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Resumo
Este trabalho se constitui como um relato de experiência acerca de construções de diferentes saberes. Tal intersecção se apre-
senta com o Coletivo Cora Carolina, estudos e práticas sobre a velhice, políticas públicas e a psicologia. A composição de seus
membros e das atividades são aqui descritas desde sua formação, descrição de ideias, do território e atuações com a população
idosa de uma cidade do interior paulista brasileiro. Inicialmente nossa prática se volta a idosos inseridos em Instituições de
Longa Permanência e se estende a ampla complexidade de diferentes velhices. Atravessados, nocontemporâneo, pela pandemia
de COVID-19, implementamos e estendemos nossas atividades ao meio virtual, que permitiu uma maior abrangência tanto ao
público participante como também na participação de convidados que enriqueceram nosso discurso de busca constante por
uma velhice digna, detentora de direitos e deveres, assimcomo prevê a Constituição Federal Brasileira.
Palavras-chave: Coletivo; Psicologia; Velhice; Direitos.
Abstract
This work is an experience report on the construction of different knowledge. Such intersection is presented with the Cora
Carolina Collective, studies and practices on brazilian oldness, public policies and different areas of knowledge, especially psy-
chology. The composition of its members and activities are described here from its formation, description of ideas, territory
and practices with the elderly population of a city in the brazilian countryside. Initially our practice is focused on elderly people
inserted in Long-term care institutions and itam extends to the complexity of different oldness. Crossed, inthe contemporary, by
the pandemic of COVID-19, we implemented and extended our activities to the virtual environment, which allowed a greater
coverage both to the participating public as well as the participation of guests who enriched our discourse of constant search
for a dignified old age, holder of rights and duties, as well as provides theBrazilian Federal Constitution.
Keywords: Collective; Psychology; Oldness; Rights.
Resumen
Este trabajo es un informe de la experiencia en la construcción de diferentes conocimientos. Esa intersección se presenta
con el Colectivo Cora Carolina, los estudios y prácticas sobre la vejez brasileña, las políticas públicas y las diferentes áreas
del conocimiento, especialmente la psicología. La composición de sus miembros y las actividades se describen aquí a partir
de su formación, descripción de ideas, territorio y actuaciones con la población anciana de una ciudad del campo brasileño.
Inicialmente nuestra práctica se centra en los ancianos insertos en Instituciones asilares y amplía la amplia complejidad de las
diferentes vejeces. Atravesados, en la contemporaneidad, por la pandemia COVID-19, implementamos y ampliamos nuestras
actividades al entorno virtual, lo que permitió una mayor cobertura al público participante y la participación de invitados que
enriquecieron nuestro discurso de búsqueda constante de una vejez digna, titular de derechos y deberes, así como prevé la
Constitución Federal Brasileña.
Palabras clave: Colectivo; Psicología; Vejez; Derechos.
162 Campos, B. R. R. & cols. Coletivo Cora Carolina: Construindo Intervenções
técnicos do Ministério da Saúde, que a concentração de consequências ao sujeito institucionalizado, dentre elas
mortes na população idosa, é benéfica ao desempenho o que chamou de “mortificação do eu” (Goffman, 2007
da economia (FENAE, 2020). como citado em Christophe & Camarano, 2010, p. 150).
Tal discurso político-estatal que consolidou a res- Desse modo, observa-se resquícios dessa trajetória
ponsabilização (quase que exclusiva) da família pelos uma vez que há instituições asilares que ainda man-
cuidados da pessoa idosa mostra-se contraditório, uma tém na atualidade características de instituições totais,
vez que, um levantamento realizado em 2019 através mesmo quenão plenamente, uma vez que (Christo-
de dados de denúncias do Disque 100, 83% dos casos phe & Camarano, 2010) apontam a existência de certo
de violência contra o idoso que foram denunciadas par- “grau de totalidade”, relacionado com o nível de depen-
tem de um membro de sua própria família. Denúncias dência dos idososinstitucionalizados e as características
estas que, em contexto pandêmico de isolamento em de cada instituição, dado que não há uma articulação
2020, quintuplicaram entre os meses de março e maio presente entre as mesmas, culminando para um cuidado
(O GLOBO, 2020). direcionado a pessoaidosa sobre uma ótica estereotipada
Esse posicionamento escancara, mais uma vez, e limitante que segrega essa população e desconsidera
a omissão do Estado que direciona precário apoio sua singularidade.
