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ESTRADAS

ESCOLHA DO TRAÇADO

Prof. Lucas Lauer Verdade

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O que é uma estrada?

 É uma estrutura tridimensional que liga dois


pontos
Dois pontos?

“no meio do caminho” há uma série de fatores condicionantes que devem ser considerados.

3/53
Dois pontos?

Harmonizar um projeto viário e o ambiente a fim de atender às necessidades da comunidade


e, se possível, ao menor custo.

4/53
Como escolher um traçado?
 Teoricamente

 A partir de suas características técnicas e, se


possível, baixo custo

 Praticamente

 O conceito é simples... MAS essa harmonização


é muito trabalhosa
Considerações Gerais

Traçado de uma estrada:


 Necessidade ou conveniência da ligação entre dois locais;

 Caminho mais curto (linha reta) que une dois locais raramente
poderá ser tomada como eixo de ligação  devido à uma série de
condicionamentos existentes na área;
 Na engenharia  não basta pensar na ligação pura e simples
entre dois pontos, sendo necessário também que esta ligação seja
feita de forma a atender melhor aos interesses da comunidade
com menor custo possível.

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Considerações Gerais

Traçado de uma estrada:


 É preciso que haja um balanço entre o custo total da obra
(projetos, construção, desapropriações) e os benefícios diretos e
indiretos advindos da implantação da obra;
 A oportunidade de construir uma estrada em uma determinada
época deve começar por um planejamento geral dos transportes
que analisa as necessidades e características da região (plano
viário).
 Estrada  tridimensional devendo se ajustar de forma
harmônica à topografia da região. O projeto deve alterar a
topografia se possível sem agredi-la.

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Considerações Gerais

BOM PROJETO Baixo


Baixo
Baixo
Baixo custo
custo
custo
custo

Necessidades de Harmonia
Harmonia
Harmonia
Harmonia comcom
com
com aaa
a região
tráfego região
região
região atravessada
atravessada
atravessada
atravessada

Bom traçado Bom perfil

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Considerações Gerais

As características básicas da estrada (capacidade de tráfego,


número de pistas e faixas de tráfego, velocidade de projeto) devem
ser objeto de análise prévia de necessidade, benefícios e custos. A
escolha destas características deve também considerar possíveis
variações de volume ou mesmo de características que o tráfego
possa sofrer durante a vida útil da estrada.

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Fatores que Influenciam o traçado de
uma estrada
 Na escolha do local por onde passará a estrada todos os fatores
que possam influir no custo ou nas características do projeto
deverão ser avaliados e balanceados para que se possa conseguir
um local adequado à construção de uma estrada de boas
características técnicas e de baixo custo.
 A variedade de fatores a serem analisados é muito grande o que
torna muito difícil maximizar condições técnicas e minimizar
custos.

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CONDICIONANTES
 Topografia
 Geologia e geotecnia
 Hidrologia e hidrografia
 Desapropriações
 Interferências no ecossistema
 Pontos obrigados de passagem

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Fatores que Influenciam o traçado de
uma estrada
Topografia:
 É o fator predominante para a escolha da localização da estrada;

 O movimento de terra (terraplenagem) que representa parcela


significativa no custo total de construção depende da topografia
do local atravessado;
 O projeto tem parâmetros mínimos que devem ser respeitados
(curvas e rampas), sendo assim uma região topograficamente
desfavorável pode levar a grandes cortes e aterros, de elevado
custo ou até necessidade de obras civis caras (túneis e viadutos).

