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Citologia e Hist ‘mODpULO 25 Na descrigdo dos tecidos vegetais, tomaremt das angiospermas, plantas dotadas de raizes, caul frutos Histologia vegetal ologia 10s como referéncia 0 grupo es, folhas, flores, sementes € Nas angiospermas, 0 organismo resulta do desenvolvimento de um em- brido, contido na semente, que, por sua vez, origina-se das sucessivas divisées mitdticas ocorridas em um zigoto. As células embri ionérias, dotadas de alto po- der proliferativo, originam na planta os tecidos meristemdticos, responsaveis, como veremos, pelo crescimento do corpo vegetal gem os tecidos permanentes, com células espe de uma determinada fungdo. Assim, os tecidos veg te agrupados em tecidos meristematicos e tecidos Os tecidos meristematicos As células meristeméticas so dotadas de um alto poder proliferativo, isto é, reproduzem-se ri- pida e intensamente, promovendo o crescimento da planta. Em termos gerais, sio células pequenas, com parede celular fina, nticleo central volumoso e portadoras de numerosos vaciiolos pequenos. Po- dem apresentar plastos indiferenciados, incolores € sem fungao aparente, denominados pré-plastos. A medida que a célula meristemética passa por uum processo de diferenciagio e se especializa numa determinada fungdo, perde parcial ou total- mente a capacidade proliferativa. A parede celu- lar torna-se mais espessa, os vactiolos pequenos fundem-se e se transformam geralmente num tinico € volumoso vaciiolo. Os pr plastos tornam-se funcionalmente ativos e, dependendo da célula, podem se transfor- mar em cloroplastos ou leucoplastos, por exemplo (figura 25.1) Fig. 251 -Esquema de célules ® vegetais meristeméticas yy, adultes. A partir desses tecidos sur- cializadas no desempenho jetais podem ser basicamen- permanentes. Tipos de meristemas As plantas podem apresentar dois tipos basi- cos de meristemas: primérios e secundérios. Os meristemas primérios Originam-se diretamente das células do em- brio da planta. Localizam-se no pice e ao longo do caule, definindo, respectivamente, as gemas apicais e laterais; na raiz, acham-se presentes na regidio subapical, onde sio envolvidos pela coifa, uma estrutura resistente que Ihes confere prote- go contra o atrito com 0 solo e contra 0 ataque microbiano. Durante o desenvolvimento do caule, as ge- mas laterais surgem depois da gema apical ¢ esponsiveis pela formacao de ramos, folhas e flores (figura 25.2). Os meristemas primérios promovem 0 cresci- mento em extenséo (longitudinal) da planta. Tal crescimento é denominado crescimento primério. Conelui-se, portanto, que um caule cresce através da “ponta”. Imagine, por exemplo, uma 4rvore com 5 metros de altura. Suponhamos que vocé faga uma marca qualquer nessa drvore, na altura de 1 metro do solo. Se daqui a 10 anos a ar vore estiver com 10 metros de altura, como ela ponta”, a marca continuaré no mes- cresce pela mo nivel, isto é, a 1 metro do solo. Os meristemas secundérios ecundarios promovem 0 cres- sfo responsé- Os meristemas cimento diametral da planta, isto veis pelo alargamenté vegetal; esse crescimento em espessura é denominado crescimento secun- dirio. As gimnospermas, como pinheiros e s qudias, e certas angiospermas dicotiledéneas, co- mo 0 ipé eo flamboaid, apresentam meristemas secundarios. ao dois os meriste © cambio. felogénio produz para o lado externo um teci- do que se diferencia no siiber. Esse tecido é morto ¢ as secundarios: felogénio Fig, 25.2 - Localizagao dos meristemas primérios. i a y Aa _Médulo 25 * Histologia vege: Teveste raizes e caules de plantas arbustivas e arbé- reas. Para o lado interno, o felogénio produz.a felo- derme, tecido vivo com fungao de preenchimento, cambio produz vasos lenhosos (no lado in- terno) ¢ vasos liberianos (no lado externo), que estudaremos adiante (figura 25.3). teoderme eon ; Fig. 25.3 - Caule adulto em corte coe transversal mastrando o felogéni 3 8.0 cémbio, lém dos tecidos por a eles produzdos. 