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Ficha nº1

Micaela Alves- 38886

Atualmente, percebemos que a inteligência não se foca apenas nas competências e


habilidades cognitivas, vai muito para além disso. A inteligência emocional é um
conceito relativamente recente, é um dos conceitos psicológicos mais populares e
recentes desta última década que surgiu na literatura científica o termo 'inteligência
emocional' graças a um artigo de Salovey e Mayer (1990), em que estes a referem como
“...habilidade para reconhecer o significado das emoções e suas inter-relações, assim
como raciocinar e resolver problemas baseados nelas. A inteligência emocional está
envolvida na capacidade de perceber emoções, assimilá-las com base nos sentimentos,
avaliá-las e gerenciá-las" (Mayer, Caruso & Salovey, 2000, p. 267), mas ainda existe
uma definição consensual no mundo. Estes autores desenvolveram um Modelo que
propõe a inteligência emocional como uma capacidade cognitiva, assim como outros
tipos de inteligência. Os diferentes tipos de inteligência distinguem-se de acordo com o
tipo de informação que operam ou processam. Assim sendo, a IE é um tipo de
inteligência que processa informação do foro emocional que permite raciocinar sobre
informações emocionais de maneira a que exista uma melhor adaptação aos eventos e
dificuldades que ocorrem na vida dos indivíduos. Mayer e Salovey, dividiram a IE em
quatro domínios: -

Perceção das emoções – Pretende avaliar a capacidade do indivíduo em perceber e


diferenciar as suas emoções e as dos outros e expressá-las de forma adequada. Inclui a
capacidade de distinguir facetas de desonestidade e honestidade, que o leva a perceber
se as verbalizações que os outros fazem das suas emoções são verdadeiras e se
correspondem ao que estão a sentir.

- Facilitação das emoções- Tem como objetivo avaliar a capacidade do indivíduo em


comparar emoções e identificar aquelas que são contrárias ou influenciam outras
sensações e pensamentos, assim como manter emoções que facilitem uma determinada
ação ou pensamento.

- Compreensão das emoções- Capacidade de compreender emoções mais robustas e


integrar as mesmas nos seus pensamentos. Analisa ainda a forma como estão ligadas a
diferentes tipos de relações entre indivíduos ou circunstâncias e como estas se
organizam.

- Gestão das emoções- capacidade do individuo para assimilar e gerir emoções


negativas como positivas, e sua evocação, dependendo da sua importância. Inclui
também a capacidade de estar atento às emoções que diferentes situações podem
desencadear e avaliar a importância de determinados estados emocionais, e decisão de
os manter ou alterar.

Estes domínios iniciam-se com processos psicológicos básicos como a perceção e


expressão das emoções e facilitação das emoções e depois complexificam-se para a
compreensão e gestão das emoções. Estão divididos também em uma componente mais
experiencial (a perceção e expressão das emoções e facilitação das emoções) e uma
componente mais estratégica (compreensão e gestão das emoções)

Existem diversas medidas de IE. A maioria delas já se encontra disponível no mercado


editorial, embora algumas ofereçam informação insuficiente sobre suas propriedades
psicométricas. Os instrumentos de avaliação da IE, dividem-se em medidas de
capacidade, medidas de autorrelato e de avaliadores externos. A medida de capacidade
consiste em resolver tarefas relacionadas ao reconhecimento das próprias emoções e das
outras pessoas e identificar respostas socialmente adequadas, já as de autorrelato o
individuo informa sobre as próprias emoções provocadas por diversas situações. Estas
são mais breves e mais fáceis de construir.

A MSCEIT- The Mayer-Salovey-Caruso Emotional Intelligence Test, é uma medida de


capacidade e foi construída por Mayer et al. (2001). É aplicada apartir dos 17 anos de
idade, constituída por 140 itens e com diferentes tipos de resposta: uma escala likert de
5 pontos e escolha múltipla com 5 alternativas.

É composta por 4 subescalas:

- Perceção das emoções - A capacidade de perceber emoções em si e nos outros, bem


como em objetos, faces, arte, paisagens.

- Assimilação emocional- A capacidade de gerar, usar e sentir emoções conforme


necessário para comunicar sentimentos ou empregá-los em outros processos cognitivos.
- Compreensão das emoções- A capacidade de entender as informações emocionais,
entender como as emoções se combinam e progredir através das transições nos
relacionamentos e apreciar esses significados emocionais.

- Gestão das emoções- Capacidade de estar aberto a sentimentos e modulá-los em si e


nos outros, de modo a promover a compreensão e o crescimento pessoal e interpessoal.

A Trait Meta-Mood Scale (Salovey et al., 1995) é uma medida de auto-relato com
objetivo de entender, clarificar e regular emoções e com isto de aceder as crenças que
cada individuo possui acerca das suas habilidades emocionais. Este instrumento na
versão completa possui 48 itens onde foram identificados 3 fatores: a atenção as
emoções( o grau com que as pessoas acreditam prestar atenção aos seus sentimentos), a
Clareza dos Sentimentos ( forma como as pessoas acreditam perceber as suas emoções)
e a Reparação do estado emocional (refere-se à capacidade que o sujeito tem de
acreditar na sua capacidade para interromper os estados emocionais negativos e
prolongar os positivos), Foi desenvolvida uma versão mais reduzida desta escala,
TMMS-24, contendo as mesmas dimensões e os objetivos iniciais, composta apenas por
24 itens, aplicada apartir dos 16/ 17 anos com Escala de reposta Likert 5 pontos: 1=
Totalmente em desacordo; 5= Totalmente de acordo.