e orientação às famílias que exercem o cuidado. E, Em suma, o imaginário social que se tem da
ainda, temos o cenário de que quando o idoso apre- velhice está pautado em um cenário permeado por
senta dificuldades de viver sozinho por depender inúmeras violências concretas (seja na instituição da
de cuidados e estas famílias não estão presentes ou família ou asilar) e simbólicas presentes no discurso
não possuem condições financeiras de oferecê-los, de exclusão do Estado, no ataque aos direitos da pes-
a alternativa torna-se a institucionalização em Insti- soaidosa; o que acaba outorgando ao velho um lugar
tuições de Longa Permanência (ILPI), que não são a de não pertencimento social. A ausênciade políticas
única, porém a mais antiga alternativa ao cuidado não- públicas efetivas se materializa no surgimento das Ins-
-familiar, sendo associadas ao que chamava-se antes tituições de Longa Permanência para Idosos, que para
de asilos. No Brasil, essas instituições fazem parte da além de seus problemas de estruturação, estão envolta-
rede de assistência social e surgem de uma maneira sem uma esfera de mitos e preconceitos e acabam por
orgânica (pela demanda social) de modo que não há não ser um local que as pessoas considerem acolhedor
um consenso do que seja a ILPI, uma vez que mui- em que há um projeto de continuidade da vida, mas
tas instituições não se autodenominam dessa forma, sim há a ideia de um “depósito de idosos à espera do
havendo diferentes referências na literatura a abrigos, tempo de morrer” (Christophe & Camarano, 2010).
casas de repouso, asilos e ILPIS sendo que 65,2% são Em contrapartida, os autores ressaltam a importância
de caráter filantrópico, 28,2% de caráter privado e da existência destas instituições como alternativas viá-
6,6% público (Christophe & Camarano, 2010). veis aos idosos que precisem de assistência e integrá-las
É comum a associação feita entre as Instituições dessa forma ao sistema de saúde para que se possa criar
de Longa Permanência e um modelo de instituição asilar elos entre as instituições e pensar em um modelo com
que, historicamente, tem sua origem atrelada ao fun- recursos do Estado que seja digno e atento aos cuida-
cionamento de uma instituição total, tal como definida dos dessa população.
por “como um local de residência e trabalho onde um É nesse sentido, com intuito de estabelecer uma
grande número de indivíduos com situação semelhante, posição crítica diante das questões expostas e atuar de
separados da sociedade mais ampla por considerável forma a promover discussões e debates estabelecendo
período de tempo, leva uma vida fechada e formal- um elo comunicativo com as pessoas idosas, estu-
mente administrada” (Goffman, 2007 como citado em dantes, profissionais da saúde, cuidadores de idosos e
Christophe & Camarano, 2010, p. 150). Dessa forma, psicólogos que se inicia a organização do Coletivo Cora
o principal aspecto presente nessas instituições con- Carolina. Nós concentramos neste trabalho as vicissi-
siste em um controle sobre o sujeito e em determinada tudes que compõem essa velhice através de vieses que
homogeneização da vida, o que pode geraruma série de a atravessam como questões, econômicas, políticas,
sociais, culturais e com enlace entre elas, buscamos um simbólica com idosos com as leis e recursos públicos
uníssono de vozes com a formação de um coletivo de para se pensar na garantia dos direitos destes, tendo por
práticas e estudossobre o envelhecimento. finalidade a estruturação de um Coletivo que articula
O Coletivo surge, então, no ano de 2017 a partir aos direitos humanos um olhar para os Envelhecimen-
de um processo de construção e desconstrução, no qual tos enquanto processos plurais e diversos e políticas
seu surgimento se deu através de movimentos e ações públicas acessíveis.
