele
a seu lado, você pode realizar proezas.
Com a força e a inteligência que Deus
lhe deu unidas ao poder do Espírito
Santo, você pode alcançar um nível
semelhante ao dos anjos! Deus chama
você para se tornar um instrumento,
um auxiliador, na maior obra do uni-
verso: a de representar o caráter de
Cristo e difundir o evangelho do reino
ao maior número possível de pessoas.
“O Senhor cumprirá o Seu pro-
pósito para comigo! Teu amor, Se-
nhor, permanece para sempre; não
abandones as obras das Tuas mãos!”
(Salmos 138:8).
Lembre-se: independentemen-
te de você ter uma vida parecida com
a de Sansão, aprenda isto: o propó-
sito de Deus quanto à salvação dele
se cumpriu no fim da vida daquele
homem, mas a que custo! Sansão se
casou contra a vontade de Deus e dos
pais, perdeu tragicamente a mulher

8

que amava, deixou-se enfeitiçar por
outra mulher, serva do inimigo, ficou
cego e virou escravo de um povo pagão
para poder cair em si. Ele realmente
foi salvo no último minuto. Contu-
do, ele poderia ter tido uma vida que
glorificasse mais a Deus nesta Terra.
A história dele nos mostra que a sal-
vação é ampla e suficiente, e que de-
vemos imitá-lo no sentido de buscar
a Deus em meio a um problema grave.
Por outro lado, não precisamos deixar
o problema ficar tão grave assim para
pedir socorro. Nem todos terão a for-
ça de vontade necessária para reagir
como ele reagiu, e podem se perder.
Por isso, fica a pergunta: você permi-
tirá que o propósito divino se cumpra
em sua vida?
9
CHAMADOS PARA
UM PROPÓSITO
“Vocês, porém, são geração elei-
ta, sacerdócio real, nação santa, povo
exclusivo de Deus, para anunciar as
grandezas daquele que os chamou das
trevas para a Sua maravilhosa luz” (1
Pedro 2:9).
Deus revelou Seu propósito a você!
É um chamado, uma missão com um
futuro glorioso. O alvo que está à sua
frente é apenas viver essa luz. Perma-
neça eleito, como filho do celeste Rei,
como um príncipe e uma princesa do
Rei do universo, um(a) adolescente
exclusivo(a), embaixador(a) da pátria
celestial. Que este propósito tão ma-
ravilhoso e especial se concretize em
sua vida, em nome de Jesus. Amém!
“No sofrimento e humilhação,
como joguete dos filisteus
Sansão aprendeu mais acerca
da sua fraqueza do que
jamais soubera; e as aflições o
levaram ao arrependimento.”
Ellen White
 18 de setembro de 2023

O PROPÓSITO DE AMAR

Por Elizeu Queiroz Silva, Diretor de Adolescentes da Associação,

mora em São Paulo (SP)

10
V
ocê já reparou que desde quan-
do nascemos somos ensina-
dos sobre a importância de
demonstrar amor por nós mesmos
e pelos nossos semelhantes? A mãe
que cuida da criança e lhe dá carinho e
atenção, está ensinando sobre o amor.
O pai que dedica tempo aos filhos está
ensinando sobre o amor. Quando ou-
vimos dos mais velhos sobre a impor-
tância de sermos gentis, educados,
corteses e honestos, estamos apren-
dendo sobre o amor, mas também a
como amar com um propósito.
Adianto a vocês que amar vai mui-
to além de palavras. Amor é um subs-
tantivo, mas quando se torna um ver-
bo, ou seja, uma categoria de palavra
que implica ação, passa a ser amar.
A Palavra de Deus há muito tempo já
nos revelou tal verdade.
“Se alguém afirmar: ‘Eu amo a
Deus’, mas odiar seu irmão, é menti-
roso, pois quem não ama seu irmão, a
quem vê, não pode amar a Deus, a quem
não vê. Ele nos deu este mandamento:
Quem ama a Deus, ame também seu ir-
mão” (1 João 4:20 e 21).
De nada adianta alguém dizer que
ama o pai, a mãe, os amigos, ou mes-
mo Deus, se suas atitudes são gros-
seiras, desonestas e maldosas. Se você
sente que precisa entender melhor
esse tema; se percebe que sua relação
com Deus está cada vez mais fraca, se
não tem intimidade nem compreende
os planos dEle para sua vida; se per-
cebe que seu amor ao próximo está
quase morto, e que as pessoas à sua
volta não demonstram carinho nem
consideração por você, então conti-
11
nue lendo este texto e se prepare para
aprender algo que poderá impactar a
sua vida e fazer de você um adoles-
cente exemplar.
O que é ter propósito?
É possível perceber que a vida
fica mais leve e fácil de ser vivida
quando temos um propósito. Quem
tem propósito vai mais longe, é mais
feliz, tem o controle emocional ne-
cessário e não se surpreende dian-
te de circunstâncias desfavoráveis.
Querido(a) adolescente, não importa
o fato de você ser tão novo (ou nova)
e ser uma pessoa inexperiente. Ainda
assim, você deve ter alvos, planos e
propósitos definidos para a vida.
O que é propósito? Esta é a de-
finição do dicionário: “O que se quer
alcançar; aquilo que se busca atingir;
objetivo; alvo”.
A Bíblia afirma categoricamente a
importância de se ter propósitos bem
definidos.
“Qual de vocês, se quiser construir
uma torre, primeiro não se assenta e
calcula o preço, para ver se tem dinhei-
ro suficiente para completá-la? Pois,
se lançar o alicerce e não for capaz de
terminá-la, todos os que a virem rirão
dele, dizendo: ‘Este homem começou a
construir e não foi capaz de terminar’”
(Lucas 14:28-30).
Imagine seu professor na sala de
aula anunciando: “Daqui a uma se-
mana teremos prova de Matemática”.
O motivo que levará você a estudar,
a passar horas e horas praticando os
cálculos, buscando informação nos
livros e na internet é justamente o
“Não me peça para deixá-la ou
para me afastar de você. Aonde
você for, eu irei, e onde você ficar,
eu ficarei. Seu povo será meu povo
e seu Deus meu Deus” (Rute 1:16).
propósito. Que propósito? O de chegar
ao final do bimestre, do semestre e do
ano letivo e ser aprovado.
O adolescente cristão também
deve agir assim quando o assunto é
a vida espiritual. Devemos entender
que somente quem tem o propósito
de amar a Deus e ao próximo é que
conseguirá desenvolver essa virtude.
Essa é a prova de que o amor de Deus
alcançou você. “E sabemos que todas
as coisas contribuem juntamente para
o bem daqueles que amam a Deus, da-
queles que são chamados segundo o seu
propósito” (Romanos 8:28).
Por que é mais fácil odiar do
que amar?
Com poucas palavras, a Bíblia nos
fornece a resposta para essa pergun-
ta: “Eis que em iniquidade fui forma-
do, e em pecado me concebeu minha
mãe” (Salmos 51:5). O apóstolo Paulo,
inspirado por Deus, reflete essa mes-
ma realidade nas seguintes palavras:
“Porque não faço o bem que eu quero,
mas o mal que não quero, esse faço.
Mas, se eu faço o que não quero, já não
sou eu quem o faz, e sim o pecado que
habita em mim” (Romanos 7:19 e 20).
É verdade, não adianta esconder.
Sentimos mais prazer em praticar
o que é errado nesta vida do que em
realizar aquilo que é correto diante de
Deus e do nosso semelhante. A autora
Ellen White descreve:
12
“Assim, em lugar da justiça e per-
feição do Deus infinito, verdadeiro
objeto de adoração; em lugar da jus-
tiça perfeita de Sua Lei, a verdadeira
norma da perfeição humana, pôs Sa-
tanás a natureza pecaminosa, falível
do próprio homem, como único ob-
jeto de adoração, a única regra para
o juízo, ou norma de caráter. Isso é
progresso, não para cima, mas para
baixo.” — O grande conflito, p. 554.
Isso significa que o ser huma-
no recebeu em si uma natureza com
desejos maldosos após o pecado dos
nossos primeiros pais, Adão e Eva.
Por isso, é mais fácil xingar que per-
doar. É mais fácil odiar do que amar. É
mais prazeroso fazer o que é proibido
do que fazer o que é permitido. É mais
fácil querer apenas que os outros nos
sirvam do que servirmos aos outros.
Alto lá! Nem sempre
o mais prazeroso é o correto
Sempre que valorizamos mais o
prazer do que aquilo que é correto,
colhemos amargas consequências na
vida. Por isso, a Bíblia afirma: “Tudo
me é permitido, mas nem tudo convém.
Tudo me é permitido, mas eu não dei-
xarei que nada me domine” (1 Corín-
tios 6:12).
Inspiração para amar
Nada melhor do que ouvir his-
tórias que nos inspirem e nos incen-
tivem a amar nossos semelhantes,
ajudando a tirar do nosso coração o
rancor, o ódio, a raiva, a desconfiança
e o desejo de vingança. Querido ado-
lescente, existe um livro que contém
as mais belas e fascinantes histórias
de amor e altruísmo. E quando digo
história, falo daquelas que são reais e
verdadeiras. Não me refiro a histórias
de ficção, ou filmes e séries que estão

