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lomecanica wT asica B B Sexta edigao Susan J. Hall PS Seal races Conceitos Cinematicos para a Andlise do Movimento Ao término deste capitulo, vocé seré capaz de: Exempliicar formas lineares, angulares e gerais de movimento. Identificar e descrever posigées, planos € eixos de refer8ncia associados 20 corpo humano, Definir e utilizar apropriadamente termos direcionais e a terminologia do movimento articular Explicar como planejar e conduzir uma anilise qualitativa do movimento de modo efetivo. Identificar e descrever os usos do instrumental disponivel para a mensuragdo de grandezas cinematicas. 24 Biomecinea Bisica Movimento geral Eniotve 0 tansiacao e retacdo simutneas. Linear ‘Ao longo de ume Ine, que pode ser reta ou cure, com todas os artes do corpo se ‘mavende na mesma dregdo e na mesma velocidad, Angular Env a rtagao ao redor ce urn linha ou porto central ‘Translagao ‘Movimento nea Retilineo Ao longo de wma nha ret. Curvilineo ‘Ao longo de uma linha curva, Eixo de rotagiio Luna imogindia perpendicular ao plano de rotagie e que passa através do cent de stagao, melhor observar a marcha de um individuo por uma visao late- ral, frontal ou posterior? A que distancia o treinador pode observar melhor o estilo de um arremessador? Quais so as vantagens e desvan- tagens da andlise de um movimento eapturado em video? Um observador nao treinado pode nao identificar diferencas nas formas demonstradas por um atleta de elite de corrida com obstaculos e um novato, ou no fun- cionamento de um joelho normal ¢ de um joelho lesionado parcialmente reabilitado. Quais as habilidades necessérias e quais procedimentos so utilizados para a andlise efetiva da cinematica do movimento humano? Uma das etapas mais importantes no aprendizado de um novo assunto €0dominio da terminologia associada. Da mesma maneira, o aprendizado de um protocolo de andlise geral que possa ser adaptado a questdes ou problemas especificos dentro de um campo de estudo é valioso. Neste capi- tulo, é apresentada a terminologia do movimento humano, e a abordagem para solugao de problemas é adaptada a fim de fornecer uma base para a solugdo qualitativa de problemas sobre a andlise do movimento humano. FORMAS DE MOVIMENTO A maioria dos movimentos humanos ¢ um movimento geral, uma com- binagao complexa de componentes de movimentos lineares e angulares. Como os movimentos angular e linear sao formas “puras” de movimento, algumas vezes ¢ itil decompor movimentos complexos em seus compo- nentes lineares e angulares durante a realizagéo de uma andlise. Movimento linear © movimento linear puro envolve o movimento uniforme do sistema de interesse, com todas as partes do sistema se movendo na mesma dire- ‘cdo e na mesma velocidade. O movimento linear também é denominado movimento de translacao, ou translacdo. Quando um corpo experimenta uma translacdo, ele se move como uma unidade, e porgées do corpo nao se movem em relacdo as outras. Por exemplo, um passageiro que dorme em uum vo de avio sem turbuléncia est sendo transladado através do ar. Se © passageiro acorda e pega uma revista, entretanto, nao ocorre mais uma ‘translagio pura, porque a posicdo do braco em relagdo ao corpo mudou. © movimento linear também pode ser considerado um movimento a0 Jongo de uma linha. Se a linha ¢ reta, o movimento ¢ retilineo; se a linha é curva, o movimento é eurvilineo. Um motocielista, ao manter uma pos- tura sem movimento enquanto a motocicleta se move ao longo de uma trajetéria reta, est se movimentando em modo retilineo. Se o motociclista salta com a motocicleta e a estrutura desta nao roda, tanto o motociclista como a motocicleta (com a excoefo das rodas em movimento) estao se movendo de modo curvilineo enquanto estdo no ar. Do mesmo modo, um esquiador que desce uma montanha em posigdo estatica esta em movi- mento retilineo, Se 0 esquiador salta sobre um obstéculo, com todas as partes do corpo se movendo na mesma directo e na mesma velocidade em uma trajetéria curva, o movimento é curvilineo. Quando um motociclista ou esquiador passa sobre uma colina, 0 movimento ndo ¢ linear, porque a parte superior