voluntáriasautônomas em uma instituição asilar, que se Com a estruturação do Coletivo em andamento no
denomina enquanto ILPI (Instituição de Longa Per- ano de 2019 foi possível realizar atividades extra-acadê-
manência), seguindo enquanto ações voluntárias que micas em parceria com a universidade, com importante
visavam o acolhimento e escuta afetiva dos idosos até órgão brasileiro regulador da atuação de psicólogos
o final de 2018. A partir de 2019, com a entrada de na região e também com órgão municipal deliberativo
novos voluntários, passamos a problematizar o papel acerca da representação política e dos direitos dos ido-
do voluntariado que estávamos exercendo e nutrir o sos, para discutir questões direcionadas a criação de
desejo que as ações se tornassem mais plurais e abran- políticas públicas para a população idosa, a articula-
gentes no debate político- social e menos pontuais em çãode ações voltadas à população idosa que também
uma única instituição. dialogam com os Direitos Humanos, e também ques-
tionar a existência de ILPIs com funcionamento asilar
e suas respectivas problemáticas. Tais atividades foram
Problema/Objetivos frutíferas para divulgar o trabalho e visão do grupo, o
que foi dando forma a uma atuação crítica, horizontal
e de caráter amplo que não maisvisava um trabalho de
Durante a trajetória da constituição enquanto
voluntariado e sim de trabalho compartilhado para a
Coletivo, vivenciamos diversas problemáticas no cená-
organização de eventos, encontros para grupos de
rio do que é o envelhecimento no país, percebendo que
estudos presenciais sobre temáticas que perpassamo
as instituições que deveriam ser responsáveis por
envelhecimento, ações em conjunto com cuidadores de
prover qualidade no cuidado com a pluralidade no
ILPIs para refletir sobre a atuação e desmistificar temas
envelhecimento são majoritariamente do Terceiro Setor,
que permeiam a prática profissional dentro de institui-
a partir de ONGs filantrópicas e advindas de organiza-
ções de caráter asilar, e promover uma página através da
ções religiosas. Isso mostra que ainda existe um olhar
rede social Facebook de forma a atingir mais pessoas
de caridade e permeado por questões religiosas sobre o
com textos e publicações que dialogam com as discus-
corpo velho, desresponsabilizando o Estado e o dever
sões propostaspelo Coletivo.
de ofertar políticas públicas que respeitem a diversidade
religiosa, sexual, de gênero e de raça/cor, indepen-
dente do poder aquisitivo de cada indivíduo. Desde
o início, os integrantes do Coletivo buscavam ofertar
Procedimentos/Processo de Intervenção
uma atividade voluntária que visava a independência e
o reconhecimento da singularidade de cada idoso que As práticas do Coletivo iniciaram-se antes mesmo
habitava uma ILPI (instituição que reconhecemos da denominação do grupo como tal. Em 2017, nossas
como asilar e limitadora de potencialidades), porém as ações enquanto grupo eram voltadas para a inserção
regras e olhares presentes dentro da instituição muitas em uma ILPI localizada na periferia de um município
vezes barravam determinadas intervenções. Este foi no interior do estado de São Paulo/Brasil. As ações
o incômodo principal que levou a discussões internas do Coletivo se concentravam em realizar visitas aos
sobre a importância de pensar uma estruturação que domingos, com o objetivo de oferecer uma escuta e
não fosse apenas pontual assistencialista e deslocada do acolhimento sensível para com os idosos, e convidá-
lugar social que essas ações devem ter, articulando em -los a participar de atividades fora do ambiente asilar,
como trazer as problemáticas da violência concreta e nas quais eles puderam ir até a universidade e participar
também de algumas oficinas oferecidas por projetos de envelhecimento populacional na agenda das políticas
extensão da instituiçãoà população idosa da cidade. públicas do Brasil, e também a pluralidade e perspectiva
Durante as interações com residentes também de atenção ao idoso, direcionado a estudantes e profis-
nos aproximamos das demandas e do trabalho dos sionais da área da saúde e da assistência social da cidade
cuidadores de idosos institucionalizados. A partir de onde atuamos. O evento teve como objetivo questio-
uma questão apresentada pelos próprios cuidadores, nar e refletir sobre os atravessamentos do lugar posto
referente às dificuldades enfrentadas no cotidiano para a velhice na contemporaneidade, assim como os
experienciado dentro da instituição, foi proposto a rea- marcadores envolvidos neste processo, buscando com-
lização de oficinas sobre os processos de elaboração de preender de que forma estes influenciam as diretrizes
lutos com os cuidadores. As oficinas foram compostas de atuação institucional direcionadas idealmente a pro-
pelos cuidadores e funcionários da instituição de longa moção de cuidado desta população.