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TOPOGRAFIA
 Relevo plano
 Menor dificuldade na escolha do traçado
 Pequeno movimento de terra

 Menor custo de terraplanagem

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TOPOGRAFIA
 Relevo ondulado
 Razoável dificuldade na escolha do traçado
 Razoável movimento de terra
 Custo de terraplanagem maior que terrenos
planos, porém menor que terrenos montanhosos

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TOPOGRAFIA
 Relevo montanhoso
 Grandes dificuldades na escolha de traçado
 Grandes movimentos de terra
 Escavações em rochas
 Necessidade de construção de obras de arte
 Elevados custos de construção

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FATORES INFLUENTES NA
ESCOLHA DO TRAÇADO
 Topografia

Movimento
Terreno Característica topográfica Obras civis
de terra

Plano Suave Pequeno Não


Inclinações não muito fortes
Ondulado Médio Talvez
e/ou escarpas

Mudanças significativas nas


Montanhoso Grande Sim
elevações do terreno
GEOLOGIA E GEOTECNIA
As características do solo dos locais por onde passará a
estrada também são importantes – evitar solos moles;
 A dureza do material a ser escavado pode exigir técnicas
especiais de escavação gerando custos adicionais –
perfuração em rochas;
 Cortes que atingem o lençol freático geram obras
adicionais de drenagem;
 Problemas de estabilidade de taludes podem exigir obras
de custo elevado (estabilização de aterros sobre solos moles,
contenção de taludes).
Locais com condições geotécnicas desfavoráveis devem ser
evitados sempre que possível.
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FATORES INFLUENTES NA
ESCOLHA DO TRAÇADO
 Condições geológicas e geotécnicas
Aterros sobre solos
moles ($$$$)

Lençol freático

Estabilidade de
taludes

Cada tipo de material exige uma técnica específica de


manipulação (categorias diferentes)
HIDROLOGIA E
HIDROGRAFIA
O traçado deve ser escolhido de forma a reduzir ao
mínimo travessias de rios e córregos de forma a
minimizar o número de obras como pontes e
galerias;
 Quando as travessias são inevitáveis é importante
escolher locais e posições favoráveis (o mais
perpendicular possível) a fim de reduzir o tamanho
das obras civis necessárias e evitar obras de
retificação dos rios ou córregos atravessados.

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FATORES INFLUENTES NA
ESCOLHA DO TRAÇADO
 Hidrologia
 A travessia de rios e córregos devem também ser
evitadas para reduzir custos envolvidos nas
construções de pontes e galerias
DESAPROPRIAÇÃO
A existência de benfeitorias nos locais escolhidos
para a estrada aumentam os custos das
desapropriações.
 Construções, loteamentos, etc., devem ser evitados
sempre que possível.

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INTERFERÊNCIAS NO
ECOSSITEMA
 Vegetação, nascente, fauna
A estrada devido a suas dimensões (grande extensão e pequena
largura) é geralmente um agente agressivo ao meio ambiente. Por
onde passa divide a região em duas áreas isoladas entre si. Em
regiões onde a preservação do meio ambiente é relevante deve-se
sempre procurar traçados alternativos que evitem o problema;
 O projetista deve ter em mente que a construção da estrada exige
a derrubada da vegetação e que a execução de cortes e aterros altos
podem acarretar danos ao ecossistema local;
Um traçado alternativo que não represente a melhor solução
técnica pode beneficiar a região atravessada pela estrada dando
uma nova opção que melhor atenda aos interesses locais.

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FATORES INFLUENTES NA
ESCOLHA DO TRAÇADO
 Impactos ao meio ambiente
 Diante do inevitável impacto que pode ser
associado à construção de uma estrada, deve-se
sempre que possível buscar traçados alternativos
que reduzam o dano.
Esquema de matriz de comparação de EIA
INTERFERÊNCIA Traçado 1 Traçado 2
Geomorfologia e relevo natural Favorável Desfavorável
Drenagens Desfavorável Favorável
Vegetação Favorável Desfavorável
Uso do solo Favorável Desfavorável
Tráfego local Desfavorável Favorável
PONTOS OBRIGADOS DE
PASSAGEM
 Cidades intermediárias
 Ligar rodovias existentes

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ACIDENTES GEOGRÁFICOS
GARGANTA

CACHOEIRA 25
ACIDENTES GEOGRÁFICOS
 Vale: é uma superfície côncava, formada por
duas vertentes
 Grota: é um vale apertado, profundo e pouco
extenso
 Desfiladeiro: É uma passagem estreita entre
duas montanhas, entre uma montanha e um
curso d’água ou entre uma montanha e o
mar
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ACIDENTES GEOGRÁFICOS
 Vale

