Correção Fisioterapia

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CURSO DE FISIOTERAPIA

MARIA EDUARDA DELCOLE ARAÚJO

A IMPORTÂNCIA DA FISIOTEPIA OBSTÉTRICA NO TRABALHO DE


PARTO HUMANIZADO.

Sinop/MT 2023
CURSO DE FISIOTERAPIA

MARIA EDUARDA DELCOLE ARAÚJO

A IMPORTÂNCIA DA FISIOTEPIA OBSTÉTRICA NO TRABALHO DE


PARTO HUMANIZADO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca


Avaliadora do Departamento de Fisioterapia do Centro
Universitário Fasipe - UNIFASIPE, como requisito parcial
para aprovação da disciplina de TTC I.
Orientador(a): Prof.
Professora da Disciplina:

Sorriso/MT

2023
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO......................................................................................................4

1.1 PROBLEMATIZAÇÃO.........................................................................................6

1.2 JUSTIFICATIVA....................................................................................................6

1.3 OBJETIVOS............................................................................................................7

2. REFERENCIAL TEÓRICO.................................................................................8

2.1 ANATOMIA GERAL FEMININA.....................................................................8

2.2 SISTEMA REPRODUTOR FEMININO......................................................................8


2.2.1 VAGINA.....................................................................................................................8
2.2. 2 ÚTERO......................................................................................................................9
2.3 TUBAS UTERINAS E OVÁRIOS.....................................................................9

2.3.1 PELVE......................................................................................................................10
2.4 ANATOMIA DA PELVE...................................................................................11

2.5 PERÍODO GESTACIONAL............................................................................13

2.6 CRESCIMENTO UTERINO...........................................................................17

2.7 MECANISMO DO PARTO..............................................................................18

2.7.1 ESTÁGIOS DO TRABALHO DE PARTO NATURAL..........................................18


2.7.2 FASE PRÓDOMOS.................................................................................................19
2.7.3 FASE LATENTE......................................................................................................19
2.7.4 FASE DE TRANSIÇÃO E PERÍODO EXPULSIVO..............................................19
3. MATERIAL E MÉTODOS..................................................................................22

4. REFERÊNCIA BICLIOGRÁFICA....................................................................23
4

A IMPORTÂNCIA DA FISIOTEPIA OBSTÉTRICA NO


TRABALHO DE PARTO HUMANIZADO

1. INTRODUÇÃO
A transição da jovem mulher para o papel de mãe é um dos momentos mais da
sua vida, porém o parto deve ser acompanhado desde o início da gestação, garantindo
assim maior confiança e tranquilidade para a parturiente (SCARTON et al, 2015). O
porto por sua vez, não é um acontecimento de somente alegrias, mas sim, um momento
muito complexo, que envolve vários aspectos psicoemocionais, físicos, culturais, sociais
e econômico, com isso, pode gerar mudanças de humor, gera ansiedade, medo, estresse,
desconforto, contudo, essas alterações afetam não somente a parturiente, mas também
para quem está presente (DONELLI; LOPES, 2013). ´
De maneira geral, pode ser realizado de forma natural ou cesariana, o parto
normal é compreendido como um processo natural, e deve-se acontecer de maneira
espontânea. Todavia, deve-se entender que, as complicações de um parto normal,
geralmente são menores, deve-se também, orientar a parturiente sobre a recuperação
rápida e eficaz do parto natural, em comparação ao parto cesáreo (COREN, 2009).
A gestação tem o seu início na fecundação e percorre por nove meses ou 40
semanas, até o parto, com isso, a massa uterina total, aumenta significativamente, com o
propósito de acomodar e proteger o bebê. Este período é normalmente dividido em três
trimestres, gerando em cada período, alterações nos sistemas, porém, de maneira
natural. A partir da fertilização, o organismo da gestante passará por diversas mudanças
drásticas e importantes, como por exemplo, mudanças fisiológicas, físicas e emocionais
(COSTA, 2010). REFERENCIA
Naturalmente, a mulher enfrentará inúmeros desafios, desconfortos, limitações e
adaptações em seu cotidiano, o que acaba impossibilitando-a de retornar à sua vida de
antes, afetando profundamente o seu emocional, gerando assim, muito estresse,
ansiedade e sensação de incapacidade (ALVES; BEZERRA, 2020). REFERENCIA
Contudo, essas mudanças não irão afetar somente a gestante, mas também seu
parceiro, onde terá o papel que a auxiliar e apoiar nestas mudanças. Mesmo que seja um
dos momentos mais únicos sua vida, é de extrema necessidade ressaltar que, cada
parturiente, passará por essas mudanças de maneiras diferentes, pois cada organismo
age de maneira individual, e são adaptações e sensações únicas (BARACHO, 2018).
5