permanência frequentada pelo Coletivo. Os encontros A organização do evento foi desenvolvida pre-
ocorreram na universidade, a fim de proporcionar um tendendo ampliar a discussão da temática proposta aos
deslocamento do ambiente de trabalho para que os profissionais da rede pública de saúde da cidade, dese-
cuidadores se sentissem confortáveis em narrar suas jando criar espaços de troca e reflexão entre a rede
impressões e duraram cerca de duas horas, sendo reali- de saúde pública e a universidade. Diante dessa pre-
zados em dois dias consecutivos devido aos turnos de tensão, o Coletivo efetuou parcerias com as Secretarias
trabalho da instituição. Municipais para divulgação da programação do evento
A partir dessa experiência, foi possível observar aos profissionais, além de divulgar nos maiores meios
a carência de aspectos relacionados ao suporte psico- de mídia da região. A estruturação da programação
lógico na formação profissional de cuidadores. São os também contou com a parceria do órgão regulador e
profissionais que dão vida ao cotidiano das instituições orientador da psicologia, anteriormente mencionado,
e que, frequentemente, não percebem que estão impe- através da colaboração com indicações de convidados
dindo ou limitando o acesso aos direitos, de forma palestrantes e na sistematização das localidades de reali-
direta ou indireta, através da prática de violências insti- zação das mesas para vários espaços da cidade, em que
tucionais de caráter simbólico. Uma vez que o cuidador os profissionais de saúde teriam mais acesso, sendo um
assiste a saúde de um idoso asilado, ele automatica- desses a própria subsede regional do órgão na qual foi
mente também se torna foco de cuidado da instituição, realizada uma mesa redonda do evento.
pois admite-se que o suporte e bem estar do cuidador O evento teve duração de quatro dias, a progra-
reflete no acesso dos idosos a serviços e atendimentos mação foi composta por mesas e rodas de conversa
de qualidade, pois esse desempenha um papel funda- ministradas por idosos, profissionais de saúde e pes-
mental para que direitos civis, políticos, econômicos, quisadores especializados na área de políticas públicas e
sociais e culturais sejam garantidos aos residentes (Terra envelhecimento em que foram discutidos perspectivas
& Barroco, 2012). e estratégias na política pública para o idoso, violências
A realização das visitas e nossos encontros conti- simbólicas e perspectivas de cuidado, pluralidades de
nuaram por um tempo até que nos vimos inclinados a envelhecimento e sexualidade, além de diálogosno geral
tentar responder outras perguntas. Nossas discussões sobre a compreensão do que se entende por velhice.
sobre o tema doenvelhecimento cresciam e nos debru- Todos os encontros ocorreram no horário noturno,
çamos sobre problemáticas institucionalizantes, a partir visando a presença dos referidos profissionais de saúde,
disso, pensamos na possibilidade de um evento que res- de forma a viabilizar a participação dos mesmos para
pondesse algumas de nossas inquietações. além do horário de trabalho.
Com base em nossas experiências de carác- A partir das discussões proporcionadas no evento
ter voluntário no ambiente asilar atravessadas a todo e da grande participação da comunidade acadêmica e
momento pelas incoerências das ações ditas de cuidado profissional surgiu o espaço coletivo do grupo de estu-
referidas a esses idosos asilados foi proposto a realiza- dos. Os encontros eram realizados quinzenalmente,
ção de um evento para discutir a inserção da pauta do com duração de duas horas e meia e em localidades
alternadas entre diferentes faculdades da cidade no foram repensadas de acordocom as ferramentas virtuais
intuito de atingir e aproximar estudantes de diversas disponíveis, como por exemplo, as plataformas, ofere-
áreas atravessadas pelas ações de promoção de saúde ao cendo gratuitamente espaços de troca, de grupos, de
cidadão idoso. acolhimento, as angústias e inquietações da população
A estruturação do cronograma desses encontros que está em isolamento social.