repletos de mentiras e fantasias, nos
quais não podemos depositar um só
pingo de confiança. Tenho certeza de
que você já entendeu que livro é esse.
Exatamente, é a Bíblia. Abra agora
mesmo seu coração e se prepare para
ler uma das mais lindas histórias, na
qual o amor se demonstra por ações.
Uma viúva desamparada
O livro de Rute é um dos menores
da Bíblia, pois contém apenas qua-
tro capítulos. Esse livro nos inspira
a amar. Rute é a protagonista da his-
tória. Ela se viu numa situação difícil
em Moabe, sua terra natal, quando
seu marido Malom morreu após dez
anos de casamento. Para os padrões
de hoje, dizer que ela ficou pobre é o
mínimo. As mulheres dos tempos an-
tigos não tinham emprego e depen-
diam totalmente dos maridos para
obter segurança e os meios indispen-
sáveis à vida. Como resultado, Rute
se aliou a alguém que estava numa
situação ainda pior: sua sogra Noemi.
Além de também ter perdido o mari-
do, um homem chamado Elimeleque,
a sogra havia perdido os dois filhos,
Malom (esposo de Rute) e Quiliom
(marido de Orfa).
Rute poderia ter continuado a vi-
ver no próprio país e receber o apoio
da família. Ela era jovem o suficiente
para se casar outra vez, e essa pers-
pectiva lhe daria alguma seguran-
ça, caso se cumprisse. Mas ela estava
determinada a ajudar Noemi, mesmo
que isso lhe custasse a perda da cida-
dania em seu país, o afastamento de
amigos, da família, da cultura e dos
deuses pagãos. Por isso, Rute proferiu
um dos maiores discursos sobre leal-
dade e amor quando revelou a Noemi:
13
O PROPÓSITO
DE AMAR
“Não me peça para deixá-la ou
para me afastar de você. Aonde você
for, eu irei, e onde você ficar, eu ficarei.
Seu povo será meu povo e seu Deus meu
Deus. Onde você morrer, eu morrerei e
lá serei enterrada; faça-me o Senhor
o que bem Lhe aprouver, se outra coi-
sa que não seja a morte me separar de
você” (Rute 1:16).
Rute e Noemi viajaram para Be-
lém, a cidade natal de Noemi, na terra
de Israel. Chegaram no início da co-
lheita da cevada. Como ambas eram
viúvas em situação de extrema pobre-
za, elas dependiam da generosidade
de outras pessoas para se alimentar.
Rute se encarregou de conseguir
comida. Ela foi respigar (coletar as
sobras que os ceifeiros deixaram de
colher) no campo de Boaz. Por coin-
cidência, esse homem era parente de
Noemi. O ato de respigar era cansati-
vo, pois a mulher tinha de andar quase
totalmente curvada sob o sol quente e
a poeira. Rute trabalhou tão bem, des-
de o nascer ao pôr do sol, que o super-
visor a notou.
Um dia, enquanto Boaz estava
fiscalizando seu campo, também no-
tou Rute. Boaz demonstrou extraor-
dinária bondade para com Rute. Isso
porque ele já tinha ouvido falar da
devoção e lealdade daquela mulher
para com a sogra, Noemi. Boaz era o
guardião-redentor de Noemi. Na épo-
ca, o marido de Noemi era parente de
Boaz. De acordo com a lei do levirato,
Boaz era a segunda pessoa qualificada
para amparar Noemi na ausência do
marido dela e se casar com Rute. Na
cultura hebraica, o guardião-redentor
(ou resgatador) era obrigado a cuidar

da família de um parente em sérias
dificuldades.
Noemi sabia que Rute seria mais
bem cuidada se ela fosse casada, en-
tão sugeriu à jovem Rute que se ofere-
cesse como esposa a Boaz. Ela aconse-
lhou a nora que reparasse onde Boaz
dormia para que no meio da noite se
deitasse aos pés dele. Na cultura da
época, esse ato significava total sub-
missão. Rute agiu assim.
Atraído pelo caráter virtuoso dela,
Boaz concordou prontamente com a
ideia assim que acordou. Entretanto,
havia ainda um obstáculo a superar.
Boaz era um guardião-redentor
de Noemi e de Rute, mas havia um
membro da família do falecido Elime-
leque que era um parente ainda mais
próximo. Boaz não poderia exercer
seu direito de se casar com Rute a me-
nos que esse parente concordasse em
renunciar aos próprios direitos em re-
14
Por isso, entenda:
o amor, que é
Cristo, nos salvou.
Assim, por Ele
devemos servir e
compartilhar esse
mesmo amor com
os outros
lação a Rute. E assim aconteceu. Pela
providência divina, o parente mais
próximo desiste do direito e concede
a Boaz a chance de se unir a Rute e
resgatá-la.
O amor sempre vence
Que história emocionante! Talvez
você não tenha percebido, mas os be-
neficiados dessa história não foram
apenas Rute e o novo marido, Boaz. A
sogra, Noemi, teve um consolo no fi-
nal da vida. Além de receber moradia,
atenção e sustento, segurou nas mãos
o filho de Rute com Boaz, a quem de-
ram o nome de Obede. Esse menino se
tornaria o avô do rei Davi. Toda a fa-
mília de ambos os noivos foi também
abençoada. Quando fazemos escolhas
racionais, impulsionadas pelo amor
para com Deus e para com nossos se-
melhantes, sempre receberemos de
volta esse amor concedido.
Rute é um exemplo vivo de que
o amor de Deus não é nacional, mas

universal, pois mesmo sendo moabi-
ta, ela foi agraciada por Deus e rece-
beu a redenção.
“Porque Deus tanto amou o mundo
que deu o Seu Filho Unigênito, para que
todo o que nEle crer não pereça, mas
tenha a vida eterna” (João 3:16).
O livro de Rute começa com morte,
mas termina com nascimento. Come-
ça com crise e pobreza, mas termina
com prosperidade. Começa com uma
família destruída pela morte, mas
termina com a felicidade de um casa-
mento. Começa com fome, mas ter-
mina com fartura.
Amor a Deus e ao próximo
Certa ocasião, perguntaram
Jesus:
“Mestre, qual é o grande manda-
mento da Lei? E Jesus disse-lhe: Amarás
o Senhor, teu Deus, de todo o teu cora-
ção, e de toda a tua alma, e de todo o teu
pensamento. Este é o primeiro e grande
mandamento. E o segundo, semelhante
a este, é: Amarás o teu próximo como
a ti mesmo. Desses dois mandamen-
tos dependem toda a Lei e os profetas”
(Mateus 22:36-40).
Repare, querido adolescente, que
os Dez Mandamentos de Êxodo 20 se
dividem em duas partes. A primeira
se refere ao amor para com Deus, e a
segunda ao amor para com o próximo.
Não há necessidade de esperar que o
outro demonstre amor por você para
que você possa amá-lo. Ame a seus
pais, irmãos e amigos, independente-
mente do fato de que façam o mesmo
por você. Lembre-se de que o esfor-
ço e a dedicação de Rute chamaram
O PROPÓSITO
DE AMAR
a atenção de Boaz. Da mesma forma,
todo ato de amor que você vier a pra-
ticar jamais passará desapercebido
por Deus e pelas pessoas à sua volta.
Deus prontamente recompensará a
empatia e o cuidado manifestado para
com seus amigos.
Siga o Mestre
“O meu mandamento é este: Que
vos ameis uns aos outros, assim como
Eu vos amei” (João 15:12). Jesus orien-
ta cada adolescente e adulto a amar o
semelhante da mesma forma que Ele
mesmo nos amou. Tal afirmação é
séria, profunda e de extremo signifi-
cado. Amar é um dever que compete a
todos nós.
a
“A ninguém devais coisa alguma, a
não ser o amor com que vos ameis uns
aos outros; porque quem ama aos outros
cumpriu a Lei” (Romanos 13:8).
O que Jesus fez por nós? Amou-nos
quando não O amávamos. Perdoou-
nos quando não merecíamos perdão.
Reconciliou-nos com Deus quando
estávamos separados por causa de
nossas próprias escolhas. Jesus nos
salvou e nos resgatou quando nem
forças tínhamos para dar um passo
em Sua direção. Por fim, também nos
salvará da destruição do pecado.
Por isso, entenda: o amor, que
é Cristo, nos salvou. Assim, por Ele
devemos servir e compartilhar esse
mesmo amor com os outros.
Que o Senhor abençoe você na
sua jornada em amar a Deus sobre
todas as coisas e ao próximo como a
si mesmo!
15
 19 de setembro de 2023

