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GESTÃO FINANCEIRA

EVOLUÇÃO DA GESTÃO
FINANCEIRA PÚBLICA

FEG – UL, 2023


❖ A actividade financeira do Estado
consiste na realização de despesas e
arrecadação de receitas, tendo em
vista a satisfação das necessidades
colectivas ou públicas previstas na
Constituição da República (Santos,
1998).
❖ A gestão financeira pública traduz-se na
gestão orçamental, com enfoque nos
pagamentos e recebimentos.
CONT.
BASE DE CAIXA PARA ACCRUAL
ACCOUNTING
❖ As insuficiências que a contabilidade
pública apresentava face às novas
exigências são em parte colmatadas
com a mudança do sistema
contabilístico.
❖ A nova contabilidade pública passa a
ser organizada em dois tipos de
contabilidade, a de caixa e o Accrual
Accounting.
CONT.
❖ Em causa está a introdução de um
sistema baseado no princípio do
acréscimo.

❖ Isto é, os rendimentos e os gastos são


reconhecidos quando obtidos ou
incorridos, independentemente do seu
recebimento ou pagamento, devendo
incluir-se nas demonstrações financeiras
dos períodos a que respeitem.
CONT.
❖ O princípio da especialização permite a
obtenção de informação relevante para a
tomada de decisões, bem como o
conhecimento da situação patrimonial e
posição económico-financeira das entidades.

❖ O sistema de contabilidade pública tem hoje


em dia necessidade de ser pensado como um
instrumento indispensável ao planeamento
económico, como medida de avaliação do
desempenho, a fim de ser possível a
determinação de responsabilidades.
CONT.
❖ O fim último da contabilidade pública é
proporcionar de uma forma oportuna a
informação financeira que é requerida
pelos governantes para ajudá-los nas
decisões a tomar ou a prosseguir.
O PLANO DE CONTABILIDADE
PÚBLICA
❖ Do ponto de vista contabilístico, a
normalização significa definir um conjunto
de princípios e critérios que devem ser
uniformemente seguidos pelas diversas
organizações económicas.

❖ São critérios relativamente à terminologia,


ao âmbito e movimentação de contas, às
regras de valorimetria do património, às
regras de apuramento dos resultados e às
regras de apresentação dos documentos.
CONT.
❖ A normalização contabilística consiste
no emprego dos modelos contabilísticos
estandardizados para um conjunto de
unidades económicas.

❖ A normalização da Contabilidade
Pública, embora paralela à do sector
privado, surgiu com um considerável
atraso.
CONT.
❖ Caracterizada outrora pelo sistema
contabilístico de registo unigráfico, a
contabilidade privilegiava a
conformidade legal e o controlo
orçamental, tendo como principal
objectivo o registo de fluxos de caixa.
❖ Ou seja, só eram considerados os
recebimentos e pagamentos, ou de
uma outra forma, os registos de entradas
e saídas de tesouraria.
REFORMAS DA GESTÃO PÚBLICA
NO ÂMBITO DA NPM
❖ Após a independência de Moçambique
em 1975, o novo governo adotou uma
política de mudança social radical, com
uma abordagem de comando e controlo
da gestão económica e um vasto
programa de nacionalização.

❖ Em meados da década de 1980, o país


estava falido e o governo recorreu ao FMI
e ao BM para ajudar a transformá-la numa
economia de mercado (Cruz et al., 2021;
Horton, 2010).
CONT.
❖ Desde o primeiro programa de
ajustamento estrutural em 1987, o país
tornou-se uma montra dos benefícios de
crescimento e redução da pobreza, com a
implementação de uma série de reformas
sob a orientação do BM e o FMI.
❖ As reformas da gestão pública no âmbito
da New Public Management (NPM) em
Moçambique, tiveram o seu estágio inicial
logo após o conflito armado, em 1992.
CONT.
❖ Foi somente após as eleições de 1994 em
diante – marcando o início do segundo
subperíodo – que as reformas da Gestão
Financeira Pública (GFP) puderam avançar de
forma mais sistemática, coerente e integrada
(Cruz et al., 2021).