100 ARTE | * Citolog) Os tecidos permanentes Nos vey 0 tecidos adultos ou permanen- tes originam-se dos meristemas. Estudaremos os tecidos adultos de protegao, 6s parenquiméticos, os de sustentagao e os de t Os tecidos de protecao ou revestimento sses tecidos protegem as plaritas contra os ntes agressores que podem dani- xistem dois tipos basicos de tecidos proteto- iderme e suber. Epiderme Constitui um revestimento externo que envol- ve os caules, as raizes, as folhas, as flores, os fru: tos ¢ as sementes. A epiderme € organizada por células vivas, poliédricas, intimamente justapos- tas, que formam geralmente apenas uma camada celular A epiderme exerce vérias fungdes na planta. Além de promover a defesa contra 0 ataque biano e contra a perda excessiva de égua, pode também desempenhar outras fungdes, principal- mente quando se diferencia e forma os chamados anexos epidérmicos. Os principais anexos epidér- micos so os aciileos, os pélos e os estématos Actileos. Anexos epidérmicos muito resis- pontiagudos, com fungdo de defesa (fi- gura 25.4), os acdleos aparecem, por exemplo, nas roseiras, sendo geralmente confundidos com espinhos. tente eos: anexos epidérmicos com fungéo de © Histologia Espinhos sao atrofiamentos de ramos cauli- nares (limoeiro) ou de folhas (cactos). Promo- vem a defesa da planta. No caso dos cactos, a redugao da superficie foliar — que resulta na formago do espinho — constitui uma adapta- 40 da planta contra a desidratacao. Pélos. Existem varios tipos de pélos nas plan- tas. Dentre eles, destacaremos os pélos absorven- tes das rafzes (figura 25.5). Eles ficam situados na zona pilifera ou de absor¢do, aumentando a superficie de contato da planta com a solucao do solo e, conseqiientemente, aumentando a capaci- dade da planta em retirar Agua e sais minerais do meio onde vive. Contribuem, portanto, para a adaptagio dos vegetais & vida terrestre. a “te . or . ui os absorventes radiculares. Fig, 255 - Esquema dos Nas urtigas existem pélos que contém subs- tancias téxicas, que protegem a folha contra ataques de animais. Quando o animal encosta na folha, 0s pélos injetam em sua pele o liquido urticante, que causa irritagao cuténea. EstOmatos. Sio estruturas epidérmicas regu liveis, normalmente encontradas nas folhas, que tém a fungio de promover trocas gasosas entre a planta eo meio externo. Eliminam Agua no esta~ do de vapor, fenémeno chamado de transpira- $40. Todo o processo se realiza nos estomatos por difusdo. Em média, podem-se encontrar cer- ca de 10 000 estématos por cm? de folha. Os estématos mais comuns apresentam: duas células epidérmicas modificadas, chamadas de cé- Iulas-guardas ou células estométicas; um poro, de- nominado ostiolo; uma cémara subestomitica. As células-guardas s80 ticas em cloroplastos. Em seu lado inferior (onde se encontra 0 ostiolo), 0 Modul espessamento da membrana celuldsica ¢ bas- tante acentuado; no lado externo, 0 espessa- ‘mento é relativamente pequeno. O astiolo uma abertura que pde o meio interno em co- municagdo com 0 meio externo (ar atmosféri- co). Abaixo do ostiolo existe uma grande ca- vidade chamada camara subestomdtica, que facilita o fluxo de gases. As eélulas epidérmi- cas justapostas as células-guardas so cham das de células anexas. Veja a figura 25.6. A abertura estomitica varia de acordo com 0 teor de dgua (turgor) apresentado pe- iardas. Como a membrana ce- lul6sica das células-guardas & mais espessa no lado interno, essa regido resiste mais a distensio provocada pela gua no interior da célula, Assim, quando o