O PROPÓSITO DE SERVIR

Por Calebe Cardoso Meireles, Diretor do Departamento

de Adolescentes da Associação, mora em Bacabal (MA)

16
 “O menino Samuel servia o
Senhor diante de Eli” (1 Samuel 3:1)
S
amuel, cujo nome significa “pe-
dido a Deus”, foi dedicado ao
Senhor por sua mãe Ana como
parte de um voto que ela fez antes
de ele nascer (1 Samuel 1:11). Ela era
estéril, e orou a Deus tão fervorosa-
mente por um filho que o sumo sa-
cerdote Eli achou que estivesse bêba-
da (1 Samuel, cap. 1). Deus concedeu o
pedido de Ana. Assim, fiel à promessa
que havia feito, ela dedicou Samuel
ao Senhor. Depois que o menino foi
desmamado, provavelmente por
volta dos quatro anos de idade, ela o
levou ao tabernáculo para servir sob
a direção do sacerdote Eli (1 Samuel
1:22–25). Mesmo quando criança,
Samuel recebeu sua própria túnica,
uma vestimenta normalmente reser-
vada a um sacerdote enquanto servia
diante do Senhor na tenda da congre-
gação em Siló (1 Samuel 2:18; 3:3).
A regra era que os levitas come-
çassem a desempenhar as funções es-
peciais a partir dos 25 anos de idade.
No entanto, Samuel foi uma exceção
a essa regra. A cada ano ele recebia
maiores responsabilidades. Mesmo
sendo novinho, Samuel já tinha deve-
res a cumprir no serviço de Deus, mas
recebia essas tarefas de acordo com a
sua capacidade de realizá-las. A prin-
cípio, eram serviços muito humildes e
nem sempre agradáveis. Contudo, ele
os cumpria da melhor forma possível
e com coração bem-disposto.
17
O sucesso nesta vida e em con-
quistar a vida futura depende de dar-
mos a devida atenção aos pequenos
detalhes. Ser justo nas pequenas coi-
sas, cumprir com dedicação pequenos
atos e pequenas atitudes de bonda-
de trará alegria à nossa vida. Desse
modo, quando a nossa obra na Terra
terminar, veremos que cada um dos
pequenos deveres que cumprimos
despertou uma influência para o bem.
Essa influência jamais desaparecerá.
O maior sinal de que você se inte-
ressa por sua vocação é quando se en-
volve e interage com o reino de Deus.
Ele não chama pessoas preguiçosas,
desinteressadas ou acomodadas.
Quando o Senhor escolheu Josué, ele
era comandante do exército de Israel.
Quando Deus chamou José para go-
vernar, o jovem já era um governante
dentro da cadeia. Deus não está preo-
cupado com o título que talvez você
tenha, mas com o interesse que dedica
aos assuntos divinos. O seu chamado
será apenas uma extensão daquilo que
você já faz.
Devemos compreender que Deus
escolhe pessoas despreparadas para
capacitá-las com a finalidade de que
a glória seja atribuída somente a Ele:
“Deus escolheu as coisas insignifi-
cantes do mundo, as desprezadas e as
que nada são, para reduzir a nada as
que são, para que ninguém se vanglo-
rie diante dEle” (1 Coríntios 1:28).
 Hoje mesmo você pode começar a fazer a
diferença no mundo. Por exemplo, melhore o
mundo da sua mãe ao ajudar a organizar a casa.
Faça a diferença no mundo do zelador da igreja
ao recolher objetos e lixo jogados no pátio

Samuel era uma criança, Moisés tinha deficiência

na fala, Jeremias se sentia muito jovem. Entretanto, foi
u a esses homens que Deus revelou Sua força e poder. Por
isso, note este detalhe: o que todos tinham em comum
era a disposição de serem usados por Deus. A dispo-
sição e a boa vontade geram velocidade: quanto mais
disposto estiver, mais longe Deus levará você.

Sabia que nós também podemos ser como Samuel?

Sim, se formos fiéis nos pequenos detalhes do dia a dia,
tais como ajudar a mãe a lavar e secar a louça, ajudar na
distribuição de folhetos no sábado à tarde, colaborar
na recolta de alimentos para os necessitados, ajudar o
pastor depois da conferência, coletar o lixo e organizar
o auditório, auxiliar o dirigente da obra missionária a
carimbar e organizar os folhetos etc.

Contudo, a verdade é que muitas vezes não quere-

mos fazer essas atividades porque, além de serem cha-
tas ou cansativas, ninguém repara nelas. Às vezes que-
remos ser um médico, advogado ou missionário para
transformarmos o mundo. Por isso, dizemos:

“Quando eu for isto ou aquilo, farei a diferença.”

O lado bom é que hoje mesmo você pode começar

a fazer a diferença no mundo. Por exemplo, faça a di-
ferença no mundo da sua mãe ao ajudar a organizar a
casa. Faça a diferença no mundo do zelador da igreja ao
recolher objetos e lixo jogados no pátio.

Samuel servia com amor mesmo nos deveres mais

humildes que apareciam. Normalmente, os filhos do
sacerdote continuariam o ministério do pai. No entan-
to, no caso dos filhos de Eli, Hofni e Fineias, tratava-se
de homens ímpios, pois eram imorais e desprezavam a
oferta do Senhor (1 Samuel 2:17 e 22). Por outro lado,

18
 O PROPÓSITO
DE SERVIR

Samuel viveu
sua infância e
juventude no
tabernáculo, e
dedicou a vida à
adoração a Deus.

19
Samuel tinha uma
vida de plena
comunhão com Deus.
Faça o mesmo!

Samuel continuou a crescer em esta- gido pelos caminhos errantes de seus

tura e no favor do Senhor e dos ho-
mens (1 Samuel 2:26).
“O Senhor aceitou Samuel desde a
mais tenra infância, porque o coração
dele era puro. O menino foi entregue a
Deus como uma oferta consagrada, e o
Senhor o transformou em um canal de
luz.” — Conselhos aos professores, pais
e estudantes, p. 537.
“Samuel fora posto sob os cui-
dados de Eli, e a amabilidade de seu
caráter provocou a afeição calorosa
do idoso sacerdote. Era gentil, gene-
roso, obediente e respeitoso. Eli, afli-
próprios filhos, encontrava descanso,
consolo e bênção na presença daquele
que estava sob seus cuidados. Samuel
era prestativo e afetuoso, e nunca pai
nenhum amou a seu filho com mais
ternura do que Eli aquele menino. Era
algo singular que, entre o magistrado
principal da nação e a simples criança
existisse uma afeição tão ardorosa. À
medida que os males próprios da idade
se aproximavam de Eli, e enchendo-se
ele de apreensão e remorso pela con-
duta desprezível de seus filhos, vol-
tou-se para Samuel em busca de con-
forto.” — Patriarcas e profetas, p. 573.

20

Samuel viveu sua infância e ju-
ventude no tabernáculo, e dedicou a
vida à adoração a Deus. No entanto,
mesmo ali ele não estava livre de in-
fluências malignas ou de exemplos
pecaminosos. A Bíblia descreve os
filhos do sacerdote Eli como sendo
“filhos de Belial”. Eles não temiam a
Deus nem honravam ao pai, que era
sacerdote. Por isso, Samuel não an-
dava com eles nem seguia seu mau
exemplo. O esforço constante do jo-
vem era se tornar o que Deus que-
ria que ele fosse. Esse é o privilégio
de todo adolescente. Deus Se agrada
quando até mesmo as crianças pe-
quenas se dedicam à obra divina. Elas
não devem se desanimar nem serem
desanimadas em seus esforços por se
tornarem cristãs. A pequena criança
que ama e teme a Deus é maior aos
olhos dEle do que o homem mais ta-
lentoso e instruído que não se impor-
ta com a grande salvação. Apesar de
existirem muitos reis, presidentes e
bandidos a quem as pessoas declaram
lealdade, toda a espécie humana está
servindo a um dos dois senhores — ou
ao Príncipe da luz, ou ao príncipe das
trevas. Samuel servia ao primeiro, e os
filhos de Eli ao último.
Numa época em que as profecias
e visões eram muito raras (1 Samuel
3:1), certa noite o menino obedeceu
a uma voz achando que estava aten-
dendo ao chamado do sacerdote Eli.
Embora o jovem Samuel servisse no
tabernáculo, ele ainda não conhecia o
Senhor, e a palavra de Deus ainda não
havia se manifestado a ele (1 Samuel
3:7). Nas três primeiras vezes em que
o Senhor chamou Samuel, o menino
correu até Eli. Logo o sacerdote en-
tendeu o que estava acontecendo, e
21
O PROPÓSITO
DE SERVIR
instruiu Samuel a responder ao Se-
nhor se ele ouvisse a voz outra vez.
Então, “veio o Senhor, e ali esteve,
e chamou como das outras vezes: Sa-
muel, Samuel! Este respondeu: Fala,
porque o Teu servo ouve” (1 Samuel
3:10). Em seguida, Deus anunciou
uma mensagem de punição e castigo
para que o menino a transmitisse a Eli.
No dia seguinte, Samuel deu seu
primeiro salto de fé ao contar tudo a
Eli, embora a mensagem fosse uma
péssima notícia para o sacerdote e sua
família (1 Samuel 3:11-18). Eli reagiu
com aceitação. A credibilidade de Sa-
muel como profeta se espalhou por
Israel, e Deus continuou a revelar Sua
Palavra ao Seu povo pelo ministério de
Samuel (1 Samuel 3:20 e 21).
Hoje, os adolescentes podem se
tornar tão preciosos à vista de Deus
quanto Samuel naquela época. O que
precisam fazer é imitar a fidelida-
de do menino Samuel nas pequenas
atividades do dia a dia. Seja você
também como aquele jovem, e sem-
pre que alguém precisar de sua aju-
da, esteja disposto a auxiliar, mes-
mo que seja em atividades humildes,
chatas e simples. Lembre-se sem-
pre: “Foste fiel no pouco, sobre o
muito te colocarei” (Mateus 25:23).
Assim como Deus honrou Samuel,
Ele honrará você.
Referências bibliográficas:
Bíblia Sagrada versão Nova Almeida
Atualizada.
Em busca da verdade,
The Signs of the Times, 3 de novembro de
1881.
 20 de setembro de 2023

