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Apostila Teórica Física Do Solo (2017)
Apostila Teórica Física Do Solo (2017)
FÍSICA DO SOLO
2017
SUMÁRIO
Calhaus 20 – 200
Cascalho 2 - 20
TFSA <2
A parte gasosa é semelhante ao ar atmosférico, porém, apresenta maior
concentração de CO2 e menor de O2.
A parte líquida constitui a solução do solo. É constituída pela água do solo
retida sob diferentes tensões.
Baseado no diagrama abaixo será definido algumas das relações matemática
entre os constituintes do solo.
Va Ar Mar = 0
Vv r
V Va Água Ma M
Vs Sólidos Ms
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1.1. DENSIDADE DE PARTÍCULAS ou DENSIDADE REAL ou
DENSIDADE ESPECÍFICA REAL (Dp)
1.1.1. Determinação
0 mL
L
50 mL
50 mL
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Determinar o volume dos sólidos usando a expressão 50 - L. Calcular a
densidade de partículas usando a expressão:
Dp = 20/(50 - L)
Ms +
Água
Água
Sólidos
a b
Calcular a densidade de partículas usando a expressão:
Dp = 3/(a-b)
1.1.2. Aplicações
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1.2. DENSIDADE DO SOLO ou DENSIDADE APARENTE ou DENSIDADE
GLOBAL ou MASSA ESPECÍFICA APARENTE (Ds)
1.2.1. Determinação
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calcula-se o volume do torrão + parafina, que é igual ao peso da água deslocada.
Deduzindo-se o volume da parafina obtém-se o volume do torrão. A seguir será
apresentado um exemplo para ilustrar este método.
Considere que durante a realização deste ensaio foram obtidos os seguintes
pesos:
a) Peso do torrão ao ar sem parafina = 300 g
b) Peso do torrão ao ar com parafina = 320 g
c) Peso do torrão com parafina imerso em água destilada = 100 g
d) Umidade do torrão = 5 % em peso
e) Densidade da parafina = 0,8 g cm-3
f) Densidade da água = 1,0 g cm-3
Antes de iniciarmos a solução do ensaio será feita a seguinte consideração.
Quando se pesa uma amostra de solo úmido estamos pesando o seguinte:
M = Ms + Ma
Onde:
M = massa do solo úmido (TFSA) (g)
Ms = massa do solo seco (TFSE) (g)
Ma= massa da água (g)
Dividindo e multiplicando a massa de água pela massa do solo seco, vem:
M = Ms + Ma(Ms/Ms)
Sabendo-se que, por definição, a relação Ma/Ms é igual à umidade
gravimétrica do solo (U), vem:
M = Ms + U Ms
Fatorando a expressão acima vem:
M = Ms (1 + U) ou TFSA = TFSE (1 + U)
Esta expressão é de grande aplicabilidade na física e mecânica do solo.
Solução do exercício:
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Por definição a Ds = Ms/V, assim para resolver este exercício deve-se
determinar Ms e V como a seguir:
M = Ms (1 + U) logo, Ms = M/(1 + U). Substituindo-se os valores vem;
Ms = 300/(1 + 0,05) = 285,71 g
Vtorrão + parafina = (320 - 100)/1,0 = 220 cm3
Vparafina = (320 - 300)/0,8 = 25 cm3
Vtorrão = 220 - 25 = 195 cm3
Ds = 285,71/195 = 1,47 g cm-3
1.2.2. Aplicações
1.3.1. Aplicações
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d) Fluxo e retenção de calor.
13
1.3.2. Cálculo da Irrigação de Vasos
14
resevados para a aeração, qual será o percentual de água neste
solo, ou seja, qual deve ser a umidade nas condições ótimas?
Água no solo = 0,70 x 58,69 = 41,08% = % de umidade nas condições
ótimas.
e) Qual deveria ser o volume de água neste solo para se obter
produção máxima da cultura?
Se os poros devem ocupar um volume de 1765,1134 cm3 do solo e 70%
deste volume deve conter água, então:
Água no solo = 1765,1134 x 0,70 = 1235,58 cm 3
15
dentro do vaso cresce e vai adquirindo peso tornando difícil a contabilidade de
quanto de água acrescentar diariamente.
1. Qual a quantidade máxima de água (em mm) que este solo retém na
camada de 40 cm?
CC = 28%
h = (28 x 1,4 x 400)/100 = 156,8 mm de água
3. Quanto de água de irrigação ainda resta neste solo (em mm) para as
plantas em uma camada de 40 cm de espessura quando a umidade no
solo cair para 18%?
AI = U - PMP = 18 - 15 = 3%
16
h = (3 x 1,4 x 40)/100 = 1,68 mm de água
Ap 0 - 25 8 18 10 1,4
A2 25 - 65 15 28 18 1,4
B1 65 - 125 16 32 20 1,5
AI = CC - U
Horizonte Ap: h = (8 x 1,4 x 250)/100 = 28 mm
Horizonte A2: h = (10 x 1,4 x 400)/100 = 56 mm
Horizonte B1: h = (12 x 1,5 x 600)/100 = 108 mm
Portanto 28 + 56 + 108 = 192 mm de água (esta é a quantidade de água
necessária para molhar os três horizontes e atingir a capacidade de campo de todos
eles).
17
Como 174 mm < 192 mm, conclui-se que 174 mm de água não é suficiente
para molhar os três horizontes até atingir a capacidade de campo.
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retenção e disponibilidade de água para as plantas e se caracterizam por se
esvaziarem mais lentamente, proporcionando uma condução mais lenta da água
pelo solo (Othmer et al., 1991).
h = 2 cos /r g
Onde:
h = altura de ascensão da água
= tensão superficial da água
= ângulo de contato da água e as paredes do capilar
r = raio do tubo capilar
= densidade da água
g = aceleração da gravidade
Assumindo constantes alguns parâmetros da equação acima a mesma pode
ser reescrita da seguinte maneira:
h = 0,3/d
Onde:
h = altura de ascensão da água (cm)
d = diâmetro do poro (cm)
Com base na formula é possível verificar que ao se submeter amostra indeformada
de solo a uma altura de sucção de 60 cm são esvaziados poros com diâmetro
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superior a 0,005 cm, ou seja poros maiores que 50 μm, ou macroporos, ficando
retido água nos poros menores que 50 μm, ou seja nos microporos.
O estudo da distribuição de poros por tamanho tem sido muito utilizado
particularmente nas pesquisas que buscam avaliar a qualidade estrutural de solos
submetidos ao manejo. Desta forma, Silva (2017) estudando as alterações na
distribuição dos poros nas camadas de 0,0-0,20 m; 0,20-0,40 m e 0,40-0,60 m de
um Cambissolo após cinco anos sob manejo conservacionista, e comparando-o com
a condição natural do solo, encontraram os resultados registrados na tabela abaixo:
No estudo da autora verifica-se que o conhecimento da distribuição de
poros por tamanho foi muito útil por permitir a afirmação de que o manejo alterou a
estrutura nas camadas 0,0-0,20 m e 0,20-0,40 m daquele Cambissolo, por
incrementar enormemente a criação de macroporos (> 49 μm), particularmente os
macroporos grandes ((> 145 μm), em detrimento da diminuição do volume de
microporos (< 0,2 μm), servindo como indicativo de que o manejo foi muito
benéfico, visto que os primeiros são poros efetivos na rápida drenagem interna do
solo.
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------------------------------------------------------Diâmetro de poros
Uso do solo >145 145-73 73.43-49 49-29
--------------------------------------------------------------0,0-0,20 m--
Sistema de Manejo 0,210 Aa 0,033 Aa 0,016 Ba 0,017 Ab
Cerrado 0,069Ab 0,033 Aa 0,018 Aa 0,020 Aa
------------------------------------------------------------0,20-0,40 m---
Sistema de Manejo 0,192 Aa 0,039 Aa 0,018 Aa 0,019 Aa
Cerrado 0,050 Ab 0,027 Bb 0,015 Bb 0,017 Aa
-------------------------------------------------------------0,40-0,60 m---
Sistema de Manejo 0,056 Aa 0,025 Ba 0,014 Ba 0,016 Aa
Cerrado 0,043 Aa 0,025 Ba 0,015 Ba 0,018 Aa
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1.3.4. Porosidade Livre de Água (Poros Bloqueados)
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V = volume total da amostra (cm3)
Uma outra maneira de se expressar a umidade na base volume é apresentada
a seguir:
= U x Ds
Onde:
= umidade na base de volume (% ou cm3/cm3)
U = umidade na base de peso ou umidade gravimétrica (%)
Ds = Densidade do solo (g cm-3)
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1.7. DENSIDADE TOTAL
1.8. EXERCÍCIOS
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CAPÍTULO 2 - TEXTURA DO SOLO
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---------------------Diâmetro (mm)--------------------
-
Areia Muito Grossa 2–1 --------
Areia Grossa 1 - 0,5 2 - 0,2
Areia Média 0,5 - 0,25 --------
Areia Fina 0,25 - 0,10 0,2 - 0,02
Areia Muito Fina 0,10 - 0,05 ---------
Silte 0,05 - 0,002 0,02 - 0,002
Argila < 0,002 < 0,002
2.1. CARACTERIZAÇÃO DA AREIA, SILTE e ARGILA
A fração areia é solta, com grãos simples (não forma agregados), não
plástica, não pode ser deformada, não pegajosa, não higroscópica, predominam
poros grandes na massa, não coesa, pequena superfície específica, capacidade de
troca de cátions praticamente ausente.