estémato fica tirgi- do, isto é, cheio de dgua, as membranas fi- nas (menos resistentes) se distendem mais facilmente, devido & pressto exercida pela gua. A membrana grossa entio, “pux da” de tal maneira que 0 ostiolo se abre. Com os estématos murchos, a pressdo inter- na da gua (turgor celular) é aliviada e as cé lulas-guardas voltam a posigZo primitiva de repouso, fechando 0 ostfolo, como mostra a las ¢ Fig, 25.7- Estomato fechado e aberto. Conelui-se, ento, que: 2 estémato murcho—+ ostiolo fechado; a estémato tuirgido + ostiolo aberto. Stber ‘Também chamado de cortiga, 0 siiber é um te- cido de protegdo formado pelo felogénio. O stiber € morto devido a intensa impregnagao de suas lulas por um lipidio impermeabilizante denomi- nado suber a. 25 * Histologie Fig, 256 - Estémato visto de frente (A) e de perf (8) egerel A medida que a planta cresce em espessura © surgimento do stiber no lado externo determi- na 0 rompimento e a queda da epiderme, tecido que inicialmente envolvia e protegia 0 caule. As- sim, 0 siber assume, no lugar da epiderme, a fungio de revestimento e protegio do caule, de- fendendo-o contra variagdes bruscas de tempe- ratura, choques mecénicos e ataques de micror ganismos, No siiber existem poros chamados len Juntamente com os estématos, as lenticelas este belecem trocas gasosas entre a planta e oambien: te, Mas, a0 contrério dos estématos, as ndo so reguléveis; permanecem sempre abertss 102 Os tecidos parenquimaticos (parénquimas) Os tecidos parenauiméti soe cpa a Seam: vos e seus éemena Parénquima clorofiliano © a epiderme supe- Suas células sto dotadas de clo- contém clorofila; logo, o parénquima ano tem fungo fotossintetizante. 10 & disposigdo e a forma das células, po- dem-se observar dois tipos de parénquima cloro- ano: paligddico e lacunoso. O paligddico possui células justapostas ¢ alon- gadas, Iembrando uma paligada (estacas finca- das). O lacunoso possui células arredondadas, que deixam lacunas (espagos) entre si. Sua fungio é fazer fotossintese e contribuir para 0 arejamento, isto é, para a circulagdo de gases na folha, devido as lacunas que apresenta. Veja a figura 25.8. — eutculs epidarme lento —_parénquina ne paligiico, parénquime Tacunoso _ epiderme ctmara re subestomatia — cucu Fig. 258. Fotha em corte transversal: esqueme e mmicrofotografia Parénquima de reserva Especializado no aciimulo de certas substn- cias, pode ser classificado segundo a natureza do material armazenado. Assim, temos: PARTE I # Gitologia @ Histologia Parénquima aqiiifero. Armazena agua; é co- mum em vegetais de regides secas. Parénquima aerifero (aerénquima). Acumu- la ar em grandes lacunas presentes entre suas cé- Julas. Encontra-se em plantas aqudticas flutuantes, como no aguapé. O actimulo de ar diminui a den- sidade relativa da planta e permite sua flutuagabo. Parénquima amilifero. Bastante freqiiente em érgaos de reserva, armazena amido no inte- rior de leucoplastos. Assim, o parénguima amili- fero pode ser facilmente observado em tubércu- los, como a batata, e em raizes tuberosas, como a mandioca (figura 25.9). Fig, 25. - Parénquima amilfero. Os tecidos de sustentago Esses tecidos promovem a manutengio da for- ‘ma do organismo. Podemos observar nos vegetais dois tipos basicos de tecidos de sustentagdo: co- lénquima e esclerénquima Colénquima £ um tecido vivo que apresenta reforgos de ce- lulose na parede celular. Suas células so, em ge- ral, cilindricas e dotadas de cloroplastos, 0 que in dica que esse tecido também realiza fotossintese. A presenca de colénquima confere resisténcia e flexibilidade aos érgaios das plantas. Ocorre nos caules novos, nos peciolos das folhas © ao longo das nervuras. Esclerénquima E um tecido morto muito rigido, constituido por células intensamente