O PROPÓSITO
DE SALVAR

Por Priscila Devai, Diretora de Adolescentes da Associação,

mora em Curitiba (PR)

22
V
ocê já parou para pensar sobre
qual seria o propósito da sua
vida? Talvez já tenha pensado
numa carreira profissional e até esco-
lhido no que quer trabalhar pelo resto
da vida. No entanto, talvez nunca te-
nha refletido sobre o propósito para o
qual Deus criou você
De Saulo a Paulo
Saulo nasceu entre fariseus. Ele
perseguia cristãos e obedecia a seus
superiores. Seu objetivo de vida era
caçar aqueles que “ameaçavam” a
ordem farisaica. Contudo, Deus tinha
um propósito diferente para a vida de
Paulo (nome grego do apóstolo, que
significa “baixinho” ou “pequeno”),
que era fazer dele o maior pregador do
evangelho, o apóstolo que mais en-
tenderia a maravilhosa graça de Deus
e o que mais a pregaria ao mundo.
Quando ele teve seu primeiro
encontro com Jesus em Damasco,
entendeu que, apesar de ter agido
como um terrível pecador ao perse-
guir aqueles cujo único objetivo era o
de falar do amor de Deus, a graça e a
misericórdia divinas foram suficien-
tes para salvá-lo do pecado. Depois de
receber o perdão de Deus, sentiu uma
leveza e uma paz tão grandes que to-
mou uma decisão: dedicaria a própria
vida a espalhar essa paz e a comparti-
lhar a mensagem da graça e da salva-
ção com outros.
Por que o mundo cobra
tanto o mérito pessoal?
No mundo em que vivemos, es-
cutamos constantemente a mensa-
gem de que precisamos ser alguém
para receber reconhecimento. Preci-
23
samos tirar notas boas na escola, ter
um look legal (andar bem-vestidos),
ter algum talento especial para al-
cançarmos destaque e sermos que-
ridos pelos outros por causa daquilo
que fazemos. Até mesmo com nossos
pais aprendemos que receberemos
mais amor deles se formos obedien-
tes. Por isso, colocamos na cabeça de
forma quase automática que ao agir-
mos assim também garantiremos o
amor de Deus.
Você já se sentiu a pior pessoa do
mundo depois de ter feito algo ruim?
Chegou até mesmo a sentir vergonha
de orar a Deus porque achou que Ele
não ouviria sua oração por estar mui-
to decepcionado com você? Deixe-me
contar um segredo. Deus não se de-
cepciona porque Ele já conhece o fu-
turo. Sabe o que isso significa? Que Ele
decidiu entregar o próprio Filho para
salvá-lo, mesmo sabendo que você é
pecador, e, por essa razão, necessita
de um Salvador. Apesar de conhecer o
seu pior lado, mesmo assim Ele amou
você. O amor de Deus não é condicio-
nal como o amor humano. Deus nos
ama incondicionalmente, isto é, in-
dependentemente do que somos e do
que fazemos. “Quando éramos ainda
fracos, Cristo a Seu tempo morreu pe-
los ímpios” (Romanos 5:6).
Paulo reconhecia o amor de Deus
para com ele, e escreveu em sua carta
a Timóteo:
“E dou graças ao que me tem con-
fortado, a Cristo Jesus Senhor nosso,
porque me teve por fiel, pondo-me no
ministério; a mim, que dantes fui blas-
femo, e perseguidor, e injurioso; mas
Uma alegria indescritível do Espírito Santo
estava sobre o coração de Paulo pela igreja
de Tessalônica quando seus membros se
tornaram expressões de amor

alcancei misericórdia, porque o fiz ignorantemente, na

incredulidade. E a graça de nosso Senhor superabundou
com a fé e amor que há em Jesus Cristo. Esta é uma pala-
vra fiel, e digna de toda a aceitação, que Cristo Jesus veio
ao mundo, para salvar os pecadores, dos quais eu sou o
principal. Mas por isso alcancei misericórdia, para que em
mim, que sou o principal, Jesus Cristo mostrasse toda a Sua
longanimidade, para exemplo dos que haviam de crer nEle
para a vida eterna” (1 Timóteo 1:12-16).

O apóstolo que se entregou

totalmente ao evangelho
Paulo reconhecia seus pecados diante de Deus e dos
homens, e escreveu que as pessoas poderiam entender
melhor a graça se vissem a misericórdia de Cristo para
com ele.

“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso

não vem de vós; é dom de Deus. Não vem das obras, para
que ninguém se glorie. Porque somos feitura Sua, criados
em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou
para que andássemos nelas” (Efésios 2:8 e 9).

E quanto mais Paulo vivia essas experiências pro-

fundas com Deus, mais queria ensinar as pessoas sobre
esse amor profundo. Ele não pensava mais em si mes-
mo, mas na sua missão maior, de viver o amor de Jesus
e transbordar isso para outros.

À medida em que lemos suas cartas e conhecemos

mais sua obra, vemos por quantas dificuldades e mo-
mentos difíceis Paulo teve de passar. Mesmo assim,
continuava seu ministério, pois depositou seu amor no
que Cristo queria dele, e se fortalecia vendo o resultado
do trabalho. Podemos usar de exemplo sua experiência
na igreja de Tessalônica.

24
 O PROPÓSITO
DE SALVAR

Paulo reconhecia seus

pecados diante de Deus
e dos homens, e escreveu
que as pessoas poderiam
entender melhor a graça
se vissem a misericórdia de
Cristo para com ele

25

Por que Paulo amava tanto a
igreja de Tessalônica?
Um dos elogios de Paulo aos tes-
salonicenses diz respeito ao fato de
praticarem a Palavra de acordo com o
ensino que receberam. Os cristãos em
Tessalônica eram os objetos do amor
26
Que você seja instrumento nas
mãos do Senhor, e sua vida se
volte totalmente para Ele
do apóstolo, pois via neles o fruto de
seu ministério. O texto de 1 Tessalo-
nicenses 1:5-10 mostra a alegria in-
descritível de Paulo ao ver expressões
do amor de Deus na vida da igreja.
Essa igreja era formada por pessoas
que renunciaram a seus ideais idóla-