O Brasil acaba sendo um país com o maior índice de cesáreas no mundo, o que
acaba sendo um grande problema para as futuras parturientes, pois elas acabam não
tendo voz ativa no procedimento. Segundo estudos do Departamento de Informática do
Sistema Único de Saúde do Brasil (DATASUS), verifica que mais de 95% dos partos,
são realizados em hospitais (DIAS et al, 2008; MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2015).
Refrencia com ano errado
Toda via, a fisioterapia possui um papel essencial na preparação da mãe para a
gravidez e o parto, pois, auxilia a parturiente a se preparar e conscientizar sobre o
processo respiratório e a utilização de métodos não farmacológicos para o alívio das
dores (RIBEIRO 2016). CITAÇÃO NÃO BATE COM A REFERENCIA
O papel do fisioterapeuta é proporcionar bem-estar físico e psicológico durante o
processo do parto, minimizar possíveis dores, promover fortalecimento e alongamento
da musculatura do assoalho pélvico, evitando assim, possíveis complicações não
desejadas durante o parto (ROCHA; MARTINS; MOREIRA, 2011). CITAÇÃO NÃO
BETE COM A REFERENCIA
6

1.1 PROBLEMATIZAÇÃO

Vivencia-se que, o Trabalho de Parto Humanizado é algo relativamente atual e


extremamente benéfico para a mulher, todavia, ainda existe muitas resistências. As
parturientes acabam não procurando um atendimento fisioterapêutico, devido aos
inúmeros medos, inseguranças e mitos sobre o parto natural.
Com isso em mente, o número de cesarianas vem aumentando nos últimos anos,
e que acaba sendo um grande prejuízo, pois muitas vezes, as gestantes acabam sofrendo
violência obstétrica, não possuem voz ativa e acaba não participando diretamente do
momento do parto.
Neste contexto, a fisioterapia obstétrica atualmente tem apresentado inúmeras
habilidades e técnicas extremamente eficazes em as fases gestacionais, onde facilitará o
parto. Este trabalho vem com o intuito de reunir as contribuições da fisioterapia
obstétrica na preparação corporal das gestantes, junto com uma equipe multidisciplinar,
apresenta-lhes técnicas na prática clínica.

1.2 JUSTIFICATIVA
Além da extrema importância deste trabalho à referida graduação, o estudo
também se justifica pela relevância da temática estar presente no cotidiano de
profissionais da saúde. Embora seja uma temática atual, ainda existe uma grande
ocorrência quando se trata de um parto natural, pois muitas parturientes já vivenciaram
uma violência obstétrica, com isso, vem o medo e insegurança.
Tal ocorrência, sugerem uma grande necessidade de capacitação dos
profissionais em relação à assistência integral a parturiente, onde deve-se avaliá-la como
um todo, a fim de reunir recursos segundo a fisioterapia pélvica.
O presente estudo, tem o principal objetivo, enaltecer a importância da
fisioterapia no parto normal, como métodos para promover a analgesia, aumentar a
mobilidade do quadril, reduzir o desconforto muscular devido as alterações corporais e
melhorar a evolução do processo de parto.
7

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 OBJETIVO GERAL


Fazer um levantamento bibliográfico sobre a assistência fisioterapêutica durante
o trabalho de parto normal/ humanizado.

