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A edição atual e o arquivo de texto completo desta revista estão disponíveis no Emerald Insight em: https://
www.emerald.com/insight/0951-3574.htm

AAAJ
35,6
Evitando interpretações Whig na
pesquisa histórica: um
estudo de caso ilustrativo
1402 Angélica Vasconcelos
Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil
Recebido em 19 de outubro de 2020

Revisado em 10 de agosto de 2021


Alan Sangster
18 de dezembro de 2021
University of Aberdeen Business School, University of Aberdeen, Aberdeen, Reino Unido, e
Aceito em 23 de dezembro de 2021
Lúcia Lima Rodrigues See More
Universidade do Minho, Braga, Portugal

Abstrato
Objetivo – O principal objetivo deste artigo é ilustrar a importância de evitar as interpretações Whig na pesquisa histórica. Ele faz
isso destacando exemplos do que pode ocorrer quando isso não é feito. O trabalho também visa promover a interdisciplinaridade,
na forma de trabalhar com os de outras disciplinas, como forma de evitar que isso ocorra.

Concepção/metodologia/abordagem – Este artigo inclui um estudo aprofundado da escrituração e do relato financeiro de duas
empresas estatais portuguesas do século XVIII, utilizando fontes de arquivo. As empresas foram selecionadas por causa de
percepções conflitantes entre as disciplinas sobre a qualidade de sua contabilidade e relatórios financeiros – os historiadores têm
sido muito críticos, enquanto os historiadores da contabilidade têm visto pouco de errado.
Essas diferenças de opinião nunca foram investigadas anteriormente. Os autores demonstram como as informações foram
distribuídas entre os livros contábeis e demais registros das duas empresas. A abordagem adotada permitiu ao leitor entender
completamente os eventos econômicos registrados. Os autores também apresentam e explicam os procedimentos, critérios e
terminologia contábil utilizados em seus relatórios anuais.
Descobertas – Este artigo demonstra como é fácil adotar inadvertidamente uma interpretação Whig da história da contabilidade
quando o foco de interesse é algo sobre o qual o pesquisador principal não tem conhecimento ou conhecimento suficiente.
Também ilustra como é importante abraçar a interdisciplinaridade trabalhando com os de outras disciplinas para evitar fazê-lo.

Limitações/implicações da pesquisa – As conclusões do estudo de caso são específicas da empresa e não podem ser
generalizadas para além dessas empresas. No entanto, as implicações deste estudo vão além das empresas em sua ilustração
da importância de entender completamente as evidências históricas dentro de seu próprio contexto.
Originalidade/valor – Este artigo revela fontes arquivísticas primárias nunca antes apresentadas na literatura.
Ele também contribui para a literatura ao fornecer uma justificativa baseada em evidências para as chamadas feitas anteriormente
aos historiadores da contabilidade para estudar a contabilidade em seu contexto social e se envolver com historiadores de outras
disciplinas.
Palavras-chave História whig, Interdisciplinaridade, Empresas pombalinas, Escrituração por partidas dobradas, Relato
financeiro
Tipo de artigo Trabalho de investigação

1. Introdução
Uma interpretação Whig da história vê a história como progresso e melhoria inevitáveis. Ele
vê o presente e procura sinais de progresso em direção a ele no passado. Muitas vezes, é
adotado em resposta à falta de conhecimento e compreensão do contexto que envolve
evidências, ações ou práticas localizadas no passado. A qualidade da historiografia resultante
é vulnerável a críticas porque esses contextos especializados não são acolhidos. Um meio de evitar Whig

Revista de Contabilidade, Os autores agradecem os conselhos da Professora Virgínia Maria Almoço de Assis e a ajuda de
Auditoria e Prestação de
Contas Vol. 35 No.
Levi Rodrigues, sem cujas aulas de paleografia este trabalho nunca teria passado de um sonho.
6, 2022 pp.
1402-1430 © Emerald Publishing
Limited Financiamento: A pesquisa é financiada pela CAPES - Agência Federal de Amparo e Avaliação
de Pós-Graduação do Ministério da Educação do Brasil (Prêmio nº: PSDE nº 7710/13-5)
0951-3574 DOI 10.1108/AAAJ-10-2020-4977
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história é interdisciplinaridade. A interdisciplinaridade nos permite ir além das margens de Evitar a contabilidade Whig (Miller, 1998), ver
as coisas de novas maneiras e “incentivar a análise crítica” ( abordagens de Dumay e Guthrie, 2019, p. 2.283).
Vários apelos foram
feitos nos últimos 30 anos por mais interdisciplinaridade histórica na pesquisa da história da contabilidade.
Pode assumir várias formas,
incluindo o uso de teoria de outras disciplinas, o uso de trabalhos de membros de outras disciplinas e a
colaboração com membros de outras disciplinas. O diálogo com especialistas de outras áreas pode trazer
contribuições cruciais (Baskerville et al., 2017; McWatters, 2017) e benefícios para ambas as partes.

1403
Os historiadores, por exemplo, podem obter o conhecimento técnico de escrituração e práticas contábeis
que lhes falta. Os historiadores da contabilidade podem se beneficiar do treinamento que os historiadores
recebem para atender a detalhes concretos (Burke, 2005). Seu acúmulo de evidências, firmemente
fundamentado no arquivo, pode fornecer aos historiadores da contabilidade uma compreensão do contexto em
que as técnicas contábeis evoluíram e foram usadas (Mathias, 1993). Isso permite que explicações sejam
desenvolvidas e generalizações mais bem fundamentadas sejam feitas. Por exemplo, no que diz respeito à
difusão, complexidade e mudanças na prática contábil (Mathias, 1993; Walker, 2005). No entanto, em sua
visão geral do estado atual da pesquisa em história da contabilidade, Carnegie (2014) descobriu que esse
aspecto da interdisciplinaridade geralmente está ausente. Ao caminhar lentamente para trabalhar com aqueles
de outras disciplinas, os historiadores da contabilidade estão abrindo mão dos benefícios potenciais que isso
pode trazer para suas pesquisas e para a qualidade da pesquisa em história da contabilidade em geral. Ao
fazer isso, eles correm o risco de convidar a história Whig para seus projetos e interpretar eventos passados
da perspectiva dos valores modernos, e não das crenças dos atores históricos (Butterfield, 1931).

A história whig pode apenas por acidente chegar a conclusões corretas sobre evidências, ações ou práticas
históricas. Quando aqueles com esse conhecimento e compreensão ausentes leem o trabalho dos historiadores
whig, eles são obrigados a vê-lo como deficiente, enganoso ou mesmo sem valor. Como discutiremos, ser
Whiggish é algo pelo qual a literatura da história da contabilidade tem sido fortemente criticada, mas não é a
única. O principal objetivo deste artigo é destacar a necessidade de todos os historiadores evitarem ser
Whiggish.
Fazer isso envolve abordar tanto o que está ausente para o pesquisador Whiggish quanto o que é adotado
em seu lugar. Um aspecto da interpretação whig da história é a mentalidade presente. Não é possível eliminar
totalmente nosso conhecimento do presente de nosso estudo do passado.
No entanto, em vez de utilizá-lo para enquadrar inadequadamente o estudo histórico teleologicamente (ou seja,
Whiggishly), pode ser usado para informar nossa compreensão do passado. Mas, ao fazê-lo, deve situar-se
firmemente numa investigação crítica que acolha o contexto do seu tempo (Jardine, 2003).
Complementar a esta abordagem, a compreensão crítica da evidência histórica, ação e prática é facilitada por
abraçar a experiência de especialistas de diferentes áreas relevantes.
Para desenvolver e ilustrar este tema, este artigo apresenta um estudo sobre a contabilidade e o relato
financeiro de duas empresas portuguesas de comércio internacional do século XVIII: a Companhia Geral do
Grão-Pará e Maranhão (GMC) e a Companhia Geral de Pernambuco e Paraíba (PPC).

1.1 GMC e PPC


Ambas as empresas foram estabelecidas durante o reinado de Dom José I de Portugal (1750-1777) sob a
direção de seu Secretário de Estado, o Marquês de Pombal. Estava convencido de que Portugal e as suas
possessões ultramarinas sofriam de “atraso” (Paquette, 2013, p. 91), que tinha de ser confrontado e
ultrapassado com a adoção de um modelo de governo mercantilista e corporativista (Rodrigues e Sangster,
2013). O veículo utilizado para promoção comercial foi a constituição de empresas monopolistas (Marcos,
1997). Pombal começou a fazê-lo recrutando comerciantes de sua rede pessoal e convidando-os a solicitar ao
rei a aprovação para operar empresas privadas com direitos comerciais monopolistas (Carreira, 1969; Dias,
1970; Ribeiro Junior, 1972 ; Maxwell, 1995).
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AAAJ Essas empresas possuíam um arranjo institucional único (Marcos, 1997). A legislação habilitante
atribuiu-lhes uma conotação simbólica de coisa pública [1]. Reconhecia-os como corpo social privilegiado
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da monarquia corporativista portuguesa. Também estabeleceu sua estrutura corporativa interna com
base em regras, incluindo responsabilidade limitada, rotação do conselho, bloqueio de capital e ações
negociáveis. Foram constituídas quatro empresas – duas centraram a sua atividade em Portugal e duas
dedicaram-se ao comércio colonial no Brasil: a GMC e a PPC, também conhecidas na historiografia
como as empresas “atlânticas pombalinas” (Marcos, 1997) .
1404 A GMC foi criada em 1755 para enriquecer o comércio, introduzindo sementes de novas commodities
no norte do Brasil, incluindo algodão e arroz, e trazendo os produtos de volta ao Reino. A PPC, fundada
em 1759, aumentou a exportação de produtos tradicionais coloniais para Portugal, como açúcar e couro
curtido, de onde sua sede em Lisboa distribuiu a produção entre seus clientes europeus. Para aumentar
a produção no Brasil, ambas as empresas não apenas geraram fundos para a colônia, mas trouxeram
escravos para o Brasil para sustentar a mão de obra existente: GMC da costa superior da Guiné e PPC
de Angola ( Carreira, 1969) [2].
Seus estatutos obrigavam as duas empresas a utilizarem a escrituração por partidas dobradas [DEB]
(Diretório Económico, xXXIX). Mas o DEB era praticamente desconhecido em Portugal nessa altura
(Ratton, 1813). Para enfrentar essa situação, as empresas contrataram contadores da França, Alemanha,
Inglaterra e Itália (Oliveira, 2014; Ratton, 1813; Silva, 2016). Em 1759, Pombal respondeu à escassez
com a criação de uma Escola de Comércio em Lisboa para criar uma geração de graduados qualificados
na arte do DEB (Rodrigues et al., 2007). Essas evidências sugerem que essas empresas cumpriram os
estatutos e usaram partidas dobradas, mas são insuficientes para provar que o fizeram. Há cinqüenta
anos, dois historiadores declararam independentemente que a contabilidade e os relatórios financeiros
dessas empresas não atendiam aos padrões esperados.