27
ACIDENTES GEOGRÁFICOS
 Desfiladeiro

28
ACIDENTES GEOGRÁFICOS
 Montanha: é uma elevação considerável da
crosta terrestre
 Cordilheira ou cadeia de montanhas: é uma
sucessão de montanhas ligadas todas entre
si. Quando se estuda um traçado ao longo
de uma montanha é necessário sempre saber
se ela é isolada ou ligada a outra, formando
uma cordilheira

29
ACIDENTES GEOGRÁFICOS
 Cordilheira

30
ACIDENTES GEOGRÁFICOS
 Cume ou ponto culminante: é o ponto mais
alto de uma montanha ou cadeia de
montanhas. É um acidente que é sempre
evitado num traçado

31
ACIDENTES GEOGRÁFICOS
 Cumeada ou linha de cumeada: é a linha
formada pelos pontos mais altos da
montanha ou cordilheira, no sentido
longitudinal
 Serra: é a denominação genérica de todo
terreno acidentado, quer se trate de
montanha ou seus contrafortes acidentados

32
ACIDENTES GEOGRÁFICOS
 Serra

33
ACIDENTES GEOGRÁFICOS
 Contraforte: é uma ramificação mais ou
menos elevada de uma montanha ou
cordilheira, em direção transversal à mesma.
É um acidente importante num traçado de
estrada, pois muitas vezes é por ele que o
traçado galga a montanha

34
ACIDENTES GEOGRÁFICOS
 Espigão: é um contraforte secundário que se
liga ao contraforte principal, do mesmo
modo como este se liga à cordilheira. Este
acidente é, muitas vezes, um obstáculo em
um traçado de estradas, obrigando a
grandes cortes ou mesmo a túneis nas
estradas que sobem pelo contraforte

35
ACIDENTES GEOGRÁFICOS
 Garganta ou colo: é uma depressão
acentuada da linha de cumeada de uma
montanha ou cordilheira

36
ACIDENTES GEOGRÁFICOS
 Assentada: é uma área quase plana em zona
montanhosa. Muitas vezes as assentadas
existentes em um contraforte ou no fundo de
um vale são utilizadas para se fazer a
mudança de sentido nos traçados das
estradas

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ACIDENTES GEOGRÁFICOS
 Assentada

38
ACIDENTES GEOGRÁFICOS
 Encostas, flancos ou vertentes de uma
montanha: são as rampas que vão da linha
de cumeada até a base da montanha; são as
superfícies laterais inclinadas das
montanhas. A uma encosta escarpada dá-se
o nome de despenhadeiro, ribanceira ou
perambeira.

39
ACIDENTES GEOGRÁFICOS
 Encostas

40
ACIDENTES GEOGRÁFICOS
 Encostas

41
ACIDENTES GEOGRÁFICOS
 Morros: são elevações limitadas, íngremes,
mas terrosas
 Colina ou outeiro: é um morro achatado
 Planalto ou chapadão: é uma região mais ou
menos plana e horizontal no conjunto,
situada a grande altura

42
ACIDENTES GEOGRÁFICOS
 Talvegue: é a linha formada pelos pontos
mais profundos de um curso d’água. Num
vale seco o talvegue é a linha do fundo do
vale

43
ACIDENTES GEOGRÁFICOS
 Talvegue

44
ACIDENTES GEOGRÁFICOS
 Divisor de águas: é a parte mais saliente do
terreno, que separa as águas pluviais que
correm para uma certa bacia, também
denominado linha das vertentes. O divisor
de águas pode ter formas variadas, podendo
ser uma crista quando o divisor for estreito,
e dorso se for arredondado. Os traçados
rodoviários percorrem, muitas vezes, essas
lombadas
45
Escolha do traçado

BOM TRAÇADO
X
CUSTO MÍNIMO

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ESTUDO DE TRAÇADOS
 Em geral, a solução para ligar dois pontos
através de uma estrada consiste em seguir a
diretriz geral se não houvesse nenhum
obstáculo ou ponto que forçasse a desviar a
estrada de sua trajetória original