1.3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS


 Destacar a devida importância do parto normal em relação ao parto cesariano;
 Evidenciar técnicas fisioterapêuticas, a fim de cooperar na atuação clínica;
 Conceituar o papel da fisioterapia no trabalho de parto;
 Diferenciar os tipos de parto;
 Destacar as alterações corporal durante a gestação
8

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 ANATOMIA GERAL FEMININA


2.2 SISTEMA REPRODUTOR FEMININO
Para compreender melhor como acontece a fecundação dos gametas, a gestação
e o parto, é de extrema importância ter-se o conhecimento básico da anatomia corporal
feminina, tipos de órgãos, músculos e ossos envolvidos neste processo.
(REFERENCIA)
2.2.1 VAGINA
A vagina é um órgão interno, caracterizado por ser um canal fibromuscular
altamente elástico, possui o tamanho aproximadamente 8 a 10 cm, conforme (figura 1),
e se estende do colo uterino até o óstio externo, que se abre juntamente com a glande do
clitóris. (BARACHO, 2018, p. 42). Logo na abertura da vagina, pode-se encontrar, na
maioria das mulheres que não iniciaram sua vida sexual, uma fina camada com uma
espessura de aproximadamente 3mm (hímen), que tem a principal função, proteção para
a entrada de bactérias externas para o interior da vagina (MOORE, 2014, p. 517 à 519).
Tendo isso em vista, este órgão possui a função para o escoamento menstrual,
recebimento e envolvimento peniano durante o ato sexual e passagem do bebê durante o
parto vaginal. Quando a mulher não se encontra em estado se excitação, as paredes da
vagina encontram-se unidas. Durante a fase de excitação, no ato sexual, essas paredes
elásticas acabam se separando e há a liberação de um muco lubrificante que facilita a
penetração do pênis (ARAGÃO; JOSÉ; GUERRA; DANILO, ANO). FALTA
REFERENCIA
Figura 1: Vista interna do Canal Vaginal

Figura 1: Adaptada de Kistner op. cit.)


9

2.2. 2 ÚTERO

O útero é um órgão oco muscular ímpar no organismo feminino, formato


semelhante à uma pera invertida, possui duas camadas muscular (endométrio e o
miométrio) bem espessas e muito vascularizadas, possui a função de envolver o feto
durante a gestação, segue (figura 2). Normalmente, o corpo uterino posiciona-se sobre a
bexiga urinaria, e o seu colo permanece entre ela e o reto, também há presença de duas
aberturas laterais em seu interior, o que acaba favorecendo a conexão com as tubas
uterinas (BARACHO, 2018).

Figura 2: Útero não gravídico

Fonte:

REZENDE. p.48 (2017)


Quando não ocorre a fecundação, por consequência, ocasiona a descamação do
endométrio, que deve ser eliminado pelo corpo, junto com o sangue e o ovulo,
popularmente nomeado de menstruação. Apesar de aparentar ser solto e móvel, o útero
apresenta vários ligamentos que são responsáveis pela sua fixação, o que o liga à pelve e
as tubas uterinas (ARAGÃO; JOSÉ; GUERRA.; DANILO, ANO). REFERENCIA

2.3 TUBAS UTERINAS E OVÁRIOS

As tubas também são conhecidas como trompas de falópio, elas fazem parte do
sistema reprodutor e possuem papel muito importante quando se trata de reprodução,
são tubos musculares de espessuras finas, fixadas na cavidade superior do útero, medem
aproximadamente 10 cm de comprimento, segue figura 3 (MONTENEGRO; FILHO,
2017).
10

Quando ocorre a ovulação, a tuba realiza um movimento ativo, o que favorece a


captação do óvulo. Quando é fertilizado pelo espermatozoide, o óvulo passa a chamar-
se zigoto e sofre várias divisões celulares até ser transportado para o útero, onde irá
fixar-se e dar sequência ao desenvolvimento humano (BARACHO, 2016, p. 40).