1.2 As críticas à escrituração e prestação de contas da GMC e da PPC Os historiadores


criticaram a escrituração como confusa (Carreira, 1969, p. 278); a escrituração como sendo de entrada
única e o relato financeiro como medieval e anacrônico (Dias, 1970, p. 523). A crítica de Carreira dizia
respeito à escrituração das duas empresas. Como exemplo de suas preocupações, ele descreveu a
falta de detalhes sobre a mortalidade de escravos no diário mantido pelo PPC. A PPC incluiu essa
informação no seu Day Book, que Carreira não percebeu ou considerou uma abordagem confusa de se
fazer. Dias estudou a contribuição da GMC para o processo de desenvolvimento econômico do norte do
Brasil na segunda metade do século XVIII. Suas críticas a seus relatórios financeiros relacionavam-se,
em particular, à forma como relatava os empreendimentos em que estava envolvida.

Durante os 50 anos desde que foram publicados, os estudos abrangentes e detalhados de Carreira
e Dias têm sido importantes fontes para uma série de artigos e livros. Isso inclui publicações em história
das ciências sociais, história econômica, história africana, história americana, história brasileira, história
do tráfico de escravos, várias teses de doutorado e artigos publicados em revistas de contabilidade e
história dos negócios. Por exemplo, duas equipes de historiadores da contabilidade, Rodrigues e
Sangster (2012, 2013) e Pinto e West (2017), usaram o livro de Carreira; e Pinto e West (2017) também
usaram Dias (1970) [3], ambos os livros servem como importantes fontes contextuais. No entanto, as
opiniões de Carreira e Dias sobre a escrituração e os relatórios financeiros dessas duas empresas não
têm eco nos historiadores da contabilidade.
Por exemplo, enquanto o historiador Dias declara que a escrituração é simples, os historiadores da
contabilidade que a examinaram a identificam como dupla entrada (Rodrigues e Sangster, 2012, p.
1.147; Oliveira, 2014, p. 250; Pinto, 2014, p. 252 ). Sobre se as práticas contabilísticas (ie escrituração
e relato financeiro) das empresas refletiam as práticas contabilísticas do seu tempo e lugar, os
historiadores dizem “não” [4] enquanto os contabilistas dizem “sim” (Pinto, 2014, p. 237; Pinto e Oeste,
2017). Este último (p. 21) também via o sistema de contabilidade da GMC como “sofisticado” com
registros “meticulosos e detalhados”.
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Nesse caso, confirmar a visão de uma disciplina como verdadeira automaticamente falsifica a outra. Se Evitando
Whig os historiadores da contabilidade estivessem corretos, isso sugeriria que esses historiadores,
Carreira e aproxima-
se de Dias, não possuíam os conhecimentos contábeis necessários para chegar às suas
conclusões. Esta é a história
apoiada no caso de Dias. Em artigo publicado em 1966, ele reconheceu que os contadores o
teriam ajudado na árdua tarefa de entender esses documentos contábeis.
A lista de referências de seu livro indica que, na ausência de tal assistência interdisciplinar, ele se
baseou na prática atual para avaliar o que viu. Ele usou Fourastie (1943, 1946, 1948) , cujo foco
estava enraizado nas técnicas de contabilidade do século XX; e baseou-se nos estudos de 1405
Gomberg (1928) e De Roover (1937). Ambas as fontes são predominantemente teóricas, faltando
os exemplos práticos que Dias teria exigido para entender os processos descritos. De Roover
(1937) concentrou-se exclusivamente na contabilidade medieval da Toscana. O desenvolvimento
progressivo de DEB De Roover percebido naquele período deu a Dias uma visão muito clara de
como os grandes negócios da Toscana medieval faziam contas. Dias podia ver muita coisa na
contabilidade da GMC que ressoava com o que De Roover descreveu. Ele não conseguia ver nada
do que Fourastie descreveu em relação ao século XX. Adotando essa perspectiva, procurando na
escrituração tais sinais do presente no passado, e não os encontrando, para Dias o que viu não
poderia ser partidas dobradas. Só poderia ser entrada única. Da mesma forma, ele analisou como
o GMC promoveu a política mercantilista de Pombal e procurou características esperadas de
relatórios financeiros no século XX. Não os encontrando, considerou os relatórios anuais antiquados
e ultrapassados – “medievais”.
Uma explicação semelhante pode ser oferecida em relação a Carreira. Não fez qualquer
referência ao pensamento corrente da época, tal como se reflecte nos manuais portugueses
usados para ensinar partidas dobradas aos futuros contabilistas destas empresas, nem parece ter
feito referência à escrituração e prática contabilística actuais. E nada indica que tenha tido ajuda
interdisciplinar de especialistas no assunto: contadores. Essa aparente falta de consciência da
prática real em qualquer um dos períodos pode explicar por que ele achou as entradas confusas.
Seu foco no diário pode ser devido a uma lei aprovada em 1756 que declarava o diário como o
principal documento comprobatório legal (Sales, c.1797, p. 5). Como historiador do período, seria
surpreendente se ele não tivesse conhecimento disso. Isso pode tê-lo levado a acreditar que todas
as informações úteis foram registradas no diário, e não apenas algumas delas. Isso é corroborado
por ele aparentemente não saber como o sistema DEB em uso e as próprias entradas indicavam
onde informações adicionais poderiam ser encontradas. Assim foi no século XVIII, assim como no
século XX. Não é surpreendente, portanto, que ele tenha declarado que não achou as anotações
do diário tão úteis quanto esperava.
Embora essas observações possam explicar a diferença de opinião entre esses dois
historiadores e os historiadores da contabilidade, elas não confirmam que os historiadores estavam
errados. Os historiadores da contabilidade podem estar incorretos. Essa discordância entre os
dois historiadores e os historiadores da contabilidade que estudaram os mesmos registros nunca
foi investigada. Como essas diferenças de opinião se relacionam a duas características distintas,
o restante deste artigo abordará duas questões de pesquisa:

(1) Qual o método de escrituração utilizado pelas empresas?

(2) As práticas contábeis (ou seja, contabilidade e relatórios financeiros) das empresas refletem
as práticas contábeis de seu tempo e lugar?

Ao fazê-lo, aplica uma lente interdisciplinar para analisar criticamente as práticas de contabilidade
e relatórios financeiros das duas empresas dentro de seu contexto geral. Tanto a sua escrituração
como o seu relato financeiro são comparados com os apresentados nos manuais de contabilidade
portugueses do mesmo período. Os manuais foram selecionados porque foram escritos para
ensinar futuros guarda-livros matriculados na
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AAAJ Escola de Comércio de Lisboa. Sabe-se que essas empresas estavam entre as organizações que
empregavam seus egressos.
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O artigo faz duas contribuições principais. Ele apresenta exemplos de mal-entendidos extremos
que podem surgir se os historiadores, incluindo os historiadores da contabilidade, não conseguirem
evitar uma interpretação teleológica whig presentista progressiva da história. Também demonstra
problemas que podem surgir quando a utilidade da pesquisa interdisciplinar é ignorada. Particularmente
quando o foco de interesse é algo sobre o qual o pesquisador principal não tem conhecimento ou
1406
conhecimento suficiente.
No restante deste artigo, uma revisão da literatura relevante é apresentada na Seção 2. A Seção 3
apresenta os contornos metodológicos, incluindo os pressupostos lógicos da análise feita. A secção 4
apresenta a nossa análise das práticas de contabilidade e relato financeiro das duas empresas
pombalinas. A Seção 5 discute a base para as opiniões expressas por Carreira e Dias. Por fim, são
apresentados os comentários finais, e a principal contribuição deste artigo é destacada na Seção 6.

2. Revisão da literatura
Esta revisão da literatura está dividida em duas partes. A primeira está dividida em três subseções. Ele
analisa como a pesquisa na história da contabilidade mudou nos últimos 40 anos. Chama-se a atenção
para a importância da pesquisa interdisciplinar em estudos históricos de contabilidade, ao mesmo
tempo em que abraça a necessidade de evitar a adoção de uma abordagem Whiggish. A segunda
seção desta revisão de literatura considera a complexidade e a falta de uma visão uniforme sobre os
recursos esperados em um sistema DEB.

2.1 História da contabilidade e pesquisa interdisciplinar


Nos últimos 40 anos, vários estudiosos, incluindo Lane (1977), Miller et al. (1991), Walker (2005, 2008),
Bisman (2011) e Carnegie (2014), criticaram a desconexão entre os historiadores da contabilidade e a
comunidade mais ampla de historiadores. Por exemplo, Miller et al. (1991, p. 402) sugerem que há
uma necessidade de examinar “o trabalho dos historiadores em áreas que não a contabilidade, e
[avaliar] até que ponto eles permitem que novas questões sejam colocadas ou agendas de pesquisa
existentes sejam refinadas ou modificadas ”. Acredita-se que, ao se engajar na interdisciplinaridade,
novos tópicos surgirão, e insights valiosos serão fornecidos que, de outra forma, poderiam permanecer
ocultos (Gomes et al., 2011; Parker e Guthrie, 2014; Baskerville et al., 2017) etapa “constitui um dos
aspectos mais atraentes da pesquisa em história da contabilidade” (Carmona et al., 2004, p. 47).
Além disso, como observado acima, um dos benefícios da pesquisa interdisciplinar é reduzir qualquer
tendência a adotar uma interpretação Whiggish da história.
2.1.1 A história da contabilidade tradicional e a interpretação whig da história. Ao longo do tempo,
o uso do conhecimento histórico pelos estudiosos da contabilidade evoluiu. A abordagem tradicional
da história da contabilidade adota uma perspectiva racionalista econômica em estudos que descrevem
os fatos, sem qualquer interpretação (Oldroyd, 1999). Adere a uma visão da história em que a seleção
dos fatos e a narrativa histórica são regidas pela necessidade de mostrar que a história contábil é
Whiggish: é a história do progresso ( Hopwood, 1985, 1987; Carnegie e Napier, 1996; Fleischman e
Radcliff, 2005) em resposta às necessidades do capitalismo (Funnell, 1996). Às vezes é visto como a-
histórico, abraçando uma perspectiva Whiggish em sua tendência de contar histórias que glorificam o
presente em comparação com o passado (Parker, 2004). Em 1931, Herbert Butterfield fez uma
observação semelhante ao escrever sobre a historiografia da ciência (p. v):

a tendência [...] de elogiar as revoluções desde que tenham sido bem-sucedidas, de enfatizar
certos princípios de progresso no passado e de produzir uma história que é a ratificação, senão
a glorificação do presente.