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ESTUDO DE TRAÇADOS
 Diretriz geral:
 É definida como sendo a reta que liga os pontos
extremos do traçado
 Os pontos extremos do traçado são geralmente
pré-determinados levando em conta a situação
da nova estrada no contexto geral da região
 Os pontos extremos são definidos pelo
planejamento (pontos obrigados de condição)

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PONTOS OBRIGADOS DE
CONDIÇÃO E PASSAGEM
 Condição: pontos de passagens obrigatórios do
traçado, condicionados ao projetista pelo
Planejamento. Ex.: pontos extremos da via de
ligação entre cidades A e B

 Passagem: são pontos em que a diretriz geral foi


obrigado a desviar dos obstáculos encontrados ao
longo do percurso. Ex.: garganta, rios, solos moles,
etc.

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PONTOS OBRIGADOS DE
CONDIÇÃO E PASSAGEM

E F
C

B
A D

Ponto C: desvio da grota


Ponto D: desvio do morro
Ponto E: evita cortar o rio duas vezes
Ponto F: desvio da benfeitoria
50
CASOS BÁSICOS DE
TRAÇADO
 Primeiro: pontos situados na mesma bacia
hidrográfica
 Segundo: pontos situados em bacias
hidrográficas diferentes

51
CASOS BÁSICOS DE
TRAÇADO
 Pontos situados na mesma bacia:
 Os dois pontos acham-se situados no fundo do
mesmo vale:
 Se os pontos estão situados na mesma margem do
rio, a ligação destes pontos é feita diretamente,
bastando apenas verificar se esta linha pode ou não
ser contornada por meio de curvas de raios
apropriados

52
CASOS BÁSICOS DE
TRAÇADO

A B

53
CASOS BÁSICOS DE
TRAÇADO
 Pontos situados na mesma bacia:
 Os dois pontos acham-se situados no fundo do
mesmo vale:
 Se os pontos estão situados na mesma margem do
rio, a ligação destes pontos é feita diretamente,
bastando apenas verificar se esta linha pode ou não
ser contornada por meio de curva de raios Rc
apropriados
 Se os pontos se encontrarem em margens opostas ao
talvegue, a questão é escolher o local mais
apropriado onde o traçado atravessará o curso d’água
54
CASOS BÁSICOS DE
TRAÇADO

55
CASOS BÁSICOS DE
TRAÇADO
 Pontos situados na mesma bacia:
 Os dois pontos estão situados um no fundo e o
outro numa das vertentes:
 um caso já visto anteriormente;
 o outro como mostra a figura seguinte:

56
CASOS BÁSICOS DE
TRAÇADO

57
CASOS BÁSICOS DE
TRAÇADO
 Para ligar A com B, seguir exemplo anterior
 para ligar pontos B e C deve-se fazer um
estudo de declividade do terreno:

58
CASOS BÁSICOS DE
TRAÇADO
 1ª hipótese: Se i = H/D < imáx, temos 3
soluções:

1ª Solução
C
H
B
D

59
CASOS BÁSICOS DE
TRAÇADO
 1ª hipótese: Se i = H/D < imáx, temos 3
soluções:

1ª Solução 2ª Solução
C C
imáx
H H
B B
D D

imáx = inclinação máxima dentro do limite permitido pela


norma 60
CASOS BÁSICOS DE
TRAÇADO
 1ª hipótese: Se i = H/D < imáx, temos 3
soluções:
imáx C
3ª Solução H
B
D

Consiste em lançar o traçado a uma altura superior à a


enchente máxima, prosseguir, aproximadamente com
essa altura a uma distância de C e, posteriormente, atingi-
lo com uma declividade máxima 61
CASOS BÁSICOS DE
TRAÇADO
 2ª hipótese: se H/D > imáx