❖ Nessa altura, o governo precisava de


desenvolver uma estratégia para uma gestão
pública mais eficiente, e, os departamentos
do Estado no geral teriam de ser
reestruturados e o seu pessoal formado.
CONT.
❖ Concretamente, a reforma da
contabilidade e GFP em Moçambique
teve início em 1997, quando o governo,
com o apoio do BM e de outros doadores,
iniciou uma estratégia global de reforma
da gestão das despesas.
❖ Os seus objetivos centrais eram os seguintes:
aumentar a cobertura e a transparência do
processo de gestão da despesa pública; assegurar
a eficiência e a eficácia dos programas de
despesa pública para apoiar os objetivos políticos;
e garantir a sustentabilidade fiscal a longo prazo
dos programas orçamentais (Horton, 2010).
CONT.
❖ Mais tarde, a partir de 2001, o governo
empreendeu um programa de reforma do
setor público que inclui uma lei de gestão
financeira, um sistema de classificação
orçamental para controlar as despesas e o
Sistema de Administração Financeira do
Estado (SISTAFE).
❖ A melhoria da contabilidade e da GFP
enquadra-se nessa agenda, embora esteja
a progredir a um ritmo mais lento do que o
esperado (De Renzio, 2007)
CONT.
❖ Estas reformas são o resultado de dois
diplomas legislativos fundamentais: a Lei de
Enquadramento Orçamental de 1997 e a
Lei do SISTAFE de 2002.

❖ Também em 2002, o Governo de


Moçambique iniciou um esforço para
adotar um sistema (eletrónico) de gestão e
informação financeira abrangente e
integrado em todo o governo,
denominado Sistema Informático do
SISTAFE (e-SISTAFE).
CONT.
❖ Embora tenham sido desenvolvidas ações para a
introdução da Contabilidade Patrimonial, os
desafios, as dificuldades e os custos associados à
introdução desta reforma, tão profunda, neste
quinquénio, levou o Governo, em conjunto com os
parceiros, a adiar esta opção dando prioridade á
consolidação do existente e á introdução de
algumas informações adicionais no sistema atual,
nomeadamente, a elaboração dos
demonstrativos contabilísticos e registo de
informações contabilísticas relevantes (MEF, 2021).
CONT.
❖ Com vista a criar condições para a implantação
do SISTAFE nos Municípios foi concebido o Modelo
Conceptual do SISTAFE para a gestão Autárquica
em 2014, tendo a decisão sido a de avançar com
a implantação do SISTAFE, o que levou a
elaboração do calendário para sua implantação
e o estudo técnico para as adaptações
requeridas para a sua implantação, em março de
2015 (MEF, 2021).

❖ Esta atividade está a sofrer alguns


constrangimentos financeiros para
contratação dos recursos humanos para dar
continuidade ao trabalho.
O SISTEMA DE ADMINISTRAÇÃO
FINANCEIRA EM MOÇAMBIQUE
❖ Moçambique é um país com um elevado nível
de risco fiduciário, devido mais à fraqueza do
seu sistema de GFP do que à corrupção
deliberada ou à má utilização grosseira de
fundos.

❖ Existem preocupações quanto à eficácia dos fluxos de


ajuda não afetados que entram num orçamento de
natureza incremental, dissociado dos resultados
quantificados, apresenta poucas melhorias na
eficiência operacional ao longo do tempo, depende
de práticas de contratação vulneráveis e não
transparentes e continua a ser um indicador ineficaz da
forma como o dinheiro é gasto e atribuído (Batley et
al., 2006).
CONT.
❖ A avaliação da responsabilidade financeira
do país e a análise da despesa pública de
2001 concluíram que o risco de desperdício,
desvio e utilização indevida de fundos em
Moçambique era elevado (Horton, 2010;
Makina & Mago, 2016).

❖ Os relatórios de contabilidade pública e de


execução orçamental não comunicaram
adequadamente as «receitas próprias»
ministeriais e as despesas financiadas pelos
doadores – um problema salientado durante o
período dos empréstimos de ajustamento
estrutural (Horton, 2010).
CONT.
❖ A gestão de tesouraria era ineficiente e
pouco transparente devido às muitas
contas não controladas.

❖ A auditoria interna foi ineficaz devido à


falta de capacidade e de financiamento.

❖ A auditoria externa e o controlo


parlamentar foram fracos.
OBRIGADO PELO TEMPO DISPENSADO.
FIM.

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