Figura 3: Tubas Uterinas e Ovulação

Fonte: adaptado de REZENDE P. 49, (2017).

Tendo a fecundação em mente, os ovários fisiologicamente estão diretamente


ligados à face posterior do ligamento largo, os ovários são os grandes responsáveis pela
produção dos hormônios sexuais, pela formação e armazenamento dos gametas
femininos e pela reprodução humana. Tendo estas informações em mente, a produção
dos gametas femininos tem seu início ainda na fase embrionária, esse processo é
denominado ovogênese (MOORE, 2016 p. 9à 13).

2.3.1 PELVE

Para entender melhor o funcionamento do corpo feminino durante a gestação, é


de suma importância entendermos a anatomia e fisiologia de uma das estruturas mais
que mais se modifica: a pelve. O corpo humano em geral, é dividido em partes, como:
cabeça, pescoço, tronco (tórax, abdome, dorso e pele) e membros pertencentes. A pelve
em si, é a parte do tronco posteroinferior ao abdome e é a área de transição entre tronco
e membros inferiores. A cavidade pélvica é formada pelos ossos íleo, ísquio (direito e
esquerdo) e o púbis, está associada à coluna sacro-coccígea, também, é formada por
órgãos específico, ligamentos e músculos (TORTORA; DERRICKSON, 2018 p. 355 a
357).
11

2.4 ANATOMIA DA PELVE


O membro inferior está sujeito forças a grandes forças, são geradas através do
repetido contato entre os pés e o solo, o que acaba sendo encarregado também, pela
sustentação do peso dos membros superiores juntamente com o tronco, os membros
inferiores (MMII) estão conectados entre si e ao tronco pelo cíngulo (RIGOTI, 2020).
REFERENCIA
A cavidade pélvica é formada pelos ossos íleo (maior dos três componentes do
osso do quadril), ísquios (posteroinferior do osso do quadril) e o púbis (parte
anteroinferior do osso do quadril), está associada à coluna sacro-coccígea, segue (figura
4), também, é formada por órgãos específico, ligamentos e músculos. (LOBO et at,
2021). REFERENCIA

Figura 4: Anatomia Óssea da Pelve

Fonte: adaptado do livro de TORTORA; DERRICKSON p. 356 (2016)


A pelve óssea é naturalmente dividida em porções superior e inferior por um
marco de delimitação chamado linha terminal, conforme (figura 5). A pelve é capaz de
realizar os devidos movimentos: flexão, extensão, abdução, adução, rotação externa e
rotação interna, ela também acaba estabelecendo o posicionamento correto para os
MMII. O cíngulo do membro inferior, desempenha um papel importante na sustentação
de todo o peso corporal, e, ao mesmo tempo, oferece mobilidade ao aumentar a
amplitude de movimento (ADM). O cíngulo e as articulações fazem parte de um sistema
em cadeia cinética fechada (BORDONI; SUGUMAR; LSLIE. 2023). Informações
incompleta nas referênci
12

Figura 5: Cíngulo Pélvico

Fonte:
adaptado do
livro de TORTORA. p. 359 (2016)

No que diz a respeito, a cavidade pélvica possui a função de sustentar todo o


peso corporal que é transmitido pela coluna vertebral, e transferir assim, para os
membros inferiores (MMII), proteção dos órgãos e vísceras, e a fixação dos músculos
do assoalho pélvico. Para que essas funções sejas executadas, há uma grande
necessidade de a pelve ser muito forte e resistente (HAMILL E KNUTZEN, 2016 p.
194).
Apesar dessas funções, a região pélvica é uma grande zona do corpo a qual
acaba apresentando alterações de forma significativa entre os sexos. Conforme a
ilustrado na Figura 3, em comparação com a pelve masculina, as mulheres possuem esse
osso com o cíngulo mais fino, mais largo e mais leve. Deve-se observar também que, a
pelve feminina de maneira horizontal na frente, deixando assim, o sacro mais amplo
atrás, diferenciando-se assim com a pelve masculina (PEREIRA et al. 2020).