A fração silte é sedosa ao tato, apresenta ligeira coesão quando seco, poros
de tamanho intermediário, ligeira ou baixa higroscopicidade, superfície específica
com valor intermediário, capacidade de troca iônica baixa.
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os cátions neutralizantes formam a dupla camada elétrica. A nuvem de cátions
consiste de uma camada mais ou menos fixa na proximidade da superfície da
partícula chamada camada de Stern, e uma parte difusa estendendo-se até uma certa
distância da superfície da partícula, como ilustrado na figura abaixo.
Concentração iônica
íons +
no
íons -
Distância da superfície da partícula
Onde no é a concentração da solução fora da dupla camada
A atração de um cátion a uma micela da argila carregada negativamente
geralmente aumenta com o aumento da valência do cátion. Assim, cátions
monovalentes são mais facilmente repelidos do que os cátions di ou trivalentes.
Os cátions altamente hidratados tendem a ficar mais longe da superfície da partícula
e, portanto, mais facilmente trocados do que os cátions menos hidratados. Portanto,
os cátions di ou trivalentes formam uma dupla camada fina causando
floculação, enquanto que os cátions monovalentes formam uma dupla camada
espessa causando dispersão. Assim, dependendo do estado de hidratação e do
cátion trocável as partículas de argila podem flocular ou ficar na forma dispersa. A
dispersão geralmente ocorre com os cátions monovalentes e altamente hidratados
(ex. sódio), enquanto que a floculação ocorre com os cátions di ou trivalentes (ex.
Al3+, Ca2+).
A ordem de preferência da troca de cátion nas reações geralmente é a
seguinte (Jenny, 1932; 1938):
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Al3+ > Ca2+ > Mg2+ > K+ > Na+ > Li+
2.2.2.1. Pré-Tratamento
2.2.2.2. Dispersão
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métodos mecânicos e químicos. Os métodos mecânicos mais usados são: agitação
suave e demorada, e agitação violenta e rápida. Já os métodos químicos
empregados utilizam o hidróxido de sódio e o hexametafosfato de sódio mais
carbonato de sódio (calgon) por serem mais facilmente encontrados no comércio e
por serem mais baratos.
30
No ano de 2002 professores de física do solo da Universidade Federal de
Lavras (UFLA), Universidade Federal de Goias (UFG), Universidade Federal da
Grande Dourados (UFGD) e um pesquisador da Embrapa Cerrados (CPAC), se
uniram e formularam uma proposta de uso de um agitador horizontal de movimento
elicoidal, que também tem como outro diferencial em relação ao agitador tipo
coqueteleira usado na rotina dos laboratórios, a inclusão na suspensão solo-água de
agentes abrasivos objetivando uma melhor dispersão de amostras de Latossolos dos
cerrados brasileiros, (Oliveira et al., 2002). Os resultados dos teores de argila
provenientes da dispersão pelo método do agitador horizontal após 3 horas de
agitação foram muito próximos aos obtidos pelo método do Ultra-som, e por
trabalhar com 110 recipientes em cada operação o rendimento diário do laboratório
aumentou substancialmente. O problema desta metodologia é a necessidade de
retirada dos abrasivos no final da operação, o que onera a rotina.
Atualmente a indústria brasileira tem disponibilizado um agitador de
movimento helicoidal, o que melhorou substancialmente o rendimento nos
laboratórios, trazendo ainda como vantagem a diminuição no nível de ruído que é
um outro agravante no método das coqueteleira.
31
logo a equação acima pode ser escrita como segue:
t = (9 . h . )/[2 . (Dp - Df) . g . r2]
Onde:
t = tempo de sedimentação (seg)
h = profundidade de coleta na proveta (cm)
= viscosidade da água (poise)
Dp = densidade de partículas (g cm-3)
Df = densidade da água (g cm-3)
g = aceleração da gravidade (cm seg -2)
r = raio da partícula (cm)
Para se usar a Lei de Stokes é necessário “aceitar” algumas condições
assumidas pela mesma:
a) As partículas são suficientemente grandes para não serem afetadas pelos
movimentos térmicos (movimentos Brownianos) das moléculas do fluido;
b) As partículas são rígidas, esféricas e lisas;
c) Todas as partículas possuem a mesma densidade;
d) A suspensão é suficientemente diluída, de tal modo, que não ocorre
interferência de uma com a outra e cada partícula sedimenta
independentemente;
e) O fluxo ao redor das partículas é laminar.
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Já o método do hidrômetro baseia-se na determinação da concentração da
argila de uma suspensão da qual foi previamente separado as areias. O silte, por sua
vez, será determinado por diferença. Maiores detalhes destas duas análises serão
dados em aula prática.
100 0
80 uniform 20
e
% que passa
% retida
60 40
40 60
bem graduado
20 80
0 100
0,001 0,01 0,1 1 10 100
Diâmetro dos grãos (mm)
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D10 = diâmetro das partículas correspondente a 10% passando
O coeficiente de uniformidade do solo informa o tipo de curva
granulométrica do mesmo. Assim, solos com Cu < 5 possuem granulometria muito
uniforme, enquanto solos com 5 < Cu < 15 possuem granulometria com
uniformidade média e solos com Cu > 15 possuem granulometria desuniforme.
Onde:
As = área superficial total das partículas do solo (cm 2)
Ms = massa das partículas do solo (g ou kg)
V = volume total do solo (cm3)
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A superfície específica do solo correlaciona-se com a CTC, retenção e
liberação de elementos químicos (nutrientes e poluentes), expansão, retenção de
água, plasticidade, coesão, resistência, etc.
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2.5.2.1. Outras Relações que podem ser usadas para calcular a Superfície
Específica
av = 6/d
am = 6/Dp . d
av = 6/L
am = 6/Dp . L
am = (6/Dp) (ci/di)
Onde:
ci = massa da partícula (forma decimal)
di = diâmetro médio da partícula (cm)
am = 2/Dp . l
considerando Dp = 2,65 g cm-3, vem:
am = 0,75/l
Unidades: cm2/g
Observação:
1 Å = 10-8 cm
50 m = 0,050 mm
36
2.6. EXERCÍCIOS
37
CAPÍTULO 3 - ESTRUTURA DO SOLO
38
3.2. FATORES QUE AFETAM A FORMAÇÃO DE AGREGADOS
3.2.1. Cátions
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pulverização. Portanto, para se preservar os agregados, aconselha-se que o preparo
do solo seja feito na zona de friabilidade do solo.
3.2.4. Microorganismos
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b) Porosidade total;
c) Distribuição de poros por tamanho;
d) Condutividade hidráulica do solo saturado;
e) Estabilidade de agregados;
f) Pressão de preconsolidação.
Baseado nestas propriedades, Ferreira (1988) fez as seguintes observações
constantes na tabela abaixo.
Latossolo Ds % Ks DMG
Macroporos
% Caulinita
% Gibbisita
41
3.6.1. Métodos Diretos
42
3.6.2.3. Ultrassonificação de agregados
43
3.7.2. Diâmetro Médio em Peso (DMP)
Onde:
ni = % dos agregados retidos em uma determinada peneira (forma decimal)
di = diâmetro médio de uma determinada faixa de tamanho do agregado (mm)
44
3.8. EXERCÍCIOS
Discutir os resultados.
45
CAPÍTULO 4 - CONSISTÊNCIA DO SOLO
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Est. Semi-
Est. sólido U1 U2 Est. plástico U3 Est. líquido
sólido
LC LP LL
Friabilidade Plasticidade Viscosidade
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O limite de plasticidade é determinado pela confecção de um cilindro de 3
mm de diâmetro e 10 cm de comprimento. Quando o cilindro, assim formado,
começa a apresentar fissuras, interrompe-se o ensaio e determina-se a umidade do
solo do cilindro. Repete-se a operação algumas vezes (mínimo de 3) e obtém-se o
valor médio da umidade, o qual será o limite de plasticidade do solo.
O limite de contração é obtido mediante a determinação da massa e do
volume de uma amostra seca em estufa (105 - 100 C). Este limite representa a
umidade abaixo da qual a maior parte dos solos não apresentam redução de volume.
48
CAPÍTULO 5 - O PROCESSO DE COMPACTAÇÃO DO SOLO
49
conseqüência de uma redução no seu volume pode ou não causar compactação
adicional. Portanto, para se ter uma agricultura sustentável é importante conhecer os
níveis de pressões que o solo suportou no passado e/ou a umidade do solo no
momento das operações agrícolas, para que a compactação adicional seja evitada.