do corpo se move em velocidade maior que as partes inferiores do corpo. A Figura 2.1 demonstra um ginasta em movimento retilineo, curvilines e rotacional. Movimento angular Movimento angular 6 a rotagao ao redor de uma linha central imaginaria conhecida como eixo de rotacdo, orientado perpendicularmente ao plano no qual ocorre a rotacdo. Quando um ginasta executa um movimento cir- cular amplo ao redor de uma barra, todo 0 corpo roda, ¢ 0 eixo de rotagao passa através do centro desta. Quando um atleta de saltos ornamentais executa um salto mortal, novamente todo o corpo est rodando, desta vez 20 redor de um eixo de rotacdo imaginario que se move juntamente com 0 corpo. Quase todo movimento humano voluntario envolve a rotagao de um_ segmento do corpo ao redor de um eixo de rotacao imagindrio que passa através do centro da articulacao ao qual o segmento se fixa. Quando 0 ‘movimento angular ou rotagao ocorre, poredes do corpo em movimento se ‘movem constantemente em relacao as outras porcies. Movimento geral Quando a translagao ¢ a rotagao sao combinadas, o movimento resultante € um movimento geral. Uma bola chutada faz translacao pelo ar e a0 mesmo tempo gira ao redor de um eixo central (Figura 2.2). Um corredor transladado pormeio de movimentos angulares de segmentos corporais no quadril, joelho e tornozelo. 0 movimento humano geralmente consiste em movimentos gerais em vez de movimentos lineares ou angulares puros. Sistemas mecnicos Antes da determinagdo da natureza de um movimento, o sistema mecanico de interesse precisa ser definido. Em varias circunstancias, todo 0 corpo humano € escolhido como o sistema a ser analisado, Entretanto, em outros momentos, 0 sistema precisa ser definido como 0 braco direito ou mesmo uma bola projetada pelo brago direito. Quando um arremesso por sobre a cabega é executado,o corpo como um todo demonstra um movimento geral, o movimento do brago de arremesso 6 primariamente angular, e 0 movi- mento da bola arremessada ¢ linear. O sistema mecénico a ser analisado é escolhido pelo analista de movimento de acordo com o foco de interesse. TERMINOLOGIA DE REFERENCIA PADRAO. A comunicagao de informagies especificas sobre o movimento humano requer terminologia especislizada que identifique precisamente as posi- cies e direedes eorporais. sets Cine cos para a Andlse do Movimento 25, A rotagao de um segmento corporal fem uma articulagao ocorre ao redor de uma linha imagindria conhecida como o eixo de rotagdo que passa através do centro articular. Foto® Design PicuPunchStock. * Grande parte das atividades do ‘movimento humano é categorizada como movimento gera Sistema Objeto ou grupo de abjetasescohis pelo oneista para estuda 26 BiomecinicsBiscn Figura 2.1 Exemplos de movimento retilineo, curvilineo e rotacional. Posi¢do anatOmica de referéneia Pesgdo ereta com todas as partes do compa io as palmas das mos, valtads para Trente;é considerada a poseo cal para 0s Imovimentos dos segmentas crparas, Movimento retilineo Posigao anatémica de referéncia A posicio anatémica de referéncia ¢ uma posigdo ereta, com os pés levomente separados ¢ os bracos pendentes aos lados do corpo, com as palmas das mos voltadas para frente, Nao 6 uma posieao natural, mas 6 a orientagao corporal convencionalmente utilizada como posigao de refe- Téncia ou posigio inicial quando os termos de movimentos sao definidos. ‘Termos direcionais O uso de termos direcionais ¢ necessério na descri¢do da relacao das par- ‘tes corporais ou localizagio de um objeto externo em relagao ao corpo. A seguir, apresentamos termos direcionais comumente utilizados. Movimento cumin Superior: mais préximo da eabega (na zoologia, o termo sindnimo é denominado cranial). Inferior: mais afastado da cabega (na zoologia, o termo sinénimo é caudal) Anterior: na diregtio da frente do corpo (na zoologia, 0 termo sinénimo é ventral), Posterior: na direcdo da parte posterior do corpo (na zoologia, o termo sindnimo ¢ dorsal), Medial: na direcdo da linha mediana do corpo. Lateral: afastado da linha mediana do corpo. Proximal: mais préximo do tronco (p. ex., 0 joelho é proximal ao tor- nozelo). Distal: mais distante do tronco (p. ex., 0 punho é distal a0 cotovelo). Superficial: na diregao da superficie do corpo. Profundo: dentro do corpo e afastado da superficie corporal. Todos estes termos direcionais podem ser pareados como antonimos — palavras de signifieados opostos. Dizer que 0 cotovelo é proximal ao punho € t80 correto quanto dizer que o punho ¢ distal ao cotovelo. Similarmente, o nariz 6 superior & boca e a boca é inferior ao nariz, Planos anatémicos de referéncia Os trés planos cardeais imaginarios dividem a massa do corpo em trés dimensGes. Um plano é uma superficie bidimensional com uma orientacao definida pelas coordenadas espaciais de trés pontos distintos, nem todos contidos na mesma linha. Pode ser considerado uma superficie plana ima- ginéria. O plano sagital, também eonhecido como plano anteroposterior AP), divide o corpo verticalmente em metades direita e esquerda, e cada Capitulo 2 | Conceitos Cinemaicos para 2 Andie do Movimento 27 Figura 2.2 Movimento geral é uma combinagio de movimento linear e angular, Posigdo anatomica de refe + Planos e eixos de referéncia so Ateis no descrigdo de movment corporais mocroscpces ena defnigdo da teminologa de mevimento mais especie Planos cardeais inévos de eta, Plano sagital 2 70 gual ocerrem movimentos para 28 Biomecinica Bisa Plano frontal Plaro no qual ccorerm movnentos laterais do corpo e dos seprentos corpora Plano transverso Plano ne qual ecerrem mevimantos hmtzontais do corpo e dos segments corporis quando o corpo est na posto Figura 2.3 Os trés planos eardeais de referéncia, Prano ransverso metade contém a mesma massa. O plano frontal, também denominado plano coronal, divide o corpo verticalmente em metades anterior e poste- rior. O plano transverso ou horizontal separa o corpo em metades supe- rior e inferior. Para um individuo em pé e em posieao anatdmica, os tres planos cardeais fazem intersegao em um tinico ponto, conhecido como cen- tro de massa ou centro de gravidade do corpo (Figura 2.3). Estes planos de referéncia imaginarios existem somente em relacao ao corpo humano. Se uma pessoa gira em um Angulo para a direita, os planos de referéncia também giram em um angulo para a direita. Elxo longitudinal | Exo | _antoroposterior jw Cape 2 | Concetos Cinemaicos para 2 Andie do Movimento. 29) Apesar de todo o corpo se mover ao longo de ou em paralelo a um plano + Embora a maioria dos movimentos cardeal, os movimentos de segmentos corporais individuais também — humanos ndo seja estritamente podem ser deseritos como movimentos no plano sagital, no plano fron- _ planar, es planos cardeais sd0 um tal e no plano transverso. Quando isso ocorre, os movimentos deseritos modo til para descrever movimentos geralmente acontecem em um plano paralelo a um dos planos cardeais. _primariamente planares Por exemplo, movimentos que envolvem a transferéncia para frente ou para trés sao denominados movimentos no plano sagital. Quando um rolamento para frente é executado, todo 0 corpo se move em paralelo a0 plano sagital. Durante uma corrida, o movimento dos bracos © pernas geralmente 6 para frente e para tras, embora os planos de movimentos passem através das articulacdes dos ombros e quadris em vez do centro do corpo. Marcha, jogo de boliche e ciclismo sao movimentos em grande parte no plano sagital (Figura 2.4). O movimento no plano frontal é um movi- mento lateral (lado a lado); um exemplo de movimento no plano frontal de todo 0 corpo é a cambalhota tipo “estrela”. Polichinelos, saltos laterais chutes laterais no futebol necessitam de movimentos no plano frontal de certas articulacées do corpo. Exemplos de movimento corporal total no plano transverso incluem o giro em parafuso feito por um saltador orna- mental, ginasta ou uma pirueta de um dangarino. Embora muitos movimentos realizados pelo corpo humano nao sejam orientados em planos sagital, frontal ou transverso, ou no sejam plana- res, 05 trés planos prineipais de referéneia ainda sdo titeis. Movimentos corporais gerais e movimentos especificamente denominados que ocorrem nas articulagdes geralmente sao descritos como movimentos primaria- ‘mente nos planos frontal, sagital ou transversal. Eixos anatomicos de referéncia Quando um segmento do corpo humano se move, ele roda ao redor de um eixo de rotagio imaginario que passa através de uma articulagao & quall estd fixado. Existem trés eixos de referéncia para a desericso do mento humano, e cada um deles est orientado perpendicularmente = um iolateral dos trés planos de movimento. O eixo mediolateral, também _ ap como eixo horizontal, é perpendicular ao plano sagital. A rotagao ne plano tnctes ro pine sa Figura 2.4 0 ciclismo requer movimen- to das pernas no plano sagital. 