Figura 6: Pelve masculina e feminina


13

Fonte: HAMILL E KNUTZEN p. 194, (2016)


Segundos estudos, entende-se que a pelve humana é naturalmente dividida em
duas partes, ‘’ maior e menos”, segue (figura 7) de maneira que, essa divisão inicia-se
na linha pectínea da região púbica e vai até a vertebra sacral (SILVA; SILVA, E; SILVA,
K, 2021). SEM REFERENCIA
Figura 7: Divisão pélvica- Pelve maior (ROSA) e Pelve menor (AZUL)

Fonte:

Adaptado do livro de TORTORA Pag. 359 (2016).

Tendo essas divisões em mente, a pelve maior localiza-se superiormente à


abertura superior pélvica, essa pelve, por sua vez, também e conhecida como “pelve
falsa” por abrigar os órgãos inferiores abdominais, enquanto isso, a pelve menor,
localiza-se entre as aberturas pélvicas superior e inferior, também acaba sendo
conhecida como “pelve verdadeira”, por abrigar os órgãos urogenitais e o músculo
períneo (MOORE, 2014 p. 407 a 410).
Toda via, as articulações presentes na região, são anatomicamente denominadas
de Sínfise Púbica (região anterior) e Sacroilíaca (região anterior). Em mulheres, a
Articulação Sacroilíaca tem característica mais móvel, por conta de existir uma certa
frouxidão nos ligamentos de apoio desta articulação, essas frouxidões, podem
naturalmente aumentar durante todo o período gestacional, devido aos ciclos hormonais
que ocorrem mensalmente (BORDONI 2022). REFERENCIA

2.5 PERÍODO GESTACIONAL


A fecundação resulta da combinação dos gametas feminino e masculino com
número de 23 cromossomos que restituem os 46 cromossomos necessários à formação
do embrião (MOREIRA; OLIVEIRA, 2019). Para que ocorra a gravidez, é necessário
que o espermatozoide seja depositado intravaginal, pelo ato sexual e fecunda-se com o
ovócito II, produzido pela mulher, segue (figura 8). Uma vez no interior da vagina, os
milhões de espermatozoides são transportado pelo útero e tubas uterinas, pelas
14

contrações peristálticas da musculatura lisa, onde acontece a fertilização. Porém, a


mortalidade dos espermatozoides é altíssima, poucos conseguem atingir a tuba uterina, e
apenas um irá fecundar (SPENCER; ALEXANDRE, 1991, p. 51 a 61).

Figura 8. Fecundação

Fonte: MOORE, et al. p.14 (2016)

A partir do momento da fecundação, resulta na formação de um pequeno do


zigoto, que após algumas semanas, fixa-se na cavidade uterina, permanecendo no local,
desenvolvendo-se até o parto, conforme figura 9 (ALVES; BEZERRA, 2020).

Figura 9: fiação do zigoto na parede uterina

Fonte:
adaptado do livro de
SADLER p.88 (2016).

De forma geral, esse período dura quarenta semanas, podendo chegar até
quarenta e duas semanas, provocando, de forma fisiológica, alterações no organismo
feminino, o que acaba exigindo uma maior atenção. Tendo isso em vista, deve-se
destacar a importância de a gestante realizar o exame do pré-natal, nos três primeiros
meses de gestação, para que possa manter-se informada e atualizada sobre o
desenvolvimento do bebê (LEANDRO; SILVA; SILVA, 2017).
15

Durante a gestação, os sistemas endócrino, respiratório, musculoesquelético,


cardiovascular, tegumentar, urinário, gastrointestinal e psicológicas, alteram-se
drasticamente, as quais, iniciam-se desde a primeira semana continuam e perduram
durante todo os meses da gestação (CARVALHO et al, 2017). Essas mudanças podem
interferir tanto no bem-estar, quanto no momento do parto, segue (quadro 1) onde a
mulher tende a ficar extremamente ansiosa e exausta o que por consequência, acomete a
saúde do recém-nascido (NAGAMINE et al., 2021).
Os sintomas da gravidez se caracterizam por um conjunto de sensações e
modificações, desde o ciclo menstrual alterado, cansaço, fadigas, náuseas, alterações no
sono e apetite. As principais alterações físicas visíveis são o aumento abdominal,
decorrente das transformações internas do útero e crescimento do feto, além de ganho
de peso relativo (SILVA; ZVEITER, 2021). REFERENCIA