tras e abraçaram o evangelho pela fé.
Portanto, o evangelho não se compõe
apenas de palavras, mas contém prá-
tica verdadeira. Essa atitude dos tes-
salonicenses tocou o coração do após-
tolo (vers. 6).
Com a boa notícia que o apóstolo
recebeu de Timóteo, Paulo percebeu
que mediante seus esforços pasto-
rais as sementes lançadas no solo do
coração desses irmãos germinaram e
deram frutos maravilhosos. Paulo era
profundamente apaixonado pelo que
fazia, cheio de alegria quando ouvia
as boas-novas, e tinha um profundo
amor pelos tessalonicenses.
Aqueles cristãos, especialmente
os gentios, desistiram de uma religião
baseada nos ídolos da cidade e, pela
fé, aceitaram o Deus invisível.
No caso dos judeus convertidos
que não se deixaram levar por algum
radicalismo judaico, eles entende-
ram que Cristo era o cumprimento da
profecia. Uma alegria indescritível do
Espírito Santo estava sobre o coração
de Paulo pela igreja de Tessalônica
quando seus membros se tornaram
expressões de amor. Em 1 Tessalo-
nicenses 1:5-10, Paulo lembra àqueles
irmãos o quanto eram amados por te-
rem aceitado o poderoso evangelho
que transformou suas vidas. O evan-
gelho é mais do que palavras e discur-
sos; é uma mensagem produzida pelo
poder do Espírito Santo, e convence.
No vers. 6, Paulo diz: “[...] recebi a
palavra em muitas aflições, mas com
a alegria do Espírito Santo”.
27
O PROPÓSITO
DE SALVAR
Uma decisão
importante a tomar
O apóstolo deu um passo de co-
ragem e amor em direção à verdade,
e por isso perdeu tudo o que consi-
derava importante: família, amigos,
nome, título, respeito etc. Contudo,
ele estava convencido de que esse era
o verdadeiro caminho para a vitória, e
finalmente deu a vida por isso. O custo
é muito alto para os padrões atuais, e
os fiéis que o aceitam precisam anali-
sar conceitos e princípios. Em alguns
casos, precisamos contextualizar es-
sas circunstâncias para que a vontade
e a glória de Deus brilhem em nossa
vida. O Senhor abençoou maravilho-
samente a Paulo por ter feito isso.
Analisando toda essa história e
esse exemplo de vida, sugiro que você,
querido adolescente, pare para pen-
sar. Em que parte da sua vida entra o
trabalho do Senhor? É só numa parte?
Ou sua vida está totalmente entre-
gue à vontade de Deus? Seu exemplo
e conduta na escola, ou em qualquer
outro lugar, é fonte de salvação e re-
flete a verdade de Jesus? Meu sincero
desejo é que você se espelhe em pes-
soas como Paulo. Crie coragem e per-
mita a si mesmo ter a experiência de
levar salvação à vida das pessoas por
apresentar Cristo a elas.
Que você seja instrumento nas
mãos do Senhor, e sua vida se volte
totalmente para Ele.
Que nosso maior propósito de vida
seja amar a Jesus e levar almas a Ele!
21 de setembro de 2023

O PROPÓSITO
DE APRENDER

Por Pâmela Nitshke Gonçalves, Diretora de Adolescentes da

Associação, mora em Campo Grande (MS).

28

Q
Sonhos de infância
uando eu era criança, queria
muito ser estilista. Passava
boa parte do meu tempo livre
ao redor da minha mãe enquanto ela
ficava sentada em frente à máquina
de costura. Ali, aprendi com ela a cos-
turar à mão e a fazer roupinhas para
minhas bonecas. Eu era bem criativa
(risos), pena que não pude fazer fa-
culdade de moda quando cresci. Por
fim, acabei estudando para ser pro-
fessora, cuja função não é só educar,
mas também é aprender com o outro.
Assim, aprendi muitas habilidades,
que me servem até hoje.
E você, quais são seus planos para
o futuro? Qual profissão deseja se-
guir? Você tem pensado sobre isso, ou
é algo em que ainda não pensa? É certo
que quando decidimos a profissão que
queremos seguir, temos de nos esfor-
çar bastante e, em alguns casos, estu-
dar muito, o que nem todos gostam de
fazer. No entanto, se quisermos apren-
der algo, teremos de estar dispostos a
nos dedicar e dar o nosso melhor.
Um eterno aprendizado
Sabia que, independentemente
de nossa vontade, estamos sempre
aprendendo algo? Durante toda nossa
vida, passamos por algum processo
de aprendizado. Quando nascemos,
não sabemos falar nem andar, mas
vamos aprendendo aos poucos no
convívio social. Como é incrível para
nossos pais quando nos ouvem falar
a primeira palavra ou nos veem dar
os primeiros passinhos. Ainda que
não nos lembremos como foi para nós
esse primeiro aprendizado, certa-
29
mente deve ter sido muito satisfató-
rio! Desse modo, a gente vai crescen-
do, e cada dia traz um aprendizado
novo. Nem tudo se aprende com
facilidade; algumas coisas requerem
mais tempo, estudo e perseverança.
Contudo, aprender é importante para
nosso crescimento e desenvolvimen-
to, tanto para a vida prática quanto
para a vida social e espiritual.
Por isso, podemos aprender algo
com os pequenos detalhes da vida, o
que nos preparará para uma respon-
sabilidade maior. A próxima etapa,
por sua vez, nos ensinará muito mais.
Desse modo, a vida é uma escola, e
nós somos eternos aprendizes.
Conhecendo Eliseu
Gosto muito de estudar as histó-
rias dos personagens da Bíblia, pois
sempre aprendo algo importante para
minha vida. Imagino que você conhe-
ça a história do profeta Eliseu, um jo-
vem temente a Deus e muito determi-
nado. Ele morava no campo com sua
família, e como era obediente aos pais
e a Deus, dedicava-se a tudo que se
propunha a fazer.
Eliseu era filho de um fazendeiro
muito rico, mas nem por isso vivia
sem fazer nada nem ficava entregue
à preguiça. Pelo contrário, aprendeu
a trabalhar no campo. Trabalhando
ali com os empregados de seu pai, ele
aprendeu muitos princípios impor-
tantes, tais como a ser um bom líder,
a servir, a ouvir, a dialogar, a ser hon-
rado e a saber instruir. Ele só conse-
guiu isso porque aprendeu a ser fiel
nos pequenos detalhes, e esse apren-
dizado aparentemente tão simples o
preparou para algo mais elevado.
Uma alegria indescritível do Espírito Santo
estava sobre o coração de Paulo pela igreja
de Tessalônica quando seus membros se
tornaram expressões de amor

Hoje, Deus fica tão feliz quando nos vê dispostos a

adquirir habilidades que nos tornarão úteis no lar, na
sociedade, e principalmente na obra de salvar almas,
quanto ficou feliz ao ver em quem Eliseu estava se tor-
nando — num servo fiel, disposto a aprender para me-
lhor servir.

Assumindo o cargo de profeta

Elias era o profeta do Senhor naquela época, e Deus
já o havia orientado a procurar um sucessor. Nesse
caso, você consegue adivinhar quem Deus escolheu
para assumir o elevado cargo de profeta do Senhor?
Sim, foi ele mesmo: Eliseu! Cada escolha que fazemos
na vida, cada atitude e cada ato revela nosso caráter. Ao
se dedicar fielmente a aprender e a executar com em-
penho e fidelidade todas a tarefas e responsabilidades
que seus pais lhe confiavam, Eliseu estava revelando
o caráter de alguém que de igual modo estaria apto a
obedecer e a servir a Deus.

Quando Eliseu entendeu que Deus o estava cha-

mando para um sagrado serviço ao lado de Elias, deci-
diu renunciar ao conforto e às regalias de seu lar para
seguir seu novo mestre num caminho incerto. Estava
determinado a aprender com o profeta, pois havia en-
tendido que Deus o estava chamando para servi-lO.

Por isso, este se tornou o sonho e o propósito de

vida de Eliseu: servir a Deus. Por várias vezes o profeta
Elias testou sua fé, pois Eliseu deveria decidir se conti-
nuaria seguindo firme no chamado de Deus.

“E no caminho disse-lhe Elias: ‘Fique aqui, pois o

Senhor me enviou a Betel’. Eliseu, porém, disse: ‘Juro
pelo nome do Senhor e por tua vida, que não te deixarei
só’. Então foram a Betel” (2 Reis 2:2).

30
 O PROPÓSITO
DE APRENDER

31
Por isso, se em algum
momento da jornada
você pensar em desistir,
seja da fé, dos estudos
ou do trabalho que
lhe foi confiado fazer,
lembre-se de que a
vida é um constante
aprendizado, e nem
todas as lições são
fáceis, mas você tem
o melhor e o maior
Mestre que o mundo já
conheceu: Jesus!

Quando Deus chamou Elias para ir
a Jericó e, em seguida, ao Rio Jordão, a
resposta de Eliseu era sempre a mes-
ma: “Juro pelo nome do Senhor e por
tua vida, que não te deixarei ir só”.
Enquanto trabalhava com seu pai
arando a terra, Eliseu havia aprendido
a não desistir, a não perder a coragem.
E agora, no novo trabalho a que estava
se dedicando a aprender, também não

