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Profa.

Patrícia Machado Pereira Giardini


Direito dos Contratos - UNISECAL

2.3. Contrato Estimatório:

2.3.1. Conceito
2.3.2.Características
2.3.3.Direitos e obrigações das partes

Conceito:
Ao conceituá-lo, podemos utilizar o do art. 534:
• Art. 534. Pelo contrato estimatório, o consignante entrega bens móveis ao
consignatário, que fica autorizado a vendê-los, pagando àquele o preço
ajustado, salvo se preferir, no prazo estabelecido, restituir-lhe a coisa
consignada.

É também conhecido como contrato de venda em consignação.

É utilizado na venda de carros e eletrodomésticos usados, bem como na de quadros


e obras de arte. Não se aplica a imóveis. Ex: João quer vender seu carro e deixa
nessas lojasde veículos que se vê pela cidade, ou José é pintor e deixa seu quadro
numa galeria para exposição.

O código o chama de “estimatório” pois o Consignante (dono da coisa) estima o


preço mínimo para venda pelo Consignatário (dono da loja ou galeria).

A CAUSA (objetivo) deste contrato é a guarda do bem móvel para sua venda!

A venda por mais do que o preço estimado é lucro para o consignatário. Se o objeto
não for vendido no prazo fixado entre as partes, o consignatário pode comprá-lo
pelo preço estimado ou então devolver a coisa ao consignante (é obrigação
facultativa do consignante, vide 534, in fine).

Classificação:
O contrato estimatório é contrato real, não se forma antes da entrega da coisa (534
– sublinhem “entrega”). Além de real, é oneroso (não é gratuito), comutativo (não é
aleatório) e bilateral (não é de efeito unilateral).

Email: pattympg8@gmail.com
Whatsap: 42-999786285
Profa. Patrícia Machado Pereira Giardini
Direito dos Contratos - UNISECAL

Outras características:
O Contrato Estimatório difere do Contrato de Mandato pois neste, se autoriza
alguém a agir em seu próprio nome (ex: contratar advogado para me representar
em Juízo, 653), já no CE o consignatário atua em nome próprio perante terceiros
compradores.

Responsabilidade Civil:
Para evitar fraudes, se a coisa consignada for destruída (ex: incêndio) ou roubada o
prejuízo será do consignatário, que terá que pagar o preço estimadoao consignante
(é mais uma exceção ao res perit domino, 535). Deve
o consignatário então fazer seguro da coisa.
• Art. 535. O consignatário não se exonera da obrigação de pagar o preço, se
a restituição da coisa, em sua integridade, se tornar impossível, ainda que por
fato a ele não imputável.

O consignante permanece como dono até um terceiro ou o consignatário comprar


a coisa, de modo que o consignatário só tem a posse, e não a propriedade da
coisa que está exposta a venda (536).
• Art. 536. A coisa consignada não pode ser objeto de penhora ou
seqüestro pelos credores do consignatário, enquanto não pago
integralmente o preço.

A tradição ao consignatário não lhe transfere a propriedade. Apesar de permanecer


proprietário até a coisa ser vendida, o consignante perde a faculdade de disposição
da mesma. Será estudado em DireitosReais que a propriedade é a soma de três
faculdades: Gozo, reivindicação, uso e disposição.
Mas, uma vez celebrado o CE, o proprietário/consignante perde até o direito de
dispor do bem, salvo se a coisa não for vendida e retornar às suas mãos (art. 537).

• Art. 537. O consignante não pode dispor da coisa antes de lhe ser
restituída ou de lhe ser comunicada a restituição.

O consignatário tem assim posse com a faculdade de dispor da coisa, e vender a


quem quiser. Se o proprietário quiser recuperar a coisa antes do prazo ajustado, o
consignatário pode impedir ajuizando ação de manutenção de posse.

Email: pattympg8@gmail.com
Whatsap: 42-999786285

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