Quadro 1: Desenvolvimento Materno Fetal


ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS NA ALTERAÇÕES
TRIMESTRES
GESTANTE FISIOLÓGICAS NO FETO
Ligamentos e articulações frouxos e instáveis, 16
Leve aumento da cavidade uterina, Folhetos embrionário em
Hormônios desregulados, desenvolvimento,
1° Trimestre Vômitos intensos, Órgãos e tecidos em
(1° à 13° Aumento da Pressão Arterial, desenvolvimento;
semanas) Articulações com maior mobilidade, Rosto praticamente formado,
Postura levemente alterada Presença batimentos cardíacos
Genitais definidos

Sobrecarga intensa nos músculos e ligamentos


da coluna vertebral, Crescimento fetal acelerado,
músculos abdominais e do assoalho pélvico principalmente o corpo,
enfraquecidos, Presença de ossificação,
2° Trimestre
A mãe começa a perceber pequenos Surgimento de pelos corporais
movimentos fetais e cabelos,
(14° à 27°
Acumulo acentuado de gordura corporal, Apresenta imaturidade no
semana)
Aumento do Metabolismo Glicídico, sistema respiratório,
Aumento na resistência à insulina, Corpo coberto de vernix
Níveis hormonais altos, caseoso
Aumento do HDL e LDL.
Retenção de líquido,
Alterações no humor
Edema nos tornozelos e nos pés,
Indisposição,
Sonolência,
Aumento de dor nas costas e desconforto
articulares,
Limitações em membros inferiores,
Base alargada,
Marcha “ganso”,
Ligamentos frouxos e instáveis,
Tecido adiposo se desenvolve
Aumento da cavidade pélvica,
3° Trimestre rapidamente,
Elevação progressiva da frequência cardíaca,
Peso aproximado de 1kg,
Aumento da pressão venosa,
(27 à 40 Pulmões completamente
Rim desloca-se para cima, devido ao aumento
semanas) desenvolvidos,
do volume uterino,
Crescimento corporal
Bexiga apresenta-se comprida,
constante
Incontinência urinária,
Diabete gestacional,
Hiperemia e edema,
Elevação do diafragma,
Alargamento do tórax,
Alteração de centro de equilíbrio,
Diminuição da força abdominal,
Aumento na pigmentação da linha alva do
abdome inferior,
17

Fonte: REZENDE p. 139 a 169 (2017); SADLER p. 93 à 143 (ano)

Na (figura 10), pode-se observar claramente as fases do crescimento do feto,


conforme as semanas. Em torna da 9° semana, o embrião já possui uma característica
mais humana, já possuindo mãos, pernas e dedos, quando o bebê completa as 28
semanas, pode-se observar que, pulmões já estão suficientemente desenvolvidos, o que
o torna um recém-nascido pré-termo, tonando possível assim, sua sobrevida no mundo
esterno. Antes que isso ocorra, são incapazes de realizar trocas gasosas, pois a
vascularização ainda não se apresenta suficiente, antes do nascimento, os pulmões
apresentam-se cheio de líquidos SADLER, (ano), p. 93 a 143.