32

poderia desistir. Mesmo tendo passa-
do por muitas dificuldades com seu
novo mestre, e sabendo que muitas
outras viriam, não poderia desistir.
Eliseu sabia que Elias seria trasla-
dado. Deus havia revelado a ele e aos
aprendizes da escola dos profetas, e
por isso Eliseu não podia deixar de se-
gui-lo. Queria aproveitar toda opor-
tunidade de aprender com seu mestre.
E foi ali no Rio Jordão que Eliseu
viu Elias realizar mais um milagre; na
verdade, o último. Cheio do poder do
Espírito Santo, Elias pega sua capa,
enrola-a nas mãos, toca a água do
Jordão e o rio se abre. Assim, os dois o
atravessam a seco.
Um pedido importante
Antes de ser trasladado, Elias diz a
Eliseu para pedir-lhe o que quisesse.
Em seguida, o jovem pede uma porção
dobrada do Espírito de Deus que havia
sido derramado sobre o seu mestre. E
assim aconteceu! Após Elias ser tras-
ladado, Eliseu recebe o poder do Espí-
rito Santo a fim de cumprir o chamado
de Deus para sua vida.
Eliseu sabia que só poderia cum-
prir sua missão sendo cheio do po-
der de Deus. Desse modo, tornou-se
um grande profeta do Senhor, assim
como seu mestre. Ele alcançou esse
nível porque não poupou esforços
para aprender tudo que seu mestre ti-
nha para ensinar.
Talvez hoje você ainda não saiba que
profissão seguir ou qual é o chamado de
Deus para sua vida. Também é possível
33
O PROPÓSITO
DE APRENDER
que não saiba onde Ele deseja que você
exerça suas habilidades para honra e
glória dEle. Entretanto, uma coisa é cer-
ta: todos fomos criados com o propósito
de servir e glorificar ao nosso Deus. É
aproveitando cada dia, cada oportuni-
dade de aprendizado, seja com seus pais,
seja com os livros de estudo, seja com a
Bíblia ou mesmo com as mais simples
atividades na igreja ou no trabalho que
você se torna uma pessoa sábia e prepa-
rada para exercer o propósito de Cristo
na sua vida, seja ele qual for.
Leve a sério este desafio!
O Senhor convida você a ser como
Eliseu: perseverante, determinado e
disposto a aprender tudo que precisar
para honrar o nome de Deus através de
sua vida. Mesmo que tenha de enfren-
tar provas e dificuldades, mesmo que
pessoas ou circunstâncias o tentem a
desistir, mantenha-se firme. Seja qual
for o seu sonho ou propósito de vida, se
você se dedicar e for determinado(a),
honesto(a), perseverante e, acima de
tudo, se colocar Deus em primeiro lu-
gar, no tempo dEle você irá conseguir.
Por isso, se em algum momento
da jornada você pensar em desistir,
seja da fé, dos estudos ou do trabalho
que lhe foi confiado fazer, lembre-se
de que a vida é um constante apren-
dizado, e nem todas as lições são fá-
ceis, mas você tem o melhor e o maior
Mestre que o mundo já conheceu: Je-
sus! E se você O mantiver ao Seu lado,
poderá aprender muito e se tornar se-
melhante a Ele.
Estamos orando por você.
22 de setembro de 2023

O PROPÓSITO
DE BRILHAR

Por Kelly Romero Cáceres, Diretora do Departamento de

Adolescentes da Associação, mora em Paraíso do Tocantins (TO).

34
Você encararia este desafio?
I
magine por um momento aquela
pessoa que você mais admira, al-
guém famoso, aquela pessoa que
você gostaria de imitar. Imagine-se
agora fazendo parte do grupo de ami-
zades dela, sendo bem tratado e ten-
do todos os privilégios que as pessoas
desse grupo têm. Em seguida, imagi-
ne-se recebendo uma missão muito
difícil: você tem de discordar de tudo
o que fazem e apontar todos os erros
que cometem. Pior, você tem de dizer
isso na cara deles. Como você encara-
ria um desafio desses?
Quando se trata de brilhar, nossa
missão pode parecer muito difícil —
ou até impossível — de cumprir, mas
existe uma forma de transformar o
que é complicado em algo simples, e
fazer do desafio uma motivação.
Vamos conhecer o profeta Elias
Para isso, vamos viajar no tempo
até a época de um rei chamado Aca-
be. Ele reinou em Israel e fez tudo
o que era mau aos olhos do Senhor,
tomando por esposa uma mulher da
Fenícia (atualmente Líbano) chamada
Jezabel. Ela veio de um povo idólatra.
Como resultado desse casamento,
Acabe também passou a adorar Baal
e construiu muitos altares e ídolos, o
que levou o povo de Israel a pecar.
Naquela época, entre as mon-
tanhas a leste do Jordão morava um
homem de fé e oração que não tinha
medo de servir a Deus, e que foi cha-
mado por Ele para pôr um fim no rá-
pido crescimento da apostasia. Esse
homem se chamava Elias. Ele não
ocupava nenhuma posição de des-
35
taque na vida, mas aceitou a missão
confiante de que Deus lhe daria gran-
de sucesso. Esse foi o primeiro e gran-
de passo que Elias deu para cumprir os
propósitos de Deus: aceitar o desafio.
Denunciando os
crimes do rei Acabe
Os adoradores de Baal afirmavam
que o orvalho e a chuva eram resulta-
do da força controladora da natureza,
e que a terra produzia frutos em abun-
dância por causa da energia criadora do
Sol. Era necessário mostrar às tribos
apóstatas de Israel como estavam sen-
do tolas por confiar no poder de Baal
para receber bênçãos materiais. Até que
se voltassem para Deus com coração
arrependido, não cairia sobre a terra
nem chuva nem orvalho. Deus confiou a
Elias a missão de apresentar ao rei Aca-
be essa mensagem divina de castigo.
Do ponto de vista humano, obede-
cer a esse chamado divino significava
a morte imediata pelas mãos daquele
rei mau. Mesmo assim, o profeta não
hesitou. Durante a viagem para Sa-
maria, a capital de Israel, Elias passou
por riachos e florestas maravilhosos,
aparentemente impossíveis de seca-
rem durante uma estiagem. Ele pode-
ria ter duvidado de que algum dia toda
essa bela paisagem virasse um deser-
to. Entretanto, não duvidou.
Sem se desculpar por entrar no
palácio sem um convite oficial, entre-
gou a mensagem diretamente ao rei,
que ficou espantado. Em seguida, deu
as costas e saiu.
Guiado por Deus, Elias se dirigiu
ao riacho de Querite, que ficava a les-
te do Jordão. Nesse lugar, os corvos o
Aquele que foi a força de
Elias é capaz de fortalecer
cada um de Seus filhos em
luta, não importa o grau
de fraqueza que a pessoa
tenha
alimentariam. O rei caçou o profeta
por toda parte durante três anos, mas
nunca o encontrou. Contudo, a busca
continuava, pois Jezabel e os profetas
de Baal odiavam Elias e não poupavam
esforços para se apoderar dele. Até esse
momento, ainda não tinha chovido.
Levando uma nação
a se decidir
Finalmente, Deus ordenou que
Elias se apresentasse outra vez ao rei.
O que você faria nessa situação? Pare-
ce que as ordens de Deus só colocavam
a vida do profeta em risco. Porém, ele
obedeceu à ordem e deu início à via-
gem. Na presença de Acabe, Elias or-
denou ao rei que convocasse o povo
de Israel no monte Carmelo e levas-
se também os 450 profetas de Baal e
os 400 profetas da deusa Aserá. O rei
obedeceu como se Elias fosse o mo-
narca, e ele o súdito.
No Carmelo, Elias se posicionou
perante o rei Acabe, os falsos profe-
tas e o povo de Israel, que rodeava a
montanha. Aparentemente, o profeta
era o único ali que pretendia defender
a honra de Jeová. Sem qualquer som-
bra de timidez, ele desafiou o povo a
decidir a quem adorariam. Ordenou
que trouxessem dois novilhos (bois
novos), um para os profetas de Baal e
outro para Elias.
Tanto Elias quanto os profetas de
Baal deveriam sacrificar o novilho e
36
colocá-lo sobre o altar sem acender
fogo. O deus que respondesse com
fogo miraculoso e consumisse a oferta
seria o Deus verdadeiro.
Logo, os falsos profetas deram
início aos seus rituais pagãos. Com
saltos, contorções e gritos, arranca-
vam os cabelos, cortavam-se e supli-
cavam a ajuda de seu deus. Passou-se
a manhã, e ao meio-dia Elias começou
a zombar deles.
“Gritem mais alto! Já que ele é um
deus. Quem sabe está meditando, ou
ocupado, ou viajando. Talvez esteja
dormindo e precise ser acordado” (1
Reis 18:27). Eles passaram então a gritar
mais forte. Contudo, a tarde chegou e
seu deus não respondeu. É a vez de Elias
agora. Ele arrumou o altar e o sacrifí-
cio, cavou uma vala ao redor do altar,
e ordenou que se derramassem quatro
jarras grandes de água sobre o sacrifício
e a lenha, e repetiu a ordem duas vezes
mais. A água escorreu do altar e encheu
também a vala que o rodeava.
O povo desperta do engano
Então, curvando-se em reverência
ao Deus invisível, ele ergueu as mãos
ao Céu e ofereceu uma simples oração.
Elias mal havia terminado a oração
quando chamas de fogo, tais quais re-
lâmpagos brilhantes, desceram do céu
sobre o altar, devorando o sacrifício,
evaporando a água e consumindo até
mesmo as pedras do altar.
O culto a Baal foi totalmente des-
mascarado, e o povo reconheceu que
Deus havia sido justo ao impedir a
chuva até que eles mesmos decidis-
sem ser totalmente fiéis ao Senhor.
Logo, Elias ordenou que os falsos pro-
fetas fossem executados, e assim foi.
Nenhum deles escapou (1 Reis 18:40).
 O PROPÓSITO
DE BRILHAR

