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PRÁTICA CONSTITUCIONAL

CASO CONCRETO 02

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO


SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

TÍCIO AMOREIRA, brasileiro, casado, engenheiro, portador do RG. Nº


4119787823, inscrito no CPF sob o nº 03426177021, residente e domiciliado
na AV. Bananeiras Brancas, nº 1002 Bairro Ponta do Beco, no município de
Bento Gonçalves- RS, vem respeitosamente, à presença de Vossa Excelência,
com fundamento no art. 5º, LXXII, da Constituição Federal de 1988 e Lei
9.507/1997, e art. 282e ss do CPC, impetrar:
HABEAS DATA em face do ato praticado pelo MINISTRO DE ESTADO DE
DEFESA, pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos:

I- DOS FATOS
Ocorre que o impetrante na década de setenta integrou certos movimentos
políticos que faziam oposição ao governo da época. Por isso foi vigiado por
agentes estatais e diversas vezes foi preso para averiguações, sendo assim,
seus movimentos foram monitorados pelos órgãos de inteligência vinculados
aos órgãos de segurança do estado, organizados por agentes federais. Depois
de um longo período de tempo, em 2010, Tício Amoreira requereu acesso à
sua ficha de informações pessoais, tendo o seu pedido indeferido, em todas as
instâncias administrativas. Esse foi o último ato praticado pelo Ministro de
Estado da Defesa, que lastreou seu ato decisório, na necessidade de
preservação do sigilo das atividades do Estado, uma vez que os arquivos
públicos do período desejado estão indisponíveis para todos os cidadãos.
Conforme o artigo 8º, parágrafo único, da lei 9507/1997, comprova-se o
interesse do impetrante, pois junta-se cópia do anterior indeferimento do pedido
à ficha de informações pessoais, no período em que, Tício Amoreira, foi
monitorado pelos órgãos de inteligência vinculados aos órgãos de Segurança
do Estado. Observados os documentos juntados, a atitude da autoridade
coatora viola o direito do Impetrante em ter acesso, às suas informações
pessoais e, portanto, de seu pessoal interesse, que estão nos arquivos
públicos do período em que foi monitorado e preso para verificações.

II- DA COMPETÊNCIA
A Carta Magna em seu artigo 105, I, b, bem como o artigo 20, I, b, da Lei
9507/97, estabelece que é competente o STJ para processar e julgar,
originariamente, os mandados de segurança e os habeas data contra ato de
Ministro de Estado, dos Comandantes da Marinha, do Exército e da
Aeronáutica ou do próprio Tribunal. Assim entendemos que a competência
para processar e julgar a presente ação é originária do Superior Tribunal de
Justiça.

III- DO DIREITO
Ocorre que o artigo 5º, LXXII, da Constituição Federal dispõe que será
concedido Habeas Data para assegurar o conhecimento de informações
relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados
de entidades governamentais ou de caráter público bem como para retificação
de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou
administrativo. O artigo 5º, XIV da Constituição diz que é assegurado a todos o
acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao
exercício profissional. Assim, observa-se que ocorreu violação aos dispositivos
constitucionais trazidos. Resta visível que o ato que nega o fornecimento de
informações do impetrante, inclusive com o esgotamento da via administrativa,
se mostra ilegal e abusivo, já que é contrário aos dispositivos Constitucionais
que garantem o direito de acesso à informação de dados do impetrante.

IV- DO PEDIDO
Diante de todo o exposto, requer o impetrante que:

A) seja citada a autoridade coatora sobre os fatos narrados a fim de prestar as


informações que entender necessárias;

B) seja determinada a intimação do representante do Ministério Público no


prazo de cinco dias;

C) seja julgado procedente o pedido, determinando ao impetrado o


fornecimento das informações pleiteadas;
Dá-se a causa o valor de Alçada (R$ XXXXX).
Nestes termos, pede deferimento.

Local, data
Advogado
OABMGXXX

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