foram elaboradas em conjunto com todos os partici- Desde de Abril de 2020 foram realizados seis
pantes. Foram realizados quatro encontros presenciais, grupos de estudos online, amplamente divulgados
na disposiçãode rodas de conversa. O primeiro apresen- na rede social do Coletivo. Assim como os encontros
tou a nova configuração do Coletivo, nossos objetivos e presenciais, cada encontro contava com convidados
organizações, frisando a relevância de discussões multi- especialistas e um texto base divulgado previamente. Os
disciplinares na área da saúde sobre o envelhecimento. primeiros dois encontros virtuais abordaram a temática
No segundo, tratamos sobre a intergeracionalidade do “Envelhecimento Feminino”, e em seguida, mais
através da discussão de um texto sobre o tema e com detalhadamente a relação deste com a negritude. Nes-
a presença de uma psicóloga convidada. A intergera- tes encontros a perspectiva do envelhecer foi analisada
cionalidade consiste nas relações que se estabelecem a partir da interseccionalidade de gênero, idade e raça,
entre pessoas com idades diferentes, possibilitando o escancarando o abismo do exercício pleno de direitos e
atravessamento de experiências trocas, pelos novos as realidades em que os sujeitos idosos estão inseridos.
aprendizados propiciando reflexões sobre os estereóti- Expandindo as reflexões sobre essas questões foi
pos que compõem o envelhecer (Silva et al., 2015). organizado um encontro sobre “Necropolítica e Enve-
Dando continuidade aos nossos encontros, o tema lhecimentos”, utilizando-se do conceito já referido na
seguinte escolhido foi sobre Asilamento. O encontro introdução do presente texto. A temática foi discutida
discutiu sobre as vivências de perdas e lutos dos ido- em virtude do avolumamento de atitudes geronticídicas
sos institucionalizados, entendendo como os efeitos observadas durante o período de pandemia sendo vei-
da institucionalização compromete o exercício pleno culadas pelas mídias, desvalorizando a importância da
de direitos e a qualidade de vida do idoso, o priva de vida e da autonomia do idoso.
liberdade e sociabilidade desenvolvendo um grande Após as discussões sobre necropolítica, que evi-
sentimento de solidão. denciou a forma como a população idosa muitas vezes
O quarto e último encontro do ano, se deu no fim é estigmatizada, ferindo sua autonomia, seus direitos e
do segundo semestre de 2019, a partir da troca de pro- consequentemente, sua saúde mental, propusemos um
duções literárias. Convidamos uma escritora idosa, que encontro sobre suicídio eenvelhecimento, uma vez que,
se dedica na produção de crônicas e contos, também além do cenário sociopolítico atual que dificulta ainda
abordando o envelhecimento, para uma partilha de suas maisavida na velhice, as estatísticas apontam para a alta
histórias e experiências. Todos os participantes contri- taxa de suicídio entre idosos com mais de 70 anos. Neste
buíram para a composição do encontro com escritos encontro participantes e convidados teceram juntos a
- músicas, poemas, livros, diários. Esse grupo eviden- importânciade umarede de cuidados no enfrentamento
ciou a importância de um espaço de compartilhamento aos suicídios, em especial, em idosos.
das vivências, histórias e afetos do sujeitoidoso, uma vez Por fim, foram elaborados três encontros com
que a escrita e narrativa das próprias percepções de vida o objetivo de dar visibilidade à representatividade das
beneficia a compreensão de questões acerca do próprio vivências experienciadas por idosos nos diversos e ao
processo de envelhecer. mesmo tempo singulares processos de velhices. Todos
A partir de Março de 2020, a crise gerada pela esses encontros foram palestrados por pessoas idosas,
pandemia de Covid-19 instituiu no Brasil o isolamento partindo das narrativas de seus próprios processos de
social como estratégia de controle e diminuição do con- envelhecimento para transmitir conteúdos acerca das
tágio pelo novo vírus. Devido a essa impossibilidade temáticas tratadas, reafirmando a importância da escuta
de agrupamentos presenciais, as atuações e possibi- do idoso na produção de estudos e literatura referentes
lidades de estudos e intervenções acerca das Velhices a suas vivências.
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