37
Das Escrituras vem a luz que
devemos levar ao mundo
Após esses grandes feitos, Deus
enviou a chuva em resposta às ora-
ções de Elias. No entanto, logo que
Jezabel soube do ocorrido, endureceu
o coração e ficou furiosa. Em seguida,
decidiu matar Elias a qualquer custo.
Cedendo ao terror
Após ter demonstrado tamanha
coragem e ter triunfado de forma tão
completa sobre o rei, sacerdotes e
povo, era de se esperar que Elias ja-
mais cedesse ao desânimo, ao medo
ou a timidez. Contudo, sua fé e co-
ragem vacilaram nessa hora. Deso-
rientado, despertou do sono. Chovia
forte e estava muito escuro. Esque-
cendo-se de que três anos antes Deus
o havia conduzido a um lugar seguro,
o profeta agora fugiu para salvar a
própria vida.
38
O que aconteceu com o corajoso
profeta? Será que Deus Se afastou dele
por causa da falta de fé? Claro que não.
Elias era um ser humano igual a nós.
Todos nós passamos por dias de
profunda decepção e desânimo; dias
em que é difícil acreditar que Deus
ainda é bom; dias em que os proble-
mas nos perturbam de tal forma que
parece melhor morrer do que conti-
nuar vivo. Se nesses momentos pu-
déssemos desvendar os propósitos de
Deus, veríamos anjos procurando sal-
var-nos de nós mesmos.
Um Deus que nunca
nos abandona
Nos dias mais escuros, quando
tudo está tão ruim que parece im-
possível piorar, não se intimide. Deus

conhece as nossas necessidades. Seu
infinito amor e compaixão jamais
acabam. Lembre-se do que Deus dis-
se a Paulo: “Minha graça é suficiente
para você, pois o Meu poder se aper-
feiçoa na fraqueza. [Paulo declarou:]
Pois quando sou fraco é que sou forte”
(2 Coríntios 12:9 e 10).
A apostasia de hoje se parece mui-
to com a que dominou Israel nos tem-
pos do rei Acabe. Muitos estão subs-
tituindo a Palavra de Deus por teorias
humanas e ensinam que a razão hu-
mana deve ficar acima dos ensinos
da Bíblia. Consideram os ensinos da
ciência mais importantes do que os
ensinos da Palavra de Deus. No en-
tanto, felizmente essa apostasia não
é geral. Assim como Deus mostrou
para Elias que ainda havia fiéis que
não tinham se curvado perante Baal,
hoje também o Senhor tem muitos fi-
lhos que desejam compreender mais a
respeito de Cristo e de Sua Lei. É para
uma missão semelhante à de Elias que
você foi chamado.
Deus quer que você brilhe, assim
como Elias. Quer que você não hesi-
te, mesmo que o desafio seja grande.
Quer que você seja daqueles poucos
que erguem a bandeira da fé.
Satanás está fazendo de tudo para
nos desviar da nossa missão. Para
isso, ele cria diferentes distrações, e
muitas vezes nos ameaça, como fez
com Elias.
Entretanto, será que Deus aban-
donou Elias naquela hora de profun-
do sofrimento? Não! Ele não amou
39
O PROPÓSITO
DE BRILHAR
menos a Seu servo pelo fato de Elias
ter se sentido abandonado por Deus
e pelas pessoas. Deus também não
deixa de amar você em nenhum mo-
mento. Ele compreende e ainda Se
compadece. Ele lê os motivos do seu
coração e nunca o abandonará. Nós é
que podemos deixá-lO para cair em
tentação, mas Cristo jamais deixará
aqueles por quem pagou o resgate
com a própria vida.
Aquele que foi a força de Elias é
capaz de fortalecer cada um de Seus
filhos em luta, não importa o grau de
fraqueza.
Portanto, tenha uma vida de fé.
Esse é o segredo da vitória. Acredite
em todas as promessas de Deus. A fé
faz com que os fardos se tornem leves.
Ela alivia qualquer tipo de cansaço.
Por fim, nunca se
esqueça da gratidão
Por último, mas não menos im-
portante, agradeça a Deus por tão
grande privilégio, de ser chamado
para representá-lO e para brilhar
neste mundo. A gratidão produz bem-
-estar e prazer. Use e abuse da grati-
dão, e certamente você será mais feliz
e terá cada vez mais sucesso.
Referências bibliográficas:
Fenícia. (20 de janeiro de 2023). Wikipedia.
<https://es.wikipedia.org/wiki/Fenicia>
Comentário Bíblico Adventista
WHITE, Ellen G. Profetas e reis, capítulos 9-13
Bíblia Almeida Corrigida Fiel
23 de setembro de 2023

QUAL É O SEU
PROPÓSITO?
Por Micilene dos Santos Machado, Diretora do Departamento de
Adolescentes da Associação, mora em Manaus (AM).

40
“D
epois disso, ouvi a voz do
Senhor, que dizia: A quem
enviarei, e quem há de ir
por nós? Então, disse eu: eis-me aqui,
envia-me a mim” (Isaías 6:8).
Será que eu estou
na época errada?
Você já desejou ter nascido em ou-
tra época? Muitas vezes as dificulda-
des que enfrentamos aqui podem nos
fazer pensar que nascemos na geração
errada. Eu também já pensei assim até
o dia em que entendi que, na verdade,
não estamos aqui por acaso. Viemos
a este mundo, neste tempo e nesta
geração, com um propósito. Você já
parou para pensar sobre qual é o seu
propósito neste mundo? De acordo
com o dicionário, propósito significa
intenção (de fazer algo); projeto, desíg-
nio; aquilo que se busca alcançar; obje-
tivo, finalidade, intuito.
Pode ser que você ainda não tenha
parado para analisar sua trajetória
até aqui e não tenha descoberto qual
o propósito de sua existência. Fique
tranquilo, porque nosso objetivo nes-
ta semana de oração é fazê-lo com-
preender o porquê de você estar aqui.
Contudo, já quero lhe assegurar de
que nós somos as pessoas certas para
este tempo. “E quem sabe se não foi
para tal tempo como este que chegas-
te ao reino?” (Ester 4:14).
Quem foi Isaías
e qual era sua missão?
O profeta Isaías era um jovem da
linhagem real. Ele viveu numa época
em que as pessoas tinham uma visão
distorcida de Deus, eram rebeldes, in-
41
crédulas, mas fingiam amar e servir
ao Senhor. Certamente, ele se sen-
tia muito triste em ver a rebeldia das
pessoas ao seu redor. Vejamos o texto:
“O boi conhece o seu dono, e o
jumento sabe onde o dono põe o ali-
mento para ele, mas o Meu povo não
sabe nada, o povo de Israel não en-
tende coisa nenhuma. Ai desse povo
mau, dessa gente cheia de pecados!
Todos são ruins, todos são perversos.
Eles abandonaram o Senhor, rejeita-
ram o Santo Deus de Israel e viraram
as costas para Ele. Por que vocês con-
tinuam a pecar? Será que querem re-
ceber mais castigos? A sua cabeça está
ferida, e todos estão desanimados. Da
cabeça até os pés, o corpo de vocês
está machucado, cheio de ferimentos
e de chagas abertas, que não foram la-
vadas, nem enfaixadas, nem limpadas
com azeite. Autoridades de Jerusalém,
escutem o que o Senhor está dizendo!
Moradores da cidade, deem atenção
ao ensinamento do nosso Deus! O Se-
nhor diz: ‘Eu não quero todos esses
sacrifícios que vocês Me oferecem.
Estou farto de bodes e de animais gor-
dos queimados no altar; estou enjoado
do sangue de touros novos, não quero
mais carneiros nem cabritos. Quan-
do vocês vêm até a Minha presença,
quem foi que pediu todo esse corre-
corre nos pátios do Meu templo? Não
adianta nada me trazerem ofertas; Eu
odeio o incenso que vocês queimam.
Não suporto as Festas da Lua Nova, os
sábados e as outras festas religiosas,
pois os pecados de vocês estragam
tudo isso’” (Isaías 1:3-6, 10-13, Nova
Tradução na Linguagem de Hoje).
Os planos de Deus são melhores do que os nossos;
os Seus propósitos são para o nosso máximo bem.
E onde quer que você esteja, lembre-se de que
Deus permitiu que você estivesse aí porque Ele
tem um propósito especial para você.

“Porque o Senhor disse: Pois que este povo se apro-

xima de Mim, e com a sua boca, e com os seus lábios Me
honra, mas o seu coração se afasta para longe de Mim e
o seu temor para comigo consiste só em mandamentos
de homens, em que foi instruído” (Isaías 29:13).