30 Bornecirica Bisa Figura 2.5 Para um exercicio de poli- chinelo, os principais eixos de rotagao io eixos anteroposteriores que pas- sam através dos ombros e quadris. Eixo anteroposterior Linh imogindrio co redor da quel acarem rotog6es no plano frantal Eixo longitudinal Lina imoginio co redor da qual acarem rotagées 09 plano rarsversal + Movimentos no plano sogitalincluem flexdo, extensdo ¢ hiperextenséo, bem como dorsfiexo e flexdo plantar. Exos anteroposteriores frontal ocorre ao redor do eixo anteroposterior (Figura 2.5). A rotagaio no plano transversal ocorre ao redor do eixo longitudinal, ou eixo verti- cal. E importante reconhecer que cada um destes trés eixos sempre ests associado ao mesmo plano — aquele ao qual o eixo é perpendicular. TERMINOLOGIA DO MOVIMENTO ARTICULAR, Quando 0 corpo humano esté na posigdio anatdmica, todos os segmen- tos corporais 840 considerados na posiezo de zero grav. A rotagao de um sogmento corporal afastando-se da posi¢ao anatémica 6 denominada de acordo com a direcao do movimento e 6 medida como o angulo entre a posigao do segmento corporal e posi¢do anatémica. Movimentos no plano sagital A partir da posigdo anatdmica, os trés movimentos primérios que ocorrem, no plano sagital sto flexéo, extensdo e hiperextensdo (Figura 2.6). A flexao inclui rotagées no plano sagital direcionadas anteriormente da cabeca, tronco, braco, antebrago, mao e quadril e rotagdes no plano sagital direcio- nadas posteriormente da perna. A extensio é definida como o movimento que retorna um segmento corporal & posigéo anatomica a partir de uma flexdo; ¢ a hiperextensao ¢ a rotacdo além da posicao anatimica em dire- 0 oposta a da flexao. Se os bracos ou pernas sto rodados medial ou late- ralmente a partir da posigdo anatimica, a flexao, extensao e hiperexten- sao no joelho e cotovelo podem ocorrer em um plano diferente do sagital. ‘A rotagéio no plano sagital na articulagao do tornozelo ocorre tanto quando o pé se move em relagio & perna como quando a perna é movida em relagdo ao pé. O movimento que traz 0 dorso do pé na direcao da perna 6 conhecido como dorsiflexao, e 0 movimento oposto, que pode ser visualizado como um “abaixamento” da planta do pé, é denominado flexao plantar (Figura 2.7). — eee CCaptulo 2 | Conestos Gnemitios para Anise do Movimento 31 Figura 2.6 Movimentos no plano sagi- tal na articulagio do ombro, a Is ae 4 | L Flexéo Extensio| Hiperextensio Figura 2.7 Movimentos no plano sa- ital do pe. Dorsitiexao Flexdo plantar Movimentos no plano frontal Bt fernecs ro plono foc incioem s prineipais movimentos no plano frontal sto abduedoe aduedo, A abdugio cbducdo e adugao, fiexdo lateral, ‘move um segmento corporal para longe da linha mediana do corpo; a adugao _elevasio e depressio,inversdo e everséo, move 0 segmento corporal para préximo da linha mediana (Figura 2.8), desvio radial e ulnar. ‘Outros movimentos no plano frontal incluem a rotaco lateral do tronco, denominada flexdo lateral para a direita ou esquerda (Figura 2.9). Elevacdo ce depresséo da cintura escapular se relacionam com o movimento da cintura escapular nas direcdes superior e inferior, respectivamente (Figura 2.10).A. rotacdo da mao no nivel do punho no plano frontal na dirego do rédio (ado Figura 2.8 Movimentos do quadrill no plano frontal, ‘Abdugao ‘Adugio 32. Blomectnca Bisa Figura 2,9 Movimentos no plano fron- tal da coluna vertebral. Figura 2.10 Movimentos da cintura do ombro no plano frontal. Figura 2.11 Movimentos da mao no plano frontal. Flexao lateral (direita) Elevacio Depressao do polegar) ¢ denominada desvio radial, ¢ desvio ulnar 6 a rotagao da mao na direcdo da