Como estamos organizando nosso esquema de história do ponto de vista de nossos dias, quando
estudamos o passado com referência direta ao presente, podemos facilmente chegar a uma visão de que
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“A Idade Média representou um período de trevas quando o homem foi mantido calado pela autoridade” Evitando Whig
(Butterfield, p. 13). Mas, a verdadeira compreensão histórica só pode ser alcançada se fizermos “
aproximações do passado ao
nosso presente” e tentarmos “ver a vida com os olhos de outro século que não o nosso” ( Butterfield, p.
16). Ao olhar para o
passado, o historiador (p. 17),

Em vez de se indignar com algo do passado que a princípio parece estranho e talvez até perverso aos nossos
dias, em vez de deixá-lo nas trevas exteriores, ele se esforça para trazer essa coisa para o contexto em que é
natural, e ele elucida o assunto mostrando sua relação com outras coisas que entendemos [5].
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Assim, quando estudamos o passado da contabilidade, não podemos ignorar o seu contexto histórico,
pois “colocando a contabilidade nos seus contextos organizacional, social e histórico, o estudo da
história da contabilidade liberta-se dos constrangimentos do presente” (Stewart, 1992, p . 58).
Quando contextualizamos a pesquisa em história da contabilidade, que muitas vezes envolve a
adoção de trabalhos de outras disciplinas, uma lição clara pode ser aprendida. Ou seja, a complexidade
da mudança humana e as múltiplas consequências das decisões só podem ser apreendidas
considerando e compreendendo todos os “detalhes”. Fazer isso adequadamente pode ser difícil, e omissões são feitas.
Assim, Butterfield (1931) chama a atenção para a tendência de toda a história de se tornar mais whiggish
à medida que se torna mais abreviada. Como é impossível contar os fatos em toda a sua plenitude,
quando temos que decidir o que é importante, tendemos a apresentar uma visão teórica de que
estudamos o passado em prol do presente. Butterfield chama isso de “falácia patética” do historiador (p.
30) porque julgamos as evidências isoladamente de seu contexto, por um sistema de referência direta
ao presente, deixando de fora as complicações. Conforme declarado pelo historiador de negócios
Raymond de Roover em 1958 (p. 42), todos os historiadores da contabilidade medieval até então
adotaram essa abordagem porque, presos no presente, não entendiam o que estava sendo feito no
passado. A contabilidade foi assim abstraída e “julgada à parte de seu contexto” (Stewart, 1992, p. 52).
Como historiadores, nós escolhemos o que pesquisar. Nós nos consideramos os juízes que fazem
julgamentos de valor e dão nossa versão da história. Quando encontramos uma região indefinida que é
deixada à nossa decisão subjetiva, que optamos por não explicar, há uma tendência a declarar um
“erro” e “meramente declarar que há pecado” (Butterfield, 1931, p. 112).
No entanto, estamos continuamente aprendendo mais sobre o passado à medida que historiadores
de muitas disciplinas, incluindo a nossa, ampliam suas investigações, visitando novas evidências e
revisitando evidências previamente estudadas. Essas novas descobertas podem ajudar os historiadores
da contabilidade a entender o que antes não podiam ou não acreditavam ser necessário entender. Eles
também oferecem oportunidades para reescrever a historiografia Whiggish. É importante que os
historiadores da contabilidade aproveitem oportunidades como essas. Que eles reavaliem e desafiem
periodicamente a confiabilidade de afirmações importantes na literatura para ter certeza de que a “base
de evidências para as visões dominantes é geralmente convincente” (Arnold e McCartney, 2003, p.
229). Na opinião deles,

Na “história contábil”, [...] a quantidade de evidências coletadas sistematicamente relevantes para uma série de
questões importantes ainda é bastante modesta e pode já ter suportado um peso excessivo de conclusões ou
interpretações (em grande parte impressionistas). [...] A tarefa de gerar uma base probatória real, condição sine
qua non do debate informado, ainda está (em grande parte) à nossa frente. (págs. 248, 251)

Estudos desse tipo que reavaliam as evidências, embora adotem uma perspectiva contextualmente
informada, neutra e não whiggista, podem ser difíceis. Em muitos casos, como implícito acima, a adoção
de uma abordagem interdisciplinar é um pré-requisito para um bom desempenho.
2.1.2 Interdisciplinaridade – os benefícios da pesquisa interdisciplinar e a nova história da
contabilidade. A história da contabilidade é inerentemente interdisciplinar, pois é composta por dois
campos: contabilidade e história. Além disso, a fim de compreender o contexto que envolve a
contabilidade e a prática contábil e, assim, interpretar e explicar as evidências, os historiadores da
contabilidade contam com estudos conduzidos por historiadores de uma ampla gama de disciplinas.
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Isso inclui, por exemplo, história dos negócios, história econômica, história da sociedade,
AAAJ
mercados, estados, governo e história política. Consequentemente, toda história contábil crítica
35,6 é potencializada pela interdisciplinaridade.
Desde o surgimento da “nova história da contabilidade” na década de 1980 (que será
discutida em mais detalhes abaixo), uma forma de interdisciplinaridade tornou-se difundida: o
uso de teorias da sociologia e da filosofia “para ajudar a descobrir a realidade social” (Bryer , 2000, p. 132).
Segundo Bryer, esse movimento surgiu em resposta à falta de conscientização ou conhecimento
1408 de evidências suficientes sobre os motivos da adoção de uma nova ou diferente prática contábil.
Mas essa forma de interdisciplinaridade não aborda todas as questões enfrentadas por um
historiador da contabilidade que carece de conhecimento especializado e compreensão do contexto.
Descoberta a realidade social que define o que foi feito, seja a passagem para o DEB, a
imposição de novas práticas de gestão ou um grupo de pessoas que vai acampar, falta ainda
identificar a inteligibilidade prática que:
governa a ação determinando o que um ator faz [...] o que faz sentido para uma pessoa fazer é
determinado por uma gama do que pode ser chamado de “fatores determinantes da inteligibilidade”:
fins, ideias (incluindo conceitos e pensamentos), importância, conhecimento, tarefas e projetos, regras,
paradigmas, costumes e ambiente (Schatzki, 1988, p. 245).

Ou seja, é preciso ter consciência do contexto que envolve aquela decisão para explicar por que
ela ocorreu. Isso requer considerar fatores contemporâneos que se enquadram no domínio de
outras disciplinas, como mercados, direito, tributação, negócios, religião, economia, sociologia,
psicologia e sociedade. Assim, a história da contabilidade não é apenas inerentemente
interdisciplinar. A fim de realizar pesquisas históricas críticas significativas em contabilidade, a
interdisciplinaridade deve ser adotada com qualquer disciplina sempre que puder ajudar na
compreensão das evidências.
Enfocando a “nova história da contabilidade” e o impacto de sua introdução na história da
contabilidade: essa mudança de abordagem surgiu em resposta à visão de Anthony Hopwood
(1985, p. 366) de que a história da contabilidade tradicional era “parcial, acrítica, ateórica e
intelectualmente isolada” e, em particular, sua crítica feroz em 1987 (pp. 207-208) da historiografia
contábil até aquela data:
A maioria dos estudos disponíveis adotou uma perspectiva bastante técnica, delineando os resíduos do
passado contábil, em vez de investigar mais ativamente os processos subjacentes e as forças em ação.
Antiquarianism reinou supremo. Muito do significado para a contabilidade do cenário econômico e social
mais amplo da organização tem sido ignorado. ... Uma trajetória teleológica de desenvolvimento forneceu
uma base para entender as mudanças no ofício contábil.

O surgimento da nova história da contabilidade resultou em um crescimento significativo da


atividade dos historiadores da contabilidade (Carnegie e Napier, 2012). Ele vê a história da
contabilidade como descontínua (Napier, 1989) e rejeita a visão Whiggish de que a história é
uma narrativa de um progresso inexorável do primitivo ao sofisticado (Carnegie e Napier, 1996).
Ao fazê-lo, abraçou uma mudança de perspectiva expressa e adotada pela primeira vez 60 anos
antes por historiadores econômicos, como Michael Postan (1928). Os novos historiadores da
contabilidade também expandiram o foco da pesquisa da história da contabilidade, observando
não apenas as técnicas contábeis, mas também as “genealogias do cálculo” (Miller e Napier,
1993). Ou seja, investigar a invenção e o desenvolvimento das técnicas contábeis em seu contexto, em
condições nacionais particulares, objetivos políticos dos estados, o desenvolvimento de disciplinas
relacionadas e acaso histórico. Assim, a genealogia envolve uma abertura de nossa história da
contabilidade puramente para incluir o contexto social. (Napier, 1989, p. 246)

Indiscutivelmente o mais notável de tudo, o antiquarianismo foi substituído pela história crítica,
valendo-se de diferentes abordagens teóricas e integrando múltiplas perspectivas disciplinares
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(Miller et al., 1991; Parker e Guthrie, 2014). Isso levou o estudo da história da contabilidade a evitar o Whig “além do trabalho
que até então havia sido dominado pela economia” (Carnegie e Napier, 2012, p. abordagens para 330).
Disciplinas como
filosofia, sociologia, estudos organizacionais, direito, história da ciência política e história estão agora
incorporadas à pesquisa
contábil histórica.
Nessa abordagem, a contabilidade é vista não apenas como uma prática técnica, mas como uma
prática social (Hopwood, 1983; Carnegie, 2014). Impulsionado “por um desejo de teorizar e generalizar,
em vez de particularizar” (Napier, 2001, p. 21), ele aumentou o engajamento dos historiadores da
contabilidade com outros pesquisadores da contabilidade que trouxeram consigo a ampla perspectiva
1409
oferecida pelos quadros sociológicos e críticos ( Bisman, 2011). Em seus fundamentos, a abordagem
exige que a história da contabilidade seja estudada em seu contexto organizacional, político e social por
meio da “contextualização da contabilidade” (Napier, 1989, p. 244). Como resultado, essa nova
abordagem não apenas revigorou os historiadores da contabilidade: pesquisadores de outras disciplinas,
como a sociologia (por exemplo, Carruthers e Espeland, 1991), começaram a ver a história da
contabilidade como uma área onde poderiam aplicar seus conhecimentos.
A interdisciplinaridade da nova história da contabilidade é mais evidente em seu uso de teorias da
filosofia e da sociologia e menos evidente em seu envolvimento com as de outras disciplinas.
Isso não é isento de riscos. Por exemplo, Herbert Butterfield saudou a adoção da teoria na pesquisa
histórica pelos novos insights que ela pode trazer. Mas desconfiava dela pela “incapacidade de fazer
justiça ao que chama de 'terreno' da história, ou seja, a complexidade dos assuntos humanos e a
individualidade e variedade das personalidades humanas” (Jardine, 2003, p. 135 ) . Isso envolve deixar
de lado a adesão ao ponto de vista econômico racionalista e aceitar “que a irracionalidade é a verdadeira
mão invisível que impulsiona a tomada de decisão humana” (Ariely, 2009). Jardine, um filósofo da
ciência e de sua história, vê o fracasso em fazê-lo como um risco significativo:

Mas, é claro, há um perigo nesse tipo de atitude em relação à teoria; pois o que poderia ser pior do que a
abordagem excessivamente atual dos “estudos culturais” com sua exploração irresponsavelmente promíscua
da teoria – uma pitada de Bourdieu, uma pitada de Greenblatt, batida em um pouco de Foucault e enfeitada
com um epigrama de Benjamin. ... [Butterfield] certamente estava certo em agonizar sobre isso. Como fazer
bom uso da teoria – econômica, demográfica, psicológica, sociológica, antropológica – sem encobrir a
diferença humana ou cair no frívolo estilo pick'n'mix dos estudos culturais é certamente a questão central
para nós como historiadores. (Jardim, 2003)

Assim, a nova história da contabilidade tornou a história da contabilidade mais interdisciplinar e estimulou
o desenvolvimento de um amplo número de perspectivas teóricas. A história da contabilidade é agora
“história sociológica escrita por cientistas sociais” (Napier, 2001, p. 21). Essa mudança de abordagem
estimulou o crescimento e uma nova maturidade no campo. No entanto, essa mudança no foco dos
historiadores da contabilidade é apenas parte da solução se a consciência e a compreensão do contexto
informarem a pesquisa histórica da contabilidade.
2.1.3 História da contabilidade e historiadores. Walker (2005, p. 236) sugeriu que a identificação de
áreas de conexão entre os historiadores da contabilidade e outros historiadores é um “ponto de partida
para o incentivo de uma maior prática interdisciplinar na pesquisa da história da contabilidade”. As
sinergias entre historiadores de negócios e historiadores da contabilidade e o estabelecimento de uma
relação próxima entre eles são consideradas por Fridenson (2007), não como um luxo, mas como uma
necessidade. Em sua opinião, os historiadores de negócios se beneficiariam da análise crítica dos
documentos contábeis que podem ser fornecidos pelos historiadores da contabilidade. É “tarefa conjunta
dos historiadores da contabilidade e dos historiadores de negócios decifrar todas as informações
valiosas” (p. 378). Fazer isso permitiria aos historiadores de negócios entender o que os sistemas de
contabilidade trazem para os negócios e para o desenvolvimento de uma organização. Por sua vez, os
historiadores da contabilidade se beneficiariam da contextualização da estrutura das empresas e seu
ambiente operacional fornecida pelos historiadores de negócios (Ville e Fleming, 1999/2000).
Historiadores econômicos têm buscado, sem sucesso, tal cooperação com historiadores da contabilidade
pelo menos nos últimos 40 anos (cf. Lane, 1977), e historiadores como Amzalak (1943) e Dias (1966) têm feito isso por mais tempo ain
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AAAJ Historiadores de outras disciplinas começaram a criticar a falta de consciência contextual na


historiografia da contabilidade muito antes do surgimento da nova história da contabilidade e continuam a
35,6
fazê-lo. Os historiadores econômicos criticaram os historiadores da contabilidade por serem ignorantes
sobre negócios (Lane, 1944), muito teleologicamente atentos ao presente (Pilla, 1974) e muito envolvidos
em debates filosóficos para prestar atenção às próprias contas (Goldthwaite, 2018); e os historiadores
criticaram a historiografia contábil como “whiggish” (Gervais, 2014, p. 34).
Assim, não são apenas os membros de outras disciplinas que precisam se envolver com os historiadores
1410 da contabilidade: os historiadores da contabilidade também precisam se envolver com historiadores de
outras disciplinas. Se ambos os lados o fizerem, os historiadores da contabilidade entenderão melhor o
contexto. E os historiadores de outras disciplinas terão uma maior compreensão da natureza e método dos
livros de contabilidade e relatórios financeiros que formam um vasto e ainda relativamente inexplorado
reservatório de informações históricas relativas aos seus campos de estudo (Melis, 1950) .
Novos historiadores da contabilidade adotaram teorias de outras disciplinas. No entanto, o mesmo não
pode ser dito sobre sua resposta ao aspecto indiscutivelmente mais relevante da pesquisa interdisciplinar
que eles envolvem com membros de outras disciplinas (Carnegie, 2014). Não está claro por que isso não
ocorreu tanto quanto o esperado, mas a não adoção desse aspecto da interdisciplinaridade contribuiu para
que os historiadores da contabilidade fossem percebidos como míopes e introspectivos por Walker (2005).
Isso levou Gomes et al. (2011) para enfatizar a necessidade de colaboração com historiadores de outras
disciplinas. E levou Carnegie (2014) a chamar a atenção para o quanto tais colaborações eram evidentes
até então. No entanto, embora a nova história da contabilidade ainda tenha algum caminho a percorrer
para abraçar totalmente a interdisciplinaridade, ela é muito mais interdisciplinar e crítica do que a história
da contabilidade tradicional dos 100 anos anteriores.

2.2 A complexidade dos sistemas DEB e como eles são definidos A


dupla entrada surgiu pela primeira vez na Itália antes do século XIII. Outras formas de escrituração em uso
na Europa entre então e o período deste estudo incluíam cobrança e quitação, escrituração de agência e
formas mais simples de manutenção de registros geralmente referidas sob o termo abrangente, “entrada
única”. A entrada dobrada era o único método de contabilidade que registrava os dois lados de todas as
transações comerciais. A contabilidade de todos os tipos envolvia o registro de transações de forma a
facilitar a tomada de decisões. Não envolveu a produção de demonstrações financeiras que reconheceríamos
ou esperaríamos hoje. A forma como os lançamentos eram registados nos livros de contabilidade [6]
dependia então e depende ainda hoje do método escolhido por cada firma e pelo contabilista. O método
de escrituração determina o formato no qual os dados são organizados, agrupados e reagrupados [7]. E,
quando a entrada dobrada começou a ser usada, não havia nenhum conceito rotulado como “ativo”,
“passivo”, “capital” ou “contador”; nenhum termo único usado para “débito” ou “crédito” e nenhum conceito
equivalente a “contabilidade”.
Até o século 16, praticamente ninguém além dos italianos usava o DEB (De Roover, 1963). Entre 1500
e 1900, foi estabelecida como a forma de escrituração utilizada (Carruthers e Espeland, 1991). Por
exemplo, o uso de DEB era uma prática padrão em empresas comerciais inglesas internacionais
patrocinadas pelo estado no século XVII, incluindo a English East India Company (EIC)
(Baladouni, 1986) e a Hudson's Bay Company (Edwards et al., 2009; Spraakman, 2020 [8]), e em muitas
companhias comerciais francesas fretadas (ou por ações) durante os séculos XVII e XVIII (Lemarchand,
1994). As razões pelas quais eles adotaram o DEB foram a natureza intrínseca da atividade comercial em
longas distâncias; o caráter semi-público da empresa e porque o patrimônio veio de pessoas sem laços
familiares com o negócio. No caso das empresas forais portuguesas em meados do século XVIII, a
utilização do DEB era imposta através do afretamento pelo Estado (Rodrigues e Sangster, 2013). Segundo
Sales (c.1785), a exigência de utilização do DEB foi motivada pela longevidade pré-definida da empresa e
pela obrigação de prestação de contas aos seus acionistas. Esta foi uma motivação semelhante à que
existia na França.
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A Carta Régia portuguesa de 1761 exigia o uso do DEB, mas não incluía nenhuma regra ou regulamento para evitar o
Whig em seu uso. A única restrição imposta era que para cada entrada de débito deveria haver uma
entrada de crédito (isto é,
dualidade), obrigando assim à abrangência e ordem que a história sustentava a administração e o
controle (Yamey, 1964).
Mas, como ainda hoje, apesar de toda a regulamentação que agora existe, as empresas tinham
liberdade para escolher o escopo, a disposição dos livros e a escrituração e a lógica contábil. Essa
falta de regulamentação começou a mudar no século 19, quando os regulamentos contábeis foram
introduzidos. Entre os primeiros estavam aqueles incorporados no Código Comercial italiano de 1882,
que exigia que as demonstrações financeiras “devem demonstrar de forma clara e verdadeira os lucros 1411
e perdas reais sofridos” (Coronella et al., 2016, p. 42). Em outro lugar, nos Estados Unidos, a Comissão
Interestadual de Comércio, que regulava a maior indústria do país, as ferrovias, determinou relatórios
financeiros e estatísticos uniformes em 1887 (Miranti, 1989).

2.2.1 Discordância sobre o que constitui o uso da escrituração por partidas dobradas. Estudos
históricos envolvendo DEB raramente definem o que eles querem dizer com o termo. Daqueles que o
fazem, alguns o definem, como fazemos aqui, por sua dualidade mais uma indicação em cada
lançamento da conta do contra. No outro extremo estão aqueles que combinam escrituração e
contabilidade (Miller e Napier, 1993, p. 637) e exigem o uso de partidas dobradas em toda a empresa,
além de demonstrações financeiras úteis para decisões apropriadamente ajustadas antes de reconhecer
que o DEB está em uso. Não surpreendentemente, mesmo entre os historiadores da contabilidade,
não é incomum encontrar debates sobre possíveis mal-entendidos na classificação dada a um
determinado sistema contábil, principalmente se é ou não um exemplo de DEB. Por exemplo,
Hernandez Esteve (2005) discordou dos estudiosos que desqualificam um sistema contábil de ser em
partidas dobradas com base na falta de um conjunto completo de contas.
Essa falta de acordo sobre o que constitui o uso de DEB impacta a pesquisa histórica de estudiosos
de outras disciplinas que contam com livros contábeis como fontes primárias e contam com estudiosos
de contabilidade para sua compreensão da escrituração e da contabilidade. Lane (1977), por exemplo,
apresenta uma variedade de diferentes definições de partidas dobradas na literatura contábil para
ilustrar o problema que essa confusão cria para os historiadores econômicos.
Um exemplo que ilustra a importância da cautela ao confiar nas conclusões tiradas por historiadores
não contábeis sobre a contabilidade que eles examinaram diz respeito ao Springfield Armory nos EUA
no início do século XIX. Hoskin e Macve, que parecem definir DEB pela dualidade mais “referência
cruzada sistemática de débito e crédito” (Hoskin e Macve, 1986, p. 121), revisitaram o material do
Armory previamente estudado por não contadores (Hoskin e Macve, 1986 ). Eles concluíram (p. 18)
que o historiador de negócios Alfred Chandler (1977) e o historiador Merritt Roe Smith (1985) foram
enganados pelo uso da terminologia associada ao DEB, acreditando que ele estava em uso no Arsenal.
Essa conclusão implica explicitamente que nenhum desses eminentes estudiosos percebeu que o DEB
requer, no mínimo, dualidade – um débito e um crédito registrados por um valor igual para cada
transação registrada. Em contraste, o historiador econômico Frederic C. Lane não teria cometido esse
erro. Para ele, em 1977, a dualidade era o que sinalizava o uso da dupla entrada, e não o uso de
termos que significam “débito” e “crédito”.