Através destes conceitos espera-se explicar os efeitos benéficos (Smucker e
Erickson, 1989; Raghavan e Mckyes, 1983) e adversos (Parish, 1971; Gupta e
Allmaras, 1987; Raghavan et al., 1990) da compactação do solo.
Pesquisadores têm demonstrado claramente o efeito da compactação nas
propriedades físicas do solo (Barnes et al., 1971; Gupta et al., 1985; Larson et al.,
1989; Soane e van Ouwerkerk, 1994). A compactação aumenta a densidade do solo
e a sua resistência mecânica (Grohmann e Queiroz Neto, 1966; Trouse, 1971;
Taylor, 1971; Hillel, 1982; Moraes, 1984; Rosa Junior, 1984; Schultz, 1978; Lebert,
et al., 1989; Wagger e Denton, 1989; Hill e Meza-Montalvo; 1990; Lebert e Horn,
1991) e diminui a porosidade total, tamanho e continuidade dos poros (Warkentin,
1971; Hillel, 1982; Moraes, 1984; Smucker e Erickson, 1989). Reduções
significativas ocorrem, principalmente, no volume dos macroporos, enquanto os
microporos permanecem inalterados (Hillel, 1982). A compactação do solo pode ter
efeitos benéficos ou adversos (Parish, 1971; Gupta e Allmaras, 1987; Smucker e
Erickson, 1989; Raghavan et al., 1990). Efeitos benéficos têm sido atribuídos à
melhoria do contato solo-semente (Smucker e Erickson, 1989) e aumento da
disponibilidade de água em anos secos (Camargo, 1983; Raghavan e Mckyes,
1983). Entretanto, a compactação excessiva pode limitar a adsorsão de nutrientes,
infiltração e redistribuição de água, trocas gasosas, e o desenvolvimento do sistema
radicular (Grohmann e Queiroz Neto, 1966; Moura Filho e Buol, 1972; Alvarenga
et al., 1983; Oliveira et al., 1983; Smucker e Erickson, 1989; Bicki e Siemens,
1991), causando uma diminuição no tamanho e uniformidade das plantas o que
pode resultar em decréscimo da produção, aumento da erosão e aumento da
potência necessária para o preparo do solo (Soane, 1990).
50
A facilidade com que o solo não saturado decresce de volume quando
sujeito a pressões é chamada compressibilidade (Gupta e Allmaras, 1987). A
compressibilidade do solo é função de fatores externos e internos (Lebert e Horn,
1991). Os fatores externos são caracterizados pelo tipo, intensidade e freqüência da
carga aplicada (Koolen e Kuispers, 1983; Horn, 1988; Horn, 1989; Raghavan et al.,
1990; Lebert e Horn, 1991), enquanto os fatores internos são influenciados pela
história de tensão (Harris, 1971; Horn, 1988; Gupta et al., 1989; Reinert, 1990, Dias
Junior, 1994), umidade do solo (Gupta et al., 1985; Bailey et al., 1986, Dias Junior,
1994), textura do solo (Silva, 1984; Gupta et al., 1985; Horn, 1988; McBride, 1989,
Dias Junior,1994), estrutura do solo (Dexter e Tanner, 1974; Horn, 1988), e
densidade inicial do solo (Gupta et al., 1985; Culley e Larson, 1987; Reinert, 1990,
Dias Junior, 1994).
Para uma mesma condição, o fator que governa a quantidade de deformação
que poderá ocorrer no solo é a umidade (Dias Junior, 1994). Assim, quando os
solos estão mais secos, a sua capacidade de suporte de carga pode ser suficiente
para suportar as pressões aplicadas e a compactação do solo pode não ser
significativa (Trouse, 1971; Taylor, 1971; Larson e Allmaras, 1971, Dias Junior,
1994). Entretanto, qualquer compactação é detrimental para as plantas sob
condições de alta umidade (Swan et al., 1987), o que pode causar redução na
produção (Negi et al., 1980; Carter, 1985; Gameda et al., 1985; Negi et al., 1990;
Bicki e Siemens, 1991). Em áreas que possuem uma pequena estação de
crescimento de plantas, as operações de preparo do solo são realizadas assim que os
solos são considerados trafegáveis, entretanto, sob estas condições os solos
provavelmente ainda estão muito úmidos para serem trafegados (Håkansson et al.,
1988) e este tráfego freqüentemente resultará em deformações não recuperáveis
(compactação do solo). Para tentar uma solução alternativa para este problema,
Dias Junior (1994) sugeriu um modelo de compressibilidade que prediz a máxima
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pressão que o solo pode suportar para diferentes umidades sem causar compactação
adicional do solo, com base na pressão de preconsolidação do solo.
A persistência da compactação do solo além da cultura atual causada pelo
trafego anterior à esta cultura tem sido relatada por vários pesquisadores (Smith et
al., 1969; Black et al., 1976, Voorhees, 1977; Voorhees et al., 1978; Pollard e
Elliot, 1978; Logsdon et al., 1992). Alguns destes estudos mostraram que os efeitos
da compactação do solo são apenas temporariamente prejudiciais, entretanto, na
maioria dos casos, pequena ou nenhuma modificação da compactação do solo foi
observada. Assim sendo, em uma agricultura sustentável, a estimativa dos níveis de
pressões a serem aplicados ao solo, através do uso da modelagem matemática,
possivelmente, seja uma alternativa viável para minimizar os problemas da
compactação dos solos.
52
Larson e Gupta, 1982; Gupta et al., 1985; Vanden Akker e Van Wijk, 1987). E
finalmente, Gupta e Raper (1994) agruparam os modelos de compactação do solo
em quatro categorias: a) modelagem das forças mecânicas provenientes de veículos
agrícolas aplicadas à superfície do solo (Söhne, 1958; Trabbic et al., 1959; Gill e
VandenBerg, 1968; Koolen e Kuipers, 1983; Burt et al., 1989); b) modelagem das
relações entre tensão e deformação do solo (Söhne, 1953; Dexter e Tanner, 1973;
Amir et al., 1976; Larson et al., 1980; Gupta e Larson, 1982; Koolen e Kuipers,
1983; Grisso et al., 1987; Bailey e Johnson; 1989); e c) modelagem da propagação
das forças no solo: c.1) modelos baseados na técnica do elemento finito (Duncan e
Chang, 1970; Perumpral et al., 1971; Pollock et al., 1986; Chi e Kushwaha, 1989;
Raper e Erbach, 1990a; Raper e Erbach, 1990b) e c.2) modelos analíticos
(Boussinesq, 1885; Fröhlich, 1934; Söhne, 1953; Gupta e Larson, 1982; Van den
Akker e Van Wijk, 1987). Verifica-se que a história de tensão tem sido
negligenciada na modelagem da compactação do solo, talvez porque no
desenvolvimento de alguns destes modelos foram usadas amostras deformadas e/ou
com alta umidade, o que tende a mascarar o efeito do manejo do solo ou porque na
maioria dos modelos enfoque especial tem sido dado à reta de compressão virgem,
a qual define deformações plásticas e não recuperáveis.
Para se avaliar a susceptibilidade do solo à compactação, relações entre
propriedades físicas e mecânicas dos solos têm que ser determinadas. Um resumo
destas relações é apresentado na Tabela 1. Estas relações foram obtidas usando
amostras deformadas (Bailey e VandenBerg, 1968; Larson et al., 1980; Larson e
Gupta, 1980; Bailey et al., 1984; Bailey et al., 1985; Bailey et al., 1986; Grisso et
al., 1987; Bailey e Johnson, 1989; O'Sullivan, 1992), e amostras indeformadas
(Smith, 1985; Lebert e Horn, 1991; MacNabb e Boersma, 1993). Também
diferentes tipos de ensaios, tais como: 1) ensaio de compressão uniaxial (Larson et
al., 1980; Larson e Gupta, 1980; O'Sullivan, 1992); 2) ensaio de compressão triaxial
(Bailey e VandenBerg, 1968; Bailey et al., 1984; Bailey et al., 1985; Bailey et al.,
53
1986; Grisso et al., 1987; Bailey e Johnson, 1989); e 3) ensaio de cisalhamento
direto (MacNabb e Boersma, 1993) têm sido utilizados empregando amostras
saturadas (MacNabb e Boersma, 1993) e amostras não saturadas (Bailey e
VandenBerg, 1968; Dexter e Tanner, 1973; Larson et al., 1980; Larson e Gupta,
1980; Bailey et al., 1984; Bailey et al., 1985; Bailey et al., 1986; Lebert e Horn,
1991; O'Sullivan, 1992). Desta forma, verifica-se que não existe uma padronização
da metodologia que deve ser utilizada na modelagem da compactação dos solos. A
curva de compressão do solo, entretanto, tem sido usada como base comum para
estimar a susceptibilidade do solo à compactação (Larson et al., 1980; Larson e
Gupta, 1980; Bailey et al., 1984; Bailey et al., 1985; Bailey et al., 1986; Bailey e
Johnson, 1989; Bingner e Wells, 1992; O'Sullivan, 1992; MacNabb e Boersma,
1993). Quando o solo não sofreu nenhuma pressão prévia, a curva de compressão
do solo é linear (Larson e Gupta, 1980; Larson et al., 1980; Culley e Larson, 1987;
Gupta e Allmaras, 1987; Lebert e Horn, 1991), entretanto, quando o solo já
experimentou pressões prévias ou ressecamento, a variação das pressões atuando
sobre o solo determinará a formação de duas regiões distintas na curva de
compressão do solo: a curva de compressão secundária e a reta de compressão
virgem (Stone e Larson, 1980; Gupta et al., 1989; Lebert e Horn, 1991). A curva de
compressão secundária representa os níveis de pressões experimentadas pelo solo
no passado, enquanto que a reta de compressão virgem representa os níveis de
pressões nunca experimentadas pelo solo. Entretanto, é na região da curva de
compressão secundária que o solo deve ser cultivado ou trafegado sem que
deformações não recuperáveis ocorram. É este componente da curva de compressão
do solo que reflete a história de tensão do solo e que está sendo negligenciado na
agricultura (Dias Junior, 1994).