1ª Solução: Desenvolvimento dentro do vale principal

62
CASOS BÁSICOS DE
TRAÇADO

A
63
CASOS BÁSICOS DE
TRAÇADO
 2ª hipótese: se H/D > imáx

1ª Solução: Desenvolvimento em ziguezague

B
64
CASOS BÁSICOS DE
TRAÇADO
Desenvolvimento em ziguezague

65
CASOS BÁSICOS DE
TRAÇADO
Desenvolvimento em ziguezague

66
CASOS BÁSICOS DE
TRAÇADO
 Pontos situados em bacias diferentes:
 Caso de transposição de gargantas
B

67
CASOS BÁSICOS DE
TRAÇADO
 Pontos situados em bacias diferentes:
 Caso de transposição de gargantas

68
CASOS BÁSICOS DE
TRAÇADO
 Soluções:
 a) Se H/L< imáx: não há necessidade de cortar e
nem mesmo de desenvolver o traçado
 b) se H/L > imáx: nesse caso é preciso verificar:
 b.1) se (H-2h)/L< imáx: caso em que, cortando em B
e aterrando em A, não haverá necessidade de
desenvolver o traçado
 b.2) Se (H-2h)/L > imáx: neste caso a solução apenas
será possível com o desenvolvimento do traçado

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CASOS BÁSICOS DE
TRAÇADO
 Traçado de espigão:

 Declividade longitudinal favorável


 Terreno seco

 Baixos gastos com drenagem 70


 Traçado espigão: desenvolve-se ao longo de um espigão e, por
isso, tem a vantagem de reduzir custos de drenagem, por se
tratar de travessias em terrenos secos, além disso possui
declividade longitudinal favorável
CASOS BÁSICOS DE
TRAÇADO
 Traçado de vale:

 Declividade longitudinal favorável


 Nível d’água

 Maiores gastos com drenagem 72


 Traçado de vale: desenvolve-se acompanhando rios ou
córregos, atravessa regiões de topografia muito favorável,
sendo preferido no projeto de ferrovias em virtude dos
baixos valores de rampa requeridos. Porém, custos maiores
com obras de drenagem
 Traçado de meia encosta ou tranversal a espigões e vales:
normalmente atravessam regiões com topografia
desfavorável, além de transpor córregos ou talvegues
Recomendações para projeto
 Coordenação de curvas horizontais e verticais
 Iniciar a curva horizontal antes da vertical

74 O traçado de uma estrada


75
Defeitos nos traçados
 Dobra ótica

76 O traçado de uma estrada


Defeitos nos traçados
 Dobra ótica

77 O traçado de uma estrada


Defeitos nos traçados
 Mergulho em tangente

 Mergulho em curva

78 O traçado de uma estrada


Defeitos nos traçados
 Abaulamentos (tobogã)

79 O traçado de uma estrada


Defeitos nos traçados
 Ondulações na curva

80 O traçado de uma estrada


Defeitos nos traçados

81 O traçado de uma estrada


Defeitos nos traçados

82 O traçado de uma estrada


Defeitos nos traçados
 Início da curva horizontal na área convexa

83 O traçado de uma estrada


RECOMENDAÇÕES
 Definir a melhor direção a ser seguida pelo traçado
da estrada, isto é, orientar dentro do possível, a
melhor diretriz para o lançamento da linha de
ensaio, de modo que o futuro eixo seja localizado
próximo dela
 Escolher os pontos obrigados do traçado,
principalmente, os relativos às travessias das
gargantas e dos curso d’água
 Evitar o uso de rampa máxima para não
comprometer o nível de serviço
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RECOMENDAÇÕES
 Evitar ou minimizar cortes de rocha pois
encarecem o custo
 Definir o eixo da rodovia de modo a minimizar o
custo de desapropriação
 Definir o eixo da via de modo a minimizar volumes
de cortes e de aterro, para tanto, seguir as curvas de
nível sempre que possível
 Evitar traçar o eixo da via transversalmente às
curvas de nível muito próximas para evitar o efeito
tobogã 85
EXEMPLOS

86
EXEMPLOS

87
EXEMPLOS

88
Fases da elaboração de um projeto
viário
 Projeto preliminar
 Define possíveis diretrizes da via, determina se as
alternativas indicadas são viáveis (fisicamente) ao
tráfego, indica soluções para estudos posteriores,
estima custos para avaliação econômica e financeira

Como se faz isso?

