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Book 465567
Book 465567
Enfermagem na
Saúde da
Mulher
Indaial – 2023
1a Edição
Elaboração:
Prof.ª Julieth Merelis
Prof.ª Lisandra Steil da Silva
200p.
ISBN XXX-XX-XXX-XXXX-X
“Graduação - EaD”.
1. Mulher 2. Maternidade 3. Saúde
CDD 613.04244
Bibliotecário: João Vivaldo de Souza CRB- 9-1679
Impresso por:
APRESENTAÇÃO
Olá, acadêmico! Seja bem-vindo ao Livro Didático de Assistência de
Enfermagem na Saúde da Mulher. Este livro é composto por três unidades cujos temas
estão relacionados às necessidades de cuidado na saúde da mulher, preservando os
contextos socioeconômicos e culturais, assim como o trajeto histórico das políticas
públicas até a atualidade.
Bons estudos!
ENADE
Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um
dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de
educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar
do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem
avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo
para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confira,
acessando o QR Code a seguir. Boa leitura!
LEMBRETE
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma
disciplina e com ela um novo conhecimento.
REFERÊNCIAS........................................................................................................55
UNIDADE 2 — LEGISLAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE NA POPULAÇÃO
FEMININA........................................................................................ 67
REFERÊNCIAS...................................................................................................... 125
REFERÊNCIAS...................................................................................................... 197
UNIDADE 1 -
ASPECTOS CLÍNICO-
EPIDEMIOLÓGICOS DA
MULHER NO BRASIL
E NO MUNDO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A cada tópico desta unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de
reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
1
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 1!
Acesse o
QR Code abaixo:
2
UNIDADE 1 TÓPICO 1 -
EPIDEMIOLOGIA DOS AGRAVOS
À SAÚDE DA MULHER
1 INTRODUÇÃO
INTERESSANTE
Você sabia que, em 1988, houve ampliação significativa na seguridade
social e na saúde com a criação do Sistema Único de Saúde (SUS)?
Isso significa que você e sua família tem o direito ao acesso universal e
igualitário aos serviços de saúde, desde as Unidades Básica de Saúde,
passando pelas Unidades de Pronto Atendimento, Centro de Apoio
Psicossocial até os hospitais de grande porte.
4
De acordo com Sousa et al. (2022), torna-se necessária a discussão sobre a
incorporação do gênero no cuidado em saúde, visto que a maioria das pessoas nasce
biologicamente homem ou mulher, e são ensinados comportamentos esperados e
aceitos para homens e mulheres em sociedade, dentro de famílias, comunidades e
locais de trabalho, bem como as funções ou responsabilidades que devem assumir na
sociedade e todo esse padrão repercute na saúde mental e física dos envolvidos.
5
2.2 A IDEALIZAÇÃO DA MATERNIDADE
A partir das modificações nos contextos sociais e culturais e nos avanços
da ciência, as mulheres vêm ampliando seu espaço dentro da sociedade e,
consequentemente, conquistando maior liberdade de escolha. Ao se referir atualmente
à maternidade, esta surge como uma possibilidade e não como destino natural.
Desse modo, com relação à maternidade como única resposta à feminilidade, esta é
contemporaneamente insuficiente, uma vez que é inviável abranger as mulheres pela
via de um desejo universal (BRAGA; MIRANDA; VERÍSSIMO, 2018).
DICA
Para entender melhor o tema, você pode assistir ao filme O Sorriso de
Monalisa, disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=aM1129Il3mg
6
2.3 A CONSTRUÇÃO DO CUIDADO INTEGRAL
Para garantir a saúde integral da mulher, as escolas formadoras em saúde
devem dar aos alunos oportunidades de aprender um conjunto de habilidades, a fim de
que, quando graduados, possam basear sua conduta por evidências científicas; ouvir as
mulheres, comunicar-se adequadamente com elas; respeitar suas particularidades em
cada etapa do ciclo ginecológico; construir uma relação mais homogenia; adotar uma
visão ampla de suas condições de vida; e dar à mulher maior controle do próprio corpo,
à saúde, sexualidade e vida (FERREIRA et al., 2020).
Outras variáveis como raça, etnia e situação de pobreza refletem ainda mais
as desigualdades. As mulheres vivem mais do que os homens, porém adoecem mais
rotineiramente. A vulnerabilidade feminina frente a certas doenças e causas de morte
está mais relacionada com a situação de discriminação na sociedade do que com
fatores biológicos (BARATA, 2009).
7
É importante destacar que os indicadores epidemiológicos do Brasil mostram
uma realidade na qual convivem doenças dos países desenvolvidos (cardiovasculares
e crônico-degenerativas) com aquelas típicas do mundo subdesenvolvido (mortalidade
materna e desnutrição). Os padrões de morbimortalidade encontrados nas mulheres
revelam também esse misto de doenças, que seguem as diferenças de desenvolvimento
regional e de classe social (OLIVEIRA, 2019).
IMPORTANTE
A informação epidemiológica é essencial. Sem uma vigilância epidemiológica
moderna e adequada à nova dinâmica de adoecimento e morte, será
impossível desenvolver soluções oportunas e adequadas aos graves
problemas enfrentados.
8
3.1.1 Indicadores de saúde da mulher no Brasil
O Brasil tem passado por profundas transformações, dentre as quais destaca-se o
processo de envelhecimento populacional, com mudanças demográficas e epidemiológicas,
nas quais se pontua uma maior sobrevivência feminina. Esse envelhecimento tem ocorrido
em dez capitais do país, e observa-se as diferenças de forma mais marcante nas mulheres,
em grande parte devido ao aumento da expectativa de vida ao nascer de 72,6 anos, em 2000,
quase oito anos a mais que os homens e, em segundo lugar, às doenças cardiovasculares,
também com índice superior aos homens (OLIVEIRA, 2019).
9
Nos últimos dez anos, a mortalidade por doenças cerebrovasculares vem
apresentando uma tendência levemente decrescente, sendo a faixa etária entre 35
e 44 anos, seis vezes mais alta. Parte do fenômeno vem se mantendo linear e sua
importância em relação aos demais pode ser atribuída à qualidade da assistência
prestada, principalmente no tocante aos serviços que visem a promoção e a prevenção
de doenças, interferindo principalmente nas causas, correspondendo a cerca de 1/3
dos óbitos de emergência, o que poderia explicar a ocorrência mais frequente de casos
femininos de todas as idades (SOUZA, 2021).
10
Outros estudos confirmam, na literatura internacional, a associação da violência
nas relações de gênero, no tocante aos efeitos da pílula no aumento do risco para doenças
e para a ocorrência de diversos problemas de saúde física e mental e cardiovasculares,
e também como cofatores no processo consequente de maior utilização de serviços
de saúde, entretanto não relacionados ao desenvolvimento do câncer de colo de útero
(LIRA, 2019). Esse tipo de violência, na maioria das vezes, não chega a ser uma prática
generalizada, nem tão pouco chega a vias extremas como, por exemplo, no processo de
esterilização cirúrgica em mulheres. Este ainda é pouco investigado pelos profissionais
de saúde e, desse modo, apenas algumas jovens foram investigadas quanto aos efeitos
dessa prática, o que acaba tendo sua magnitude subestimada nas estatísticas oficiais
de saúde (LIRA, 2019).
Sabe-se que parte expressiva das mulheres com HIV/Aids, apesar da entrada
acelerada e crescente no mercado de trabalho, ainda que atuem nas antigas funções de
cuidado da casa e dos filhos, têm parceiros fixos, e muitas vezes únicos, os quais seriam
aqueles que não têm relações com múltiplas parceiras (hetero ou bissexual), ou ainda
usuários de drogas e/ou soropositivos (OLIVEIRA; JUNQUEIRA, 2020).
11
IMPORTANTE
Você conseguiu compreender que a desigualdade de gênero se
expressa pela presença do sexismo, machismo e misoginia? Essa
cultura é conhecida como patriarcal, ou seja, foi imposta pelos
homens e possui um amplo histórico. As suas repercussões podem
causar impacto na saúde, por isso, o enfermeiro necessita ter amplo
conhecimento de suas origens, consequências e intervenções, para
promover o apoio à mulher em diferentes situações.
12
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu:
13
AUTOATIVIDADE
1 O processo de envelhecimento populacional é um fenômeno que ocorre em diversas
regiões do mundo, e pode estar relacionado às melhorias nas condições de vida
e reorganização do cuidado em saúde, com atenção especial para as demandas
emergentes. Com relação ao tema, assinale a alternativa CORRETA:
14
3 Os cuidados com relação à saúde da mulher visam promover a Atenção Integral, em
todos os ciclos de vida, respeitando o gênero, a orientação sexual, a raça e outros
aspectos como os determinantes e condicionantes, que causam impacto na saúde e
na vida das pessoas. Nesse sentido, classifique V para as sentenças verdadeiras e F
para as falsas:
5 O programa “Previne Brasil” foi instituído em 2022 pelo Ministério da Saúde e contém
sete indicadores, dos quais quatro estão relacionados à saúde da mulher. Nesse
contexto, cite os indicadores que correspondem ao cuidado da população feminina.
15
16
UNIDADE 1 TÓPICO 2 -
PERFIL DE MORBIMORTALIDADE
FEMININA
1 INTRODUÇÃO
No Tema de Aprendizagem 2, abordaremos o contexto geral da mortalidade
feminina no Brasil e no mundo, assim como as características das principais patologias
que acometem o gênero.
17
No Brasil, entre 2010 e 2019, as duas principais causas de óbitos no público
feminino foram ocasionadas pelas Doenças do Aparelho Circulatório (DAC) e as
neoplasias, em especial na região Nordeste, que apresentou um crescimento mais
elevado de casos, quando comparada às demais regiões. Com relação aos óbitos por
neoplasias, foi constatado o aumento em todas as regiões do país, por isso é essencial
conhecer cada uma dessas patologias, para que assim possamos intervir de forma
específica (BRASIL, 2021c).
Além disso, o tabagismo prolongado é mais perigoso para as mulheres do que para
os homens. A combinação do cigarro com as DAC é perigosa devido ao elevado potencial
inflamatório da nicotina (Figura 2), que pode ocasionar o estreitamento e a obstrução
dos vasos sanguíneos e, assim, consequências letais, por esse motivo, o enfermeiro
precisa fornecer orientações quanto a prevenção das doenças e seus fatores de riscos. A
utilização do ácido acetilsalicílico (AAS) é muito difundida, porém a sua indicação abrange
a prevenção de doença coronariana e ataque isquêmico (OLIVEIRA, 2022).
18
É fundamental promover iniciativas na comunidade, seja na própria unidade
básica de saúde, ou em espaços sociais como igrejas, terreiros, praças e escolas,
com o objetivo de aumentar o conhecimento da população sobre a importância
da saúde cardiovascular ao longo da vida da mulher. Além disso, é imprescindível
compreender melhor as diversidades do território na saúde cardiovascular das
mulheres para definir políticas públicas e assistência à saúde de forma a promover
a equidade de sexo na atenção à saúde da população (OLIVEIRA, 2022).
19
De acordo com a American Stroke Association, o AVE atinge, aproximadamente,
55.000 pessoas do sexo feminino a mais do que o masculino. Em 2009, por exemplo,
houve um total de 76.769 óbitos em mulheres por AVE nos Estados Unidos, o que
representou um total de 59,6% dos registros, com taxa global de mortalidade de 38,9%
no mesmo período. No que se refere à raça/cor, a predominância foi das mulheres
negras, com 50,2% dos registros (KLEINDORFER et al., 2021).
O enfermeiro deve ter conhecimento especializado para atuar nos fatores de risco,
assim como no tratamento, requisitos essenciais para a assistência humanizada e integral
à saúde, visto que essa doença acomete uma quantidade elevada de pessoas todos os
dias no Brasil e no mundo, e constitui a principal causa de incapacidade neurológica, pois
compromete funções motoras e cognitivas vitais (KLEINDORFER et al., 2021).
20
• Encaminhar para consultas trimestrais, com o médico da equipe,
os indivíduos que mesmo apresentando controle dos níveis
tensionais e do diabetes, sejam portadores de lesões em órgãos
alvo ou comorbidades;
• Encaminhar para consultas semestrais, com o médico da equipe,
os indivíduos controlados e sem sinais de lesões em órgãos-alvo
e sem comorbidades (BRASIL, 2006, p. 49).
2.2 NEOPLASIAS
As neoplasias são caracterizadas pela multiplicação desordenada e acelerada
das células, constituindo-se como uma das principais causas de óbito entre mulheres
na faixa etária entre os 30 e 59 anos. De forma específica, as mortes entre os 30 e 49
anos são ocasionadas predominantemente pelas neoplasias dos órgãos genitais e por
neoplasias do tecido mamário (SILVA; SILVA, 2022).
21
O afastamento das atividades laborais para a realização do tratamento do
câncer, somado ao trauma emocional após o diagnóstico da patologia devido ao medo
do prognóstico e do tratamento, podem ocasionar em resultados negativos para a
mulher, trazendo prejuízos para a sua qualidade de vida (WAKIUCHI et al., 2019).
22
Os sinais e sintomas mais comuns de câncer de mama são: aparecimento
de nódulo endurecido, fixo e indolor; rubor mamário ou aspecto semelhante à casca
de laranja, alterações mamilares como inversão e/ou saída de líquido, assim como o
surgimento de pequenos nódulos nas regiões cervical e axilar (SANTOS et al., 2022).
INTERESSANTE
Atualmente, não existem medidas comprovadas de prevenção primária
do câncer de mama, ou seja, não há meios conhecidos para evitar
completamente o surgimento da doença, no entanto há medidas de
prevenção secundária, como a detecção precoce por meio do exame
clínico das mamas e mamografia (BRASIL, 2004).
O exame clínico das mamas consiste em diversas etapas, sendo a inspeção uma
delas. A inspeção é realizada em dois momentos, estático e dinâmico, em um ambiente
bem iluminado, com a paciente em pé ou sentada e com o tórax exposto. Durante a
inspeção estática (Figura 5), avaliam-se possíveis sinais de câncer de mama, tais como
assimetria das mamas e do complexo aréolo-papilar, alterações no contorno da mama,
como abaulamentos ou retrações de pele, e ulcerações cutâneas ou no complexo
aréolo-papilar (BRASIL, 2023).
23
Na etapa de inspeção dinâmica do exame clínico das mamas, a paciente é
solicitada a colocar as mãos no quadril e depois elevá-las, contraindo uma mão contra
a outra, atrás da nuca (ilustrado na Figura 6). Durante essa etapa, o examinador deve
verificar se há o aparecimento de retrações ou abaulamentos na mama (BRASIL, 2023).
Figura 6 – Inspeção dinâmica
A etapa de palpação (Figura 7), no exame clínico das mamas, é realizada com
a paciente sentada e com os braços atrás da nuca, seguida pela posição deitada com
os braços elevados. Durante a palpação com a paciente sentada, o examinador avalia
as cadeias linfáticas supraclaviculares e axilares, com o braço homolateral relaxado
e o antebraço apoiado sobre o antebraço do examinador. Já com a paciente deitada,
são aplicados três níveis de pressão (leve, média e profunda) em cada área, realizando
movimentos circulares com as polpas digitais do 2º, 3º e 4º dedos da mão (BRASIL, 2023).
Figura 7 – Palpação
24
A mamografia (Figura 8) é o método diagnóstico mais preciso, a qual poderá ser
de rotina (rastreamento), para identificar o câncer de forma precoce, antes do surgimento
dos sintomas, ou diagnóstica, para investigar após suspeita. A frequência recomendada
é que mulheres de 50 a 69 anos façam uma mamografia bienalmente. Para as mulheres
de alto risco, como as que possuem histórico familiar da doença, é recomendado realizar
exame clínico e mamografia anualmente a partir dos 35 anos (INCA, 2022).
O câncer do colo do útero tem origem por meio de uma infecção por grupos
oncogênicos do Papiloma Vírus Humano (HPV), apresentando desenvolvimento lento,
que pode cursar inicialmente sem sintomas e evoluir para episódios de sangramento,
assim como secreção vaginal anormal e dor abdominal, dentre outros (INCA, 2022).