A pressão de preconsolidação tem sido usada para indicar o ponto de
separação entre estes dois casos. Assim, a pressão de preconsolidação divide a
curva de compressão do solo em duas regiões: (a) uma região de deformações
54
pequenas, elásticas e recuperáveis (curva de compressão secundária); e (b) uma
região de deformações plásticas e não recuperáveis (reta de compressão virgem).
Portanto, na agricultura, a aplicação de pressões maiores do que a maior pressão
previamente aplicada no solo deve ser evitada (Gupta et al., 1989; Lebert e Horn,
1991), para que deformações não recuperáveis não ocorram. Assim, a pressão de
preconsolidação deve ser a pressão máxima que deve ser aplicada ao solo para que
compactação adicional seja prevenida. Apesar de Lebert et al. (1989) e Lebert e
Horn (1991) terem estimado, através de regressão linear múltipla, a pressão de
preconsolidação usando propriedades físicas e mecânicas dos solos e de Bailey et
al. (1984); Bailey et al. (1985); Bailey et al. (1986); Bailey e Johnson (1989) e
Bingner e Wells (1992) terem modelado a curva de compressão do solo, existem
poucos modelos que estimam a pressão máxima que o solo pode suportar sem que
compactação adicional ocorra, para diferentes umidades, com base na pressão de
preconsolidação (Dias Junior, 1994). Assim, a maioria dos modelos (Bailey e
VandenBerg, 1968; Amir et al., 1976; Larson et al., 1980; Gupta et al., 1985; Lebert
e Horn, 1991; Bingner e Wells, 1992) usados para avaliar a compactação do solo
têm dado ênfase à reta de compressão virgem, a qual define deformações plásticas e
não recuperáveis e é geralmente bem descrita para altas umidades (Larson e Gupta,
1980; Gupta et al., 1985; Gupta e Allmaras, 1987; Horn, 1989).
Kassa (1992) mostrou que a pressão crítica na qual os agregados do solo
sofrem cisalhamento é maior do que a pressão de preconsolidação. Isso implica que
a pressão crítica na qual os agregados do solo sofrem cisalhamento está localizada
na reta de compressão virgem, onde deformações não recuperáveis (compactação
adicional) ocorrem. Portanto, é de se esperar que os modelos baseados na pressão
crítica na qual os agregados do solo sofrem cisalhamento (Larson e Gupta, 1980)
superestimam a capacidade de suporte do solo, causando, consequentemente,
compactação adicional, visto que a pressão crítica na qual os agregados do solo
sofrem cisalhamento é maior do que a pressão de preconsolidação.
55
Considerando estes aspectos, Dias Junior (1994) desenvolveu um modelo de
compressibilidade que prediz a pressão máxima que o solo pode suportar para
diferentes umidades, sem causar compactação adicional, tomando como base a
pressão de preconsolidação. Este modelo fornece informações acerca de quando um
solo pode ser cultivado ou trafegado sem sofrer compactação adicional. Entretanto,
se faz necessário a geração deste modelo para as condições brasileiras e ainda a sua
validação a nível de campo.
Finalmente, acredita-se que o uso dos modelos de previsão da compactação
do solo promoverá um aumento do entendimento do processo de compactação com
conseqüente minimização deste problema. Entretanto, para se obter um modelo
dentro da realidade se fazem necessárias a correta observação, coleta, organização,
interpretação dos dados e finalmente a construção do modelo (Yaalon, 1994) e
posteriormente a sua validação a nível de campo. Contudo, um modelo, seja ele
numérico ou gráfico, é uma simplificação da realidade, o que requer um
entendimento dos processos da natureza bem como de suas interações para evitar
que o modelo gerado seja inadequado (Yaalon, 1994).
56
Tabela 1. Relações entre propriedades físicas do solo usadas para avaliar a
compactação do solo.
Referências Relações
Söhne, 195 n = m ln + no
57
Tabela 1 (cont.)
- para solos franco arenosos
Leeson e Campbell, 1983 = 2.25 - 0.008
- para solos francos
= 2.28 - 0.011
Bailey et al., 1984 v = (A + B)(1 - e-C)
v = V/Vo V = Vo - V
1/b = 1/bi - 1/bi (A + B) (1 - e-C)
Johnson et al., 1984 v = (A + B)(1 - exp(-C))
ln b = ln bi - (A + B) (1-exp(-C))
Saini et al., 1984 b = 1.2926 - 0.2504 + 0.8353 2
+ 0.9932 3 + 0.1203 F - 0.0330F2 +
0.0026 F3 + 1.0635 F +7.4289 2F +
12.96353F + 0.0984 F2 - 0.3842
2F2 - 0.1272 2F3 + 0.0288F3 -
0.2231 2F3 +0.45883F3
Gupta et al., 1985 b = f(S, )
Bailey et al., 1985 v = (A + Bh)(1 - e-Ch)
e v = ln (V/V0)
Bailey et al., 1986 ln(b) = ln(bi) - (A + Bh) (1 - e-Ch)
Bolling, 1985 n = no - (/o)3 [CI/CIo)]1/2
n = no - (no - 0.225)/(35Cp + 1)(/12)3/2 1
Smith, 1985 1 = i-(b-bi)[(i-f)/(bf-bi)]
Angers et al., 1987 Y = - 112.2 + 88.9 b
Pollock, Jr. et al., 1986 v = z + r +
Grisso et al., 1987 noct = (octR/octH)(AH +BHoct)(1 - e-CHoct)/3
Brandon et al., 1987 YF = a + [(x + y)/2] -
{[(x - y)/2]2 + xy2}1/2
Håkansson, 1988 - para 0 < Cl < 60% ; 1 < H < 11%
Dopt = 90.5 - 0.29 Cl + 0.0059 Cl2 - 0.139 H
- para 0 < Cl < 60%
Dopt = 86.5 + 0.041 Cl
Bailey e Johnson, 1989 v = (A + Boct)(1 - e-Coct) + E(oct/oct)
ln b = ln bi - (A + Boct) (1 - e-Coct) +
E(oct/oct)
58
Tabela 1 (cont.)