Avalia-se se dados topográficos, geológico geotécnicos, climáticos, fluviométricos, etc. das


alternativas de traçado, obedecem aos critérios estabelecidos.
Observa-se se a nova via está integrada ao restante do sistema viário e sua operacão
(interseções, ramos, OAE, número de faixas, VDM e VDMm)
Fases da elaboração de um projeto
viário
 Projeto básico ou Anteprojeto
 Estuda as alternativas de traçado julgadas
convenientes no projeto preliminar (em geral duas)
e seleciona o traçado mais adequado técnica e
economicamente
 Além disso, determina, com maior precisão, os
quantitativos e o orçamento da obra para futura
licitação.
Fases da elaboração de um projeto
viário
 Projeto final ou Executivo
 Detalhamento da alternativa selecionada,
produção de plantas, desenhos e notas de
serviço que permitam a construção da via.
Escalas convenientes de cada fase de projeto
Preliminar: 1:50.000, 1:20.000

Anteprojeto: 1:10.000, 1:5.000 (rural)


1:2.000, 1:1.000 (urbano)

Executivo: 1:2.000, 1:1.000 (rural)


1:500 (urbano)
PRINCIPAIS PROJETOS
RODOVIÁRIOS
 Projeto de Desapropriação
 Fornecer os elementos necessários à execução do
processo administrativo de indenização por
desapropriação das áreas necessárias à implantação do
projeto de engenharia rodoviária.
PRINCIPAIS PROJETOS
RODOVIÁRIOS
 Projeto Geométrico
 É o processo de correlacionar os elementos físicos
da estrada com as características
 operação
 frenagem
 aceleração
 condições de segurança e conforto

 Fases
 reconhecimento ou anteprojeto
 exploração ou projeto
 locação ou projeto definitivo
PRINCIPAIS PROJETOS
RODOVIÁRIOS
 Projeto de Terraplanagem
 Avaliação das alternativas de movimentação dos
volumes de terra
 Determinação dos possíveis locais de empréstimo

 Elaboração de procedimentos com vista à proteção do


meio ambiente
PRINCIPAIS PROJETOS
RODOVIÁRIOS
 Projeto de
Pavimentação
 Dimensionamento estrutural do
pavimento (espessura e tipos de
material)
PRINCIPAIS PROJETOS
RODOVIÁRIOS
 Projeto de Drenagem
 Dispositivos de drenagem

 drenagem superficial

 drenagem do pavimento

 drenagem profunda ou subterrânea

 drenagem de transposição de talvegues


PRINCIPAIS PROJETOS
RODOVIÁRIOS
 Projeto de Obras de Arte Especiais
PRINCIPAIS PROJETOS
RODOVIÁRIOS
 Projeto de Sinalização
Atividades para elaboração de um
projeto rodoviário
• Estudos: sócio-econômico, de tráfego, viabilidade técnico-
econômica, ambientais, geológicos e geotécnicos, topográficos e
hidrológicos

• Projetos: geométrico de interseções, retornos e acessos, de


terraplenagem, de drenagem, de pavimentação, de OAE, de
sinalização, de paisagismo, de elementos de segurança, de
desapropriação, de relocação de serviços públicos, de cercas e
muros, de instalações para operação da via

• Plano de execução, orçamento de obra e documentos para


concorrência
ELABORAÇÃO DE UM PROJETO
RODOVIÁRIO
 Estudos Sócio-Econômicos

 definição do zoneamento de tráfego a ser adotado nos


estudos
 análise da situação existente (população; frota de veículos;
atividades econômicas; produtividade; mercados)
 análise preliminar do potencial econômico da região e das
alternativas dos traçados e características funcionais para a
rodovia
 definição dos parâmetros a utilizar nas projeções de tráfego
 definição das hipóteses a adotar na quantificação dos
benefícios
ELABORAÇÃO DE UM PROJETO
RODOVIÁRIO
 Estudo de tráfego
 avaliar o comportamento do
tráfego da rodovia ao longo do
seu período da vida útil
 conhecer o número de veículos
que circula por uma via em um
determinado período
 estabelecer prognósticos das
necessidades de circulação no
futuro