ATENÇÃO
O exame citopatológico é o método de rastreamento do câncer do colo
do útero mais indicado, cuja população alvo é composta por mulheres
de 25 a 64 anos, no período equivalente a pelo menos uma vez a cada
três anos, após dois exames anuais consecutivos normais (INCA, 2021).
25
Para que seja efetivo, é necessário que o exame seja realizado com qualidade,
o que pode diferir quando o indicador é o acesso, pois a disponibilidade a exames de
rastreamento ocorre de forma desigual, em especial quando comparamos o nível de
escolaridade e as diferenças de raça/cor. De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde,
realizada em 2019, a cobertura variou de 72% entre as mulheres sem instrução e com
escolaridade fundamental incompleta, a 90% entre aquelas com nível superior completo
(IBGE, 2021; MIGOWSKI; CORRÊA, 2021, INCA, 2022).
INTERESSANTE
Você sabia? Os enfermeiros são os principais executores da coleta
citopatológica (Papanicolau) na Atenção Primária à Saúde (APS) no
Brasil. A Resolução Cofen n° 381/2011 regulamenta a realização desse
procedimento pelos enfermeiros, e a Lei do Exercício Profissional da
Enfermagem, assim como o inciso II do Art. 8º do Decreto nº 94.406/1987,
que regulamenta a Lei nº 7.498/1986, amparam a competência dos
enfermeiros para a realização deste exame (COREN-ES, 2022).
26
Figura 10 – Coleta ectocérvice e endocérvice
O material coletado deve ser transferido para uma lâmina de vidro, fixado
com solução adequada e encaminhado para análise em laboratório especializado. É
importante que o enfermeiro oriente a paciente da importância do exame e do retorno
para o resultado, além de manter o registro adequado no prontuário da paciente. O
rastreamento deve ser realizado de acordo com as diretrizes estabelecidas pelo
Ministério da Saúde (BRASIL, 2013).
DICA
Para mais detalhes de como realizar o exame citopatológico passo a passo,
recomendo a leitura das páginas 60 a 66 do Caderno de Atenção Básica
nº 13 “Controle dos cânceres do colo do útero e da mama”. Disponível em:
https://bit.ly/45i9sov.
27
• Estabelecer uma integração com instituições e grupos que
já promovam reuniões regulares, tais como: associações de
moradores, associações de mulheres, clubes de mães em
escolas, igrejas e outros, para a realização de palestras e também
para identificar lideranças comunitárias, objetivando a formação
de agentes multiplicadores das informações.
• Captar essas mulheres nos Serviços de Saúde, onde poderão ser
realizadas reuniões de sala de espera, que atingirão mulheres de
outras clínicas, além da Ginecologia, com as informações que se
quer divulgar (BRASIL, 2004, p. 187).
DICA
Você, futuro enfermeiro, tem curiosidade sobre como é feito na prática
o Papanicolau? Assista ao vídeo “Exame Papanicolau – prática médica”,
disponível em: https://bit.ly/456eqEy.
3 CAUSAS EXTERNAS
As causas externas são um grave problema de saúde pública em nível
internacional, que implica em uma sobrecarga aos serviços de saúde, e que requer
dos serviços de emergência, assistência especializada, reabilitação física, psicológica e
assistência social, uma atenção integral e de qualidade (CELINO et al., 2021).
28
Para as vítimas de violência, a experiência de vivenciar episódios cotidianos de
sofrimento é frequente, o desenvolvimento de problemas referentes à um déficit na
autonomia, independência e mobilidade da mulher, assim como no estabelecimento de
redes de apoio, por isso é importante a criação de vínculo entre a paciente e o profissional
de saúde, como também um olhar atento à mulher em outros níveis de atenção, além da
básica, para atuar de forma preventiva (RIOS JUNIOR, et al., 2020).
29
atuar de forma preventiva, promovendo campanhas educativas sobre segurança no
trânsito e incentivando a adoção de comportamentos seguros por parte das mulheres,
como o uso do cinto de segurança e a não condução de veículos após ingestão de
bebidas alcoólicas.
30
Figura 12 – Violência contra a mulher
31
GIO
Agora que você já conhece um pouco mais sobre o perfil de
morbimortalidade feminina no Brasil, que tal pesquisar as principais
causas de adoecimento e óbito na sua cidade? Procure identificar
as intervenções em saúde que poderiam melhorar a qualidade de
vida dessas mulheres, e como resultado, a queda dessas taxas.
32
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu:
33
AUTOATIVIDADE
1 As causas externas ocuparam a terceira posição na mortalidade geral feminina em idade
reprodutiva. De acordo com Nascimento et al. (2018) os homicídios foram o principal tipo
de violência em gestantes (34,9%) e puérperas (23,1%), quando comparados à suicídios e
acidentes. Com relação ao tema, assinale a alternativa CORRETA:
Fonte: NASCIMENTO, S. G. do. et al. Causas externas de mortalidade em mulheres grávidas e puérperas.
Acta Paul. Enferm., São Paulo, v. 31, n. 2, p. 181-186, 2018. Disponível em: https://bit.ly/3W8PnNb.
Acesso em: 17 maio 2023.
I- O câncer de colo do útero é uma doença que está relacionada à infecção pelo
Papiloma Vírus Humano (HPV), cuja infecção ocorre pelo contato sexual.
II- O exame considerado como “padrão ouro” na identificação do câncer de colo do
útero é o Citopatológico/Papanicolau.
III- O câncer de colo do útero é uma patologia que possui desenvolvimento rápido, e
por esse motivo é um alerta para os profissionais de saúde.
34
3 O câncer de mama é o tipo de câncer que mais acomete mulheres no Brasil e no
mundo. A doença é responsável por elevadas taxas de mortalidade feminina, por
isso é essencial conhecer os principais fatores de risco para traçar estratégias de
detecção precoce mais efetivas. Com relação aos fatores de risco para o câncer de
mama, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
4 O acidente vascular encefálico (AVE) é uma doença que afeta principalmente idosos
do sexo feminino, e que pode representar elevado grau de incapacidade para o
indivíduo, comprometendo a sua qualidade de vida. De acordo com Araújo et al. (2018),
são necessários cuidados de enfermagem que demandam o desenvolvimento de
estratégias específicas voltadas à prevenção dessa doença em mulheres. Assim,
disserte acerca dos principais fatores de risco relacionados à doença no sexo feminino.
Fonte: ARAÚJO, M. C. de et al. Conhecimento e riscos para acidente vascular cerebral em mulheres. Sana-
re - Revista de Políticas Públicas, Sobral, v. 17, n. 2, p. 1-7, 15 dez. 2018. Disponível em: https://bit.
ly/3MtnADU. Acesso em: 22 dez. 2022.
35
36
UNIDADE 1 TÓPICO 3 -
FATORES DE RISCO E MEDIDAS
TERAPÊUTICAS
1 INTRODUÇÃO
No Tema de Aprendizagem 3, abordaremos as principais intervenções de
enfermagem perante as doenças que representam grande impacto na morbimortalidade
feminina. O acesso à saúde de qualidade é uma característica primordial em sistemas de
saúde bem-sucedidos, por isso, acadêmico, é essencial que você conheça as necessidades
de cuidado de cada mulher, assim como saiba agir adequadamente em cada situação.
37
Agora que você já conhece os principais conceitos em epidemiologia
necessários para essa discussão, está na hora de estudar um pouco sobre as principais
patologias que acometem as mulheres e como você, futuro enfermeiro, poderá intervir
em benefício das suas pacientes.
A relação das mulheres com o seu corpo foi marcada pela pressão social da
magreza feminina que distorce a autoimagem, promove uma insatisfação com o corpo e
a diminuição da autoestima. A perda de peso é diretamente proporcional ao aumento da
aceitação social e justifica a utilização de métodos deletérios à saúde como a diminuição
da dose ou a suspensão do uso de insulina (RIBEIRO et al., 2021).
38
Nos casos de diabetes tipo 2, que representam a maior parte dos casos
identificados, os principais fatores de risco estão relacionados à rotina do dia a dia,
como o sedentarismo e a alimentação rica em calorias e gorduras. Outro ponto
importante é que em relação à “atividade física” as mulheres realizam em menor
frequência (DOMINGOS et al., 2021).
O controle do diabetes tipo 2 pode ser alcançado com modificações nos hábitos
alimentares e com a prática regular de atividade física, no entanto, quando essas
medidas não são suficientes para controlar os níveis glicêmicos, é necessário o uso de
hipoglicemiantes orais e, eventualmente, insulinoterapia (CALISTA, et al., 2020).
NOTA
O HIPERDIA – Programa de Hipertensão Arterial e Diabetes –
constitui-se em um programa de cadastramento e acompanhamento
de hipertensos e/ou diabéticos que visa o controle da DM e HAS e
uma melhor qualidade de vida aos pacientes (CALISTA, et al., 2020).
39
Além disso, a prevenção e o diagnóstico precoce do diabetes mellitus são
fundamentais para o sucesso do tratamento. A escolha correta do tratamento deve levar
em consideração a situação individual da paciente, incluindo sua idade, comorbidades,
risco de hipoglicemia e preferências pessoais. Em resumo, o diabetes mellitus exige
uma abordagem multidisciplinar e atenção constante dos profissionais de saúde para
garantir a melhor qualidade de vida possível para os pacientes (CALISTA, et al., 2020).
Com relação aos fatores de risco para o diabetes tipo 2, os profissionais de saúde
devem redobrar os cuidados e as ações de prevenção voltados às mulheres, pois foi
demonstrado que a doença costuma impactar mais negativamente no público feminino.
Um exemplo desse fato é o dado, apontado pelos pesquisadores norte-americanos, de
que as chances de um paciente diabético desenvolver doenças cardiovasculares é 44%
maior se ele for do sexo feminino. E ainda se houver uma combinação de um quadro
de diabetes com hipertensão, em especialmente, deve ser motivo de monitoramento
constante do paciente em questão (MALTA et al., 2022).
40
4 OSTEOPOROSE
A osteoporose é uma das principais patologias desse grupo, considerada um
problema de saúde pública mundial por ter um grande impacto na qualidade de vida,
risco de mortalidade e sobrecarregar os serviços de saúde. O aumento da expectativa
de vida fez com que doenças, como a osteoporose e o risco de fraturas, ficassem mais
comuns na sociedade, principalmente, nas mulheres após a menopausa (FERREIRA,
A. M. de et al., 2021).
O sexo feminino possui risco maior, desde o período da menopausa, por já ocorrer
uma perda óssea considerável devido à deficiência de estrogênio, sendo a coluna e o quadril
os lugares mais afetados. O tratamento da osteoporose envolve medicamentos direcionados
à densidade mineral óssea, entretanto os exercícios têm um papel essencial para outros
fatores de risco relacionados a queda e fraturas, como fraqueza muscular, diminuição do
equilíbrio e perda funcional, por isso a atividade física regular é capaz de reduzir a perda de
massa óssea e a incidência de quedas (CARVALHO et al., 2022).
41
Agora que você já conhece um pouco mais sobre a osteoporose, futuro
enfermeiro, podemos elencar as principais atribuições da profissão, referentes à
qualidade da atenção à saúde das mulheres com osteoporose. São elas:
42
Uma vez que as doenças reumáticas podem ser diversas, o tratamento precisa
ser direcionado para o paciente de forma específica. É possível administrar anti-
inflamatórios e medicamentos modificadores do curso da doença (MMCD). Outras
intervenções não farmacológicas também são importantes para o tratamento, visando,
juntamente com a farmacoterapia, reduzir os sintomas e propiciar uma melhora na
qualidade de vida da mulher (FRANCISCO et al., 2018).
• atividades educativas;
• identificação e controle da dor;
• contagem de articulações;
• vigilância do estado de saúde;
• incentivo à realização de hábitos de vida saudável (alimentação, hidratação, exercícios
físicos moderados, repouso);
• orientação quanto aos riscos (uso de calçados confortáveis, postura, proteção das
articulações; gestão de energia etc.);
• fornecer orientações quanto às doenças simultâneas como a hipertensão arterial
sistêmica, o tabagismo, a obesidade/sobrepeso e o etilismo em associação à piora
do quadro clínico;
• estímulo ao autocuidado (ALBRECHT, 2018).
43
Além disso, a enfermagem contribui para a execução do planejamento
reprodutivo e, consequentemente, na redução da mortalidade materna, assim como do
abortamento inseguro e dos nascimentos e partos prematuros. Assim, para diminuir a
mortalidade feminina, o acesso à saúde é uma ferramenta essencial para a promoção
da qualidade de vida (SILVA et al., 2019).
Por fim, o Brasil precisa de políticas públicas que sejam amplas para todo o
território nacional, incluindo as especificidades de cada mulher como as que vivem nas
florestas, nas águas, os quilombolas, as indígenas, as da zona urbana e da zona rural
(BARBOSA et al., 2022).
IMPORTANTE
Ao longo das nossas discussões, você percebeu a importância do
enfermeiro em diversas fases e situações da vida da mulher? Pois é,
o futuro profissional de enfermagem precisa estar atualizado quanto
às abordagens e métodos de intervenção em saúde das pessoas
assistidas por ele, para que assim seja possível ofertar um serviço de
qualidade que impacte de forma positiva a saúde das pessoas.
44
LEITURA
COMPLEMENTAR
O PAPEL DA ENFERMAGEM NA VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA A MULHER
Introdução
45
Um dos grandes desafios para enfrentar essa violência é a articulação e
integração dos serviços e do atendimento de forma a evitar a vitimização dessas
mulheres e, acima de tudo, oferecer o atendimento humanizado e integral.
Essa lei se aplica ao grande número de mulheres que sofrem agressões e que
têm medo de contar. Ela possibilita mecanismos adequados para garantir os direitos da
vítima no que diz respeito à proteção a toda forma de violência de gênero que possa
causar morte, lesão, sofrimento físico, sexual, psicológico, dano moral ou patrimonial.
Tendo em vista que a violência contra a mulher tem apresentado alta incidência nos
últimos tempos, o objetivo do presente estudo é compreender a importância do papel da
enfermagem em casos de mulheres vítimas de violência sexual, bem como, relacionar
os meios de proteção e respaldo para essas mulheres, pois entende-se que cabe aos
profissionais de enfermagem identificar e tomar a correta postura diante do quadro.
Materiais e métodos
46
inclusão, destacam-se: publicações dentro do período estipulado; artigos publicados
em idioma nacional e internacional; trabalhos empíricos e teóricos acerca do tema.
Todos foram analisados mediante ano de publicação, origem, método, objetivo e
resultados encontrados.
Resultados
47
Independente do sexo do profissional, a assistência de enfermagem frente à
mulher vítima de violência sexual deverá ser de qualidade. O profissional e a equipe de
multiprofissionais devem estar devidamente capacitados para receber e saber agir sem
preconceitos, independente da condição em que a vítima se encontrar.
48
A Lei nº 10.778, de 24 de novembro de 2003, estabeleceu a violência contra
a mulher como agravo de notificação compulsória em todos os serviços públicos e
privados de saúde do país. Na atualidade, uma em cada três mulheres são maltratadas
e obrigadas a manterem relações sexuais, ou até mesmo submetidas a outros tipos
de abuso. Entre 30% e 60% das mulheres que já possuíram algum vínculo afetivo ou
parceiros alegam que já sofreram algum tipo de violência física ou sexual por parte do
companheiro; e 48% das adolescentes e jovens (idade de 10 a 24 anos) afirmam que as
primeiras relações sexuais ocorreram mediante coação.
Além disso, deve-se manter uma assistência contínua por seis meses no
ambulatório especializado por meio de exames complementares e tratamento de patologias
intercorrentes. Por ser uma situação que envolve silêncio, a equipe de enfermagem deve
49
possuir habilidades de comunicação, e além de competências técnicas, devem saber lidar
com as vítimas. O profissional deve criar um vínculo de proximidade com a vítima, adquirir
confiança a todo tempo, demonstrar boa vontade em querer ajudar e ouvir, pois assim irá
contribuir na recuperação e superação das consequências.
