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Para descrever e por que não traduzir de forma visível os dados estruturais da
educação do valparaíso é necessário abandonar temporariamente a pesquisa bibliográfica e
documental adotando assim uma pesquisa mais descritiva ou visual. O que possibilita uma
aproximação maior de todos os dados e estatísticas sobre a educação municipal bem como
suas conseqüências que foram amplamente descritas no capítulo anterior.
Os objetivos específicos iniciais da pesquisa foram basicamente ilustrar os problemas
relatados e identificar novas situações que não foram sistematizadas em dados ou relatórios
analisados.
1
A pesquisa se restringiu em escola municipais porque devido ao período eleitoral em que a pesquisa se
desenvolveu as escolas estaduais precisariam convocar o conselho interno escolar para autorizar o registro
fotográfico o que não proporcionariam tempo hábil para analise dos dados recolhidos.
2
Os bairros Pacaembu e Cruzeiro do Sul foram excluídos da pesquisa por não oferecerem segurança básica para
o desenvolvimento da mesma.
Foram tiradas ao todo 671 fotografias sendo que vinte e três da Biblioteca Municipal
Cora Coralina, quinze da SME e seiscentas e trinta e três das unidades escolares. As sete
escolas pesquisadas seguiram dois critérios básicos, estarem localizadas em algum dos
principais bairros do município e ministrarem aulas na modalidade de Ensino Fundamental.
Seguindo esses critérios as escolhidas para análise foram :Escola Municipal Monteiro Lobato,
Escola Municipal Castro Alves, Escola Municipal Céu Azul, Escola Municipal Cidade
Jardins, CAIC , Escola Municipal I-B e Escola Municipal Rui Barbosa. Segue abaixo uma
tabela sobre as escolas bem como sua localização
As escolas municipais CAIC, Céu Azul, Castro Alves e Cidade Jardins; são exemplos
clássicos dessa má utilização. No CAIC as extensas áreas verdes não são arborizadas e
raramente possui uma estrutura física, e quando possui não a utiliza, o que só favorece a
transformação desses locais em grandes áreas de mato alto que serve de ponto de práticas de
atividades ilícitas para os menores como beber, fumar, usar drogas, brigas e etc. – no colégio
Castro Alves a situação não é muito diferente, apesar de não possuir área verde, possui uma
grande área cimentada que não é utilizada para o laser e nem para práticas esportivas, ou seja,
é desperdiçado um terreno grande que poderia servir tanto para ampliação do prédio escolar
(salas de aula, auditório, biblioteca) como para a área esportiva cultural (exposições, quadras
e etc.). No Céu Azul o caso é ainda mais grave pois a área verde disponível além de não ser
utilizada serve como depósito de lixo e materiais de limpeza. Em uma rápida andada no local
você encontra recipientes de materiais de limpeza, resto de comida e outros tipos de coisas
bem ao alcance dos alunos. Em semelhante situação encontra-se a escola municipal da Cidade
Jardins. Com um terreno enorme a escola ainda não utiliza grande parte do seu terreno que é
minimamente arborizado o que facilita a erosão do solo formando “barrancos” ao redor do
prédio escolar o que pode causar acidentes. A parte não utilizada só estoca lixo.
E essa má utilização não se restringe a áreas verdes não! No CAIC existem várias
salas de aula desocupadas que poderiam servir de salas de pesquisa, estudo e leitura. No Céu
Azul a imensa área destinada ao estacionamento poderia servir para ampliação do prédio
escolar.
Outro ponto bastante nítido nos dados coletados pela pesquisa é ausência de uma
estrutura física básica para o desenvolvimento adequado de todas as atividades escolares
pretendidas sejam elas esportivas ou científicas ou mesmo de lazer.
Na escola Monteiro Lobato por exemplo, não possui uma área adequada para a prática
esportiva ou de lazer pelo menos proporcional ao número de alunos, sendo assim, os
professores de educação física e recreação são obrigados a disputar com os moradores a
imensa área de terra ao lado da escola ou a rua residencial, na frente da escola, e assim no
meio de entulhos e carros desenvolverem suas disciplinas. A escola Rui Barbosa não conta
com a mesma sorte da escola Monteiro Lobato. Não possui nenhuma área disponível ao redor
da escola para direcionar as atividades físicas, para isso ela apenas conta com o “campinho de
terra” que em épocas de chuva fica alagado e o minúsculo pátio da escola.
A caixa d’água do colégio Municipal do Céu Azul está em constante vazamento e nas
janelas de aula são protegidas da claridade pela poeira acumulada, e, no caso das quebradas,
por folhas de papel pardo.
Por falta de espaço no prédio escolar os professores fazem os seus trabalhos extra
classe (elaboração de plano de aula; correção de provas; diálogos interdisciplinares;
elaboração de avaliações) em uma sala minúscula da escola municipal Cidade Jardins.
Os alunos da escola I-B também não possuem local adequado para a prática esportiva.
A escola que possui até uma piscina infantil desativada, restringe o acesso dos alunos também
à inapropriada quadra esportiva no fundo da escola.
O descaso pelo bem público municipal foi outro fato bastante presente na pesquisa.
Diferentemente das situações relacionadas no tópico anterior; os problemas são de estruturas
existentes mas que se encontram em situações calamitosas.
Por incrível que pareça todos esses lugares aparentemente estão ativos pois não
possuem nenhum tipo de sinalização proibindo a entrada e são de fácil acesso para os alunos
que os utilizam para “matar” aula; fumar drogas e até praticar sexo (segundo depoimento de
alguns alunos) e prostituição.
Um controle maior acontece na SME onde na entrada é feito o controle das pessoas
que entram e saem mas apenas um vigia é responsável pela segurança. A situação mais
preocupante é da Biblioteca Cora Coralina que nas inúmeras visitas feitas a biblioteca não foi
identificado nenhum funcionário responsável pela segurança tanto dos funcionários como do
acervo de livros.
A constatação mais triste que a pesquisa proporcionou não foi por incrível que pareça a
falta de manutenção, elaboração e utilização lógica das estruturas físicas nem mas a flata de
segurança. O que realmente impressiona é o descaso da comunidade local em relação as
escolas. Além de não ajudarem as unidades escolares propondo melhorias, as comunidades
locais usam o espaço escolar principalmente como depósito de lixo.
E a sua participação não se restringe a apenas jogar lixo não. Os arredores da escola estão
sendo utilizados como ponto de vendas de drogas. A depredação dos muros e paredes são em
grande parte feita pelas gangues rivais que não possuem nenhuma relação com a comunidade
escolar. Isso é facilmente constatado pois o interior da maioria das escolas não possuem sinais
de depredação juvenil.