Os historiadores da contabilidade podem facilmente minar suas pesquisas adotando uma


perspectiva whiggista. Por exemplo, a fusão mencionada anteriormente de contabilidade com
contabilidade por alguns historiadores da contabilidade é frequentemente combinada com referência a
como o relatório financeiro deve ser feito com base nos padrões atuais. Esta história Whiggish onde o
progresso é avaliado contra a prática atual levou os historiadores de outras disciplinas a acusar os
historiadores da contabilidade de usar critérios logicamente inapropriados. Por exemplo, Pilla (1974)
acusou os historiadores da contabilidade do início do século XX de examinar os livros de contabilidade
medievais e avaliá-los em relação aos requisitos do Código Comercial italiano de 1882.
Se os historiadores da contabilidade Whiggish podem facilmente minar suas pesquisas, quão mais
provável é que isso ocorra quando historiadores de outras disciplinas tentam avaliar a
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contabilidade, contabilidade e relatórios financeiros de épocas anteriores? Qualquer pessoa que adote
AAAJ
uma perspectiva whiggista, tratando o passado como se estivesse ocorrendo no presente, certamente
35,6 criticará os relatórios financeiros de todas as empresas medievais e modernas, incluindo a PPC e a GMC.
Eles veriam como um erro qualquer desvio do que eles percebem ser a norma. Como disse Butterfield
(1931) , eles considerariam isso um “pecado”.
Como mostraremos em nossa análise, a incompreensão do DEB e da contabilidade por parte de
Carreira e Dias é, pelo menos em parte, consequência de sua adoção de uma interpretação Whig da história.
1412 A falha em introduzir uma perspectiva interdisciplinar em seu trabalho também contribuiu para seu mal-
entendido: eles falharam em se envolver com contadores ou historiadores da contabilidade.
Tampouco se envolveram com textos apropriados sobre escrituração e contabilidade.
A próxima seção apresenta a metodologia de pesquisa utilizada neste estudo.

3. Metodologia de pesquisa A
análise fornecida na próxima seção apresenta interpretações e explicações sobre os eventos (ou seja,
escrituração e relatórios financeiros) a partir do exame da evidência de arquivo disponível das duas
empresas portuguesas do século XVIII. Durante este estudo, usamos três manuais portugueses de
escrituração e contabilidade do século XVIII, não apenas como indicadores da prática então corrente,
mas como léxicos para captar os significados de palavras e expressões. Isso garantiu a manutenção da
integridade histórica em nossa análise (Gottschalk, 1950; Topolski, 1976; Kuhn, 2006; Rusen, 2011 ) e

evitou anacronismos (Bloch, 1992; Loraux, 1992). Ao fazer isso, os artefatos que examinamos foram
analisados em seus próprios termos, não pelos padrões de hoje, evitando assim uma interpretação Whig.

Todos os três manuais estão ligados direta ou indiretamente à Escola de Comércio de Lisboa.
Fundada em 1759, foi a primeira escola de negócios patrocinada pelo governo na Europa. Foram
publicados por professores portugueses de escrituração e contabilidade: Bonavie (1758), autor anónimo
(1764), e Albert Jacqueri Sales, cujo manual teve várias edições entre 1759 e 1797. Estes manuais
ilustram o que se considerava o método DEB adequado e Sistema de contabilidade baseado no DEB
para o ensino de alunos que se destinavam a empregos em departamentos governamentais e empresas,
tanto em Portugal como nos seus domínios ultramarinos (Rodrigues et al., 2007). Pelo menos um aluno
de Sales (José Ignácio da Silva Franco) tornou-se contador na GMC (ANTT 328; Carreira, 1988). Dado
seu envolvimento direto na educação dos alunos que trabalharam para essas empresas após a formatura,
parece provável que o manual de vendas pelo menos influenciou como essas empresas mantinham seus
livros contábeis e preparavam seus relatórios financeiros.

Neste estudo, dois tipos de história comparada (Bloch, 1928) foram conduzidos. Um entre vizinhos
[9] para avaliar a escrituração, que depende exclusivamente de fontes primárias. Envolveu o exame dos
registros contábeis sobreviventes e documentos administrativos das empresas portuguesas de 1755 a
1775, juntamente com os três manuais. Em seguida, comparamos nossa análise com a avaliação de
Carreira (1969) sobre a escrituração. O outro envolveu também os vizinhos: comparar os relatórios
anuais do GMC (todas as fontes primárias) com os do EIC e com os três manuais. Para a EIC, além dos
manuais, utilizamos outra fonte primária disponível na British Library e uma fonte secundária através de
Baladouni (1986, 1990). Nossa análise foi então comparada com a de Dias (1970), que criticou o relato
financeiro da GMC.

A próxima seção apresenta nossa análise e conclusões.

4. As práticas contabilísticas das sociedades portugueses Portugueses Da nossa


investigação, o método contabilístico foi o mesmo em ambas as sociedades. Em vez de descrevê-los
individualmente, nos concentramos em exemplos de PPC, que ilustram como isso foi feito em ambas as
empresas.
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4.1 Contabilidade na PPC Evitar Whig O modelo de negócio da PPC tinha três centros de actividade: a Junta (sede) em
Lisboa aproxima-se de (Portugal) expedia manufaturas portuguesas e do norte da Europa para os
seus administradores na
história Luanda (Angola). Em troca, os administradores de Luanda enviaram escravos para
Pernambuco (Brasil). Em
Pernambuco, os escravos eram vendidos a fazendeiros, donos de fábricas, comerciantes e residentes
no Brasil. A Junta monitorava cada empreendimento mantendo registros contábeis baseados em
documentos que lhe eram enviados pelos dois ramos. Esses registros foram mantidos em dupla
entrada. O PPC utilizou três livros principais: o Borrador (Diário), o Diario (Diário) e o Mestre (Ledger).
Os lançamentos nos três livros incluíam a data, o nome da(s) conta(s) debitada(s); o nome da(s) 1413
conta(s) creditada(s); o(s) montante(s) expresso(s) em algarismos; referências cruzadas e um historico
(narrativa) da transação. O detalhe incluído para cada transação foi maior no Livro Diário, com
progressivamente menos no Diário e depois no Razão.

4.1.1 O Livro Diário. O Livro Diário era onde o leitor esperava encontrar todos os detalhes
relevantes de cada transação, registrados quando a Junta era notificada sobre isso. Dada a dispersão
geográfica de suas filiais, isso pode não ser feito até algumas semanas ou meses depois de ocorrido.
O Diário tinha quatro colunas (Figura 1) – a primeira coluna indicava que o lançamento havia sido
postado no Diário. Os detalhes da transação foram inseridos na segunda coluna: o local e a data da
transação na primeira linha; a conta debitada na segunda linha seguida do termo Deve ou Devem
(deve dar, débito/Dr); o termo a ou A (para/para, crédito) e a conta creditada. As linhas abaixo
continham o historico. Os valores financeiros envolvidos foram lançados à direita, divididos na terceira
e quarta colunas. A coluna da esquerda era para milhares de Reis (moeda portuguesa). A outra coluna
era para as centenas, dezenas e unidades de Reis. O símbolo “$” [10] foi inserido na linha que dividia
essas duas colunas monetárias.

Eram entradas altamente formalizadas, muito mais sofisticadas do que era típico na contabilidade
medieval. No entanto, conforme indicado no manual de Vendas (c.1785, c.1797), um estilo menos
estruturado também estava em uso naquela época. Essa estrutura formal facilitou a confirmação dos
detalhes das transações em relação aos documentos originais. Também atuou como um aide-memoire
para o contador sobre o que incluir em cada entrada.

Figura 1.
Uma entrada
traduzida do livro diário do PPC
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4.1.2 A revista. O Diário era mantido por uma pessoa, e sua função e layout baseavam-se no
AAAJ
descrito por Pacioli em 1494 [11]. Os lançamentos foram feitos em ordem cronológica com base na
35,6 data em que cada transação foi registrada no Livro Diário. Ocasionalmente, várias entradas no Diário
foram combinadas em uma única entrada no diário, resultando em informações insuficientes para
uma compreensão completa dos elementos envolvidos. Nesses casos, qualquer pessoa que
procurasse entender completamente as entradas na conta do Razão precisava consultar as entradas
de origem no Diário e no Livro Diário.
1414 Por exemplo, em 18 de janeiro de 1769, PPC recebeu o pagamento de alguns devedores que foi
lançado na conta contábil de devedores diversos, uma conta usada para devedores infrequentes ou
menores. Como mostraremos mais adiante ao descrever os lançamentos no livro razão, as contas de
devedores e credores significativos também eram mantidas no livro razão. O lançamento no Livro
Diário de 1769 (ANTT 299, p. 36) trazia o nome e o valor pago por cada devedor. Em contrapartida,
o crédito no lançamento contábil manual (ANTT 453, p. 1.440) não trazia indicação dos nomes nem
do valor pago por cada devedor. Há um exemplo semelhante no manual de Bonavie (1758) , indicando
que essa não era uma prática incomum na época, embora a narrativa do registro no diário de Bonavie
seja mais informativa sobre a quantia que cada devedor pagou.
Quanto ao formato, a Revista PPC também continha quatro colunas (Figura 2). A primeira coluna
indicava os números das páginas do livro razão onde estavam localizadas as contas debitadas e
creditadas. A segunda coluna continha todos os detalhes em um estilo estereotipado muito menos
detalhado do que no Livro Diário.
Em alguns casos, o PPC não fez uma entrada no Livro Diário. Em vez disso, as entradas foram
feitas no Diário a partir dos documentos originais. Foi o que aconteceu, por exemplo, quando a sede
de Lisboa recebeu documentos de outras sucursais da PPC (eg relatórios de carga e faturas) relativos
a eventos em que não esteve envolvida. A entrada de diário mostrada na Figura 2 é um exemplo
disso. Como pode ser visto no final da narrativa, inclui as fontes para a entrada. Essas fontes eram
todas de propriedade da empresa, que guardava todos os documentos relativos a cada registro. A
combinação de detalhes em cada entrada e a manutenção de evidências de apoio significava que
todos os detalhes de qualquer transação poderiam ser rastreados e encontrados. Essa prática é
consistente com o conselho de Cotrugli (1458) e Pacioli (1494) de que as evidências de apoio devem
ser mantidas.
4.1.3 O livro razão. No PPC, todas as entradas de transações feitas no livro-razão vinham do
Diário. Isso é consistente com o princípio subjacente de um sistema contábil veneziano baseado no
DEB, conforme descrito por Cotrugli, Pacioli e praticamente todos os autores dos primeiros manuais
modernos de contabilidade. As contas contábeis eram bilaterais em duas páginas opostas numeradas
de forma idêntica, cada uma com cinco colunas. A Figura 3 mostra uma conta do razão do PPC,

Figura 2.
Uma entrada
traduzida do jornal PPC

Figura 3.
Uma conta no livro razão
do PPC
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ilustrando tanto a limpeza das entradas quanto o cancelamento do espaço não utilizado. Os débitos estão em Evitando Whig
à esquerda, rotulados como Deve (Dr), e os créditos à direita, rotulados como Haver (Cr). O nome das
abordagens para a
conta geralmente aparecia acima dela na página esquerda. No caso de contas pessoais, o histórico
do nome da conta era
seguido de informações adicionais (por exemplo, local de residência, profissão, posição social, título e
nome do fiador), o que fornece informações úteis hoje para pesquisadores interessados em relações
em rede [12 ] . Neste caso, afirma que Ventura Pinheiro é “desta cidade”, ou seja, de Lisboa. A conta
foi aberta com um saldo credor antecipado em 1º de janeiro de 1767. Ela foi balanceada pela primeira
vez em 1º de dezembro de 1768, e o saldo foi reduzido como um crédito. Em 21 de abril de 1769, a 1415
conta foi encerrada com entrada de crédito em conta de ganhos e perdas (ganhos e perdas) e descrita
como “para a diferença” que, neste caso, era uma dívida incobrável.