Com relação à violência sexual por faixa etária em porcentagem (%), maior
índice de violência sexual ocorre na idade das mulheres menores de 14 anos com uma
taxa de 43% devido a inocência e a fragilidade, e até mesmo por ameaças da parte dos
agressores. Em segundo lugar temos a idade entre 18 e 59 anos com uma taxa de 35
%, sendo que na idade entre 15 e 18 anos a taxa fica entre 18% devido a idade fértil. Por
último temos a taxa de 4% para as mulheres com idades acima de 60 anos.
Discussão
O acolhimento das vítimas de violência sexual deve ser um princípio a ser seguido
por todos os profissionais e deve estar presente nos locais que recebem a vítima e a sua
família, para que se sintam protegidos, confiantes, seguros e dessa forma continuem
com o atendimento em todo o período de duração.
50
A melhor maneira da equipe de enfermagem identificar sinais de violência sexual
é por meio da consulta de enfermagem com anamnese.
Conclusão
Cada vez mais é comum escutar sobre relatos de mulheres que foram violentadas.
O contexto da violência sexual contra a mulher envolve várias questões, relacionando-
as áreas: social, política, saúde e também a análise das técnicas de desempenho dos
profissionais envolvidos no atendimento a essas mulheres. Por isso, estudar sobre o
papel da equipe de enfermagem a fim de proporcionar o cuidado à mulher vítima de
violência sexual eleva a reflexão a respeito. desse cuidado tão explícito. Ou seja, verifica-
se a necessidade real de refletir sobre o cuidado humanizado por meio de atuações de
solidariedade e obrigação.
Fonte: SOUZA, C. N. de. et al. O papel da enfermagem na violência sexual contra a mulher. ReBIS, Brasília,
Df, v. 1, n. 4, p. 31-36, 2019. Disponível em: https://bit.ly/3IgZJ7L. Acesso em: 16 maio 2023.
51
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu:
52
AUTOATIVIDADE
1 B.A.D, sexo feminino, 51 anos, vem, há aproximadamente quatro meses, um quadro
de poliúria, polidipsia e perda de peso, por esse motivo, agendou uma consulta na
Unidade Básica de Saúde próxima à sua residência, onde recebeu o diagnóstico de
diabetes mellitus (DM). A diabetes mellitus é uma síndrome metabólica de origem
múltipla, decorrente da falta de insulina e/ou da incapacidade de a insulina exercer
adequadamente seus efeitos. Com relação à doença, assinale a alternativa CORRETA:
2 Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde 2019, mais da metade das pessoas no Brasil
apresenta excesso de peso (60,3%, ou seja, 96 milhões de indivíduos), com prevalência
maior nas mulheres (62,6%) do que nos homens (57,5%). De acordo com a Organização
Mundial da Saúde (2023), a obesidade é uma doença crônica, definida pela Organização
Mundial de Saúde (OMS) como o acúmulo anormal ou excessivo de gordura no corpo.
A prevalência da obesidade tem aumentado de maneira epidêmica em todas as faixas
etárias nas últimas quatro décadas e, atualmente, representa um grande problema de
saúde pública no mundo. Dessa forma, analise as sentenças a seguir:
Fonte: BRASIL. Pesquisa do IBGE mostra aumento da obesidade entre adultos. Serviços de Informações do Brasil,
Saúde, Notícias, Brasília, DF, 10 jan. 2023. Disponível em: https://bit.ly/42QK07W. Acesso em: 17 maio 2023.
53
3 A osteoporose afeta mais de 200 milhões de pessoas ao redor do mundo. Uma em
cada três mulheres e um em cada oito homens irá desenvolver a doença. Com relação à
osteoporose em mulheres, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
54
REFERÊNCIAS
ALBRECHT, G. de S. Assistência de enfermagem nas doenças reumatológicas: revisão
integrativa. 2018. 52 f. Monografia (Graduação em Enfermagem) – Faculdade de
Farmácia, Odontologia e Enfermagem, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2018.
Disponível em: https://bit.ly/3IaMMMD. Acesso em: 16 maio 2023.
ANDRADE, L.et al. Prevalence of ICD-10 mental disorders in a catchment area in the
city of São Paulo, Brazil. Social Psychiatry and Psychiatric Epidemiology, [s. l.], v. 37, n.
7, p. 316-325, jul. 2002. Disponível em: https://bit.ly/41Ovpsk. Acesso em: 16 maio 2023.
ATLAS ON-LINE da mortalidade. INCA, Rio de Janeiro, c2014. Disponível em: https://bit.
ly/3BNVxsN. Acesso em: 16 maio 2023.
55
BERNARDI, T.; BUENO, A. L. M.; BENETTI, L. M. Acidente vascular cerebral em mulheres
de 20 a 39 anos, no Rio Grande do Sul, para os anos de 2011 a 2020. Revista Recien
– Revista Científica de Enfermagem, São Paulo, v. 12, n. 37, p. 211-221, mar. 2022.
Disponível em: https://bit.ly/41ECFqr. Acesso em: 16 maio 2023.
56
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento
de Análise em Saúde e Vigilância de Doenças Não Transmissíveis. Vigitel Brasil
2020: vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito
telefônico: estimativas sobre frequência e distribuição sociodemográfica de fatores
de risco e proteção para doenças crônicas nas capitais dos 26 estados brasileiros e
no Distrito Federal em 2020. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2021a. Disponível em:
https://bit.ly/3Ifp3uX. Acesso em: 16 maio 2023.
BRASIL. Ministério da Saúde. Exame clínico das mamas. Ministério da Saúde, Linhas
de Cuidado, Brasília, DF, c2023. Disponível em: https://bit.ly/3pEdtD3. Acesso em: 16
maio 2023.
CALADO, M.; REIS, A.; GODINHO, M. C. Promoção da saúde com adultos em situação de
obesidade: uma scoping review. Revista da UI_IPSantarém, Santarém, p. 1-9, 21 jun.
2021. Disponível em: https://bit.ly/41BqniJ. Acesso em: 16 maio 2023.
57
CARVALHO, L. do C. et al. As principais considerações clínicas da osteoporose para a
saúde pública. Research, Society and Development, Vargem Grande Paulista, v. 11, n. 7,
p. 1-9, 28 maio 2022. Disponível em: https://bit.ly/3ByFr65. Acesso em: 16 maio 2023.
CECCON, R. F.; MENEGHEL, S. N.; ÍÑIGUEZ-RUEDA, L. Vidas nuas: mulheres com HIV/
Aids em situação de violência de gênero. Saúde e Sociedade, São Paulo, v. 29, n. 4, p.
1-12, 2020. Disponível em: https://bit.ly/3IgMaFl. Acesso em: 16 maio 2023.
COBO, B.; CRUZ, C.; DICK, P. C. Desigualdades de gênero e raciais no acesso e uso
dos serviços de atenção primária à saúde no Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de
Janeiro, v. 26, n. 9, p. 4021-4032, set. 2021. Disponível em: https://bit.ly/3Md1Bzy.
Acesso em: 16 maio 2023.
CORREIA, D. S. et al. O desafio da atenção integral à saúde das mulheres com enfoque
de gênero: uma ação de extensão universitária. Brazilian Journal of Development,
São José dos Pinhais, v. 5, n. 12, p. 28681–28688, 2019. Disponível em: https://bit.
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58
DIAS-DA-COSTA, J. S. et al. Prevalência de diabetes mellitus autorreferido em
mulheres e fatores associados: estudo de base populacional em São Leopoldo, Rio
Grande do Sul, 2015. Epidemiologia e Serviços de Saúde, Brasília, DF, v. 29, n. 2, p. 1-12,
maio 2020. Disponível em: https://bit.ly/3MxdzFG. Acesso em: 16 maio 2023.
59
FRANCISCO, P. M. S. B. et al. Prevalência de diagnóstico e tipos de câncer em
idosos: dados da pesquisa nacional de saúde 2013. Revista Brasileira de Geriatria
e Gerontologia, Rio de Janeiro, v. 23, n. 2, p. 1-12, 2020. Disponível em: https://bit.
ly/42WvqvH. Acesso em: 16 maio 2023.
60
JULIÃO, N. A.; SOUZA, A. de; GUIMARÃES, R. R. de M. Tendências na prevalência de
hipertensão arterial sistêmica e na utilização de serviços de saúde no Brasil ao longo
de uma década (2008-2019). Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 26, n. 9, p.
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KLEINDORFER, D. O. et al. 2021 Guideline for the prevention of stroke in patients with
stroke and transient ischemic attack: a guideline from the American Heart Association/
American Stroke Association. Stroke, [s. l.], v. 52, n. 7, p. 1-104, jul. 2021. Disponível em:
https://bit.ly/3OiooNi. Acesso em: 16 maio 2023.
61
MALTA, D. C. et al. Indicadores da linha de cuidado de pessoas com diabetes no Brasil:
pesquisa nacional de saúde 2013 e 2019. Epidemiologia e Serviços de Saúde, Brasília, DF,
v. 31, n. 1, p. 1-23, 2022. Disponível em: https://bit.ly/3Bx4hDb. Acesso em: 16 maio 2023.
62
PINHEIRO, R. S. et al. Gênero, morbidade, acesso e utilização de serviços de saúde no
Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 7, n. 4, p. 687-707, 2002. Disponível
em: https://bit.ly/41Nxpkd. Acesso em: 16 maio 2023.
RIBEIRO, L. B. et al. A relação entre a mulher com diabetes e o seu corpo: o risco da
diabulimia. Escola Anna Nery, Rio de Janeiro, v. 25, n. 4, p. 1-8, 29 jan. 2021. Disponível
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RIBEIRO, M. R. et al. Mortality from external causes in the state of bahia, 2015-
2019. Research, Society and Development, Vargem Grande Paulista, v. 11, n. 2, p.
e17211225675, 2022. Disponível em: https://bit.ly/3Igopxa. Acesso em: 16 maio 2023.
ROUQUAYROL, M. Z.; ALMEIDA FILHO, N. Epidemiologia & saúde. 6. ed. Rio de Janeiro:
Medsi, 2003.
63
SANTOS, E. A. F. Plano de intervenção para a diminuição das complicações relativas
às doenças cardiovasculares na população residente na área de atuação da equipe de
saúde da família Lázaro Medeiros, Itapecerica, Minas Gerais. Formiga, MG. 2013. 57f.
Monografia (Especialização em Atenção Básica em Saúde da Família) – Universidade
Federal de Minas Gerais, Formiga, 2013.
64
SOARES, P. S. M.; MEUCCI, R. D. Epidemiologia dos Transtornos Mentais Comuns entre
mulheres na zona rural de Rio Grande, RS, Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de
Janeiro, v. 25, n. 8, p. 3087-3095, ago. 2020. Disponível em: https://bit.ly/42CKiPs.
Acesso em: 16 maio 2023.
SOUZA, C. L. de et al. Aging, sexuality and nursing care: the elderly woman’s look.
Revista Brasileira de Enfermagem, Brasília, DF, v. 72, n. 2, p. 71-78, 2019. Disponível em:
https://bit.ly/3Mz39Wf. Acesso em: 16 maio 2023.
65
TURCATTO, M. dos S.; GERON, V. L. M. G. Prevalência e fatores relacionados com
o câncer do colo de útero e mama. 2020. 42 f. Trabalho de Conclusão de Curso
(Graduação em Farmácia) – Faculdade de Educação e Meio Ambiente, Ariquemes,
2020. Disponível em: https://bit.ly/41GjRqP. Acesso em: 16 maio 2023.
66
UNIDADE 2 —
LEGISLAÇÃO DO SISTEMA
ÚNICO DE SAÚDE NA
POPULAÇÃO FEMININA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
A cada tópico desta unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de
reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
67
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 2!
Acesse o
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68
UNIDADE 2 TÓPICO 1 —
PRINCIPAIS DIREITOS DAS MULHERES
1 INTRODUÇÃO
No Tema de Aprendizagem 1 abordaremos os principais direitos das mulheres,
especialmente os ligados ao Sistema Único de Saúde (SUS), direitos previstos na
Constituição Federal de 1988 e na Lei nº 8.080/1990, além dos desafios enfrentados na
luta pelo direito das mulheres.
Sabemos que, de acordo com as diretrizes do SUS, toda mulher tem direito ao
acesso integral à saúde e isso inclui questões importantes, como o direito à realização da
mamografia, ao parto humanizado e ao pré-natal.
69
Com relação aos exames diagnósticos e de rastreio, destaca-se que também é
garantia prevista em lei a realização da mamografia (exame para detecção do câncer de
mama) e o Papanicolau (exame preventivo que rastreia o câncer do colo do útero). Para
ter acesso aos exames, basta procurar a Unidade Básica de Saúde mais próxima, que é
principal porta de entrada para o atendimento médico no SUS. Vale pontuar também que
mulheres que realizaram cirurgia para tratamento do câncer de mama tem direito à cirurgia
plástica reparadora/reconstrutiva, de acordo com os preceitos do SUS (BRASIL, 2004a).
70
De uma maneira geral, o reconhecimento dos direitos humanos das mulheres
tem ocorrido nas últimas quatro décadas. Além disso, tem ocorrido uma mudança no
entendimento da realidade social com uma perspectiva de gênero, que não apenas
considera as singularidades das mulheres, mas também a complexidade das violações de
direitos humanos que o princípio da diferença entre homens e mulheres na distribuição
de poder, bens e riqueza torna possível vislumbrar (IPEA, 2011).
71
2.1 Lei nº 8.080/1990
O Sistema Único de Saúde (SUS) é o conjunto de ações e serviços de saúde
prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, com
o objetivo de garantir o acesso universal, igualitário e integral à saúde para toda a
população brasileira. Essa definição é baseada na Lei nº 8.080/1990, que estabelece as
bases do SUS (BRASIL, 1990).
O inciso XIV do Art.6º da Lei nº 8.080/1990 foi acrescido pela Lei nº 13.427,
de 30 de março 2017, e estabelece a obrigação de se organizar um atendimento
público específico e especializado para mulheres e vítimas de violência doméstica em
geral. Esse atendimento deve garantir diversos serviços, como atendimento médico,
acompanhamento psicológico e cirurgias plásticas reparadoras.
72
A Lei nº 12.845, de 1º de agosto de 2013, também conhecida como Lei do
Minuto Seguinte, é uma das referências para o cumprimento do inciso XIV (BRASIL,
2013a). Essa lei estabelece a obrigação de hospitais da rede pública de saúde prestarem
atendimento emergencial e integral às vítimas de violência sexual. Entre os serviços a
serem oferecidos, estão o acesso a medicamentos, a profilaxia das Doenças Sexualmente
Transmissíveis (DSTs) e a realização de exames para detecção de gravidez.
Agora, iremos pontuar alguns dos principais sistemas com ênfase na saúde
da mulher. Além desses sistemas, outros específicos têm sido disponibilizados pelo
Ministério da Saúde brasileiro no âmbito do SUS. Destacamos, a seguir, os principais.
74
2.2.1 SISPRENATAL
É o Sistema de Acompanhamento do Programa de Humanização no Pré-Natal
e Nascimento, trata-se de um software desenvolvido pelo DATASUS, com o objetivo
de permitir o acompanhamento adequado das gestantes inseridas no Programa de
Humanização no Pré-natal e Nascimento (PHPN), do SUS. Os profissionais que integram a
equipe da saúde da família fazem o preenchimento e controle dos dados deste sistema,
sendo essenciais no manuseio e registro das informações (BRASIL, 2000).
2.2.2 SISCOLO
É um importante instrumento de avaliação e rastreio relacionado ao câncer de
colo de útero, que possibilita acompanhar o desenvolvimento das ações do plano de
controle, isto é, avaliar, através de indicadores, se a população-alvo está sendo atingida,
qual a prevalência das lesões precursoras entre as mulheres diagnosticadas, qual a
qualidade da coleta destes exames, qual o percentual de mulheres que estão sendo
tratadas/acompanhadas. Também pode indiretamente fornecer dados para avaliar a
captação (mulheres novas) e cobertura (mulheres atingidas) do programa de rastreamento
(TOMAZELLI; GIRIANELLI; SILVA, 2018).
