Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Psico Saúde II N2
Psico Saúde II N2
1. Introdução
A saúde mental desempenha um papel significativo no processo de
envelhecimento. Estudos têm demonstrado que idosos podem enfrentar uma série
de transtornos, incluindo depressão, ansiedade, demência e outras condições que
afetam negativamente a qualidade de vida e a capacidade de realizar atividades
diárias. A depressão é uma das condições mais comuns nessa faixa etária, e pode
manifestar-se por meio de sintomas como tristeza, perda de interesse em
atividades, falta de apetite e falta de energia. A ansiedade também é bastante
prevalente entre os idosos, podendo apresentar sintomas como medo, preocupação
excessiva e tensão. A demência, por sua vez, é uma condição que afeta a
capacidade cognitiva e pode causar problemas de memória, comunicação e
comportamento. Segundo Borim, F.S.A el at. (2013).
Com o aumento da expectativa de vida dos idosos, crescem as prevalências
de doenças crônicas, os riscos de limitações físicas, de perdas cognitivas, de
declínio sensorial e de propensão a acidentes e a isolamento social. Além dos
aspectos físicos, a saúde mental também é comprometida, com consequente
deterioração da saúde dos idosos. Os quadros psiquiátricos nos idosos incluem,
destacadamente, a demência, estados depressivos, transtornos ansiosos e mesmo
quadros psicóticos 3, sendo, entretanto, a depressão o mais importante problema de
saúde mental nessa faixa etária.
www.catolicasc.org.br
Além dos transtornos mentais específicos, outros fatores relacionados à
saúde mental também podem afetar o processo de envelhecimento. Por exemplo, o
isolamento social pode levar a problemas de saúde mental e física em idosos,
enquanto o estresse pode contribuir para o desenvolvimento de condições como
hipertensão, doenças cardíacas e outras doenças crônicas.
2. Metodologia
Um estudo que analisou 51 casos de suicídio entre idosos em dez cidades
brasileiras, por meio de autópsias psicológicas, concluiu que doenças graves,
transtornos mentais, depressão, conflitos familiares e conjugais são as principais
causas de suicídio nessa fase da vida. Sabe-se, portanto, que sintomas depressivos
podem desencadear crises suicidas quando associados a vulnerabilidades
socioambientais, psicológicas, familiares e de saúde (Minayo & Cavalcante, 2012;
Barrero, 2012; Pinto et al., 2012).
Diante disso, é crucial reconhecer a importância da saúde mental no
processo de envelhecimento e buscar estratégias efetivas de prevenção e
tratamento adequadas para essa população. Essas estratégias podem envolver
terapias, medicamentos, atividades em grupo e outros recursos que possam auxiliar
na melhoria da qualidade de vida dos idosos e promover seu bem-estar emocional.
É fundamental sinalizar a importância de ações efetivas de prevenção e promoção
da saúde mental, a fim de proporcionar apoio à pessoa idosa, fazendo com que se
sintam úteis, ativas e integradas socialmente.
www.catolicasc.org.br
3.2 Maior vulnerabilidade ao estresse: Os idosos podem enfrentar
dificuldades para lidar com eventos estressantes, como perda
de entes queridos, aposentadoria, mudanças físicas e
emocionais, entre outros.
www.catolicasc.org.br
É necessário as práticas de saúde direcionadas aos idosos, levando em
consideração aspectos estruturais, administrativos, sociais e políticos, a fim de
promover mudanças nas condições essenciais para lidar com a demanda diária,
tanto nas unidades de saúde quanto nos domicílios.
O processo de envelhecimento é único e está permeado por medos,
angústias, perdas e declínios, mas a forma como as pessoas vivem a velhice e se
preparam para o envelhecimento tem um grande impacto na saúde mental dos
idosos, pois a saúde mental desempenha um papel preponderante no
envelhecimento.