A primeira coluna de cada lado contém a data da entrada. A segunda coluna começa com o número
da página do Diário do qual a entrada foi postada. Do lado do débito, segue-se o termo “A”(“Para”) e o
nome da conta de contrapartida.“Por”(“Por”) é usado no lado do crédito. Se uma transação envolve
duas contas pessoais diferentes, a relação entre seus titulares é facilmente identificada a partir do
registro contábil. Por exemplo, a terceira entrada de débito é para José Rodrigues Bandeira.
Representava a transferência de uma dívida da Bandeira para a conta de Pinheiro com a empresa.
Com efeito, Pinheiro assumiu a dívida da Bandeira. A terceira coluna apresenta uma breve explicação.
A quarta coluna mostra o número da página contábil da conta de contrapartida (106) e a quinta coluna
mostra o valor (390$040).

Esse layout é mais formalizado – dividido em mais colunas – do que nos manuais e,
consequentemente, mais informativo. Por exemplo, ao incluir a localização do lançamento contábil,
que não constava nos manuais, o livro razão oferece duas trilhas de auditoria distintas: a primeira
dentro de si para a contrapartida e a outra de volta para o Diário. A inclusão de uma trilha de auditoria
entre o Razão e o Diário pode ter sido resultado da influência dos contadores não portugueses
empregados pela empresa. Alguns deles podem ter conhecimento dessa prática que pode ser
encontrada, por exemplo, em alguns livros de contabilidade e manuais de contabilidade italianos.

Havia também vários livros auxiliares para guardar informações com um propósito específico. À
semelhança da utilização dos três livros contabilísticos principais, esta foi coerente com as
recomendações dos manuais portugueses.
Em conclusão, a forma como a PPC registrava suas transações era pelo menos equivalente à
prática recomendada na época e, em alguns aspectos, superior a ela. Não encontramos nenhuma
evidência para apoiar a crítica de Carreira (1969) à forma como a Revista era mantida; e Dias (1970)
errou: a escrituração é em partidas dobradas. A próxima seção considera a afirmação de Dias de que
os relatórios financeiros da GMC eram medievais. Embora nos concentremos aqui na GMC, quando
examinamos os relatórios anuais de ambas as empresas, encontramos muito pouca diferença em
como cada uma delas os preparou.

4.2 Relato financeiro na GMC Dias


(1970) foi o primeiro a realizar uma investigação aprofundada sobre a GMC. A sua descrição da prática
contabilística consta de um capítulo dedicado a “Os Balanços da Companhia”. Ele via sua escrituração
(“entrada única”) como anacrônica e inadequada para uso por uma empresa, como a GMC, concluindo
(p. 523) que a prática contábil da empresa, que incluía o relatório financeiro, estava imersa em
“tradições medievalistas”. Ele não fornece nenhuma evidência para apoiar seus pontos de vista.

O relatório anual da GMC foi intitulado Balanço. Tanto Bonavie (1758) quanto Anonymous (1764)
incluíram exemplos de um balanço em seus manuais. Foi preparado para fechar o livro razão e
transferir saldos para um novo. Esta foi a função descrita para o mesmo documento por
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Pacioli (1494) em seu manual sobre como o DEB era feito em Veneza. No entanto, esta não era
AAAJ
a natureza do balanço elaborado pela GMC.
35,6 4.2.1 O Balanço do GMC. O processo de preparação das demonstrações financeiras nas
empresas pombalinas iniciava-se habitualmente três meses antes da conclusão do período de
reporte no final do ano civil. Nesse período, as empresas realizaram diversas verificações dos
lançamentos em seus livros contábeis, inclusive enviando extratos de contas para verificação a
terceiros – devedores, credores e correspondentes. Eles também realizaram uma contagem física
1416 de dinheiro e estoque. Os registros contábeis foram ajustados para corresponder aos resultados
da contagem física (ANTT 293, 381, 470). Todas essas atividades foram recomendadas por Sales
(c.1785, c.1797).
O título do relatório do GMC, Balanço, era equivalente ao termo usado por Vendas: Balanço
do Livro (literalmente, o Saldo do Razão). Ao contrário de Bonavie (1758) e Anonymous (1764), o
balanço apresentado por Sales (Figura 4) era um relatório, não um dispositivo preparado para
fechar um livro.
Como mostraremos a seguir, embora os balanços elaborados pela GMC incluíssem uma
demonstração equivalente àquela apresentada por Vendas, seus balanços abrangiam muito mais
do que o único relatório mostrado na Figura 4. Os balanços de cada empresa eram registrados
em um livro contábil auxiliar mantido para esse propósito.
Esses relatórios anuais foram todos manuscritos e cobrem o período de 20 anos de sua
existência definido por sua constituição. Os relatórios compreendiam, na sequência: (1) uma
Demonstração do Estado da Companhia; (2) um Resumo desta Demonstração e (3) um Extrato
dos Lucros que fez a Companhia. Para o propósito deste estudo, nos concentramos no primeiro
relatório produzido pela GMC para um único ano, 1760 [14]. O formato e a sequência dentro dele
são os mesmos de todos os outros relatórios.

Figura 4.
Balanço de Vendas [13]
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4.2.2 A demonstração da posição financeira da empresa. A Demonstração do Estado da Avoiding Whig Companhia foi
apresentada verticalmente em várias páginas duplas. A página da esquerda, aproxima-se da
Explicação rotulada
(Explicação), continha notas explicando as entradas na história da Demonstração na página oposta
[15] (Figura 5).
A Demonstração resumia e agrupava itens semelhantes em títulos separados, distribuídos em
três páginas duplas. A primeira e a última são apresentadas nas Figuras 5 e 6. Foi dividida em
quatro colunas. Cada linha dava o nome do grupo de contas que representava. À esquerda estava
o número da nota. À direita havia duas colunas de dinheiro. A primeira continha o valor de cada item 1417
da linha; a segunda era reservada para subtotais e totais.
Conforme mostra a Figura 5, o cabeçalho da primeira parte do relatório era Débito da Companhia.
O primeiro item apresentado e rotulado como “1”, para identificar a nota relevante na página de
rosto, foi Capital (capital do proprietário). A nota indicava o número de ações emitidas, juntamente
com o total do capital social emitido. Esses detalhes eram idênticos em todos os relatórios da
empresa [16]. Os lucros retidos antecipados foram relatados como um item de linha separado abaixo
do Capital e o total desses dois valores foi então escrito na coluna final. Esse total representava o
patrimônio líquido no início do ano. Seguia-se a rubrica “Lucros no ano de [...]”. Cada linha abaixo
deste título é numerada [17].

Após 12 entradas, é apresentado o total destes proveitos (Figura 6) seguido de um ajustamento


relativo às mercadorias transportadas em vários navios. Seguem-se os gastos indiretos na rubrica
“Perdas que se abatem dos lucros” [18]. Essas indiretas

Figura 5.
A primeira página dupla
do relatório anual de 1760
da GMC
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AAAJ
35,6

1418

Figura 6.
A terceira página dupla
do relatório anual
de 1760 do GMC

as despesas foram então totalizadas e subtraídas dos lucros totais para calcular o lucro do ano. Foi
lançado na coluna final e, em seguida, adicionado ao capital e lucros acumulados trazidos para mostrar
o total do patrimônio líquido no final do ano.
Conforme mostrado na Figura 6, a próxima seção era Dÿvidas Particulares, os credores da empresa.
As empresas pombalinas costumam compensar contas a pagar e receber, apresentando apenas o
endividamento líquido do negócio. Apenas a nota explicativa informava o saldo de cada item
separadamente, como faz aqui. Essa prática contrariava a recomendação dos manuais de que a
demonstração financeira deveria apresentar ambos os saldos em linhas separadas no relatório.
Todos os relatórios da empresa adotaram a mesma seqüência para esta parte da Demonstração do
Estado da Companhia: patrimônio líquido (capital þ lucros acumulados) þ lucros em empreendimentos
prejuízos em empreendimentos þ credores. Com efeito, esta secção apresentava o capital próprio no
início do período, o resultado do período, os credores líquidos no final do período e o total global destas
rubricas.
4.2.2.1 Ativos. Não mostrado aqui, o restante do relatório continha o total de “ativos” [19] da empresa:
Effeitos que ela possue para perfazer o seu debito [20]. A sequência das seções dentro desta parte foi
a mesma em cada relatório. Não foi ordenado de acordo com a liquidez [21]. Começou com Mercadorias
que existem em ser (Inventários em mãos) seguido de Custo dos Navios (Custos da frota), Despesas
feitas com Costeamento (Cargas em trânsito), Bens Moveis e de Raiz (Edifícios e móveis) e Dinheiro
(Dinheiro) [ 22 ]. A empresa não depreciou seus ativos não circulantes. Apenas reconheceu perdas de
valor decorrentes de danos físicos. Como resultado, os valores atribuídos a esses ativos nos relatórios
anuais foram mantidos de um período para o outro.
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Os estoques em mãos incluíam provisões e contas de estoque, que eram apresentadas a Evitar Whig de acordo
com o local onde as mercadorias eram armazenadas, divididas em dois grupos na sequência:
primeiro, abordagens
para o ultramar; segundo, no Reino. As notas explicativas acrescentaram muito poucos detalhes.
O histórico de custos
da frota mostrava os navios da empresa e seu custo inicial de aquisição [23]. As cargas em
trânsito eram listadas sob o nome do navio em que estavam. A nota explicativa anexa não trazia
nenhuma informação adicional, nem mesmo o porto de partida do navio, nem seu destino.
Nenhuma nota acompanhava as filas de prédios, móveis ou dinheiro.
Como fica evidente acima, a Demonstração era uma única declaração que fornecia informações 1419
sobre dois aspectos essenciais: primeiro, a posição financeira da empresa em uma data
específica. em segundo lugar, como a empresa adquiriu seus lucros e perdas por meio de
atividades ordinárias e extraordinárias durante um período contábil. Essencialmente, ele contém
o que esperaríamos hoje em um balanço patrimonial detalhado, uma demonstração de resultados
e notas, mas em um documento composto [24] . Seguia-se o Resumo (Resumo desta
Demonstração) (Figura 7), que apresentava os valores de cada um dos principais grupos de
rubricas do balanço. A seção superior (Deve a Companhia) continha Capital dos proprietários þ
Lucros acumulados þ Lucro líquido do exercício þ Endividamento líquido. A seção inferior (Effeitos)
continha Estoques em mãos þ Custo da frota þ Cargas em trânsito þ Prédios e móveis þ Caixa.
Se a Demonstração for comparada com o Balanço elaborado por Sales (Figura 4), percebe-se
que a empresa forneceu muito mais detalhes do que Sales. Este relatório foi seguido por outra
declaração que não foi mencionada nos manuais: o Extracto dos Lucros que fez a