2.2.3 SISMAMA
Foi criado também pelo DATASUS como um subsistema do Sistema de Informação
Ambulatorial do SUS (SIA-SUS), articulando-se pelo seu módulo de cadastro com o
Sistema Cartão Nacional de Saúde – Sistema Cartão e Sistema Informação do Câncer de
Colo do útero (SISCOLO) (BRASIL, 2011b).
75
Uma vez gerados esses indicadores e através da análise destes, identifica-se
os problemas associados à Atenção à Saúde da Mulher. Elabora-se uma planilha para
relacionar os problemas em ordem de importância. Selecionam-se os problemas mais
relevantes e cuja solução poderá provocar um maior impacto na qualidade da assistência à
saúde da mulher. Se possível, decide-se coletivamente com a participação dos usuários
ou seus representantes, mediante convite de representantes na reunião da equipe ou no
Conselho Local de Saúde (BRASIL, 2008).
76
3 PLANEJAMENTO FAMILIAR
No Brasil, o planejamento familiar foi instituído pela Lei nº 9.263, de 12 de janeiro
de 1996 e trouxe uma série de novidades para o ciclo reprodutivo e de saúde relacionado
à mulher. Agora iremos abordar os principais seguimentos desta lei e ao final você será
capaz de descrever e analisar os avanços e singularidades evidenciados desde que a
referida lei foi sancionada.
77
Compete à direção nacional do SUS definir as normas gerais de planejamento
familiar. É permitida a participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros
nas ações e pesquisas de planejamento familiar, desde que autorizada, fiscalizada e
controlada pelo órgão de direção nacional do SUS, como, por exemplo, a Agência Nacional
de Vigilância Sanitária (ANVISA).
• Em homens e mulheres com capacidade civil plena e maiores de vinte e cinco anos
de idade ou, pelo menos, com dois filhos vivos, desde que observado o prazo mínimo
de sessenta dias entre a manifestação da vontade e o ato cirúrgico, período no qual
será propiciado à pessoa interessada acesso a serviço de regulação da fecundidade,
incluindo aconselhamento por equipe multidisciplinar, visando desencorajar a
esterilização precoce.
• Risco à vida ou à saúde da mulher ou do futuro concepto, testemunhado em relatório
escrito e assinado por dois médicos. É condição para que se realize a esterilização
o registro de expressa manifestação da vontade em documento escrito e firmado,
após a informação a respeito dos riscos da cirurgia, possíveis efeitos colaterais,
dificuldades de sua reversão e opções de contracepção reversíveis existentes. É
vedada a esterilização cirúrgica em mulher durante os períodos de parto ou aborto,
exceto nos casos de comprovada necessidade, por cesarianas sucessivas anteriores.
78
Aqui as penalidades aplicadas ao profissional que não registrar as esterilizações
que foram realizadas. Deixar o médico de notificar à autoridade sanitária as esterilizações
cirúrgicas que realizar. Pena, detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
79
Também podemos citar algumas fragilidades, após a criação da lei como exemplo
a ineficiência na aplicação das medidas protetivas, a falta de recursos materiais e de
pessoas, a fragmentação da rede de atenção e o movimento de setores conservadores
da sociedade para deslegitimar a Lei. E ainda é necessário esclarecer que o juiz poderá
assegurar à mulher em situação de violência doméstica e familiar a manutenção do seu
vínculo trabalhista, e quando necessário o afastamento do local do trabalho, por até seis
meses, de acordo com a referida lei (CARNEIRO; FRAGA, 2012).
DICA
Assista ao vídeo sobre a linha do tempo das conquistas das mulheres,
para entender melhor sobre o que foi discutido: http://twixar.me/BPxm.
80
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu:
• Que toda mulher tem direito ao acesso integral à saúde e isso inclui questões importantes,
como o direito à realização da mamografia, ao parto humanizado e ao pré-natal.
• Que é necessário que sejam elaboradas estratégias para não só diminuir os índices
de mortalidade, mas garantir uma melhora na saúde da mulher.
81
AUTOATIVIDADE
1 A realização do pré-natal inclui desde o acompanhamento especializado durante toda
a gravidez, até a realização de exames, consultas e orientações em unidades básicas
de saúde e, em casos mais delicados, em maternidades ou centros de referência.
Sobre o pré-natal, assinale a alternativa CORRETA:
3 Sabemos que, de acordo com as diretrizes do SUS, toda mulher tem direito ao acesso
integral à saúde e isso inclui questões importantes, como o direito à realização da
mamografia, ao parto humanizado e ao pré-natal. Acerca do exposto, classifique V
para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
82
( ) Algumas mulheres em situação de risco específico têm direito ao planejamento
familiar, que envolve receber informações sobre métodos para prevenção da
gravidez.
( ) É garantia prevista em lei a realização da mamografia (exame para detecção do
câncer de mama) e o Papanicolau (exame preventivo que rastreia o câncer do colo
do útero).
( ) A atenção integral e humanizada ao recém-nascido não é um direito e não está
prevista em lei.
83
84
UNIDADE 2 TÓPICO 2 —
POLÍTICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, quando refletimos sobre a saúde da mulher, é necessário ter uma
visão holística, ou seja, uma compreensão além das dimensões biológicas do indivíduo,
de forma a promover uma reflexão sobre as suas necessidades, em cada fase da vida,
assim como, a partir dos cenários encontrados, nas diversas situações de saúde. Nesse
sentido, a Atenção Básica, mediante a estratégia saúde da família pode contribuir de
forma significativa como a ordenadora do cuidado, pois está mais próxima das pessoas,
cuja formação do vínculo contribui para a longitudinalidade da atenção à saúde (PEITER
et al., 2019).
85
No entanto, apesar dos avanços obtidos nos últimos anos, ainda existem
muitos desafios a serem enfrentados na promoção da saúde da mulher no Brasil.
Problemas como a falta de acesso a serviços de saúde de qualidade, a violência
obstétrica e a desigualdade de gênero persistem e impactam negativamente a saúde
e o bem-estar das mulheres. Para enfrentar esses desafios, é fundamental que a PNH
continue sendo implementada e aprimorada, sempre com foco na garantia do acesso
universal e igualitário à saúde para todas as mulheres (BRASIL, 2019b).
86
Em resumo, a Política Nacional de Humanização é uma estratégia fundamental
para garantir uma atenção humanizada e integral à saúde da mulher, que leve em
consideração suas necessidades e particularidades. A aplicação dos princípios da PNH
na saúde da mulher deve abranger temas relevantes para a vida das mulheres em
diferentes fases da vida, como saúde sexual e reprodutiva, violência de gênero e saúde
mental, conforme as diretrizes do Ministério da Saúde (BRASIL, 2017).
87
A gestão participativa e cogestão é outra diretriz da PNH que visa à participação
dos usuários e trabalhadores na gestão dos serviços de saúde. Através da participação e
da cogestão, os usuários e trabalhadores podem contribuir para a melhoria do atendimento
e dos serviços, garantindo uma gestão mais democrática e transparente (BRASIL, 2004a).
A ambiência é uma diretriz da PNH que visa à adequação do ambiente físico dos
serviços de saúde às necessidades dos usuários e trabalhadores. Através da ambiência,
é possível garantir um ambiente mais acolhedor e confortável, contribuindo para a
humanização do atendimento (BRASIL, 2004a).
Por fim, a defesa dos direitos dos usuários é uma diretriz da PNH, que visa
garantir o respeito aos direitos dos usuários do sistema de saúde, promovendo o acesso
aos serviços de saúde e a garantia de um atendimento humanizado e efetivo. Através
da defesa dos direitos dos usuários, é possível garantir a equidade e a justiça social no
acesso aos serviços de saúde (BRASIL, 2004a).
88
Para que a humanização na saúde das mulheres seja efetiva, é necessário que
as práticas de saúde sejam centradas nas necessidades e desejos das mulheres, e não
apenas em protocolos e procedimentos padronizados. Além disso, é importante que
as mulheres tenham acesso à informação de forma clara e objetiva sobre seus direitos
e opções de cuidados, assim como sejam incentivadas a participar das decisões em
relação ao seu cuidado em saúde (CAMPOS et al., 2010).
INTERESSANTE
A igualdade de gênero é um dos Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU) para
a Agenda 2030 (compromisso firmado pelo Brasil).
89
As histórias das mulheres na busca pelos serviços de saúde expressam
discriminação, frustrações e violações dos direitos e aparecem como fonte de tensão e
mal-estar psíquico-físico. Por isso, a humanização e a qualidade da atenção implicam
na promoção, reconhecimento, e respeito aos seus direitos humanos, dentro de um
marco ético que garanta a saúde integral e seu bem-estar (BARBOSA, 2006).
IMPORTANTE
Lembre-se: a qualidade da atenção exige mais do que a resolução de
problemas ou a disponibilidade de recursos tecnológicos. Humanizar
o cuidado é muito mais do que tratar bem, com delicadeza ou de
forma amigável.
90
Para atingir os princípios de humanização e da qualidade da atenção, deve-se
levar em conta, pelo menos, os seguintes elementos:
DICA
Recomendo a leitura do folheto sobre a PNH, disponível em:
http://twixar.me/cPxm.
91
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu:
• Que a defesa dos direitos dos usuários é uma diretriz da PNH, que visa garantir o
respeito aos direitos dos usuários do sistema de saúde, promovendo o acesso aos
serviços de saúde e a garantia de um atendimento humanizado e efetivo.
92
AUTOATIVIDADE
1 A humanização da atenção em saúde é um processo contínuo e necessita de uma
reflexão contínua sobre os atos, condutas e comportamentos de cada pessoa
envolvida na relação. Sabe-se que, para garantir a humanização do cuidado, é preciso
considerar o indivíduo como um ser biopsicossocial. Acerca desse tema, assinale a
alternativa CORRETA:
93
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – V – V – F – F.
b) ( ) V – V – F – V – F.
c) ( ) V – F – V – F – F.
d) ( ) V – F – V – V – V.
94
UNIDADE 2 TÓPICO 3 —
POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO
INTEGRAL À SAÚDE DA MULHER
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tema de Aprendizagem 3, abordaremos aspectos relacionados à
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher.
A saúde da mulher é uma das prioridades do governo, por isso foi elaborado o
documento “Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher – com os Prin-
cípios e Diretrizes”, em parceria com diversos setores da sociedade, em especial com
o movimento de mulheres, o movimento negro e o de trabalhadoras rurais, sociedades
científicas, pesquisadores e estudiosos da área, organizações não governamentais,
gestores do SUS e agências de cooperação internacional (BRASIL,1984).
DICA
Para entender melhor sobre o feminismo e a igualdade de gênero
no Brasil, você pode acessar o link: http://twixar.me/nVxm e conferir
as principais conquistas das mulheres no Brasil mediante a luta das
mulheres ao longo dos anos.
95
Consolida, também, a prevenção e o tratamento de mulheres vivendo com HIV/
aids e as portadoras de doenças crônicas não transmissíveis e de câncer ginecológico. Além
disso, amplia as ações para grupos historicamente aliados das políticas públicas, nas suas
especificidades e necessidades, reforçando o princípio da equidade (BRASIL, 2004a).
Além disso, são também cuidadoras, não só das crianças ou outros membros da
família, mas também de pessoas da vizinhança e da comunidade. No que diz respeito à
situação de saúde, esta envolve diversos aspectos da vida, como a relação com o meio
ambiente, o lazer, a alimentação e as condições de trabalho, moradia e renda (SANTANA
et al, 2019).
No caso das mulheres, além dos problemas relacionados à saúde, ainda podemos
citar outros agravados pela discriminação nas relações de trabalho e a sobrecarga com
as responsabilidades com o trabalho doméstico. Outras variáveis, como raça, etnia e
situação de pobreza realçam ainda mais as desigualdades (SOUTO; MOREIRA, 2021).
96
2.1 HISTÓRICO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS EM SAÚDE
DA MULHER
Agora, iremos conhecer um pouco da história e das mudanças políticas e culturais
do perfil feminino no decorrer dos anos no Brasil.
97
Figura 2 – A corrente feminista e a conquista de direitos essenciais
98
2.2 PROGRAMA DE ASSISTÊNCIA INTEGRAL À SAÚDE DA
MULHER
Então, em virtude das lutas e reivindicações das mulheres em 1984, o Ministério
da Saúde criou o Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM), marcando,
sobretudo, uma ruptura conceitual com os princípios norteadores da política de saúde
das mulheres e os critérios para eleição de prioridades neste campo (SILVEIRA; PAIM;
ADRIÃO, 2019).
99
Visando ao enfrentamento desses problemas, o Ministério da Saúde editou a
Norma Operacional de Assistência à Saúde (NOAS, 2001), que “amplia as responsabilidades
dos municípios na Atenção Básica, define o processo de regionalização da assistência,
cria mecanismos para fortalecimento da gestão do SUS e atualiza os critérios de
habilitação para os estados e municípios” (BRASIL, 2004a).
Porém, essa proposta não abrange todo o conjunto de ações previstas nos
documentos que norteiam a Política de Atenção Integral à Saúde da Mulher, que passa
a contemplar, a partir de 2003, a atenção a segmentos da população feminina ainda
invisibilizados e a problemas emergentes que afetam a saúde da mulher (BRASIL,
2004a).
100
Quadro 2 – Lacunas para o cuidado no climatério e menopausa
ATENÇÃO
O Climatério é o período de transição em que a mulher passa da fase
reprodutiva para a fase de pós-menopausa. Dessa forma, a menopausa
(última menstruação) é o fato que ocorre durante o climatério.
3.1 DIRETRIZES
No que se refere ao Sistema Único de Saúde – SUS, esse deve estar orientado e
capacitado para a atenção integral à saúde da mulher, numa perspectiva que contemple
a promoção da saúde, as necessidades de saúde da população feminina, o controle de
doenças mais prevalentes nesse grupo, assegurando o direito à saúde (BRASIL, 2004a).
101
ATENÇÃO
Diretrizes são orientações que definem e regulam um caminho a seguir
para se estabelecer o plano, ações etc.
102
A atenção integral à saúde da mulher implica, para os prestadores de serviço,
no estabelecimento de relações com pessoas singulares, seja por razões econômicas,
culturais, religiosas, raciais, de diferentes orientações sexuais etc. O atendimento deverá
nortear-se pelo respeito a todas as diferenças, sem discriminação de qualquer espécie
e sem imposição de valores e crenças pessoais. Esse enfoque deverá ser incorporado
aos processos de sensibilização com caráter de humanização das práticas em saúde
(BRASIL, 2004a).
103
3.2 OBJETIVOS GERAIS
Durante a formulação das políticas de saúde, são criados objetivos para garantir
o seu cumprimento. Na saúde da mulher, os objetivos gerais contemplam:
104
• Oferecer o teste anti-HIV e de sífilis para as mulheres.
• Estimular a implantação de um modelo de atenção à saúde mental das mulheres sob
o enfoque de gênero.
• Qualificar a atenção às mulheres portadoras de transtornos mentais no SUS.
Q• ualificar a atenção à saúde mental das mulheres.
Incluir o enfoque de gênero e de raça na atenção às mulheres portadoras de transtornos
mentais.
• Realizar com qualidade a atenção à saúde da mulher no climatério.
• Ampliar o acesso e qualificar a atenção às mulheres no climatério na rede SUS.
Promover a atenção à saúde da mulher na terceira idade.
• Incluir a abordagem às especificidades da atenção à saúde da mulher na Política de
Atenção à Saúde do Idoso no SUS.
• Incentivar a incorporação do enfoque de gênero na Atenção à Saúde do Idoso no
SUS.
• Realizar a atenção à saúde da mulher negra.
• Capacitar profissionais de saúde.
• Promover a atenção à saúde das trabalhadoras do campo e da cidade.
• Implementar ações de vigilância e atenção à saúde da trabalhadora da cidade e do
campo, do setor formal e informal.
• Introduzir nas políticas de saúde e nos movimentos sociais a noção de direitos das
mulheres trabalhadoras relacionados à saúde.
• Fornecer a atenção integral à saúde da mulher indígena.
• Promover a atenção à saúde das mulheres em situação de prisão, incluindo a
promoção das ações de prevenção e controle de doenças sexualmente transmissíveis
e da infecção pelo HIV/aids nessa população.