“A perspectiva era particularmente desencoraja-

dora em referência à condição social do povo. [...] Era
como se o propósito de Deus para Israel estivesse para
falhar.” — Profetas e reis, p. 306.

Deus não estava mais suportando aquela situação

de Seu professo povo. Um dia, pensando sobre esse
estado da sociedade e sua própria incapacidade para
enfrentar tudo isso, o jovem Isaías se encontrou em
frente ao templo refletindo em como era difícil aten-
der ao chamado de Deus para advertir as pessoas que
estavam tão cegas pelo pecado, resistentes à verdade e
reprovações. De repente, teve uma visão que mudou o
curso de sua história:

“Subitamente, pareceu-lhe que o portal e o véu in-

terior do templo eram levantados ou afastados, e foi-
lhe permitido olhar para dentro, sobre o santo dos san-
tos, onde nem mesmo os pés do profeta podiam entrar.
Ali surgiu ante ele a visão de Jeová assentado em Seu
trono alto e sublime, enquanto o séquito de Sua glória
enchia o templo. De cada lado do trono pairavam sera-
fins, as faces veladas em adoração enquanto ministra-
vam perante seu Criador e se uniam em solene invoca-
ção: ‘Santo, santo, santo é o Senhor dos exércitos; toda
a Terra está cheia da Sua glória’ (Isaías 6:3), de maneira
que a coluna, o pilar e a porta de cedro pareciam sacu-
didos com o som, e a casa se encheu com seu tributo de
louvor.” — Profetas e reis, p. 307.

42
 QUAL É O SEU
PROPÓSITO?

43

Isaías pôde contemplar a grande-
za de Deus, Sua sabedoria e santidade.
Observou o contraste entre a pureza
do Rei do universo e a sua própria pe-
caminosidade. Em meio aos seus te-
mores, Deus enviou um serafim para
libertá-lo de sua angústia e capacitá-
-lo para a sua grande missão, tocando
seus lábios com uma brasa viva do al-
tar, que representava a purificação de
44
Você já descobriu qual o seu propósito
neste mundo? “Eu os criei e lhes dei
vida a fim de que mostrem a Minha
grandeza” (Isaías 43:7). Fomos criados
com um propósito especial: o de
glorificar o nome do Senhor!
seus pecados. E a parte mais incrível
dessa história é que, mesmo Deus sen-
do tão majestoso, tão santo, tão justo,
está procurando pessoas para colabo-
rar em Sua obra de salvação do mun-
do perdido. Por isso, na visão de Isaías
Deus perguntou: “A quem enviarei e
quem há de ir por Nós?”. E o jovem,
sem hesitar, respondeu: “Eis-me aqui,
envia-me a mim” (Isaías 6:7 e 8).

E a sua missão, qual é?
Hoje, o Senhor continua Sua obra
de salvação, e está à procura de pes-
soas que compreendam a própria
missão. Você já descobriu qual o seu
propósito neste mundo? “Eu os criei
e lhes dei vida a fim de que mostrem
a Minha grandeza” (Isaías 43:7). Fo-
mos criados com um propósito espe-
cial: o de glorificar o nome do Senhor!
Estamos aqui para testemunhar do
amor e misericórdia de Deus. Mesmo
que não compreendamos completa-
mente os acontecimentos ao nosso
redor, mesmo que tudo pareça fora
do lugar, e as coisas não sejam o que
você gostaria que fossem, entenda
que Deus é soberano e está no con-
trole de tudo. Você não fará nada em
sua própria força, mas deve depender
inteiramente do Senhor:
“Na Palavra de Deus, unicamente,
é isto claramente estabelecido. Nela se
nos mostra que a força dos indivíduos
não se encontra nas oportunidades ou
facilidades que parecem torná-los in-
vencíveis, nem na sua exibida grande-
za. Essa força se mede pela fidelidade
com que eles cumprem o propósito de
Deus.” — Profetas e reis, p. 502.
“Esta garantia do cumprimento
final do propósito de Deus levou co-
ragem ao coração de Isaías. [...] Que
importava que o mensageiro do Se-
nhor enfrentasse oposição e resis-
tência? Isaías tinha visto o Rei, o Se-
nhor dos exércitos. [...] Através de sua
longa e árdua missão, levou consigo a
lembrança dessa visão.” — Profetas e
reis, p. 310.
45
QUAL É O SEU
PROPÓSITO?
Você tem estado em comunhão
com Deus de tal maneira que O con-
temple pelos olhos da fé? Nós precisa-
mos ter uma experiência pessoal com
o Senhor a ponto de podermos dizer
como Jó: “Antes eu Te conhecia só por
ouvir falar, mas agora eu Te vejo com
os meus próprios olhos” (Jó 42:5).
Os planos de Deus são melhores
do que os nossos; os Seus propósitos
são para o nosso máximo bem. E onde
quer que você esteja, lembre-se de
que Deus permitiu que você estivesse
aí porque Ele tem um propósito espe-
cial para você. Mesmo que você não
tenha sido planejado por seus pais,
saiba que foi planejado por seu Pai
Celestial, e isso faz toda a diferença.
Confie nEle. Todos nós temos um cha-
mado especial de Deus. É importante
termos em mente que devemos cum-
prir o Seu propósito onde quer que es-
tejamos, no ambiente que estivermos
inseridos, seja em casa, seja na esco-
la, na faculdade, no trabalho, com as
pessoas com quem tivermos contato.
Lembre-se: não é por acaso, não é em
vão, não é coincidência! É providên-
cia, há um propósito!
“Ele nos chama para sermos tes-
temunhas Suas no mundo hoje.” —
Profetas e reis, p. 487.
Convido você a atender ao cha-
mado de Deus. Entregue seu coração
a Jesus para ser purificado de todo
pecado, prontifique-se a ser um ins-
trumento de salvação nas mãos do
Senhor, assim como o jovem profeta
Isaías, respondendo: “Estou aqui, en-
via-me, Senhor”.
“A [adolescência] é o tempo adequado de preparo para a vida toda. É a épo-
ca em que os hábitos se formam, que os pensamentos se moldam e que
se tomam as decisões que darão forma e caráter aos anos da vida adulta.”
— Educação, p. 14.
“Nunca é tarde demais para se reformar o caráter. Nunca é tarde para co-
meçar a viver corretamente. Contudo, a [adolescência] é a fase da vida que
Deus escolhe como a mais adaptada para a obra da formação do caráter. Os
hábitos que adquirimos durante a juventude geralmente permanecem ao
longo da vida.” — Conselhos aos professores, pais e estudantes, p. 245.
“É preciso que os [adolescentes] sejam ensinados a pensar e recebam todo
incentivo para raciocinarem por si mesmos. Eles devem aprender acerca da
importância de se tomar a decisão certa, e sejam preparados para decidi-
rem por si mesmos.” — Educação, p. 225.

46
“A [adolescência] é a fase da vida em que as impressões são mais profundas
e duradouras. É o período para se fazer as escolhas mais importantes, que
determinarão a vida durante a fase adulta.” — Conselhos aos professores,
pais e estudantes, p. 250.
“Aqueles que desejam formar um caráter correto na [adolescência] devem
se esforçar para obter conhecimento e desenvolver as faculdades físicas
e mentais com o objetivo de se tornarem homens e mulheres adultos que
sejam úteis à sociedade e à igreja.” — Testemunhos para a igreja, vol. 3, p. 133.

47
 Conheça esta incrível lição que tem
revolucionado vidas Brasil afora!

A Lição Adolescentes é preparada com todo carinho pela Conferência Geral para você. Em se-
guida, é traduzida para o português brasileiro. No entanto, o lance mais interessante é este:
Os profissionais da igreja no Brasil que trabalham com ela não fazem apenas uma tradução, mas
uma versão adaptada para a realidade dos adolescentes brasileiros, que é diferente do back-
ground norte-americano.
Por isso, a Lição Adolescentes é a melhor opção de estudo para você, que têm 13 anos ou mais.
Cada trimestre traz um tema geral diferente, com várias aplicações visando o universo adoles-
cente em que você vive. Além do mais, cada pergunta, texto do Espírito de Profecia e argumento
é pensado para impactar sua vida, pois você está agora numa fase especial da existência, assu-
mindo novas responsabilidades, passando por alterações biológicas, hormonais e emocionais
profundas, e definindo a própria personalidade e o próprio caráter.
Não deixe de assinar esta lição para 2024 e participar desta incrível classe de estudos na sua
igreja. Para concluir, por que você não conversa com seu pai ou mãe (ou os dois!), e faça-os pen-
sar seriamente em incluir a as-
sinatura da lição para 2024 no Ajude a divulgar a Lição Interativa dos Adolescentes!
orçamento da família? Com Ela acontece todas as sextas-feiras às 19:30 neste canal:
isso, você vai garantir uma boa
https://www.youtube.com/@interativateen
alimentação espiritual para o
Você também pode acessar por este QR Code:
próximo ano.
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