impregnadas de lignina, Essa substincia, resistente e impermedvel, é que determina a morte das células (figura 25.10) Fig, 25.10- Céluas esclerenquiméticas. No péssego, na azeitona, no coco e em ou: tros frutos, as células do esclerénquima sao as principais responsdveis pela acentuada du: reza do endocarpo, popularmente chamado “carogo”. Os tecidos de transporte ou de condugao Os tecidos condutores sio formados por célu- las especializadas de formato alongado e cilindri- | co. Organizam um sistema tubular continuo que liga os varios érgios vegetais. Podem ser de dois tipos: lenho ou xilema e liber ou floema. Lenho ou xilema O Jenho se relaciona com a condugio da seiva bruta — também chamada de mineral ou inorga- nica —, isto é, transporta dgua ¢ sais minerais absorvidos do ambiente. Na realidade, o lenho & um tecido complexo em que os vasos lenhosos constituem os seus principais components. Vasos lenhosos. As células que organizam os vvasos lenhosos so mortas, alongadas e com pa- redes reforgadas de celulose e lignina. Esse refor- 0 da parede evita 0 colapso do vaso quando a pressio da seiva bruta em seu interior é muito al- figura 25.11). Liber ou floema O liber é responsivel pela condugio de seiva orgdnica ou elaborada, isto é, a seiva rica em compostos orginicos produzidos na fotossintese; ‘os vasos liberianos ¢ as células companheiras so os principais componentes desse tecido. Modulo 25 * Histologie vegetal 103 Fig 26.11 - Detalhe de um vaso lenhoso. Vasos liberianos ou crivados. Sao constitui- dos de células vivas e anucleadas; apresentam septo transversal com orificios que permitem a circulagao da seiva elaborada. O septo transver- sal com orificios (crivos) denomina-se placa crivada. Células companheiras. Células vivas, anexas aos tubos liberianos, colaboram no transporte de seiva elaborada (figura 25.12), Fig, 25.12 - Esquema do tubo liberiano mostrando as células companheiras. 18 PARTE | * Gitologia @ Hist Questoes propostas que so meriste ais seus prin Jma drvore media, com 1 ano de idad 0 de altura. Nessa época, sofreu uma lesBo no ule, a uma altura de 40 centimetros do solo. Ao ar 4 anos, a érvore alcancou 8 metros de al: a) Acicatriz deixada que altura do solo? encontrar-se a lustifique sua resposta 3. (UFV-MG) a) qual a fungso dos meristen im rela 10 aos tecidos vegetais imérios @ onde se indérios ima caracteristica do esclerénquima que > diferencia do colénquima «d) dé © nome do tecido localizado nas ules jo terizado por células ri cloroflad ‘otossintética nesp-SP) Quando se esbarra em uma planta de ur ocorre forte ita 30 do organismo da pela planta, fa produz a subst tancia produzi tipo cia ur etal pertence esse estrutur que so estématos e para que fe @ fungao desempenhada pelos seguintes teci- dos vegetais: suber, colénquima, esclerénquima, orofiiano paligédico e parénquima 7. (EFOA-MG) Conceitue, do ponto de vista botanico, @ chamada “espinho” encontrada nas rose 8 al o pape s lenhosos liberia fe nutrgdo das plantas? alimento orgé- nteido dos ve 08 condutores das plantas. Esses vasos so os le ‘nhosos ou os lberianos? Por qué? 10. (Vunesp-SP) Observe o esquema ab as estruturas numeradas de 1 a 6: © ¢ identifique Em quais dos tecidos indicados possivel trar células em dviséio? n qual dos tecidos indicados 6 possivel encontrar seiva o tragéo de substinci génicas? con 12. (USU-RU) Sai veget a) epiderme e siber. b) epiderme e <) epiderme e vas 4d) colbnquima @ suber @) colénquima @ esclerénguima, 30 tecidos formados por células vives nos 13. (UF tecidos vegetzis citados a seguir se encontra em maior proporcéo em érgaos mazenam amido. Esse tecido é o: ) parénquima, b) colenguima, qd nquima, d} tecido meristemstico e! fioema,

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