Figura 7.
Relatório anual resumido
de 1760 da GMC
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Companhia (Resumo do lucro da empresa). Esta foi possivelmente a declaração mais importante
AAAJ
na perspectiva dos acionistas.
35,6 4.2.3 O resumo do lucro da empresa. O Extracto (Figura 8) ocupou uma página no livro de
relatórios. Ele decompôs as mudanças na participação dos proprietários na empresa e a aplicação
dos lucros retidos de um período contábil para o seguinte. Compreendia “o patrimônio líquido
inicial (ou seja, capital integralizado mais lucros retidos) þ lucro líquido do exercício, parcela do
lucro distribuído aos seus acionistas 5 patrimônio líquido final”. Isso foi seguido pelo valor contábil
1420 das ações e a taxa de lucro distribuído [25] . O valor contábil das ações de 705$278 é mostrado
na segunda linha inferior. Foi calculado dividindo o patrimônio líquido total pelo número de ações
emitidas, ou seja, 820.944$033/1.164. A figura abaixo é a taxa de lucro distribuído de 6%. Foi
calculado dividindo o valor distribuído no exercício pelo capital social emitido, ou seja,
27.936$000/465.600$000.
O Extracto se expandiu nos anos seguintes para incluir um resumo histórico. Mostrava o valor
inicialmente investido pelos acionistas mais os lucros retidos acumulados a cada ano desde a
constituição da empresa. O Extracto de 1772 é mostrado na Figura 9.

Conforme mencionado na Seção 3, também comparamos os relatórios anuais do GMC com os


relatórios anuais contemporâneos da empresa monopolista patrocinada pelo Estado inglês, a EIC.
Seu relatório anual de 1772 compreendia uma única lista de balanços de página dupla com os da
esquerda rotulados como “Dr” e os da direita rotulados como “Cr”. Não possui seccionamento,
nem indicação de lucro ou prejuízo, e apenas duas notas com maiores detalhes sobre um dos
valores apresentados [26]. Nenhuma informação equivalente ao que é mostrado no Extracto da
GMC é fornecida.
Concluindo esta seção, é importante colocar a contabilidade em seu contexto organizacional e
histórico (Hopwood, 1987). Usando entrada dupla, a GMC criou sistemas muito sofisticados e

Figura 8.
O resumo Extracto dos
lucros obtidos no
relatório anual de
1760 da GMC
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Evitando
abordagens
Whig para a h

1421

Figura 9.
O resumo Extracto dos
lucros obtidos pela
GMC em seu relatório
anual de 1772

relatórios financeiros detalhados que reafirmaram o caráter positivo de sua saúde financeira.
Esta foi a justificativa fundamental para a manutenção dos privilégios econômicos da empresa
(ou seja, seu monopólio sobre o comércio e a navegação). Ao fazê-lo, representou mais um
prolongamento da prática então recomendada em Portugal. Longe de serem antiquados e
medievais (Dias, 1970), os relatórios anuais da empresa eram muito mais sofisticados e úteis
do que os relatórios contemporâneos da EIC e do Balanço nos manuais de Sales.

5. Uma discussão sobre a base das opiniões expressas por Carreira (1969) e Dias (1970)

Concluída esta análise da escrituração e do relato financeiro das duas empresas, abordamos
agora com mais detalhe as percepções de ambos os grupos de historiadores: os historiadores
da contabilidade e Carreira e Dias. Este está dividido em duas partes, uma para cada uma das
duas questões de
pesquisa: (1) Qual o método de escrituração utilizado pelas empresas?
(2) As práticas contábeis (ou seja, contabilidade e relatórios financeiros) das empresas
refletem as práticas contábeis de seu tempo e lugar?

5.1 RQ1: o método contábil das empresas


Constatamos que o método contábil é uma forma sofisticada de partidas dobradas em seu
tempo e contexto. Carreira não classificou o método de escrituração. Dias classificou como entrada única.
Dias estaria muito mais bem informado se tivesse recebido a ajuda dos contadores de que
precisava (Fridenson, 2007; Ville e Fleming, 2009/2000; Hernandez Esteve, 2010;
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Topolski, 1976). Na falta dessa assistência interdisciplinar, ele via como invariável o conjunto de
AAAJ
regras que regem como a contabilidade é feita usando partidas dobradas. Se o sistema de
35,6 escrituração que ele viu fosse diferente daquele encontrado no século 20, só poderia ser
escrituração de entrada única. Assim, a interpretação whig da história que ele adotou, que estuda
o passado com referência ao presente sem examiná-lo dentro de seu próprio contexto, teve um
grande impacto em sua interpretação. Conforme enfatizado por Butterfield (1931, pp. 62-3),

1422 Faz toda a diferença do mundo se já assumimos o presente no início de nosso estudo da história e o
mantemos como base de referência, ou se esperamos e suspendemos nosso julgamento até descobri-
lo no final.

5.2 RQ2: como as práticas contábeis da GMC e PPC refletiam a prática contábil de seu tempo
e lugar Em
nossa análise, descobrimos que as práticas contábeis das duas empresas refletiam o que se
esperava das empresas monopolistas estatais portuguesas de meados do século XVIII. Carreira
e Dias não. Também descobrimos que era mais sofisticado e detalhado do que a contabilidade e
os relatórios financeiros dos manuais usados para treinar as futuras gerações de contadores do
governo português. Carreira e Dias não utilizaram esses manuais em seus estudos. Da utilização
destes manuais neste estudo, a sua ausência nas fontes utilizadas por Carreira e Dias pode ser
vista como um dos principais fatores que contribuíram para as conclusões a que chegaram.

5.2.1 Carreira. Carreira carecia de conhecimento e compreensão do DEB e da prática de


relatórios financeiros no século XVIII ou no século XX. Em 1969, sem o apoio interdisciplinar dos
contadores, tomou um atalho ao avaliar a qualidade da escrituração. Ele resumiu a história. Sem
o apoio do conhecimento e consciência do contexto relevante, ele se baseou na “decisão subjetiva
do historiador, na qual ele deve escolher não explicar, mas apenas declarar que há
pecado” (Butterfield, 1931, p. 112). Em contraste, como descobrimos neste estudo, alguém que
entende como os sistemas DEB funcionam e olha para essas entradas não tem dificuldade em
identificar o que estava sendo feito. Também não têm qualquer dificuldade em confirmar que
estão corretamente implementadas em partidas dobradas. (cf Pinto e West, 2017) Adotando uma
abordagem interdisciplinar com a ajuda de historiadores da contabilidade, a visão de Carreira de
que os lançamentos contábeis dessas empresas careciam de detalhes certamente teria sido
invertida.
5.2.2 Dias. A visão Whig de que a contabilidade progrediu de forma evolutiva e está em
constante aperfeiçoamento é comum nos estudos tradicionais da história da contabilidade
(Hopwood, 1985, 1987). Ao adotá-la, “a contabilidade é abstraída de seu contexto histórico e
julgada à parte de seu contexto” (Stewart, 1992, p. 58). Foi o que Dias fez. Ele procurou
características esperadas da contabilidade no século 20 que mostrariam progresso na contabilidade
da GMC em comparação com o que De Roover descreveu como existindo na Toscana medieval.
Não encontrando progresso nem prática do século 20 nos relatórios financeiros, ele concluiu que
os relatórios anuais eram “medievais”. Seu estudo do passado com referência ao presente levou
a esse julgamento, que está de acordo com a visão de que “a Idade Média representou um
período de escuridão” (Butterfield, 1931, p. 13). De uma perspectiva Whig da história,

os primeiros processos contábeis são essencialmente primitivos e a história dos relatórios corporativos
é uma história de melhorias trazidas pelo aumento das regulamentações governamentais e
envolvimento profissional (Arnold e McCartney, 2003, p. 250).

Essa confiança na prática contábil atual em vez da prática contábil no século 18 ilustra por que é
importante manter nosso conhecimento de hoje em segundo plano e priorizar o que é conhecido
do período em foco. Um exemplo de Dias destaca como pode ser enganoso deixar de fazê-lo.
Imediatamente após sua observação sobre o GMC's
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contabilidade, Dias criticou seu uso de contabilidade de risco, uma prática que remonta pelo menos ao século XIV . Ele
não percebeu que essa ainda era uma prática normal no século 18, especialmente se uma
empresa estava envolvida no
comércio internacional de longa distância, como eram as histórias da GMC e da EIC . E a EIC
também usou contabilidade
de risco em sua contabilidade.
Finalmente, é possível que nem Carreira nem Dias estivessem cientes das críticas feitas à
interpretação whig da história que eles e outros estavam adotando.
Eles também podem não saber que todas essas fontes que usamos estavam disponíveis nos
arquivos quando conduziram seus estudos. Também é possível que ambos tenham pedido 1423
contadores no Brasil e em Portugal para trabalhar com eles e foram recusados, mas a caligrafia é
fácil de ler. Parece mais provável que eles não tenham procurado ajuda interdisciplinar de
contadores acreditando, erroneamente, que eles próprios tinham conhecimento suficiente.

6. Considerações finais e contribuições Embora


estudos anteriores de historiadores da contabilidade tenham usado os arquivos PPC e GMC, a
profundidade da análise conduzida neste estudo nunca foi realizada anteriormente. Mostramos
como as informações complementares foram distribuídas entre o Diário, o Diário e o Razão. Foi
feito de forma a permitir ao leitor vincular dados de todos os livros, bem como documentos de
apoio (por exemplo, cartas, faturas e letras de câmbio), e entender completamente os eventos
econômicos registrados. Também apresentamos exemplos dos relatórios anuais da GMC e
explicamos os procedimentos, critérios e terminologia contábil.