• Incentivar a participação e o controle social na definição e implementação das
políticas de atenção integral à saúde das mulheres.
• Promover a integração com o movimento de mulheres feministas no aperfeiçoamento
da política de atenção integral à saúde da mulher (BRASIL, 2004a).
105
4 REDE DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DA MULHER
Como vimos, a partir da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher
são ofertadas ações educativas para a população, vacinas; planejamento reprodutivo,
disponibilização de métodos contraceptivos; assistência durante o pré-natal, parto e
puerpério; orientações específicas para a conscientização da importância de ter hábitos
saudáveis, disponibilidade para a execução de exames preventivos; assistência à saúde da
adolescente, assim como os cuidados à saúde da mulher idosa (SOUTO; MOREIRA, 2021).
Para entender melhor, você precisa saber que na Rede de Atenção à Saúde é
possível que o profissional referencie a mulher para serviços de maior complexidade,
quando necessário, e após o cuidado adequado, essa paciente seja contrarreferenciada
para o serviço de origem, ou seja, a Atenção Básica, com a devolutiva do caso e se
necessário, a continuidade do tratamento da mulher, com o acompanhamento da
situação (PEITER et al., 2019).
106
Como vimos anteriormente, a Rede de Atenção à Saúde também oferece apoio
às mulheres vítimas de violência, independente de faixa etária, sejam elas, crianças,
adolescentes, adultas ou idosas. Nestes casos, ao procurarem o SUS, essas mulheres
precisam receber atendimento humanizado, podendo ser encaminhadas para outros
serviços, quando necessário. Além disso, o SUS disponibiliza também serviços como
a profilaxia pós-exposição, a pílula do dia seguinte e outras orientações, em caso de
gestação indesejada, por exemplo (COSTA; GONÇALVES, 2019).
107
O RN que já teve alta da maternidade e é atendido em situação de urgência na
Unidade Básica de Saúde ou porta de entrada de emergência deverá ser observado o
mesmo procedimento. A unidade para onde será encaminhado o RN e o tempo que
levará até a transferência dependerá da disponibilidade de vaga. Para atendimento
da gestante, a orientação é procurar a unidade do município, sendo encaminhada,
se necessário, para Maternidade de referência de acordo com o mapa de vinculação,
conforme relação em anexo, bem como relação dos exames para as gestantes,
preconizados pelo Ministério da Saúde (BARROS; AQUINO; SOUZA, 2019).
108
Outro ponto que carece de atenção é que a identificação de intercorrências
durante a gestação e/ou de fatores de risco, pode sofrer alterações na classificação
de risco ao longo da gestação, ou seja, o processo é dinâmico. Quando as gestantes
necessitarem ser referenciadas para a Atenção Secundária de Saúde devido ao alto risco,
a APS não será desvinculada do acompanhamento à mulher (SOUTO; MOREIRA, 2021).
109
4.4 A REDE CEGONHA
A Rede Cegonha foi instituída através da Portaria nº 1.479 de 24 de junho de 2011,
pela ex-presidente Dilma Rousseff. O objetivo dessa rede era de ampliar a assistência
à saúde de gestantes e bebês na busca da redução da mortalidade infantil e materna
(BRASIL, 2011a).
110
Quanto aos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres, atualmente, o
Ministério da Saúde disponibiliza oito métodos contraceptivos, além das orientações
para a utilização correta de cada um. São eles:
• Preservativo feminino.
• Preservativo masculino.
• Pílula combinada,
• Anticoncepcional injetável (mensal e trimestral).
• Diafragma.
• Anticoncepção de emergência, popularmente conhecida como a pílula do dia seguinte.
• Minipílula.
• DIU de cobre.
DICA
Você pode entender melhor como funcionava a Rede Cegonha, clicando
no link a seguir http://twixar.me/TVxm.
111
4.6 ATENÇÃO INTEGRAL À MULHER IDOSA
No que concerne à mulher idosa, nas Unidades Básicas de Saúde, toda mulher
possui o direito ao acesso e à avaliação integral da sua saúde, através do atendimento
multiprofissional e olhar integral para as suas necessidades, ou seja, criticidade clínica,
psicossocial e funcional para que assim, seja elaborado o plano de cuidado singular para
a idosa (OLIVEIRA; SILVA; SOUZA, 2021).
112
LEITURA
COMPLEMENTAR
POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DA MULHER:
PROTAGONISMO DO MOVIMENTO DE MULHERES
Kátia Souto
Marcelo Rasga Moreira
113
Nesse momento histórico, as lutas feministas orientaram-se também por
igualdade nas leis e por políticas públicas que contemplassem as relações de gênero, as
desigualdades nas relações de trabalho e o direito à saúde. O movimento foi protagonista
na implantação do PAISM, tanto em sua formulação quanto na sua reorganização
institucional e implementação, com várias de suas integrantes assumindo a área técnica
de saúde da mulher no Ministério da Saúde e em diversas secretarias estaduais, em um
processo decisivo também para a formação de profissionais e gestores de saúde. Essas
lutas ambientaram e foram ambientadas em outro importante processo de lutas políticas e
sociais, o Movimento da Reforma Sanitária Brasileira (MRSB). Articulando o enfrentamento
à ditadura militar com o projeto socialista de um sistema de saúde único, universal, gratuito,
de qualidade, com participação e controle social, esse movimento congregou profissionais
de saúde, gestores, lideranças políticas e movimentos sociais em torno da construção
de um sistema único de saúde, garantido na Constituição Cidadã de 1988. Desde esse
início, que representa um momento de articulação e confluência de lutas sociais, até os
momentos atuais – do PAISM à PNAISM, do MRSB ao SUS –, a participação do movimento
feminista e de lideranças femininas protagonizou a elaboração, a implementação e o
desenvolvimento de políticas referentes à saúde da mulher, bem como o enfrentamento
de grupos e iniciativas que buscam retirar direitos duramente conquistados.
114
discutiu a PNAISM e seu documento de princípios e diretrizes; v) na ata da 163ª reunião
do CNS, em 2006, quando se pautou a apresentação e discussão sobre a PNAISM; vi)
nas resoluções do Seminário Nacional de Atenção à Saúde, Gênero e Saúde da Mulher
do CNS, em 20078, que definiu ações e estratégias para implementação da PNAISM no
SUS, ampliando a participação social de lideranças dos movimentos feministas e da
saúde, para além de conselheiras de saúde.
115
A década de 1990, de acordo com Pitanguy, foi marcada como a década
das conferências mundiais, que incluíram nas suas agendas a temática da luta das
mulheres: i) 1992 - Conferência Rio-92 sobre o meio ambiente debateu o ecofeminismo
e ampliou os espaços de participação social, como a Tenda Planeta Fêmea; ii) 1993
- Conferência Mundial sobre Direitos Humanos, em Viena, reconheceu os direitos das
mulheres como direitos humanos; iii) 1994 - Conferência Internacional sobre População
e Desenvolvimento da ONU, no Cairo, debateu direitos sexuais, direitos reprodutivos e
enfrentamento à violência de gênero; iv) 1995 - IV Conferência Mundial sobre a Mulher,
em Beijing/China, marcou a importância da participação feminina em todos os espaços
de poder, o papel do Estado e das políticas públicas para as mulheres, reafirmando a luta
pela igualdade de gênero.
116
A trajetória de elaboração do PAISM e da PNAISM teve processos e espaços de
participação diversos que se fortaleciam de forma integrada para elaborar, implementar e
monitorar as políticas, suas metas e estratégias estabelecidas. A definição de acordos
e compromissos internacionais, de articulação intra e intersetoriais, a participação em
instâncias institucionais, integrando grupos de trabalho, comissões e conselhos de
direitos (CNS e CNDM), Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e Conselho
Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) foram fundamentais para os
avanços conquistados no campo da saúde das mulheres no Brasil.
117
se organizassem a partir da atenção à integralidade da saúde das mulheres, e não apenas
para as mulheres no seu período gravídico. Nessa época, a Rede Nacional Feminista de
Saúde e Direitos Reprodutivos destacava-se como a principal organização do movimento
feminista no campo da saúde da mulher e representava o pensamento e a luta feminista
pela saúde integral e universal, com autonomia e respeito à diversidade das mulheres; e
agregava, na sua composição, a pluralidade de diversos movimentos de mulheres.
118
Outro importante espaço de participação social das mulheres, no qual exigiram
e aprovaram ações de implementação do PAISM, foram as Conferências Nacionais de
Saúde. O primeiro relatório a citar ações de saúde para mulher foi o da V Conferência
Nacional de Saúde (1975), que, em suas ações propostas, destacou como prioridade a
saúde maternoinfantil. Em 1986, na VIII Conferência Nacional de Saúde, aprovaram-se a
importância de uma política nacional de atenção à saúde da mulher e a realização de uma
conferência temática no mesmo ano: ‘Conferência de direitos e saúde da mulher’. Foram
identificadas propostas aprovadas sobre saúde da mulher e conferência de saúde da
mulher nos relatórios das seguintes Conferências Nacionais de Saúde: IX (1992) - “[...] que
sejam realizadas conferências sobre temáticas específicas [...] saúde da mulher”; X (1996)
- “Saúde da Mulher. 317. O Ministério da Saúde e as Secretarias Estaduais e Secretarias
Municipais de Saúde devem implantar efetiva e imediatamente o PAISM. 318. O Ministério
da Saúde deve realizar a II Conferência Nacional de Saúde da Mulher”; XI (2000) - “Políticas
Específicas - Saúde da Mulher. 108. O conjunto de propostas voltadas para a Atenção
Integral à Saúde da Mulher reafirma [...] a política de assistência integral”; XII (2003) - “Eixo
temático V - Organização da Atenção à Saúde. Diretriz: Saúde e Gênero. 55: Avançar na
implementação da atenção integral à saúde da mulher (PAISM) no Brasil”; XIII (2007) -
“Eixo I. 44. Cumprir as ações de atenção integral à saúde da mulher, respeitando todas
as especificidades”; XIV (2011) - “Diretriz 10.17. Fortalecer a Política de Atenção Integral à
Saúde da Mulher com ênfase nos direitos reprodutivos”. Propostas sobre saúde da mulher
foram citadas também na carta da XIV Conferência Nacional de Saúde à população
brasileira; e na XVI (2019) - “Introdução [...] inclui como parte integrante a II Conferência
Nacional de Saúde das Mulheres - Integralidade com Equidade. Eixo: Direito à Saúde, 14.
Reafirmar, implantar e garantir as políticas públicas de saúde direcionadas à população
[...] de mulheres”. Nesses relatórios, as propostas aprovadas sobre saúde da mulher
refletem também a mobilização do movimento de mulheres nas conferências estaduais e
a participação nos conselhos estaduais de saúde e na Cismu.
119
Em 2007, realizou-se a II CNPM, com o tema: ‘Desafios para a construção da
igualdade na perspectiva da implementação do II PNPM e avaliação das ações e políticas
propostas no I PNPM’. Em ambos os planos, o capítulo sobre saúde das mulheres
expressava as ações e as estratégias estabelecidas pelo movimento feminista e tinha
como articulação intersetorial a participação da Cismu/CNS no processo de definição
das prioridades, além de representantes do Ministério da Saúde, que, em 2003, passou
a ter novamente à frente da área técnica de saúde da mulher gestoras indicadas pelo
movimento feminista. Foi criado Comitê de Monitoramento do Plano, com representantes
dos ministérios e de conselheiras do CNDM do segmento da sociedade civil. Conforme
documento do II PNPM (2008), consta na introdução do capítulo da saúde, no relatório
para avaliação.
Fonte: SOUTO, K.; MOREIRA, M. R. Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher: protagonismo do
movimento de mulheres. Saúde em Debate, v. 45, n. 130, p. 832-846, set. 2021. Disponível em: https://
bit.ly/3obtsrX. Acesso em: 16 maio 2023.
120
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu:
• Que a saúde da mulher foi incorporada às políticas nacionais de saúde nas primeiras
décadas do século XX, neste período era limitada apenas às demandas relativas à
gravidez e ao parto.
• Que as ações voltadas à melhoria das condições de vida e saúde das mulheres
deverão ser executadas de forma articulada com setores governamentais e não
governamentais; condição básica para a configuração de redes integradas de atenção
à saúde sobretudo para a obtenção dos resultados esperados, melhoria da qualidade
de vida deste público e eficiência da assistência em saúde.
121
AUTOATIVIDADE
1 No Brasil, o direito universal e integral à saúde é um direito social estabelecido na
Constituição de 1988 e reafirmado com a criação do Sistema Único de Saúde (SUS),
por meio da Lei Orgânica da Saúde nº 8.080/1990. Por esse direito, entende-se o
acesso universal e equânime a serviços e ações de promoção, proteção e recuperação
da saúde, garantindo a integralidade da atenção, indo ao encontro das diferentes
realidades e necessidades de saúde da população e dos indivíduos. O propósito
da Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa é recuperar, manter e promover a
autonomia e a independência dos indivíduos idosos, direcionando medidas coletivas
e individuais de saúde para esse fim, em consonância com os princípios e diretrizes
do Sistema Único de Saúde. É alvo dessa política todo cidadão e cidadã brasileiros
com 60 anos ou mais de idade. Vale ressaltar que essa política não faz distinção
a sexo nem a gênero. Porém, mesmo existindo uma política voltada para a saúde
da mulher e saúde do idoso, as necessidades de saúde da mulher idosa não estão
contempladas nessas políticas, considerando a especificidade deste grupo da
população. Os profissionais de saúde são responsáveis pela produção de cuidados,
tendo por referência necessidades de saúde de grupos da população. Como
integrante da equipe, a enfermagem é uma profissão comprometida com a saúde
e a qualidade de vida da pessoa, atuando na promoção, prevenção, recuperação e
reabilitação da saúde. Nesse sentido, é fundamental a ação do enfermeiro durante
a consulta de enfermagem na Atenção à Saúde da Mulher. Com base no exposto,
assinale a alternativa CORRETA:
122
I- Quando comparada à Rede Cegonha, um aspecto importante no qual a Rami excluiu
é a atenção ambulatorial especializada para mulheres com risco de agravos e morte
durante o período gestacional.
II- Incentiva novos recursos para qualificar o cuidado por meio do fortalecimento das
equipes multiprofissionais.
III- Nesta nova configuração da rede, amplia-se, ainda, a possibilidade de novas
habilitações de Casas da Gestante, Bebê e Puérpera.
123
4 De acordo com o Ministério da Saúde (2020), as Redes de Atenção à Saúde “são
arranjos organizativos de ações e serviços de saúde, de diferentes densidades
tecnológicas, que integradas por meio de sistemas de apoio técnico, logístico e de
gestão, buscam garantir a integralidade do cuidado". Portaria de Consolidação nº
03, de 28 de setembro de 2017. Tem como proposta lidar com projetos e processos
complexos de gestão e atenção à saúde, onde há interação de diferentes agentes e
onde se manifesta uma crescente demanda por ampliação do acesso aos serviços
públicos de saúde e por participação da sociedade civil organizada. As redes temáticas
acordadas de forma tripartite. As RAS são sistematizadas para responder a condições
específicas de saúde, por meio de um ciclo completo de atendimentos, que implica
a continuidade e a integralidade da atenção à saúde nos diferentes níveis Atenção
Primária, Secundária e Terciária. Devem ter foco na população, de forma integral, por
meio de serviço contínuo de cuidados que visem prioritariamente à promoção da
saúde. A implementação das RAS aponta para uma maior eficácia na produção de
saúde, melhoria na eficiência da gestão do sistema de saúde no espaço regional, e
contribui para o avanço do processo de efetivação do SUS. A transição entre o ideário
de um sistema integrado de saúde conformado em redes e a sua concretização
passam pela construção permanente nos territórios, que permita conhecer o real
valor de uma proposta de inovação na organização e na gestão do sistema de saúde.
Para assegurar resolutividade na rede de atenção, alguns fundamentos precisam ser
considerados: economia de escala, qualidade, suficiência, acesso e disponibilidade
de recursos. Assim, cite três redes temáticas de atenção à saúde que podem auxiliar
no cuidado à mulher.