 Manual de Estudo de Tráfego


(DNIT – IPR 723)
ELABORAÇÃO DE UM PROJETO
RODOVIÁRIO
 Estudo de Viabilidade Técnico-Econômica

 Avalia os benefícios sociais e econômicos

 Verifica se os benefícios estimados superam os


custos com os projetos e execução
ELABORAÇÃO DE UM PROJETO
RODOVIÁRIO
 Estudos Ambientais

 Caracterizar a situação ambiental da área de


influência antes da implantação do
empreendimento
 Analise dos possíveis impactos ambientais

 Proposição de medidas para evitar ou mitigar


problemas ambientais
ELABORAÇÃO DE UM PROJETO
RODOVIÁRIO
 Estudos Geológico/Geotécnico
 Mapeamento e descrição geológica da região;
 Estudo do subleito
 Estudo das áreas de empréstimo para
terraplanagem
 Estudo de ocorrências de materiais para
pavimentação
 Sondagens para obras de arte
 Estudo de fundações de aterros
 Estudos de estabilidade de taludes
ELABORAÇÃO DE UM PROJETO
RODOVIÁRIO
 Estudo/Levantamento Topográfico
 Elaboração de um modelo digital do terreno que
permita a definição da geometria do traçado
selecionado
ELABORAÇÃO DE UM PROJETO
RODOVIÁRIO
 Estudos Hidrológicos
 Coleta de dados hidrológicos para o
dimensionamento dos dispositivos capazes de
conduzir satisfatoriamente as vazões afluentes
Atividades para elaboração de um
projeto ferroviário

Todos as
atividades para
projeto rodoviário

Projeto
ferroviário

Estudo operacional e Projetos de


pátios, terminais, cruzamentos e
travessias, de superestrutura de via
permanente, de sistema de tração
elétrica, de telecomunicações
Por que um projeto viário?
 Elementos básicos: veículo, motorista e via

 Veiculo e motorista: Variáveis


 Via: Virtualmente imutável

 Qual é o problema?
 Projetar uma estrutura estática de vida útil longa
que se mantenha em níveis adequados de serviço a
despeito das alterações nos padrões da atividade
humana (que geram tráfego) e nas dimensões,
desempenho e características dos veículos.
Representação gráfica do Projeto
Geométrico
 Planta: Projeção da estrada sobre plano horizontal

 Perfil longitudinal: É a representação da interseção


da estrada com a superfície cilíndrica vertical que
contem o eixo da estrada

 Seções transversais: São representações de cortes da


estrada feitos por planos verticais, perpendiculares à
projeção horizontal do eixo da estrada. São
normalmente localizadas nas estacas inteiras (em
intervalos de 20 metros) e em outros pontos onde
necessárias.
Representação gráfica do projeto
Representação gráfica do projeto
 Planta
 Projeto Básico - 1:10.000
 Projeto Executivo - 1:2.000
 Interseções e Cruzamentos - 1:1.000
 eixo estaqueado, com localização dos elementos (PC, PI, PT)
 indicação dos bordos da plataforma e da faixa de domínio
 topografia
 hidrografia (linhas de drenagem: rios, córregos, lagos)
 elementos diversos: vegetação, áreas cultivadas, geotecnia, obras de
arte previstas, benfeitorias, divisas de propriedades etc
 tudo o que puder influir significativamente no custo da estrada
Representação gráfica do projeto
 Planta
Representação gráfica do projeto
 Perfil longitudinal

 Escala Vertical 10 vezes maior que a da planta


 Perfil do terreno natural
 Perfil da estrada (greide), com localização dos
elementos (PCV, PIV, PTV etc)
 Perfil geológico-geotécnico
 Indicação das obras de arte e das interferências
 Indicação do esquema da planta
Representação gráfica do projeto
 Perfil longitudinal
Representação gráfica do projeto
 Seções transversais