p = 2.1592 b + 0.234 LK + 0.0360 AWC
Lebert et al., 1989 + 0.0770 NAWC - 3.426
p = (3.0975 b - 0.0475 Cl - 0.0280U
- 0.9659 log s +0.3369 LK - 0.0268
+ 2.1330 log c + 0.0839)2
Raper e Erbach, 1990 a v = exp[(A + Bh)(1 - e-Ch)]-1
Raper e Erbach, 1990 b {} = [c] {}
Reinert, 1990 p = - 263 - 2.66 S + 322 bi
Canarache, 1991 log RP = - 4.14 + 0.0858 b - 0.000347b2
Lebert e Horn, 1991 e = B + m log
p = f(, c ,b, LK, AWC, NAWC, Kf, OC)
Wlodek, 1991 b = bi [z/(z + z)]
Binger e Wells, 1992 Curva de compressão secundária
b = bi* + ms log (/k)
Reta de compressão virgem
b = bk + ST(S1 - Sk) + m log (/k)
O'Sullivan, 1992 = r - m ln(/r)- b( - r)
b = bk + ST(S1 - Sk) + m log (/k)
McNabb e Boersma, 1993 ln b = ln(bi*i) - (A + B +Jc) (1 - e-C)
i = bi/biavg
c = (i - 1) bi
Dias Junior, 1994 Modelo baseado na História de Tensão
p = 10 (a + b )
Modelo baseado na Reta de Compressão
Virgem
bfinal = b + m log (final/p)
Onde:
59
c..................................... Coesão
[C] ................................. Matriz tensão deformação
CI .................................. Índice de Cone
CIo ................................. Índice de Cone inicial
Cl................................... Teor de argila
Cp .................................. Razão entre 3 e 1
D ................................... Densidade de Partícula
Do .................................. Densidade do solo máxima
Dopt ................................ Grau de compactação ótimo
e..................................... Índice de vazios
E .................................... Coeficiente da componente da deformação natural devido
à tensão cisalhante
F .................................... Tensão de compactação
Fe .................................. Ferro ditionito
J ..................................... Parâmetros de ajuste da curva de compressão
H ................................... Teor de húmus
k, L ................................ Medida da rapidez na qual a máxima densidade é obtida
com o aumento da pressão,
kf ................................... Condutividade hidráulica saturada
Lk .................................. Aeração
LL ................................. Limite de liquidez
n .................................... Porosidade
NAWC .......................... Água não disponível
no ................................... Porosidade inicial
m ................................... Índice de compressão íon index
ms .................................. Declividade da curva de compressão secundaria
OC ................................. Teor de C orgânico
60
R .................................... Razão da máxima tensão cisalhante e a tensão normal
média
s ..................................... Teor de areia
S .................................... Grau de saturação
Su .................................. Resistência ao cisalhamento não drenada
RP ................................. Resistência a penetração na capacidade de campo
S1 ................................... Grau de saturação desejado
ST................................... Declividade da curva densidade do solo vs grau de
saturação
Sk ................................... Grau de saturação correspondente a k e k
um .................................. Pressão neutra mínima
u .................................... Pressão neutra
U ................................... Teor de silte
V ................................... Volume
Vo .................................. Volume inicial
Y ................................... Resistência à tração do agregado
YF ................................. Função de rendimento para o comportamento plástico
z..................................... Profundidade de uma camada específica
z .................................. Mudanças na profundidade de uma camada específica
.................................... Declividade da superfície de ruptura
i = i/iavg ..................... Densidade do solo inicial normalizada
c = (i - 1) i ................ Ajustamento da curva de compressão para diferenças na
densidade inicial de cada amostra
1 ................................... Deformação principal maior
3 ................................... Deformação principal menor
{} ................................. Iqual { xx yy xy zz}T
oct ................................. Deformação natural octaedral normal
61
octH ................................ Iqual a oct, quando os coeficientes foram determinados de
ensaios triaxiais onde 1/3 = 1
octR ................................ Iqual a oct, quando os coeficientes foram determinados de
ensaios triaxiais onde 1/3> 1
v = V/Vo .................... Deformação volumétrica
v = ln (V/Vo) ................ Deformação natural volumétrica
vT .................................. Deformação volumétrica total
z ................................... Deformação volumétrica na direção vertical
r .................................... Deformação volumétrica na direção radial
................................... Deformação volumétrica na direção tangencial
.................................... Ângulo de fricção interno
.................................... Umidade volumétrica
.................................... Umidade gravimétrica
o .................................. Umidade gravimétrica inicial
op ................................. Umidade gravimétrica ótima
.................................... Densidade do solo
bf .................................. Densidade do solo final
bi .................................. Densidade do solo inicial
bk.................................. Densidade do solo na tensão k
boavg .............................. Densidade do solo inicial média
bo* ................................ Densidade do solo resultante do tráfego anterior
.................................... Tensão aplicada
{} ................................ Iqual a { xx yy xy zz}T
1 ................................... Tensão principal maior
3 ................................... Tensão principal menor
c ................................... Tensão crítica
62
f ................................... Tensão final
h ................................... Tensão confinante
i ................................... Tensão inicial
k ................................... Tensão aplicada = 98 kPa
m .................................. Tensão normal média
n ................................... Tensão normalizada para u m = 1
oct = (x + y + z)/3 ... Tensão normal média ou tensão normal octaedral ou
pressão esferoidal
p ................................... Pressão de preconsolidação
r ................................... Tensão residual (solo sem pressão de preconsolidação,
r=0)
s ................................... Pressão aplicada para u = 0
x ................................... Pressão relativa ao eixo dos x
z ................................... Pressão relativa ao eixo dos z
' ................................... Pressão vertical efetiva
max ................................ Pressão de cisalhamento máxima
oct ................................. Tensão de cisalhamento octaedral
.................................... Volume específico = volume total/volume dos sólidos
r ................................... Volume específico para r = 100 kPa e r = 0.20 kg kg-1
.................................... Ângulo de fricção interno em graus
5.2.1. No solo
- Presença de crostas
63
- Aparecimento de trincas nos sulcos de rodagem do trator
- Zonas endurecidas abaixo da superfície do solo
- Empoçamento de água
- Erosão pluvial excessiva
- Presença de resíduos vegetais parcialmente decompostos muitos meses após
sua incorporação
- Necessidade de maior potência das máquinas de cultivo.
5.2.2. Na planta
64
5.3.1. Manejo da água do solo
Limites LC LP LL
Estado sólido Semi-sólido plástico líquido
Consistência Duro Friável Plástico Líquido
Resistência Alta Baixa Média Muito baixa
ao preparo
Capacidade Alta Alta a Baixa Muito baixa
suporte de moderada
carga
Resistência à Muito alta Alta a Baixa Alta
compressão moderada
Apesar do diagrama acima proposto por Larson et al. (1994) apresentar uma
classificação qualitativa da capacidade suporte de carga dos solos, esta classificação
não nos permite quantificar os níveis de pressões que podem ser aplicados aos solos
em função da sua umidade. Assim, uma outra alternativa para auxiliar no manejo da
água é a utilização de modelos matemáticos que quantifiquem a capacidade suporte
de carga do solo em função da umidade como os desenvolvidos por Dias Junior
(1994). Estes modelos apresentam uma relação entre a pressão de preconsolidação e
a umidade do solo, sendo a pressão de preconsolidação a máxima pressão que deve
ser aplicada ao solo sem que adicional compactação ocorra.
65
possa auxiliar o produtor na tomada de decisão de realizar ou não uma determinada
operação agrícola. A decisão errônea de se aplicar uma determinada pressão ao
solo, sem o prévio conhecimento de sua capacidade suporte para uma determinada
condição de umidade, pode levar a aplicação de uma pressão que excede a sua
capacidade suporte resultando em compactação adicional do solo. Portanto, em uma
agricultura sustentável é de extrema importância o manejo do maquinário agrícola
em função da umidade do solo. A seguir são apresentadas algumas medidas
sugeridas por Larson et al. (1994), no que se refere ao manejo do maquinário
agrícola que poderão levar à prevenção da compactação do solo.
- Nível de pressão por eixo das máquinas agrícolas o que causará diferentes
níveis de pressão de contato das rodas (pneus ou esteira). Rodas largas, duas
rodas juntas ou redução da pressão de inflação dos pneus são algumas medidas
a serem consideradas para redução da pressão de contato das rodas.
- Operações das máquinas agrícolas. Alguns dos fatores a serem levados em
consideração neste item são: velocidade de operação, condições de umidade do
solo, trafego controlado, número de passadas e tipo de implemento agrícola.
66
adotadas com o objetivo de quebrar a camada compactada o que melhorará a curto
prazo as condições nas quais as plantas estão se desenvolvendo. A seguir são
apresentadas algumas medidas sugeridas por Larson et al. (1994), no que se refere a
medidas curativas que podem aliviar o efeito da compactação do solo.
- Preparo do solo: aração, aração profunda e gradagem
- Subsolagem: em uma direção e cruzada
- Rotação de cultura, incluindo, se possível for, uma planta que funcione como
subsolador natural.
67
5.4. ENSAIOS DE LABORATÓRIO USADOS NA INVESTIGAÇÃO DA
COMPACTAÇÃO DO SOLO
68
de erros durante a determinação; ser um método rápido, confiável e repetitivo e
possibilidade de ser usado por outros laboratórios que realizam determinações
semelhantes.
69
compactação de solos agrícolas devido ao fato da estrutura do solo ser destruída
para a sua realização, o que apagará a história de tensão do solo, a qual é função do
tipo de manejo usado na condução da cultura. Todavia, Raghavan et al. (1990)
observou que para umidades acima da umidade ótima de compactação obtida pelo
ensaio de proctor as rodas do trator patinam causando cisalhamento do solo, o que
contribui significativamente para agravar a compactação do solo. Deste modo,
Raghavan e McKyes (1977) mostraram que no mínimo 50% da compactação da
camada superficial do solo pode ser atribuída ao deslizamento das rodas dos
veículos agrícolas. Assim, estudos adicionais procurando correlacionar a umidade
ótima de compactação obtida pelo ensaio de proctor com a pressão de
preconsolidação determinada para teores críticos de umidade como o limite de
plasticidade (Dias Junior, 1994), são necessários para que se possa validar o uso do
ensaio de proctor para a previsão da compactação dos solos agrícolas.
5.5. EXERCÍCIOS
70
c) Calcule o grau de saturação para cada umidade ótima.
d) Plote as curvas de 100, 90, 80 e 70% de saturação.
e) Interprete os resultados
Sabe-se que:
Ds = (água S)/[U + (água S/Dp)]
água = 1,0 Mg m-3
Dp = 2,64 Mg m-3
71
c) Qual o grau de compactação da camada? (GC = Ds/Ds máx)
d) A camada compactada satisfaz às especificações do projeto?
e) Se a Dp = 2,70 Mg m-3, qual é o grau de saturação da camada compactada?
f) Se a amostra for saturada mantendo a mesma densidade do solo, qual será a
umidade de saturação?