Figura 10: Fases do Crescimento Fetal

Fonte: REZENDE p. 76, (2017)

2.6 CRESCIMENTO UTERINO


As alterações fisiológicas observadas durante a gestação, são decorrentes
principalmente, de fatores físicos e hormonais, porém, essas alterações devem ser
consideradas e encaradas como algo natural. Anatomicamente, o útero não gravídico
localiza-se ligeiramente na pelve, durante todo o período gestacional, ele aumenta o seu
tamanho de maneira drástica, para acomodar o crescimento e desenvolvimento do feto
(REFERENCIA)
À medida que isso acontece, suas paredes tonam-se mais finas, e aumenta
drasticamente de peso, que por consequência, acaba surgindo estrias indesejadas, na
região abdominal e nas mamas (BAKER, 2017). Conforme a (figura 11), nota-se que, o
18

aumento da cavidade uterina, acaba implicando na biomecânica da respiração,


comprimindo assim, o diafragma, fisiologicamente, ao longo dos trimestres, o útero
expande-se para fora da cavidade pélvica, alcançando o nível do umbigo
(DOMBROWSKI, 2006). REFERENCIA
Figura 11: crescimento uterino

Fonte: RESENDE p. 154 (2017)

2.7 MECANISMO DO PARTO


O parto normalmente é caracterizado como o dia mais importante na vida da
mulher, pois, a partir dele, acontecerá mudanças físicas e psicológicas, sejam elas sutis
ou radicais. O parto é o processo natural em que o feto, a placenta e as demais
membranas presentes, são expelidos do corpo da mãe. Em geral, existem dois tipos de
partos: parto natural e o parto cesáreo. Neste estudo, será diferenciado os dois tipos,
porém, será de maior destaque o parto natural. Esse processo se caracteriza pela
sequência de contrações uterinas que resultam na sua dilatação e na saída do feto e da
placenta, os fatores que desencadeiam o trabalho de parto, ainda não estão
completamente esclarecidos, todavia, a ocitocina, é o principal hormônio envolvido
neste processo (MOORE et al, 2014).
19

2.7.1 ESTÁGIOS DO TRABALHO DE PARTO NATURAL


O trabalho de parto é um processo de caraterística constantes, onde cada
parturiente vive de maneira única. O próprio parto em geral, é dividido em três estágios:
(1) Apagamento e dilatação do colo uterino, segue Figura 12, (2) Período expulsivo do
feto, e (3) Expulsão da placenta e das membranas fetais. Tendo estas devidas fases em
mente, o estágio 1 é caraterizado pela produção de contrações uterinas, que acabam
forçando o saco amniótico contra o canal cervical, o estágio 2, também possui auxílio
das contrações uterinas, toda via, as contrações dos músculos abdominais devido ao
aumento da pressão intra-uterina, são responsáveis pela maior força exercida, essa fase e
caracterizada pela saída do bebê no canal vaginal, o estágio 3, a placenta deve ser
expelida pelo corpo (SADLER, 2016, p. 199) REFERENCIA
Figura 12: Apagamento do colo uterino

Fonte: REZENDE p. 166 (2017)

De maneira geral, a parturiente quando opta pelo parto normal, ela passa por 5
fases, são elas: Pródomos (contrações irregulares), Fase Latente -Contrações ficam mais
regulares, com duração e frequência mais definida, Fase Ativa -contrações ficam mais
fortes e frequentes, com duração e frequência bem definidas, Fase de Transição -
dilatação uterina de 8 a 10cm, Período Expulsivo, expulsão do bebê e Dequitação da
placenta -expulsão da placenta (SADLER p. 199, 2016).

2.7.2 FASE PRÓDOMOS


Esse estágio é caracterizado como fase de preparação, presença de pequenos
desconfortos os dores na região, essa etapa pode durar por vários dias e são comuns os
famosos “alarmes falsos, onde a parturiente pode achar que já está na fase ativa do
parto. Nesta etapa, não é comum esperar dilatações uterinas, porém é normal o abdome
20