A inteligência emocional é cada vez mais importante na vida dos indivíduos e acaba por
beneficiar as mais diversas áreas de vida, visto que vivemos em função de rotinas e
muitas das vezes surgem desafios, stress e bastantes dificuldades e é importante nesse
momento exercer um bom controlo sobre as nossas emoções para conseguir ultrapassar
estes obstáculos. A avaliação da IE é muito contextualizada, quer pelo contexto físico,
quer pelo moemento, por exemplo num momento em que esta seja avaliada, se tiver
numa situação pessoal mais delicada, atravessar um mau momento, ou não esteja bem
regulado ou até com uma disposição mais em baixo, os resultados não vão ser tao
favoráveis.

Existe, na atualmente, bastante informação sobre o IE mas esta ainda não foi uma
ferramante desenvolvida. A nossa cultura esta muito programada para desenvolver a
componente cognitiva, principalmente no ensino, onde os alunos estão programados
para atingir bons resultados, mas estes estão ligados ao QI e ainda não existe qualquer
tipo de formação para desenvolver as competências emocionais e a regulá-las.
Na área profissional, é uma característica essencial que leva ao sucesso, pois permite
uma postura mais adequada e positiva, principalmente em trabalhos em equipa e na
liderança. É preciso conhecer bem as suas emoções, conseguir manter um equilíbrio,
dada a pressão e a exigência que se pretende, o que os torna mais capazes de fazer o seu
trabalho com excelência. Desta forma também acabamos por mostrar um nível de
confiança e motivação que faz outros sentirem-se mais seguros e tranquilos.
Desenvolver a empatia é fundamental para conseguir estabelecer boas relações
profissionais, permite uma maior colaboração e compreensão e assim, uma diminuição
de conflitos. Não se reflete apenas na vida profissional, mas também na vida pessoal,
pois permite um melhor conhecimento sobre mim e sobre os outros, permite estabelecer
relações mais saudáveis e adaptativas e permite viver de forma mais tranquila.

Após a autoadministração da TMMS-24, os resultados foram de acordo com o esperado:


38 na dimensão de atenção às emoções, 37 de clareza dos sentimentos e 28 no reparo do
estado emocional. É um instrumento bastante acessível e fácil de utilizar em que as
perguntas e as instruções são claras, permitindo a sua utilização sem quaisquer
dificuldades. Um conhecimento prévio acerca do instrumento e dos seus construtos
permitiu também uma maior compreensão.

Perante estes resultados, concordo que seja necessário reduzir atenção às emoções e
tipos de emoções que surgem porque sinto muitas das vezes não consigo controlar todas
estas emoções que escalam, que fazem perder um pouco a racionalidade, e se
conseguisse manter um equilíbrio teria muita mais produtividade. Consigo, de acordo
com a normalidade, reparar o estado emocional, mas tenho que admitir que se trata de
uma tarefa bastante complicada, porque devido ao stress, pressão é muito fácil levarmo-
nos pela negatividade, e que muitas das vezes é complicada sair deste estado emocional.

No meu percurso académico por exemplo, sei que fico bastante alarmada com todos os
momentos de avaliação, e que me tira “algumas horas de sono” antes desses momentos.
Muitas das vezes, dado a este estado de alerta, é complicado sair deste modo de stress e
ansiedade, o que me leva muitas a não conseguir reparar as minhas emoções! Dada a
experiências anteriores, acabei por arranjar estratégias que me permitissem enfrentar
estas situações de forma mais tranquila, como por exemplo: meditar, ouvir música que
me permita relaxar.
Mas, trabalhar esta dimensão permite sempre ganhar uma maior resistência. Esta escala
conseguiu dar uma maior consciência e luz sobre as minhas habilidades emocionais,
apesar de saber e perceber o funcionamento das mesmas, permite obter uma maior
certeza e clarificação.

Referências bibliográficas:

- Ferrándiz, C., Bermejo, R., Fernández, C., Sainz, M., Valverde, F. J., & Araújo, A. M.
(2014). Inteligência emocional: Aplicações e implicações educativas. In L. S. Almeida
& A. M. Araújo (Eds.), Aprendizagem e sucesso escolar: Variáveis pessoais dos alunos
(pp. 137-171). Braga: Associação para o Desenvolvimento da Investigação em
Psicologia da Educação, ADIPSIEDUC. ISBN: 978-989- 20-497-2

- Queirós, M. M. L. F., Fernández-Berrocal, P., Extremera, N., Carral, J. M. C., &


Queirós, P. S. (2005). Validação e fiabilidade da versão portuguesa modificada da Trait
Meta-Mood Scale. Revista de Psicologia, Educação e Cultura, 9, 199-216.

- Roberts, R., Flores-Mendoza, C., & Nascimento, E. (2002). Inteligência emocional:


um construto científico?. Paidéia (Ribeirão Preto), 12(23),77 92.

- Trait Meta-Mood Scale-24 (Fernández-Berrocal, Extremera, & Ramos, 2004; versão


modificada da TMMS, Salovey, Mayer, Goldman, Turvey, & Palfai, 1995. Tradução de
Araújo & Sousa, 2019) e sua chave de cotação.

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