5 Andreia é moradora de Heliópolis, bairro localizado na região Sul da cidade de São Paulo
(SP). Andreia procurou uma Unidade Básica de Saúde apresentando náuseas, vômitos
e atraso menstrual. Após ser conduzida pelo enfermeiro da unidade, foi constatado que
ela se encontra gestante. Nesse sentido, cite alguns cuidados relacionados à educação
em saúde que o enfermeiro na Atenção Primária pode orientar a paciente.
124
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, A. M. C.; FACCHINI, R. Mulheres e direitos humanos no Brasil: avanços e
desafios. Revista Jurídica Unicamp, Campinas, v. 1, n. 1, p. 53-77, 2018.
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for women’s health care in Brazil. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 53, p. 1-10,
jan. 2019. Disponível em: https://bit.ly/3Ih2PIY. Acesso em: 16 maio 2023.
125
BRASIL. Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para
a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento
dos serviços correspondentes e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da
República, 1990. Disponível em: https://bit.ly/3pSYSnm. Acesso em: 16 maio 2023.
BRASIL, Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006. Cria mecanismos para coibir a violência
doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8º do art. 226 da Constituição
Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra
as Mulheres [...]. Brasília, DF: Presidência da República, 2006. Disponível em: https://bit.
ly/42OkZdm. Acesso em: 16 maio 2023.
126
BRASIL. O humaniza SUS na atenção básica. Brasília, DF: Ministério da Saúde;
Secretaria de Atenção à Saúde; Política Nacional de Humanização da Atenção e Gestão
do SUS, 2009b. Disponível em: https://bit.ly/3Omnwas. Acesso em: 16 maio 2023.
127
BRASIL. Secretaria de Políticas para as Mulheres – SPM. Brasília, DF: Ministério dos
Direitos Humanos e Cidadania, 2019a. Disponível em: https://bit.ly/3WlivRh. Acesso em:
16 maio 2023.
CAMPOS, G. W. S. et al. O SUS que temos, o SUS que queremos. 6. ed. São Paulo:
Hucitec, 2010.
CARNEIRO, A. A. C.; FRAGA, C. K. A Lei Maria da Penha e a proteção legal à mulher vítima em
São Borja no Rio Grande do Sul: da violência denunciada à violência silenciada. Serviço
Social e Sociedade, São Paulo, v. 110, jun. 2012. Disponível em: https://bit.ly/42S1CQQ.
Acesso em: 16 maio 2023.
128
JUSTINO, G. B. da S. et al. Educação sexual e reprodutiva no puerpério: questões de
gênero e atenção à saúde das mulheres no contexto da atenção primária à saúde.
Interface – Comunicação, Saúde, Educação, Botucatu, v. 25, p. 1-17, 2021. Disponível
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OLIVEIRA, C. C. R. B.; SILVA, E. A. L.; SOUZA, M. K. B. de. Referral and counter-referral for
the integrality of care in the Health Care Network. Physis: Revista de Saúde Coletiva,
Rio de Janeiro, v. 31, n. 1, p. 1-13, 2021. Disponível em: https://bit.ly/3IkocJm. Acesso em:
16 maio 2023.
129
TOMAZELLI, J. G.; GIRIANELLI, V. R.; SILVA, G. A. Estratégias usadas no relacionamento
entre Sistemas de Informações em Saúde para seguimento das mulheres com
mamografias suspeitas no Sistema Único de Saúde. Revista Brasileira de
Epidemiologia, São Paulo, v. 21, 2018. Disponível em: https://bit.ly/42JsC4B. Acesso
em: 16 maio 2023.
ZVEITER, M. et al. O fim anunciado da Rede Cegonha – que decisões tomaremos para o
nosso futuro? Revista Enfermagem UERJ, Rio de Janeiro, v. 30, n. 1, p. 1-6, set. 2022.
Disponível em: https://bit.ly/3o4RhSr. Acesso em: 16 maio 2023.
130
UNIDADE 3 —
SAÚDE SEXUAL E
REPRODUTIVA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
A cada tópico desta unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de
reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
131
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 3!
Acesse o
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132
UNIDADE 3 TÓPICO 1 —
SISTEMA REPRODUTOR FEMININO
1 INTRODUÇÃO
Olá, acadêmico! Você já estudou a anatomia e fisiologia do sistema reprodutor
feminino? Vamos retomar alguns conceitos para que você entenda um pouco mais.
Além disso, abordaremos o ciclo menstrual, saúde sexual e reprodutiva além de doenças
e condições do sistema reprodutor feminino como a endometriose.
133
2 SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA
A saúde sexual é um estado de bem-estar físico, mental e social relacionado
à sexualidade, e não meramente a ausência de doenças ou disfunções. Já a saúde
reprodutiva é definida como um estado geral de saúde física, mental e social em todas
as fases da vida, que permite o pleno exercício do direito à reprodução (BRASIL, 2005).
134
A fisiologia do ovário é regulada por uma complexa interação hormonal entre a
hipófise e o ovário. De acordo com Junqueira e Carneiro (2013), o ovário produz estrógeno
e progesterona, hormônios fundamentais para a regulação do ciclo menstrual e para a
manutenção da gravidez. O estrógeno é produzido pelos folículos em desenvolvimento,
enquanto a progesterona é produzida pelas células do corpo lúteo, estrutura formada a
partir do folículo que ovulou.
A cérvix ou colo do útero é a parte inferior do útero que se conecta com a vagina
e possui uma abertura chamada de canal cervical, que se abre durante o trabalho de parto
para permitir a passagem do bebê. A cérvix possui uma mucosa protetora e espessa, que
ajuda a prevenir a entrada de micro-organismos no útero (ARAGÃO; GUERRA, 2012).
Por fim, a vagina é um canal muscular que conecta a cérvix ao exterior do corpo
feminino. A vagina é responsável por receber o pênis durante o ato sexual e permitir a
penetração para a ejaculação do esperma. Além disso, a vagina também é um canal de
parto durante o nascimento (ARAGÃO; GUERRA, 2012).
Miométrio
Fonte: a autora
135
Segundo o “Protocolos da atenção básica: saúde da mulher”, do Ministério da
Saúde, a vulva é responsável por proteger as estruturas internas dos órgãos reprodutivos
femininos e a entrada da vagina. O protocolo também enfatiza a importância do
exame físico da vulva para detectar lesões, infecções ou tumores que possam causar
desconforto ou dor durante a relação sexual ou urinação (BRASIL, 2016).
Fonte: a autora
136
Durante a puberdade, o aumento dos hormônios sexuais leva ao desenvolvimento
das mamas. Ocorre uma proliferação celular nos ductos e nos alvéolos das glândulas
mamárias, resultando em um aumento do volume das mamas e da quantidade de tecido
glandular (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2013).
137
DICA
Assista ao vídeo educativo “Como ocorre a menstruação?”, para
melhor compreensão do assunto: https://bit.ly/3OjbY7M.
A fase folicular é a primeira fase do ciclo menstrual e ocorre nos primeiros 14 dias,
em média. Nessa fase, os níveis de hormônio folículo-estimulante (FSH) e luteinizante (LH)
começam a aumentar, estimulando o crescimento de folículos ovarianos e a produção
de estrogênio pelos ovários. Esse aumento de estrogênio promove o espessamento do
endométrio (camada interna do útero), preparando-o para a possível implantação de um
óvulo fertilizado. Além disso, o aumento de estrogênio também causa a produção de muco
cervical, facilitando a entrada dos espermatozoides no útero (JUNQUEIRA; CARNEIRO,
2013).
A fase lútea é a fase final do ciclo menstrual e ocorre após a ovulação, quando o
folículo que liberou o óvulo se transforma em corpo lúteo, que produz progesterona em
níveis elevados. Esse aumento de progesterona causa a manutenção do endométrio,
permitindo que este continue preparado para a implantação de um óvulo fertilizado
(JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2013).
Caso não ocorra a fecundação do óvulo, ocorre uma queda nos níveis de
estrogênio e progesterona, o que leva à descamação do endométrio e à menstruação. A
menstruação pode durar de 3 a 7 dias e o fluxo sanguíneo é variável, podendo ser leve a
moderado (ARAGÃO; GUERRA, 2012).
INTERESSANTE
Algumas mulheres podem experimentar uma condição conhecida
como síndrome pré-menstrual (SPM), que envolve uma série de
sintomas físicos e emocionais que ocorrem antes do início do ciclo
menstrual. Segundo o Ministério da Saúde, estima-se que cerca
de 75% das mulheres em idade fértil experimentem algum tipo
de sintoma relacionado à SPM, como irritabilidade, ansiedade,
depressão, inchaço, dores de cabeça, dentre outros (BRASIL, 2013).
138
O sangramento uterino disfuncional é caracterizado por sangramento vaginal
anormal que não está relacionado ao ciclo menstrual normal. Pode ser causado por
alterações hormonais, miomas uterinos, câncer de endométrio ou outros fatores. O
tratamento depende da causa, mas pode incluir mudanças no estilo de vida, uso de
contraceptivos hormonais, tratamento medicamentoso ou cirurgia (BRASIL, 2016).
139
Outro ponto importante para a saúde íntima feminina é o uso adequado de
preservativos durante as relações sexuais, que previnem não só a gravidez indesejada,
mas também a transmissão de doenças sexualmente transmissíveis. Além disso, é
importante realizar exames preventivos regularmente, como o Papanicolau e o exame
de colposcopia, que detectam alterações no colo do útero e previnem o câncer de colo
de útero (BRASIL, 2016).
140
A gestante agora pode solicitar a laqueadura durante o período do parto, desde que
manifeste sua vontade com 60 dias de antecedência da data prevista para o nascimento.
A lei exige que a manifestação da vontade seja feita por escrito e assinada, e que a pessoa
interessada receba aconselhamento médico sobre as vantagens, desvantagens, riscos e
eficácia do procedimento antes de realizá-lo. Aqueles que realizarem a esterilização em
desacordo com a lei podem ser penalizados com dois a oito anos de reclusão e multa
(COFEN, 2023).
A escolha do método contraceptivo ideal deve ser feita com base em informações
precisas e atualizadas, considerando as características e necessidades individuais. Além
disso, é importante ter em mente que nenhum método contraceptivo é 100% eficaz na
prevenção da gravidez, e que o uso de preservativos é importante para prevenir as ISTs
(BRASIL, 2013).
INTERESSANTE
Você sabia? A aplicação do Dispositivo Intrauterino, conhecido como
DIU, é um método contraceptivo de longa duração e está disponível
gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS).
3.1 ENDOMETRIOSE
A endometriose é uma condição na qual o tecido que normalmente cresce
dentro do útero (endométrio) começa a crescer fora dele, como nos ovários, trompas,
bexiga e outros órgãos da pelve. A causa exata da endometriose é desconhecida, mas
acredita-se que possa estar relacionada a uma combinação de fatores genéticos,
hormonais e imunológicos (FEBRASGO, 2021).
141
A fisiopatologia da endometriose envolve a capacidade do tecido endometrial
de se implantar e crescer fora do útero, formando lesões císticas ou nodulares que
podem se romper e causar dor e inflamação local. A endometriose também pode levar
a aderências entre os órgãos pélvicos e causar alterações nas funções normais desses
órgãos, como a ovulação e a fertilidade (FEBRASGO, 2021).
3.2 INFERTILIDADE
A ausência de gravidez após um ano ou mais de atividade sexual regular e
sem uso de medidas anticonceptivas é considerada infertilidade. Essa condição pode
ser classificada em diferentes tipos, como a infertilidade primária (quando não houve
gestação prévia), infertilidade secundária (quando a capacidade reprodutiva falha após
uma ou mais gestações), abortamento habitual ou de repetição (ocorrência de três ou
mais interrupções naturais consecutivas da gestação de até 20 semanas) e esterilidade
(incapacidade definitiva de gerar filhos) (BRASIL, 2013).
Após a avaliação clínica, o casal deve ser orientado sobre práticas sexuais
compatíveis com a obtenção de gravidez, como identificar o período fértil e concentrar as
relações sexuais nessa fase, além de eliminar fatores que possam interferir no depósito
do sêmen na vagina ou dificultar a migração espermática como uso de duchas vaginais
e lubrificantes. Se a gravidez não ocorrer após essas medidas iniciais, é necessário
investigar as possíveis causas de infertilidade para definir o tratamento mais adequado
em cada caso (BRASIL, 2013).
142
A infertilidade é um problema que afeta tanto homens quanto mulheres e
pode ser definida como a incapacidade de conceber após um ano de relações sexuais
regulares sem uso de métodos contraceptivos. Alguns fatores podem aumentar o
risco de infertilidade em mulheres, como idade avançada, doença inflamatória pélvica,
tabagismo e extremos de peso, além da Síndrome do Ovário Policístico (BRASIL, 2013).
143
3.3 INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS
As Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) representam um problema de
saúde pública no Brasil e no mundo, com alta prevalência em diversas populações.
São causadas por micro-organismos que podem ser transmitidos por meio do contato
sexual sem proteção, incluindo bactérias, vírus e fungos. A prevenção, o diagnóstico
precoce e o tratamento adequado são fundamentais para controlar a transmissão e
reduzir as complicações dessas infecções (BRASIL, 2015).
3.3.1 Sífilis
A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível (IST) causada pela bactéria
Treponema pallidum. Ela pode ser dividida em sífilis adquirida, sífilis congênita (transmitida
da mãe para o feto) e sífilis gestacional (transmitida da mãe para o feto durante a
gravidez). Os sintomas da sífilis adquirida são divididos em três estágios: sífilis primária
(úlcera indolor no local da infecção), sífilis secundária (erupções cutâneas no tronco e
nas palmas das mãos e solas dos pés, além de febre, mal-estar e dor de cabeça) e sífilis
terciária (complicações neurológicas, cardiovasculares e cutâneas) (BRASIL, 2015).
O diagnóstico pode ser feito por meio de exames de urina, swab genital ou
exame de sangue. O tratamento geralmente envolve antibióticos específicos para
cada bactéria, além do tratamento dos parceiros sexuais. A prevenção pode ser feita
mediante o uso de preservativo durante as relações sexuais e realização de exames
periódicos para detecção precoce da infecção (BRASIL, 2015).
144
A oftalmia neonatal, causada pela gonorreia ou clamídia, é uma infecção ocular que
pode ser transmitida da mãe para o bebê durante o parto. Os sinais incluem conjuntivite,
secreção ocular e inchaço das pálpebras. O tratamento é feito com antibióticos tópicos ou
sistêmicos, dependendo da gravidade da infecção (BRASIL, 2015).
3.3.3 Hepatites B e C
As hepatites virais B e C são infecções que afetam o fígado e podem ser
transmitidas por meio de relações sexuais, uso compartilhado de agulhas, transfusões
de sangue e da mãe para o filho durante a gravidez. Dentre os sinais e sintomas mais
comuns estão fadiga, náusea, vômitos, dor abdominal, icterícia, febre, perda de apetite
e artralgia. O diagnóstico é feito por meio de exames de sangue para detectar os
marcadores virais e avaliar a função hepática (BRASIL, 2015).
Os sintomas iniciais da infecção pelo HIV podem incluir febre, dor de garganta,
sudorese noturna, fadiga, diarreia e perda de peso, no entanto muitas pessoas não
apresentam sintomas por anos após a infecção inicial (BRASIL, 2015).
146
ou sorologia para identificar o agente infeccioso responsável pela lesão. As principais
causas de úlcera genital, de acordo com o “Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas
para atenção integral às pessoas com infecções sexualmente transmissíveis (IST)”
(BRASIL, 2022), são:
• Sífilis: é causada pela bactéria Treponema pallidum e apresenta como sinal inicial
uma úlcera indolor (cancro duro), que surge no local da infecção após um período de
incubação que pode durar de 9 a 90 dias.
• Herpes genital: é causada pelo vírus herpes simples tipo 1 (HSV-1) ou tipo 2 (HSV-2) e
apresenta-se como lesões ulceradas dolorosas, geralmente agrupadas em pequenas
vesículas, que surgem na mucosa genital e/ou anal.
• Cancro mole: é causado pela bactéria Haemophilus ducreyi e apresenta-se como
uma lesão ulcerada, dolorosa e com bordas irregulares, que geralmente é única.