apresentar-se endurecido, é orientado para a mãe seguir sua rotina normalmente


(BARACHO, 2018).
2.7.3 FASE LATENTE
Esta fase torna-se mais importante para a parturiente, pois as contrações tornam-
se mais regulares e com frequência mais definida, é possível manter em uma posição
sem gerar grandes desconfortos. Normalmente a parturiente pedirá para que a leve ao
hospital, por medo de possíveis complicações, com tudo, nesta fase, ainda não há
necessidade de uma assistência médica. Recomendado permanecer em casa até chegar a
fase ativa (AUGUSTO, 2014 p. 25 a 31).
2.7.4 FASE DE TRANSIÇÃO E PERÍODO EXPULSIVO
Finamente inicia-se a fase mais tensa e esperada pela parturiente, nesta etapa, é
de extrema importância tanto a mulher quanto os acompanhantes, manterem-se calmos.
Nesta fase é fortemente marcada por contrações extremamente fortes, com espaçamento
muito curto e com duração de 30 a 90 segundos, à cada contração, produz o
alongamento do diâmetro uterino. A dilatação inicia com as dilatações contínuas do colo
do útero e finaliza com a sua dilatação completa, para que o bebê possa passar pelo
canal vaginal, o útero deve apresentar 10 cm, segue (figura 13) nesta fase a parturiente
sentirá fortes dores, e acaba sendo comum, os pedidos e análgicos. A fase da dilação
uterina, pode durar em média 12 horas, porém, esse período varia para cada parturiente.
Depois que o útero se apresentar totalmente dilatado, a força mais importante para a
expulsão, é realizada pela pressão intra-abdominal (WILLAMS, 2015, 453 à 458).
REFERENCIA

Figura 13: Dilatação Uterina

FONTE: REZENDE p. 388 (2017)

O posicionamento fetal (figura 14) em relação à pelve e ao canal vaginal, é


crucial para determinar o tipo de nascimento e se vai ser um parto bem-sucedido, com
21

tudo, isso deve ser determinado logo no início, para o parto vaginal ocorrer
corretamente, o bebê precisa estar em Apresentação céfalo-pélvica, segue (AUGUSTO,
2018 p. 28).

Figura 14: orientação fetal

FONTE: WILLAMS p. 450 (2015)

Inicia-se por fim, a fase em que muitas mulheres pensam que não “vão
conseguir,” por acreditarem em diversos mitos: “não vou conseguir’’, “sou pequena
para isso”. A fase expulsiva inicia quando o colo do útero se apresenta totalmente
dilatado e termina com a saída do feto. Durante esta fase, o feto desce através do colo
do útero e da vagina ao sair do corpo da mãe, o feto passa a ser chamado de
recém-nascido (REZENDE, 2017, p.331). No período expulsivo, no canal vaginal, o
bebê sofrerá diversos movimentos: Encaixamento, Descida, Rotação Interna da Cabeça,
Deflexão, Rotação Externa e Desprendimento Fetal, segue (figura 15). A separação da
placenta começa logo que o feto nasce e termina com a expulsão da placenta e das
membranas fetais. (WILLAMS p. 453 a 458, 2015). REFERENCIA
Figura15:PeríodoExpulsivo Feto e Placenta
22

Fonte: MOORE, (2023)


23

3. MATERIAL E MÉTODOS

O presente estudo trata- se de uma revisão de literatura, metodologia escolhida


para este trabalho, trata-se de um recolhimento e sintetização de evidências cientificas,
de estudos que já foram publicados sobre a determinada temática. Assim, é considerada
uma modalidade de estudo secundária, que, por uma vez, no meio científico, prioriza-se
o esforço de criação de novos conhecimentos. A pesquisa será desenvolvida durante os
meses de agosto de 2023 a junho de 2024.
Para delimitar o estudo de revisão sistemática, serão escolhidos alguns critérios
que podem servir de orientação para a escolha dos devidos artigos revisados. Os
critérios escolhidos para este trabalho foram: abordar a temática da Importância da
Fisioterapia no Trabalho de Parto Humanizado Parto Humanizado, (2) Tipos de Partos,
(3) Fisioterapia Pélvica, (4) Fisiologia da Pelve, (6) Alterações corporais durante a
gestação. A busca e seleção de artigos utilizados para o estudo, foi realizada na base de
dados do Scientific Eletronic Library Online (Scielo) e livros acadêmicos O recorte
temporal será do período de 10 anos, ressalvando os autores KISTNER de 1989.
Spencer de 1991.

4. REFERÊNCIA BICLIOGRÁFICA
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