Em um estudo feito por Jardim, Medeiros e Brito (2006), 10 idosos
descreveram a percepção frente à velhice. Os autores identificaram que a relação
com a família e a socialização é de fundamental importância, pois é uma forma
positiva de enfrentamento da velhice e do envelhecimento propriamente dito,
referindo-se a importância da atividade física, do relacionamento social, do cuidado
da mente e corpo para um envelhecimento saudável e com menos agravos a saúde
física e mental.
Os idosos brasileiros estão construindo seu espaço de sociabilização e
inclusão social, e se percebe um crescimento dos movimentos de
aposentados e de terceira idade. O primeiro é um movimento mais político
congregado por homens, enquanto que o segundo, sociocultural, reúne
mais mulheres. Esses espaços de sociabilização são importantes na
construção social da identidade do idoso durante a velhice, pois permitem
uma interação dos mesmos, na busca de uma positivação da velhice que
afaste a solidão e o preconceito, permitindo um envelhecimento ativo e
independente.
www.catolicasc.org.br
Segundo Oliveira et al. (2006), os sintomas de ansiedade estão associados a
várias limitações diárias na vida dos idosos e também estão relacionados a outras
comorbidades, como transtorno depressivo maior. Cordeiro et al. (2020), em um
estudo realizado no interior de São Paulo, demonstraram que a terceira causa mais
frequente de busca por idosos na Estratégia de Saúde da Família (ESF) está
relacionada a sintomas de transtornos mentais e comportamentais. Entre esses
idosos, 55% receberam prescrições medicamentosas de ansiolíticos e 29,7% de
antidepressivos. Considerando que a ESF é uma porta de entrada para a
assistência à saúde, é importante destacar a necessidade de maiores investimentos
e atenção à promoção da saúde mental e à prevenção de problemas psíquicos em
idosos brasileiros.
Os participantes entrevistados relataram que a qualidade de vida está
relacionada ao sentimento de bem-estar com a própria realidade de vida,
manifestando satisfação em ter a família reunida, trocar afeto e sentir-se parte de
um grupo. No entanto, a diminuição da renda financeira, a perda do status social e
outras mudanças podem facilitar o surgimento de problemas mentais nos idosos.
(Linari, 2004).
Um estudo de Casemiro e Ferreira (2020) demonstrou que os grupos de
convivência favorecem a saúde mental e contribuem para um envelhecimento bem-
sucedido, uma vez que os idosos se sentem socialmente amparados, engajados em
atividades prazerosas e trocam experiências positivas. A dificuldade na mobilidade
social das pessoas idosas contribui para um desempenho empobrecido em sua vida
diária, desmotivador e com poucas expectativas de melhoria. Isso também aumenta
as situações de desproteção e insegurança entre os idosos, que muitas vezes não
se sentem confiantes em seus bairros, nas ruas e nos poucos ambientes de lazer e
cultura oferecidos socialmente.
www.catolicasc.org.br
Conclusão
Referências Bibliográficas:
www.catolicasc.org.br
IBGE. Síntese de Indicadores Sociais 2021: uma análise das condições de vida da
população brasileira. Rio de Janeiro: IBGE, 2021.
Fantacini, C. M. F., & Fiorati, R. C. (2021). A influência dos determinantes sociais na saúde
mental do idoso na percepção da qualidade de vida (QV). Revista Kairós-Gerontologia,
23(3), 339-361. ISSNprint 1516-2567. ISSNe 2176-901X. São Paulo (SP), Brasil:
FACHS/NEPE/PUC-SP
CLEMENTE, A.S et al. (2011). Concepções sobre transtornos mentais e seu tratamento
entre idosos atendidos em um serviço público de saúde mental.
BORIM, F.S.A et al. (2013). Transtorno mental comum na população idosa: pesquisa de
base populacional no Município de Campinas, São Paulo, Brasil
FRANÇA, C.L & MURTA, S.G (2014). Prevenção e promoção da saúde mental no
envelhecimento: conceitos e intervenções
www.catolicasc.org.br