ulna (lado do dedo minimo) (Figura 2.11). Os movimentos do pé que ocorrem em grande parte no plano frontal so a eversao ¢ a inversao. A rotagdo lateral da planta do pé é denomi- nada eversdo, e a rotacdo medial ¢ chamada de inversdo (Figura 2.12) Abdugdo e adugaio também sao termos utilizados para descrever as rota- des medial e lateral de todo o pé. Pronagaio e supinagio geralmente 50 termos utilizados para descrever 0 movimento que ocorre na articulagao subtalar, Pronacdo na articulagdo subtalar consiste em uma combinagao de eversiio, abdugdo e dorsiflexdo, ¢ a supinagdo envolve inversdo, aducao flexao plantar. Desvio ulnar Desvio radial ‘Caphulo 2 | Concetos Cremtios para a Anise do Movimento 33 Figura 212 Movimento pen pl- tn eo meso + Movimentos no plano transverso Bivens ple rons Os movimentos corporais no plano transverso siio movimentos rotacio- incluem rotagdo para a esquerda nais ao redor de um cixo longitudinal. Rotagao para a esquerda e rotagio ¢ cirete, rotagdo medial e lterl, ara a direita sao utilizados para deserever movimentos no plano trans- supinacéo e pronocdo, abducdo © oducdo verso da cabeca, poscogo e tronco. A rotagao de um braco ou perna como horizontal, sunidade no plano transverso é denominada rotagdo medial quando se dé na diregao da linha mediana do corpo, ¢ rotaedo lateral quando se afasta Ga linha mediana (Figura 2.13) Termos especificos sd0 utilizados para movimentos rotacionais do ante- braco. Suas rotagies laterais e mediais so conhecidas respectivamente como supinagao e pronagdo (Figura 2.14). Em posicio anatomica, o ante- braco est em uma posigéio supinada. Embora a abdugdo ¢ a aducio sejam movimentos no plano quando 0 brago ou coxa é flexionado, 0 movimento destes sezmentos plano transverso de uma posicéo anterior para uma posicao lateral € denominado abdugdo horizontal ou extensio horizontal (Figura 2.15). Figura 2.13 Movimentos da perna no plano transverso, 34 Bomecinica Bia Figura 2.14 Movimentos no plano transverso do antebraco, Figura 2.15 Movimentos no plano transverso do ombro. Pronagéo supnagioSa 0 movimento no plano transverso de uma posigao lateral para uma posi- cdo anterior é chamado de aducao horizontal ou flexio horizontal. Outros movimentos ‘Muitos movimentos dos membros do corpo ocorrem em planos orientados diagonalmente para os trés planos coronais tradicionalmente reconhecidos, Capitulo 2 | Conceitos Cinemaicos para aAnslie do Movimento 35 Figura 2.16 Circundugao do dedo in- dicador na articulagao metacarpota- langeana. Cireundugéo Entretanto, como os movimentos humanos sao complexos, a identificacsio nominal de cada plano do movimento humano é impossivel. ‘Um caso especial de movimento geral que envolve 0 movimento circu- ar de um segmento corporal 6 denominado circunduedo. O tragado de um. circulo imaginario no ar com a ponta do dedo eo resto da mao em posicéo estacionéria requer a circunducao na articulacdo metacarpofalangeana (Figura 2.16). A circundugao combina a flexao, extensdo, abdugao ¢ adu- io, resultando em uma trajetéria cénica de um segmento corporal. SISTEMAS DE REFERENCIA ESPACIAL Enquanto os trés planos cardeais ¢ seus eixos de rotagio associados se ‘mavem junto com o corpo, geralmente também ¢ titil fazer uso de um sis tema fixo de referéncia. Quando biomecdnicos descrevem de modo quanti tativo o movimento de organismos vivos, utilizam um sistema de referén- cia espacial para padronizar as medidas colhidas. O sistema comumente utilizado é um sistema de coordenadas cartesianas, no qual as unidades r sitio medidas nas diregdes de dois ou trés eixos primérios. é ‘Os movimentos que ocorrem primariamente em uma tinica diregéo, ou saeals ‘movimentos planares, como a corrida, 0 ciclismo, ou saltos, podem ser ana- Um sague no tenis requer 0 lisados com o uso de um sistema bidimensional de coordenadas cartesia- movimento do brago em um plano nas (Figura 2.17). No sistema bidimensional de coordenadas cartesianas, diagonal. y Figura 2.17 Um sistema de coordena- das cartesianas demonstra as coorde- nadas x ey do quadril. (xy) = (9:7) (00) +A anélise qualitative requer

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