4) Uma carga concentrada de 109 dyn (1000 kg) é aplicada à superfície do solo.
a) Estimar a pressão vertical a 0,01; 0,10 e 0,30 metros de profundidade
diretamente debaixo do ponto de aplicação da carga e a 0,30; 1; 2 e 4 metros de
distância horizontal do ponto de aplicação da carga.
Sabe-se que:
P = (F . A )/z2 Onde;
P = pressão vertical (bar)
F = carga concentrada aplicada (dyn)
A = 3/{2 [1 + (r/z)2]5/2}
r = distância horizontal do ponto de aplicação da carga (m)
z = profundidade (m)
b) Exprimir os valores das pressões verticais no sistema internacional de unidades.
c) Represente os resultados graficamente.
72
CAPÍTULO 6 - A ÁGUA DO SOLO
73
6.1.1.1. Textura e tipo de argila
Solos argilosos retém mais água do que solos arenosos e solos com argila
2:1 retém mais água do que solos com argila 1:1. A retenção de água a alta sucção
(maior que 1 atm) é influenciada pela textura e superfície específica, sendo que o
fenômeno de adsorsão domina a retenção de água.
Caracterizada por:
- Teor acima da capacidade de campo
- Localizada nos macroporos
74
- Permanência efêmera no solo
- Removida facilmente pela drenagem
- Provoca lixiviação no solo
- Água retida no solo sob sucção abaixo de 0,1 atm
Caracterizada por:
- Teor compreendido entre a umidade higroscópica e a capacidade de campo
- Localizada nos microporos
- Parcialmente permanente no solo
- Não removida pela drenagem
- Água retida no solo sob sucção entre 0,1 e 31 atm
- Atua como solução do solo
Caracterizada por:
- Localizada próxima da superfície das partículas do solo
- Permanente no solo
- Removida apenas no estado de vapor
- Água retida no solo sob sucção entre 31 e 10.000 atm
Esta classificação não é mais válida atualmente devido ao fato de que toda
água do solo é afetada pela gravidade da terra e não somente parte da água como
sugerido pela classificação acima. Entretanto, muitos ainda a adota simplesmente
para efeito didático.
75
6.3. CONSTANTES DE UMIDADE
76
6.4. POTENCIAL TOTAL DE ÁGUA NO SOLO
T
= d = (T - 0) = T
0
77
componente térmica é considerada desprezível (Reichardt, 1985). Portanto, o
potencial total de água no solo pode ser expresso pela expressão:
T = g + p + m + os + ...
Onde:
T = potencial total de água no solo
g = potencial gravitacional
p = potencial de pressão
m = potencial matricial
os = potencial osmótico
15 cm gA= 15 cm
+
Referencial
-
10 cm gB= -10 cm
78
6.4.2. Potencial de pressão (p)
15 cm pA= 0
NA
+
10 cm pB= +10 cm
B
6.4.3. Potencial de matricial (m)
79
h
h1
ho
h2
80
O potencial osmótico é determinado usando a seguinte expressão:
os = -RTC
Onde:
R = 0,082 (atm L/mol ok)
T = temperatura absoluta (ok), sabe-se que Tk = 273 + Tc
C = concentração (mol/L)
Umidade (%)
- São específicas para cada solo, podendo ocorrer variações entre horizontes de
um mesmo perfil do solo
- Para altos teores de umidade há predominância de fenômenos capilares, função
da densidade e da estrutura do solo
81
- Para baixos teores de umidade há predominância de fenômenos de adsorção,
função da textura e superfície específica do solo
- Desde que a distribuição dos poros quanto ao tamanho não varie com o tempo,
a curva característica de água do solo é única e não precisa ser determinada
anualmente
- Sua representação é feita em papel monolog, pois expande a faixa de baixa
sucção de interesse para a irrigação. Se usar a escala natural, expressar a sucção
em pF.
- Permite estimar o potencial matricial conhecendo a umidade ou vice-versa.
82
Cada método fornece uma curva, mas as duas em geral, são diferentes. Este
fenômeno é denominado histerese (Figura abaixo).
Curva de secagem
(ramo principal)
B
Sucção (atm)
Scanning curve
A
Curva de umedecimento Saturação
(ramo principal)
Umidade (%)
6.6. EXERCÍCIOS
83
Tensiômetro A: profundidade de instalação 50 cm, ascensão da coluna de mercúrio
dentro da cuba que se encontra a 20 cm da superfície do solo igual a 20 cm.
Tensiômetro B: profundidade de instalação 100 cm, ascensão da coluna de
mercúrio dentro da cuba que se encontra a 20 cm da superfície do solo igual a
10cm.
2) A concentração da solução de um solo é de 1,5 x 10 -3 M. Qual o seu potencial
osmótico a 27 oC.
3) Para a condição abaixo calcular: T, g, m e o p. Considere: referencial de
posição a superfície do solo e o lençol freático a 70 cm de profundidade.
Potencial, (cm)
-120 -100 -80 -60 -40 -20 0 20 40
-10
-30 m
Profundidade (cm)
t
-50
NA
-70
-90
p
-110
84
21 cm
D E
15 cm 18 cm
C F
15 cm
B
9 cm
A
6 cm Referência
Referênci
G a
6 cm
H Coluna d’água
12 cm
I
L
24 cm
18 cm
J K
27 cm
85
CAPÍTULO 7 – DETERMINAÇÃO DA UMIDADE DO SOLO
86
7.2. MÉTODOS INDIRETOS
Este método usa como corpo poroso um bloco de gesso e mede a resistência
à passagem da corrente elétrica de um solo em função de sua umidade.
Este método usa como corpo poroso um bloco de fibra de vidro revestido
por uma chapa de aço inox e mede a quantidade de corrente elétrica que passa em
um solo em função de sua umidade.
Tanto na instalação quanto no uso destes blocos alguns problemas podem
ocorrer. De acordo com Freire (sem data), os problemas que podem ocorrer são:
- São afetados pela histerese
- Contato entre bloco e solo
- Variação das propriedades hidráulicas do bloco com o tempo
87
- Blocos feitos de fibra de vidro são altamente sensíveis a pequenas variações de
concentração salina da solução do solo. Já nos blocos de gesso isso não
acontece, pois a solução dentro do bloco tem concentração constante e
praticamente igual a de uma solução saturada de sulfato de cálcio.
- Os blocos de gesso deterioram com o tempo devido a sua solubilidade.
Este método consiste em medir a pressão exercida pelo gás etino gerado
pela reação do carbureto de cálcio com a água do solo de uma certa quantidade de
material de solo colocado juntamente com o carbureto dentro de uma garrafa
metálica, na qual existe um manômetro acoplado. Com a leitura da pressão e com a
quantidade de material de solo usada, determina-se em uma tabela a umidade do
solo. Este método tem sido muito usado na construção civil.
88
estenderá a uma distância maior da fonte de neutrons. Em geral, o raio de influência
da sonda é menor do que 10 cm para solos úmidos e maior do que 25 cm para solos
secos. Por questão de segurança, a sonda de neutrons deve ser transportada dentro
de um recipiente cilíndrico preenchido com chumbo e algum material com
hidrogênio (parafina ou polietileno), designado a prevenir o escape de neutrons
rápidos. O uso impróprio ou excessivo do equipamento pode ter efeitos desastrosos.
O perigo de ser exposto a radiação depende da potência da fonte, da qualidade do
cilindro protetor, da distância do operador à fonte e da duração do contato. Com a
observância das normas de segurança o equipamento pode ser usado sem riscos à
saúde.
Onde:
Im/I0 = razão do fluxo transmitido e o incidido
c, s, w = coeficientes de atenuação do recipiente, solo e água, respectivamente
= umidade do solo em g cm-3
c = densidade do recipiente
S' = espessura da parede do recipiente
b = densidade do solo
S = espessura da coluna de solo
89
7.2.5. Método TDR (Time Domain Reflectometry)
Ka = (c . t/2 . L)2
Onde:
Ka = constante dielétrica do solo
c = velocidade de propagação da onda eletromagnética no espaço livre (3 x 10 10
m/s)
t = tempo de viagem da onda
L = comprimento da haste metálica
e
Onde:
= umidade volumétrica (m3 m-3)
Com algumas vantagens deste método podemos citar (Pierce, 1991):
- Operação segura
- É possível fazer medições na superfície do solo
- Possibilita medições em qualquer condição de umidade, apresentando algum
problema quando o solo está muito seco ou próximo à saturação
90
- Permite medições no campo e no laboratório
- Fácil transporte (portátil), instalação e calibração
- Permite medições contínua
- Permite medições no sentido horizontal, vertical e inclinado
7.3. EXERCÍCIOS
2) O peso úmido de uma amostra de solo coletado no campo foi de 350 g e o peso
seco em estufa a 105 - 110 oC de 300 g. O volume do cilindro amostrador é de
250 cm3. Calcular a umidade gravimétrica e volumétrica.