A nossa análise constatou que a forma dos lançamentos dos três principais livros de
contabilidade (Diário, Diário e Razão) seguia o estilo recomendado pelos manuais de contabilidade
portugueses, com algumas melhorias. Como é, e sempre foi prática padrão em sistemas DEB
baseados na exposição de Pacioli (1494) , o nível de detalhe diminuiu do Livro Diário para o Diário
e para o Razão. E todos esses livros e as entradas dentro deles são vinculados por trilhas de
auditoria completas (Sangster, 2016). As informações podem, portanto, ser facilmente encontradas
sobre os lançamentos no Razão nos outros livros e registros. Os livros de contabilidade da PPC
apresentam mesmo um rasto de auditoria inovador desde o Razão até ao Diário que não foi
mencionado em nenhum dos manuais portugueses contemporâneos. Não é “inovador” no sentido
de ter criado algo novo – o conceito de sinalização desse tipo já existia. Mas, é inovador por ter
alargado a sua utilização ao DEB português, conforme definido pelos manuais, ao estabelecer
uma trilha de auditoria inversa entre o Ledger e o Journal of PPC.
Nossa análise também constatou que todos os relatórios anuais emitidos por essas duas
empresas mantiveram o mesmo layout de apresentação, layout que aumenta a clareza das
informações neles contidas. A apresentação, layout e conteúdo também eram mais coerentes e
acessíveis do que os utilizados por seu contemporâneo, o EIC. Consequentemente, foi de maior
utilidade para seu público-alvo: seus acionistas.
O conhecimento da prática contábil real nessas empresas que adquirimos com este estudo
obriga a reconsideração dos resumos de Carreira e Dias. As nossas conclusões baseiam-se na
consideração da identidade temporal e espacial da escrituração e relato financeiro das empresas
portuguesas. Por referência a práticas conhecidas de seu próprio tempo e lugar, evitamos as
armadilhas da história whiggiana: o desenvolvimento progressivo não era um fator, nem a prática
atual. A partir de nossa formação contábil, fornecemos a este estudo os principais conhecimentos
que nem Carreira nem Dias possuíam ou utilizavam. Essa combinação nos deu clareza para
chegar a conclusões que podem ser objetivamente apoiadas pelas evidências.
Os de Carreira e Dias não podem. No geral, este estudo contribuiu para a literatura sobre a
importância de adotar a interdisciplinaridade na história da contabilidade, ilustrando tanto a
importância de evitar uma perspectiva whig sobre a história quanto a importância do envolvimento
entre historiadores e contadores ao estudar artefatos históricos da contabilidade.
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AAAJ Fazer isso melhorará a compreensão e alcançará uma interpretação melhor, mais interdisciplinar, crítica e
inclusiva do passado (Walker, 2005, 2008; Bisman, 2011).
35,6
Finalmente, não acreditamos que a maioria dos historiadores da contabilidade hoje, ao contrário dos
positivistas tradicionais, subscrevam conscientemente a teoria Whig da história, ou seja, que o presente é
o resultado do progresso e melhoria contínua do passado (Fleishman e Radcliff, 2005) . No entanto, as
suposições de progresso na história e na história da contabilidade são, por vezes, feitas inconscientemente.
É importante reconhecer essa predisposição e entender como nós, como historiadores da contabilidade,
1424
podemos evitar a “noção teleológica de progresso inexorável e modernização da humanidade e o triunfo do
presente sobre os fracassos do passado” (Parker, 2004, p . 13). Uma ampla literatura sobre a “nova história
da contabilidade” já chamou a atenção para esse problema, mas ele ainda persiste. Os exemplos ilustrativos
que fornecemos destacando essas questões servem como um alerta para os historiadores da contabilidade,
tanto os inexperientes quanto os que ainda aderem a uma visão Whig da história. Evitar tal abordagem
histórica falha reduzirá a probabilidade de que atos ou evidências sejam omitidos porque não são
compreendidos devido a uma falha em ver a história em seu próprio contexto.

Conforme sucintamente resumido por Carnegie (2014), os historiadores da contabilidade ainda têm um
longo caminho a percorrer para reconhecer os benefícios potenciais de equipes de pesquisa interdisciplinares.
Os historiadores da contabilidade não são mais especialistas em todos os campos relevantes do que os
historiadores de outras disciplinas, embora, como Carreira e Dias, possam sentir que seu conhecimento é
suficiente. No entanto, no que diz respeito ao conhecimento específico da disciplina, nenhum estranho sabe
o que não sabe. Espera-se que os historiadores da contabilidade possam aprender com este estudo. Que
eles respondam a isso abraçando os apelos, não apenas para evitar a história Whiggish, mas também, que
se envolvam com membros de outras disciplinas, mesmo quando não acreditam que seja necessário. O
resultado disso pode ser muito gratificante, tanto para os historiadores da contabilidade quanto para a
qualidade da pesquisa em história da contabilidade, e para aqueles de outras disciplinas com quem eles colaboram.

Notas

1. Por exemplo, a Lei de 16 de maio de 1757 estabelecia que as companhias pombalinas deveriam ser consideradas
“banco público” (Silva, 1830, p. 556).

2. O livro de Carreira foi republicado com outro título em 1983.

3. Este livro contém uma série de artigos publicados por Dias entre 1966 e 1970. Um deles é citado separadamente porque
indica que Dias estava buscando a ajuda de contadores em 1966.

4. Os registos contabilísticos apresentam “detalhes pouco claros” e registos “confusos” (Carreira, 1969, p. 278). “Os
relatórios anuais do [GMC] estavam ainda impregnados de tradições medievalistas [...] [e] no cálculo das despesas ou
dos bens patrimoniais, nem sempre obedecem aos princípios mais harmoniosos inerentes à evolução da ciência da
contabilidade” (Dias, 1970, p. 523–524)

5. Para uma análise detalhada das opiniões de Butterfield sobre este tópico e sobre sua relevância para o trabalho histórico
hoje, ver Jardine (2003).

6. Várias civilizações usaram diferentes materiais para dar forma física aos relatos, como argila e tábuas de cera, peles de
animais e cordões nodosos (Vlaemminck, 1956).

7. Segundo Yamey (1964, p. 127), “pouco pode ser inferido simplesmente do fato de que um determinado
empresa empregou o sistema de partidas dobradas” ou qualquer outro método.

8. Correspondência pessoal.

9. O termo “vizinho” é retirado da descrição de Bloch (1928) dos benefícios da história comparada. Um “vizinho” é algo
suficientemente próximo em seu lugar para se esperar que tenha características semelhantes ao objeto de estudo.
Comparando a escrituração do PPC com os manuais de escrituração contemporâneos, seriam de se esperar
semelhanças. Espera-se que a comparação dos relatórios financeiros da GMC com os relatórios financeiros
contemporâneos da EIC revele semelhanças. Seguindo Bloch, as diferenças identificadas são onde a investigação
histórica deve começar.
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10. Assim, conforme mostrado na Figura 1, 272.454 réis foi escrito como 272$454.
Evitando
11. O método de DEB adotado em toda a Europa depois de 1500 foi o veneziano descrito por Pacioli abordagens
(Mari et al., 2020).
Whig para a h
12. Essa prática torna a coleta de dados sobre as relações em rede mais rápida do que por meio da Revista, pois
feito, por exemplo, por McWatters e Lemarchand (2013).

13. Embora a data deste manual manuscrito seja c.1785 e o Balanço seja datado de 1782, ele contém o
mesmas informações da edição de 1797. 1425
14. O primeiro relatório elaborado por ambas as empresas abrangeu quatro anos civis, que coincidiram com o término do
processo de quatro anos de sua oferta pública inicial (Marcos, 1997). O primeiro relatório financeiro da GMC apresentou
os lucros e perdas dos anos de 1756 a 1759, enquanto o da PPC foi dos anos de 1760 a 1763.

15. O exemplo apresentado por Sales (c.1785, c.1797) não inclui nenhuma recomendação para incluir
notas explicativas para itens de linha nesta demonstração financeira.

16. Os acionistas não tinham o direito de retirar seu dinheiro da empresa durante o período de monopólio da empresa, mas
podiam livremente transferir suas ações a terceiros (Marcos, 1997).

17. A Figura 5 apresenta os seguintes itens: 2 No transporte de mercadorias para o Pará; 3 No transporte de mercadorias para
o Maranhão; 4 No transporte de mercadorias para Cacheu; 5 No transporte de mercadorias para Bissau; 6 Nos transportes
para Cabo Verde; 7 Nos transportes de escravos para o Maranhão e Pará; 8 Em transportes de crianças para o Norte; 9
Nos transportes do Pará; 10 Nos transportes do Norte; 11 Nos transportes de Cacheu e Cabo Verde; 12 Em frete com
cinco navios; 13 Menos perda que tivemos no frete do Brigantino S~ao Thomé.

18. A Figura 6 apresenta os seguintes itens: 14 No transporte do Maranhão para Lisboa; 15 Em comum
despesas feitas pela Diretoria; 16 Em juros pagos.

19. O termo “recursos” está entre aspas para enfatizar que foi intencionalmente deslocado no tempo e no espaço com o
simples propósito de ajudar o público de hoje a se envolver mais prontamente com a narrativa histórica. A palavra e suas
inflexões que reconhecemos hoje não estavam em uso naquela época. Na categoria de “Efeitos”, a empresa colocou
contas com saldo devedor.

20. O termo inglês equivalente – “Efeitos” – foi usado pela Companhia Inglesa das Índias Orientais (ver
Baladouni, 1990).

21. Isso também acontecia nos manuais de vendas.

22. Quando os devedores eram maiores que os credores, era colocado o lançamento de Dÿvidas para Receber após a linha
de Cargas em Trânsito.

23. O custo inicial de aquisição incluía o preço de compra e todas as despesas necessárias para prepará-lo
para seu uso pretendido.

24. Em contraste com um relatório anual atual, o relatório da GMC inseriu os elementos da demonstração de resultados
entre o patrimônio líquido e os demais itens do balanço.

25. Não havia uma única palavra em uso para se referir à parcela do lucro distribuível aos acionistas.

26. EIC Stock per Computation Report 1772, British Library, IOR/L/AG/18/2/4.

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O relatório 1772 EIC Stock per Computation. (IOR/L/AG/18/2/4).


1426 Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Lisboa, Portugal.
Fundo: Aula do Comercio.

Livro de Registro dos praticantes da Aula do Comercio [ ...] (ANTT 328).


Fundo: Companhia Geral de Pernambuco e Paraíba.
Diário 4. (ANTT 453).
Livro Borrador. (ANTT 293, 299).
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A autora correspondente
Angélica Vasconcelos pode ser contatada em: angelicavms@gmail.com

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