 Desenho de várias seções tipo: corte pleno, aterro


pleno, seções mistas etc
 Dimensões e inclinações das faixas de tráfego,
plataforma, acostamentos, separadores centrais
 Taludes: cortes e aterros
 Obras de arte, obras de proteção de taludes,
dispositivos de segurança
 Indicação e localização dos dispositivos de drenagem
 Faixa de domínio
Representação gráfica do projeto
 Seções transversais
Valeta de
Banqueta proteção de corte

Talude de
Base Acostamento
corte
Capa de
Sub-base rolamento
Berma
Regularização

Talude Corte
de aterro
Terreno
natural Valeta de
pé-de-corte
Aterro Drenagem
Valeta de profunda
proteção de
aterro
Representação gráfica do projeto
 Representações complementares
 “Boa planta e bom perfil não garantem um bom
desempenho (segurança e conforto) tridimensional da
estrada”

 Modelos físicos de cruzamentos


 Maquetes
 Perspectiva da estrada como vista pelo motorista
 programas computacionais: In Roads / Topograph
 Considerações gerais
 compatibilização entre planta (H) e perfil (V)
MAUS EXEMPLOS

118/38
BONS EXEMPLOS

119/43
Implantação do Anteprojeto

O lançamento do anteprojeto apresenta a seguinte seqüência:


 Exame do terreno ao longo da diretriz;

 Identificação dos pontos obrigados;

 Escolha dos pontos de interseção das tangentes (PI);

 Definição das coordenadas dos PIs;

 Cálculo dos comprimentos das Tangentes e das Deflexões (AC);

 Escolha dos raios mais convenientes para as curvas circulares de


forma a acomodar a estrada à topografia evitando obstáculos
conhecidos;

120
Implantação do Anteprojeto

 Cálculo das coordenadas dos pontos notáveis das curvas: Ponto


de Início da Curva (PC) e Ponto Final da Curva (PT);
 Estaqueamento do traçado (pontos distanciados em 20 m ou 50
m entre si);
 Levantamento do perfil do terreno sobre o traçado escolhido;

 Escolha dos pontos de interseção das rampas (PIV) em perfil;

 Determinação das cotas e estacas dos PIVs escolhidos;

 Cálculo das rampas resultantes (inclinação e extensão);

121
Implantação do Anteprojeto

 Escolha das curvas verticais: cálculo das cotas e estacas dos


pontos de início (PCV) e fim das curvas (PTV).

OBS. Paralelamente à execução do projeto geométrico são


iniciados os estudos de infra-estrutura da estrada com objetivo de
levantar problemas não detectados inicialmente  pode alterar o
traçado escolhido.

122
Projeto Final
 Anteprojeto  sofre alterações antes de atingir sua forma final;
 Produto do detalhamento e eventual modificação do
anteprojeto;
 Projeto final: cálculo de todos os elementos necessários para a
perfeita definição do traçado, perfil longitudinal e seções
transversais;
 Paralelamente ao Proj. Geométrico: terraplenagem, drenagem,
superestrutura, obras civis, paisagismo, sinalização;
Projeto final = conjunto de vários projetos que contemplam
memória de cálculo e especificação de materiais e serviços,
métodos de execução e orçamentos.

123
Representação Gráfica do Projeto

Proj. Perfil Seção


Geométrico
= Planta + Longitudinal
+ Transversal

 Planta: representação em escala conveniente da projeção da


estrada sobre um plano horizontal;
 Perfil Longitudinal: representação em escala conveniente da
interseção da estrada com a superfície cilíndrica vertical que contém
o eixo da estrada;
 Seções Transversais: representações em escala conveniente de
cortes da estrada feitos por planos verticais perpendiculares ao eixo
da estrada. São normalmente localizados em escalas inteiras e em
pontos onde necessárias.

124
DÚVIDAS?

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REFERÊNCIAS
 DNER. Manual de projeto geométrico de rodovias rurais
 DFERNANDES, JR., J.L. Notas de aula “Estradas I”
 ODA, Sandra. Notas de aula “Projeto Geométrico de Vias”
 PIMENTA, C.R.T.; OLIVEIRA, M.P. Projeto geométrico de rodovias
 SENÇO, W. Manual de técnicas de projetos geométricos
 YSHIBA, J.K. Notas de aula “Rodovias”

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