91
CAPÍTULO 8 – MOVIMENTO DA ÁGUA EM UM SOLO SATURADO
H
Hpi L
Hpo
Coluna
de solo
Hi
Ho
Hgi Hgo
Nível de Referência
Q=KiA
Onde:
H = Hi - Ho
92
Hi = altura da entrada de água na coluna de solo em relação a um
referencial
Ho = altura da saída de água na coluna de solo em relação a um referencial
Se H = 0, não haverá movimento de água.
A redução da altura por unidade de distância, na direção do fluxo (H/L), é
denominado gradiente hidráulico, que é a força que conduz o líquido da coluna.
A vazão específica Q/A, é chamada de fluxo e é representada pela letra q.
Assim temos:
q = - K (dH/dx)
Na Figura 1, a água que entra na coluna está sob a pressão Pi, que é soma da
pressão hidrostática (Dw . g . Hpi) com a pressão atmosférica que atua sobre a
superfície da água. Como a pressão atmosférica é praticamente constante, pode-se
desconsiderá-la. Dessa maneira, a pressão da água na entrada é a pressão
hidrostática. Uma vez que Dw e g são praticamente constantes a pressão
hidrostática pode ser expressa em termos da altura de pressão Hpi.
O movimento de água em uma coluna horizontal ocorre em resposta ao
gradiente da altura de pressão. O movimento em uma coluna vertical pode ser
93
produzido tanto pela gravidade quanto pela altura de pressão. A altura gravitacional
(Hg) em qualquer ponto é determinada pela altura do ponto em relação a qualquer
plano de referência, ao passo que a altura de pressão é determinada pelo
comprimento da coluna d'água que se apoia sobre tal ponto.
A altura total (H) é constituída pela soma dessas duas alturas. Assim,
H = Hp + Hg
Hi = Hpi + Hgi
Ho = Hpo + Hgo
sendo portanto H = Hi - Ho
É conveniente situar o plano de referência na base da coluna vertical, de
modo que o potencial gravitacional seja sempre positivo. Já o potencial de pressão
corresponderá à altura da coluna d'água sobre o ponto e será também positivo.
A figura abaixo é uma coluna vertical de solo uniforme e saturado, cuja face
superior está sob a ação de uma coluna de água de altura constante H1 e cuja face
inferior está em contato com a água de um reservatório de nível constante. A água
se movimenta através da coluna de comprimento L do reservatório superior para o
inferior.
94
Água
H1
Z=L
Profundidade=
0
H S L
O
L
O
Profundidade=-L
Z=0 Ref. g+
dx: distância
L: profundidade. Não confundir com potencial gravitacional “L”
O sinal negativo indica que o fluxo (q) é para baixo. Se a H 1 for desprezível
o fluxo é igual à condutividade hidráulica saturada.
95
8.3.2. Movimento da água em uma coluna vertical de baixo para cima
A figura abaixo é uma coluna vertical de solo uniforme e saturado, cuja face
superior está sob a ação de uma coluna de água de altura constante H 1 e cuja face
inferior está em contato com a água de um reservatório de nível constante. A água
se movimenta através da coluna de comprimento L do reservatório superior para o
inferior.
H
Profundidade 0
Z=L
H1 S
O
L L H0
O
Z=0 Ref.
Profundidade -L
96
8.4. VELOCIDADE DO ESCOAMENTO E TORTUOSIDADE
K
Fluxo q
Solo Arenoso
Solo Argiloso
Gradiente Hidráulico H
x
97
As dimensões da condutividade hidráulica é a mesma do fluxo uma vez que
o gradiente hidráulico é adimensional. Seu valor para um solo arenoso varia de 10 -2
a 10-3 cm/seg enquanto para um solo argiloso seu valor varia de 10 -5 a 10-7 cm/seg.
A condutividade hidráulica depende da porosidade total do solo, da
distribuição dos poros e da tortuosidade, além da viscosidade e da densidade do
fluido que escoa.
98
NA
Onde:
K = condutividade hidráulica ou coeficiente de permeabilidade (cm/seg)
V = volume de água percolante no tempo t (cm3)
L = altura do corpo de prova (cm)
A = área transversal do corpo de prova (cm2)
99
h = h = altura da carga constante durante o ensaio (cm)
t = tempo decorrido para percolar o volume V (seg)
NA
(dh,t)
NA
ho
NA
SOLO L
100
a = área interna do tubo de carga (cm2)
h0, hf = altura da carga nos instantes inicial e final (cm)
Calculando a condutividade hidráulica a uma temperatura T oC, o mesmo
deve ser calculado a uma temperatura de 20 oC, através da relação:
K20 = KT (T/20)
Onde:
K20 = condutividade hidráulica a 20 oC
KT = condutividade hidráulica a T oC
T = viscosidade da água a T oC
20 = viscosidade da água a 20 oC
101
CAPÍTULO 9 - MOVIMENTO DA ÁGUA EM UM SOLO NÃO
SATURADO
102
A Lei de Darcy para os solos não saturados inclui o potencial mátrico do
solo em vez do potencial de pressão para a condição saturada, assim a
condutividade hidráulica depende da umidade do solo. Assim tem-se:
q = - Kw (dH/d x)
A altura total (H) é constituída pela soma dessas duas alturas. Assim,
H = Hm + Hg
H=0
H=-10 cm
K=Ks
H=-50 cm
H=-300 cm
Fluxo q
Gradiente de sucção
H/x
À medida que a sucção aumenta, cada vez um número maior de poros são
esvaziados, diminuindo, consequentemente, a condutibilidade hidráulica (figura
abaixo).
103
Solo Arenoso
Condutividade Hidráulica
Solo Argiloso
Sucção
104
K = Ks/[1 + (/c)m]
K=am
K = Ks Sm = Ks ( /f)m
Onde:
K = condutividade hidráulica não saturada
Ks = condutividade hidráulica saturada
a, b, m = constantes
= umidade volumétrica
= altura de sucção mátrica
c= altura de sucção quando K = Ks/2
S = grau de saturação
f = porosidade
9.3. DIFUSIVIDADE
105
9.4. EXERCÍCIOS
12 cm
água
A•
solo 15 cm
solo
B• Ref.
•
B
150 cm
SOLO
50 cm 50 cm
A Ref.
•
106
b)
•
100 cm •
50 cm
•A Solo B•
20 cm 50 cm
Nível de Referência
0
Prof. Solo (cm)
-5 • A
-10 10 cm
-15 • B
107
5) Se a condutividade hidráulica de um solo é igual a 1,5 x 10 -4 cm/s para uma
umidade volumétrica de 30% e a inclinação da curva característica de água do
solo igual a 10 cm/0,01, calcule a difusividade para esta umidade.
108
CAPÍTULO 10 - INFILTRAÇÃO DE ÁGUA NO SOLO
109
A infiltrabilidade do solo também chamada capacidade de infiltração é
definida como sendo o fluxo máximo que o solo pode absorver através de sua
superfície, quando a água é aplicada sob a pressão atmosférica.
110
à condutividade hidráulica saturada do solo, considerando-se a altura de água
acumulada na superfície do solo desprezível.
b) A intensidade da chuva é menor do que a infiltrabilidade inicial do solo e maior
que a infiltrabilidade final - neste caso o solo absorverá água em um regime
menor do que seria capaz e o fluxo de água no solo ocorrerá em condições de
não saturação. À medida que a infiltrabilidade diminui, a superfície do solo se
satura e dai em diante o fluxo de água passa a ser igual à condutividade
hidráulica saturada do solo.
c) A intensidade da chuva permanece sempre menor do que a infiltrabilidade - neste
caso o solo continuará a absorver a água tão rapidamente quanto for aplicada,
sem nunca atingir a saturação. Após um longo período de aplicação de água, os
gradientes de sucção se tornarão insignificantes e o perfil molhado atingirá uma
umidade para a qual a condutibilidade será igual ao regime de aplicação de
água.