• Donovanose: é causada pela bactéria Klebsiella granulomatis e apresenta-se como
uma lesão ulcerada, que aumenta progressivamente de tamanho e profundidade,
com bordas elevadas e fundo granuloso.
• Linfogranuloma venéreo: é causado pela bactéria Chlamydia trachomatis sorotipo L1,
L2 ou L3 e apresenta-se como uma lesão ulcerada indolor no local da infecção, que
evolui para uma inflamação dos gânglios linfáticos inguinais.
Não existe cura para o HPV, mas as verrugas genitais podem ser tratadas com
medicamentos tópicos, remoção a laser ou cirurgia. O tratamento do câncer depende
do estágio da doença e pode incluir cirurgia, radioterapia e quimioterapia. É importante
lembrar que o tratamento não cura o HPV e que é possível a reinfecção (BRASIL, 2015).
O diagnóstico do HPV pode ser feito por meio de exames clínicos, como a
colposcopia e o Papanicolau, que podem detectar lesões no colo do útero. O diagnóstico
também pode ser confirmado por meio de exames laboratoriais, como a biópsia e o teste
de captura híbrida, que detectam a presença do vírus no organismo (BRASIL, 2015).
148
Para prevenção de gravidez, são utilizados métodos contraceptivos emergenciais,
de acordo com o Ministério da Saúde “recomenda-se, como primeira escolha, o uso de
progestágeno puro (levonorgestrel 0,75 mg/comprimido, dois comprimidos, VO, dose
única, ou um comprimido, VO, a cada 12 horas)”, ainda vale lembrar que o abortamento
é permitido nos casos de estupro” (BRASIL, 2015, p. 114).
149
De acordo com o Núcleo de Telessaúde do Amazonas (2022), o enfermeiro deve
considerar ações de educação em saúde e assistência frente às IST/Aids, além das relações
pessoais entre o profissional e o paciente. As práticas educativas devem se concentrar na
prevenção das IST/Aids, enfatizando a importância do uso do preservativo e aumentando
a cobertura vacinal para prevenir ISTs como Hepatite B e HPV. Durante as consultas,
é importante atentar às necessidades humanas básicas e adotar uma abordagem
humanizada e holística para garantir o conforto físico, psicológico e espiritual. Na assistência
de enfermagem, é necessário oferecer aconselhamento e testagem rápida para grupos
vulneráveis e encaminhar para serviços de referência quando necessário.
DICA
Olá, futuro enfermeiro! Recomendamos a leitura dos fluxogramas
das páginas 35 a 40 dos “Protocolos da Atenção Básica: saúde das
mulheres”, para entender um pouco mais do manejo clínico das ISTs
e do papel do enfermeiro. Disponível em: https://bit.ly/3MfQjus.
150
importante é o crescimento dos pelos pubianos. Os primeiros pelos aparecem na região
pubiana e depois se estendem para as coxas e axilas. O padrão de crescimento varia
de acordo com a genética e pode ser influenciado por fatores hormonais e nutricionais
(LOURENÇO; QUEIROZ, 2010).
Além disso, a menarca ocorre em média após dois anos do início da puberdade,
na época de desaceleração do crescimento, sendo limitado, em média, de 5 cm pós
menarca. Como ocorrem mudanças no ciclo menstrual, com a maturação do sistema
reprodutor e a ovulação, o ciclo menstrual pode levar de 2 a 3 anos para estabilizar
completamente (LOURENÇO; QUEIROZ, 2010).
151
A menopausa é a fase em que a mulher tem a última menstruação, decorrente
da diminuição da produção hormonal pelos ovários. É considerada a última menstruação
após 12 meses sem menstruar. Geralmente ocorre entre os 45 e 55 anos de idade
(SOUSA, 2012).
152
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu:
153
AUTOATIVIDADE
1 O sistema reprodutor feminino é complexo e desempenha um papel fundamental na
reprodução humana. Ele é composto por órgãos internos e externos que trabalham
em conjunto para permitir a fertilização, a gravidez e o parto. Com relação à anatomia e
fisiologia do sistema reprodutor feminino, assinale a alternativa CORRETA:
Fonte: BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de DST, Aids e
Hepatites Virais. Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas para atenção integral às pessoas
com infecções sexualmente transmissíveis. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2015. Disponível em:
https://bit.ly/3MD82gG. Acesso em: 12 maio 2023.
154
I- A atenção básica é responsável por garantir o acolhimento e realizar atividades de
informação/educação em saúde.
II- É de responsabilidade dos níveis de média complexidade realizar coleta de material
cérvicovaginal para exames laboratoriais.
III- Uma das atividades dos serviços de alta complexidade é oferecer sistematicamente
estágios, cursos e treinamento em prevenção, manejo clínico e laboratorial para
profissionais de saúde dos demais níveis de atenção.
IV- Os serviços de média complexidade são responsáveis por realizar colposcopia, se
disponível, ou encaminhar a paciente para serviços de referência que disponham de
colposcópio e profissional habilitado, quando indicado.
155
156
UNIDADE 3 TÓPICO 2 —
CUIDADOS DE ENFERMAGEM DURANTE
O CICLO GRAVÍDICO PUERPERAL
1 INTRODUÇÃO
Olá, acadêmico, nesta unidade iremos conhecer um pouco mais da atuação
do enfermeiro na assistência à saúde da mulher em uma etapa muito importante que
precisa de cuidado e atenção, pois envolve a assistência do recém-nascido e da mulher.
157
2.1 O PRÉ NATAL DE BAIXO RISCO
Para iniciarmos mais uma etapa de conhecimento, traremos uma curiosidade:
sabia que o serviço do pré-natal se inicia antes mesmo do diagnóstico da gravidez?
Isso mesmo! No período pré-concepcional, em que a mulher realiza o planejamento
familiar e recebe as suas primeiras orientações quanto a suplementação alimentar,
exames preventivos, utilização do ácido fólico e a elaboração de intervenções de acordo
com as suas necessidades identificadas durante a anamnese. A classificação de risco
da gestante orientará o direcionamento da assistência. Quanto ao serviço no risco
habitual, este é fomentado pelas orientações do “Caderno de atenção básica pré-natal”,
implementado nas Unidades Básicas de Saúde (GOMES et al., 2019).
IMPORTANTE
O pré-natal de risco habitual é destinado à gestante que não
apresenta nenhum tipo de comorbidade (duas ou mais doenças
simultâneas) ou doença que possa se agravar no período da
gestação. Já o pré-natal de alto risco, é destinado a mulheres que
já possuem ou que vão desenvolver durante a gravidez algum fator
patológico que pode afetar diretamente a gestação, por exemplo,
mulheres que já são hipertensas. Nessa fase elas precisam de
um acompanhamento de alto risco, de um olhar especializado do
médico obstetra ou outros especialistas dependendo do problema.
158
• auxiliar a gestante, o parceiro e a família a compreender e se adaptar às novas
experiências durante a gravidez, preparando-os para o parto, pós-parto e para o
papel de pais (BRASIL, 2012).
159
• fazer testes rápidos;
• prescrever medicamentos padronizados para o programa de pré-natal, como sulfato
ferroso, ácido fólico e medicamentos para tratar DSTs, conforme o protocolo de
abordagem sindrômica;
• incentivar a vacinação de gestantes (contra tétano e hepatite B);
• identificar gestantes com sinais de alerta ou alto risco e encaminhá-las para consulta
médica. Se for considerada de alto risco e houver dificuldades para agendar a
consulta médica, a gestante deve ser encaminhada diretamente para um serviço de
referência;
• realizar exame clínico das mamas e colher amostras para exame citopatológico do
colo do útero;
• promover atividades educativas individuais e em grupo (como grupos ou atividades
em sala de espera);
• educar as gestantes e a equipe de saúde dos fatores de risco e vulnerabilidades;
• informar as gestantes da periodicidade das consultas e realizar busca ativa das
gestantes que faltaram;
• realizar visitas domiciliares durante a gravidez e período pós-parto, acompanhar o
processo de amamentação e orientar o planejamento familiar.
As formas de cálculo para estimar a data provável do parto (DPP), são baseadas
na data da última menstruação. O método mais comum é o uso do calendário ou do
disco gestograma, em que se considera a duração média da gestação normal de 280
dias ou 40 semanas a partir da DUM. Outra forma é a Regra de Näegele, que consiste
em somar sete dias ao primeiro dia da última menstruação e subtrair três meses (ou
adicionar nove meses caso corresponda de janeiro a março) ao mês em que ocorreu a
última menstruação. Caso o número de dias exceda o número de dias do mês, deve-se
passar os dias excedentes para o mês seguinte, adicionando 1 (um) ao final do cálculo
como demonstrado no exemplo do Quadro 1 (BRASIL, 2012).
160
Quadro 1 – Exemplos de cálculos da DPP
De acordo com o Ministério da Saúde, ela pode ser interpretada de acordo com a
idade gestacional. Para isso, utiliza-se uma curva de referência que indica o valor médio
da altura uterina em cada semana de gestação. Caso o valor da altura uterina esteja abaixo
do esperado para a idade gestacional, pode ser indicado um exame de ultrassonografia
para avaliar o crescimento fetal (BRASIL, 2012).
161
Durante o período pré-natal, é fundamental que as ações educativas enfatizem
diversos temas, tais como a importância de comparecer às consultas regulares, a
vacinação das gestantes, a realização de exames de rotina, a sexualidade, a higiene
corporal, a dieta, as alterações hormonais, os direitos trabalhistas, os cuidados com o
recém-nascido, a amamentação, o puerpério e o planejamento familiar. Esses temas
devem ser abordados para conscientizar e orientar as gestantes, a fim de garantir o
desenvolvimento saudável da gestação e do bebê, bem como a saúde e o bem-estar da
mãe (ROCHA et al., 2021).
• desmaio/mal-estar geral;
• dor abdominal/lombar/contrações uterinas;
• dor de cabeça, tontura, vertigem;
• falta de ar;
• febre/sinais de infecção;
• náuseas e vômitos;
• perda de líquido vaginal/secreções;
• perda de sangue via vaginal;
• queixas urinárias;
• parada/redução de movimentos fetais;
• relato de convulsão;
• outras queixas/situações.
DICA
Acesse os fluxogramas (páginas 39 a 50), na íntegra, disponíveis
em: https://bit.ly/3BDBe11.
163
• Supervisionar o trabalho do técnico/auxiliar de enfermagem e
estagiário, orientando corretamente quando necessário;
• Realizar passagem de plantão regularmente, não é permitido
abandonar o plantão sem que outro funcionário o assuma;
• Registrar em livro próprio as ocorrências do setor (BRASIL, 2017, p.
25-26).
IMPORTANTE
Lembre-se, acadêmico, essas são apenas algumas das intercorrências
clínicas obstétricas, no entanto, para um conhecimento mais abran-
gente sobre o tema, leia o Caderno de Atenção Básica nº 32 “Atenção
ao pré-natal de baixo risco”. Disponível em: https://bit.ly/3IiNyar.
164
2.3.1 Diabetes mellitus gestacional
Durante a gestação, o diabetes mellitus gestacional (DMG) é o problema
metabólico mais comumente observado, afetando entre 3% e 13% das gestações. No
Brasil, a prevalência estimada de DMG entre as gestantes com mais de 20 anos é de 7,6%.
É recomendado que a triagem para DMG seja oferecida a todas as gestantes durante o
pré-natal, levando em consideração os fatores de risco. O exame deve ser solicitado na
primeira consulta e/ou entre 24 e 28 semanas de gestação, de acordo com os fatores de
risco para DMG. É importante que a gestante e seu acompanhante sejam devidamente
orientados dos riscos e benefícios do rastreamento de DMG e das possíveis complicações
associadas ao diabetes (BRASIL, 2012).
165
vasoconstricção aumentada e redução da perfusão. O edema
atualmente não faz mais parte dos critérios diagnósticos da síndrome,
embora frequentemente acompanhe o quadro clínico;
Eclâmpsia: corresponde à pré-eclâmpsia complicada por convulsões
que não podem ser atribuídas a outras causas;
Pré-eclâmpsia superposta à HAS crônica: é definida pela elevação
aguda da PA, à qual se agregam proteinúria, trombocitopenia ou anor-
malidades da função hepática em gestantes portadoras de HAS crônica,
com idade gestacional superior a 20 semanas (BRASIL, 2012, p. 179).
167
Figura 8 – Doença hemolítica perinatal
Fonte: a autora
3 ASSISTÊNCIA À PARTURIENTE
O Sistema Único de Saúde, mediante a Portaria n° 11, de 7 de janeiro de 2015,
define as diretrizes para a implantação e habilitação de Centro de Parto Normal para o
acolhimento da mulher e do recém-nascido, desde a implantação da Rede Cegonha,
como vimos na unidade anterior (FERREIRA et al., 2021).
168
Além disso, o enfermeiro tem um papel fundamental em vários momentos do
processo de nascimento, e o acolhimento é um deles. As orientações e o apoio psicológico
são essenciais para encorajar e fortalecer as mulheres durante esse momento difícil
(MILANEZ et al., 2011).
169
Durante a assistência no terceiro período do parto, é necessária a orientação
à paciente e/ou ao acompanhante, acerca da revisão do canal de parto, da recepção
do recém-nascido no tórax da mãe com contato pele a pele, da estimulação da
amamentação, da ligadura oportuna do cordão umbilical, da coleta de sangue do cordão
umbilical para tipagem sanguínea do recém-nascido, da administração de dez unidades
internacionais de Ocitocina, da realização da tração controlada do cordão, do exame da
placenta e membranas, da antissepsia de períneo em caso de laceração, da colocação
de campo fenestrado, da sutura de lacerações ou episiotomia após analgesia com fio
vicryl 2-0, do uso de técnica subcutânea contínua e da observação do sangramento
para detectar risco de choque hipovolêmico. É importante ressaltar que a anestesia local,
a episiotomia e a episiorrafia devem ser realizadas exclusivamente pelo enfermeiro
obstetra (BRASIL, 2019).
170
Para que você possa entender melhor, as principais atribuições do enfermeiro são:
Outro procedimento essencial que deve ser realizado ainda em sala de parto, é o
estímulo ao aleitamento materno durante a golden hour (primeira hora), pois esse ato
favorece o contato direto entre o binômio, além de fortalecer as repostas imunológicas
oferecidas pela composição do colostro materno e estreito de vínculo. Por fim, os
cuidados com as mamas, cicatriz cirúrgica e os cuidados gerais também são atividades
da equipe de enfermagem, a qual deve fornecer os cuidados com uma linguagem clara
e segura (SEHNEM, 2020).
Outros aspectos importantes que devem ser aplicados durante todo o processo
são: a adesão de boas práticas em obstetrícia, preconizando a assistência humanizada;
e o estímulo da autonomia da gestante, respeitando suas escolhas e lhe assegurando
em cada momento é fundamental para a boa execução do exercício da enfermagem
obstétrica. A sobrecarga de atividades, principalmente no setor público, não deve
interferir na prestação de cuidados. Isto é, as potencialidades devem sempre ser
encorajadas (LIMA; SOUSA; PASSOS, 2022).
171
4 O ALEITAMENTO MATERNO
O aleitamento materno é essencial para o estabelecimento do vínculo entre a
mãe e o bebê, pois estimula afeto, proteção e nutrição para a criança e constitui a mais
sensível, econômica e eficaz intervenção para redução da morbimortalidade infantil.
Além disso, permite ainda um elevado impacto na promoção da saúde integral de
ambos. A partir do aleitamento materno adequado, a introdução de alimentos seguros,
acessíveis e culturalmente aceitos na dieta da criança, em época oportuna e de forma
adequada, será mais fácil e desenvolvida com maior segurança, de forma sustentável
e equitativa para a promoção da alimentação saudável em consonância com os direitos
humanos fundamentais e para a prevenção de distúrbios nutricionais de grande impacto
na saúde pública (FERREIRA et al., 2021).
Na maioria das vezes, não há nenhuma contraindicação para uma mãe amamentar
seu bebê, se esse for o seu desejo. As restrições, quando existem, podem ser definitivas
ou temporárias. Mulheres infectadas com os vírus HIV (vírus da Aids) ou HTLV (vírus que
afeta a imunidade das pessoas) não devem amamentar, pois existe o risco desses vírus
serem transmitidos para a criança pelo leite materno. Somente a vacina de febre amarela,
em mães que estejam amamentando crianças abaixo de 6 meses de vida, tem como
recomendação a suspensão do aleitamento materno por dez dias (LIMA; SOUSA; PASSOS,
2022).
172
São poucos os medicamentos usados pela mãe que impedem a amamentação,
entre eles, por exemplo, os usados na quimioterapia, mas para a maioria dos remédios não
há problema, mesmo para os antibióticos e os antidepressivos. Dentre as diversas opções
para um tratamento, o profissional poderá escolher aquela que seja mais segura para ser usada
durante a amamentação. Às vezes poderá ser necessário suspender temporariamente o
aleitamento durante o tratamento. Mães que sejam usuárias regulares de drogas ilícitas
(maconha, cocaína, crack, anfetamina, ecstasy e outras) não devem amamentar seus filhos
enquanto estiverem fazendo uso dessas substâncias (SANTOS et al., 2022).
IMPORTANTE
Uma mulher produz até um litro de leite por dia. Uma criança
consome entre 200 e 250 ml a cada mamada. O alimento é rico
em DHA, uma fração do ômega 3 que, dentre outras funções no
nosso organismo, participa da formação de células nervosas, ao
mesmo tempo em que facilita a comunicação entre elas.
173
Com relação às complicações mamárias no pós-parto relacionadas à
amamentação, foram identificados 36 (58%) casos de trauma mamilar, 22 (35,4%) casos
de ingurgitamento mamário, 3 (5%) casos de trauma mamilar e ingurgitamento mamário
concomitantemente e 1 (1,6%) caso de abscesso mamário. As intercorrências mamárias
relacionadas à lactação identificadas foram, fissura mamilar, ingurgitamento mamário e
mastite. Dentre as intercorrências mamárias, as que incidiram com maior frequência na
amostra de puérperas foram: ingurgitamento mamário (28,3%), fissura mamilar (7,6%) e
mastite (2,8%) (SILVA et al., 2019, SANTOS et al., 2022).
174
De acordo com o Ministério da Saúde, o enfermeiro deverá observar a mamada,
considerando diferentes itens, como: as roupas da mãe e do recém-nascido (RN)
devem ser adequadas (não devem restringir movimentos), a mãe deve estar em posição
confortável, o corpo do bebê deve estar voltado a mãe (barriga a barriga) e estar próximo,
o braço inferior do RN não deve estar entre o corpo da mãe e o dele. Além disso, outras
recomendações são: o bebê deve abocanhar, além do mamilo, parte da aréola, o queixo
toca na mama e as narinas ficam livres. Os lábios se curvam para fora e as mandíbulas
se movimentam, bem como a deglutição é visível e/ou audível (BRASIL, 2009).
175
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu:
176
AUTOATIVIDADE
1 A gestação é um período especial em que o enfermeiro tem o papel de realizar as
consultas de pré-natal, auxiliar a mulher na compreensão do período gestacional, o
que envolve modificações pessoais e de sua família, acompanhar gestações de baixo
risco, solicitar exames de rotina e orientar tratamento de acordo com o protocolo
institucional, e assim como, coletar exame citopatológico. Durante esse período, é
comum que a mulher apresente inseguranças e incertezas, por isso o enfermeiro
precisa informar à mulher quais os momentos específicos considerados alarmantes,
os quais, necessitarão de apoio e acompanhamento profissional. Com relação aos
sinais de alerta na gestação, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as
Falsas:
( ) Cefaleia contínua.
( ) Contrações de Braxton Hicks.
( ) Náuseas intensas e persistentes.
177
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
b) ( ) Somente a sentença II está correta.
c) ( ) As sentenças I e III estão corretas.
d) ( ) Somente a sentença III está correta.
3 O parto de risco refere-se a complicações que podem aumentar o risco tanto para a
parturiente quanto para o bebê durante o trabalho de parto e o parto em si. Existem
várias condições que podem contraindicar o parto vaginal em casos de risco. Acerca
das contraindicações consideradas para o parto de risco habitual, classifique V para
as sentenças verdadeiras e F para as Falsas:
178
UNIDADE 3 TÓPICO 3 —
SAÚDE DA MULHER NO CLIMATÉRIO
1 INTRODUÇÃO
Você já ouviu falar em climatério? O conceito de climatério diz respeito à transição
da mulher do ciclo reprodutivo para o não reprodutivo, o qual pode ocorrer entre os 40 e 65
anos. É uma fase fisiológica da vida da mulher e um período que pode vir acompanhado de
mudanças psicossociais, afetivas, sexuais, familiares e ocupacionais, que podem refletir
nos demais aspectos da vida, o que pode envolver a forma como essa mulher compreende
esse momento.
Devemos lembrar que o ser humano é plural e que nenhum organismo é igual ao
outro, por isso, muitas mulheres podem passar pelo climatério sem queixas, porém outras
podem apresentar queixas diversificadas e com intensidades diferentes. A apresentação
universal é a ocorrência da irregularidade menstrual, assim como os fogachos e suores
noturnos, muito comuns nesse momento.
179
2 FISIOLOGIA E MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DO CLIMATÉRIO
Como vimos anteriormente, algumas mulheres poderão apresentar manifestações
clínicas desagradáveis ou simplesmente mudanças, as quais necessitarão de intervenções
rápidas e eficazes dos profissionais envolvidos no cuidado (SANTOS; PINTO, 2022). São elas:
180
Outras perguntas que não poderão ser esquecidas pelo profissional que estará
realizando a abordagem são: presença de sangramento genital pós-menopausa; a
existência de queixas e outras demandas relacionadas ao ciclo de vida, realização de
exame físico geral, sempre considerando problemas cardiovasculares e cânceres de
mama e colo do útero, bem como a avaliação dos dados vitais e antropométricos, risco
cardiovascular, exame ginecológico, para que assim a confirmação do climatério ocorra
(GOMES CARNEIRO et al., 2020).
Não esqueça que a abordagem à mulher deve ser integral, assim não deve
anular a aplicação de práticas integrativas e complementares, em especial a fitoterapia.
Alguns fitoterápicos podem auxiliar no alívio dos sintomas presentes no climatério, em
especial os fogachos, as ondas de calor relatadas por um grande número de mulheres
(BELÉM et al., 2021).
IMPORTANTE
Tente memorizar as principais queixas das mulheres nessa fase, como vimos no texto
anterior: presença de ondas de calor ou fogachos – episódios que causam a sensação de
calor na face, pescoço e parte superior do tronco, geralmente acompanhados de rubor facial,
suores, palpitações no coração, vertigens, cansaço muscular. Fique atento, pois, quando
mais intensos, podem atrapalhar as tarefas do dia a dia; irregularidades na duração dos
ciclos menstruais e na quantidade do fluxo sanguíneo; manifestações como dificuldade para
esvaziar a bexiga, dor e pressa para urinar, perda de urina, infecções urinárias e ginecológicas,
ressecamento vaginal, dor à penetração e diminuição da libido; sintomas psíquicos – a
redução dos níveis de hormônios femininos interfere com a liberação de neurotransmissores
essenciais para o funcionamento harmonioso do sistema nervoso central, fazendo com
que aumentem as queixas de irritabilidade, instabilidade emocional, choro descontrolado,
depressão, distúrbios de ansiedade, melancolia, perda da memória e insônia; alterações na
181
pele, que perde o vigor, nos cabelos e nas unhas, que ficam mais
finos e quebradiços; alterações na distribuição da gordura o corpo,
fazendo com que se concentre mais na região abdominal; perda de
massa óssea característica da osteoporose e da osteopenia; risco
aumentado de doenças cardiovasculares: a doença coronariana é a
principal causa de morte depois da menopausa.
INTERESSANTE
Você sabia? O tratamento homeopático está disponível no SUS.
183
Promover a realização de atividades de fortalecimento muscular duas ou
mais vezes por semana, além de práticas corporais que envolvem lazer, relaxamento,
coordenação motora, manutenção do equilíbrio e socialização, diariamente ou sempre
que possível, alterações e medidas de promoção à saúde bucal, prevenção e tratamento
de Infecções sexualmente transmissíveis, HIV, hepatites (DA SILVA; DIAS; OLIVEIRA, 2019).
184
h) Orientar para ficar atenta aos sinais que indicam doenças e
depressão e procurar ajuda; encaminhar para psicoterapia, caso
seja necessário.
i) Orientar sobre os riscos e benefícios da terapia hormonal,
fitoestrógenos, fitoterápicos, homeopatia e acupuntura,
indicações e contraindicações destes.
j) Orientar na perimenopausa com relação ao uso dos métodos
contraceptivos – oral combinado ou com progesterona e injetável,
DIU, métodos de barreira, camisinha feminina e masculina,
espermicida, diafragma, anéis vaginais e os anticoncepcionais
transdérmicos e implantes. Lembre-se que qualquer método
deve estar associado ao uso de preservativo para evitar IST.
k) Informar que podem viver sua sexualidade. Viver com intensidade o
prazer e a sua sexualidade, deixando de lado os tabus e as culpas.
É necessário conversar com o companheiro, evitando conflitos
conjugais, comuns nesse período, decorrentes do desconhecimento
dele sobre as transformações inerentes ao climatério, e solicitar
mais carinho, mais aproximação, mais companheirismo, para viver a
sexualidade plenamente (UFSC, 2016, p. 99-100).
185
O aumento do risco de câncer de mama e doença tromboembólica tem se confir-
mado nesses estudos. A incidência em números absolutos de efeitos adversos é baixa
e o risco individual no primeiro ano de tratamento é muito baixo. Os riscos são cumulativos
com o tempo de uso. A relação risco/benefício deve ser individualizada (GOMES; ARAÚ-
JO; MAGALHÃES, 2021).
186
LEITURA
COMPLEMENTAR
ASSISTÊNCIA À SAÚDE DA MULHER CLIMATÉRICA:
UMA REVISÃO DE LITERATURA
1 Introdução
187
Outra situação relevante que podemos compreender é que um número
significativo de mulheres acaba por não procurar o atendimento de saúde, por acreditarem
não haver o necessário acolhimento das queixas e sintomas por elas apresentadas,
relatando não terem a devida atenção fornecida pelos profissionais da saúde. Assim,
perdas do ânimo, do desejo sexual, da estrutura óssea, vão atrapalhando o cotidiano,
fragilizando a si e suas relações interpessoais nos diversos ambientes frequentados
(BISOGNIN et al., 2015).
Por essa razão, é importante que o enfermeiro ofereça suporte a estas mulheres,
por meio por exemplo da escuta qualificada e converse de maneira a passar as devidas
orientações necessárias podendo sugerir como melhoria e implementação, por parte do
paciente a rotina de exercícios físicos (BRASIL, 2016).
188
2 Metodologia
[...]
189
[...]
190
O climatério causa nas mulheres (depressão, secura vaginal, cefaleia, irritabilidade,
dificuldade de concentração, dentre outros), surgindo por meio de três fases: a pré-
menopausa, a perimenopausa e a pós-menopausa, causando desconforto e outros
problemas com os quais é muito mais fácil conviver se as informações relacionadas a
estas são orientativas. Frente a isso, a enfermagem é um dos elementos determinantes
na qualidade de vida da mulher, porque essa profissão é capaz de orientar e de acolher,
estabelecendo uma relação efetiva entre a mulher, espaço público de saúde e acolhimento
(JÚNIOR et al., 2016).
A leitura dos textos aponta uma dificuldade quanto aos cuidados no climatério no
que tange à busca por informações. Poucas são as orientações para mulheres nessa
fase da vida, o que se associa, possivelmente, a uma temática de estudo que não se
apresenta como interesse superior. É evidenciada a escassez de políticas públicas no
que tange aos cuidados de mulheres no climatério. Os autores apontam “inexistência
de ações centradas na população feminina no climatério, pois apesar dos esforços
este campo de atuação não se estabelece como prioritário” (PATRÍCIO et al., 2020, p.
3), indicando uma prevalência do interesse de saúde pública no sistema reprodutivo
(PATRÍCIO et al., 2020).
191
O que surge disso, é uma assistência extremamente fragmentada, que ainda
precisa ser desenvolvida com maior afinidade para com as necessidades destas
mulheres. Verifica-se um conhecimento sumário delas sobre si e o período pelo qual
estão passando, restringindo atendimentos mais específicos apenas a casos que
apresentam gravidade ou problemas que condicionam a existência destas mulheres a
sofrimento e problemas relacionados à saúde (PATRÍCIO et al., 2020).
Os cuidados nesse período exigem uma rede de apoio e atendimento, isto porque
este é um período delicado da vida feminina, em que as mudanças fisiológicas exigem
adaptações, tanto físicas como psicossociais, somam-se outras variáveis potencialmente
negativas, especialmente se estas mulheres estão empregadas, exercem funções
domésticas ou precisam contribuir no sustento da casa. O cansaço, a solidão e os problemas
relacionados a este período precisam ser melhor explorado no sentido de instituir políticas
públicas que sejam voltadas para mulheres climatéricas (ALBUQUERQUE et al., 2019).
5 Considerações Finais
193
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu:
• A fisiologia do envelhecimento.
• Visão holística da mulher quanto aos aspectos sexuais e reprodutivos nesse período
194
AUTOATIVIDADE
1 Durante o climatério, período de transição entre a fase reprodutiva e a não reprodutiva
da mulher, podem surgir diversas queixas e sintomas que podem impactar a qualidade
de vida. O enfermeiro desempenha um papel importante na assistência às mulheres
nessa fase, oferecendo intervenções de enfermagem direcionadas às principais
queixas associadas ao climatério. Com relação aos cuidados de enfermagem à
mulher climatérica, analise as sentenças a seguir:
195
3 A menopausa é um processo natural que marca o fim da fase reprodutiva da mulher.
É definida como a cessação permanente da menstruação, que ocorre devido à
diminuição gradual da produção de hormônios sexuais, principalmente estrogênio
e progesterona, pelos ovários. Com relação à menopausa, classifique V para as
sentenças verdadeiras e F para as falsas:
5 A reposição hormonal sofreu grandes mudanças ao longo dos anos. Seu objetivo
é tratar os sintomas decorrentes da falta do estrogênio. Esses sintomas são mais
intensos nos dois anos antes e dois anos após a última menstruação. Neste contexto,
disserte sobre o tema.
196
REFERÊNCIAS
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sobre sexualidade no climatério. Research, Society and Development, Vargem
Grande Paulista v. 11, n. 3, p. 1-10, 2022. Disponível em: https://bit.ly/438Cg0B. Acesso
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DA SILVA M. G.; DIAS, M. S.; OLIVEIRA, M. P. O período climatério sob ótica da mulher.
Revista Saber Digital, Rio de Janeiro, v. 12, n. 1, p. 29-38, 2019. Disponível em:
https://bit.ly/3o60zxv. Acesso em: 16 mar. 2023.
198
GOMES, C. B. de A. et al. Consulta de enfermagem no pré-natal: narrativas de
gestantes e enfermeiras. Texto & Contexto - Enfermagem, Florianópolis, v. 28, p.
1-15, 2019. Disponível em: https://bit.ly/439639C. Acesso em: 3 mar. 2023.
JUNQUEIRA, L.C.; CARNEIRO, J. Histologia básica: texto e atlas. 12. ed. Rio de Janeiro:
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LIMA, I. M. D.; SOUSA, C. dos S.; PASSOS, S. G. de. ações do enfermeiro nas práticas educativas
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MORAES, I. A. de. Fisiologia da glândula mamária. Niterói: UFF. 2018. Disponível em:
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199
PILAR, T. M. I. V.; MENDES, V. B.; BATISTA, N. N. L. de A. L. Percepção de
usuárias no climatério sobre as práticas integrativas. Research, Society and
Development, Vargem Grande Paulista, v. 9, n. 10, p. 1-16, 2020. Disponível em:
https://bit.ly/3pVyFVe. Acesso em: 16 mar. 2023.