Zona de saturação
Profundidade
Zona de
transmissão
Zona de
umedecimento
Frente de umedecimento
Como pode-se observar nesta figura existem quatro zonas: a zona saturada
próxima à superfície, a zona de transmissão de fluxo não saturado e de umidade
111
constante, a zona de umedecimento na qual a umidade decresce com a profundidade
e a frente de umedecimento onde a variação da umidade com a profundidade é tão
abrupta que aparenta uma descontinuidade entre o solo úmido acima e o solo seco
abaixo.
f0
F
fc f
Tempo
Portanto, tem-se:
t
F(t) = f(t) dt ou f(t) = dF(t)/dt
0
112
10.4.1. Equação de Horton
Uma das primeiras equações foi desenvolvida por Horton (1933, 1939), o
qual verificou que a infiltração inicia a uma certa velocidade (fo) e
exponencialmente decresce quando o tempo aumenta, até atingir uma velocidade
constante (fc), figura acima. Assim tem-se:
f(t) = fc + (fo - fc) e-at
Onde:
f(t) = velocidade de infiltração em um determinado tempo
fc = velocidade de infiltração constante
fo = velocidade de infiltração inicial
a = constante
t = tempo
113
Umidade Volumétrica
i s
114
F(t) = infiltração acumulada
t = tempo
115
Sucção na
Porosidade Condutividade
Classe de Porosidade frente de
efetiva hidráulica
Solo n molhamento
e K (cm/h)
(cm)
Areia 0,437 0,417 4,95 11,78
116
10.5. EXERCÍCIOS
117
CAPÍTULO 11 - REDISTRIBUIÇÃO E ARMAZENAMENTO DE ÁGUA
NO SOLO
118
11.1. DESCRIÇÃO DO PROCESSO DE REDISTRIBUIÇÃO
0
1
4
14
119
Saturação
Teor de água
Solo argiloso
Capacidade
de campo
Solo arenoso
1 2 3 4 5 6 7
Tempo pós-infiltração (dias)
n
A = i z
i=1
120
(cm3 cm-3)
i
z
z
Profundidade (cm) z
z
ou
n
A = (Área do retângulo + área do triângulo)
i=1
11.3. CAPACIDADE DE CAMPO
121
tentar minimizar estes questionamentos sobre a determinação da capacidade de
campo, deve-se levar em consideração que este valor é específico para um
determinado tipo de solo, a uma profundidade específica e com as condições de
evapotranspiração controlada.
Os solos a que este conceito mais se adaptam são os solos de textura grossa,
nos quais a condutividade hidráulica decresce rapidamente com a diminuição da
umidade do solo e o fluxo torna-se pequeno rapidamente. Em solos de textura
média e fina, o processo de redistribuição pode persistir de maneira apreciável por
vários dias ou até mesmo meses. Assim, a velocidade de saída da água de uma
camada de solo depende de sua textura, condutividade hidráulica e da composição e
estrutura do perfil do solo, pois a presença de uma camada limitante ao fluxo em
qualquer posição dentro do perfil retarda a saída de água de todas as camadas
acima. Portanto, torna-se claro que a capacidade de armazenamento de água de um
solo não está apenas relacionada ao tempo, mas também à composição textural,
seqüência das camadas de propriedades físicas distintas, etc.
Apesar de tudo, o conceito de capacidade de campo é considerado como um
critério prático e útil para se determinar o limite superior de retenção de água pelo
solo. Portanto, a capacidade de campo deve ser determinada no campo e o usuário
deve estar ciente de suas limitações. Assim, não existe um método de laboratório
capaz de reproduzir as condições de campo. Entretanto, têm-se usado os valores das
umidades retidas a 1/10 ou 1/3 atm, para representar a capacidade de campo
determinada no laboratório.
11.4. EXERCÍCIOS
122
(cm3 cm-3)
0 20 40 60 80 100%
argila areia
20
Profundidade (cm)
40
60
80
(cm3 cm-3)
20
Profundidade (cm)
40
t1
60 t2
t3
80
123
CAPÍTULO 12 - AERAÇÃO DO SOLO
124
o problema da compactação tem aumentado recentemente, contribuindo para que a
aeração passe a ser um dos fatores limitantes para se obter máxima produtividade.
125
No caso da difusão, a força responsável pelo movimento é devido a um
gradiente de concentração de qualquer constituinte da mistura gasosa que provoca a
migração das moléculas da zona de alta para a de baixa concentração, mesmo
quando o gás como um todo possa permanecer isobárico e estacionário.
Diversos fenômenos podem causar diferença de pressão entre o solo e a
atmosfera induzindo, portanto, fluxo por convecção para dentro ou para fora do
solo. Dentre estes fenômenos pode-se citar: variação na pressão atmosférica,
variação na temperatura, ventos sobre a superfície do solo, penetração de água no
solo durante a infiltração, flutuação do lençol freático, extração de água pelas raízes
das plantas, compactação e preparo do solo.
A maioria dos estudos tem mostrado que o fluxo de ar por difusão é mais
importante do que por convecção para a aeração do solo. Entretanto, recentes
evidências têm mostrado que o fluxo de gás por convecção, em certas
circunstâncias, contribui significativamente para a aeração do solo, particularmente
em profundidades rasas e em solos com poros grandes.
Em solos agregados, a difusão de gases ocorre rapidamente nos poros entre
os agregados, os quais rapidamente drenam após a chuva ou irrigação e formam
uma rede de poros contínuos cheios de ar. Por outro lado, os poros intra-agregados
podem permanecer quase saturados por longos períodos e, assim, restringirem a
aeração interna dos agregados. É comum observar que as raízes das plantas
geralmente estão confinadas nos poros grandes entre os agregados e raramente
penetram os agregados, talvez por causa dos poros serem pequenos e por causa de
sua resistência não permitindo a penetração das raízes ou por causa da aeração
restrita. Entretanto, os microorganismos penetram os agregados e pela sua demanda
de oxigênio afetam a aeração do solo como um todo. Assim, o centro dos agregados
pode estar na condição anaeróbica, enquanto os poros ao redor dele indica boa
aeração.
126
Currie (1961) concluiu que o raio máximo do agregado (r) para o centro o
qual o oxigênio pode alcançar é dado por:
r2 = 6 (D . C)/M
Onde:
D = coeficiente de difusão do oxigênio no agregado o qual depende do tamanho e
tortuosidade do poro cheio de água
C = concentração de oxigênio na água do lado de fora do agregado
M = velocidade de utilização do oxigênio
Já Greenwood (1975) estimou o raio máximo (R) sem estar anaeróbico o
centro do agregado pela expressão:
R = (6 . D. S . P)/M
Onde:
D = coeficiente de difusão do oxigênio na água de saturação do solo
S = solubilidade do oxigênio na água do solo
P = pressão parcial do lado de fora do agregado
M = velocidade de utilização do oxigênio
127
C = concentração
X = distância
dC/dX = gradiente de concentração
a) Buckingham (1904)
Ds/Do = k . fa2
b) Penmam (1940)
Ds/Do = 0,66 . fa
e) Marshall (1959)
Ds/Do = fa3/2
128
f) Millington (1959)
Ds/Do = (fa/f)2 . fa4/3
onde: f = porosidade total
g) Wesseling (1962)
Ds/Do = 0,90 . fa - 0,10
C6H12O6
Anaeróbica 2C2H5OH+2CO2+16000cal
129
12.4.3. Perda de compostos solúveis
130
Nestas plantas é capaz de ser suprido quase todo, se não todo, o oxigênio necessário
para as raízes e, certamente, fornece oxigênio para a rizosfera vizinha. Outra
modificação morfológica desenvolvida pelas plantas é o desenvolvimento de raízes
próximas à superfície do solo, onde a pressão de oxigênio é alta o que permite a
sobrevivência das plantas em condições anaeróbicas.
131
CAPÍTULO 13 - TEMPERATURA DO SOLO
13.1.1. Radiação
J = . . T4
Onde:
= emissividade
= constante de Stephan - Bolzmann
T = temperatura absoluta
13.1.2. Convecção
132
13.1.3. Condução
133
usada para a condição de temperatura e fluxo permanecerem constantes com o
tempo.
134
O quadro abaixo apresenta alguns valores da densidade (), da capacidade
térmica (C) e da condutividade hidráulica (K) de alguns componentes do solo.
135
13.4. REGIME TÉRMICO DO SOLO
136
A figura abaixo apresenta um exemplo da variação da temperatura do solo
para diferentes profundidades. Observe as mudanças na amplitude, período e
deslocamentos das curvas em relação ao eixo da temperatura.
30
0 cm
10 cm
25
Temperatura (oC)
20 cm
30 cm
40 cm
20
15
10
12 () 24 (2) 36
Tempo (h)
137
A damping depth (d) pode ser calculada pelas expressões:
d = (2 . K/c . w) ou d = (2 . Dh/w )1/2
Onde:
K = condutividade térmica
c = calor específico
w = freqüência radial
Dh = difusividade térmica
Dh = K/cs . s ou Dh = K/Cv
Onde:
Cv = capacidade térmica volumétrica
138
13.5. MEDIÇÃO DA TEMPERATURA DO SOLO
13.7. EXERCÍCIOS
139
3) Considerando que o modelo que descreve a variação da temperatura no solo
pode ser definido em uma forma bem simplificada como T = a + b sen (c .t + d),
discutir detalhadamente o efeito dos parâmetros a, b, c, e d na curva gerada pela
função. Mostre graficamente o efeito da variação de tais parâmetros.
4) A temperatura máxima diária na superfície do solo é igual a 40 oC e a mínima
10oC. Assumindo que a variação da temperatura é representada por uma senóide,
que a temperatura média é igual em todo perfil, que a temperatura média do
perfil é igual às 6 e às 18 horas, que a damping deph é igual a 10 cm, calcule a
temperatura às 12 e 24 horas para as profundidades 0, 5, 10 e 20 cm. Interprete
os resultados.
140
14. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
141
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